DeColores Mais Além

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‘de colores’

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Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros

REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga

SETEMBRO 2018

Novo Ano Pastoral, Novos Desafios! Caros irmãos e irmãs Cursilhistas, Iniciamos um novo ano pastoral na nossa Arquidiocese e para o nosso movimento. Nele está incutido uma nova e bela atitude. Queremos ser esperança. Ela é uma das virtudes de Deus, que está em nós e connosco. A pessoa é por natureza uma pessoa aberta à esperança, que vive em esperança e com esperança. Somos convidados a lançar impetuosamente este dom de Deus no nosso coração, pois é de dentro de nós que provêm as coisas boas e as coisas más, como o afirma Jesus: “Do coração do homem procedem as más intenções…” (Mat. 15, 19). Neste sentido, desafio-vos a serdes esperança, irmãos e irmãs que respiram e suspiram esperança, pelas palavras e pelas obras. Sejamos pessoas com mensagens positivas e incentivadoras à renovação do movimento e da Igreja que tanto necessita nesta hora da nossa união, comunhão e sacramentalidade. Para sermos uma verdadeira comunidade de discípulos missionários semeadores de esperança, que é o objetivo geral do programa arquidiocesano, temos que ser mais humildes; pequenos que reconhecem que só com o Senhor Jesus Cristo e pelo dom do Seu Espírito, seremos capazes de transpor as barreiras que nos separam

e deixar a semente que está dentro de nós morrer aos poucos, para desabrochar e dar o verdadeiro fruto de vida. Não tenhamos medo, nem receio, pois já o apóstolo São Paulo na sua Carta aos Coríntios nos diz: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do Homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor. 2, 9). Por isso, cremos que com o nosso olhar e o nos-

so coração envolto no Dele, saberemos a cada momento ser um verdadeiro reflexo e transparência deste Senhor, que está em nós e que vive por nós. Vamos “ser alegres na esperança” como nos pede São Paulo, neste pedido que é o lema do programa arquidiocesano, tomando uma participação mais ativa e criativa nos nossos amContinua na pág. 2


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Registamos a Vossa Generosidade Donativos para o jornal “MAIS ALÉM”

Cursilhistas Falecidos NOME

20,00

CURSILHO

CENTRO

Maria Conceição Ramos

211

Caxinas

Maria do Carmo Gonçalves Marques

202

Caxinas

Olívia Luísa Neves

184

Caxinas

Alzira de Jesus Braga

161

Caxinas

Olívia Correia Nunes

207

Caxinas

José Gomes Palmeira

35

Caxinas

Francisco Ramos Cantinho

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Braga

José Salgado de Oliveira

Taipas

Ana Maria Dias Alves

Merelim S. Pedro

20,00

Manuel Rebelo

Lousado

10,00

Arminda Moura

Fafe

5,00

Olinda Pereira Magalhães

Fafe

5,00

Maria da Glória Sampaio

Fafe

10,00

D. Irene

Fafe

5,00

Armindo Afonso

Serafão

10,00

Manuel da Cunha Ribeiro

Fafe

20,00

António Machado

Fafe

5,00

Centro de Braga

38,94

Maria Fátima Salgado

Fafe

5,00

Centro de Braga

28,29

Centro de Marinhas

65,00

Coletas Escola

17,00

Centro de Marinhas

80,00

Centro de Vila do Conde

Coletas Centro de Caxinas

15,00

Centro de Caxinas

200,00

Centro de Marinhas

10,00

210,00

ATIVIDADES A LEMBRAR! Ultreia Diocesana

30/09/2018

Eucaristia pelos Cursilhistas Falecidos

04/11/2018

Encontro de Natal

15/12/2018

Estas e outras atividades podem ser consultadas no Calendário 2018/2019 do MCC Braga.

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bientes, servindo e acolhendo a todos, com as suas alegrias e esperanças, angústias e tristezas, sabendo que “eu sou uma missão nesta terra”, como nos diz o Papa Francisco, na sua encíclica a Alegria do Evangelho.

para a verdadeira raiz da Igreja, que é entender o que as pessoas precisam e poder assim orientá-las e guiá-las, despertando nelas a razão da sua esperança sublime e verdadeira, que é Jesus Cristo. Desejando para todo o movimento uma verdadeira caminhada pastoral, com Cristo, em Cristo e por Cristo, e esperando em breve visitar-vos a todos, deixo-vos um abraço fraternal, em Decolores.

A Igreja na sua essência é missionária e nós somos a Igreja. Assim, como ela é sinal do amor de Deus que ilumina, abençoa, vivifica, levanta, cura e liberta, assim também é a nossa missão neste mundo, na Igreja, no movimento e na família. Temos um Ano Missionário pela frente que nos desafia e que nos relança

Decolores, Pe. Henrique Ribeiro, Diretor Espiritual do Movimento

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Évora é já ali!

