‘de colores’
mais além
Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros
REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga
JULHO 2019
TEMPO DE REFLEXÃO E DISCERNIMENTO Caros(as) Irmãos(ãs) Cursilhistas: Neste tempo de paragem, somos convidados a refletir sobre o momento que atravessamos no nosso Movimento na Arquidiocese. Sabemos que estamos em processo de mudança para um novo secretariado arquidiocesano e necessitamos muito das vossas orações para que Deus, pela graça do Seu Divino Espírito, nos ajude a discernir quem devem ser as pessoas chamadas para assumir esta missão de tão grande responsabilidade. Assim, nos alude o Livro do Eclesiastes, 3,1-16: «Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou, tempo para matar e tempo para curar, tempo para destruir e tempo para edificar, tempo para chorar e tempo para rir, tempo para se lamentar e tempo para dançar, tempo para atirar pedras e tempo para as juntar, tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço, tempo para procurar e tempo para perder, tempo para guardar e tempo para atirar fora, tempo para rasgar e tempo para coser, tempo para calar e tempo para falar, tempo para amar e tempo para odiar, tempo para guerra e tempo para paz. Que proveito tira das suas fadigas aquele que trabalha? Eu vi a tarefa que Deus impôs aos filhos dos homens para que dela se ocupem. Todas as coisas que Deus fez, são boas a seu tempo. Até a eternidade colocou no coração deles, sem que nenhum ser humano possa compreender a obra divina do princípio ao fim. Eu concluí que nada é melhor para o homem do que folgar e procurar a felicidade durante a sua vida. Todo o homem que come e
bebe e encontra felicidade no seu trabalho, tem aí um dom de Deus. Reconheci que tudo o que Deus faz é para sempre, sem que se possa acrescentar ou tirar nada. Deus procede de maneira a ser temido. Aquilo que é já existiu, e aquilo que há-de ser já antes foi; Deus vai à procura daquilo que não se encontrou.» Queremos um Movimento que ponha a inteligência ao serviço dos interesses do coração, que nos ajuda a percecionar que só seguinte o modelo e testemunho de Jesus Cristo é que podemos construir uma base sólida e sustentável. Abramos o nosso ser à mutabilidade para que a imutabilidade de Deus esteja firme e consistente na nossa caminhada de fé. A missão de ser discípulos missionários passa por esta renovação interior, sabendo que o cristão coerente e consciente
é aquele que vai pondo à prova a sua fé, questionando e duvidando, para que na busca da verdade se encontre com a Verdade plena que é Jesus Cristo. Que a mudança nos proporciona e novas perspetivas para o MCC, na nossa Arquidiocese, nunca esquecendo que todos somos buscadores permanentes de Deus na nossa vida. Lembrando as palavras de Santo Agostinho: «Crer não pode ser sem querer». Agradecemos ao Senhor da Messe pelo secretariado que termina agora as suas funções e invocamos para eles as bênçãos de Deus para que continuem a ser testemunho e fiéis ao caminho que o Senhor lhes indica e chama a estar nos vários ambientes da vida quotidiana. Padre Henrique Ribeiro Diretor Espiritual do Movimento
Mais Além
Falecidos NOME
CURSILHO
CENTRO
Maria das Dores Parente Viana
116
Braga
Registamos a Vossa Generosidade
António Dâmaso do Couto 609
16
Lousado
Donativos
Domingos Machado
30
Guimarães
Manuel Agonia Pereira Fangueiro
86
Caxinas
Manuel Rosa da Silva Marques
86
Caxinas
Joaquim Fernandes
341
Fafe
Monsenhor Padre Manuel Ferreira de Araújo
108
Caxinas
Maria Lucília da Costa e Sousa
59
Pevidém
Padre Domingos Coutinho Silva
1
Braga
Arnaldo de Jesus Marafona
84
Caxinas
Áurea Celeste Marques da Silva
33
Guimarães
Belmiro
Braga
20,00
Pe Horácio Campos Moreira
Brufe
10,00
Manuel Gama Ribeiro
Braga
20,00
Fernando Sousa
Braga
20,00
Maria Isabel Lima Nunes Novo
Esposende
10,00
Narciso Almeida Lima
Marinhas
5,00
Filipe Martins
Marinhas
5,00
Arminda André Lima
Marinhas
10,00
Cirilo Ribeiro
Marinhas
10,00
Orlanda Andrade
Fafe
5,00
Adelaide Cunha
Fafe
5,00
Anónima
Fafe
15,00
Deolinda Castro Cunha
Fafe
20,00
Arminda Moura
Fafe
15,00
Francisca Teixeira
Fafe
10,00
Manuel Costa
Guimarães
10,00
Clara dos Santos Diogo
Braga
20,00
Maria Conceição Oliveira Costa Cunha Vila Verde
10,00
Joaquim Gomes da Silva
Marinhas
10,00
Maria Isabel Carvalho de Azevedo
Louro
5,00
Maria Conceição Silva A. Sousa
Louro
10,00
Joaquim Rodrigues de Araújo
Louro
10,00
Bernardino Flores
Braga
João Dias Azevedo
Coletas Coletas Escola 18.03.19
14,66
Centro de Lousado
68,02
Coletas R. Delegados 25.03.19
6,98
Centro de Braga
51,87
20,00
Centro de Marinhas
70,00
Braga
10,00
Coletas Escola 20.05.19
19,70
Casal anónimo
Lousado
30,00
Centro de Vila Verde
30,00
Álvaro Cruz
Vila do Conde
5,00
Fátima Bom Pastor
Vila do Conde
5,00
Centro de Braga
61,24
Fátima Cardoso
Vila do Conde
20,00
Coletas Escola 17.06.19
23,00
Glória Barbosa
Marinhas
10,00
Centro de Marinhas
55,00
Anónimo
Abação
10,00
Coletas de Caxinas
200,00
José Maria Gonçalves
Lousado
10,00
Centro de Ultreia das Caxinas
Caxinas
205,00
Centro de Caxinas (por lapso quantia não mencionada no jornal de março de 2019)
405,00
2
Mais Além
que nos agradou. No terceiro nível, o profundo, é o nível do agradecimento sentido, o agradecimento mais profundo, é o nível do vínculo, o nível que nos faz sentir vinculados e comprometidos com quem fez tanto por nós. Nesta linha, há, relativamente pouco tempo, um professor português, convidado de uma Universidade Brasileira expressava-se de forma notável quando tentava passar para a prática do dia-a-dia os três níveis de gratidão do documento de S. Tomás de Aquino. Dizia, na Europa podemos encontrar na cultura e modo de expressão os três níveis. No nível superficial, podemos considerar os Ingleses que, habitual e invariavelmente agradecem com um simples ‘Thank you’ ou os Alemães que simplesmente dizem ‘Dank’. Estes reconhecem que algo de bom lhes aconteceu mas não ousam ou não se permitem de ir mais além apesar de um sorriso que possam esboçar. No nível intermédio, podemos considerar os Espanhóis que manifestam o seu agradecimento com um ‘Gracias’ reconhecendo a graça recebida. Da mesma forma, os Italianos que dizem ‘Grazie’ pela graça recebida. Ainda os Franceses que dizem ‘Merci’ reconhecendo a mercê recebida. Neste nível reconhecem que devem dar ‘Graças’ pelo bem com que foram presenteados. No Nível mais profundo, nós, os Portugueses, dizemos ‘Obrigado’, sentimos ter uma dívida de gratidão pelo bem que nos aconteceu, sentimos a obrigação de agradecer… De facto, é este o sentimento que gostaria de expressar a todos os que colaboraram, mais ou menos ativamente com este Secretariado dizendo, de coração, de forma muito sentida, Obrigado. Muito Obrigado por tudo o que pude aprender com cada um de vós. Muito Obrigado a Deus por ter colocado no meu caminho gente que me enriqueceu tanto. Muito Obrigado. Porque me sinto Obrigado a todos vós, deixando de ser Presidente deste Secretariado, não deixarei de estar ao vosso dispor e ao serviço do MCC porque estou obrigado a dar cumprimento a tudo o que durante três anos fui transmitindo a todos num testemunho de verticalidade e coerência. Porque me sinto chamado a ser missionário e a fermentar de Evangelho os meus ambientes, anima-me o facto de ter uma ideia muito clara. Não encontro ninguém nesta vida por acaso. Cada pessoa, cada situação, cada desventura, cada êxito é um teste, uma lição, ou seja, mais um presente que Deus colocou no meu caminho. Porque sou responsável e coerente com o compromisso assumido com Cristo e com o Movimento dos Cursilhos de Cristandade, sempre que Ele me chamar, pode contar com o meu esforço, empenho e dedicação pelo facto de amar, vivenciar, conhecer e sentir a obrigação e o dever de defender o MCC. No dia da Clausura do meu Cursilho, o 222, em dezembro de 1982, quando me entregaram a minha folha de serviço disseram-me: “ Jaime, Cristo Conta Contigo!” ao que eu respondi “E eu com a Sua Graça.” Meus queridos amigos, não vos direi adeus. Direi antes um ‘até sempre’ já que, sempre que estejamos na Eucaristia, estaremos sempre presentes e assim nos manteremos até à nossa Ultreia Celestial. Mais Além.
Caríssimos Irmãos Cursilhistas Ao terminar o mandato que me foi conferido a 31 de julho de 2016, quero agradecer a todos o apoio e carinho que me dispensaram ao longo destes três anos. Este Secretariado tudo fez para consolidar a estrutura e o interesse de todos nas atividades do nosso Movimento. Vivemos intensamente o mandato que nos foi conferido e como Presidente deste Secretariado, assumo a responsabilidade e peço perdão por qualquer assunto não resolvido ou ainda em fase de resolução. Gostaria de salientar a boa convivência Centros de Ultreia/Secretariado e, relativizar o que de menos saudável possa ter acontecido. Ao longo deste período de três anos, houve muita interação com muitos dos Centros de Ultreia e com outros nem tanto mas, cada um conhece as suas razões e Aquele a quem servimos e amamos conhece as razões de todos nós. Foram três anos de trabalho, dedicação e entrega às tarefas assumidas, muitas vezes relegando para segundo plano aqueles que devem ser as nossas primeiras preocupações. Quando se está em Secretariado, o nosso metro quadrado alarga-se e estende-se e, por isso, o tempo de descanso é menor, o stress é muito maior, ainda assim, a alegria de se ter trabalhado é muito mais compensadora. S. Tomás de Aquino escreveu o ‘Tratado da Gratidão’. Neste documento, gratidão é definida em três níveis. Num primeiro nível, o Muito Superficial, é o nível do reconhecimento, o nível cognitivo, intelectual, o nível que nos mostra que algo de novo se operou na nossa vida e até esboçamos um sorriso. No segundo nível, o Intermédio, manifesta-se a alegria de ter recebido de alguém algo
Jaime Pinto
3
Mais Além
ÚLTIMOS CURSILHOS O Movimento dos Cursilhos de Cristandade a caminho de cumprir seis décadas na Arquidiocese de Braga, realizou em abril passado, dois cursilhos: 400.º Cursilho de Homens e 401.º Cursilho de Senhoras.
Os Cursilhos decorreram em simultâneo, de 24 a 27 de abril, um nas instalações do Centro João Paulo II, na Apúlia e outro nas instalações da Congregação da Divina Providência e Sagrada Família, em Braga, respetivamente. Recordados das descobertas efetuadas no Cursilho e dos momentos em que perante o Sacário obtiveram resposta a dúvidas e anseios; e conscientes de que a oração é elemento fundamental para e no decorrer dos Cursilhos, irmãos portugueses e de vários países, dos diferentes pontos do mundo, uniram-se a nós e fizeram chegar a sua inten
dência para o sucesso apostólico e bênção destes cursilhos. Aos valentes durante três dias foi dada a conhecer a oportunidade de seguir um novo ideal: Jesus Cristo.
4
A Clausura dos Cursilhos realizou-se, ao princípio da noite, no dia no Centro João Paulo II, na Apúlia, seguida de Eucaristia. Na clausura os centros fizeram-se representar por irmãos que acolheram de braços abertos os novos cursilhistas. Os presentes tiveram a oportunidade de ver como o Senhor tocou os seus corações, o Senhor faz em nós maravilhas. Foram vividos momentos de muita felicidade e entusiasmo, com a certeza de que todos, novos e velhos cursilhistas, saíram mais fortalecidos para o seu Quarto Dia, esboçando no rosto a alegria de que vive em “maioria absoluta” com Cristo. Decolores
Mais Além
A VOZ DOS MAIS NOVOS CURSILHISTAS Sou a Ana Araújo, tenho 35 anos, sou casada com o Rúben Gabriel (que fez o cursilho nos mesmos dias que eu) e temos dois filhos. Somos de Caxinas. O Rúben fez o cursilho 400 e eu o 401. A nossa grande, ou melhor, a maior de todas as experiências começou por um convite. O facto de o meu marido ter aceitado fazer um curso de cristandade foi, até então, o maior milagre da minha vida. Eu sempre gostei de frequentar a Igreja desde que me conheço. O meu marido sempre se disse cristão, mas participar não era opção. Este aspeto criou algumas dificuldades, porque eu gosto de estar ao serviço. Nunca desisti dele. Todas as minhas orações e sacrifícios eram para a sua conversão. Posso dizer que tive sempre grande apoio no meu grupo de oração e de peregrinação. Todos foram incansáveis nas orações por nós. O Ruben é o melhor marido que pude escolher. Mas no nosso casamento faltava Jesus mais vivo. Quando o convite me bateu à porta fiquei petrificada. Uma amiga ligou-me e queria falar connosco. Muito prontamente abri as portas da minha casa. O convite foi feito e a primeira resposta da parte do meu marido foi o não. Um balde de água fria inundou o meu ser. Entretanto o Espírito Santo tomou conta do assunto. Já não era a nossa amiga a falar mas sim Ele. Coisas belas foram ditas e de uma forma tão doce que no fim veio o sim - Ó meus Deus, ele disse sim!!. Em mim senti a euforia do momento e a dúvida de que aquilo estava a acontecer. Todo o meu ser exaltou. O curso de homens, que começaria a 3 de março, foi adiado. Mas não demorou a vir nova data, 24 de abril e desta vez homens e mulheres em simultâneo. O Ruben voltou a vacilar. 24 de abril é o dia de aniversário do nosso filho mais novo, por isso “não vamos”. Eu não respondi. Deixei o tempo passar e entreguei tudo nas mãos de Maria e Jesus. Ele emigrou. O tempo passou, a ansiedade consumia os meus dias. O Rúben também já não se sentia bem por estar longe da família. A 16 de abril regressou. Foi hora de conversarmos. Pedi ajuda ao altíssimo para colocar nos meus lábios as palavras certas para
conseguirmos aproveitar a oportunidade. Assim foi. Festejaríamos o aniversário do nosso filho na hora de almoço e à tarde lá iriamos. Até ao dia anterior ele vacilou. Ao ficamos a saber que não íamos estar juntos, desanimei. Não por ficarmos separados, mas sim por ver que ele ainda vacilava. Considerei normal. Todos temos os nossos medos. Foram os medos que durante muito tempo me prenderam, que me tiraram o sono, que me impediam ir mais além. Já no dia de irmos, o meu telefone toca, era a nossa amiga a querer saber da nossa decisão. Abri o meu coração, então ela ligou-lhe. O que ela lhe disse não sei, só sei que ele mudou. Lá fomos para o cursilho. Na primeira noite, depois de recolhermos aos nossos quartos, na minha mente seguiu-se um filme: o que eu fui e o que agora sou. Foram os momentos que mais mexeram comigo. Recordei coisas que me magoaram imenso, recordei uma em especial e ali encontrei a resposta. “Tu, Ana sempre andaste nos meus caminhos, perdeste-te, eu fui-te buscar.” Doeu-me muito recordar que virei as costas ao Pai, mas que Ele nunca se esqueceu de mim. Como é que um pai se pode esquecer de um filho? Obrigado Pai. A parábola do filho pródigo ecoava no meu ser. No dia seguinte, realizou-se a leitura da parábola que referi e todo o meu ser se arrepiou. Todos os dias havia coisas novas para aprender. Posso dizer que absorvi cada palavra, cada gesto, cada sorriso, cada lágrima como uma esponja. Senti orgulho de ser uma escolhida de Deus, senti-me completa. Um grupo fantástico. Cada uma com o seu feitio e forma de ver o mundo, mas todas reunidas para o mesmo sermos cristãs. Todos os dias Deus falava através daqueles irmãos que tanto nos deu e nos enriqueceu. Passei várias vezes para o lado de lá, via-me no filme da minha vida. Meus Deus levaste-me tantas vezes ao colo. O que eu fazia para te agradecer? Nada. Chegou a hora de colocar as mãos na grande messe do Pai, mas os trabalhadores são poucos. Não houve momento em que não me questionasse como estaria o Rúben a viver toda esta maravilha e como iria ser quando dali saíssemos. Trocamos mensa-
