‘de colores’
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Director: Pe. Henrique Ribeiro | Directora adjunta: Margarida Fernandes Propriedade: Associação de S. Paulo | Sede: Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga - Telef. 253 263 415 Excução gráfica: Empresa do Diário do Minho, Lda. | Tiragem: 3000 exemplares Registo ERC: Isento ao abrigo do decreto regulamentar, 8/99 de 9/6, art.º 12, n.º 1 alinea a). Preço: 0,50 euros
REMETENTE: SECRETARIADO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE - Rua do Alcaide, 9 - 4700-024 Braga
MARÇO 2018
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2018 «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24,12) Amados irmãos e irmãs! Mais uma vez vamos encontrarmo-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão», que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida. Com a presente mensagem desejo, neste ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar por esta afirmação de Jesus, que aparece no Evangelho de Mateus: «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24,12). Esta frase encontra-se no discurso sobre o fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a Paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenómenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se nos corações o amor que é o centro de todo o Evangelho.
Os falsos profetas Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas. Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses
mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão! Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois se revelam dramaticamente sem Continua na pág. 12
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S.M. Coronado
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Braga
13,00
Abelâmio Augusto M. Silva
Guimarães
25,00
António Rodrigues
Pevidém
10,00
Cursilhistas Falecidos NOME
CURSILHO
CENTRO
Teresa de Jesus Sousa Dias
279
Pevidém
Maria das Dores Pereira do Mar
214
Caxinas
Maria Madalena Pereira Serrão
138
Caxinas
Salvador José Cunha Fangueiro
222
Caxinas
Gaspar Leite de Oliveira
95
Brito
Avelino Pereira
162
Pedome
Centro de Vila Verde
30,00
Manuel Dias Rodrigues
53
Pevidém
Centro de Braga
40,31
Teresa de Jesus Sousa Dias
279
Pevidém
Centro de Marinhas
100,00
Gaspar Dias
165
Pevidém
Coleta Escola 04.12.2017
12,04
Maria Machado da Costa
65
Pevidém
Centro da Lapa
150,00
Marquesa Leite da Silva
202
Caxinas
Centro de Cossourado
40,00
8
Fafe
Centro de Ribeirão
200,00
Fernando Manuel P. Oliveira
352
Fafe
Centro de Braga
23,22
Centro de Guimarães
126,81
Albertino Monteiro
319
Fafe
Centro de Marinhas
70,00
José Antunes Alves
349
Fafe
Centro das Taipas
300,00
Daniel Oliveira
315,00
Centro de Caxinas
4,00
Equipa Reitora C.396
Coletas
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O CHAMAMENTO AO MCC
Apresento-me a cada um de vós, irmãos cursilhistas, como aquele que é irmão de irmãos, pois caminho convosco e tenho como missão guiar-vos, ou melhor, conduzir-vos ao encontro do Senhor Jesus Cristo. Depois do Senhor me chamar a viver continuamente o encontro com Ele na minha vida, associando-me ao número dos seus sacerdotes espalhados pelo mundo inteiro, quis que fortalecesse o meu interior com o cursilho n.º 390, que se realizou de 25 a 28 de Fevereiro de 2016, no Centro Social João Paulo II, na Apúlia. Daqui surgiu uma história de amizade e união mais forte para toda a minha vida, pois como diz um cântico quaresmal: “Amai como Eu vos amei, a Palavra de Jesus ao impor a nova lei, tem o peso de uma cruz”. Assim, me sinto neste momento diante de todos vós, pois ao aceitar mais uma vez o chamamento do Senhor a assumir a direção espiritual do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, sinto-me tão pequeno e com peso de uma cruz aos ombros. Eu sei que, como São Paulo, confio em Ti Senhor, pois ao me chamares é porque vês em mim capacidades para tomar aos ombros a cruz de todos estes meus irmãos, que não é nada comparável, com o peso da Tua cruz. Por isso, neste momento faz eco no meu coração as palavras que disseste ao coração de São Paulo, invocado na Carta aos Coríntios: “Basta-te a Minha Graça, porque a força manifesta-se na fraqueza” (2ª Cor. 12, 9). Senhor, este teu servo, bem como os meus irmãos cursilhistas contam com a Tua graça, isto é, com o Teu amor, pois ele é a força da nossa esperança. Sabemos irmãos que o caminho a trilhar no Movimento é ser semente de novos cristãos, renascidos, convertidos, convictos d’Aquele que os e nos ama (Vida Nova em Cristo). Vivemos num século, onde predomina uma enorme ignorância religiosa, por parte das pessoas da nossa socieda-
de, por isso “É a Hora dos Cursilhos”, isto é, é este o tempo favorável que Ele nos oferece para evangelizar e transmitirmos a alegria e a certeza da nossa Esperança que é JESUS CRISTO. Como nos diz São Paulo: “Ai de mim se eu não Evangelizar!” (1Cor. 9, 16). Não poderíamos esquecer, caríssimos, aquilo que o Senhor fez e continua a fazer por nós, como diz um cântico: “o exemplo do Senhor vai além da sua voz, anunciou o amor e deu a vida por nós.” Daqui ressoam aquelas palavras que perpassam no fundo do nosso coração e nos centra na força do Mistério Pascal de Jesus: “E tudo isto por mim! “, que escutamos tantas vezes nos nossos Cursilhos. Termino dando glória a Deus por tudo o que Ele fez e continua fazer em mim e por mim. Sei que não sou merecedor de tantas graças. Contudo, seja tudo para a Sua maior glória. É assim que me entrego a esta missão, como Tu, Senhor, sempre de braços abertos, como te encontramos sempre na cruz. Quando contemplamos a Tua cruz, através dela estás sempre a chamar-nos, esperas-nos com paciência e vens ao nosso encontro como o Pai de Misericórdia para nos dares uma nova oportunidade na nossa vida. Também agradecer-vos irmãos cursilhistas pelo vosso acolhimento caloroso e pelas vossas orações diárias por mim e pela missão que abraço. A todos vos trago no coração e assim como Paulo nos diz na Carta a Filémon, também vos digo hoje: “Sim, irmão, possa eu sentir-me satisfeito contigo no Senhor: reconforta o meu coração em Cristo.” (Film. 1, 20). Nunca esqueçamos o tripé, que orienta sempre o nosso Quarto Dia: Piedade, Estudo e Ação, ou com palavras paulinas: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração” (Rom. 12, 12). Em Decolores, Pe. Henrique Santos Ribeiro (Diretor Espiritual do MCC)
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“CRISTO CONTA CONTIGO!” ATIVID Mais Além
Ceia de Natal Realizou-se no passado dia 16 de Dezembro a chamada Ceia de Natal. O habitual convívio anual da família cursilhista da Arquidiocese de Braga que ocorre, em cada ano, por altura da celebração do nascimento do nosso Salvador. Deste modo, o Centro Social João Paulo II em Apúlia foi, de novo, o local escolhido e onde decorreu o evento. O “repasto” propriamente dito foi, como não podia deixar de ser, precedido da Eucaristia presidida pelo nosso pastor D. Francisco Senra Coelho. Foram muitos os cursilhistas que aderiram a esta “festa”, cerca de 220 pessoas, numa demonstração clara de que os Cursilhos continuam bem vivos na nossa Arquidiocese.
Fomos bem acolhidos no nosso Centro Social e, como é tradição cá pelo nosso Minho, já sentadinhos à mesa, as batatas com bacalhau e hortaliça e as rabanadas não faltaram à chamada”, ao mesmo tempo que regadas a gosto. A vantagem de juntar os amigos à volta de uma mesa posta, sinal e meio de união, de encontro e de partilha, leva-nos ou deveria levar-nos também àquele momento sublime feito memorial na Eucaristia, de uma dádiva e uma entrega incondicional do nosso Deus na pessoa de seu filho Jesus, que veio habitar entre nós e se ofereceu ao Pai na cruz. Por isso foi, inquestionavelmente, mais uma boa oportunidade de nos juntarmos, de confraterni-
zarmos, de aprofundarmos a nossa condição de irmãos em Cristo e Lhe darmos graças por tudo que temos e somos. Este é, também por isso, naturalmente, um encontro diferente de outros encontros. É um encontro em família. Um encontro que estimula, que faz bem, não só ao corpo, mas também à alma. Um daqueles momentos que devemos sempre aproveitar e repetir! Irmanados neste ideal e nesta disponibilidade, nós que somos pessoas do “SIM”, do “PODES CONTAR COMIGO”, ponhamos então as mãos ao arado e sejamos semeadores de esperança em Jesus Cristo. Decolores Joaquim Dantas Centro de Lijó
397.º Cursilho de mulheres O Movimento dos Cursilhos de Cristandade presente na Arquidiocese de Braga há mais de 50 anos, entre os dias 21 e 24 de março o 397.º Cursilho de Cristandade de Braga, dedicado apenas a mulheres. O cursilho decorreu no Centro Social da Apúlia orientado por uma equipa de mulheres cursilhistas que durante semanas se prepararam, reitorada pela irmã Paula Silva, do Centro da Lapa. Em princípio a direção espiritual seria assegurada pelos sacerdotes Henrique Ribeiro e José António Arantes. No entanto, uma vez que o senhor padre José António se encontrou doente nos dias que antecederam e nos que se realizaram o cursilho, o senhor padre José das Neves Machado deitou mão ao trabalho e substitui-o. A iniciativa pretendia que “as escolhidas” pudessem viver uma experiência profunda de encontro consigo e experimentassem de forma transparente a ternura de Deus,
como defendeu o fundador do Movimento. A Clausura realizou-se no sábado, último dia de cursilho, no Centro Paroquial da Apúlia, por voltas das vinte horas e trinta minutos, seguida de Eucaristia presidida pelo Senhor Arcebispo D.Jorge Ortiga e concelebrada pelos sacerdotes Avelino Peres, Henrique Ribeiro e José das Neves Machado. Quem esteve presente não ficou indiferente ao entusiasmo e à alegria esboçada no rosto de que vive em “maioria absoluta” com Cristo. As novas cursilhistas ou as senhoras a quem durante três dias foi dada a possibilidade de conhe-
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cerem e seguirem um novo Ideal: Jesus Cristo, puderam abraçar os amigos que as convidaram e tantos outros que com elas pretendem partilhar ideias e entusiasmo ligados à Mentalidade, Essência, Metodologia e Finalidade dos Cursilhos de Cristandade.
DADES ” E NÓS COM A SUA GRAÇA! Mais Além
Bispo auxiliar de Braga participou em reunião do movimento
D.Francisco segere temas dos Cursilhos de Cristandade
O bispo de braga D. Francisco senra Coelho defende que as paróquias da Arquidiocese deviam aproveitar os temas renovados propostos pelos cursilhos de Cristandade. “mesmo aqueles que trabalham nos ministérios comunitários da catequese, da liturgia e da pastoral sócio-caritativa e nas instituições da Igreja (IPSS) carecem de renovação interior e de experiências de encontro com a beleza de Deus”, sustenta o prelado. D.Francisco, que participou na Reunião do Núcleo Norte (RNN) do Movimento, no passado dia 20 de janeiro, salienta que a proposta renovada e apresentada pelo MCC reveste-se de “enorme atualidade para as comunidades a braços com diversas periferias carentes da experiência de Deus” e num tempo em que “a Igreja sente a necessidade de levar o primeiro anúncio do kerigma a inúmeros batizados ou alheados”. Durante os últimos três anos, o MCC em Portugal procedeu a uma renovação dos seus temas, Rollos, refletindo neles o pensamento do Papa Francisco e todo o magistério mais atual da Igreja Pós-conciliar. Temas apresentados pelo Secretariado Nacional que D.Francisco Senra aprovou, então na qualidade de Assessor Espiritual do Organis-
mo Mundial do MCC. Para o bispo auxiliar de Braga “impõe-se uma pastoral gestacional, que gere vida nova e não proponha apenas eventos religiosos ou encontros de informação” e os pequenos grupos de vida que os Cursilhos proporcionam na sua metodologia “podem abraçar a proposta para os grupos semeadores de esperança”. A reunião do Núcleo Norte realizou-se no Centro Social João Paulo II, na apúlia, Esposende, com o objetivo de “dissecar, analisar e conhecer o percurso do Movimento, tendo em conta a identidade própria e as particularidades de cada uma das dioceses, e partilhar os aspetos positivos encontrados”. Estiveram representadas nesta reunião oito Dioceses do país, nomeadamente Aveiro, Braga, Bragança, Lamego, Porto, Viana, Viseu e Vila Real, sob a presidência da Diocese do Porto. Um dos pontos da agenda esteve relacionado com a Comissão para a Unidade dos Cursilhos de Cristandade que propõe uma “linha de conduta mais consentânea com a Mentalidade, Finalidade e o Método que definem o Carisma fundacional do MCC”. in Diário do Minho 25/01/2018
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Via Sacra Centro das Taipas A vida é uma maravilhosa descoberta quando a entregamos aos cuidados de Deus e nos comprometemos a ser Semente neste Caminho de Esperança. Este é o caminho renovador do cristão, como verdadeira fonte de encontro consigo próprio, diante de Deus que nos ama e que nos interpela a seguir os seus passos. Queremos que este caminho seja um novo impulso para o Movimento dos Cursilhos de Cristandade, que unindo-se ao sofrimento do Salvador, quer ser um Sinal dos Novos Tempos para a nova Evangelização na Pastoral da Igreja Arquidiocesana. Eis que, em plena Quaresma, na aproximação do Cursilho de Mulheres, logo nos propusemos a organizar uma Via Sacra como intendência. Assim, no dia 23 de Fevereiro, sexta-feira, numa noite muito fria, saímos da igreja das Caldas das Taipas, pelas vinte e uma horas e trinta minutos, em direção à igreja de S. Martinho de Sande. O senhor padre Abel, pároco de Sande, aceitou amavelmente presidir à Via Sacra e celebrar a Eucaristia. Durante a homilia exortou-nos fortemente, recordando que hoje e sempre o maior pecado é haver pessoas a não admitir que são pecadoras. Fê-lo, com um sentimento muito forte de união ao apelo do nosso Querido Santo Padre, Dia Especial de Oração e Jejum Pela Paz. Por fim, agradecemos a presença simpática e colaborante dos grupos, que viveram ativamente este momento connosco. Esta união faz-nos crescer na Amizade! Bem-hajam! Esmeralda Patrício Centro das Taipas
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S.PAULO, O PADROEIRO DO MOVIMENTO No dia em que a Igreja comemorou a conversão do apóstolo S. Paulo, 25 de janeiro, o Secretariado Arquidiocesano do Movimento dos Cursilhos de Cristandade desafiou os seus dezassete Centros de Ultreia a refletirem sobre a festa litúrgica, que se cruza com o Carisma e a Identidade do Movimento, e a procurarem o encontro com Cristo vivo.
Esta data e a própria história de vida de S.Paulo são valorizadas no seio do MCC. Paulo foi caminheiro de Cristo levando a Palavra com ardor e perseverança. Foi o Apóstolo dos Gentios, anunciou a Salvação levando à transformação dos ambientes a nível universal. Baseado nestes pressupostos, a 14 de dezembro de 1963, o Papa Paulo VI, proclama-o patrono celestial dos Cursilhos de Cristandade “com todas as honras e privilégios litúrgicos devidos a tal título”. Nessa linha de pensamento, pelos vários centros decorreram diversas atividades, desde momentos de oração e reflexão dentro do Centro de Ultreia a momentos de oração e convívio entre cursilhistas, seus familiares e convidados. De uma forma ou de outra, todos foram chamados a reafirmar a sua identidade cristã pelo encontro com Cristo e a reforçar a convicção de que não podemos calar o anúncio aos outros. Um bem-haja a todos!
Aos nossos olhos Testemunhos
Por volta das vinte horas do dia 25, na Igreja Paroquial de Lijó, no concelho de Barcelos, reuniram-se cursilhistas dos Centros de Ultreia de Lijó e de Cossourado para de forma solene celebrarem a conversão do apóstolo S.Paulo. A Eucaristia foi celebrada pelo padre José António Arantes e concelebrada pelo Padre Henrique Ribeiro. Estiveram presentes os padres Paulo Sá (pároco de Cossourado), o Padre João Batista (assistente espiritual do Centro de Cossourado) e o padre João Granja (assistente espiritual do centro de Lijó). De forma muito especial o Padre José António tocou no âmago de todos os presentes pela forma como os interpelou na homilia e levou a refletir sobre o percurso de Paulo, sobre a sua conversão e sobre os momentos que temos para como ele nos (re)convertermos. A Eucaristia foi animada pelo canto do Grupo de Jovens de Santa Maria de Lijó “GAUDIUM”, que de maneira afinada e entusiasta contagiou e levou à participação dos presentes.
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Após este momento religioso, os cursilhistas de ambos os centros e alguns irmãos que de outros centros acharam por bem associar-se, dirigiram-se à Escola da Mouta, em Lijó, gentilmente cedida pela Junta de Freguesia para aí jantarem e conviverem. O trabalho da preparação da sala de jantar e confeção do repasto foi da responsabilidade dos Cursilhistas organizadores. Para servir a refeição, entrou ao serviço, de novo, o grupo de Jovens “GAUDIUM” que tudo fez para que nada faltasse. No final, depois de um belo convívio todos se dirigiram a casa felizes pela possibilidade que o Senhor lhes concedeu de se fortalecerem na sua caminhada de Fé, através da oração, do convívio, da alegria, do testemunho e da generosidade dos irmãos. Certos de que esta é uma iniciativa a repetir-se, radicada num amor sincero e radical a Jesus Cristo, corroboramos as palavras do Apóstolo que lembramos: “para mim, o viver é Cristo.” Decolores Centro de Lijó
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Centro de Fafe em festa No dia 16 de janeiro, o Centro de Ultreia de Fafe esteve em festa. Festejou o aniversário do seu novo assistente, Pe. José António Carneiro.
Aceitando o desafio do Secretariado Arquidiocesano, o centro de Guimarães, decidiu alterar a data da sua tradicional Ceia de Reis para alturas da comemoração do dia da Conversão do Apóstolo S.Paulo. Assim, a 26 de janeiro o fim de dia foi diferente para os cursilhistas de Guimarães e para outros irmãos que de outros centros fizeram por estar presentes. Os Cursilhistas associaram-se à Eucaristia do dia, na Igreja de Santa Luzia tomando parte da sua celebração. A Eucaristia foi presidida pelo senhor padre Leonel, assistente do MCC em Guimarães. Após a Eucaristia, os cursilhistas encontraram-se nas instalações gentilmente cedidas pelo Agrupamento de Escuteiros de S. Dâmaso. Éramos 70 pessoas. Num ambiente de fraterna amizade e alegria, na presença dos senhores padres Henrique Ribeiro, Leonel Oliveira, Samuel Vilas Boas e Domingos Ferreira. Os cursilhistas num presente contínuo integraram oração e vida, como frisou Eduardo Bonnín, na sua passagem terrena ao referir-se ao papel da oração na vida do cristão. O jantar foi servido por alguns dos irmãos do centro de Guimarães que se disponibilizaram para
que nada faltasse aos convivas. O momento alto do encontro aconteceu aquando da partilha realizada pelos vários sacerdotes presentes, pelo irmão presidente do Secretariado, Jaime Pinto, e pelo representante de cada um dos centros que se fez presente. De uma forma ou outra, os falantes manifestaram a alegria pela presença no encontro que quis recordar a conversão do patrono do Movimento, e a certeza de que o que podemos levar aos outros é a Fé que temos em que Cristo nos ama. Se não a tivermos não podemos fermentar nada: nem atitudes, nem ambientes. Se desta forma não for, continuaremos a deixar de fora os que ainda não conhecem Cristo e a lamentarmo-nos de como o mundo está. Como a alegria do cristão e, mais especificamente do cursilhista, não depende de nada nem de ninguém, só de Jesus, ou seja é cristocêntrica, não faltaram os cânticos cursilhistas e outros animados pelo som de uma guitarra. O centro de Guimarães assumiu este encontro como um momento de enorme felicidade na caminhada que faz com Jesus e sobretudo com o MCC. Decolores Centro de Guimarães
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O Pe. José António Carneiro esteve ao serviço da diocese de Aveiro, onde realizou o seu Cursilho de Cristandade, agora, regressado à sua Diocese de origem, é pároco nas paróquias de Santa Eulália de Fafe e Santa Comba de Fornelos (Fafe). Para além do serviço nas paróquias é também assistente espiritual no Centro de Ultreia de Fafe. Sempre que é possível vem ao nosso Centro, brinda-nos com belíssimos rolhos místicos, bem como com a sua atitude sempre otimista e bem-disposta. Damos Graças a Deus pelo dom da sua Vida, que esta data (16 de janeiro) se repita por muitos anos, cheios de bênçãos do Senhor Jesus. Decolores. Centro de Fafe
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Algumas questões sobre um tempo de reflexão familiar
Neste tempo de Quaresma, somos colocados perante algumas questões que todos Cristãos devem conhecer, e sobre elas meditar pessoalmente em recolhimento, e em família, sendo certo, que algumas dessas questões, necessitam ainda que sucintamente, de algumas notas meramente explicativas, para que melhor possamos interiorizar, este singular e transcendente momento Quaresmal, em que Jesus, nos é dado a conhecer pelo sofrimento, e sua morte na cruz, e concomitantemente, nos transmite o legado do pai no dia da ressurreição. É imperioso, que este tempo Quaresmal nos induza o pensamento a uma mais profunda reflexão e transformação interior no nosso mais profundo humanismo, tentado interiorizar o sofrimento de Cristo na Cruz. Esse sofrimento, que Deus impôs ao seu próprio filho, é o maior desafio que alguma vez alguém terá posto a outrem, mas, e que para nossa imortalidade, Jesus Cristo, suportou-o abnegadamente fazendo-o principalmente para nossa salvação, Esse sofrimento, mostrou-mos a verdadeira realidade de Deus e quanto ele nos ama, ao ponto de, e para nossa salvação como se disse, nos doar a vida do seu próprio filho. Ora, são estes momentos e estas bênçãos, que devem ser vividas neste tempo de Quaresma, na sua plenitude principalmente em família. Mas comecemos por estas simples questões. O que é a Quaresma? Desde quando se vive a Quaresma? Qual o sentido da Quaresma? Chamamos Quaresma ao período de quarenta dias (quadragésima) dedicado à preparação da Páscoa.
Desde o século IV. Manifesta-se a tendência para a apresentar como tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus, ao propor aos seus fiéis o exemplo de Cristo que se retira para o deserto, preparando-se para a celebração das solenidades pascais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial. Não podemos considerar a Quaresma como uma época mais, ou uma simples repetição cíclica do tempo litúrgico; mas cada momento como único; e como uma ajuda divina que é necessário aproveitar. Quando começa e termina o tempo da Quaresma? Quais os dias e os tempos penitenciais? O que se deve viver nas sextas-feiras da Quaresma? A Quaresma começa na quarta-feira de Cinzas e termina imediatamente antes da Missa Vespertina in Coena Domini (quinta-feira Santa). Na Igreja são dias e tempos penitenciais em memória da morte do Senhor. Estes tempos, são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum, a esmola, a partilha fraterna e a nossa doação a obras caritativas A Igreja, convida os seus fiéis a fazerem deste tempo como que um retiro espiritual, em que o esforço de meditação e de oração, deve ser sustentado por um esforço de santifica-
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ção pessoal cuja medida é deixada à livre generosidade de cada um. Bem vivida, a Quaresma conduz a uma conversão pessoal autêntica e profunda, a fim de participar na festa maior do ano: o Domingo da Ressurreição do Senhor. Ora no seio da nossa família, devemos tentar que cada um viva intensamente e grande espiritualidade estes 40 dias de tempo Quaresmal, lembrando que o povo de Deus peregrinou no deserto durante 40 anos, mas também, e não menos importante, estabelecer um paralelo o mais aproximado possível da nossa atitude vivencial diária, tendo sempre presente os 40 dias de jejum de Jesus. Lembrarmo-nos que este é um tempo de conversão. Cristo, está aberto a receber as nossas dores familiares e pessoais, os nossos sofrimentos, pelo que devemos viver este tempo, numa parceria intima com o Senhor, que num mundo pleno de violências, ódios, e injustiças, devemos tentar de todo o coração, que a nossa família sinta no Senhor a segurança, que nos é transmitida e nos conforta pelo facto de sermos irmãos em cristo e filhos do mesmo Pai. Como família, pais, filhos esposos e irmãos, temos pois neste período, um momento único para deixarmos penetrar em nós o sofrimento de cristo, na cruz, que se dou à morte para nossa salvação, sentindo na plenitude toda a graça que nos é concedida por Deus no dia Ressureição quando Cristo no é apresentado vivo para nossa gloria, e pela sua graça continuar a estar plenamente vivo em cada um de nós e no seio de cada família. Paulo Moreira / Centro de Fafe
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“A CRUZ”
Rolho Vivencial Estando eu a ler a exortação apostólica pós-sinodal de Bento XVI “A palavra do Senhor”, após uns capítulos parei para refletir. A Palavra que se manifestou através da boca de Deus aos profetas e aos que escreveram o Antigo Testamento encarnou, “o Verbo fez-se carne”. Deus através do Seu filho unigênito fez com que a própria Palavra se manifestasse humanamente, sendo Jesus a verdadeira Palavra de Deus. Jesus a verdadeira Palavra em pessoa, Deus no meio do povo. Jesus presenteou-nos com a sua presença mostrando-nos humanamente todo o amor de Deus; pela sua própria boca se fez ver e ouvir o Seu anúncio, os Seus ensinamentos e depois de tudo nos ter dito e ensinado, não havendo algo mais para dizer e ensinar entregou-se ao silêncio da cruz. Sem palavras mostrou-nos e deu testemunho de todo o Seu amor, o amor sem medida de Deus para connosco. Quando olhamos e refletimos sobre a cruz estamos a refletir no verdadeiro símbolo do amor eterno e sem medida. Refletindo neste símbolo despertei para fazer esta reflexão. Sem referir algum lugar, é certo, e todos sabemos, que nos mais variadíssimos lugares podemos encontrar uma cruz, seja ela maior ou mais pequena. Interessante é se questionarmos a razão por que algumas pessoas a têm ou para que a usam. Muitas são as respostas! É um amuleto, foi uma prenda, era da família, porque é bonita ou porque é um valor, é a cruz de Cristo… enfim variadas são as respostas. Poucas são as vezes, que um cristão, como nós, é capaz de dizer que é o maior símbolo de amor que nós possuímos. Há quem diga simplesmente que é a cruz que Cristo levou ao calvário. Continuando a refletir na cruz, vi que as letras que compõem a palavra nos dizem muita coisa. Vou citar algumas que me chegam à cabeça. Penso no título deste rolho - “A Cruz” - e começo pelo “A”. É claro que nos salta de imediato o grande dom que Deus nos dá: “amor” e por aqui muito haveria que falar. “Amor”, a palavra que se entregou ao silêncio na sua maior ex-
pressão para com toda a criatura. A seguir temos o “C” de Cristo, cristão, comunhão, comunidade e muitas mais. Prefiro começar por Cristo, que pela Palavra, por Deus Pai nos deixou uma nova comunidade: a comunidade cristã. Todos sabemos que para muitos cristãos esta comunhão só existe em alguns momentos da vida, como por exemplo num funeral, num casamento, num batizado, no Natal, na Páscoa ou em alguma festa do santo ou padroeiro da terra. Se calhar, pensam que já chega… devem pensar! Dizer que isto é pouco, é o mesmo que dizer que é nada. Na verdade estes momentos não são de profunda comunhão com Cristo, com a Palavra de Deus. Sim, Ele está presente e está em comunhão connosco, nós é que não estamos em comunhão com Ele. Quantos de nós estamos no funeral, a prestar homenagem ao defunto na presença de Cristo e da Igreja? Num casamento, na maioria dos casos, os presentes esquece que esta festa só existe pelo Sinal, sacramento instituído por Ele, Jesus. Neste caso, a nossa presença é, essencialmente, como convidados a testemunhar um ato solene. Claro que é comunhão, mas esta está tão centrada nos noivos que a comunhão com Cristo e com a Igreja é, por vezes, esquecida. O mesmo acontece, também nos batizados, no momento em que recebemos o primeiro sacramento da vivência cristã. Não são raras as vezes em que os padrinhos e familiares não sabem ou fazem de conta que não sabem que são as primeiras pessoas que publicamente proclamam a Fé de alguém que passa a pertencer ao corpo místico de Jesus. O batizado não é simplesmente uma festa onde alguns, no momento da aspersão da água, ponto em que o Espírito Santo desce sobre a criatura. De seguida, vem o “R” de renascer, de receber, de reunião, receber o Espirito Santo, Renascer para uma vida nova, vida com Cristo, pois foi na cruz no silêncio do amor que d’Ele brotou sangue e água para desfrutarmos da
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sua santidade. Foi assim que Ele nos tornou herdeiros dos seus bens ao sermos batizados. Jesus toma-nos por seus irmãos e passamos a ser filhos de Deus, herdeiros da mesma herança de Cristo. Renascer para uma nova vida é ser portador de Jesus, portador da Sua Palavra . A nossa missão é divulgá-la, é testemunhar a sua existência na nossa vida aos olhos dos outros, como fazemos sempre nas nossas reuniões de grupo, de família ou de amigos. Sigo para a letra “U” de único, de união, de universal, de Ultreia. Único é Ele, é a perfeição universal. Ele tudo uniu; quis fazer de todos um só povo em verdadeira união. To d o s os dias vivemos ou devemos viver esta união com Cristo, em casa, no trabalho, nos nossos ambientes, ou seja, em todo o lado; Ele mesmo disse “onde se reúnem dois ou mais em meu nome, eu estarei no seu meio”. É assim nas nossas Ultreias e de um modo muito especial, lembro a nossa Escola, onde vivemos momentos em plena união e partilha. Eu vivi e vivo uma imensa alegria pelo facto de estarmos todos unidos em Cristo com todos os presentes. Por todos nós e por Cristo entrego-me totalmente para a manter esta chama acesa, enquanto Ele mo permitir. “Z” é a última letra do abecedário, “Z” de zelo, de zelador e de zero. Podemos pensar que o abecedário é como a vida, nascemos com o “A” de amor e acabamos com o “Z” de zero, é o fechar do alfabeto, é o fecho do livro da vida. “Z” de zelo, de pontualidade nos nossos deveres, de cuidado na vida de Fé e dedicação à Igreja e Palavra de Deus. Devemos ser zeladores da Palavra de Deus, é aqui que temos cuidar das coisas de Deus. Para terminar, eu para já sou um “Z” de zero diante de vós, não sou mais que um simples cristão cursilhista que procura amar a Deus dentro da minha competência para que no dia que fechar o meu livro da vida Ele me leve para junto de si. Só Ele sabe o que vai ser de mim! Decolores Kinito Centro de Guimarães
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Mães e Mulheres
Reflexão de vida à luz do Evangelho “A recusa de Israel, em acolher a proposta do Reino de Deus, vai fazer com que a pregação de Jesus se dirija para fora das fronteiras de Israel”.
No Evangelho do 20º Domingo do Tempo Comum (Mt 15,21-28), São Mateus, situando-nos na região de Tiro e Sidónia, narra-nos um episódio que aconteceu entre Jesus e uma mulher fenícia, provavelmente residente nessa zona, cujas intervenções mostravam a sua ânsia de salvação, impressionando pela Fé, pela humildade e, também, pelo sofrimento que transparecia das suas palavras. O apelo desta mulher pagã vai no sentido de pedir a cura para a sua filha, “cruelmente atormentada pelo demónio”. Pedindo para ter acesso à salvação que Jesus veio propor a toda a humanidade, suplicava “Senhor, filho de David, tende compaixão de mim”. Esta humilde mulher suplica a Jesus que lhe permita ficar, apenas, com “as migalhas que caem da mesa” pedindo, insistentemente: “socorre-me Senhor, socorre-me Senhor”. O aparente distanciamento de Jesus, leva a comunidade dos discípulos, que O acompanham, a pedir-Lhe para atender ao desespero dessa mulher. Então Jesus, tomando uma atitude pedagógica, passa por cima dos preconceitos judaicos, dizendo-lhe “Mulher, grande é a tua Fé, faça-se como desejas. Recebe a salvação que se destina a todos aqueles que têm o coração aberto aos Dons de Deus”. A partir desse momento, a sua filha ficou curada. São Mateus mostra-nos, neste Evangelho, que a proposta de Jesus é para todos nós e que o dom da Fé é fator decisivo na salvação dos Homens. Nesta parábola, o convite universal de Deus, é para que vejamos
em cada pessoa um irmão, sem preconceito das diferenças religiosas, de cor, de nacionalidade ou de língua. Peçamos ao Senhor para que a Igreja seja, sempre, um espaço aberto a todas as comunidades, independentemente da idade, da instrução, dos valores materiais e do estado civil de cada um. Oremos para que o nosso MCC seja um lugar de fraternidade, onde todos os seus membros se sintam acolhidos e amados e que o Espírito Santo nos conceda a audácia de a Ele nos confiarmos, em qualquer circunstância, de alegria ou de sofrimento. Ao incorporar a essência deste Evangelho na minha reflexão de vida, as minhas memórias permitem-me reconhecer e partilhar, uma analogia entre a mulher cananeia e as mulheres que comigo fizeram o caminho para Jesus: - Antónia, minha mãe, que fez o papel principal, me deu a vida, me criou e me mimou, especialmente na minha infância; - Mãe Dantas, que me recebeu no seu lar, quando vim estudar para a Escola Industrial e Comercial de Fafe, com o sonho de poder vir a ser professora, que me acarinhou e me educou durante o período de juventude, tornando-se pedra angular na minha formação; - Gabriela Ureña Prieto, minha professora e amiga do coração, educadora, confidente e orientadora do meu futuro pessoal e profissional; - Mãe Delminda, mãe do meu marido, que me aceitou como membro intrínseco da sua família, com quem vivi anos de fraterno amor familiar. A essas mulheres, que souberam ser, para mim, “modelos de Fé, de amor e de alegria no Senhor”, muito obrigada, pela vida, pelo colo, pelo amor, pelo carinho, pela alegria, pelas lágrimas e pela proteção eterna.
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Descansem na Graça do Senhor. - À Maria de Nazaré, Mãe de Jesus e também Mãe de todas as cananeias, que na sua simplicidade, tocada pela Graça do Pai, do Filho e do Espírito Santo, partilhou, com a humanidade, o amor, a alegria, a dor, a esperança e o silêncio, vividos durante os 33 anos da vida de Jesus; - À Maria de Nazaré, que, através dos Pastorinhos, nos chamou à Salvação de Deus, na Cova de Iria, para onde o meu coração e os meus pés peregrinaram muitas vezes, recordando os sonhos da infância, as preces e orações da juventude e os anos alegres que preencheram a minha mocidade, de idealismos e de anseios, louvo e dou-Lhe graças pela luz, pelo consolo de alma, pela força interior e pelo privilégio do meu viver. Mas hoje, Senhor Jesus, fascinada com a humildade da mulher cananeia e seguindo o seu exemplo, suplico-Vos que também possa receber o Vosso olhar para as preocupações, angústias, medos e fragilidades, que por vezes ocupam algum espaço do meu coração. Vinde, Senhor, visitar a minha casa, a minha família, os Movimentos sociais e culturais, nos quais partilho responsabilidades. Envolve-nos na Tua Graça e dá-nos a Fé da mulher cananeia e a força de ânimo e humildade suficientes para, juntos, desfrutarmos do Vosso amor, por nós, e Vos darmos a conhecer nos nossos ambientes. Decolores Maria Aurora Barros / Centro de Fafe
Rom ão.Fi guei redo
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DESPERTAR ESPERANÇA ESPERAR CONTRA TODA A ESPERANÇA ROMANOS 4, 18
Continuação do número anterior
Tempo de Esperança Quem se alimenta do que tem à sua disposição, como seja o que a nossa Santa Mãe Igreja nos dá, que são os sacramentos instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo, não pode viver no desamor a Deus e aos irmãos, mas sim no amor. Por isso, fugir do pecado! Foi isto que experimentou quem passou por um cursilho, quem participou nele desligado do mundo e foi tocado pelo seu amor, pela sua misericórdia. Quem não sentiu nada nesses três dias maravilhosos, pois sabemos que não somos todos iguais, mas se no seu Quarto Dia põe em prática a Palavra de Deus, frequenta os Sacramentos, o da Reconciliação e a Eucaristia, já vive no amor de Deus. Apesar das nossas fraquezas, das nossas fragilidades, é preciso é que não nos enganemos e que a nossa estrada seja uma reta e não seja feita de curvas. Devemos entregar a nossa vida nas mãos de Deus. Quando dizemos que cremos em Jesus Cristo, na sua ressurreição estamos a dizer que a barreira que existe entre o Homem e Deus, que é o pecado, está a ser elimina-
da, através do nosso arrependimento, da confissão e da fé no nome e no sangue Redentor de Jesus Cristo. A palavra de Deus diz-nos, através de São Paulo, que o salário do pecado é a morte, enquanto o Dom de Deus é a vida eterna. Jesus diz-nos “Eu sou a Ressureição e a Vida!”(Jo 14 6). Por isso o pecado é o sinal do desamor para com aquele que é amor, puro e total. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15 13,14). Essa vida de que a Palavra de Deus nos fala não é a nossa vida física. Se o nosso irmão está morto em seu espírito não adianta darmos a vida por ele, por amor a ele, ele não ressuscita; adianta sim falarmos-lhe de Jesus Cristo Vivo e Ressuscitado, quando lhe damos a conhecer a Sua palavra, quando lhe falamos da Sua ternura e da Sua misericórdia. Aí sim estamos a dar-lhe vida, vida espiritual, então aí acontece a ressurreição, acontece que aquele que estava morto espiritualmente ressuscitou. À medida que colocamos em prática este sentimento do amor de
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Deus na nossa vida, percebemos que Ele tem o poder para nos transformar, salvar, curar e libertar. Todos aqueles que fizeram esta experiência do amor de Deus, através dum cursilho, têm por obrigação levá-la aos outros, de anunciá-Lo com a sua palavra, com o exemplo da sua vida. O carisma do nosso movimento é anunciá-Lo nos nossos ambientes para que eles sejam fermentados pelo anúncio do Evangelho, para que saibam que têm um Deus que os ama e que anseia apertá-los em seus braços como fez um dia connosco. É a este amor que Jesus se refere, “que nos amemos uns aos outros, como ele nos amou”, começando pelos nossos grupos e pelas nossas Ultreias, dando a conhecer o amor dum Deus bom, de um Deus que é Pai e que como Pai só quer o bem dos seus filhos. Pede-nos que confiemos N’Ele que sejamos como crianças, que nos entreguemos totalmente. Se assim fizermos podemos ter a esperança de que um dia nos encontraremos todos na Pátria Celeste a cantar um forte e alegre DECOLORES. Maria Leonor Carvalho Centro de Vila do Conde
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Continuação da pág.1
sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e do ridículo não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8,44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e a verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem. Que fazer? Se porventura detetamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum. Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida. A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um
testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8,10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião para tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade? Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome. Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!
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O fogo da Páscoa Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele dá-nos sempre novas ocasiões para podermos recomeçar a amar. Ocasião propícia será, também neste ano, a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, ela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando-se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental. Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do «lume novo», pouco a pouco eliminará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito», para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: escutar a Palavra do Senhor e alimentarmo-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor. Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim. Vaticano, 1 de novembro de 2017, Solenidade de Todos os Santos Papa Francisco Texto com supressões