‘de colores’
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Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros
REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga
JULHO 2018
“Alegrai-vos e exultai!” Caros amigos e irmãos cursilhistas gostaria de vos falar da alegria imensa que o Senhor nos dá em podermos fazer este caminho juntos. Um caminho nunca se faz sozinho, mas sempre em união e em comunhão com todos e convivendo como família que somos, as alegrias e esperanças, os sofrimentos e tristezas de toda a humanidade. Este é o caminho que nos une a Jesus Cristo, um caminho que todos os dias devemos trilhar para com esmero e dedicação deixarmos transparecer o que está dentro de nós. O nosso ideal passa pela envolvência das nossas pequenas coisas do dia-a-dia, mas tudo com a finalidade de valorizar cada um dos pequenos gestos de amor em todos os momentos e agradecendo a Deus. São estes que nos abrem ao dom da essência d’Ele e nos fazem brilhar no meio do mundo, como verdadeiros luzeiros para todos os que nos rodeiam e com quem nos encontramos no quotidiano. Neste sentido, gostaria de relembrar que são nestes momentos que se vão dando as pequenas caraterísticas do caminho de santidade que somos chamados pelo Senhor a construir ao longo da vida, como exorta São Pedro, na sua primeira carta: “Sêde santos, porque Eu sou Santo” (1 Ped. 1, 16). Do mesmo modo, apela-nos o Papa Francisco na sua exortação apostólica
sobre o chamamento à santidade no mundo atual apresentando e relembrando as Bem-Aventuranças, como projeto de felicidade e o “bilhete de identidade do cristão”. Apenas vos queria relembrar as caraterísticas principais de que nos fala o Papa Francisco nesta exortação apostólica.
Primeiro “é permanecer centrado, firme em Deus que ama e sustenta (…) É a fidelidade do amor, pois quem se apoia em Deus também pode ser fiel aos irmãos, não os abandonando nos momentos difíceis (…) A humildade só se pode enraizar no coração através das humilhações.” Continua na pág. 3
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Abação
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David Rodrigues Gonçalves
115
Pevidém
Centro de Marinhas
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Maria da Conceição da S. Reis
158
Barcelos
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98,05
Maria do Carmo da Silva
69
Pevidém
Centro de Apúlia
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Avelino Pereira
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Pedome
Centro de Vila Verde
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Henrique Manuel de Sousa Silva de Moura
86
Maria Alzira de Oliveira S. Couto
65
Francisco Dias Pereira
Braga
Coletas reunião delegados 16.04.18
Braga Guimarães
Centro de Vila do Conde
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Centro de Abação
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Coletas Escola 07.05.2018
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9,00
15,22
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Que Ele cresça e eu diminua Caros Cursilhistas, Acabamos de festejar o nascimento de S. João Batista que nascido em pleno solstício de verão nos lembra das férias e do descanso à beira-mar ou no campo e, quantas vezes, exageramos e até fazemos férias de Deus quando, como Cursilhistas, temos o dever de fazer férias com Deus. Tomando como base o nascimento de João Batista, nascido no solstício de verão, em altura cujos dias começam a ficar mais curtos, temos em contraponto o nascimento de Jesus Cristo, no solstício de inverno, altura em que os dias começam a crescer. O tempo de João que se esgota dá lugar ao raiar de uma nova era: “O Filho de Deus, Emanuel – Deus connosco.” Pelo facto de sermos Cursilhistas, não estamos salvos. Os fariseus, no tempo de João, diziam: “nós somos filhos de Abraão”. João Batista diz-lhes “Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão.” João Batista, o precursor, aquele que afirma não ser digno de desatar as sandálias Àquele que estava para vir, dizia aos homens e mulheres do seu tempo, em atos de plena humildade: “arrependei-vos, endireitai as suas veredas.” Sem medo, João denuncia aqueles que, reiteradamente, permanecem no erro. Anuncia Jesus “Eis o Cordeiro de Deus” e por fim diz “que Ele cresça e eu diminua”. A missão de João foi a de anunciar o Cordeiro que viria para nos redimir do pecado. Deus esteve com João até ao fim. Da mesma forma, cada um de nós responsabilizou-se pela missão que lhe foi atribuída e antes que esmoreça face às contrariedades que a vida nos coloca, teremos de confiar na força do Espírito Santo, para como Paulo anunciarmos que “tudo posso naquele que me conforta”. Assim, quando a missão nos parecer dura, difícil e penosa, e nos apetecer dizer que não temos capacidade para desempenhar tal papel, lembremo-nos que Ele não escolhe os capacitados, mas capacita aqueles que escolhe.
Caros irmãos, exorto-vos a fechar os olhos, cerrar os dentes, respirar fundo e, sem medo, ir em frente, assumir a responsabilidade do compromisso assumido no início do nosso Quarto Dia, não poupar esforços, agarrarmo-nos com amor e dedicação à causa do Carisma que nos foi entregue por Eduardo Bonnin – “Fermentar de Evangelho os ambientes” - testemunhando, de forma séria e comprometida, os valores que Cristo colocou nas mãos de cada um de nós. Temos de renovar a nossa ficha de Militante de Jesus Cristo. Temos de amar sem reservas, dando-nos aos outros sem nada esperar em troca. O nosso querido Papa Francisco dá-nos o mote: “Testemunhai, arrastai o próximo para Cristo pelo vosso exemplo e, se necessário, por palavras”. Lembremos o Rolho Dirigentes: “Vós sois as mãos de Cristo!” Decolores Jaime Pinto
membros cuidam uns dos outros formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado que a vai santificando segundo o projeto do Pai.”
Continuação da pág. 1
Segundo, “o santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor, ilumina os outros com um espírito positivo e rico de esperança.”
Quinto, “o santo é uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade de comunicar com Deus. (…) A oração, precisamente porque se alimenta do dom de Deus que se derrama na nossa vida, deveria ser sempre rica de memória.”
Terceiro, “a santidade é ousadia, é impulso evangelizador que deixa uma marca neste mundo (…) somos frágeis, mas portadores de um tesouro que nos faz grandes e pode tornar melhores e mais felizes aqueles que o recebem. A ousadia e a coragem apostólica são constitutivas da missão.”.
Irmãos cursilhistas, acolhei e vivei com o Senhor, comigo e com toda a Igreja a missão que Ele nos faz chegar a cada momento da nossa história com toda a intensidade, tendo a certeza que tudo é gratidão para com Deus que nos ama e nos chama. Assim viveu Eduardo Bonnin, numa entrega alegre e confiante em Deus no seu coração.
Quarto, “a santificação é um caminho que se deve fazer dois a dois (…) Viver e trabalhar com outros é, sem dúvida, um caminho de crescimento espiritual (…) A comunidade que guarda os pequenos detalhes de amor e na qual os
Decolores, Pe. Henrique Ribeiro Diretor Espiritual MCC
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Recomeça! “Quando a vida bater forte e a tua alma sangrar, quando este mundo pesado te ferir, te esmagar, é a hora do recomeço. Recomeça a lutar! Quando tudo for escuro e nada iluminar, quando tudo for incerto e tu só duvidares, é a hora do recomeço. Recomeça a acreditar! Quando a estrada for longa e o corpo fraquejar, quando não houver caminho nem um lugar para chegar, é a hora do recomeço. Recomeça a caminhar! Quando o mal for evidente e o amor se ocultar, quando o peito ficar vazio e o abraço faltar, é a hora do recomeço. Recomeça a amar! Quando tu caíres e ninguém te amparar, quando a força do que é mau te conseguir derrubar, é a hora do recomeço. Recomeça a levantar! Quando a falta de esperança decidir, te surrar, se tudo o que for real for difícil suportar, mais uma vez é a hora do recomeço. Recomeça a sonhar! É preciso um final para poder recomeçar. Como é preciso cair, para poder levantar. Nem sempre fazer marcha atrás, significa voltar. Marca aquele encontro, reconquista um amor, reúne quem te quer bem, reconforta um sofredor, reanima quem está triste, e reaprende na dor. Recomeça, refaz-te, lembra o que foi bom, reconstrói cada sonho, descobre algum dom. Reaprende quando errares, rebola quando dançares. E se um dia lá na
frente a vida te contrariar, recupera a tua fé e recomeça novamente.” Estou lenta de pensamento, rudimentar na escrita e na motricidade, mas tenho um coração que pulsa, por força do amor que tenho por Ti! Não é fácil falar da Mãe de Jesus. Por vezes parece que me repito nas palavras, mas não. As palavras não se repetem, mas renovam-se a cada vocábulo dito ou escrito. Gosto de Te olhar, gosto de seguir Teus passos, gosto de Te sentir Mãe! Gosto de perceber que Foste e continuas a Ser a maior dádiva da minha vida! Porque me fizeste sorrir, porque me fizeste voltar a amar, porque me fizeste perceber, que é maravilhoso ter Mãe! Contigo aprendi que a fé move montanhas que a crença apazigua a vida, transmite calma. O poder do amor, o poder reparador do amor, abriste-me o Teu coração, aconcheguei-me dentro dele e agora não consigo e nem quero viver sem Ti! Cativada pelo Teu olhar, brilhante e afetuoso, sinto magia quando me ouves, quando escutas todas as minhas barbaridades e inseguranças, toda a minha incerteza. Cada vez que fixo Teus olhos, sinto-me uma criança apaixonada pelo rosto da Mãe. Tens o odor das rosas, através dele procuro-Te, e quando Te vejo, mesmo que à distância aceno-Te faço uma vénia, um grito silencioso, com a intenção de Te lembrar que estou aqui! Maria, foste/és o maior milagre da
minha vida! Senhora do olhar doce, da calma, paz e tranquilidade. A Teus pés rezo comovida, pela compaixão com que abriste o Teu coração. Maria, para mim és muito mais que uma Amiga. É esta forte base de Amizade que faz com que eu tenha confiança em Ti! Obrigada Mãe por me teres ajudado a crescer na vida e na fé, por seres a presença viva de Deus na minha vida! Por um dia teres cruzado teu olhar com o meu com a sensibilidade própria dos eleitos do Espírito Santo. Hoje sinto, que muito mais que entender a religião; o amor o afeto o aconchego o apego e a esperança, fundados no amor Maternal da Virgem Maria, transformaram a minha vida! Obrigada Mãe, por me teres ajudado a crescer na simplicidade do amor! Maria afeto, doação e felicidade… Teu sorriso, Teus olhos brilhantes… Que veem sempre para além do horizonte. Maria José Costa Centro de Guimarães
Chamada a reviver De 9 a 12 de junho de 2011 participei no cursilho n.º 377 da Arquidiocese de Braga. Desde aí, fui vivendo o meu Quarto Dia da melhor forma possível, nesta luta constante entre o bem e o mal. Um ano e pouco depois do meu cursilho foi-me diagnosticado cancro e claro está vivi um período difícil, muito difícil. De uma vida muito dinâmica, passei para uma vida sedentária entre consultas, exames e quimiote-
rapia. Mas queridos leitores e irmãos em Jesus Cristo, tudo ofereci como intendência e o Jesus do Sacrário foi sempre a minha força. Procurava ser assídua às ultreias, pois precisava do apoio dos irmãos e também era necessário testemunhar a minha confiança no Senhor, este Senhor que tudo pode e até me podia curar. Nunca faltava às clausuras e assim ia revivendo o meu cursilho. Nesta luta
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entre dias bons e dias menos bons, tive a oportunidade de participar num retiro de mudança, mas o que desejava no meu coração era fazer parte de uma equipa reitora, pois aí, reviveria o meu cursilho intensamente. Quis Deus que o convite chegasse este ano. A fase má da minha doença já passou, ficaram apenas algumas limitações e a minha resposta a este convite foi sim. E assim, de 21 a 24 de fevereiro estava na Apúlia para o
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cursilho 397. Muita expectativa, muita oração, muita alegria interior e pela primeira vez, com uma equipa fantástica, recebi catorze valentes da nossa Arquidiocese. Fui surpreendida por toda a equipa reitora, todas tínhamos o mesmo querer. Desejávamos ardentemente que as novas tivessem este encontro pessoal com Jesus. Já as amávamos muito. Senti que eramos uma comunidade. Quem nos olhasse diria, como disseram das primeiras comunidades cristãs: “vêde como se amam!” Todo este sentir foi crescendo, crescendo… Nós, a equipa, esperávamos a explosão das nossas irmãs novas. Sabíamos que o Espírito Santo estava ali e a graça ia acontecer. A minha prestação foi pequenina, mas no meu coração rezava sem cessar e ia vendo os rostos a serem trans-
figurados. Senti-me no monte Tabor, como Pedro, Tiago e João, também eu queria ficar ali, mas todos sabemos que cá fora, nos nossos ambientes precisamos de ser fermento que leveda toda a massa. Voltando ao cursilho, posso dizer-vos que pairava sobre todas nós muita paz. Os rolhos foram quebrando barreiras nos corações, sentia-se que a mensagem estava a ser acolhida. A visita ao sacrário e a reconciliação aproxima-as deste Deus que nos ama incondicionalmente, apesar do nosso pecado. E eu que no meu cursilho exultei de alegria por tudo o que o Senhor fez por mim, neste cursilho exultei de alegria por cada uma delas. A minha alegria foi catorze vezes maior. É o momento de ação de graças. Não me canso de dizer obrigada Senhor, mil graças porque tudo isto fazes por mim e pelos meus irmãos.
Com Deus podemos voar alto, com Deus participamos da plenitude da vida divina. Com Deus somos felizes, mesmo quando nem tudo corre bem, porque Deus dá- nos força para superar todos os obstáculos. É difícil explicar o inexplicável. Passar para o papel o que se viveu no cursilho é impossível. Mas meu irmão e minha irmã, se o Senhor te chamar a trabalhar num cursilho, diz sim, pois Ele te compensará cem por um. Deus é este bem maior que nos presenteia com a sua graça sempre que o nosso coração está disponível para A receber. Com o coração a transbordar de alegria e saboreando ainda este pedacinho do céu que o Senhor me concedeu, despeço-me de todos vós com um abraço em De Colores. Maria do Carmo Centro da Lapa
396º Cursilho de Homens Entre os dias 27 e 30 de Abril realizou-se 396.º o cursilho de homens, da Arquidiocese de Braga. É sempre com grande alegria, mas também com grande responsabilidade, que respondemos positivamente à confiança que o Senhor deposita em nós, para trabalhar na Sua vinha. Mesmo com as nossas debilidades, o Espírito Santo capacita-nos para dar corpo ao projeto de Deus. Foram treze os homens que quiseram dar três dias ao Senhor. É incrível o modo como, durante este tempo, se vão descobrindo a si próprios e entregando-se ao Amor que Cristo espera deles. O senhor D. Francisco, que desde o início acompanhou de perto o cursilho, presidiu no final à clausura e eucaristia. Ficaram-me as suas palavras, de que temos que ser cristãos comprometidos com Cristo, mas também cristãos convictos e informados, no sentido de, fortificando a nossa própria fé, não nos deixarmos enredar pelos caminhos da fácil censura contra a própria Igreja, que hoje tanto está em voga. O próprio presidente do Secretariado referiu as
várias propostas que o MCC coloca ao dispor dos cursilhistas, sendo que grande parte delas ou não se realiza por falta de participantes, ou quando se realiza é com poucas pessoas. As reuniões de grupo e Ultreia são também elas indispensáveis, tanto para a nossa própria perseverança,
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como para dar calor a todos quantos se reúnem em nome de Jesus. Só na medida em que nos comprometermos com Cristo, e portanto quisermos estar na Sua presença, é que receberemos as suas Graças. Decolores Luís Teixeira
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O ESPÍRITO SANTO NA MINHA VIDA
Todos sabemos que Deus é trino, ou seja: uma única entidade constituída por três pessoas diferentes: o Pai, o filho e o Espírito Santo. Se ao Pai ninguém O viu ainda, todos temos uma ideia objetiva de como será. A parábola do filho pródigo aproxima-nos da compreensão de como será o Deus Pai. Um ser que não nos prende, dando-nos total liberdade para as nossas decisões. Também não se interpõe nas consequências que essas mesmas decisões, por nós tomadas em liberdade, irão provocar. No entanto, está sempre de braços abertos para nos receber e perdoar as nossas ofensas, em ir ao encontro àquilo que Ele espera de nós, desde que estejamos sinceramente arrependidos. Embora não nos impeça de exercermos a nossa liberdade, aconselha-nos o caminho a seguir, como aconteceu no caso do
irmão mais velho. O filho, Jesus Cristo, é aquele com o qual temos mais contacto, muito por força dos Evangelhos. É principalmente em Jesus Cristo, ser humano como nós, que nos podemos rever e aprender. Foi Ele que, sendo Deus, nos tratou por amigos. Foi Ele que deu exemplo do Amor aos outros e espera que cada um de nós faça o mesmo. Foi Ele que, sendo humano, perdoou tudo o que Lhe fizeram, pedindo-nos que também perdoemos a quem nos faça mal. Foi Ele que, condenando todo o pecado, não condenou aqueles que o praticaram, pedindo-nos que também não condenemos mas, pelo contrário, acolhamos aqueles que necessitam. Foi Ele que, mostrando a sua humanidade, chorou perante a morte do seu amigo Lázaro, ressuscitando-o seguidamente, dando-nos também a esperança de um dia ressuscitarmos com Ele.
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Foi Ele que, com a Sua morte e ressurreição, nos mostrou que vale a pena darmo-nos aos outros pois a recompensa também será grande. O Espírito Santo é aquela pessoa da Santíssima Trindade que Jesus disse que ficaria sempre connosco até ao fim dos tempos (Mt 28, 20). E assim acontece. No entanto, por desconhecimento, ou por estarmos distraídos, é a pessoa à qual damos menos importância. No dia-a-dia Ele orienta-nos, chama-nos e dá-nos conselhos. Na maioria do tempo andamos desatentos, ou não nos interessa seguir aquilo que Ele nos propõe. Entendo que, na nossa vida, não há sorte nem azar e muito menos coincidências. Tenho perfeita consciência de que tudo o que nos acontece é fruto do nosso crer e do nosso trabalho, mas também da interferência do Espírito Santo. Não esqueçamos que Deus tem um propósito para cada um de nós.
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Reunidos em Viseu Embora Ele nunca nos imponha uma escolha, deu-nos dons para que cada um, na sua liberdade, colocando-os em prática, possa encontrar o Seu desígnio. Estas capacidades, diferentes para cada um de nós, que Deus nos deu, são para as colocarmos em benefício uns dos outros, e deste modo, para além de nos realizarmos enquanto pessoas, participarmos nos planos divinos da criação. É no amor aos outros, no seu acolhimento, que manifestamos o amor a Deus. “Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. “A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho.” ([114] – Evangelii Gaudium) Muitas vezes ocorrem circunstâncias na vida que tenho perfeita consciência de que não o conseguiria fazer sozinho. Não estou com isto a dizer que o Espírito Santo anda a fazer milagres, ou que nos substitui nas nossas obrigações. Longe disso! É nossa obrigação tudo fazermos com perfeição. No entanto, acredito que Ele coloca estrategicamente pessoas no nosso caminho, para que nos possamos ajudar mutuamente. É indispensável perguntar sempre “(…) ao Espírito Santo, o que espera Jesus de ti em cada momento da tua vida e em cada opção que tenhas de tomar, para discernir o lugar que isso ocupa na tua missão”. ([23]- Gaudete et Exsultate). Também ocorrem situações em que, embora com todo o nosso esforço e dedicação, o resultado final não é aquele que inicialmen-
te esperávamos. Numa primeira reação, quase que nos apetece dizer mal de tudo e de todos, inclusivamente de Deus. Esquecemo-nos nestas alturas, que os Seus desígnios são insondáveis. Já me ocorreram situações em que me empenhei para obter um determinado resultado, que teria consequências para toda a minha vida, e o não consegui. Hoje dou graças a Deus pela mudança de trajetória da minha vida nesses momentos. Nós católicos temos muita devoção a alguns Santos, de tal forma que quase os idolatramos e os colocamos no mesmo patamar de Deus. Os Santos foram pessoas normais como nós que, de alguma forma, contribuíram para os intentos de Deus. E se eles o conseguiram ser, também nós poderemos alcançar esse propósito se o quisermos, e como tal, se fizermos para isso. “Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça” ([34] Gaudete et Exsultate). É bom que olhemos para os Santos como exemplo de perseverança, e não como cópia daquilo que deveremos ser. A santificação de cada um de nós faz-se permanentemente, durante todos os dias com olhos postos nas Bem-Aventuranças. O Espírito Santo é aquela pessoa que nos ajuda nessa caminhada. É na oração diária e naqueles que me rodeiam, que vou descobrindo e conhecendo melhor esta terceira pessoa da Santíssima Trindade. Decolores Luís Teixeira Centro de Guimarães
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No passado dia 02 de Junho de 2018, no centro dos Missionários Combonianos de Viseu, os Secretariados Diocesanos do Núcleo Norte do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, reuniram para dialogar sobre assuntos que estão na ordem do dia do MCC. O Secretariado Diocesano de Viseu, na qualidade de anfitrião, recebeu trinta e dois cursilhistas representantes da sua Diocese e das Dioceses de Aveiro, Braga, Bragança/Miranda, Lamego, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. Os trabalhos começaram com o acolhimento pelas 09 horas e 30 minutos. Seguiu-se a ida à capela e à oração presidida pelo senhor padre Jorge Luís, que acompanhou os presentes à sala de reuniões onde continuaram os trabalhos. O novo presidente do Secretariado Nacional, Joaquim Mota informou acerca das resoluções tomadas em sede de Secretariado e seguiu-se a partilha das propostas de atividades do Ano Pastoral a realizar, ao nível do Núcleo Norte. À agenda foram levadas as facilidades e dificuldades que os Secretariados Arquidiocesanos têm sentido no que concerne à implementação do projeto Comissão para a Unidade dos Cursilhos de Cristandade. Procedeu-se, ainda, à aprovação do calendário de Atividades Nacionais para o Ano Pastoral 2018/2019. No terminar dos trabalhos, o senhor padre Torres Lima exortou a assembleia a não permitir-se esmorecer e continuar focada no trabalho necessário no MCC. Movimento Cursilhos de Cristandade
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À CONVERSA COM PADRE JOSÉ ANTÓNIO CARNEIRO Quem é o José António, o sacerdote? Sou um padre feliz e entusiasmado na missão que Deus e a Igreja me confiam. Como padre, procuro desde a minha ordenação, com as minhas muitas falhas e limitações, partilhar esse entusiasmo, esse fogo do amor de Deus que arde no mais íntimo de mim e que cresce quanto mais se dá. Sou agora pároco, desde Setembro de 2017, pela primeira vez nesta Arquidiocese de Braga à qual pertenço, depois de quase oito anos a servir na Diocese de Aveiro. Foi para mim um tempo abençoado. Em Fafe e em Fornelos, fazendo equipa com o P. Pedro Daniel Marques estou, como sempre, em processo de aprendizagem, sabendo que só perdemos aquilo que não formos capazes de dar e de partilhar. Procuro não deixar de ser um humilde aprendiz na escola do Mestre que é Jesus Cristo. E o José António criança? Nasci e cresci na Vila de S. Torcato, em Guimarães, numa família católica. O segundo de cinco filhos. Torcatense e vimaranense orgulhoso por lá vivi até ir para o Seminário em 1997. Como criança no meio de tantas outras (primos, vizinhos, amigos) cresci, com a traquinice própria da idade, mas sempre cultivando o amor a Deus, na catequese e na missa, à família e à terra, que me foi ensinado desde o berço. Acha que a criança que foi, hoje, estaria orgulhosa e feliz pelo homem em que se tornou? Não sei bem mas isso não me tira o sono, confesso. Todavia se nem sempre me orgulha hoje, também não orgulhará sempre essa criança que fui. Não sou de dizer que fazia tudo igual se pudesse voltar atrás no tempo. Tudo o que fiz ou faço de mal, claro que preferia fazer bem. Mas a pessoa que sou
hoje creio que não defrauda essa criança. Em que altura da sua vida, idade talvez, sentiu o apelo ao sacerdócio? Como soube que era chegado o momento de seguir em frente? A história de cada vocação é única. A minha não é exceção. Mas sendo tão semelhante a outras não deixa de ser única. Cedo, ainda menino, senti que algo me chamava e fascinava para ser padre. Isso passou, com algum esforço surgido da vergonha adolescente. Voltou mais tarde para se tornar algo que já não era possível inscritoamaresconder ou enterrar. Com 17 anos entrei no Seminário e aí iniciou um caminho de discernimento vocacional. O percurso de amadurecimento e de confrontação da vida com Deus foi longo, rico e com muitas etapas. Treze anos passados fui ordenado presbítero, em 18 de Julho de 2010, no Sameiro. Que dificuldade maior encontra no exercício do seu ministério? O ministério sacerdotal é muito belo. Ser rosto, presença e transpa-
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rência de Deus para todos é uma graça fascinante, uma bênção imerecida da gratuidade do amor do Pai que Cristo revelou. Esse ministério ou serviço nasce dessa fonte o amor e não se vive sem amor, sem a capacidade de amar e de ser amado. É óbvio que há dificuldades. Estranho seria se não houvesse. Nas relações interpessoais as dificuldades fazem parte de todas as vidas, de todas as vocações. Não sei se é a maior, mas uma grande dificuldade do ministério é saber ser o que Deus quer que eu seja para cada pessoa, especialmente quando a pessoa quer que eu seja outra coisa diferente daquilo que Deus quer que eu seja para ela. “Gerir” recursos humanos e conflitos próprios de uma comunidade humana requer sempre aquela arte tão necessária que conjuga paciência e exigência. É um homem e padre jovem, no entanto já deve ter experimentado alguns dissabores. Já se questionou sobre os propósitos que o movem? Vida humana sem dissabores é coisa que ainda não conheci. Os dissabores são aqueles sabores mais acres ou agrestes. Fazem também
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parte de todas as vidas. A minha não está isenta deles. Procuro sobretudo não paralisar, integrando essas experiências e compondo-as (ao jeito de Maria, que guardava e compunha tudo no coração). Quando chega um qualquer dissabor fixo-me naquele primeiro amor que me fez firmar a vida toda em Cristo, transformando as dificuldades e os obstáculos em desafios e oportunidades. Sabemos que viveu o seu cursilho sendo já sacerdote e fazendo parte da equipa de sacerdotes que o acompanhou e dirigiu. Pode elucidar-nos de como foi essa vivência? Sim. Fiz o Cursilho em Março de 2011, na Diocese de Aveiro onde estive em missão durante quase oito anos. Era padre há menos de um ano quando fiz o curso. Aceitei o convite de um dos diretores espirituais e foi simultaneamente o meu cursilho ao mesmo tempo que ajudava outras pessoas (homens) no seu Cursilho. Foram dias
de vivência profunda que também me marcaram e de algum modo me moldaram o coração, lançando-me para a missão. Participar num cursilho tornou-o um sacerdote diferente? Todas as experiências significativas da nossa vida moldam a nossa maneira de ser. Somos também aquilo que vivemos e o que retiramos de cada vivência. Os dias do Cursilho foram importantes como experiência transfiguradora, como no Tabor. Mas esse apontar para o quarto dia, o dia ordinário da missão do cristão, que procura viver e levar o Evangelho consigo a toda a parte, revela-se absolutamente decisivo para qualquer batizado, seja ele sacerdote ou leigo. Como vê o Movimento e qual o seu incremento no seio da Igreja? O MCC tem desde a origem a finalidade de levar o Evangelho a
todos os ambientes para acordar e “abanar” a Fé e a vida cristã em tantos casos adormecida e “preguiçosa”. Saber não sair deste carisma e desta missão adaptando-se, pela abertura fiel ao Espírito Santo, é sempre o grande desafio deste e de qualquer Movimento. A Igreja precisa do MCC para continuar a proporcionar o encontro com Cristo, propondo o Evangelho como a luz para conduzir os passos da vida cristã em toda a parte. É sabido que já participou como assistente espiritual em Cursilhos. Está disposto aceitar o convite para ingressar na equipa espiritual? Não se trata se estou disposto ou não. No ministério sacerdotal as coisas não se cingem à minha disposição. Trata-se de saber se Deus e a Igreja precisam. Graças a Deus, as comunidades paroquiais que sirvo podem contar com a totalidade da minha vida e do meu tempo.
Arcebispo de Braga apela à luta contra a eutanásia Cursilhistas participaram na Vigília de Pentecostes Subordinada ao tema do ano pastoral «Semeadores de Esperança – alegrai-vos e exultai» e da recente exortação apostólica do Papa Francisco, a Arquidiocese de Braga viveu a Solenidade de Pentecostes. Uma das iniciativas decorreu pelas catorze horas, do passado mês de maio, uma “vigília fora dos bancos da igreja”: a Vigília de Pentecostes. Correspondendo ao desafio lançado pelo Bispo Auxiliar, D. Francisco Senra Coelho, em momentos de adoração e oração, os Movimentos Eclesiais, numa caminhada festiva, percorreram ruas de Braga, num testemunho de fé e esperança. Reflexão e oração marcaram a passagem pelas igrejas dos Congregados, S. Marcos, Santa Cruz, S.
Paulo, terminando em Santa Maria Maior (Sé), com a presença do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, apelando aos leigos participantes que encheram as quatro naves da igreja, que sejam uma voz ativa na discussão sobre a despenalização da eutanásia e assumam a defesa da vida como um “bem inviolável, a respeitar, a estimar e a cuidar desde o nascimento até à morte”. “A vida está ameaçada, a eutanásia está aí à porta, e não podemos calar. Amamos todas as pessoas no arco de toda a sua vida. Se privilegiamos alguém, esses são os mais fracos e aos mais débeis. Daí que não possamos deixar de mostrar o quanto a vida é valiosa para todos e em todas as circunstâncias”, alertou o prelado.
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A importância da comunicação, da informação e do exemplo na Igreja não ficou de parte na exortação: “os bispos e padres devem falar a partir dos púlpitos, os leigos tem um púlpito muito mais vasto: todos os ambientes onde o ser humano vai tecendo a vida”, lembrou o Arcebispo. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade participou desta “caminhada religiosa” para celebrar os carismas da Igreja, num tempo marcado pelo individualismo e pela perda do sentido para a vida, como é aquele em que vivemos, num “gesto de esperança, compartilhando com toda a sociedade a alegria que lhe vem da fé”, como anteviu D. Francisco Senra Coelho.
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VIVER O MESMO IDEAL Reviver
Num dia imensamente chuvoso quando a primavera começava a ameaçar no calendário, um valente grupo de homens e mulheres reuniu-se pelo mesmo Ideal para Reviver. Foi assim que no passado dia 11 de março, na igreja de S.Pedro de Azurém e nas magníficas instalações contíguas a família cursilhista da Arquidiocese de Braga se reuniu. Esta iniciativa foi organizada pelos irmãos do centro de Guimarães, que gentilmente se associaram ao Secretariado, para nas melhores condições proporcionarem aos irmãos uma oportunidade para reviver o seu cursilho num clima, simultaneamente, de festa, de reflexão e partilha. À medida que os participantes foram chegando, pelas nove e trinta, o ânimo do reencontro foi subindo de tom. Fora de portas, a chuva e o vento; dentro o calor humano conquistava terreno aquecido pelo cafezinho à disposição de quem chegava, ao mesmo tempo que era recebido o programa, demonstravam que o REVIVER já estava a acontecer. Esperava-se um dia preenchido, acalentado pelas vozes afinadas daquele povo de Deus, que também vacilava, e que às vezes custava a crer no amor, o mesmo povo que chorando rezava, pedia perdão e recomeçava. Foi ao entoar estas palavras que a família cursilhista presente se dirigiu à igreja para rezar as laudes. Unida a duas vozes e orientada pela irmã Cândida Veiga, orou-se e louvou-se a Deus pela vida recebida. De saída para o auditório, as gargantas voltaram a aquecer para afastar o frio que se fazia sentir. Já no auditório, após as boas-vindas do presidente do Secretariado, o irmão Jaime Pinto, os olhos e ouvidos prestaram atenção à mensagem atual e pertinente do senhor Bispo Auxiliar Francisco Senra, aquando da Ultreia
Mundial. Foi portanto, o nosso querido D.Francisco que deu o mote para o Reviver reportando-se a Eduardo Bonnín, que a dada altura frisou que “é mais fácil o Homem ir da Terra à Lua, do que da sua superficialidade, da sua dispersão à sua interioridade, ao seu íntimo, à profundidade do seu ser, à profundidade consigo mesmo”. Esta é ideia que marca espiritualmente o Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Chegados do centro de Cossourado, o casal Ângela e Gaspar Miranda deram voz ao Rolho-Rolho que de uma forma simples, mas estruturada, clara e caridosa levaram os presentes a refletir sobre aspetos práticos da construção da amizade, pilar mestre do pré e pós-cursilho. Cativaram pela postura e palavras. As ressonâncias e reflexões deram disso mostra. Ninguém quis ficar calado. Todos se identificaram com o tema. Foi o reacender da chama e o aclarar de ideias. Entoando e refletindo sobre os versos “eu hei-de cantar na vida/ eu hei-de cantar na morte/ sou feliz por ser cristão/ não posso ter melhor sorte”, os cursilhistas seguiram para o almoço, servido por um grupo de irmãos vimaranenses. Os senhores padres Henrique Ribeiro, Leonel Oliveira e Manuel Ribeiro Alves marcaram presença. Foi um saboroso e animado almoço onde a alegria e o espírito cursilhistas foram uma constante. No início da tarde, organizados por cores distribuídas aleatoriamente, os cursilhistas reuniram-se por grupos. Esta foi mais uma oportunidade de convívio entre irmãos, alguns deles desconhecidos entre si, e de reflexão sobre algumas questões sempre importantes em que somos chamados a apontar alto na vida, a não sermos medíocres, a irmos para o
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mundo com a força do templo. O Homem nasce para voos altos, para a Nova Evangelização. Certos de que é preciso renascer, deixar ódios e violências, como alude um cântico cristão escutado, iniciou-se o plenário. Foram testemunhos cheios de vida Cristã, que nos enriqueceram. A sua afabilidade encheu a todos o coração. O senhor padre Henrique, Diretor Espiritual do Movimento, responsável pelo Rolho Místico cativou a alma dos irmãos, cada vez mais enriquecidos pelo ambiente que Jesus lhes proporcionava. Frisou que “há, ainda, muito a viver e a reviver no MCC numa sociedade, que como uma espécie de João Pestana se encontra adormecida”. Os cursilhistas que escolheram estar presentes “saíram dos seus centros de Ultreia” para efetuarem uma paragem e de estarem em presença da sua “família alargada”. É nesta linha que “o MCC pretende ser referência de como se faz para aproximar Jesus às pessoas, a Nova Evangelização”, proferiu o sacerdote. Os cursilhistas devem “buscar a vitamina” no Reviver, para melhor ser “sal da terra e luz do mundo”. “Ser cursilhista é ser pedagogo” que não condena e que aponta o caminho, mas que implica um contínuo renascer. Ao terminar a sua intervenção deixou a questão “Se Ele nos escreve uma carta de Amor, que carta é que Lhe escrevemos? Após minutos de reflexão e de profunda interioridade, fez-se ouvir o Decolores, no quase final de uma atividade que primou pela simplicidade, mas que marcou profundamente quem participou. O encontro terminou após Eucaristia celebrada pelo Diretor Espiritual do Movimento em ação de graças pelos momentos de partilha, reflexão que pretenderam despertar de forma suave, mas entusiasta os verdadeiros seguidores do Mestre.
Romã o.Figu eired
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DESPERTAR ESPERANÇA ESPERAR CONTRA TODA A ESPERANÇA ROMANOS 4, 18
Quarto Dia, um desafio de esperança No momento “estranho” que a Humanidade atravessa as nossas almas, inquietas absorveu alguma preocupação com a falta de “Cristandade”, diria até ausência de Deus no Homem. É na realidade preocupante! Um avanço tecnológico desenfreado, máquinas que substituem o Homem retirando-lhe a sua oportunidade de trabalhar, máquinas que pensam por nós e nos retiram a nossa capacidade de raciocinar, alimentos processados que tomaram a dianteira aos naturais e que agora até se designam de biológicos, “big brother`s” a toda a hora na TV, discotecas que abrem de madrugada, telemóveis dentro das salas de aula, são apenas alguns exemplos de como é praticamente bloqueado o crescimento e a evolução natural do Homem enquanto ser de Deus, nestas circunstâncias o Homem tem uma dificuldade acrescida na sua oportunidade de evoluir dentro de um Mundo que se diz em evolução! Poderia pois enumerar estes como alguns dos motivos pelos quais o ser humano está no estado espiritual atual, factos que impedem o Homem de Amar o outro seu irmão de forma simples e es-
pontânea, razões que não o deixam ser naturalmente feliz consigo e em comunidade. Globalmente, esta é uma nossa inquietação, pois este é o ambiente que se nos apresenta no nosso “Quarto Dia”. Sabemos que ser Cristão é simples, mas neste ambiente não é fácil, por isso o desafio. Os cristãos são feitos de desafios e sabem navegar em mares difíceis. Recordemos que Jesus edificou a sua Igreja suportada em quatro pescadores, homens de coragem reconhecida, homens que vão para o mar todos os dias sem terem a certeza do sucesso, mas isso não os impede de ir e vão, não desanimam nem fraquejam, pois sabem que tem alguém a proteger e a cuidar; também nós cristãos, por essa coragem de enfrentar o desconhecido e enorme capacidade de amar, somos reconhecidamente seres de Deus, seres de plena esperança! No nosso “Quarto Dia” muitas vezes questionamos: “quem poderei convidar para o próximo cursilho?”, “Não conheço mais ninguém com perfil!” Pois é, meus amigos, também podemos “fabricá-los”, desculpem a expressão, mas é muito parecido, é preciso trabalhar em comunidade sem “preguiças”, e o
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que hoje não parece existir existirá com certeza amanhã. Vou então dar uma dica, atual, de como fazer novos amigos e por isso novos candidatos a cursistas. Foi-nos lançado no final de 2017 o desafio “Grupos semeadores de esperança”. Assisti ao empenho sentido e vivido do nosso D. Francisco Senra Coelho, Bispo Auxiliar de Braga, ao dar o exemplo e o arranque desta atividade Cristã, vivida e experimentada. Esta é uma oportunidade fantástica para fazer amigos no seio de um grupo cujo vínculo comum é Jesus, em cada mês um tema, uma mensagem que gera esperança por parte dos Evangelhos segundo S. João. Esta é uma atividade que gera uma ligação forte entre todos, pelas pistas de reflexão que são sugeridas todos participam e assim estão reunidas as condições para unir e crescer em grupo, contribuindo para que sejamos mais fortes e mais maturos, considero por isso, neste caso, uma oportunidade de pré-cursilho. Tudo isto não é simples conversa, isto passa-se e é uma experiência fantástica. Tenho assistido a momentos em que sentimos verdadeiramente Deus entre nós e em nós. Portanto apesar de sabermos o que de mal se passa no Mundo e nas nossas comunidades, enquanto Povo de Deus não devemos pretender salvar o todo esse universo; essa é uma “infinita” tarefa que contribui para desistir pelo cansaço, mas deveremos sim concentrar-nos em curar e cuidar à nossa volta, se assim o fizermos Todos, num instante tudo voltará a ganhar Vida; será feita assim a vontade de Deus, seremos felizes e amaremos verdadeiramente e de forma espontânea o outro, como Jesus nos ensinou a Amar, muito simplesmente Amando! Zé Manel Centro de Braga
ECOS DO NOSSO MUNDO Mais Além
“Cursilhos de Cristandade: podem transformar (tem transformado) a Igreja” Segundo foi publicado no jornal do Diário do Minho, de Braga, D. Francisco Senra “presidiu ao dia de espiritualidade do Movimento dos Cursos de Cristandade de Viana do Castelo” e terá afirmado que este Movimento é um “elemento poderoso para transformar e renovar a Igreja”. Conheço o sentir ou a paixão do Senhor Bispo D. Francisco Senra pelo Movimento Cursilhista, pois dezenas de vezes, centenas de dias e milhares de horas demos - conjuntamente, nestes últimos quarenta anos ao movimento cursilhista em Fátima e noutras localidades - o tempo apostólico que foi necessário para o bem dos homens, da Igreja. Reforçando o sentir ou a paixão de D. Francisco, testemunhadas em Viana do Castelo pelo Movimento Cursilhista em Portugal, sentir ou paixão que transporto também desde 1970 e que participei na mensagem do Evangelho através de 37 Cursos de Cristandade, levou-me a escrever e a publicar no dia do meu aniversário, 08 de Dezembro de 1996 a seguinte afirmação: “Penso que seria de grande utilidade para a dinamização das paróquias, a Hierarquia da Igreja dar mais atenção à força e aos valores espirituais produzidos naqueles leigos e sacerdotes que frequentam ou frequentaram um Curso de Cristandade. Esta Movimento da Igreja – ofertado pelo espírito Santo e reconhecido pela Santa Sé – sendo evangelizador e tendo Escola (própria) de Formação de Leigos, jamais, por isso mesmo, deixará de ser actual e inclusivamente convincente, dando apoio espiritual permanente a quem o frequentar”. Vivemos num tempo em que a palavra “crise” serve para justificar
o que a muitos convém. Penso que se há “crises” – sejam quais forem – mais razões tem o Movimento, mais campo de trabalho para o apostolado tem o Movimento para fazer apostolado: quer a evangelizar, quer a apresentar a Igreja como Mãe junto daqueles que vivem as “crises”. Parece-me que desde que não haja “ciúmes apostólicos”, “falta de verdade apostólica” e “debilidade de carácter ou preguiça apostólica”, o Movimento é enorme, infalível porque sobrenatural, embora falível humanamente! Mais: desde que o Movimento dos Cursos de Cristandade não tenha dentro quem o “debilite”, quem o “disperse” e quem “dispense de actividades apostólicas” os irmãos… - Os Cursilhos de Cristandade são o único Hotel do mundo: dão de comer e de beber a quem tem sêde e fome e, quanto ao descanso, existe o Colo da Mãe-Igreja que acolhe sem interrupção. E tudo isto gratuitamente! As mudanças que os Cursilhos de Cristandade propõem ao novo cursilhista, são sempre de dentro para fora e não ao contrário. O Movimento indica claramente que qualquer mudança exterior sem o ordenamento interior é mera maquilhagem. Nos Cursilhos toma-se consciência das longas noites e das encruzilhadas mais escuras que muitos homens passaram longe de Deus. Mas é durante esses três dias do Curso que todos sentem e ouvem como Joana d’Arc: “Não temas! Estou aqui”. Nos Cursos também se transmite cultura, o uso e o sentido da tolerância, do perdão, etc. Mas sobretudo no Cursilho, ensina-se o homem a caminhar pelos caminhos da Verdade: o
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amor a Deus, ao Espírito Santo, à Igreja por Si criada e aos homens sem excepção. Os Cursos não são medicamentos e, muito menos são magia que curem o louco, o bêbado, que revitalize outros movimentos e muito menos para fazer sacristães. Eles falam do Evangelho e apontam caminhos para um melhor carácter do homem e sua santificação com a ajuda da Igreja. Os Cursos não inventaram nada que fosse novidade: trata-se simplesmente – mas com alegria – de aclamar o Evangelho segundo a nova evangelização. Mas pode-se afirmar, isso sim, que os cursilhos cristianizam atitudes e acções que antes não passavam, para quase todos, de posturas ou exercícios humanos “sem o perfume de Deus”. Num Movimento com esta força, vontade, fé esclarecida e ofertado pelo Espírito e sempre com o Espírito – porque chamado - nas actividades apostólicas, porque evangélicas, bem pode a Mãe-Igreja sentir-se contente e dar-se razão a D. Francisco Senra quando crê ser “um elemento poderoso, (na Igreja) o Movimento dos Cursos de Cristandade. Artur Soares (P.S. O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico).