‘de colores’
mais além
Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Ana Araújo Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros
REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga
DEZEMBRO 2019
NATAL… ESTÍMULO PARA A PAZ Ao longo deste tempo de mudança e renovação e adaptação no novo Secretariado Arquidiocesano, é altura para refletir e elevarmos o nosso pensamento até Deus com gratidão, pela Sua vinda até nós, na forma humana e frágil, mas ao mesmo tempo, mistérica e grandiosa. Como nos diz o Evangelista São João (1, 14): “O Verbo fez-se homem e veio habitar connosco.” Deus revelou a Sua Palavra ao mundo, numa perfeita encarnação. Cada nascimento, seja ele humano ou não, é um hino à vida que brota da essência do Amor de Deus. É um verdadeiro estímulo para nunca deixarmos a nossa missão de evangelizar com a vida, buscando a dignidade de toda a pessoa humana e de toda a criação de Deus. Neste sentido, entendemos que haverá uma verdadeira responsabilização de todos para que a prioridade seja a de uma fraternidade universal capaz de se envolver em todos os sentidos pela defesa da pessoa humana e da nossa casa comum. O mistério do Nascimento de Jesus nos chama a atenção disso mesmo. Deus não dá importância às grandes coisas, nem ao materialismo, apenas se orienta para a Sua missão, que é salvar toda a humanidade. Por isso, o Nascimento de Jesus se dá de uma forma muito simples e pobre, mas ao mesmo tempo, propícia ao mundo um vasto e largo horizonte de alegria, pois é fruto de uma promessa cumprida. Muitos desejaram a Sua vinda, mas poucos o reconheceram e acolheram. Onde estás Tu, meu Jesus? Porque é que as pessoas não se lembram de Ti, não Te celebram com a tal dignidade que mereces;
nem mesmo nesta ocasião que te dás a conhecer como anseio/desejo/sede de muitas nações e povos de hoje que buscam a Paz? Eis o anúncio do Profeta Isaías (9, 5): “Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado; tem a soberania sobre os seus ombros, e o seu nome é: Conselheiro-Admirável, Deus herói, Pai-Eterno, Príncipe da Paz.” Estimados irmãos e irmãs cursilhistas, o Nascimento do Nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo nos estimula para a Paz, no mundo que se quer mais justo, verdadeiro, fraterno e reconciliador. Convido-vos a fazer uma verdadeira oração pela Paz, que saia do vosso coração, como desejo da vossa vontade, para que a paz esteja presente em todos, com todos e assim seja acolhida por todos. Só assim, poderemos dizer que a verdadeira Luz, ilumina toda a pessoa humana como o refere São João (1, 1-2): “O que existe desde do princípio, o que ouvimos, o que vimos com
os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida, de facto, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e vos anunciamos…”. Faço votos de que este acontecimento para a nossa vida cristã, não passe despercebido por nós, pelas nossas famílias, com meras futilidades e materialismos exacerbados, mas ao menos, numa pequena oração antes de iniciarmos a nossa refeição natalícia em família, saibamos agradecer ao Senhor tudo o que Ele nos concedeu, nos concede e concederá, sobretudo pelo Dom da Paz, sobretudo para aqueles e aquelas que neste momento da história, por diversas razões, não a têm. Um Santo e Feliz Natal para todos e Um Próspero Ano de 2020, semeando esperança em todos os corações, momentos e circunstâncias. Pe. Henrique Ribeiro, Diretor Espiritual
Mais Além
Registamos a Vossa Generosidade Donativos Luísa Faria
Apúlia
6,00
Manuel Pereira
Fafe
10,00
Filomena Rolo
Apúlia
15,00
Filomena Gonçalves
Fafe
5,00
Cesaltina Faria
Apúlia
20,00
Isaura Lopes
Fafe
5,00
Anonima
Apúlia
10,00
Arminda Silva Afonso
Fafe
10,00
José Maria Gonçalves
Lousado
10,00
Joaquim Lameiras Carvalho
Fafe
10,00
Alaide Silva
Braga
1,06
Alberto Joaquim Costa Alves
Fafe
20,00
Francisco Pinto da Silva
Braga
20,00
Aníbal Rodrigues
Braga
5,00
Ana Maria C. da Rocha
Merelim S. Pedro
20,00
Manuel Ferreira da Costa
Louro
10,00
Luísa Campos
Trofa
5,00
Centro Caxinas
Caxinas
Humberto Rodrigues
Coletas Centro de Guimarães
106,67
Centro de Apúlia
100,00
210,00
Centro de Vila Verde
40,00
Guimarães
20,00
Centro de Marinhas
85,00
Mª Josefa Martins Machado
Guimarães
10,00
Centro de Braga
68,94
José Veiga e Esposa
Guimarães
10,00
Coletas Escola 23.09.2019
19,85
Helena Teixeira
Fafe
10,00
Centro de Fafe
100,00
José Joaquim Macedo de Araújo Fafe
5,00
Centro de Guimarães
102,52
Falecidos NOME
CURSILHO
CENTRO
Carlos Alberto Rodrigues
243
Braga
Maria Fortunato
148
Caxinas
Mª do Carmo Nunes Santos
316
Caxinas
Mª Constança Gomes Maia
110
Caxinas
João Lourenço Dias
22
Braga
Joaquim da Silva Magalhães
307
Fafe
Mª Helena Teixeira
310
Fafe
Manuel Assunção Costa Sampaio
343
Fafe
CALENDÁRIO FEVEREIRO
DEZEMBRO 2019 Dia 2 Dia 9 Dia 20
Escola de Dirigentes - “O Dirigente” - Braga, às 21.00 h
Dia 15 a 16 Retiro de mudança
Presidente Nacional do MCC - Joaquim Mota
Dia 17
Reunião/convívio de Delegados – Braga, às 21.30 h
MARÇO
Jantar de Natal - Apúlia - Centro João Paulo II
Dia 07
Eucaristia às 19.30 h inicio do jantar previsto para as 20.15 h
Escola de formação de Primavera – Apúlia das 14.30 h às 18 h
Dia 16
Escola de Dirigentes – Braga, às 21.00 h
Dia 25 a 28 Cursilho 404 de Homens - Apúlia
JANEIRO 2020 Dia 06
Reunião/formação de Delegados
Dia 20
Escola de Dirigentes – “O Pré Cursilho”
Escola de Dirigentes – Braga, às 21.00 h
Dia 25 a 28 Cursilho 405 de Senhoras – Apúlia Estas e outras atividades podem ser consultadas no Calendário 2019/2020 do MCC Braga.