Senhor, D. Francisco Senra Coelho

semanas, mesmo em tempo de férias, há já largas centenas de Eucaristias, Comunhões, Terços e Sacrifícios que chegaram junto de Deus, como Intendência e suporte de tantas preces. Nesta hora, demonstrar por palavras o que nos vai na alma é muito difícil. Sentimos a orfandade, no entanto um misto de fé e gratidão enche nos de alegria. – “Seja feita a Sua vontade, assim na terra como nos Céus.” O Secretariado do Movimento dos Cursilhos de Cristandade desta Arquidiocese espera poder, nas suas deslocações ao Minho, contar com a presença e, se possível, roga um bocadinho pequenino da sua agenda, agora massivamente preenchida, já que Évora não fica tão longe como isso… é já ali. Com gratidão pela aprendizagem e partilha, em nome do Secretariado dos Cursilhos de Cristandade de Braga, reitero a disponibilidade para o serviço aos Irmãos, à Diocese, ao MCC e à Igreja. Decolores

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Braga experiencia, mais uma vez, um sentimento de orfandade, de um vazio difícil de preencher – se é que alguma vez vamos conseguir – pelo facto de V. Exa. Reverendíssima ser o Arcebispo eleito para a Arquidiocese de Évora. Como humanos que somos, sentimo-nos espoliados já que, o havíamos considerado adquirido como Pastor, como a presença que nos observa e guia, como a palavra amiga de conforto e ânimo na hora mais necessária, como a entrega de corpo e alma e como adesão ao Carisma do nosso mui-querido Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Sentiremos a ausência em virtude da obediência a Pedro… a Jesus Cristo no cumprimento da Missão de Arcebispo de Évora. Como Cristãos, damos graças a Deus, nosso Pai, e louvamo-Lo por todas as graças concedidas ao MCC porque, quando rezamos o Pai-Nosso, temos absoluta consciência da profundidade das palavras contidas na oração que Jesus Cristo nos ensinou. Em Cursilho, muitas vezes, dizemos: “Aguenta que é serviço” e eu acrescento: “Se doer… Assobia”. Como Cursilhistas, não o esqueceremos como Diretor Espiritual da OMCC. Permanecerá como nossa referência e não regatearemos, nunca, a retribuição sincera do amor e do carinho com que nos brindou ao longo deste tão pouco tempo. Os Cursilhistas da Arquidiocese de Braga sentem-se privilegiados, honrados e muito agradecidos por terem privado com V. Exa. Reverendíssima e reconhecem a liderança, a amizade, o empenho, a alegria e energia despendida em prol do MCC, em especial, do MCC Braga. Estamos todos em Oração de Intendência pedindo ao Senhor pela sua saúde, pela saúde dos que lhe são mais queridos e pelo êxito apostólico como Arcebispo de Évora. Nestas poucas

Jaime Pinto

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“Queres Ser Santo?”

Formação, oração, partilha e convívio

No passado dia 2 de junho de 2018, pelas 21 horas, na Capela de Nossa Senhora de Fátima, em Fafe, realizou-se uma intendência promovida pelo centro de Ultreia local, onde estiveram presentes irmãos de várias proveniências. Nessa noite viveu-se um momento de formação, oração, convívio e partilha. A base de apoio desta intendência foi a terceira exortação apostólica do Papa Francisco “ Alegrai-vos e exultai”. Para além das intenções de cada um, rezou-se por outras. A saber: pelas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, sobretudo pela paz no mundo; pela renovação paroquial; para que todos os Cristãos se sintam chamados a ser Santos; para que a “Esperança” anime todas as famílias; e para que o MCC se renove e transforme a nossa Cultura. Os santos e santas não são pessoas com poderes extraordinários, mas são pessoas que vivem o dia-a-dia de forma extraordinária. São modelos de vida a serem seguidos por todos. As suas ações são exemplo para nós. Todos somos chamados à Santidade pelo batismo. O próprio Jesus faz-nos esse apelo: “ Sede santos como o vosso Pai celeste é santo”(Mt, 5,48). Mas qual o caminho para a Santidade?

O que fazer para chegar lá? O caminho da Santidade são as Bem-aventuranças. Neste sentido, durante a caminhada (cerca de 3 km), refletiu-se sobre cada uma das Bem-aventuranças. As bem-aventuranças são, portanto, um estilo de ser, viver e pensar. Sejamos, vivamos e pensemos…. “Estas (as bem-aventuranças) são como que o bilhete de identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre “como fazer para chegar a ser um bom cristão”, a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças. Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida” (in. n.º63 Gaudete et Exsultate).

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O Papa Francisco na exortação apostólica aponta-nos alguns caminhos para sermos Santos no nosso dia-a-dia. Há, pois, algumas características ou traços espirituais indispensáveis para melhor percebermos o caminho a que Jesus nos chama todos os dias. Nomeadamente, suportar as dificuldades, paciência e mansidão; ser alegre e ter e sentido de humor; viver em comunidade e perseverar na oração. Em suma, o pontífice propõe um modelo cristão de felicidade como alternativa ao consumismo exacerbado, à cultura do “já” e à indiferença face aquele que está ao nosso lado. A Gaudete et Exsultate recomenda a santidade nos “pequenos gestos”, que nos impedirá de falar menos bem dos outros, que nos apela a acolher o irmão mais pobre e marginalizado e não esquece a oração, como veículo de encontro com Deus e com os outros. Estas são, portanto, um estilo de vida que o cristão deve abraçar todos os dias, esteja ele no trabalho, na família ou com os amigos. Após a intendência, houve, ainda tempo para um convívio entre todos, oportunidade de a conversa ser posta em dia. O centro de Ultreia de Fafe agradece a todos e a cada um a presença e tão importante momento. Decolores MCC Fafe


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Sobre a chamada à Santidade no Mundo Actual A temática da terceira exortação apostólica do Papa Francisco: “Queres ser Santo?” pretende “encorajar a que todos acolham o chamamento à santidade na vida quotidiana”. Por outras palavras, o mesmíssimo apelo que Jesus dirige “aos que são perseguidos ou humilhados por causa d’Ele”: “Sede santos como o vosso Pai celeste é santo” (Mt, 5,48). Deste modo, foi relembrado que o caminho para a Santidade são as Bem-aventuranças, proferidas por Jesus Cristo (Caminho, Verdade e Vida), e que o Evangelho de São Mateus apresenta no “Sermão da Montanha”. Assim, podemos entender: felizes aqueles que são despojados de si mesmos e dos seus bens e se partilham e partilham o que têm; aqueles que aplicam/vivem a Boa-Nova no seu dia-a-dia, não ligando às “modas/imposições” do “mundo”; pois estes “já” vivem na terra o Reino de Deus. Mais ainda: Felizes, porque serão consolados (os que choram), saciados (os que têm fome e sede de justiça), chamados filhos de Deus (os pacificadores); porque possuirão a terra (os mansos); porque alcançarão misericórdia (os misericordiosos); porque verão a Deus (os puros de coração), porque “já” na terra, isto tudo, lhes será dado por Deus, pela graça de Deus. Do mesmo modo, foi interessante relembrar o quão vãs são as pro-

postas enganadoras e (de)limitadoras do “mundo” em contraponto com as Bem-Aventuranças do Senhor. Felizes seremos todos nós quando nos libertarmos dos enganos do “mundo” e acreditarmos piamente em cada palavra proferida por Nosso Senhor. Nesse dia, e a partir daí, iremos entender a futilidade das propostas que nos quer impingir o “mundo”. Mais precisamente, sábio é o Senhor Deus que é infinitamente bom, misericordioso, porque é verdadeiramente simples. Os homens julgam ser inteligentes quanto mais “complicados” e “apetrechados” parecerem aos outros. Como estão enganados... Conseguem tornar-se muito aborrecidos e, por vezes, perigosos, mas estão tão longe de serem inteligentes... Deus só sabe amar (mais simples é impossível!) e vede como é sábio! Por outro lado, infelizes os que de Deus se escondem, fugindo da sua paternidade, e nem disso se apercebem… A cegueira egocentrista é tal que nem as agitações, as consternações e os desesperos sentidos, oriundos das propostas mundanas, lhes permitem ver a Verdade. Deixam-se afastar de Deus, Fonte da Vida. Fonte, esta, que tudo une [a Ele e aos outros], porque só sabe amar. Acrescento que, desde pequena, a noção de “infinito” me encanta: não tem princípio, nem fim. E o que mais 5

ouvimos neste nosso mundo das (de) limitações é que tudo o que tem princípio tem fim. O ser humano aprecia o domínio, daí as (de)limitações. Deus, em contrapartida, tem o verdadeiro e pleno poder sobre tudo e todos e nunca faz uso dele. Não [de]limita nada nem ninguém. A nada e em nada nos obriga. Aguarda pacientemente pelo nosso, mesmo se pequenino, “sim”. Ele ama-nos mesmo quando somos “maus” [para Ele, para os outros e para nós mesmos] e mesmo quando o Homem foge d’Ele. Essa forma de amar encanta-me, porque é leve, desprendida, plena e, sem qualquer sombra de dúvida, infinita. Peregrinar no mundo em Deus é o que todo o Cristão mais deseja. Para tal, somos obrigados a libertarmo-nos das amarras do nosso ego, sempre tão intencionalmente inflamado ou arrasado pelo “mundo”. Relembrando as Bem-Aventuranças, é na simplicidade que Deus nos alcança e quem não se tornar simples como o coração de uma criança não entrará no Reino dos Céus, porque Deus só “nos alcança na simplicidade”. Vale a pena meditar nisto com toda a nossa alma, como todos o nosso entendimento e com todo o nosso amor… a Deus. Sílvia Araújo Centro de Fafe


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MENTALIDADE E CARISMA NO MCC Rolho Hoje, ao Reviver, trazemos aqui princípios que, desde que nos conhecemos, acreditamos. Se dizem que não praticamos o que aqui vamos dizer, quero dizer que a vida nunca está feita, tem de ser construída. Construindo pontes e não muros. Corrigindo erros e tentar não os repetir. Provavelmente, o que vamos falar já ouviram, contudo, já que tiramos um pouco de tempo das nossas rotinas, vamos refletir e aprofundar sobre algo que possa ajudar a melhorar o nosso Quarto Dia, os nossos ambientes. Como tem sido o nosso quarto dia? O trato com as pessoas mudou depois do Nosso cursilho? Lidamos do mesmo modo, ou modificamos o nosso relacionamento com o nosso semelhante? Na nossa proximidade com Deus, modificamos alguma coisa? Hoje vamos Reviver. Que é Reviver? Recordar o Nosso Cursilho. Relembrar o encontro especial que tivemos com Cristo e o compromisso que assumimos nesse encontro. O compromisso de ser apóstolo. O compromisso da amizade, da alegria e da partilha. Temos desejo de aprender cada vez mais e aumentar a amizade com as pessoas, ideia bacilar na mentalidade do MCC. É sobre essa mentalidade e sobre o Carisma do MCC que nós hoje queremos falar. O Carisma e a Mentalidade do MCC devem ser olhados como elementos inseparáveis. Não há mentalidade se não houver Carisma. E o Carisma não existirá se não existir mentalidade. Então, o que será o Carisma do MCC? O Carisma é a identidade do Movimento, deixa clara a finalidade do Movimento e define os seus objetivos. No MCC o Carisma é o Dom de servir de ir ao encontro do outro, de levar a Cristo os que estão afastados e leva-los a encontrar uma nova Mentalidade. Através de um método próprio “A AMIZADE”, que possibilita a vivência do fundamental de uma vida cristã, alegre, testemunhal e missionária que se compartilha e

se oferece aos outros, “a amizade é sempre fruto de um encontro ou descoberta, num processo por vezes rápido e às vezes lento ou mais trabalhoso.” ( Bonnín Aguiló, 2017) S. Tomás de Aquino diz que “por natureza todo o homem é amigo” e ainda destaca que a amizade como uma virtude social é necessária para se viver agradavelmente em sociedade. A amizade é importante e fundamental para o florescimento da sociedade e felicidade do Homem que se relaciona com o outro. Para Eduardo Bonnín o que importa é que vamos compreender que a nossa amizade com Cristo há-de tornar-se transparente por meio da nossa atitude amistosa para com os outros, já que não temos dúvidas de que a amizade é que pode produzir a energia capaz de mover homens e mulheres que, por serem cristãos estão chamados a ser fermento para transformar a realidade; uma coisa sem dúvida possível se cada um se resolver a começar por si mesmo.” (Bonnín, 2006) A amizade, portanto, é um processo contínuo que depende dos envolvidos para crescer, amadurecer, durar a vida toda ou diminuir até à extinção. Baseado no livro de Dale Carnegie “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, que Eduardo Bonnín faz referência no livro “História de um Carisma” (p. 129). Vamos enumerar vários pensamentos que podem ajudar – muito - a construção de uma amizade, despertar o entusiasmo nos nossos ambientes, conquistar novos pensamentos, novas visões e atrair assim novos contactos humanos. Segundo Dale Carnegie, a vida de qualquer ser humano é premiado por, pelo menos seis desejos, mas o desejo de se sentir importante é a base da pirâmide das necessidades humanas. Então se queremos agradar ao próximo, devemos primeiro fazê-lo sentir-se bem, sentir-se importante, mas com sinceridade, através da fala, gestos e atitudes. Para nos relacionarmos com os outros, devemos primeiro ver o mundo

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através dos olhos do nosso interlocutor, ou seja, devemos colocar-nos no lugar do outro e ver o mundo através dos olhos dele. Ao fazer isso, perderemos a capacidade de criticar, julgar e condenar o próximo. Este autoconhecimento pode ser treinado. Assim, para construir amizades, fortalecer a nosso relação com a família, amigos, nos nossos grupos e no nosso meio são sugeridas algumas técnicas fáceis e práticas tais como: não reclamar, sorrir, saber ouvir, fazer com que a outra pessoa diga “sim”, ser solidário, lançar desafios, etc. São técnicas simples, fáceis de aplicar mas que realmente fazem a diferença no meio que nos rodeia e com as pessoas que cruzamos para lhes despertar o interesse e as cativar. Posto isto, surge o primeiro princípio:

- Não critique, não condene, não se queixe. “A crítica é fútil porque coloca o Homem na defensiva, e usualmente, faz com que ele se esforce para justificar-se. A crítica é perigosa porque fere o precioso orgulho do individuo, alcança o seu senso de importância e gera ressentimentos.” Quando estamos aborrecidos é mais fácil criticar e condenar do que procurar entender o ponto de vista alheio. É mais fácil descobrir erros de que motivos para elogios. Todos nós temos um lado crítico, de tudo o que nos rodeia, independentemente de estarmos certos ou errados. O Homem, pela sua natureza procura sempre a grandeza, deseja sempre ser importante, por isso, não há escrúpulos de dizer tudo o que pensa e criticar tudo e todos. O conhecido, Benjamin Franklin (embaixador americano em França) disse um dia: “Não falarei mal de nenhum homem e falarei tudo de bom que souber de cada pessoa”. Deus não distribuiu o dom da inteligência de forma igual por isso é inútil criticar.


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No cursilhista esta atitude humilde para além de ser proclamada deve ser também vivida, tenhamos caráter e autocontrole, saibamos mostrar compreensão e perdoar. Com esta atitude estamos a abrir as portas à tolerância e sentimentos bons a um novo elo de ligação e de simpatia com as pessoas aproximando-as.

- Se estiver errado reconheça-o. Normalmente procuramos mil e uma formas para justificar um erro. Quando seria muito mais fácil admiti-lo. Quem nunca cometeu um erro? Faz parte de nós que estamos sempre a aprender errando, porém não podemos negligenciá-lo. Qualquer um de nós pode arranjar mil desculpas para justificar as suas faltas, e muitas fazem isso, mas reconhecer o nosso erro é um valor de nobreza muito maior. Ter coragem de admitir seu próprio erro, dá um certo grau de satisfação, alivia a sensação de culpa e a atitude de defesa, como também ajuda a resolver o problema criado pelo erro. Por isso se errou admita-o, sem complexo e com sentido de responsabilidade. Só assim seremos mais fortes. Seremos coerentes com o que professamos.

- Despertar no outro o desejo, cativar. Como diz o ditado “Para apanhar peixe é necessário pôr isca no anzol.” A ação emana daquilo que fundamentalmente desejamos …e o melhor conselho que se pode dar alguém, seja nos ambientes, no lar, na escola ou na política, é despertar na outra pessoa um desejo ardente. Aquele que conseguir isto terá todo o mundo ao seu lado. Aquele que não conseguir trilhará um caminho solitário. Nos nossos ambientes temos que saber cativar, para que possamos ir mais longe.

- O único meio de influenciar as pessoas é falar sobre o que elas querem e interessar-se de uma forma sincera, pelas outras pessoas. Uma demonstração de interesse, como todos os princípios das relações

humanas, deve ser sincera. Deve recompensar não apenas a pessoa que se mostra interessada, mas também a objeto de atenção. Sem esquecer de sorrir. É um outro princípio fundamental que fala Dale Carnegie, como já sabemos as ações revelam mais do que as palavras e um sorriso diz “Gosto de si. Fico feliz ao pé de si. Estou contente por vê-lo.” Nada custa, dura apenas um segundo, mas, a nossa memória o guardará para sempre. É repouso para o fatigado, incentivo para o desanimado, alegria para o triste e o melhor antidoto da Natureza para o mau humor. Como diz Carnegie “Um sorriso pouco sincero? Não. Esse não engana ninguém. Nós conhecemos e sentimos quando ele é mecânico. Mas um sorriso verdadeiro é um sorriso que vem de dentro, é um sorriso caloroso.” Assim se queremos ganhar amigos, saudemos as pessoas com animação, entusiasmo e um sorriso.

- Se quiser ser um bom conversador seja um ouvinte atento e incite os outros a falarem de si próprios. Devemos ouvir sempre mais do que falamos. Não é por acaso que Deus nos concedeu dois ouvidos e nos deu uma boca. Teremos sempre mais sucesso se procurarmos falar menos de nós e falar mais dos outros. Se tivermos sempre um elogia a fazer a alguém conseguiremos, possivelmente, os objetivos pretendidos. O melhor caminho para chegar ao coração do Homem é falar-lhe sobre o que ele mais estima e fazer sempre que a outra pessoa se sinta importante. Sem esquecer, que para qualquer pessoa o som mais doce e mais reconfortante que existe, no seu idioma é o seu nome. O pensador Émerson dizia: “cada homem que encontro é superior a mim em alguma coisa, e nisto eu aprendo com ele.” Ou seja, todos temos algo de especial que nos torna únicos, sendo assim, todos podemos aprender com todos. Todos somos importantes.

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Reconhecer que temos muito de bom em nós, mostrar o que brilha de bom no nosso íntimo e que podemos aprender com o outro (seja ele pobre ou rico, com mais ou menos formação, velhinho ou jovem) é um ato de humildade e de verdadeira sabedoria. Nenhum de nós é insignificante. Todos fazemos falta nos ambientes onde estamos envolvidos (família, amigos, trabalho, MCC…). Para isso basta descobrir, conhecer, investigar. Por isso, se algum de nós está num estado emocional de autodesvalorização, lembre-se que é a visão que está nublada e distorcida. Você é importante e é único. Por outro lado, se acharmos que somos mais importante e que sabemos mais que todos os outros, temos que ter a consciência de que não somos omnipotentes nem omniscientes e que o outro terá sempre alguma coisa em que me é superior. Depois do nosso cursilho temos obrigação de sermos diferentes. Temos que tentar ter novos hábitos e procurar ter uma nova maneira de viver. Isto é imprescindível. Nesta linha, surge a importância da participação nas ultreias e reuniões de grupo. A revisão de vida, semanalmente, é muito importante. Por vezes, é normal que nos sintamos tristes pelas falhas cometidas. Mas, com a análise contínua vamos verificar que com o passar dos anos os erros se tornam cada vez menos. Todo o Homem é meu irmão e Deus Pai, sabe de tudo o que necessitamos. Depois de um Quarto Dia menos conseguido, vimos confirmar que estamos aqui, sem reservas. Porque queremos ser Teus. Teus de verdade, pessoas que não duvidam, que não vacilem, que não desanimem, que não conheçam meias tintas, nem tenham posturas ambíguas, vimo-nos comprometer novamente convosco, queremos voltar à Vida, melhorando o nosso Quarto Dia. Decolores Ângela e Gaspar Miranda Centro de Cossourado


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CRÓNICA DE UM DIA PEREGRINAÇÃO E CONVÍVIO DO CENTRO DE ULTREIA DA APÚLIA Sábado, dia 14 de Julho… Manhã cedo, mesmo muito cedo, a família cursilhista - com prolongamento aos laços de sangue - levantou-se para rumar até Fátima… Eram seis da manhã e no Largo frente à Igreja Matriz, a criançada, os pais e os seniores misturavam-se com os indefectíveis farnéis à espera do transporte… Chegou, finalmente! Porém, aqueles 45 minutos de comichão abalaram um pouco o espírito peregrino reinante, sobretudo no que concerne à virtude da paciência… Mas tudo bem… Acomodados nos lugares ao dispor, partimos ansiosamente alegres, pois o projecto tinha muito de ambição. Nas primeiras curvas, ainda dentro da povoação, o autocarro pareceu ser candidato a machimbombo de picada angolana; e o homem do leme – no caso era mulher – premuniu gincana à vista: logo à entrada da auto-estrada foi sentido o asfalto encapelado por ondas de condução nada condizentes com o verbo peregrinar – a nau, notava-se mais à ré, bamboleava de bombordo para estibordo e vice-versa, fazendo emudecer os seniores, arregalar os olhos aos pais e divertir a ingenuidade das crianças… Não… Não vos estou a plagiar uma qualquer narrativa da Peregrinação do Fernão Mendes Pinto… Mas, dobrado o Cabo Bojador, chegamos ao destino, felizes, contentes…,e finalmente! O monte de Santa Catarina foi o cenário, percorrido a pé durante 15 quilómetros, até chegarmos ao recinto da Cova da Iria. O grupo, em comunhão, viveu, sentiu e orou de modo peculiar os degraus da Via-Sacra, preenchendo a caminhada entre cada estação, com a reza do terço do rosário – a Mãe deve ter ficado muito contente connosco… Todavia, o universo interior que cada

um transmitia, não só através do olhar, mas de todos os outros gestos externos, diziam que a ligação ao Pai através da oração e do sacrifício era uma realidade vivenciada num céu terreno, e ali tão próximo e tão acolhedor… Não sei se por termos preenchidos todos os lugares vazios da alma com o espírito de Deus, se por chegarmos a casa da Mãe, ao entrar na porta do recinto, os corações fizeram os olhos nadar em lágrimas…, claro que de alegria – o regaço acolhedor esperava-nos. Então cada um isolou-se para confidenciar com Ela e, por que não, colher um pouco de colinho. O repasto, feito de incongruentes farnéis, foi exposto pelas diversas mesas espalhadas pelos merendeiros de apoio ao peregrino - pena serem tão pesadas, pois o ideal era juntá-las fazendo uma só… Bom, mas deu para saltitar de mesa em mesa, bicando um bolinho de bacalhau, um croquete ou um panadinho – atenção que eu sou perito nesta arte, ah,ah,ah - da vizinha ou uma filhós da avó que, excepcionalmente,

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ainda vai tendo braços para bater a massa… Mas o ponto alto, fixou-se mesmo nos parabéns dados ao aniversariante, o nosso querido irmão e amigo Alcindo Maia. Foi um luxo de alegria e boa disposição… A petizada, essa, correu e gritou mais que comeu. Bem, deixo para o final os bebes. Tratou-se de um bebício multimarcas… Assim, também não foi necessário decorar o ano da colheita, região, se verde ou tinto… Mas foi muito! O regresso a casa foi sereno. A timoneira, talvez convertida a motorista profissional, não deixou os seus créditos por mãos alheias: apontou a quilha a rasgar o Norte e de proa ao alto, firme ao leme, com os nós bem medidos de equilíbrio, atracou no porto de abrigo…, perdão, estacionou, retornando ao Largo da Igreja em Apúlia para nos deixar. E nós, esquecidos já da aventura matinal, despedimo-nos de braços no ar com saudade de repetir… Afinal, o gigante adamastor virou gato de peluche – assim o queira o homem do leme! Alberto Moreda Centro da Apúlia


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Julho em festa

ORAÇÃO DE MADRUGADA Despertei cedo, era madrugada; O coração saltava no meu peito; Olhei o céu: constelação a eito Beleza infinda em busca de alvorada…

O mês de julho foi um mês de festa no Centro de Ultreia de Fafe. Por um lado, festejamos do 32.º aniversário do nosso assistente espiritual, o Sr. Pe. Pedro Marques e, por outro lado, congratulamo-nos com a sua nova missão de frequentar a Faculdade de História Eclesiástica da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Damos graças a Deus pelo dom da sua vida e por tantas Graças que recebemos neste movimento com a sua ajuda, por isso pedimos ao Senhor que derrame sobre si e sua família aqui presente

as maiores bênçãos do Céu. Que o Espírito Santo o continue a iluminar para conduzir o povo de Deus a exemplo de Jesus. Obrigada por tudo que dá ao nosso movimento. Desejamos ao Sr. Pe. Pedro os maiores êxitos apostólicos para melhor servir a Igreja de Jesus Cristo. O MCC continuará sempre a contar com a sua pronta colaboração e o Centro de Ultreia de Fafe será sempre o seu Centro. Deixamos algumas fotos… Decolores!

Centro de Ultreia de Fafe

Como criança à espera da mesada Pergunto ao sol que fez do mar seu leito: Que luta é esta, que tão grande pleito Esconde o dia na noite cerrada? - O sol, meu filho - dizes Tu, Senhor - E a luz que Sou, e a Fé, se tu queres ver, Mas vem comigo e lembra o sol-pôr: De cada vez que o sol adormecer Sou Eu que o faço, como Criador E és tu que rezas sob o meu Poder… Alberto Morada

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ENCONTROS: COMIGO, COM DEUS AMOR E COM OS IRMÃOS 398.º e 399.º Cursilhos da Arquidiocese de Braga dias de encontro íntimo e profundo com Cristo e o que isso vais transformar as suas vidas no Pós-Cursilho. A alegria estampada no rosto de todos os novos membros da família cursilhistas da Arquidiocese de Braga, Equipas Leigas e Sacerdotais, era o reflexo do espírito com que o Cursilho foi vivido, acrescida de uma vivência de uma comunhão perfeita de Igreja e de irmãos, geradora de uma forte e indestrutível amizade entre todos, que como sempre é afirmado se prolongará pelo resto das suas vidas, a que o Movimento define como o seu Quarto Dia.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Braga, realizou no passado mês de Agosto dois cursilhos: 398.º Cursilho de Homens e 399.º Cursilho de Mulheres. Os Cursilhos decorreram em simultâneo, de 29 de agosto a 1 de setembro, um nas instalações do Santuário de Shoensatt, Jardim de Maria, em Soutelo e outro nas instalações do Seminário de Montariol, em Braga, respetivamente.

saudaram efusivamente os mais novos membros, acabados de viver uma experiencia única e inesquecível nas suas vidas. Os testemunhos dos novos cursilhistas deram aos presentes a certeza de que valeram a pena a noite e os três

Depois de semanas de preparação com muita entrega e dedicação as equipas reitoras e sacerdotais acolheram e saudaram cada um dos novos, dando início aos respetivos cursilhos num clima de verdadeira alegria cristã. A clausura decorreu mais uma vez em clima de alegria e festa, no princípio da noite do primeiro dia de setembro no Auditório de S.Frutuoso, em Braga, perante uma enorme família cursilhistas que, vinda dos vários centros de Ultreia da Arquidiocese,

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Seguiu-se a Eucaristia de encerramento no mesmo auditório, presidida pelo senhor Arcebispo D. Jorge Ortiga e concelebrada pelos sacerdotes presentes. À saída, todos reforçaram a certeza de que se permanecermos unidos a Ele receberemos a vida plena, seremos portadores da seiva divina e viveremos em Graça.


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CHAMADA A REVIVER

Meus queridos irmãos e amigos em Cristo. O Senhor chamou-me para esta grande família Cursilhista, hà quase doze anos, para uma experiência maravilhosa e inesquecível. Como todos entrei no meu Cursilho, o 357, com muitas dúvidas e inseguranças . Andava com a vida às avessas, revoltada, afastada de Deus, pois pedia-LHE ajuda, mas cada vez o desespero era maior, estava no fundo, no abismo, sem rumo e sem alegria. Fui por ir, para poder aliviar a cabeça, refletir e quem sabe encontrar algo. E Sim! Encontrei! Renasci! No meu cursilho recuperei a minha força, encontrei o meu caminho, abri o meu coração, foi uma grande transformação, encontrei CRISTO. Vim de lá com muita Fé, Esperança e completamente apaixonada por ELE! Mais preparada para enfrentar as batalhas, os obstáculos e força para carregar a minha cruz, que nem sempre é fácil e às vezes torna-se pesada e cai.

de muita preparação, estudo, oração, partilha, meditação, de encontros pessoais e em grupo, com Deus. Apesar de toda a confiança e alegria, houve dias de insegurança, de dúvida em que me questionei: “Será que vou ser capaz? Será que estou à altura? Será que vou estar preparada? Porquê eu?” Não é fácil, deixar tudo para trás, o nosso lar, a família, o trabalho, os amigos, férias, a vida boa, o descanso, etc... Começamos a sentir muita responsabilidade e às vezes dúvidas das nossas capacidades. Mas temos que acreditar e confiar, o PAI está atento e mostra-nos o caminho, dá-nos confiança e a segurança que precisamos. Não estamos sozinhos. “Tudo posso, Naquele que me conforta”.

Aprendi que não caminho sozinha e que nos momentos que não aguento mais, ELE levanta-me, dá-me a mão, mostra-me o caminho e mostra que me ama e que também precisa de mim. Para que eu nunca esqueça tudo o que vivi, quase ao fim de dez anos, mais uma vez me chamou para O servir e ajudar num Cursilho, já foram alguns e cada um foi único e especial, vivido e sentido de maneira diferente, mas sempre com o mesmo fundamento e sentimento “servir a Cristo”. Quando o Senhor me chamou para ajudar neste Cursilho, o nº 399, o meu “sim” foi de imediato, sem hesitar. Chamou-me porque Ele sabia que eu estava a precisar de avivar a minha Chama e a minha Fé. Chegou o dia da apresentação da Equipa Reitora e Equipa Sarcedotal, pessoas fantásticas, amigas, corajosas, de uma grande humildade e de uma grande Fé. Uma equipa unida em Cristo e por Cristo. Foram dois meses

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Toda a preparação foi o ponto de partida da equipa de responsáveis do Cursilho 399, para a grande aventura Divina, que é preparar e viver um Cursilho de Cristandade. Para ter a coragem de arriscar, dar a Deus o primeiro lugar, deixar tudo para trás e entregarmo-nos a este grande desafio que Deus nos coloca, com entusiasmo, alegria e Espirito de Caridade. Este Cursilho foi muito especial para mim, porque assim como pude partilhar o meu cursilho na mesma altura que o meu marido, também este foi o primeiro que servimos o Senhor ao mesmo tempo, cada um com o seu grupo e no seu local, foi podermos partilhar as nossas experiências e vivências como casal, fazer a preparação dos nossos trabalhos, podermo-nos ajudar e apoiar nas dúvidas e inseguranças, foi muito bom e gratificante. Foi também muito especial, porque consegui viver e saborear cada momento junto de Cristo, senti a presença de Cristo em mim e a meu lado, recebi muitas Graças durante o Cursilho e na chegada a casa, vim de coração cheio. Em toda a equipa havia uma cumplicidade, união e uma amizade em


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Cristo, que era transmitida nos nossos trabalhos e rolhos e partilhada no trabalho de corredor. Depressa se sentiram as barreiras cair e o nosso esforço a dar frutos para o Reino de Deus. Foi bom ver a transformação no rosto das dezoito novas cursilhistas, um grupo fantástico de mulheres com uma grande humildade, apesar de muito sofrimento, mas que rapidamente se entregaram de alma e coração, que fizeram as pazes com Deus. Mulheres renovadas, convertidas, alegres, confiantes e conscientes. Os sorrisos abertos e a felicidade eram contagiantes, puros e sinceros. Um grupo que trabalhou com empenho e se deixou seduzir por Jesus Cristo. Deixamos de ser Equipa e novas e passamos a ser um grupo que partilhava a alegria de se encontrar consigo e com o nosso maior Amigo “Jesus Cristo”, todas tínhamos o mesmo Ideal, conhecer e servir a Cristo. Foram emoções muito fortes, onde as lágrimas, os abraços de conforto e a alegria se misturavam. Uma mistura de sentimentos e de uma grande amizade elevada ao sobrenatural. Foi, e é, esta partilha de amor e Fé, que nos move e nos faz acreditar que vale apena viver em Graça, acreditar e amar a Deus, que tudo fica mais fácil e o nosso caminhar em direção ao PAI será mais sereno e feliz. Foi lindo e maravilhoso. Dou Graças ao Senhor, por me ter chamado e me ter permitido viver esta experiência maravilhosa e por ter colocado na minha vida estas queridas irmãs em Cristo, mulheres valentes e guerreiras, que se entregaram de Espirito e coração ao Cursilho e a Deus. E nunca se esqueçam “CRISTO CONTA CONTIGO”! Decolores Anabela Mirra Gonçalves Centro das Taipas

Ecos do nosso mundo Em 1965, Eduardo Bonnín, disse que o grupo de responsáveis da Escola dos Cursos de Cristandade, “são um grupo de cristãos que, porque estão “centrados”, podem; porque estão “comprometidos”, querem; porque estão “unidos”, conseguem. Responsáveis ou líderes no Movimento, são os que têm pouco tempo, são os mais sacrificados e são aqueles que “têm a vida muito abaixo” de tudo o que Jesus Cristo pediu e ensinou aos apóstolos e a todos os homens. O responsável da Escola dos Cursos de Cristandade, só cumprirá a sua missão de apóstolo no Movimento e na Igreja, se for “conhecedor”, se souber “situar-se”, se for fonte de “luz” e se souber “acompanhar” os outros. Sabe-se que nos Cursos de Cristandade, têm passado propostos ao cursilho, “carimbados” de ateus ou que se dizem como tal. Mas o Movimento Cursilhista, sabe também que é bafejado pelo Espírito Santo e, o Evangelho, é para todos os tempos e para todos os homens. Logo, um ateu sincero ou um confundido no cursilho, nunca é um caso perdido. Levar homens a fazer um Curso de Cristandade, sem a devida preparação e a garantia de ajuda futura na caminhada, pode ser “fazer” mais um cursilhista, se, a responsabilidade dos proponentes e de outros, falhar. Bom, muito bom, seria que os novos cursilhistas – com o devido apoio – continuassem cristãos responsáveis. Os Cursos de Cristandade, não se fazem somente para levar cristãos à Igreja. Os cursilhos são para que todos sejam – duma forma mais consciente e responsável – Igreja, e que vivam na e como Igreja. Isto é, com vida comunitária, ajuda mútua, transformação de ambientes e santificação em comum.

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Os responsáveis do Movimento cursilhista, são permanentemente chamados a ser Luz junto dos homens. Alguns, talvez por comodismo, parecem simples candeeiros e só quando têm vontade. Importante, seria que fossem sempre Luz e em toda a parte, e nunca velas de ocasião expostos ao vento. Na Escola dos Cursos de Cristandade, ensinam-se uns aos outros. Aprendem uns com os outros; tiram-se dúvidas e fazem-se perguntas e, todos têm opinião, de forma que a Escola cresça no BEM e, este, no bem do Movimento da Igreja. Os convidados para a Escola de responsáveis do Movimento, devem viver e crescer em clima de confiança, de autenticidade, de liberdade responsável, de igualdade de direitos e deveres e, sobretudo, de humildade sincera. Não é essencial, na participação de um Cursilho de Cristandade, o candidato descobrir quem é ou como é. Essencial, é que saiba o que pretende ser após o cursilho. Logo, há que se criar diariamente: com alegria, com esperança, com verdade e amor. Artur Soares (P.S. O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico).


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