5
gens ao deitar. O feedback era muito positivo, o que me enchia ainda mais o coração e me dava ânimo para um novo dia. Chegou o dia da clausura. O que seria? O dia em que a Graça de Deus inunda todo o nosso ser. Entramos numa enorme sala, repleta de pessoas que rezaram incansavelmente por cada um de nós. Gentes do mundo inteiro mandaram as suas intendências. É incrível como o universo conspira a favor do Senhor. Fomos recebidos com enorme alegria e emoção. Toda eu tremia. Era muito bom o que estava a acontecer. Meu Deus mais uma vez questionava, será verdade? O meu marido estava lá. Com um sorriso novo, um coração renovado e um novo ser. Pediram-nos que dessemos o nosso testemunho. O Rúben deu o seu. Chorei. Chorei por o ver chorar, chorei por ver o tesouro que ele tem guardado dentro dele, chorei de orgulho de ele estar inundado do Espírito Santo e ter deixado que Maria seja sua mãe, Deus seja seu Pai e Jesus o nosso irmão e mais fiel amigo. Dissemos juntos “Cristo e eu maioria absoluta”. Ouvimos ao longo destes três dias a falar no nosso Quarto Dia. O Quarto Dia será até ao fim dos nossos dias. Nada mudou cá fora, mas o nosso ser, os nossos olhos é que veem as coisas de outra forma. Foi engraçado perante os nossos filhos. Mamã, papá agora rezamos antes e no final das refeições? Pai agora já queres ir á eucaristia? Tentamos passar o nosso testemunho o melhor possível. Sermos nós mesmos, ver Deus em todas as coisas principalmente nas dificuldades. Hoje tenho uma sede insaciável, quero muito aprender mais sobre Jesus a sua história as suas gentes. Já era catequista, mas encaro a minha missão com mais garra. Hoje o meu marido pertence a uma confraria da nossa paróquia. Já viram como Deus tudo pode? Perguntam-me o que eu fiz para ele ter mudado tanto. Eu não fiz nada, nunca desisti dele. Quem fez foi Maria que intercedeu por ele a Jesus e Deus pai. Decolores. Ana Araújo Centro de Caxinas
Mais Além
CURSO DE DINAMIZAÇÃO AMBIENTAL
Decorreu nos dias 18 e 19 de maio em Albergaria-a-Velha, diocese de Aveiro, na Casa Diocesana Nossa Senhora do Socorro, o Curso de Dinamização Ambiental (CDA Nacional). A equipa reitora composta pelo presidente do Secretariado Nacional, Joaquim Mota, e casais cursilhistas do Porto e o diretor espiritual, o senhor padre Batista presentearam presentearam-nos com temas e rolhos atualíssimos e com as suas profundas vivencias pessoais. Louvamos e agradecemos por isso ao Senhor, nosso Deus porque
nos permitiu e chamou a estar presente nestes dois dias e a ter vivido com todos uma jornada muito marcante na nossa caminhada. Muito bem representado e por isso nos congratulamos, esteve o MCC de Braga com a preciosa presença de treze irmãos cursilhistas, incluindo elementos do nosso secretariado. Este CDA era aguardado com grande expectativa, por se tratar de uma experiência a aprender para a realização futura desta atividade na nossa Arquidiocese, mas também pela extrema importância que tem para nós no pós-cursilho,
6
para caminharmos no nosso Movimento, conscientes do seu verdadeiro carisma e finalidade. Muito interessante para nós foi constatar a importância dos temas apresentados no sentido de nos fazerem refletir e aprofundar a nossa ação, tendo em conta o panorama dos ambientes naturais, profissionais e socioeconómicos em que vivemos inseridos. É muito provável que doravante possamos viver mais a riqueza que o nosso Movimento nos pode proporcionar através dos mecanismos próprios: do tripé, a Graça e a finalidade principal, saber e querer falar
Mais Além
de Cristo nos nossos ambientes, estar onde e como Ele quer. Cristo precisa de ti! Das tuas mãos, do teu olhar, da tua boca e do teu coração para amar. Continuo a pensar cada vez mais nesta realidade: depois de se ter vivido um Cursilho de Cristandade, ou se fica apaixonado ou não se viveu convenientemente aquele encontro único e declarado da nossa intimidade com Cristo. Podemos e devemos comprometermo-nos mais pelo MCC. Foi este o meio pelo qual nos encaminhamos para encontrar Cristo e os irmãos. Não podemos esquecer! Assim, a necessidade acrescida de estudar, aprofundar e estar em cada uma das atividades, num reencontro com os irmãos e os bons momentos que vivemos num Cursilho de Cristandade e no ambiente fraterno de uma clausura. O CDA foi mais uma oportunidade para não nos deixar oxidar e aferir o nosso comodismo, ter presente a finalidade, ou seja, tornar possível Cristo presente no mundo com o nosso testemunho, com o nosso exemplo, a nossa palavra e com a nossa vida. Não se pode de todo traduzir a profundidade do que lá se viveu. Foram dois dias que se tornaram intensamente bem estruturados e apelativos, sempre em De Colores. Em jeito de conclusão e como partilhamos entre os presentes “só vivendo um CDA temos a noção dos desafios e o espírito do MCC.
É preciso trabalhar! Ele conta com cada cursilhista no lugar que nos destinou e, que porventura esquecemos com a nossa insensibilidade. Tantos Cristos nos ambientes e nenhum eu tentei ajudar! Jesus Cristo conta comigo! Jesus Cristo conta connosco! Por fim, e como dizia o Padre Batista, a Igreja tem que estar em saída até ao irmão. A caridade abrange tudo, todos os homens e o Homem todo. “Onde está o teu irmão? Que fizeste do teu irmão? Quantos sussurros nas periferias que nós fingimos não ver!” Há Cristos nos ambientes! Decolores Carlos Castro Centro de Guimarães
“Encontrei o meu ideal” Testemunho Estava longe de imaginar como seria marcante na minha vida a vivência de um cursilho de Cristandade e como esta vivência a iria transformar. Aprendi a ser melhor esposa, melhor mãe e melhor amiga. Comecei a olhar o mundo de uma maneira diferente, a natureza, o ser humana e sobretudo a minha pequenez. Mas teria que ser algo mais. Foi maravilhoso descobrir que o Senhor precisa de mim. Foi maravilhoso descobrir que o Senhor precisa de todo o ser humano para o levar a todos os ambientes.
7
Grande responsabilidade, mas algo de precioso aprendi e senti. Que com os joelhos em terra nunca estaria só. Por isso a minha perseverança e fidelidade ao senhor e ao MCC ao longo dos anos. E tem sido em variadíssimos ambientes «difíceis por vezes» que me senti ser um instrumento nas mãos do senhor, mas sempre com a certeza que não estava só. A obra é toda Dele. Os êxitos são do senhor, os fracassos são os meus. O nosso fundador Eduardo Bonnín é exemplo vivo desta realidade. Disse sim ao chamamento do senhor e levou este belo movimento a todos cantos do mundo fazendo maravilhas em seu nome. Cabe a cada um de nós continuar a transmitir esta realidade. O MCC tem um carisma próprio e único, eu procuro aproveitá-los todos! Mas consciente que não podemos fechar-nos em três tendas…. Reflito muitas vezes que a nossa sociedade atual precisa mais que nunca de conhecer este tesouro que encontramos na vivência do cursilho. Não é «passado» é hoje. Todos fomos chamados a ser líderes nos ambientes, para quê temer? Para quê agarrarmo-nos a preconceitos, medos, quando temos ferramentas tão preciosas ao nosso alcance. O mundo de hoje para acreditar em algo tem que ser testemunhado se for o contrário não conseguiremos levar a boa nova aos ambientes. Estou sempre inquieta com tudo e todos e preocupa-me pois de maneira nenhuma quero chegar um dia de mãos vazias quando o senhor me perguntar o que fiz dos talentos que ele me deu. Sempre em decolores! Mélita Centro de Ultreia de Braga
Mais Além
À CONVERSA COM PADRE SAMUEL VILAS BOAS tude. Recordo com saudade as JMJ 2000, em Roma, que consolidaram a minha decisão de seguir em frente, rumo ao sacerdócio. Senti que poderia disponibilizar a minha vida ao serviço da Igreja. Confesso a dificuldade da ideia de ter que ser mais para os outros do que para mim mesmo, ou seja, ter de optar por centrar-me mais nos outros, à imagem de Jesus Cristo. E ter a coragem de abdicar do projeto pessoal de vida. No fundo, fui percebendo a “força” que mais me atraía para opção de vida! Claro que tive momentos de dúvidas, se valeria apena enveredar por esta via, mas o “caminho” ficou mais claro quando caminhamos com outros no mesmo ideal.
Que dificuldade maior encontra no exercício do seu ministério?
A minha dificuldade maior prende-se com o acompanhamento das várias realidades humanas existentes nas paróquias, sobretudo nas famílias e jovens. Ao exercer o ministério sacerdotal, encontro um mundo de exigência na abordagem à complexidade de aspetos pastorais. Tentar responder e corresponder, tornar-se próximo implica muita “arte” para o constante equilíbrio de ser à hora certa a palavra-chave!
Quem é o padre Samuel Vilas Boas?
É sempre mais fácil dizer o que fazemos do que aquilo que somos! Fui ordenado a 17 julho de 2005, pelo Arcebispo D. Jorge Ortiga, na Cripta do Sameiro e atualmente faço a paroquialidade nas comunidades de Santa Maria de Silvares, São Cristóvão de Selho e S. Martinho de Candoso, no Arciprestado de Guimarães e Vizela. Dizer «quem sou?» implica olhar-me ao espelho da Cruz de Cristo, para ser todos os dias aquele que Deus quer. É certo que nem sempre sou aquele que desejava ser em rela-
ção aos outros e a Deus. Sou, como todos, imperfeito e limitado, mas tentado a ser com e para os outros!
Em que altura da sua vida, idade talvez, sentiu o apelo ao sacerdócio? Como soube que era chegado o momento de seguir em frente?
Após a frequência do 7º ao 12º ano no Seminário Menor, foram os dois primeiros anos de Filosofia e Teologia que mais me marcaram, assim como a ajuda de todos familiares, sacerdotes e colegas da juven-
8
É um homem e padre jovem, no entanto já deve ter experimentado alguns dissabores. Já se questionou sobre os propósitos que o movem?
Aprendi a crescer no exercício do meu ministério sacerdotal. A realidade humana tem as suas particularidades e exigências! Aprendi a perceber que, dia após dia, os motivos das pessoas em muitos casos são um desafio a respeitar e a valorizar! Para mim a grande questão não é tanto sobre os propósitos que me movem, mas a forma como eu estou
Mais Além
a exercer a minha ação de ministério sacerdotal. Será que o meu “eu” está à frente do “ser de Cristo”? Como é que Cristo faria no meu lugar?
O padre Samuel é cursilhista. Como teve conhecimento deste Movimento? Quando frequentou o seu Cursilho?
D. Antonino Dias convidou-me a participar no Cursilho 366, a 30 agosto de 2008, juntamente com 4 sacerdotes, no Sameiro.
Pode dizer-nos o que o levou a fazer um Cursilho de Cristandade?
Aceitei o desafio de participar, pois a ideia principal era proporcionar aos sacerdotes o conhecimento interno do Movimento. Todos os Movimentos da Igreja, e os Cursos de Cristandade sem exceção, devem ter forte organização e método. Como nas paróquias existem alguns grupos e movimentos, torna-se importante para o pároco conhecer a mística e o sentido dos mesmos. Foi nessa base que tentei frequentar o Cursilho.
Que testemunho nos pode dar do que foi a sua vivência?
Quando participei no meu Cursilho, dei-me conta da riqueza espiritual dos Rolhos e no impacto profundo que causaram na minha vida. Tudo era cuidado e pude observar a mudança em mim e nos leigos. Foi uma vivência enriquecedora.
Hoje, o padre Samuel vai participando em Cursilhos numa posição diferente, a de assistente espiritual. Como é estar perante homens ou mulheres retirados do seu conforto e dispostos a um novo conhecimento de Jesus?
A minha participação ainda não é muito profunda e intensa no mé-
todo e organização, contudo como assistente espiritual verifico as conversões de leigos que aderem à proposta do compromisso eclesial, na execução do tripé. As comunidades paroquiais necessitam de “sangue novo”, de cristãos entusiasmados em Cristo. Vale apena dispensar o nosso tempo para ver acontecer o milagre da conversão e da mudança operado pelo Espírito Santo.
O MCC é um Movimento de Leigos que conta com os sacerdotes. Como vê a participação do sacerdote na dinâmica de um cursilho?
Claro que a presença do sacerdote num cursilho é vital, começando pela intensa preparação, vivência e avaliação. Deve estar inteiramente disponível para que aconteçam os frutos da mudança! Mas também é importante que o pároco seja ajudado por um grupo de leigos experientes a “convidar” novos para a frequência do Cursilho. Talvez seja imperioso melhorar e envolver os párocos nesta etapa.
Como vê o Movimento e qual o seu incremento no seio da Igreja?
Vejo o Movimento como um meio importante na pastoral da evangelização com capacidade de transformar muitos cristãos ainda adormecidos na fé cristã. A Igreja precisa deste Movimento para lançar as redes para a missão ad intra como nos apela tantas vezes o nosso Arcebispo D. Jorge. Mas de facto, nota-se uma quebra na participação. Isto faz-nos pensar sobre a qualidade da proposta do Movimento e sobre audácia de muitos nossos líderes. Há necessidade de renovar!
O padre Samuel é o vice-arcipreste do arciprestado Guimarães e Vizela. A sua condição permite-lhe o contacto próximo com os sacerdotes desse arciprestado.
9
Que visão têm esses sacerdotes sobre o Movimento? Que envolvimento têm?
O arciprestado de Guimarães e Vizela é composto por 78 paróquias com diversas realidades sociológicas e eclesiais. Contamos com cerca de 40 párocos, um diácono e alguns capelães, nas 7 zonas pastorais Não cabe a mim fazer qualquer juízo de valor ou apreciação sobre a visão que os párocos têm deste movimento como de qualquer outro. Aliás, aquilo que é fundamental dizer é que os leigos, membros deste belo movimento, têm de envolver-se no todo da pastoral. O importante é de facto viver o método do Movimento mas não ser exclusivista e isolacionista, nem força de bloqueio. É necessário ter um olhar de integração na realidade. Portanto, tudo quanto venha para integrar e colaborar é aceitável.
O Centro de Ultreia de Pevidém está inativo há alguns anos. No entanto, sabemos que o padre Samuel está envolvido numa tentativa de lhe voltar a dar luz. O que nos pode contar a esse respeito?
Penso que é necessário fazermos uma reflexão profunda e auscultarmos todos os antigos cursilhistas, sabendo que muitos já têm idade avançada. Depois é necessário perceber o que é possível fazer numa primeira fase. Há algumas possibilidades em aberto: convidar casais para pré cursilho! Não queremos que nos roubem a esperança!
Para terminarmos, que conselho deixa aos cursilhistas?
Aos cursilhistas, deixo o desafio de olharem para Cristo, sempre como o centro da vida. Olhem para Ele e deixe-se amar pelo amor misericordioso. Rezem, estudem, trabalhem pelo bem da Igreja, com Amor e Espírito de serviço. Procurem o bem maior em detrimento da parte. Sejam mais de Cristo!
Mais Além
Sob o lema «Eu sou uma missão», a Arquidiocese de Braga viveu a Solenidade de Pentecostes. Uma das iniciativas decorreu a partir das catorze horas e trinta minutos, do passado mês de junho, uma vigília “em jeito de peregrinação”. Esta iniciativa foi promovida pela Comissão Arquidiocesana para os Leigos, Família e Vida para a qual os Movimentos Eclesiais, Associações de Fiéis, Grupos Eclesiais e da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Braga foram os destinatários preferenciais, mas qualquer pessoa pôde participar. A Vigília contou com a partici-
pação do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, e foi presidida pelo Pe. Luís Marinho, Vigário Episcopal para o Laicado e Família. De acordo com o sacerdote, o encontro pretendeu sublinhar a comunhão de todos os membros da Igreja e, sobretudo, a missão comum pela qual todos somos. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade, à semelhança de anos anteriores, participou desta caminhada religiosa partilhando e assumindo as intenções do santo padre que sonha “com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os
horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de «saída» e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade.”
pois o tempo que dou ao Senhor é gratificante. Foi uma experiência muito forte, muito intensa e muito bela; a começar pelo acolhimento e a acabar numa linda clausura. Pertenci a uma equipa onde se notou a união, o carinho, a amizade e a força do Espírito Santo a trabalhar em cada uma de nós. Dar o toque da campainha foi uma das minhas tarefas. Conforme fui assumindo
a tarefa, percebi que a campainha serve para despertar as novas cursilhistas, mas também para nós equipa não nos deixarmos adormecer sobre o trabalho feito. Nunca estamos completos. Continuarei a caminhada de fé, ciente de não quero ser só como a “Marta atarefada”, mas também quero ser como Maria e aproveitar a paz que a Palavra de Deus transmite. Decolores
(Evangelii Gaudium, 27).
CHAMADA À MISSÃO Testemunho: Chamo-me Rosa e vivi o meu cursilho, o 393, intensamente. Colhi tudo o que pude. Estive lá de alma e coração. Ainda, hoje agradeço a Deus o facto de alguém me ter chamado a este Movimento, pois cresci como pessoa, como mãe e como esposa. No passado dia 24 de abril de 2019 deu-se início ao cursilho 401 de senhoras, para o qual fui convidada a trabalhar, pela primeira vez como responsável. A minha resposta ao convite foi um “sim” imediato, com a certeza que não me arrependeria
10
Rosa Maia Centro de Apúlia
Mais Além
TÃO PERTO DE MIM, SENHOR!
- Onde estás Senhor? - Tão “longe” e tão perto! Tão longe do meu entendimento e tão perto na Palavra, no Sacrário, na natureza, ao meu lado, no meu irmão, em mim! Por vezes não Te vejo! Por vezes não Te oiço! Por vezes não Te sinto! Mas sei que Tu estás tão perto! Será que Te esqueço? Será que não Te quero? Não Meu Amigo, nada disso! Sabes que não é por mal! Desculpa Senhor. Mas sabes bem da vida turbulenta que levo, da correria diária, do meu despertar quase sem tempo para Te agradecer o grande dom da vida, dos dias que passo mergulhado em montes de trabalhos e preocupações. Mas Tu, meu Amigo, Tu que sabes tudo e, mesmo que eu não o mereça, nunca Te esqueces de mim! OBRIGADO! Tu sabes bem que Te amo! Chamaste-me para o Teu serviço no último cursilho de homens, o
400, e eu, algo surpreendido e incrédulo, “timidamente” respondi “Eis-me aqui Senhor!” Entreguei-me, incondicionalmente, a Ti e aos irmãos. Senti a enorme alegria do Teu Amor e da Tua Graça atuante, minuto a minuto, hora a hora, naqueles três dias, passados ao pé da Mãe (Sameiro) que ficarão para sempre gravados no meu pobre coração. Que graça poder ver-Te e sentir-Te de novo tão perto. Falar-Te cara-a-cara, olhos-nos-olhos, desabafar conTigo! Meu Senhor, meu confidente! Que graça que foi Senhor sentir-me como que a reviver, mas agora com redobrada alegria e felicidade, o meu cursilho, o 199 de Braga, em 1980. Mesmo sabendo-me e sentindo-me tão pequenino e tão pobre, como o barro nas mãos do oleiro coloquei-me nas mãos do Senhor para o que Ele quisesse de mim. Eu que sei tão bem que Ele conhece, muito melhor que eu próprio, as minhas qualidades e as minhas limitações! Pedi-Lhe a força necessária, invoquei o Espírito Santo, abri a porta do coração ao seu imenso amor e veio-me logo à memória, aquele, muitas vezes esquecido: “Cristo conta contigo”, de há 39 anos atrás. Fui, subitamente, invadido por um ânimo e uma força extraordinários e a certeza, que depois se confirmaria, de que com Cristo tudo é fácil. E que, como um dia me disseram, só os cobardes recuam.
Juntamente com meus companheiros “meti mãos ao arado” e aconteceu aquela vivência forte, íntima e única com Jesus Cristo que fez transbordar todo o meu ser de uma inimaginável alegria e paz interior. Senti-me leve, leve, tão leve como aquela pena que é levada pelo vento. Senti aquele bocadinho de céu que cada cursilhista se deve empenhar em levar aos seus ambientes e que, espero e peço ao Senhor, tenha penetrado e chegado bem fundo ao coração dos novos cursilhistas para que, também eles, fortalecidos pelo Espírito Santo, abnegada e corajosamente, o possam e saibam fazer no seu Quarto Dia! Todos sabemos o estado em que se encontra hoje a nossa sociedade e os ambientes com que nos deparamos na nossa vida diária. Todos sabemos e sentimos, muitas vezes, a dificuldade de afirmação da nossa fé. Mas, todos sabemos também da garantia que Ele nos dá. Ou será que duvidamos? Irmãs e irmãos cursilhistas, hoje, mais do que nunca, o mundo chama e clama por nós e, como “a quem muito se dá, muito se exige”, nada melhor que, frontalmente e sem reservas, de uma vez por todas, com toda a seriedade e sem medos, colocarmos em prática o nosso compromisso um dia assumido com o Senhor. Decolores Joaquim Dantas Centro de Ultreia de Lijó
SUBISTE Subiste ao alto e deixaste a cruz: Em mim ficou a dor, porque partiste… Que bom ficar o sol da Tua luz No lenho e no calvário que remiste. Agora o aleluia me conduz E a chama acesa na alma enfim resiste; Se a morte é vida e trigo que produz É porque o céu na terra inda persiste.
E assim ficaste preso à humanidade Gravando em cada ser o Teu amor E escancarando a porta à eternidade. E se a aurora aponta em manhã de alvor E se o sol se deita na imensidade De Ti emana todo o esplendor… Alberto Moreda Centro de Apúlia
11
Mais Além
Ecos do nosso tempo 1 - Os Cursilhos de Cristandade já perderam muito com facilitismos, comodismos e experiências piratas. Há até quem pretenda substituir a palavra “dirigente” por “responsável”. Mas “dirigente”, faz referência ao direito de impulsionar e especificamente ao fazer, ser dinâmico, ajudar a que algo avance desde a realidade até ao objectivo. “Responsáveis”, todos somos na Igreja! 2 - Os Cursilhos de Cristandade a presentam-se aos homens através do Evangelho e de testemunhos de vida sérios, de convicções sólidas, de amor aos irmãos e da lealdade apostólica. Gandhi disse que “se uma revolução não conduz a uma transformação pessoal, é como fazer buracos no ar”. Os Cursilhos conduzem a uma transformação de amor a Cristo e aos irmãos. Logo, os seus Dirigentes – Secretariado, Equipa dirigente da Escola e Delegados ao Secretariado – não podem, para bem do Movimento e da Igreja, debilitar, dispersar ou dispensar ninguém. 3 - Nos Cursilhos de Cristandade, há, sempre houve, quem não aceite as verdades e o método da mensagem cursilhista. Insistem alguns na imposição das “suas” verdades e na fuga à evangelização ou reevangelização oferecida pelo Espírito Santo aos primeiros “dirigentes”. Então procurem-se os leais às origens do MCC; chamem-se os dispersados e os dispensados, para que o MCC seja verdadeiramente Movimento da Igreja e encontre a substância perdida, para transformar os irmãos, a Igreja de Cristo. 4 - O Evangelho não tem normas e muito menos tem alterações. Logo, o espírito dos Cursilhos de Cristandade não é mais nem menos do que a substância do Evangelho levada à realidade e aos anseios de muitas vidas. Possui toda a Força de uma generosidade que derruba muros, que impressiona, que semeia
amor cristão, que fortifica o homem na Fé, na Esperança e na Caridade. Não haja sufocadores, nem normas de ocasião, nem alterações ao método e à origem e, constataremos Cristo a passear no Cursilho, como passeou ao lado dos discípulos de Emaús. 5 - A Catequese dá-se aos meninos da catequese. Os Evangelhos transmitem-se a adultos conscientes, para que se defenda e haja o homem integral, como Jesus Cristo o foi. Por isso mesmo, os Cursilhos de Cristandade – porque são Igreja e da Igreja – mostram ao homem os caminhos do Bem, o total respeito pelos outros, a solidariedade, o amor e, evidentemente, vida garantida em união com Deus, já neste mundo. 6 - Ao fim de várias dezenas de anos, ninguém duvida já de que os Cursos de Cristandade foram e são uma oferta de amor ao homem. Razão por que milhares de irmãos em todo o Mundo são “dirigentes” em equipas preparadas, culturalmente, fisicamente e espiritualmente, oferecendo-se aos novos cursilhistas sem qualquer compensação material. É que durante o cursilho, o Espírito Santo vai moldando as almas e, Deus – entre todos – é o intermediá-
12
rio e o ofertante daquele Amor. 7 - Diz-se que as orações, da rectaguarda durante os Cursilhos, é pouca e que nos próprios cursilhos também pouco se reza. Sendo assim, é como ir à romaria e não ver o santo. Os cursilhos não são divertimento nem formas de os dirigentes mostrarem que são “formidáveis”. Os cursilhos nasceram pelas orações de muitos, pela graça de Deus e pelas preocupações pelo homem concreto, normal, para que tivesse esperança, aceitação da vida e para que dispusesse de tempo para pensar e para ganhar o sentido da sua existência, bem como a certeza de ser filho de Deus. 8 - No Movimento dos Cursos de Cristandade não há deuses. Há apóstolos de Cristo e da Igreja. Razão por que, neles e em toda a Igreja, só Deus compreende e perdoa o homem, através do sacerdote assistente. Mas as mensagens do Cursilho, os testemunhos dos dirigentes e a presença do Espírito Santo, são o arado que lavra a boa terra, para beneficiar da semente. Isto é, o perdão dos pecados. Artur Soares (P.S. O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico).