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João Mouzinho médico dentista: “Digital e analógico

Digital e analógico – a mão da tecnologia nas facetas feldspáticas

João Mouzinho

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Médico dentista. mouzinhojoao@gmail.com Mestre em Periodontologia pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte (CESPU). Docente da Pós-graduação de Reabilitação Oral Biomimética Avançada (CESPU). Coordenador clínico e docente da Pós-graduação de Implantologia – CESPU (2012-2016). Curso de Capacitação em Implantologia e Enxertos Ósseos pela Faculdade de São Leopoldo Mandic (Brasil) Pós-graduado em Reabilitação Intra e Extra Oral com Implantes Osteointegrados pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Pós-graduado em Reabilitação Oral Biomimética Avançada pelo Instituto Universitário Egas Moniz. Responsável do Departamento de Reabilitação Oral e Implantologia da Molar Clinic.

Pedro Brito

Técnico de prótese. CEO do laboratório Pedro Brito Biomimetik LAB.

Ciência e prática

Introdução

A filosofia atual das facetas cerâmicas insere-se num conceito de Medicina Dentária Biomimética, ou seja, uma filosofia minimamente invasiva.

Durante muitos anos o gold standard das facetas foram as facetas feldspáticas sobre refratário ou folha de platina. Talvez essa continue a ser uma das técnicas mais validadas, mas nos últimos anos houve uma integração do planeamento digital em todas as fases do processo, que é quase em exclusivo analógico.

A evolução de novas técnicas digitais vieram ajudar no planeamento, preparação e diagnóstico dos casos de facetas. Os meios de planeamento digitais vieram dar um contributo na produção de facetas baseadas em formas de dentes muito aproximadas do natural devido às bibliotecas de dentes naturais que os programas associados ao CAD-CAM contêm. Permitem ainda simular as formas dentárias na face, a partir de um clone digital (recolha de face em 3D com scanner facial, e recolha das formas dentárias com scanner intraoral). Podemos ainda produzir guias impressas em 3D para correção de margens gengivais ou para testar a posição, forma e tamanho das facetas, antes da colocação das facetas finais em cerâmica.

Neste artigo iremos apresentar um caso clínico onde se efetuaram facetas cerâmicas, mas todo o planeamento se fez digitalmente.

Caso clínico

Paciente do sexo masculino, de 27 anos, sem nenhum problema de saúde relevante, procurava um tratamento conservador para melhorar a estética dos dentes anteriores. Após avaliação inicial, entendemos que podia ser um caso feito com facetas cerâmicas feldspáticas. Na primeira consulta, após avaliação clínica e radiográfica, efetuaram-se fotografias e vídeos iniciais para poder fazer um planeamento digital. Para este planeamento usamos um scanner facial (Bellus 3D) e um scanner intraoral (Trios 3, 3shape). Realizou-se um enceramento virtual que permitiu fazer um mock-up ao paciente, que foi aprovado na segunda consulta. Nesta consulta efetuou-se a gengivectomia, os preparos dentários e as impressões definitivas. Na terceira consulta procedemos à adesão de facetas feldspáticas em 10 dentes (de 15 a 25).

Fig. 1. Fotografia extraoral inicial. Fig. 2. Fotografia intraoral inicial.

Fig. 3. Fotografia intraoral inicial. Fig. 4. Modelo superior e inferior resultante do scanner intraoral.

Fig. 5. Modelo 3D da face do paciente resultante do scanner facial. Fig. 6. Modelagem da face do paciente em programa informático.

Fig. 7. Fotos faciais iniciais frontais. Fig. 8. Fotos faciais iniciais laterais.

Fig. 9. Fotos faciais iniciais frontais com retrator para matching com o scanner intraoral. Fig. 10. Comunicação com o laboratório (facial).

Fig. 11. Comunicação com o laboratório (intraoral). Fig. 12. Simulação virtual das formas dentárias em 2D.

Fig. 13. Modelo stl de mock-up para imprimir. Fig. 14. Simulação facial em 3D do rock-up.

Fig. 15. Simulação da gengivectomia frontal. Fig. 16. Simulação da gengivectomia lateral.

Fig. 17. Mock-up em boca – facial. Fig. 18. Facetas de teste – prova de forma, tamanho e posição.

Fig. 19. Guia de gengivectomia efetuada com bisturi elétrico. Fig. 20. Preparações dentárias sobre o mock-up.

Fig. 21. Facetas no modelo de refratário.

Fig. 23. Facetas cerâmicas – imagem frontal. Fig. 22. Facetas cerâmicas – imagens laboratoriais em contraluz (visualização do bordo incisal).

Fig. 24. Facetas cerâmicas – imagem lateral.

Fig. 25. Facetas cerâmicas – imagem lateral. Fig. 26. Foto facial final.

Fig. 27. Fotografia extraoral final. Fig. 28. Fotografia intraoral final.

Fig. 29. Fotografia intraoral final.

Discussão/conclusão

A escolha das cerâmicas feldspáticas sobre refratário deve-se à sua elevada estética. A maior vantagem do planeamento digital é a cópia da forma, tamanho e textura de dentes naturais que são sempre reprodutíveis desde o enceramento virtual até à confeção das restaurações finais. A utilização de guias de gengivectomia permite ter um controlo na posição final das margens, e a impressão de facetas de teste em 3D, permite ao paciente testar a forma, tamanho e posição das facetas finais.

A utilização de princípios biomiméticos permite obter resultados biológicos, estéticos e funcionais nos procedimentos médico-dentários.

Bibliografia

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Layton DM. A systematic review and meta-analysis of the survival of the feldspathic porcelain venners over 5 and 10 years. Int J Prosthodontics, 2012, vol 25 Issue 6, p.590-603. Peumans B. Porcelain veeners: a review of the literature. Dentistry, 28 (2000) 163-177. Magne P, Belser U. Bonded porcelain restorations in the anterior dentition: a biomimetic approach. 2003, quintpub.com.

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