2
Mais Além
Saudação aos cursilhistas Caríssimos Irmãos Cursilhistas, Conforme tive oportunidade de partilhar, em 17 de agosto na minha primeira comunicação a todos os centros de Ultreia, que “depois de algum tempo de preparação, algumas trocas de ideias, muitas e boas conversas e muita intervenção do Espírito Santo eis que temos novo Secretariado!” Acreditem mesmo que tem mão do Espírito Santo nesta ação! Surgiu esta necessidade em tempo pois era altura de escolha de novos elementos para esta nova equipa, assim como o será de novo se Deus quiser, daqui a três anos. Não foi fácil, pois tudo se passou em tempo de férias, mas tudo correu muito bem e todos os convites aos novos elementos foram fluindo com muita responsabilidade, equipe que se mantem ainda hoje e em crescendo, com laços cada vez mais fortes, revelando uma equipa coesa e unida, prática e sem hesitações, disposta ao trabalho para todos, presentes em todas as atividades e nota-se plena de amizade. Nessa primeira comunicação enviei “com entusiasmo e alegria” a lista do novo Secretariado. Era na realidade uma Escolha carregada de responsabilidade, é verdadeiramente um Secretariado jovem, mas maduro, que sabe aquilo que quer para este nosso MCC, cheio de energia e vontade de cumprir o Carisma e Ideais que como disse “um dia Eduardo Bonnín Aguilo e todos os seus companheiros de “viagem” criaram para o nosso Movimento dos Cursilhos de Cristandade”. Nós Cursilhistas temos o privilégio de pertencer a um Movimento que tem “Uma forma de estar em Movimento” em ação para o exterior, em saída para o centro de uma sociedade ainda ferida nos seus mais valiosos valores e princípios, digo “ainda” pois acredito que tudo se irá corrigir e com muita da nossa contribuição. Nós Cursilhistas temos nos nossos centros a oportunidade de fazer verdadeiros Amigos, aprender com eles a ser Amigos de Jesus e a compreender a sua
mensagem, e com toda essa Alegria e empenho sair e fazer despertar todos os ambientes onde estamos inseridos, “com a humildade e o “arrojo” de S. Paulo, isso faz de nós apóstolos e dá-nos o privilégio de poder participar e trabalhar na “Messe” do Senhor, pois “ os trabalhadores são poucos” e Cristo conta connosco!” Entretanto este vosso Secretariado tem movido ações e preparadas dinâmicas que levem ao entusiasmo de ser Cursista e ao despertar da tal Alegria, á vontade de construir e contribuir com algo de bom para o Outro, “pois é dando que se recebe” “perdoando que se é perdoado”. E temos conseguido; todas as ações têm sido maravilhosas e sentimos “Aí o Senhor entre nós! Tão bom!
3
Apelo por isso, a todos vós que não deixem de ocupar a vossa “cadeira” e participem ativamente em todas as atividades, pois todas são dirigidas ao nosso enriquecimento e crescimento interior “é chegada a hora de falarmos todos a mesma linguagem!” É imperativo! Todos com a sua personalidade, mas alinhados na mesma direção! Vamos gostar muito de trabalhar convosco pois todos temos dentro de nós “a Tal Alegria”, aquela que apenas pode vir do Senhor! E tudo isto, nos irá fazer Cristãos Felizes e seres Humanos cada vez mais perfeitos! José Manuel Fernandes – O vosso Presidente (com muito orgulho)
Mais Além
ÚLTIMOS CURSILHOS O Movimento dos Cursilhos de Cristandade a caminho se cumprir seis décadas na Arquidiocese de Braga, Realizou-se em outubro e novembro passado, dois cursilhos: 402.º Cursilho de Homens e 403.º Cursilho de Senhoras.
De 25 a 28 de setembro passado, decorreu, no Centro Social João Paulo II, em Apúlia, o 402º Cursilho de Cristandade da Arquidiocese de Braga. Primou, este cursilho, pela adesão ao compromisso de todos quantos o frequentaram, manifestamente demonstrado pela atenção, entrega, voluntarismo, interesse, dedicação e, acima de tudo, abertura ao apelo de Cristo. Ninguém descurou a sede, nem deixou de procurar a fonte. Deste modo, o “Homem Novo” emergiu com a natural simplicidade de um sopro divino, qual “sarça-ardente”, cura milagrosa, “Sermão da Montanha”… A vivência e a convivência do fundamental cristão, cimentado durante os três dias de cursilho, com assertividade e confiança pela descoberta de CRISTO – porventura, para alguns, até ali não entendido ou mesmo desconhecido – servirá, com toda a certeza, de sapata à coluna vertical ali “verte-
brada” e também de almofada, pois de todo necessária, para a abordagem de um “Quarto Dia” mundano e imprevisível. Foi bom de ver e assistir a uma clausura partilhada, onde cada um se sentiu de todos e todos de cada um. A firmeza testemunhal dos mais novos – serena, firme e contagiante – enlaçou os presentes na recordação passada do
4
seu próprio cursilho, de tal modo que tanto os acolhidos como os acolhedores se confundiram, como comprovaram os testemunhos dos mais antigos. A Eucaristia foi, como de costume, momento alto de elevação e de comunhão. Todavia uma altura houve em que se sentiu, sobremaneira, a ligação Homem/Deus quando foi rezado o Pai Nosso – de mãos dadas; com os braços levantados; as vozes serenas, firmes e compassadas a um ritmo estudado sem ser ensaiado; e os rostos felizes com os olhos vidrados de alegria vivida em ocasião sem igual… Sentiu-se o Tabor numa tenda só… E ali foi feito, porque todos quiseram, “um bocadinho do céu”… “Gosto muito de ti, minha/meu irmã(o)”. Foi o desafio lançado para o “abraço da paz”. Esta mensagem singela, mas cheia de significado, melou a garganta do coração mais frio, notando-se um salto de emoção e alegria manifestado em abraços mais quentes que aqueles que vemos lançar nas “arrivals” aeroportuárias… O irmão que morava ao lado parecia ter chegado duma viagem dos antípodas, tal o abraço efusivo, franco e leal ali partilhado… A partida não foi em debandada… Mas feita em passo lento, embora para alguns, o motorista do autocarro reclamasse pressa… Na verdade, sair do “Tabor” de uma clausura para a rosa-dos-ventos de um “Quarto Dia”…, mas é assim a vida: “Aguenta que é serviço”… Até já. A seguir a esta há outra clausura.
Manuel Alberto Moreda
Mais Além
Pela primeira vez Reitora
Meus queridos irmãos em Cristo, o testemunho que vos deixo podia chamar-se “não” mas, parece-me mais apropriado esta letra de uma música que cantamos muitas vezes: “Seduziste-me Senhor, eu deixei-me seduzir. Numa luta desigual, dominaste-me Senhor. E foi tua a vitória!”. Nasci numa família católica, que se tornou profundamente católica por causa dos cursos de cristandade. O nosso pai fez curso de cristandade em agosto e morreu logo depois em dezembro. A mãe ficou só e com a tarefa de cuidar e educar. Sempre teve um amor enorme pelos cursos, confesso que até achava exagerado, mas quando fiz 18 anos ela começou a apostar na minha conversão. De seguida o convite. A resposta foi “não”. Ela não desistiu e de 18 a 21 de agosto de 1985, no cursilho 242 lá estava a Mena. Mas, como o “não” estava cá entranhado foi uma luta difícil. Como o Senhor estava determinado, Ele venceu e fui daquelas que cheia de convicção gritou: “Cristo e eu maioria absoluta”. Cheguei ao meu metro quadrado e ao Quarto Dia, cheia de vontade de mudar o mundo. Mas não mudei muito mais que o meu mundo.
Com o passar do tempo e as agruras da vida fui-me afastando de tudo e até Cristo ficou longe. Fiz uma travessia no deserto, fiquei mesmo como a «esquiadora» que nós também conhecemos, enlameada e ferida sem ânimo para prosseguir. Eis que um enviado do Senhor me chama de volta. Não consegui ver a bondade do Senhor nesse chamamento e mais uma vez disse “não”. Como o Senhor estava determinado convenceu-me que todos têm valor até a maior “porcaria” servia para alguma coisa, lá fui eu ao encontro do Pai de misericórdia. Agradeço ao Senhor por não ter desistido de mim e me ter ido buscar para o abrigo onde nada falta e também nos tratam as feridas. Aqui á uns tempos vem o Senhor com uma nova proposta e a resposta foi a mesma: “não”. Não tenho capacidade para tal. Como estes meus irmãos são uns “chatos” mesmo á maneira de Cristo, lá iam insistindo: “– Estou contigo, vou contigo o que precisares a gente ajuda. Confia.”
5
Depois de umas noites sem dormir e de ter uma conversa especial com o Senhor, resolvi deixar o “não” de lado e passei a dizer “sim”. Sei que humanamente não fiz tudo bem, mas o Senhor sabe o amor que pus em tudo. Quem ganhou fui eu. Ganhei uma equipa reitora e sacerdotal fantástica, que se deu totalmente e que me levou ao colo. Ganhei um grupo de quinze mulheres valentes que jamais esquecerei. Ganhei três dias de perfeito amor. Agradeço ao Senhor por tudo isto, e também, porque cuidou dos meus para eu poder estar completamente entregue ao cursilho. Às minhas meninas, que já estão no Quarto Dia, e àqueles para quem o Quarto Dia já vai longo, eu digo que por vezes o caminho é difícil. As pedras são pontiagudas e os entraves são muitos, mas se Deus te escolheu vai dar-te ferramentas para ultrapassar. O caminho não é fácil, mas seria mais difícil sem um cursilho. Sem ele não sei caminhar. Um abraço em De colores. Filomena Rolo Centro de Apúlia
Mais Além
À CONVERSA COM O PADRE CARLOS LOPES – Quem é o Carlos Lopes, o sacerdote? Crente. Teimosamente crente. Crente em Deus e teimosamente crente na Humanidade. Um dia, Aquele há-de conquistar esta. Acredito. Trabalho, rezo e estudo em função disso.
O tempo foi passando e já tinha quinze anos de idade quando fui abordado então pelo meu Pároco para a decisão de entrar no Seminário. Decisão que já vinha a ser trabalhada desde esse primeiro encontro com tantos livros.
– E o Carlos Lopes criança? Bom menino, que se entende muito bem com o Carlos Lopes, sacerdote. Inseparáveis, aliás. – Acha que a criança que foi, hoje, estaria orgulhosa e feliz pelo homem em que se tornou? Sim, porque a criança faz parte do homem como o homem faz parte da criança que é. – Em que altura da sua vida, idade talvez, sentiu o apelo ao sacerdócio? Como soube que era chegado o momento de seguir em frente? Tinha nove anos de idade. Vida muito difícil naquela altura. Fome de pão. O meu pároco de então, Padre Miranda, pároco de Maximinos atualmente, convidou-me para tomar o pequeno-almoço com ele, depois de me ter dito que estava muito magrinho, aquando de uma das vezes que fui acolitar à missa de semana. Adoro ler e, ao passar pelo seu escritório, vi muitos livros. Fiquei encantado. Pensei: “quero ser Padre para ter assim tantos livros”. Foi o primeiro sinal. Comecei a tomar, naquela casa, o pequeno-almoço de forma habitual. Lembro-me perfeitamente das lágrimas da minha mãe quando lhe contei que o Padre Miranda me disse que estava muito magrinho e que me convidou para tomar o pequeno-almoço com ele e que daí em diante poderia fazê-lo sempre que quisesse.
– Que dificuldade maior encontra no exercício do seu ministério? Dizer “não” e a falta de tempo pessoal que lhe está associada. – É um homem e padre jovem. No entanto, já deve ter experimentado alguns dissabores. Já se questionou sobre os propósitos que o movem? A ingratidão. Como Jesus deve sofrer! Arrumo muito facilmente as “gavetas”, mas a ingratidão demora geralmente mais de vinte e quatro horas a deixá-las arrumadas. O que me move – procuro que seja assim – é a harmonia integral. Não consigo viver sem essa busca. – O Padre Carlos é cursilhista. Como teve conhecimento deste Movimento? Foi no Seminário, que ouvi falar dele. Não fiquei com boa imagem. – Pode dizer-nos o que o levou a fazer um Cursilho de Cristandade? Logo após o falecimento do Sr. Cónego Melo, Sua Excelência Reverendíssima, D. Antonino Dias, Bispo Auxiliar de Braga naquela altura, disse-me que tinha de fazer um Curso de Cristandade. Eu continuava com má imagem sobre o Movimento, mas a obediência falou mais alto.
6
– Que testemunho nos pode dar do que foi a sua vivência? Nunca mais tive sossego. Dentro e fora do Movimento. Antes de ir, pensei: “vou rebentar com aquilo”. “Rebentei-me” eu! Aprendi a ver a vida sob a perspetiva da experiência de Deus. A minha vida nunca mais foi a mesma. Melhorou substancialmente. E tive a possibilidade de conhecer pessoas de tal profundidade que não imaginasse existirem na vida real. – Trouxe em si uma mensagem de esperança? Pretende levá-la aos outros? De que forma? Sim, trouxe. A vida em Deus é maravilhosa. A experiência de fazer um Cursilho é absolutamente única. Nenhum cristão que tenha algum papel de liderança deveria perder a oportunidade de participar num, quando convocado por Deus. Só sabe o que estava a perder quem nele participa. É isto que costumo partilhar. – Como vê o Movimento e qual o seu incremento no seio da Igreja? Os Movimentos na Igreja são, particularmente hoje, uma grande riqueza, porque geram, no compromisso, relações que vão para além das de
Mais Além
sangue: criam Amizade e corresponsabilidade no acesso à Salvação. Afinal, a Salvação não é o combustível que nos faz caminhar? – Já participou em algum Cursilho como assistente espiritual? Se não, estaria interessado em ingressar num? Já participei em três ou quatro há alguns anos atrás. Adorei. Experiência maravilhosa, onde se aprende a dar utilidade aos joelhos, como trampolim para a felicidade. Neste momento, são muitos os compromissos que limitam a possibilidade, mas não está fora de questão. Bem pelo contrário. – O MCC é um Movimento de leigos que conta com os sacerdotes. Como vê a participação do sacerdote na dinâmica de um Cursilho? O Sacerdote é sempre sinal de Deus e quando não é deve colocar-se a caminho para o ser. Mesmo que o impacto inicial no Cursilho seja o facto de leigos mostrarem a alegria de rezar e o seu papel na sociedade, num segundo momento percebe-se facilmente que o sacerdote é sinal da graça divina, pelos Sacramentos e pelo testemunho. – Que meios ou formas propõe para o crescimento do MCC? Cada membro, chamado a ser testemunha e parte integrante da alegria missionária, só o é se for capaz de contagiar, incendiando com beleza, vidas. A sua e a dos outros. O Espírito Santo sempre orienta rumo ao milagre de vidas com sentido, pegando no pouquinho que tivermos a oferecer. Há que O invocar sem cessar. Oração é a primeira coisa. Testemunhar é a segunda. Saber o quê é a terceira.
Reflexão
Lugares do Encontro: A IGREJA (1) ... Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou um grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. ... (Carta Encíclica DEUS CARITAS EST, Bento XVI)
A Igreja é Lumen Gentium (carta constitucional dogmática do Concílio Vaticano – iluminada por Cristo, que faz da Igreja a Luz do Mundo. A Igreja é o espaço sacramentado do Encontro com Deus, com Cristo e com todos nós que somos baptizados e vivemos uns com os outros na mesma Fé e nos mesmos sentimentos. A Igreja, como comunidade dos povos que crêem em Deus, é o lugar por excelência para encontrar Jesus Cristo. É o povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo [LG 4], guiados por Cristo, que é a luz dos Povos. Simão Pedro, a quem Jesus disse hás-de chamar-te Cefas, que significa Pedra [Jo 1,42], e seu irmão André, até então seguidores de João, a convite de Jesus foram ver onde morava e com Ele ficaram nesse dia... por volta das quatro horas da tarde... E na Última Ceia, Jesus prepara os discípulos para o tempo que virá após a Sua morte, o tempo da Igreja. Contra o medo de ficarem sós, Jesus assegura-lhe: na casa de Meu Pai há muitas moradas ( ... ) virei novamente para vos levar comigo para que onde Eu estou estejais vós também [JO 14, 2-3], reforçando o Seu amor redentor por nós ... quem Me ama guardará a minha palavra e o Meu Pai o amará ... [14, 23]. Pedro, portador das Chaves da Igreja de Deus [MT 16, 18-19], é um dos onze discípulos que, pela primeira vez - depois das fieis mulheres - viram e adoraram Jesus após a Ressurreição [MT 28, 16-11]. É nesta Fé, vivida no amor de Cristo, que encontramos, na nossa vida, o novo horizonte de que nos fala Bento XVI, que nos impele a sermos mediadores de Cristo, pelo testemunho desse amor junto dos catequizandos que Jesus nos confiou na Igreja. O encontro com o Senhor também se realiza no nosso coração e na nossa alma. E para que fique cheio de amor de Deus e da Sua luz, o Pai enviou o Espírito Santo – ... Eu pedirei ao Pai e Ele vos dará o Espírito Santo, que permanecerá convosco para sempre ... [JO 14, 16] - Espírito de Verdade e de amor que foi dado à Igreja no dia de Pentecostes.
7
É o Deus do amor que alimenta a nossa esperança e enche a nossa vida. Sua Santidade Papa Francisco, na Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho, convida todo o Cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo e a sair em missão, acrescentando, Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele, vive com ele, em estado permanente de evangelização. Evangelizar é anunciar o Evangelho. Esta é a missão primeira da Igreja. Nós somos templos de Deus e a Sua morada é no nosso coração, na medida em que formos fieis à Palavra do Senhor. Pela Eucaristia, especial lugar de meditação e encontro com Deus, que, pelo baptismo, nos purifica do pecado, somos alimentados pela Sua Palavra e pelo pão e vinho da vida, Corpo e Sangue de Jesus Cristo, que é Deus revelado num memorial de amor infinito, manifestado na Sua morte e ressurreição, por todos os Homens. Em Igreja de Cristo em missão, no âmbito do Mês Missionário Extraordinário, convocado por Sua Santidade, no Arciprestado de Fafe vivemos momentos de oração e de uma alegria interior contagiante, ao participarmos na Vigília Missionária, presidida pelo senhor Arcebispo de Braga D. Jorge Ortiga, – que assinalou o Dia Mundial das Missões – e numa caminhada arciprestal, que envolveu crianças, jovens, movimentos paroquiais e outros que quiseram participar, unidos em oração e peregrinação, pela causa das Missões, entre o Santuário de Nossa Senhora da Ajuda, Estorãos, e o Santuário de Nossa Senhora das Neves, na Lagoa, orientada pelos nossos párocos. Quem aqui se deixou apaixonar por Jesus, devo dá-Lo a conhecer pelo seu testemunho, nos seus ambientes, num estado permanente de missão [EG], anunciando o Seu nome e a Sua vida evangelizadora que a toda a humanidade quer redimir e salvar. Louvemos Maria, nossa Mãe e Mãe da Igreja que unida ao seu Filho desde a encarnação, ao pé da Cruz, se deixou envolver totalmente pela missão de Jesus [Papa Francisco]. [1] – A Alegria do Encontro com Jesus Cristo, carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (2017)
De Colores
Maria Aurora Barros Centro de Fafe 2019.11.12
Mais Além
Encontro nacional de dirigentes
Dizia D. Francisco Senra Coelho no início da sua intervenção no encontro de dirigentes do MCC em Beja: “Que eu me encontre … Que eu O encontre.” É necessário encontrá-lo para nos encontrarmos. Foi assim que chegamos à canícula da cidade de Beja, desta vez com um clima menos agressivo e até uma divinal brisa fresca rececionava parte dos membros do Secretariado Arquidiocesano de Barga. O objetivo da deslocação ao sul do país, mais propriamente ao coração do nosso Alentejo, foi o Encontro Nacional de Dirigentes do MCC, uma atividade nacional em que alguns de nós iríamos estar pela primeira vez e por isso se aguardava com alguma expectativa. Foi exatamente esse o sentido que nos abrangia… de encontro. A nova equipa do Secretariado viu neste encontro como que uma receção de boas vindas. Encontremos a paixão de dar seguimento ao entusiasmo de ser cursilhista. Um encontro nacional de dirigentes é um bom prenúncio de começo para novas tarefas. A primeira será a de nos passar a reunir todos e com todos sem exceção, incluindo qualquer irmão porventura esquecido ou afastado. O trabalho não espera e precisamos saber por onde e como começar da melhor forma. É necessário encontrar todos! Unidos seremos sempre mais fortes para continuar a obra que é, e sempre será, apenas da Igreja de Jesus Cristo,
aquele mesmo que encontramos um dia num cursilho de cristandade. É preciso que cada um se retira dos seus próprios interesses, no silêncio, para sozinho O encontrar. O silêncio pode trazer muitas certezas às nossas dúvidas; sabendo que o nosso Movimento foi e é obra do Espírito Santo, nunca caminharemos sós. Como dizia Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres.” Apaixonados e com entrega, podemos fazer coisas extraordinárias e inimagináveis. Interroguemo-nos sobre como tornar o MCC Braga mais atrativo para os que não estão motivados voltem às lides cursilhistas, mais focados para a missão, dentro e fora do Movimento. Porque se tem falhado nesta vertente, D. Francisco Senra Coelho também retratava a importância do acolhimento no MCC. Tem faltado o bom acolhimento, ou a ausência de um olhar como o de Jesus Cristo para os nossos irmãos. É preciso estimular a perseverança, com coerência, nos centros de Ultreia. Que os irmãos não se afastem com a nossa indiferença. Vamos todos remar forte ao encontro da fidelidade ao carisma, por Jesus Cristo, mesmo sabendo das dificuldades perante a desilusão dos novos ideais, com as Suas marcas e com as Suas referências. De Colores Manuel Carlos Castro Centro de Guimarães
8
SER CURSILHISTA É…. Confiar na Graça de Deus… Avançar para águas mais profundas… Nunca estar sozinho... Sempre estar na presença de Deus, Jesus Cristo e dos Amigos – Irmãos pela Fé!… Crer na Ação do Espirito Santo… Acreditar na Intersecção de Nossa Mãe Maria Santíssima… Ser verdadeiramente um Cristão Comprometido Sem nunca parar de Lutar… Estar pronto a Recomeçar cada dia… Buscar as coisas do Alto… Deixar-se Renovar na Fé em Cristo Continuamente… Se deixar Conduzir por Jesus Cristo… Fiel e ter Esperança… Ver que o Caminho se faz Caminhando… Caminhar e Evangelizar sem medo… Ver que é possível Ser e Viver como Pessoa Nova dia-a-dia Crer que Jesus Cristo é quem Está Connosco e nos Sustenta… Viver o Quarto Dia Intensamente… Viver; Fazer e Ser parte de uma Grande Família Desistir NUNCA; LUTAR SEMPRE…
De Colores
Mais Além
O Cursilhista no Quarto Dia Há momentos na vida em que sentimos uma satisfação interior quando encontramos por vezes, confirmação daquilo que deu um sentido novo à nossa vida, nos marcou e deu origem a experiências novas, como de uma experiência se tratasse, como foi o caso do Cursilho que todos nós fizemos. Fizemos um compromisso com Cristo. Celebramos o amor de Deus e aceitamos o mandato de semear no coração da sociedade, nomeadamente no nosso ambiente. Só o amor retira todos os obstáculos que nos colocam no caminho. Ele é o Salvador. Deus é amor, Cristo salva, Ele vive e suscita vida. Cristo quer entrar na nossa vida para a planificar, para a encher de luz e da sua presença. Não é alguém que está ao nosso lado, como os vizinhos ou amigos. A sua vida tem que estar na nossa vida. Ele quer-nos vivos, detentores de uma vida com sentido e significado, permanentemente abertos aos desafios que a vida nos coloca. Não podemos
ficar parados, adormecidos, espetadores. Temos a responsabilidade de fazer presente Cristo em toda a humanidade. Os seus braços abertos na cruz são o sinal mais valioso de um amigo capaz de chegar ao extremo por nós. Fazer o Cursilho é ter uma experiência profunda com Jesus Cristo. Todos que tiveram a oportunidade de serem convidados a participarem num curso de Cristandade, receberam um enorme conhecimento, envolto numa fé profunda e uma abordagem que muitas vezes não imaginariam existir. Na memória de todos nós ficaram as mensagens repletas de emoção e experiências de vida, a esperada hora das refeições com as brincadeiras, os cantos, e o encontro marcante com o Santíssimo … quantos de nós foram às lágrimas e precisaram de uma atenção especial. Quem pode esquecer o hino De Colores, decolores é a primavera a florir…
Todos saímos do Cursilho radiantes. O nosso entusiasmo e alegria eram contagiantes. Quantas famílias tiveram uma mudança enorme nas suas vidas após um membro participar num cursilho? Ser Cursilhista é uma honra sagrada. É um compromisso em saber que Jesus conta connosco em todos os momentos das nossas vidas. O Cursilho é renovador, moderno, tradicional e completo. Ser cursilhista é evangelizar os nossos ambientes, fazendo de todos os locais, um espaço propício para a manifestação e ação do Espírito Santo. É revestir-nos da áurea de São Paulo e levar a boa nova a todas as pessoas. Que o nosso quarto dia possa ser sempre um eterno recomeçar, pois assim estaremos sempre prontos para Ele. Cristo conta connosco. Decolores João Brandão (Centro das Caxinas)
Reunião Núcleo Norte Decorreu em Aveiro no passado dia 26 de outubro a reunião de Núcleo Norte dos Secretariados Diocesanos do MCC, onde esteve presente o nosso Secretariado. Foram apresentados todos os Secretariados e algumas das suas atividades, além de reveladas e debatidas algumas das dificuldades do MCC em cada Diocese. Foram escolhidos entre os presentes os elementos deste Núcleo para a comissão organizadora do II Congresso Nacional do MCC, que terá lugar em Fátima no Centro Pastoral Paulo VI, nos dias 24, 25 e 26 do mês de Abril de 2020. Este Congresso sob o lema “CURSILHOS DE CRISTANDADE NUMA IGREJA EM SAÍDA”, será um acontecimento que se reveste de grande importância e relevância para
todos os Cursilhistas, pois além de celebrarmos os 60 anos do Movimento em Portugal, pretende-se que seja o reflexo do contributo que o MCC tem dado e pretende continuar a dar á sociedade e á Igreja do século XXI. O encerramento deste Congresso, dia 26, consta de uma Peregrinação
9
Nacional com início às 10h00, com recitação do Terço na Capelinha das Aparições, seguido da procissão da Imagem de Nossa Senhora para o Altar do Santuário, onde será celebrada a Eucaristia. A data limite para as inscrições no congresso é 31 de Janeiro de 2020.
Mais Além
CRISTO CONTA CONTIGO! do de Evangelho os ambientes, ajudando a descobrir e a realizar a sua vocação pessoal. É no cursilho que se vive uma experiência de Deus vivida comunitariamente em três dias. Que Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, e o bem-aventurado apóstolo São Paulo intercedam por nós e pelo nosso Movimento dos Cursilhos de Cristandade. De Colores, vive-se melhor. “De cores, de cores revestem-se os campos na Primavera. De cores, de cores são os passarinhos que provêm de fora. De cores, de cores é o arco-íris que vemos reluzir...”. Cristo Conta Contigo! Decolores. José Manuel Centro das Taipas
(…) O nosso MCC de Braga precisa de novos rumos. É preciso que haja um espírito jovem, inovador, de apostolado e acima de tudo orador, para que à Luz do Espírito Santo, sejamos sal da terra e luz do mundo. Precisamos de ser Apóstolos do Evangelho. É preciso levar a Alegria do Evangelho, a quem mais precisa, desde os sem-abrigo, aos presos, aos doentes e aos demais. Mas para que isso aconteça é preciso que nas nossas Ultreias haja unidade entre homens e mulheres cursilhistas, para que sejamos um. Somos um MCC. Cristo conta contigo e com cada um de nós, para levarmos a Sua Palavra e a Sua Mensagem. Os Cursilhos de Cristandade nasceram “não para formar homens de Igreja, mas uma Igreja de homens”. Nós somos um Movimento apostólico, que se tornou uma árvore frondosa, rica de frutos do Espírito. O Papa Paulo VI recorda-nos que “Cursilhos de Cristandade é o nome que, comprovado pela experiência, acreditado pelos seus frutos, percorre hoje, com carta de cidadania as estradas do mundo.” Na mesma linha, o Papa João Paulo II lembra que “Jesus, a quem abristes com gene-
rosidade os vossos corações, pede-vos que proclameis incansavelmente o seu nome àqueles que ainda não O conhecem. Ele chama-vos ao seu serviço, ao serviço da Verdade que nos liberta. Como vo-los recorda uma oração a que frequentemente se recorre no Movimento dos Cursilhos, Cristo não tem mãos, pois só dispõe das nossas mãos para transformar o mundo de hoje. Cristo não tem pés, pois só possui os nossos pés para orientar o mundo rumo a Ele. Cristo não tem lábios, pois só dispõe dos nossos lábios para falar ao homem. Muitos homens e mulheres do nosso tempo, que infelizmente se afastam de Deus, esperam de vós a luz da fé que as ajude a redescobrir as cores da existência e do júbilo de se sentirem amados por Deus. Coragem! Ultreia! Avante!” Lembrou, ainda, para Maria, exemplo de indefetível fidelidade a Deus e, como Ela, em cada circunstância depositai a vossa confiança em Deus, Pai de misericórdia, que orienta os vossos passos ao longo do caminho da verdade e do amor. Somos um Movimento da Igreja, na linha da pastoral profético-enigmática, que visa a vivência do fundamental cristão, em ordem a criar núcleos de cristãos que vão fermentan-
10
SONETO Quanta paz, quanto bem mora em meu peito Após fazeres de mim o teu sacrário; Tanta honra, tanto amor, meu proveito Ficares comigo em trono solitário… Amor, amor e mais amor a eito Abandonado assim, qual relicário Lírio aberto em campo de luz afeito Céu na terra envolto em Teu sudário… O coração na Tua chama aquece – Remanso etéreo, aroma que se esvai Éden criado que sem Ti fenece. Sê minha luz e estrela, Oh Adonai E enquanto a alma lira tua benesse Fica comigo, olha que a noite cai. Manuel Alberto Moreda
Mais Além
HUMOR
LIVRO DA SABEDORIA Em Sb 7,22-23 são definidas as qualidades do Espírito da Sabedoria. A partir delas, preenche este acróstico
S A B E D O R I A
O PRESÉPIO
LIVRO DO ECLESIASTES Há um tempo para tudo, diz-nos Ecl 3, 1-8. Partindo deste texto, completa a segunda parte: Há um tempo para…
E um tempo para….
Há um tempo para…
Abraçar
Guerra
Amar
Matar
Atirar pedras
Nascer
Calar
Plantar
Chorar
Procurar
Destruir
Rasgar
Guardar
Se lamentar
E um tempo para….
Quando fizeres o presépio Não o faças por tradição... Mas procura envolver nele A alma e o coração! O presépio mais importante Fá-lo no teu interior... Que seja muito envolvente, Cheio de paz e amor! A tua coerência será a estrela Que falará de Jesus... Deste modo, muitos outros, Encontrarão o Caminho e a Luz! Nunca deixes que se apague A luz do teu pinheirinho... Para que junto de ti Ninguém se sinta sozinho! Que haja bom ambiente Dentro do teu coração... Prepara o melhor presente E oferece-o ao teu irmão! Pensa em todas as pessoas... Especialmente em quem pouco tem. Partilha o teu Natal Para que todos se sintam bem! Faz do teu coração uma gruta Com aquecimento e luz... Que ele seja o ponto de encontro Dos teus irmãos com Jesus! Prolonga o teu Natal Pelo ano adiante... Um dia irás concluir Como isso foi importante! Rosa Leitão
Centro de Ultreia de Braga
DESCOBRE AS 7 DIFERENÇAS
11
Mais Além
Ecos do nosso tempo
(6)
Nos Cursilhos de Cristandade nunca se anulou ou se proibiu pensar sobre os temas que se ouvem, antes pelo contrário: apela-se constantemente a que os cursilhistas usem a inteligência, a oração e a presença do Espírito Santo. Sou um aprendiz de tudo e de tudo nunca saberei, mas aprendo depressa. Afirmavam-me que Cristo era bom, omnipresente, omnipotente e que morreu na cruz. Confuso, perguntei porquê e disseram que foi para me salvar. Mas só num Curso de Cristandade percebi a morte e a ressurreição daquele que disse: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Antes de participar num Cursilho de Cristandade, o homem vive no ventre do desconhecido mundo, frio e traiçoeiro. Após o cursilho, o “novo homem” passa a viver, se quiser, no ventre da Verdade de Cristo e da Igreja, que sempre o esperou. Nos Cursilhos de Cristandade, bem como na Igreja, só Deus perdoa o homem arrependido, através do Sacerdote assistente. Mas as mensagens do cursilho, os testemunhos dos seus responsáveis e a presença do Espírito Santo, são o arado que lavra a boa terra, para beneficiar da semente lançada. Isto é, o perdão dos pecados. Nos Cursilhos de Cristandade também se canta e ri e contam-se histórias. Há silêncio – o tempo para pensar – e fala-se de Cristo. Tudo isto, para que todos executem a mais bela sinfonia da vida!
O Movimento dos Cursos de Cristandade, conhece as pedras que perturbam o homem desde a manhã à noite. Mas está e vive confiante, porque o Espírito Santo ensina a transformar os pedregulhos que aparecem na vida, em pedras “angulares”… e, assim, vão surgindo belas construções.
A Equipa responsável num Cursilho de Cristandade, conhece a sua miséria e os seus limites: ela sabe que as raposas têm covis, as aves seus ninhos, mas a Equipa só tem Cristo Jesus, onde pode reclinar toda a sua pequenez. Logo, ai daquele que assim não sinta!
Nos Cursilhos de Cristandade também se reparte o pão e o vinho. Mas o melhor Pão e Vinho que no cursilho se dá, são os alimentos que brotam do Evangelho, os quais não se colhem em nenhuma seara ou em qualquer vinha.
12
A fé que se testemunha num Cursilho de Cristandade, não pode, jamais, ganhar doença ou passar pelas nuvens da dúvida e, muito menos entrar pelos caminhos da traição: tanto ao Espírito Santo como à Igreja. A ansiedade é uma doença psíquica que estanca o prazer de viver, provoca angústia, gera o medo, a insegurança, etc. Os cursilhos de cristandade combatem tudo isto, pois estão muito adiantados no tempo e fazem oração. Artur Soares (P.S. O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico).