DeColores Mais Além

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‘de colores’

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JORNAL MENSAL Director: Pe. J. Neves Machado | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros

REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga

JUNHO 2017

Viver bem as férias Na aproximação dos meses de julho e agosto, para muitos, tempo de férias, começa a sentir-se a necessidade de retemperar forças depois de um ano de trabalho ou estudo. Apetece não fazer nada, viajar, estar com a família e os amigos com tempo, de um modo que não se conseguiu ao longo do ano. Em tudo isto, há um pequeno grande aspeto que nos deve fazer refletir. Se férias quer dizer tempo para se fazer aquilo de que se gosta, estar estar de forma descontraída com quem nos é mais próximo, isso quererá indicar que passamos o resto do ano sem o fazer? Isso não é bom. O trabalho não pode ser desculpa para não cuidarmos de coisas fundamentais. Como tem sido hábito, ao longo dos anos, desde que assumiu o lugar de pontífice máximo da Igreja Católica, o nosso querido Papa Francisco vive o seu tempo de férias permanecendo na sua residência, a casa de Santa Marta. As suas atividades normais, como as audiências e missas públicas, são suspensas, mas o seu ritmo diário não sofre grandes alterações. Há dois anos, na comunicação social, pessoas próximas ao Santo Padre, explicaram o que muda no tempo de férias: é “o tempo que o Papa Francisco dedica à oração, ao estudo, à leitura, a ouvir música, bem como aos temas próprios do seu

cargo”. Que este exemplo nos elucide para vivermos as nossas férias. Longe dos ritmos habituais poderemos ter tempo para nos dedicarmos àquilo que, ao longo do ano, nos vamos queixando de não poder fazer devido às nossas ocupações: tempo para orar, tempo para nos cultivarmos, tempo para a leitura e a arte. Há um ponto importante a refletir: “os temas próprios do seu cargo”. E então, a pergunta direta e essencial para todos nós: quais são os temas próprios do nosso cargo? Fora do trabalho somos filhos, pais, mães, avós, cristãos,

colegas, amigos... Devemo-nos, portanto, ocupar em sermos mais o que nos define como pessoas, na nossa relação com Deus e uns com os outros. Um tempo de qualidade espiritual e humana é tão ou mais importante que o tempo para dormir ou não fazer nada. É um tempo que nos recria e nos ajuda a sentirmo-nos inteiros. Que os dias de descanso, que se avizinham, nos ajudem a cuidar melhor o essencial, mas lembremo-nos que não podemos ficar só por aí. Decolores Margarida Fernandes


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Registamos a Vossa Generosidade Donativos para o jornal “MAIS ALÉM” Centro das Caxinas Centro da Lapa Centro de Vila Verde Manuela Moreda Fernando Ribeiro do Padre Maria Filomena Rolo Moreira Maria Fernandes do Monte Mara José Sá Condesso Luísa Faria José Bravo Maria Ondina Gomes Correia Armando Oliveira Dias Luísa Mendes Albertino Monteiro Deolinda Castro Cunha Maria da Glória Sampaio Júlia Marinho Anónimo Armindo Afonso Júlia Domingues Ramiro da Venda Lopes Artur Fernandes Silva João Pinheiro César M. Agra Mara José Araújo José Maria Gonçalves

Caxinas Lapa Vila Verde Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Apúlia Braga Barcelos Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fafe Fonte Boa Fonte Boa Lapa PVZ Lapa PVZ Lousado Lousado

205,00 145,00 220,00 8,00 15,00 10,00 5,00 5,00 5,00 5,00 10,00 6,00 6,00 10,00 10,00 10,00 5,00 7,00 10,00 5,00 5,00 5,00 5,00 10,00 10,00 10,00

Maria de Fátima Carneiro

Lousado

10,00

António da Silva Ferreira

Lousado

10,00

Clara Viegas Rebelo

Lousado

10,00

Lousado Lousado Lousado Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas Marinhas P. Lanhoso P. de Varzim

10,00 10,00 10,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 10,00 10,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 10,00 10,00 5,00 20,00 20,00

Coronado

20,00

Ana Lemos Elisabete Dias Maria de Lurdes F. da Silva Filipe Martins Angelina Patrão Ferreira Lucinda Patrão Ferreira José Sampaio Azevedo Martinho Losa Celeste Abreu Capitão Manuel Abreu Capitão Carminda Santos Fernando Morgado Isabel Cavalheiro Alexandrina Veloso Maria Emília Mónica Joaquim Gomes da Silva Maria Celeste L. Vassalo Joaquim Ferreira da Torre Maria Amélia F. C. Palmeira Maria Alice Pereira Rosa Aguiar R. Maio Quintas José Alves da Silva

Cursilhistas Falecidos NOME CURSILHO CENTRO António Albino Aires V. da Silva 352 Braga Maria Albertina de Melo Peixoto 20 Braga Joaquim Pimenta da C. Azevedo 225 Lousado Francisco Fernandes Areias 104 Lapa Orlando do Vale 131 Abação António da Silva Pontes 303 Caxinas João Ventura 130 Caxinas António Moreira Correia 315 Caxinas Adelaide Gonçalves de Castro 270 Caxinas José Pontes Carvalhido 307 Caxinas António Marques Fangueiro 272 Caxinas Padre Manuel Soares Magalhães 8 Requião

NOME CURSILHO CENTRO PVZ Benjamim Cabreira Gomes 264 Lousado António Máximo da Costa Reis 12 Moçambique Caxinas Maria de Lurdes M. Marques Caxinas Manuel da Cruz Filipe 258 Caxinas Maria da Bonança Novo Lima 221 Caxinas Maria das Dores Santos Gabriel 224 Braga João da Silva Azevedo 97 Amares Padre José Pereira Janela 67 Braga Maria Borges de Sá 13 Braga M.ª de Fátima M. Varajão Barbosa Moçambique José Ferreira dos Anjos 25 V. Conde

Coletas Centro de Apúlia

2,00

Centro de Vila Verde

55,05

Centro de Braga

31,71

Escola 06.03.2017

19,67

Centro de Braga

44,55

Escola 24.04.2017

7,25

Centro de Lousado

100,00

Escola 05.06.2017

19,86

Centro de Marinhas

155,00

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Um ano depois…

e simpatia no trato com todos os nossos irmãos, ardor e brio apostólico para não cruzarmos nunca os braços e para trabalharmos sempre Mais e Melhor. S. João, no capítulo 16, versículo 2 deixa-nos um aviso sério à navegação no que respeita ao discernimento necessário para bem entender a palavra de Deus. As páginas da história, relatam inúmeros casos de má interpretação e de, como consequência, excessos de zelo. O nosso quotidiano está repleto de casos de falta de Caridade quando os homens não se toleram, não se perdoam, partem para a violência e julgam estar a prestar culto a Deus. Em Mateus 5. 23-24, Cristo ensina: ‘Se trouxeres a tua oferta ao altar e te lembrares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali mesmo, diante do altar, a tua oferta e, primeiro, vai reconciliar-te com teu irmão. Depois volta e apresenta a tua oferta. Muitas vezes, estes, supostamente, mais instruídos e doutos, pretendem que as estruturas de serviço do MCC se empenhem e trabalhem no sentido de satisfazer os seus Egos quanto às conclusões obtidas do seu pensar para bem do MCC esquecendo ou desconhecendo o Carisma Fundacional do nosso MCC. Depois de mais de 70 anos de vida deste nosso Movimento, muito se disse e se escreveu acerca da forma de estar e agir em MCC. Eduardo Bonnín defendeu-o com base na sua experiência, inspirada pelo Divino Espirito Santo, e trabalhou no sentido de perpetuar os seus ensinamentos. Este Secretariado, investido de responsabilidade e autoridade conferida pela homologação e provisão do Senhor Arcebispo Primaz, está comprometido e empenhado na promoção, desenvolvimento e gestão adequada do MCC na nossa Arquidiocese, a ser guardião da identidade do MCC, mantendo e fidelidade ao seu Carisma, Mentalidade e Finalidade, a promover a sua ação evangelizadora fazendo uso do seu próprio (do MCC) Método e a concretizar a integração do MCC na Pastoral da Igreja. Assim: Somos família – trabalhemos para o bem de todos. Somos Igreja – pedras vivas do templo do Senhor. De Cristo e para Cristo vivemos… porque nos amamos. Proclamemos e testemunhemos Cristo, como os primeiros cristãos – ‘vede como se amam’ gritando… ‘Cristo e eu… Maioria Absoluta.

Caros Cursilhistas de Cristandade da Arquidiocese de Braga, há cerca de um ano, o presente Secretariado tomava posse e assumia a responsabilidade de, segundo o Ideias Fundamentais, orientar e conduzir o MCC na nossa Arquidiocese. A tarefa é difícil, penosa, dura e desgastante. S. Lucas, 9,62 dá-nos a conhecer as condições do nosso dever de trabalhar na sua vinha…“aquele que deitar a mão à charrua e olhar para trás… não é digno de mim”. Muitas vezes, para atenuar a dificuldade do caminho, pensamos, sem conhecer o Carisma Fundacional do MCC, em arranjar formas de resolver, à nossa maneira, alguns óbices que nos são colocados e, se não atendermos as origens do MCC corremos o risco de perdermos o nosso tempo, o tempo dos outros e de distorcer a génese do nosso movimento, o que está errado. O Carisma do nosso MCC é levar Cristo e o seu Evangelho aos afastados através do nosso testemunho e, segundo o Papa Francisco, se necessário com palavras para que as vidas dos afastados se transformem e, num Cursilho, se encontrem consigo próprios, com Cristo e com os Irmãos. Temos, no entanto, andado a insistir em pescar no nosso aquário e, quando conseguimos ‘engravatar’ somos tentados a conduzir os nossos irmãos, mais novos, para lugares onde possam ser úteis. Em João 11, 44, Cristo aponta o erro do nosso proceder quando, depois de ordenar a Lázaro para sair do túmulo disse aos presentes: ‘Desligai-o e deixai-o ir’. (Eduardo Bonnín, História de um Carisma.) Temos de permitir que os novos se inteirem das verdades que lhes foram transmitidas durante o Cursilho e, por si, se determinem a aprofundar a sua vivência de forma livre e espontânea tal como o nosso Patrono – S. Paulo – tão eloquentemente, no-lo transmite na sua segunda carta aos Coríntios – 13.1,7-13. “Ainda que eu fale todas línguas dos homens e a língua dos anjos, se não tiver caridade, serei como o bronze que soa e o címbalo que retine. Este amor que S. Paulo nos descreve tem de nascer, da semente que nos foi transmitida no Cursilho, crescer, multiplicar-se e render cem por um. Este amor, tem de ser fogo ateado nos nossos corações que ponha cobro à nossa apatia, infunda em nossos corações uma piedade viril, adesão à Hierarquia, alegria

Jaime Pinto

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ATIVID

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Vem e traz um amigo! No dia 4 de março, realizou-se, como tem sido hábito, uma intendência, em Fafe. Esta intendência foi preparada com muito carinho pelos irmãos do MCC Fafe, juntamente com os seus assistentes espirituais. Aquando da preparação pensou-se nas intenções que teríamos presentes nesse momento, foram elas: as intenções do Santo Padre, o papa Francisco, sobretudo pela paz no mundo; a defesa do valor da “vida humana”, desde a sua conceção até ao momento da morte; os membros dos Cursilhos de Cristandade que vivem mais afastados do carisma do Movimento; e para que a mensagem de Fátima continue a ser defendida em todo o mundo. Esta caminhada de penitência e formação contou com cinco momentos distintos: adoração ao Santíssimo Sacramento; caminhada e oração; visualização de dois pequenos filmes sobre a mensagem de Fátima; testemunhos e convívio. Durante a Adoração ao Santíssimo Sacramento, cada um teve a oportunidade de adorar a Deus e reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso ”Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto” (Lc 4,8). Durante a caminhada e oração meditamos nos mistérios do terço, uma vez que estamos num ano dedicado a Maria. Quando chegamos à Igreja do Sagrado Coração de Jesus, visualizamos dois pequenos filmes sobre a mensagem de Fátima. Em 1917, Nossa Senhora apareceu em Fátima a três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, para revelar ao mundo uma mensagem significativa para aquela época, mas que não perdeu a sua importância nos nossos dias. Maria deixou-nos uma mensagem de oração e penitência. No intervalo e no fim dos filmes, ouvimos alguns testemunhos, que

partiam de uma passagem da vida de Maria. Cada um escolheu uma passagem, explicou o porquê da escolha e o que aprendemos com Maria e podemos viver hoje. Antes do convívio final, todos os presentes foram convidados a partilhar momentos em que sentiram a presença de Maria na sua vida, no seu quotidiano. Maria de Nazaré vive nos nossos dias e connosco, caminha não à nossa frente, mas ao nosso lado. Por fim, houve lugar a um momento de convívio, “regado” com chá, café, bolachas, bolos, alegria e boa disposição. O MCC Fafe quer agradecer a presença de Todos os irmãos, principalmente os irmãos de outros Centros que se deslocaram a Fafe. A Todos e a cada Um o nosso muito obrigado, que Deus vos abençoe a Todos. Decolores. MCC Fafe

Ceia Pascal No dia 8 de abril, o Centro MCC de Fafe realizou uma Ceia Pascal. Esta Ceia foi preparada com muito carinho pelos irmãos do MCC de Fafe, juntamente com os seus assistentes espirituais. O MCC de Fafe, quando pensou nesta atividade, quis que todos os irmãos vivessem o tempo da Quaresma de forma diferente. No fundo pretendeu-se fazer uma viagem no tempo e vivenciar o que Jesus vivenciou com os seus discípulos, antes da sua paixão. Mas o que é a Ceia Pascal? Qual a sua simbologia? Quando aconteceu? O que se comeu? O que se bebeu? Qual o seu significado mais profundo? A Páscoa era uma festa importantes para os Judeus. Na Páscoa, faziam uma Ceia com rituais próprios. Nessa Ceia, os Judeus não só faziam a memória do passado, mas também renovavam a esperança na vinda do Messias. A Ceia aconteceu numa ceia pascal judaica. Na Páscoa, celebrava-se

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a “Passagem” (significado da palavra Páscoa), passagem da escravidão do povo judeu no Egito, para a liberdade na Terra Prometida. Por isso, os judeus celebravam a Páscoa e faziam (e ainda fazem) a ceia pascal. A ceia pascal é rica em rituais e simbolismos. Comem-se ervas amargas, pão sem fermento (ázimo), cordeiro e bebe-se vinho. Jesus, como judeu, também celebrou esta ceia pascal. Porém, na sua última ceia, Ele deu-lhe um significado muito mais profundo. Ele entregou-se à humanidade como Pão e Vinho, como “comida e bebida” que salva e conduz à vida eterna. A Ceia Pascal é um ícone do Cristianismo. Inúmeros artistas pintaram e esculpiram este momento tão maravilhoso da vida de Jesus, em que ele instituiu o sacramento da Eucaristia. No decorrer da Ceia, em Fafe, também vivenciamos os diferentes rituais, desde o ritual da Luz, da bênção dos alimentos, da purificação das mãos, dos quatro cálices, das ervas amargas, dos pães ázimos e, claro, do cordeiro. Achamos que foi uma atividade interessante (a repetir, talvez), uma verdadeira catequese, uma vez que, percebemos que Jesus deu à Ceia Pascal o verdadeiro sentido de passagem da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a santidade. O MCC Fafe quer agradecer a presença de Todos os irmãos nesta Ceia, principalmente os irmãos de outros Centros que se deslocaram a Fafe. A Todos e a cada Um o nosso muito obrigado, que Deus vos abençoe a Todos. Decolores. MCC Fafe


DADES Igreja em Partida Vigília do Pentecostes

Em Setembro de 2016, o nosso querido Padre Neves Machado, dirigiu-se a nós mais uma vez com uma das suas maravilhosas e sempre inspiradoras mensagens onde diz: “Caríssimos irmãos e irmãs cursilhistas: “Um novo ano pastoral se inicia. O início de um novo ano traz-nos (ou deve trazer-nos) sempre um novo fôlego apostólico que seja o fruto da avaliação feita ao ano que finda e um redobrado entusiasmo do compromisso assumido com Cristo no nosso Cursilho. Ele conta connosco! Neste ano, o último do quinquénio proposto pela nossa arquidiocese para a vivência da Fé, vamos na FÉ CONTEMPLADA meditar na Fé d’Aquela que guardava no Seu coração todas as coisas que ia vendo e ouvindo de Seu Divino Filho e, certamente, chegaremos, ao fim do ano, dotados de uma fé mais esclarecida, mais sólida e mais operante.” Os cursilhistas, presentes na Vigília do Pentecostes, imbuídos neste espírito apostólico, marcaram ao passar nas ruas da cidade de Braga, pois mostraram e deram testemunho do seu Amor a Jesus Cristo e à sua mensagem; mostraram que Ele é a nossa ligação ao Pai que nos Ama e faz descer sobre nós o Espírito Santo que divinamente nos protege. Desta forma, impossível seria passarem despercebidos, tudo isto

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porque foi posto de lado o receio ou mesmo vergonha de passar aos outros a dinâmica da nossa Fé! Esta caminhada de Fé, a Vigília do Pentecostes, teve o seu início no Templo dos Congregados, onde em Igreja os muitos cursilhistas presentes a viveram grande confiança cantando sempre com energia, rezando com fé e alegria; no final das cerimónias partiram em grupo, tendo como destino a Sé Catedral, desta mesma cidade, onde o MCC e as diversas comunidades da Diocese convergiram numa vivência única, para mais uma vez participarem numa cerimónia marcada por uma Fé agora mais fortalecida pela caminhada e com uma alegria espontânea que chegou com toda a certeza ao Senhor e também àqueles que se encontravam “desanimados”. No final, já no exterior, esta vivência e esta alegria de ser Igreja vazia de uma Fé envergonhada, mas plena de verdadeira alegria vinda do Espírito Santo, foi festa que contagiou todos os presentes, sobretudo as pessoas que de bancada ou pela rua perguntavam “de onde vem toda esta gente cantando cheia de alegria?”, “são uma seita?” “Claro que não. Somos Católicos e estamos a viver a festa do Espírito Santo!” “Onde andas metida Fátima? Que festa é esta? “Pertenço ao Movimento dos cursos de Cristandade há já 10 anos, mas o meu marido há quarenta!” Cumpriu-se, por isso, o grande objetivo de dar testemunho e mostrar

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o tal “Fôlego Apostólico”. Estas perguntas, entre outras, são reais e foram efetivamente colocadas a alguns dos nossos irmãos ao longo do percurso, assim como depois da Vigília. Eu não estive presente por motivos de saúde, mas depois de perguntar aos meus irmãos que estiveram presentes e ouvir os seus testemunhos, reparei que ter ficado em casa foi uma desculpa esfarrapada que dei a mim mesmo, pois precisamente por estar, ainda, convalescente deveria ter estado presente; precisamente por isso deveria ter ido também nessa vigília dar graças ao Pai junto com os meus irmãos; também eles precisam de mim pois fazemos parte de um todo. Dei graças ao Pai na Eucaristia do dia, mas deveria ter ido dar também o meu testemunho e força na rua, mas deixei-me ficar. Acho irmãos que é isso que muitas vezes se passa com todos nós. Não é por mal, mas por distração. É esta distração que enfraquece a nossa comunidade. Alguns de nós estão, ainda, em estado de convalescença perante a vida e isso gera alguma “preguiça espiritual” que nos impede de Crescer e Ser na Fé. Precisamos, mesmo, de ir ao encontro do Senhor em comunidade, em IGREJA! A boa notícia é que o Senhor com a sua Graça enche-nos de oportunidades para percorrer o seu caminho, por isso estamos ainda a tempo! De Colores! Zé Manel Centro de Braga


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É HORA DOS

V Ultreia Mundial Nos passados dias 4 a 6 de Maio, realizou-se em Fátima a V Ultreia Mundial dos Cursilhos de Cristandade. Para muitos de nós, portugueses, foi uma dádiva este encontro ter-se realizado em Portugal, pois, quem sabe, será a única possibilidade de participar numa Ultreia Mundial. Na impossibilidade de participar durante os 3 dias em que decorreu o evento, fomo-nos organizando para estarmos presentes no dia em que se realizou a Ultreia. Esta Ultreia foi ponto de encontro de muitos que têm como Ideal comum Jesus Cristo. Foi uma alegria ver as ruas de Fátima inundadas de pessoas de outras paragens, com cachecóis e bandeiras, dos seus países, a colorirem todos os espaços por onde andamos. Tocaram-me, particularmente, os sacrifícios que alguns fizeram para estarem presentes neste evento, provenientes, por exemplo, da Coreia. O Ideal é mesmo assim: perante as dificuldades, aparentemente

intransponíveis, para atingir um objetivo, fazemos de tudo para o conseguir. É verdadeiramente no acreditar no Ideal e nos sacrifícios que estamos dispostos a fazer, que está a chave do sucesso para o atingir. Alguns dos irmãos da Coreia venderam as próprias casas para aqui poderem estar. A consagração à Virgem Maria do MCC, a nível mundial, na Capelinha das Aparições, foi um momento intenso de oração. Tal como referiu Francisco Manuel Salvador (presidente do OMCC): “Aqui estamos nós perante a Virgem Maria, entregando a seus pés este Movimento de Cursilhos e consagrando-o ao seu coração de Mãe”. O terço do rosário, reza-

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do alternadamente em várias línguas, também foi uma forma de sentirmos presente a nossa união em torno de Nossa Senhora. Esta Ultreia Mundial teve um acompanhamento muito próximo pelo Papa Francisco. Embora se pudesse fazer representar pelo Núncio Apostólico em Portugal, a importância que ele atribuiu a este encontro foi de tal ordem que se fez representar pelo cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para a Vida Religiosa, o qual veio propositadamente do Vaticano com este propósito. Na abertura da Ultreia Mundial, o presidente do OMCC,


S CURSILHOS Francisco Manuel Salvador, lembrou os objetivos quando entrou nesta missão: “tentar manter unida toda a família do MCC no mundo; procurar que entre todos haja fidelidade e harmonia em torno do carisma; tentar lançar o Movimento em países onde não está presente actualmente; estabelecer um diálogo e sementes de União entre Grupos Internacionais, entre Secretariados Nacionais e os Secretariados Diocesanos”. Lembrou que finalmente foi confirmado definitivamente pela Santa Sé o estatuto do MCC, assim como pelo Estado Português o estatuto de Pessoa Jurídica Canónica. Por último, fez um pedido aos cursilhistas para a transmissão do amor do Senhor a todos, sobretudo aos mais afastados, pelo testemunho, confiança e amizade. D. Francisco Senra Coelho faz-nos refletir nas três peregrinações que Deus faz “rumo à humanidade necessitada de salvação”: “a da Arca da Aliança, a de Maria e a de Jesus, o Cristo”. Relativamente à peregrinação de Maria em direção a Ein Karem, local onde vive sua Prima Isabel, salienta que é Jesus que impulsiona esta viagem, sendo que o motivo para a empreender é o de “(…) comunicar o grande acontecimento que Ela conhece e vive e prestar auxílio, servindo aquela que está em necessidade”. É neste espírito de atuação, do agir, que Nossa Senhora inspira a ação de cada um de nós nos seus ambientes. O testemunho de vida que podemos dar será a melhor forma de levar aos outros esta presença viva de Nossa Senhora e de Jesus Cristo. D. Francisco Senra ainda lembrou os três aspetos da nossa missão, que o Papa Francisco deixou na Ultreia Europeia de

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2015: o método de evangelização dos cursilhos nascido da amizade com Deus e do qual nasce a amizade pelos irmãos; a saída do nosso conforto para encontrar os afastados; e o estreitamento das relações de amizade com os irmãos, pois só desta maneira os conseguiremos cativar. Juan Ruiz, o convidado para elaborar o Rollo-Rollo, continuou a dar destaque à amizade. Lembra a amizade, que teve o privilégio de ter, com dois futuros Santos Eduardo Bonnín Aguiló e Padre Dom Sebastián Gayá. Refere que uma amizade que tenha Jesus Cristo como denominador comum converte-se numa amizade sobrenatural. Esta é uma amizade que vence línguas, modos de pensar, e culturas, pois o modo como se expressa é a do amor em Jesus Cristo e Este é universal. A amizade leva à confiança entre os irmãos. No entanto, esta confiança recíproca entre irmãos só poderá ocorrer se tivermos confiança em nós próprios. A confiança em nós próprios (não confundindo com autossuficiência) é feita pelo humilde, mas sincero, reconhecimento do nosso valor como pessoa. A identificação das nossas limitações leva-nos à confiança com Jesus Cristo. Depois de termos esta certeza que Jesus Cristo está ao nosso lado, poderemos passar a agir nos nossos irmãos, criando também com eles uma relação que terá como base a amizade. Tendo Cristo como charneira, esta amizade levará à confiança mútua através do nosso testemunho. Por último, devo referir que, embora fossem visíveis os preparativos para a visita de sua santidade o Papa Francisco na semana seguinte, era bem sentida a sua presença na Ultreia Mundial,

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não só devido a essa circunstância, mas, sobretudo, pela profundidade das palestras proferidas durante todo o evento, em que a Caridade e a Misericórdia, temas muito caros ao Papa Francisco, foram sempre pedra de toque em todas as intervenções. A hora dos cursilhos é também a hora de cada cursista empreender a sua parte. Façamos nós também, prática da mensagem da Ultreia Mundial em que a amizade comum em Cristo é o alicerce seguro para um apostolado profícuo. Luís Teixeira Centro de Guimarães

Aos nossos olhos Testemunho

Somos um casal que viveu com muita alegria a Ultreia Mundial. Foi uma experiência muito positiva na nossa vida que jamais vamos esquecer. Mas o que mais nos marcou foram três aspetos: -A adesão em grande número de cursistas de todo mundo, o que significa que o movimento está bem vivo, Graças a Deus. -Termos o privilégio da Ultreia Mundial ser realizada em Portugal, num lugar Sagrado como é o Santuário de Fátima. -Também nos marcou muito, o facto do nosso querido Papa Francisco enviar um Cardeal para enriquecer a nossa Ultreia; sinal de que está muito presente na vida do Mcc. É muito importante sentirmos o Sucessor de Pedro tão perto de nós. Decolores Orlando e Conceição Centro de Fafe.


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É HORA DOS

Viver a Ultreia Testemunho

O ano de 2017 tem sido, para mim, um ano diferente, que, pese embora a fé que “carrego” dentro de mim desde tenra idade, me tem “ensinado” novos caminhos para um encontro pleno com Jesus. Nesse sentido, a V Ultreia Mundial, o centenário das aparições da Virgem Maria aos pastorinhos, a canonização dos pastorinhos, Jacinta e Francisco, a vinda do Papa Francisco a Portugal no Centenário das aparições e o aniversário de Eduardo Bonnín, fundador do MCC, têm sido, para mim e para o Núcleo de cursilhistas de Marinhas, momentos marcantes, gratificantes e muito especiais. Sobre o tema “É hora dos Cursilhos”, a V Ultreia Mundial trouxe-nos momentos únicos de meditação e de grande valor espiritual, que muitos dos participantes, dificilmente, terão oportunidade de voltar a vivenciar. Perante o facto de termos cursilhistas de 38 países diferentes e perante o anúncio de cursilhos a realizar noutros locais, como por exemplo, na Ucrânia, foi por nós encarado como um sinal claro e inequívoco de que é importante projetar e difundir este movimento de Fé, este movimento que nos tem “ajudado” a encontrar o caminho da mudança para almejar alcançar o encontro com Jesus. Um caminho de Fé que os cursos de Cristandade nos proporcionam, sempre num ambiente sã, de camaradagem e sobre tudo de muita amizade. Se dúvidas houvesse sobre o apoio que os representantes da Igreja dão a estes impor-

tantes “acontecimentos”, desde já, ficam as mesmas dissipadas face ao notório empenho demonstrado pelos seus mentores. Um apoio claro e reconhecido por todos aqueles que neles (cursilhos) têm participado. Além de todo o ensinamento que nos é proporcionado, o que fica para sempre dentro dos nossos corações, são as amizades, que de certa forma, fazem dos cursilhistas uma grande família, que de certa forma, funcionam como “motor”

ou “alavanca” para o engrandecimento e crescimento deste movimento. Um sentimento único que, em muito contribui para que não haja “barreiras” ou “impossíveis” que, por ventura, possam impedir ou dificultar a nossa caminhada até Jesus Cristo. Esta Ultreia Mundial foi, sem dúvida alguma, um momento único de fortalecimento e engrandecimento da Fé e do espirito amigo

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que todos carregamos dentro de nós. A prova disso mesmo, foi-nos dada por D. João Braz de Aviz, ao demonstrar com clareza, toda a importância e todo o empenho para que os cursilhistas construíssem aquele que é um dos principais desafios da Igreja, ou seja, a união em comunhão. Já D. Francisco dizia, “que as nossas vidas fossem cheias de cor e não a preto e branco”, “que a tarefa permanente dos leigos continuará com inserção do cristianismo na vida através do encontro com Deus e em comunhão com os irmãos”. Dizia-o, reforçando muitas vezes a presença e a “força” do movimento quando por diversas vezes fazia alusão ao Magnificat. Esta V Ultreia Mundial marcou-me para sempre, trouxe-me um misto de sentimentos e emoções que, logo, e enquanto ainda decorria o seu encerramento, me levaram a refletir sobre os desafios que nos foram propostos, avançando e levando positivamente, de mãos dadas, os “projetos” e a vontade de Jesus. Fiquei feliz porque Jesus me chamou a esta V Ultreia Mundial e porque me chamou a participar no cursilho, dizendo-nos pela voz do Papa Francisco, que conta connosco para de certa forma, sermos os seus Missionário na reconciliação das “ovelhas perdidas” com a Igreja, trazendo-as de volta ao “rebanho”, à nossa casa, à casa de Jesus Cristo… DE COLORES. Fernando Morgado Centro de Marinhas


S CURSILHOS

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O meu testemunho Sou um cursilhista há muito pouco tempo, e por esse facto, ainda estou a reposicionar todas as minhas conceções, tudo o que me foi dado a conhecer e tudo o que me foi transmitido durante o período que dourou o meu cursilho. Obviamente, que quando aceitei frequentar um cursilho, não era eu um exemplo de crença e fé, nem um elemento que tivesse uma enorme propensão para o serviço; quer a Deus, quer à igreja, quer à própria sociedade na qual estou inserido e à qual devo servir. Porém, durante o cursilho a situação foi-se alterando, e quando terminou, a minha postura de serviço e dedicação, a minha conceção de fraternidade sobretudo a minha evolução na fé, foi violentamente angustiante para mim, quer no plano puramente salvífico mas sobretudo no plano teológico e da própria conceptualidade da fé. No meu ser, gerou-se uma profusão de sentimentos incontidos e indizíveis ao ponto de, eu sentir, que dentro de mim já não exista um único eu mas sim dois eus: estava a nascer um outro eu, com outra visão da Igreja, do sentido do ser irmão, no sentido puro de um caminhar ao encontro de

uma realidade que, eu de todo desconhecia, mas sobretudo, do sentido de absorver uma realidade que ali estava a ser posta a minha disposição e seria como é, o único veículo para a salvação. Quando fui informado que a V Ultreia Mundial se iria realizar em Portugal, obviamente que não hesitei em decidir estaria presente, mesmo sabendo por experiência própria de outras assembleias mundiais que por via da minha profissão já tinha assistido noutras partes do mundo, que normalmente não são o lugar ideal para se aprofundar o conhecimento do que quer que seja, mas também, talvez não tenha sido esse o objetivo desta Ultreia. Mas, diga-se em abono da

verdade, que nos dois dias em que estive presente todas as expectativas foram ultrapassadas. No dia 6, e no que às conferências realizadas no centro Paulo Vl concerne, destacarei duas que me pareceram de superior interesse: “Eduardo Bonnín nos cinco continentes” e “Sebastián Gayá – Uma vida de humildade”. Foram estas o veículo fundamental para se ter a perceção da forma, vida e obra dos seus fundadores, especialmente Eduardo Bonnín. E se este fator parece se somenos importância não o é, porque nos mostrou que a fé e a fraternidade, são iguais na multiculturalidade das raças, e nas concepções dos diversos países presentes, e nesse sentido, pontificaram como a força molecular que imbui e congrega todos os cursilhistas no mesmo espírito de fé e amizade. Para terminar gostaria de referir três intervenções na eucaristia final que me parecem de uma importância capital, e de uma excelente conceção do espírito cursilhista: - Cursilhos para uma nova evangelização de D Manuel Clemente - A evangelização das periferias de D. Francisco Senra Coelho - Amizade Confiança e os afastados de Juan Ruiz Paulo Moreira Centro de Fafe

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Mais Além

OS TEUS DESCANSOS, SENHOR Rolho Vivencial

Se importa ver-Te, contemplar-Te a trabalhar, nas tuas andanças apostólicas, na tua faina e labuta, também me parece bem olhar-Te, contemplar-Te a descansar. Num mundo de tanto stress e agitação, de tanto rebuliço e azáfama, de tanto nervosismo e perturbação, de tanto cansaço e sobreposição de horários, importa olhar-Te a descansar, aprender Contigo a arte do descanso, sem dúvida aprendida com o Pai, que descansou ao sétimo dia, depois da obra da criação. Descansar é direito e dever de todos, pois todos necessitamos do descanso. Ser cristão a sério implica também saber descansar, repousar, ter tempos de lazer e de férias, ter o seu descanso semanal, ter em cada dia momentos de paz. Andaria melhor a nossa oração, o nosso sistema nervoso, a nossa relação com os outros, a nossa caridade. Andaria melhor o nosso rendimento no trabalho e nas outras facetas da vida, caso soubéssemos descansar a sério. Tudo teria o sabor da tua calma e serenidade evangélicas. Até o descanso precisa de ser aprendido Contigo. Há um modo evangélico de descansar, de viver o lazer, de evangelizar os tempos de pausa, de férias, etc. Um dos descansos bonitos que o Evangelho nos descreve, são aqueles convites teus, Senhor, aos discípulos, quando lhes dizes, no meio da faina e da labuta: “Vinde e descansai um pouco”. E foram Contigo, com certeza para lugar retirado do rebuliço da multidão, para um lugar ameno e pacífico, pois importava retemperar as forças. Tu próprio sentes necessidade de descansar, de repousar, pois a vida é dura, austera, difícil. “Vinde e descansai um pouco” é palavra Tua que deve chegar aos ouvidos das nossas almas e dos nossos corações, pois continuas a convidar-nos ao descanso. Sabes bem, Senhor, que depois a vida nos correrá melhor, pois mais serenos e mais pacificados.

Sabes por experiência, Jesus, que depois desses momentos de agradável repouso, ficamos mais aptos para a oração e para o trabalho, para assumir a vida familiar e profissional, para nos lançarmos de novo à labuta da vida. “Vinde e descansai um pouco” é convite agradável da tua gentileza e generosidade, do teu conhecimento da vida dos homens. Como és tão humano, meu Jesus, com este modo de Te aperceberes da nossa necessidade de descanso! Obrigado, Jesus, pelo modo como nos convidas a descansar, a procurar espaço e tempo de serena pausa do trabalho e rebuliço da vida. Se seguíssemos o teu convite, andaríamos melhor de saúde, poderíamos render mais, teríamos mais capacidade para a oração. Que nos fique bem cá dentro, Senhor, o teu convite: “Vinde e descansai um pouco”. Um momento de descanso pode trazer grandes benefícios ao corpo e à alma. Até se dialoga mais e melhor, se tem mais capacidade para escutar, para acolher, para estar atento. Bendito descanso o Teu, Jesus, junto ao poço de Jacob! Que resultado tão fecundo no Teu diálogo com a Samaritana! Quanto temos que aprender Contigo e saber descansar ao teu jeito! Quanto fruto resultaria de um bom e salutar descanso: menos doenças, menos idas ao médico, menos medicamentos, mais paz, mais oração, mais serenidade… Quanta coisa melhoraria na nossa vida! Ensina-nos, Jesus a aprender Contigo. Rezar descansa, estar com o Pai descansa, entrar em intimidade com o divino descansa. Precisamos de perceber melhor este descanso em Deus, através da oração. Saímos dela mais serenos, mais pacificados, mais nós mesmos. Saímos dela com mais coragem para a vida e com mais capacidade de amar. Saímos da oração com o coração pacificado porque mergulhado em

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TESTEM Ti e na Trindade. Rezar não cansa. O que cansa são as coisas que nos impedem de rezar mais a sério e mais profundamente. Tu, Jesus, és o nosso repouso, a nossa paz, a nossa consolação, o nosso sereno refúgio. Entrar em oração é entrar na intimidade que nos repousa, é entrar em comunhão Contigo e com a Trindade, com a tua e nossa Mãe, que também é repouso e tem coração materno cheio de amor. Rezar é mergulhar no mar calmo do divino que pacífica e serena. Rezar é encontrar em Deus o nosso equilíbrio. Sem oração, como que nos desintegramos, andamos fora de nós, sem verdadeira relação Contigo, connosco, com os outros. Só a oração nos centra no essencial, ou seja, no Teu amor, no amor de Deus uno e trino. Se rezássemos mais, andávamos mais serenos e mais pacíficos. Quão bem faria essa paz à nossa volta, aos que trabalham e vivem connosco?! Faz-nos, Jesus, rezar mais e melhor, ensina-nos a encontrar na oração o nosso equilíbrio interior, a paz que nos serena e nos segura, que nos liberta de males e tentações. Uma das facetas do teu Coração, Jesus, é ser, exatamente como nos ensina a liturgia: repouso e refúgio. Entrar no teu Coração é encontrar o lugar sereno da nossa paz e consolação. Ficar dentro d’Ele é encontrar a mansão divina da paz que não morre, da serenidade que não desaparece.


MUNHOS No teu Coração aberto, símbolo maravilhoso do Teu amor, encontramos esse repouso e refúgio. O Teu amor repousa-nos, o teu amor guarda-nos. Em Ti, no teu Coração, temos segurança. Ele é a nossa solução, a nossa paz, a sede do nosso conforto. N’Ele, nesse Coração que tem todo o amor divino e todo o amor humano, como não encontraremos a paz e a serenidade que necessitamos? Esse Coração que pacificou, durante a tua vida pública, tantos corações e tantas vidas, tantos doentes e tantos pecadores, como não nos pacificará, hoje, a nós? Em Ti, Jesus, a nossa paz. Em Ti, Jesus, o nosso repouso. Que o Teu Coração casto e puro, que o Teu Coração virgem, que o Teu Coração que amou a todos sempre, sem recusas e sem reservas, nos ajude a todos a sermos puros de coração, a imitar a pureza do Teu, para, como Tu, podermos contemplar o rosto do Pai, o brilho da Trindade. Se apenas os corações puros poderão ver a Deus, precisamos que nos dês esta graça, para que a nossa vida e a nossa oração sejam repletas da presença de Deus e do Seu amor. E que à pureza de coração, como é óbvio, se ligue a pureza do corpo, da alma, da inteligência à Tua semelhança, para sermos testemunhos vivos do Teu Coração. Decolores. Kinito, 22/06, Centro de Guimarães

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Deus devolveu-me o caminho da alegria! Rolho Vivencial

Irmãos e irmãs em Cristo, antes de começar a escrever este rolho, pedi ao Espírito Santo que iluminasse a minha mente, para que eu pudesse expressar a minha pequena Fé. O meu nome é Cidália e sou casada há 29 anos com Torcato Castanho. Sou mãe de dois filhos e avó de um neto. Fiz o meu Curso de Cristandade de 4 a 7 de Fevereiro de 2016, no Centro Apostólico João Paulo II. Fiz o curso nº 389 e faço parte da equipa da Nossa Senhora do Rosário. Fui criada no seio de uma família pobre e humilde, mas muito rica em amor. Educaram-me na Fé Cristã. O meu avô era cursista e nós rezávamos o terço em família. Gostava muito quando ele cantava a música De Colores. Com o passar dos anos, durante o meu casamento e o nascimento dos meus filhos, com a falta de tempo e de vontade, Deus deixou de ter lugar na minha vida. Quase não ia à missa e raramente me lembrava de rezar. Com este afastamento, a vida não era fácil. Os obstáculos, as desilusões e as dificuldades inundaram a minha vida de tristeza. O desânimo tantas vezes se instalou! Sentia-me sozinha e triste. Porém, olhando ao meu redor, vi algumas pessoas que também tinham provações e dificuldades, mas tinham uma alegria que eu desconhecia. Uma dessas pessoas era a minha cunhada Laura (aqui presente), que parecia sempre feliz. Tinha uma força que eu não sabia de onde vinha. Tinha sempre uma palavra de coragem e alento, e trazia sempre no seu rosto a esperança de um amanhã melhor. Fui percebendo que era uma mulher de fé e que aquela força, alegria e esperança vinha de Deus. Depois de algumas conversas e vivências, voltei a ir à missa, a con-

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fiar em Deus que é Pai e me ama sem medida. Depois disso, veio o convite: O Senhor chamou-me a fazer um Curso de Cristandade. Esta experiência de Deus foi para mim uma das melhores coisas que me aconteceu, “o Senhor fez em mim maravilhas”. Frequento mais a Igreja, sou mais amiga dos meus amigos, tento ajudar mais, amar mais, perdoar mais e isso devolveu-me o caminho da alegria. Não fiquei sem problemas, mas percebi que não estou só. Tenho um Deus sempre presente que me deu Maria como Mãe, e desde então, nunca mais me senti sozinha. Tenho fé, alegria e esperança. Obrigada Senhor pelo dom da Fé, pelo exemplo de vida e maternidade. Obrigada pelo dom da vida e pela possibilidade de gerar novas vidas. Obrigada pelo dom do amor, que nos permite dar sentido à vida. Obrigada até pelos obstáculos, pois eles ajudaram-me a crescer. Assim, Maria concede que nos mantenhamos unidos uns aos outros e ao Teu Filho, numa atitude permanente de amor. Que nada nem ninguém nos impeça de sermos felizes e de fazermos felizes os outros, pois o sorriso, é o que queremos levar deste mês de Maio para os restantes meses do ano. Rezo-te hoje Jesus, para recordar tudo o que fazes por mim. Eu estava mergulhada nas trevas, mas tu passaste e abriste-me os olhos para a esperança. Tu mostraste-me os caminhos do Evangelho e os caminhos tornaram-se mais claros. Tu vieste à minha vida e comecei a ver a luz da tua beleza. Senhora do Rosário, confio-te este mundo em que vivemos e peço-te que nos ajudes a encontrar a luz do teu Filho Ressuscitado. Cristo e eu, maioria absoluta! Cidália Dourado Centro das Caxinas


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Redescobrir com Maria a nossa identidade cristã (continuação do número anterior)

“Eis aí o teu filho.” (cont) Também na cruz Maria experimentou o cumprimento das profecias de Simeão: Jesus é sinal de contradição e uma espada de dor atravessará a alma. De facto, Maria se esteve presente eternamente no mistério de Cristo, pela fé converteu-se em plena colaboradora do seu itinerário terreno. Desta forma, ao mesmo tempo que se esclarece o mistério do Filho, também se esclarece o mistério da Mãe. Graças à maternidade de Maria, Jesus é um verdadeiro filho do homem. Quando aquela mulher do Evangelho exclama “ditoso o seio que te trouxe e os peitos que te amamentaram”, Jesus procura desviar as atenções da maternidade física e orientá-la para o vínculo do espírito, que radica na escuta e na observância de Deus. Desta forma, dá uma dimensão e um sentido novo a tudo o que é humano. Maria-Mãe converte-se assim na primeira discípula do seu Filho. Maria é a porta-voz da vontade do seu Filho. Graças ao seu papel de mãe, ela tem o poder de interceder pelas necessidades dos homens. Foi o que aconteceu foi nas bodas da Canã.

Aos pés da cruz, nós vemos como Jesus dá especial atenção à sua Mãe, entregando-no-la na pessoa de S.João como nossa Mãe. Esta nova maternidade de Maria gerada pela fé, é fruto do novo amor que amadureceu nela definitivamente junto da cruz, participando assim no amor redentor do seu Filho. As palavras que Jesus pronuncia no alto da cruz, “Eis a tua Mãe – Eis aí o teu filho”, significam que a maternidade da sua Mãe encontra a sua continuação na Igreja e através da Igreja, simbolizada e representada por S.João.

A Mãe de Deus no centro da Igreja peregrina A Igreja é o povo de Deus radicado em todas as nações da terra. Como diz Santo Agostinho, citando S.Paulo, “vai peregrinando entre as perseguições do mundo e dos consolos de Deus, e anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha”. O caminho da Igreja possui um carácter exterior (visivelmente no tempo e no espaço), e também outro, que é o essencial: o interior (a peregrinação através da fé).

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Maria está sempre presente no caminho da Igreja. Entre todos os crentes, ela é como um espelho onde se refletem de modo mais profundo e claro as maravilhas de Deus. A Igreja inicia a sua peregrinação no dia de Pentecostes, onde Maria está presente. O caminho de Pentecostes, em Jerusalém, foi preparado para além da cruz pelo momento da Anunciação em Nazaré. Depois da Ressurreição, a esperança tinha descoberto o seu verdadeiro rosto e a promessa tinha começado a tornar-se realidade. Maria pertence indissoluvelmente ao mistério de Cristo, e além disso, ao mistério da Igreja desde o seu começo, desde o dia seu nascimento. A fé de Maria precede todo o testemunho apostólico. E todos os que participam deste testemunho, que é o da Igreja, participam da fé de Maria. Os povos que acolhem a fé no Redentor, procuram na fé de Maria o sustentáculo da sua fé, porque a fé de Maria está presente na missão e na obra da Igreja. Padre Leonel Oliveira Guimarães, 19/10/216


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