‘de colores’
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Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros
REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga
ABRIL 2019
Converter-nos para fazer da criação um jardim, não um deserto A criação clama pela conversão dos filhos de Deus, escreve o Papa Francisco em sua mensagem para a Quaresma. O Pontífice oferece algumas propostas de reflexão para melhor se acompanhar o caminho de conversão. A redenção da criação O Pontífice destaca que a criação se beneficia da redenção do homem quando este vive como filho de Deus, isto é, como pessoa redimida. Neste mundo, porém, adverte Francisco, “a harmonia gerada pela redenção continua ainda – e sempre estará – ameaçada pela força negativa do pecado e da morte”. A força destruidora do pecado Com efeito, prossegue o Papa, quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes adotamos comportamentos destruidores do próximo, das outras criaturas, mas também de nós mesmos. Isso leva a um estilo de vida que viola os limites que a nossa condição humana e a natureza nos pedem para respeitar, seguindo desejos incontrolados. “Se não estivermos voltados continuamente para a Páscoa, para o horizonte da Ressurreição, é claro que acaba por se impor a lógica do tudo e imediatamente, do possuir cada vez mais.” A aparição do mal no meio dos homens interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação,
a ponto de o jardim se transformar num deserto. Trata-se daquele pecado que leva o homem a considerar-se como deus da criação, explica o Papa, a sentir-se o seu senhor absoluto. Quando se abandona a lei de Deus, a lei do amor, acaba por se afirmar a lei do mais forte sobre o mais fraco. “O pecado, manifestando-se como avidez, ambição desmedida de bem-estar, desinteresse pelo bem dos outros – leva à exploração da criação (pessoas e meio ambiente), movidos por aquela ganância insaciável que considera todo o desejo um direito e que, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir inclusive quem está dominado por ela.” A força sanadora do arrependimento e do perdão Por isso, a criação tem impelente necessidade que se revelem os filhos de Deus. E o caminho rumo à Páscoa chama-nos precisamente a restaurar a nossa fisionomia e o nosso coração de cristãos, através do arrependimento, a conversão e o perdão, para podermos viver toda a riqueza da graça do mistério pascal. A Quaresma chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e
concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola. Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos. “Queridos irmãos e irmãs, a ‘quaresma’ do Filho de Deus consistiu em entrar no deserto da criação para fazê-la voltar a ser aquele jardim da comunhão com Deus. Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação.” “Não deixemos que passe em vão este tempo favorável!”, é o apelo final do Papa. www.vaticannews.va/pt/papa/news
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Ana Maria Costa Araújo António de Sousa Pereira Pe. Jorge Artur Ramalho R. Gonçalves Avelino da Cunha Silva Cândida Pereira Custódia Gomes Gonçalves Emília da Costa Cunha Elisa Arminda Sá Lemos Mogas Glória Soares da Mota Irene Jesus Grilo da Silva João Batista João da Silva Pimentel José Nunes José da Rocha Gomes Lucília da Luz Rodrigues Maria Cândida de Araújo Pereira Maria Celeste da Silva Ribeiro Maria da Conceição Pereira Maria de Fátima Lopes Gomes Maria do Carmo Flores A. Cabral Maria Manuela Alpoim Maria Rosa Pinheiro da Silva Rosa da Costa Rocha Sérgio Matos Arménio Cunha Laurinda Ribeiro Teresa Ribeiro Fernando Calheiros Aurélio Miranda Aurélio Laranjeira João Bajão Lurdes Lima Leopoldina Luciano Capitão Maria Emília Monica Maria Conceição R. Abreu
Donativos Avelino Abreu Teixeira Virgínia Moreira Camilo Pereira Manuel Carlos Carvalho Saldanha Maria Emília Nogueira Celcedina Artur Nogueira Natália Ribeiro Maria José Condesso António Faria Fernando do Padre Maria Luísa Igreja Leite Mavilde Tomé Ana Lemos José Maria Gonçalves Adelaide Mendanha Arnaldino Ferreira António da Silva Ferreira Glória Capitão Armandina Capitão Júlia Sousa Arminda Couto Alice Varela José Borges Mário Bernardo Magalhães Sousa Fernanda (Av. S.Gonçalo) Eduarda (Azurém) Rosarinho Piedade José Maria Sousa Pereira António Luís Postiga António M. Terroso Ernesto Correia António Ferradeira Delfina Cunha Gomes Manuel Castro Oliveira Maria Emília P. Dias José Paulo Gonçalves Passos Josefa R. Fernandes Silva Cândido Capitão Anonimo José Alves da Silva Comendador Albano Abreu C. Lima Fernando Pinto Vieira da Silva Maria Gomes Torres Irene Magalhães Manuel Abreu Maria Arminda Costa Rosa Oliveira António Freitas Nogueira Anonimo Manuel Pereira Paulo Seara Horácio Briot Mavilde Tomé José Fernandes da Silva Jorge Manuel Oliveira Sousa Daniel Mendes Correia José da Silva Macedo Manuel Martinho Losa Alexandrina Veloso João Miranda Azevedo Florinda Conceição Ribeiro Cardoso Maria Cândida Costa Brites F. Mano Álvaro Ângelo Rocha Oliveira Cruz Agostinho Pereira Rodrigues
Pevidém Guimarães Sande S. M. Oliveira S.Maria Fafe Fafe Fafe Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Lousado Lousado Lousado Lousado Lousado Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Braga Braga Guimarães Guimarães Guimarães Guimarães Oliveira S.Maria Lapa Lapa Lapa Lapa Pevidém Abação Abação Abação Abação Esposende Esposende S.M. Coronado Pevidém Tibães Estela Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Apúlia Apúlia Apúlia Taipas Taipas Braga Braga Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Vila do Conde Vila do Conde Vila do Conde Vila Verde
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Falecidos NOME
Sebastião Malheiro Maria do Resgate Vaz Adriano Cadilhe Milhazes Lucinda Franco da Costa Eduardo Gomes Postiga João Marques da Silva Manuel Nunes dos Santos Maria do Alívio Postiga João Macieira Marques Marcília da Silva Graça Alberto Antunes Machado Maria Joaquina Morim Maria de Belém Pereira Alves Pe. António Rodrigues Domingos Amorim Andrade Abílio Domingos da Silva Pe. Adriano Marques Teixeira
CURSILHO 68 181 258 181 327 185 364 136 349 290 40 203 192 4 352 179 16
CENTRO Braga Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Caxinas Braga Braga Pevidém Vila Verde Braga Negrelos Braga
Coletas Centro Cossourado Coletas Eucaristia Ceia de Natal Centro da Apúlia Centro de Braga Centro de Vila Verde Centro de Marinhas Centro de Guimarães Centro de Taipas Centro Vila do Conde Centro da Lapa Centro de Marinhas Centro de Abação Centro de Fafe Centro de Braga Centro de Lijó Centro de Cossourado Centro da Lapa
Atividades a lembrar! 400.º e 401. Cursilhos da Arquidiocese Curso Dinamização de Dirigentes Crescer para Amar Encontro de Cursilhos
Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Vila Verde Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Pevidém
24 a 27 de abril (Aveiro) 17 de maio (Apúlia) 25 de maio (Apúlia) 22 de junho
Estas e outras atividades podem ser consultadas no Calendário 2018/2019 do MCC Braga.
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140,00 68,02 80,00 62,89 30,00 60,00 100,00 300,00 44,00 200,00 25,00 95,00 100,00 62,09 100,00 50,00 130,00
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Vivencia Cristã em Ano Pastoral taremos, então prontos para momentos de oração eficazes e para acolher, pois assim faremos com que os novos cursilhistas se sintam bem acolhidos, aptos a crescer e a participar connosco na missão de levar Cristo e a sua mensagem a todos os ambientes. Nos dias de hoje não é fácil fazermos aquilo que é mais simples. Na sociedade em que estamos inseridos são muitas as distrações e os novos problemas que nos tiram a vontade de fazer e participar. Não nos deixemos contaminar, pois aquilo que deixamos de fazer vira-se contra nós e enfraquece a nossa vida Espiritual e reflete-se na comunidade. A força que emana de Jesus e atua de forma eficaz em nós impele-nos para a missão. Regra geral, logo pensamos em missões longínquas, ora não precisamos de ser missão apenas, e por exemplo, em territórios Africanos que na realidade tanto precisam. Aa missão de que fala a mensagem para este ano Pastoral é missão também junto aquele que está mesmo ao nosso lado. É a missão de ajudá-lo a crescer em Cristo e como Homem. Se esse pequeno ato for realizado teremos assim uma sociedade melhor. Todos dirão “obrigado que novidade, isso sei eu!”. Mas e será que o pomos em prática e que o fazemos? Ser Cristão é simples mas ninguém disse que era fácil. A mensagem de Jesus é transparente e clara “amai-vos uns aos outros” e ensinou-nos como fazê-lo. Vamos fazer uma forcinha extra para participar e darmos a nossa parte à comunidade e ao nosso MCC; vamos crescer fazendo o outro crescer; sejamos Esperança. Decolores
Tecer comunidades onde todos se sintam acolhidos e motivados à missão (crescer) é o desafio lançado à comunidade Cristã. Faz sentido lembrar o momento em que recebemos o pequeno desdobrável prova do nosso compromisso como cursilhistas; a forma de interagir com o grupo e a nossa folha de serviço. Quando recebemos este documento das mãos dos mais altos membros eclesiásticos da nossa Arquidiocese é nos dito “Cristo conta contigo” e nós respondemos “e nós com a sua graça“. É sem dúvida um momento especial de força que nos impele para o Quarto Dia. Ficam assim reunidas as condições para uma interação em comunidade, eis que os irmãos mais antigos têm aqui uma oportunidade única de acolher os mais recentes cursilhistas no seu ambiente de Ultreia, e é sobre esta parte que gostaria de refletir um pouco. Se seguirmos as indicações do nosso fundador Eduardo Bonnin teremos por certo ao nosso dispor as boas ferramentas para um bom acolhimento aos mais recentes, não falo apena da festa do primeiro dia em Ultreia, mas dos momentos em grupo seguintes. Hoje, mais que nunca, precisamos do Amor que emana da fé que faz crescer o outro ao nosso lado, atitudes que acrescentam algo de positivo ao outro nosso irmão, que somam e não diminuem. Estas são a base para que as nossas ultreias se encham de ânimo, alegria e vontade de abrir as portas do nosso coração para que desta forma também possamos receber. Afinal Cristo vive em nós! Que mais precisamos? Essa realidade só pode dar força, alegria, vontade de gritar alto “eu sou feliz!”. Es-
José Manuel Fernandes / Centro de Braga
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S.Paulo, padroeiro do Movimento dos Cursilhos de Cristandade Em Cossourado… Pelo quarto ano consecutivo o MCC de Cossourado festejou o dia da conversão de S. Paulo, padroeiro do MCC. Este apóstolo teve uma missão especial: pregar o Evangelho aos gentios. Jesus Cristo conquistou Paulo, que de maior perseguidor de fiéis e seu maior inimigo passou a ser um dos maiores apóstolos da sua igreja. Assim, a Igreja estabeleceu, o dia 25 de janeiro, o dia de conversão de S. Paulo. A nossa preocupação, visto ser num dia de semana, foi conciliar não só o jantar comemorativo, como também, uma Eucaristia que seria fundamental para comemorar este dia especial, 25 de janeiro, e começar assim por primeiro alimentar a alma e elevar o nosso espirito. A Eucaristia teve lugar na igreja paroquial de Cossourado, pelas vinte horas, celebrada pelo Padre Carlos e concelebrada pelo Padre João. Teve como intenção especial os cursilhistas e seus familiares, em especial aqueles que estão a passar
por um momento menos bom, de saúde, e todos aqueles que se sentem mais desanimados e menos fervorosos com o Movimento. Os irmãos presentes reuniram-se em volta do altar e aí refletiram sobre as leituras escutadas e fizeram ressonância das passagens lidas. Este foi um momento de um encontro mais íntimo e próximo com Deus e com o irmão, que deixou todos os presentes radiantes de alegria. Esta alegria permaneceu pela noite fora durante o jantar. O jantar proporcionou-se num ambiente familiar, onde não faltou comida, sobremesas deliciosas, a música maior do nosso cursilho – Decolores - e muito apetite. Para completar este testemunho recordo que todos partilharam, emoções, histórias, recordações dos seus cursilhos. Muitos amigos foram lembrados, marcando assim presença neste momento de comunhão em espirito e pensamento. Terminamos com um brinde e um abraço fraterno a todos os cursilhistas, fazen-
do votos que este Movimento se torne mais forte e leve a alegria do Evangelho a todos os mais distantes de Deus e por vezes tão próximos de nós. Decolores Gaspar Miranda / Centro de Cossourado
Em Guimarães… O centro de Guimarães realizou no passado dia 25 de janeiro, o seu décimo quinto encontro anual, hoje, encontro de S. Paulo. Este encontro teve início às dezoito horas e trinta minutos com celebração Eucarística, em memória da “Conversão de S. Paulo” nosso Patrono, presidida pelo Sr. Padre Leonel. No final, todos os cursilhistas e amigos participantes encaminharam-se para um restaurante, no alto do monte da Penha onde os esperava uma sala harmoniosa e preparada para nos receber. Entre abraços e saudades foi crescendo a alegria nos presentes. Como programado, por volta das vinte horas e trinta minutos, o senhor padre Leonel abençoou e deu graças ao Senhor. Assim teve início o jantar. Todos os participantes se deliciaram e sa-
ciaram com as iguarias que prepararam com amor. Bem-haja! Em momento oportuno, um dos delegados do centro dirigiu-se aos presentes em nome do centro de Guimarães, agradecendo a presença de todos naquele encontro anual que há quinze anos atrás era denominado por “Ceia de Reis”. Recordou que este foi fruto de um desafio do então cursilhista de primeira viagem de seu nome Kinito Marques aos delegados da época Jesualdo e o diácono João Ferreira. O cursilhista desafiou o centro de Guimarães a realizar um encontro cursilhista aberto a todos os centros e aberto a convidados não cursilhistas, com intuito de fazer pré-cursilho. Esta intenção tem dado os seus frutos. Há participantes que ano
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após ano têm comparecido a este encontro. Visado nas palavras proferidas, no momento certo o Kinito fez uso da palavra, para em nome da equipa delegada, voltar a agradecer a presença e colaboração de todos, mimando-os com uma estampa de S. Paulo para registo da presença naquele encontro e com a leitura de dez pensamentos da autoria do cursilhista Artur Soares, lembrando que estes podem ser palavras de ânimo e conforto na nossa caminhada. Por fim, uma palavra amiga do padre Leonel, do padre Soares, padre Domingos e do irmão Artur Soares a todos entusiasmou e animou a caminhar na direção “Mais Além”. Decolores Equipa delegada / Centro de Guimarães
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“Ser Missão” Intendência em Fafe No passado dia vinte e três de fevereiro, o Centro de Ultreia de Fafe realizou uma intendência cujo o tema foi “Ser Missão”. Estiveram presentes, para além dos irmãos de Fafe, irmãos dos outros Centros de Ultreia. Iniciou-se a intendência com a reza do terço missionário, pelas ruas circundantes da igreja do Sagrado Coração de Jesus. A cada mistério rezado e meditado pediu-se a Deus por cada um dos cinco continentes. Terminada esta parte da caminhada de intendência regressamos à igreja para a procla-
mação da Palavra realizada pelo padre José António Carneiro. O sacerdote dirigiu-se à assistência numa proclamação profunda e intensa, tendo deixado os presentes bastante emocionados com as suas palavras. Terminada a proclamação da Palavra, o mesmo convidou o padre Neves para se dirigir aos irmãos num improviso que a todos brindou com uma intervenção cheia de amor e profundo amor cristão. A intendência terminou com a comunhão. De seguida, os irmãos do centro organizador presentearam os parti-
cipantes com um lanche, que muito importante se mostrou para a confraternização e partilha entre irmãos dos centros que se fizeram representar. Pessoalmente, foi uma noite que me marcou. Foi a primeira vez que participei numa intendência coletiva e senti que na realidade ser cursilhista me ajuda a estar atento ao que me rodeia e a sentir a necessidade de orar e pedir a Deus pelos graves problemas que afligem as pessoas de todos os cantos da Terra. João Dias / Centro de Guimarães
Uns meses depois do cursilho No passado dia 29 de agosto de 2018 teve início o 399.º cursilho de mulheres que se realizou no Convento Franciscano Montariol em Braga, que logo, devido à sua imponência e localização, antevia um evento auspicioso que irei relatar adiante. Entrei no Convento a receio, com um medo miudinho a percorrer as entranhas do meu ser, uma vez que não sabia para o que vinha, todavia, este sentimento cedo desvaneceu com o contato com as minhas colegas de cursilho, em que questionávamos, em silêncio, em cúmplices olhares, o que vai aqui acontecer? O porquê de eu estar aqui? No entanto, estas nossas dúvidas foram sendo respondidas com o passar dos dias no cursilho, e para além destas, foram respondidas outras questões bem mais importantes sobre Deus e Jesus Cristo. No passado dia 29 de agosto de 2018 teve início o 399.º cursilho de mulheres que se realizou no Convento Franciscano Montariol em Braga, que logo, devido à sua imponência e localização, antevia um evento auspicioso que irei relatar adiante. Entrei no Convento a receio, com um medo miudinho a percorrer as entranhas do meu ser, uma vez que não sabia para o que vinha, todavia, este sentimento cedo desvaneceu com o contato com as minhas colegas de cursilho, em que
questionávamos, em silêncio, em cúmplices olhares, o que vai aqui acontecer? O porquê de eu estar aqui? No entanto, estas nossas dúvidas foram sendo respondidas com o passar dos dias no cursilho, e para além destas, foram respondidas outras questões bem mais importantes sobre Deus e Jesus Cristo. Assim, tive a felicidade de ser convidada por Deus para fazer o cursilho, onde colocou uma equipa sacerdotal e reitora extraordinárias que conseguiram transmitir a palavra de Deus e despertar em nós a chama cristã. Foram dias muito intensos onde foram partilhadas experiências de vida, emoções e o ensinamento da religião cristã. Para mim foi uma vivência única que me enriqueceu como pessoa e como cristã, que me tocou profundamente, alterando a minha essência com o toque de Deus na minha pessoa, por isso posso mesmo dizer que Deus e Jesus Cristo também fizeram parte do nosso cursilho, maravilhando-nos com a Sua Graça. Por fim, no quarto dia percebi que as coisas cá fora não mudaram, mas sim o que mudou foram os meus olhos, o meu ser, que conseguem, agora, ver e sentir as coisas de uma outra forma. Conseguiu mudar uma parte do meu pensar e alcançar um sentido me-
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lhor para a minha vida e para os que me rodeiam. Atualmente consigo interpretar a Eucaristia de uma maneira diferente da que vivia anteriormente ao cursilho. No meu quotidiano as pessoas mais próximas de mim aperceberam-se que algo diferente se passava “que estava uma pessoa diferente”, inclusive a colega que trabalha no meu departamento disse que eu estava uma pessoa muito melhor, e que até consegui influenciar a sua maneira de estar ao ponto do seu próprio marido lhe comentar que a minha companhia estava-lhe a fazer bem, ou seja, permitiu-me fomentar ambientes em nome de Deus. Decolores Célia Ferreira / Centro de Guimarães
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O Apostolado dos Leigos e os Cursilhos de Cristandade Em 1965, aquando da celebração do 25º Cursilho de Cristandade da Diocese de Braga e da expectativa da aprovação do Decreto sobre o Apostolado dos Leigos na última Sessão do Concilio Vaticano II, aproveitou-se para se falar e tratar do assunto “Apostolado dos Leigos”. O capítulo IV da Constituição “A SANTA IGREJA” estabelecido pelo Concílio Vaticano II tem como título “Os Leigos”. Nele, a primeira afirmação referencial é: “vós, membros leigos da Igreja, deveis participar e cooperar na Obra Comum”. Os Sagrados Pastores – palavras do mesmo texto – conhecem perfeitamente o quanto os Leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a Missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em Pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e Carismas,
que todos, e cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum. “Compete aos leigos procurar o reino de Deus, tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, em toda e qualquer ocupação ou atividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais tecem toda a sua existência”. Assim, os Leigos são chamados a tornarem a Igreja presente e ativa nos lugares e circunstancias em que só, por meio dos Leigos, a Igreja pode ser o “Sal da Terra”. “Dediquem-se, por isso, os leigos com diligência a absorverem conhecimentos mais profundos da verdade revelada e peçam insistentemente a Deus o dom da Sabedoria”. O Documento Conciliar declara ser direito dos leigos expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja, mas com amor e reverência para com os que representam a pessoa de Jesus Cris-
to. O Documento Conciliar refere “como todos os Cristãos, devem os Leigos abraçar prontamente, com obediência todas as coisas que os sagrados pastores, representantes de Cristo, determinarem, na sua qualidade de mestres e guias a exemplo de Cristo que pela sua obediência, levada até à morte, abriu para todos o feliz caminho da liberdade a todos os filhos de Deus. Por sua vez, os Sagrados Pastores devem reconhecer e fomentar a dignidade e responsabilidade dos leigos na Igreja para que, confiadamente recorram ao seu conselho e para que entreguem, aos leigos, cargos de serviço e margem de ação e liberdade”. A Constituição refere que “além deste Apostolado, que diz respeito a todos os fiéis, os Leigos podem ainda ser chamados, por diversos modos, a uma colaboração mais direta e imediata no apostolado da Hierarquia.”
Os Cursilhos de Cristandade A Fundação Eduardo Bonnín Aguiló – FEBA – no primeiro parágrafo da apresentação do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, diz claramente: que estes são “fruto da ação de Deus e da decisão dos homens, os Cursilhos de Cristandade são, desde a origem, um Movimento de Leigos fiel ao testemunho de uma comunhão, firme e convicta, em filial relação com o Papa e com o Bispo diocesano”. A saber, a Constituição Dogmática “Lumen Gentium” designa os leigos como “Povo de Deus”. No início dos anos 60 do século passado, o então Bispo Auxiliar de Braga, D. Francisco Maria da Silva, em visita pastoral pelo Alto Minho, tomou conhecimento, durante uma visita à Catedral de Tuy através de um anúncio no edital do Movimento Religioso da realização de um Cursilho. Participou, a título pessoal, num deles e concluiu que seriam muitas as vantagens se os Cursilhos fossem introduzidos na nossa
Diocese. Expôs a ideia ao seu Arcebispo D. António Bento Martins Júnior e apesar de este ter ouvido coisas que lhe ofuscaram o otimismo, pela insistência do Sr. Francisco Maria da Silva, abençoou e prometeu rezar para que tudo corresse bem. O Sr. D. Francisco Maria da Silva foi o dinamizador do vasto conjunto de Sacerdotes e Leigos que participaram no primeiro foi realizado em Tuy de 19 a 22 de Setembro de 1962. Este foi realizado com “professores dali’. Mais tarde esses “professores dali” - Responsáveis Dirigentes - vieram a Braga e a Guimarães para orientarem o segundo e o quarto Cursilhos e, depois de formada a Escola, começaram a realizar-se com a prata da casa. No número 9 da Rua do Alcaide, na sede dos Cursilhos de Cristandade de Braga, há uma lápide que nos indica que os Cursilhos de Cristandade foram introduzidos na Arquidiocese pela mão do próprio Prelado.
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Os Cursilhos nasceram em Palma de Maiorca por inspiração do Espirito Santo a Eduardo Bonnín Aguiló
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e o primeiro Cursilho realizou-se de 20 a 23 de Agosto de 1944 em Calla Figuera. Nasceram como resultado de uma Ação Católica anquilosada e tremendamente burocrática, pela falta de objetivos e dinamismo apostólico que o Evangelho vivido imprime e, Eduardo Bonnín viu que esta seria a forma de manter viva a chama de Cristo e do Evangelho na juventude do seu tempo. D. Juan Hervás escreveu acerca dos cursilhos que “na grandiosa peregrinação a Compostela, vós roubastes a espada ao Apostolo para com ela abrir clareiras no céu por onde descem torrentes da Graça divina”. Estas palavras continuam atuais e, se prestarmos atenção podemos verificar que os fundadores se exprimiam da mesma forma que, nos dias de hoje, expressamos o que sentimos. Um Cristianismo conformista, inoperante e anquilosado não pode atrair nem conquistar ninguém. Ao contrário, a visão e a dinâmica de um Cristianismo autêntico pode atrair e formar grupos de homens dispostos a viver em graça que venham a ser o fermento vivo da Igreja na Sociedade. Não será isto que nos falta a todos? Não estaremos a ser conformistas, inoperantes, anquilosados e assim não atraímos nem conquistamos ninguém? Não nos faltará a visão clara e a dinâmica de um Cristianismo autêntico que atrai e forma grupos de homens e de mulheres dispostas a viver em Graça e sermos fermento vivo de Evangelho nos nossos ambientes? D. Juan Hervás referia-se acerca das realidades que o Cursilho oferecia da seguinte forma: “embora os Cursilhos sejam obra divina, atua neles o barro humano e, por isso, todos nós os que amamos entranhadamente os Cursilhos, devemos estar sempre alerta para que nenhuma palavra, nenhuma imperfeição possam diminuir o maravilhoso esplendor desta obra de Deus”. Podemos por certo concluir que nos Cursilhos atuam dois elementos, o divino e o humano, a graça e a ação dos homens, professores e cursilhistas mas, a verdade indiscutível é que
os três dias passados no Cursilho enchem a inteligência de ideias e o coração de fogo. No Cursilho a doutrina é exposta em função da vida. Não interessa só que se aprenda mas interessa verdadeiramente que se viva o Cristianismo. O cursilho é um exercício prático de Cristianismo vivido num ambiente jubiloso de caridade entre pessoas das mais diversas condições sociais. O método inovador dos cursilhos foi motivo de anuência e preocupação do Papa Paulo VI que impôs que o método fosse aprovado pela Hierarquia e, em face do Carisma apresentado pelo MCC declarou S. Paulo como Patrono dos Cursilhos de Cristandade. Os Cursilhos são únicos. Quantas vezes os professores leigos de variadas categorias sociais e culturais ensinam, aliados ao seu testemunho de vida e encarnação das verdades que expõem – irmãos de muitíssimo mais elevada craveira de conhecimento. Para que tal aconteça, enquanto o Cursilho decorre existe uma corrente de oração, uma retaguarda orante onde se multiplicam sacrifícios que acrescentam peso à montanha de Intendência onde todos pedem ao Senhor a graça de aqueles homens e mulheres se transformarem em testemunhos vivos da fé de Jesus Cristo. Quando essa transformação se torna notória, nos ambientes naturais dos transformados, gera curiosidade e intriga e leva a que se perguntem: Porquê? O Sopro vivo do Espirito Santo é a força de tamanha transformação. Para eficiência e perseverança dos Cursilhistas é necessário o binómio ‘Cursilhista/Pároco’ e, antes de se começarem os Cursilhos em qualquer Paróquia, deverá o Pároco ser o primeiro ou já acompanhado de alguns dos seus paroquianos. Sem esta condição não se deve começar. Ao pároco, compete, de seguida designar candidatos de forma direta ou indireta mas, sem o seu acordo, nenhum paroquiano será admitido. A seleção dos candidatos deverá ser pautada pela sensatez, firmeza de convicções, permanência e in-
fluencia no meio, pelo prestígio e caracter que possam aportar ao Movimento. Os Sacerdotes deverão ter presente que a perseverança dos Cursilhistas conta com a sua ação enquanto párocos ou diretores espirituais. A sorte espiritual dos povos está vinculada à santidade e zelo dos sacerdotes. Muitos leigos, com preocupações apostólicas, queixam-se, talvez nem sempre de forma injustificada, da falta de compreensão por parte do clero e por isso podemos concluir que os Cursilhos são e serão sempre o resultado da interação dos Sacerdotes e dos Leigos e vice-versa. Os Cursilhos são e serão o que os Sacerdotes quiserem que sejam. Por isso, torna-se claro que, depois do Cursilho, está reservado ao Sacerdote, ao Pároco um enorme trabalho do qual não deverá nunca esquivar-se. Uma das ideias mestras da mentalidade dos Cursilhistas é a subordinação à Hierarquia: Pároco, Bispo, Papa e o rumo que se lhes abre é a vida da Graça, em Graça, vida de Piedade e Ação Apostólica sempre em sintonia com a Hierarquia. Os Cursilhistas, quando terminam os seus Cursilhos saem de lá transformados mas não formados, quantos nunca gastaram cristianismo. Aqui temos razões de sobra para que o Pároco tente a formação Continua na pág. 8
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Mais Além Continuação da pág. anterior
progressiva dos novos Cursilhistas com vista à sua vinculação aos apostolados concretos e adequados à mentalidade e formação que trazem do Cursilho. Do Cursilho saem com a predisposição ao trabalho apostólico e, por isso, importa que os Párocos façam o acessório que é liga-los, se ainda não estão, àquela obra para a qual possam ter mais apetência. Não seria correto deixar de pensar na perseverança de todos. As Ultreias são, para os Cursilhistas, instrumento magnifico de perseverança acrescido do contacto e da convivência com os demais Cursilhistas, nas reuniões de grupo, presença nas clausuras e outros eventos que possam servir para que nos encontremos, vivamos e convivamos Cristo. Muitos não perseveram. É injusto atribuir essa falta de perseverança à inação do Pároco uma vez que a perseverança depende do próprio Cursilhista. Deus criou-nos com livre arbítrio e mediante uma decisão nossa, Deus pode ficar satisfeito ou não. O mesmo acontece com os Cursilhistas que se afastam. Parafraseando o Sr. D. Francisco Maria da Silva, “não deveriam ser implementados os Cursilhos sem que os Párocos se dispusessem a assegurar a Direção Espiritual dos seus paroquianos Cursilhistas. Ao Secretariado Diocesano, como tal, só compete atender à formação dos Cursilhistas no Pré-Cursilho e no Pós-Cursilho. O apostolado dos Cursilhistas, depois do Cursilho, é função da Direção Espiritual e dos Párocos para que os Paroquianos/Cursilhistas possam viver e aprofundar a sua vivência e convivência em Graça, no meio ambiente em que se encontram. Quando saem do Cursilho, vão lançadas as fundações de um edifício que começa, a partir desse dia a construir-se e o mestre-de-obras que assiste a toda a hora não pode ser outro que não o Pároco. Não se exija dos Cursilhistas trabalho apostólico demasiado como pertencer a vários movimentos, mas atenda-se à sua vida familiar, aos compromissos anteriormente assumidos sobretudo os
de carater Diocesano ou Direção dos Cursilhos. Todos aprendemos a colocar no Secretariado Diocesano o Ónus de todos os desencantos e, sobre ele, recai o mais difícil e pesado trabalho dos Cursilhos. Este Movimento para ser eficaz, exige um mecanismo minucioso e tendencialmente perfeito. Terá de ser obra de conjunto, sob a chefia do Ordinário. Ao Secretariado compete promover e dirigir todo o Movimento, formar Diretores Espirituais, organizar Cursilhos, designar Reitores e Professores em união com o Diretor Espiritual Diocesano. Ao lado do Secretariado, a ele subordinada, funciona a escola de Professores/Dirigentes Leigos para garantir quanto possível a sua formação espiritual e técnica. A Escola deverá reunir com uma periodicidade próxima para revisão do Dogma, da Escritura e da Moral etc. À Escola de Dirigentes pertencem, evidentemente, os mais seletos, dedicados e sacrificados aos quais nos é grato render homenagem pelo trabalho prestado. Ao Secretariado compete ainda estar atento às orientações do Secretariado Nacional, que recebe e coleciona as experiencias de todo o País e do estrangeiro para que possa transmitir, por meio dos seus órgãos, todo um conjunto de orientações que promovam a unidade de métodos entre todos os Secretariados Diocesanos. Os Sacerdotes que servem o MCC, no Secretariado Permanente e Alargado, os Párocos – Diretores Espirituais dos diversos centros de Ultreia – deverão, através do Diretor Espiritual Diocesano do MCC, participar ao restante Secretariado eventuais iniciativas para que todos façamos parte de um todo que não se pretende dividido. Os Centros de Ultreia quando com dificuldades, deverão fazer chegar esses anelos ao Secretariado através dos seus Diretores Espirituais ou na sua falta, através dos Delegados – seus representantes para que, trabalhando em conjunto, o MCC possa continuar a crescer. O tempo vai erodindo as mentalidades de todos os cursilhistas mas,
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temos de concordar que os há de firme, serena e constante têmpera que têm dado o seu melhor no sentido de podermos afirmar que os Cursilhos de Cristandade têm, de facto, sido os pilares da Pastoral Paroquial porque são impelidos a trabalhar em conjunto com o seu Pároco e, graças ao seu esforço aturado, tem sido testemunhas de Cristo vivo entre os homens. Muitas vezes, por falta da caridade e de reconhecimento devido, por um trabalho a que se dedicam, enveredam por caminhos menos aconselháveis. Também temos os Cursilhistas que se seguram nas suas missões como lapas, que não dão lugar a que outros possam, também, desenvolver as suas apetências no plano Apostólico de serviço às paróquias de onde são oriundos. Temos também os casos em que os Cursilhistas são quase impedidos de participar nas atividades do MCC porque se o fizerem e, por uma única vez que seja durante um ano, abandonarem o serviço Paroquial, ficam marcados e ao Secretariado são atribuídas culpas e criticas porque deveria ter em atenção isso mesmo. Efetivamente, os Cursilhos acreditaram-se como instrumento de apostolado sério. Uns e outros, todos nós deveremos ter em atenção as intenções do Secretariado – como Cursilhistas, da Paróquia – como Cristãos, da Diocese – enquanto ovelhas de um rebanho mais vasto – tendo sempre presente o Carisma do nosso Movimento – “Fermentar de Evangelho os Ambientes onde estamos inseridos”. Com vista ao nosso 4º dia, a procura da nossa cultura religiosa deverá assentar numa base intelectual e científica e, depois de assegurado o cumprimento do nosso tripé possamos ser coerentes com o compromisso voluntariamente assumido, testemunhando a nossa vida de Piedade, de Estudo e de Ação. O nosso Arcebispo D. Jorge Ortiga, numa das suas insignes intervenções, insiste na necessidade de enquanto mais velhos não esquecermos que os jovens estão aí e não podem nem devem ser ignorados por
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causa da sua suposta imaturidade bem como esses mais jovens precisam do animo e da experiencia dos mais velhos para perseverarem e não “baterem de frente”. Nenhum de nós está dispensado. Todos fomos convocados a ser discípulos missionários. A nossa Missão é testemunhar Cristo sem nos omitirmos, sem vergonha e sem respeitos humanos, a nossa Missão é darmo-nos porque Cristo retribui 100 por cada 1 que Lhe entregamos.
No nosso Cursilho todos ouvimos uma história descrita no livro de Rabindranath Tagore, sobre o Rei que passava, que estendeu a mão ao mendigo e lhe disse “Que tens tu para me dar?” Supremo motejo de um Rei. Estender a mão e pedir a um mendigo! Dei-lhe um grão de trigo e no final do dia, despejando o saco vi um pequeno grão de ouro… Chorei, chorei amargamente. Desperdicei a oportunidade de rico e aban-
donar a mendicidade. Chorei amargamente… Se eu tivesse posto na mão do Rei todos os grãos que transportava no saco. Entreguemo-nos à causa e sejamos dignos de ter S. Paulo como Patrono – atribuído aos Cursilhos pelo Papa Paulo VI - aquele que diz: “Combati o bom combate”; “Tudo posso naquele que me conforta”; “Já não sou eu quem vivo. E Cristo que vive em mim. Decolores
Reunidos em Mini-Cursilho Chegada a hora no dia 19 de janeiro de 2019 datava o início do Mini-Cursilho que se realizou no Centro Social João Paulo II em Apúlia. Era um dia invernoso com um semblante carregado de nuvens, porém, logo na entrada do edifício pairava a alegria e animação no grupo, que estava reunido para se confraternizar em nome de Deus e de Jesus Cristo. As pessoas eram acolhidas com um pequeno miminho acompanhado com chá e bolachas, de forma a despertar, desde início, o lado doce e fraterno dos irmãos cursilhistas, em contra círculo do que se passava cá fora. A alegria radiava nas pessoas bem como a “fome” da palavra de Deus e de Cristo, e assim deu mote ao início do Mini-Cursilho, que seria reitorado por uma equipa da diocese do Porto, e que antes de mais convêm salutar pela sua presença. A união do grupo ficou patente nesta reunião por causa da humildade de cada um de nós, do à vontade que tínhamos para cada um dos irmãos, tal como o Senhor quer que sejamos. Este foi um dos principais condimentos para esse sucesso, porque as pessoas estavam despidas de status ou preconceitos, estavam sim lá reunidos em volta de relatos vivenciais em que a presença do Senhor fez a diferença nas pessoas. O Senhor faz maravilhas, louvado seja o Senhor porque nos agraciou com a Sua Graça. Podemos mesmo dizer o que um destrói dois reconstrói, ou seja, uma pessoa por si só estava destinada para o fracasso,
contudo, com o apoio do outro cônjuge e em comunhão com Deus, conseguiram formar famílias cristãs felizes, fomentando ambientes no seu metro quadrado e espalhando a palavra do Senhor. Entretanto, tal como o nosso ambiente foi mudando, também o ambiente cá fora transformou-se num belo domingo de manhã de sol, em que Deus sorriu para nós e fomos comtemplados com um pequeno passeio junto à praia, de modo a que o próprio sol radiasse em nós o seu calor. Por fim, e como forma de transmissão da sapiência e vivências das pessoas, deixamos aqui para refletir e praticar, os dez mandamentos para o casal, que foram versados no Mini-Cursilho: 1 – Os dois nunca devem irritar-se ao mesmo tempo.
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2 – Nunca gritar um com o outro, a não ser que a casa esteja em chamas. 3 – Se alguém deve ganhar a discussão, deixe que seja o outro. 4 – Se for inevitável criticar, faça-o com amor. 5 – Nunca atirar à cara do outro os erros passados. 6 – Seja displicente com qualquer pessoa, mesmo com o seu cônjuge. 7 – Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo. 8 – Pelo menos uma vez ao dia, diga ao outro uma palavra de agrado. 9 – Cometendo um erro, prepare-se para admiti-lo e pedir desculpas. 10 – Quando um não quer, dois não obrigam. Decolores Carlos Ribeiro Machado / Centro de Guimarães
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MOMENTOS DE VIDA
“Eu, membro consciente e crescente do Teu corpo místico ligado a toda a cristandade viva que é a tua Igreja militante, ajudado com a Tua graça, dar-Te-ei o meu entusiasmo, a minha entrega e o meu espírito de caridade para tornar mais operante o Teu reino na minha alma e na de todos os meus irmãos”. Este, o texto inserto na primeira página da nossa “Folha de Serviço”. E na última: “Cristo conta contigo”… Aberta a “Folha” no seu interior, partilho agora o quarto ponto: “Qual o momento em que me senti mais perto de Cristo?”. Quase sempre o meu pensamento para na envolvência da Eucaristia; no contacto com
Ele na comunhão do Pão; nas visitas a propósito ao sacrário, mas também nas efetuadas à distância; na meditação… E sempre com a iniciativa a partir de mim! Julgava eu, emoldurado no esquecimento da omnipresença bondosa e perene de Deus. Desta vez fui atropelado por ELE! Passava… Há quantos anos não entro nesta casa, pensei – e logo a saudade se apressou a atravessar-me a alma e a tocar-me o coração: havia-lhe testemunhado os caboucos do sonho que a erigiu; o entusiasmo das pedras vivas que a fermentaram e o amor, sem
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fronteiras, autenticado com o carimbo do “Corpo Místico de Cristo” que fundou o seu estatuto. Entrei… À minha frente a porta larga do primeiro espaço da construção a ser acabado – a Capela. Ajoelhei-me perante o Sacrário… E fui-me lembrando de muitos que já partiram e que, tendo doado tanto para a causa, doaram-se também até ao limite suportados pela fé; e ainda de tantos anónimos que, por humildade, dividiram imenso de si próprios para distribuir um pouco de felicidade pelos outros; revi magotes repetidos de crianças saltando de alegria – alguns, por que viram o mar pela primeira vez…
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Saído da Capela, fiz uma visita por onde me foi possível – uma outra porta, porém, chamou-me a atenção. Também bastante larga. Estava fechada não à chave, mas com sistema de abertura através de um código… Perpassaram-me várias interrogações pela cabeça. Indaguei o que de importante existia para lá daquela fronteira – um lar de idosos… Fiquei feliz ao constatar que valeu a pena o sonho e acreditar nele – na verdade, estava no centro do monumento do amor ao próximo através da capacidade que tantos tiveram de distribuir aleatoriamente, vendo sempre à frente um irmão e em cada irmão Cristo. De regresso a casa – levou-me algum tempo, pois a caminhada fora apeada, dando-me, assim, tempo para refletir – o meu pensamento arrombou aquela porta de segurança e, olhando nos rostos daqueles hóspedes, pôs-se-me, de imediato, a dúvida de como foram ali parar: Amados? Deixados? Entregues? Depositados? Abandonados? Esquecidos? Desprezados? E se algum nem família tem, interroguei-me? A meio da caminhada, mesmo junto ao mar, uma casa térrea com uma parede quase cega, apenas despertada por uma janela minúscula guardada por quatro vidros rompidos pelo salitre do mar. Por detrás, um rosto pendurado no tempo – esta janela não tinha fechadura nem código de segurança para abrir. Era fixa, simplesmente!... Acordei então: Este irmão poderá não ser amado, deixado, depositado, abandonado, esquecido, desprezado… Que será então? Um descartável? Dediquei-lhe o poema que segue e partilho contigo.
PASSAVA… Naquela janela mora um descartável!... Semblante vazio de alma penada Coração sem vento, estima abalada Desnudo de sonho, presença afável… Olha sem ver, vê sem olhar Pelas lentes de orvalho há tanto esquecidas lavadas de lágrimas no tempo perdidas. E não sabe se chora E não sabe se canta E não sabe se grita E não sabe se a sorte é sorte ou desdita E não sabe se a noite é a vida que escapa Ou o dia a morte que aparece à socapa: Espera de tudo, acredita no nada… Esconde-se da fúria por detrás da vidraça: Penúria riscada pelo tempo que passa Mancha de lixo há tanto esquecida Abraçando o destino que os outros traçaram Na cela selada onde o abandonaram… O futuro é revisto no tempo passado, O passado olvidado na saudade presente - lê-se naquele rosto de olhar pungente. Não sabe se é. Já não sabe se foi. Cogitará, porventura, que ainda vai ser
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Se o futuro é passado em presente a correr? Não!... Naquele tugúrio mora um condenado Do fado desdita no limbo traçado… Porque não passas Tu, aqui, em vez de mim E te condóis com a viúva de Naím? Naquele ataúde vive, só, um morto Atado à janela da descrença… Manda parar o cortejo da indiferença Denuncia o pranto alheio carpideira… E toca-o, mesmo que de longe E diz-lhe: “levanta-te”… No âmago da Tua comiseração Protege-o, que és vida e ressurreição… Provavelmente já fede, como Lázaro – são tantos os quatro dias de desterro com os braços da alma suspensos de atonia… Pelo bálsamo e os cabelos de Maria Pela azáfama de Marta em Te servir: Atenta o desalento que o atora Não atrases a viagem, decide sem demora Faz o milagre com o traço do porvir Rasga o véu do templo agora, E diz-lhe: “Vem cá para fora”… Alberto Moreda Centro de Apúlia
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Ecos do nosso tempo 1 - Os líderes ou responsáveis dos Cursos de Cristandade, já eram líderes e responsáveis antes do Cursilho. O Cursilho, apenas os consciencializou, os transformou espiritualmente, garantindo-lhes que eram Igreja, irmãos de Cristo e Templos do Espírito Santo; 2 - Um responsável dos Cursos de Cristandade, não pode faltar com o apostolado no ambiente familiar, profissional ou social, só porque lhe foi sugerido que tocasse à campainha e que recolhesse as esmolas do templo; 3 - A Escola dos Cursos de Cristandade, não é uma empresa de fazer rolhistas ou cursilhos. A Escola, tem como missão fomentar o pré-cursilho, vitalizar os grupos nos Centros de Ultreia e dar testemunhos (rolhos-rolhos), em ordem a aprofundar o Evangelho; 4 - Por várias razões e interesses, tantas vezes o homem teve a ousadia de falsear a verdade de Cristo, da Igreja e, inclusivamente, de desfigurar as Suas imagens. Eis porque os Cursilhos de Cristandade, apaixonada e apostolicamente, dão a Boa Nova a todos os de boa vontade, elevando-os até Deus. 5 - A mensagem cristã, transmitida pelos Cursos de Cristandade, transforma os não cristãos, os ateus ou os duvidosos. Esta mensagem, que tem por fonte o Evangelho, antes, já transformou as Equipas que no Cursilho trabalham, com a ajuda do Espírito Santo; 6 - Os Cursos de Cristandade, também são uma escola de vida: têm sido mestres há mais de sessenta anos, para milhões de homens em todo o mundo cristão. Mas, os seus responsáveis, sentem-se simplesmente aprendizes: acreditam na oração e sabem que só o Espírito Santo fala muito, bem e em pouco tempo; 7 - Os Cursos de Cristandade, são para os homens como foi o Amor de Cristo a Pedro: são singulares, sobrenaturais e, o que os Cursos fazem, jamais alguém o poderá explicar, a não ser Deus;
8 - Há homens que necessitam indesmentivelmente da frequência de um Curso de Cristandade, olhando aos males e aos perigos que o mundo contém. Pena é, que tantos, não analisem o seu “estado interior” ou não oiçam a voz do Espírito Santo, que constantemente fala e chama; 9 - Os Cursos de Cristandade, são o único Hotel do mundo: dão de comer e de beber a quem tem sêde e fome e, quanto ao descanso, existe o Colo da Mãe-Igreja, que acolhe sem interrupção. E tudo isto, gratuitamente; 10 - Nos Cursos de Cristandade, nunca se anulou ou se proibiu pensar sobre os Temas/Mensagens que ouvem, antes pelo contrário: apela-se constantemente a que os Cursistas – durante o Curso – usem a inteligência, a oração e a presença do Espírito;
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11 - Os Cursos de Cristandade, dão novo sentido à vida dos homens. Assim, é necessário que estes, ao frequentarem e ao saírem do seu cursilho, sintam pena de se separarem das Equipas Reitoras, pelo Evangelho anunciado, pelos testemunhos e exemplos que de todos receberam; 12 - Conclui-se, durante um Curso de Cristandade que, afinal, o Diabo não passa de um acorrentado manhoso, traiçoeiro, que é banido da vida do homem, se este se deixar cuidar no Colo de Deus, da Mãe e da Igreja. Artur Soares (P.S. O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico).