Tour sic r3 pediatria 2013

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APRESENTAÇÃO

O livro Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Pediatria foi organizado de acordo com estatísticas das provas mais concorridas do Brasil, considerando os assuntos mais recorrentes nesses exames. O resultado é uma compilação de mais de 1.900 questões a partir de 2010 – 21 provas de 2013 –, mais de 150 questões comentadas e atualizadas por especialistas, mestres, doutores e pós-doutores de centros médicos de renome no país. O volume pertence à Coleção SIC Intensivo 2013, que traz mais 9 obras: SIC Provas na Íntegra Brasil, SIC Provas na Íntegra São Paulo/Rio de Janeiro, SIC Resumão, SIC Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Clínica Médica, SIC Provas na Íntegra e Questões Comentadas R3 Clínica Cirúrgica, SIC Resumão R3 Clínica Médica, SIC Resumão R3 Clínica Médica, SIC Resumão R3 Clínica Cirúrgica e SIC Resumão R3 Pediatria. Com tudo isso, estamos seguros de oferecer a melhor preparação para uma vaga na Residência Médica desejada e, por conseguinte, para uma carreira sólida e próspera.

Direção Medcel A medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.


ASSESSORIA DIDÁTICA

Adriana Prado Lombardi Graduada em medicina e especialista em Pediatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade São Francisco. Especialista em Neonatologia pela Maternidade de Campinas. Pós-graduada em Homeopatia pela Escola Paulista de Homeopatia.

Bianca Mello Luiz Graduada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Especialista em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Kátia Tomie Kozu Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS). Especialista em Pediatria pelo Hospital Brigadeiro. Especialista em Reumatologia Pediátrica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Mestranda em Pediatria pelo HC-FMUSP.

Marcelo Higa Graduado em medicina pelo Centro Universitário Lusíada (UNILUS). Especialista em Alergologia e Imunologia pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Título de especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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ÍNDICE

1 - 2010 – FMUSP - Faculdade de Medicina da USP .............................................................................. 13 2 - 2010 – UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo ....................................................................... 17 3 - 2013 – UNICAMP - Universidade de Campinas ................................................................................. 21 4 - 2012 – UNICAMP - Universidade de Campinas ................................................................................. 29 5 - 2011 – UNICAMP - Universidade de Campinas ................................................................................. 31 6 - 2010 – UNICAMP - Universidade de Campinas ................................................................................. 33 7 - 2013 – ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo........................................ 35 8 - 2012 – ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo........................................ 43 9 - 2013 – UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.................................................................. 51 10 - 2012 – UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro................................................................ 53 11 - 2010 – UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro................................................................ 55 12 - 2013 – INCA-RJ - Instituto Nacional do Câncer................................................................................ 59 13 - 2013 – UFF – Universidade Federal Fluminense ............................................................................. 65 14 - 2012 – UFF – Universidade Federal Fluminense ............................................................................. 67 15 - 2011 – UFF – Universidade Federal Fluminense ............................................................................. 69 16 - 2010 – UFF – Universidade Federal Fluminense ............................................................................. 71 17 - 2013 – UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ............................................... 73 18 - 2012 – UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ............................................... 81 19 - 2011 – UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ............................................... 89 20 - 2010 – UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ............................................... 95 21 - 2013 – FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais .............................................. 101 22 - 2013 – SANTA CASA BH - Santa Casa de Belo Horizonte ............................................................... 109 23 - 2013 – UFPR - Universidade Federal do Paraná ............................................................................ 117 24 - 2012 – UFPR - Universidade Federal do Paraná ............................................................................ 127 25 - 2010 – UFPR - Universidade Federal do Paraná ............................................................................ 137 26 - 2013 – AMP - Associação Médica do Paraná................................................................................. 145 27 - 2013 – SES-SC - Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina................................................ 153 28 - 2013 – UCPEL - Universidade Católica de Pelotas ......................................................................... 161 29 - 2012 – UCPEL - Universidade Católica de Pelotas ......................................................................... 167 30 - 2011 – UCPEL - Universidade Católica de Pelotas ......................................................................... 171 31 - 2013 – SES-MS - Secretaria de Estado da Saúde do Mato Grosso do Sul ...................................... 177 32 - 2011 – UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ....................................................... 185 33 - 2010 – UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ....................................................... 193 34 - 2013 – SES-DF - Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal .............................................. 201 35 - 2010 – UNB - Universidade de Brasília .......................................................................................... 207 36 - 2013 – UFG - Universidade Federal de Goiás ................................................................................ 213


37 - 2012 – UFG - Universidade Federal de Goiás ................................................................................ 219 38 - 2011 – UFG - Universidade Federal de Goiás ................................................................................ 227 39 - 2013 – SES-PE - Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco .................................................. 235 40 - 2012 – SES-PE - Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco .................................................. 245 41 - 2013 – UFPE - Universidade Federal de Pernambuco ................................................................... 255 42 - 2012 – UFPE - Universidade Federal de Pernambuco ................................................................... 259 43 - 2013 – UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte ...................................................... 263 44 - 2012 – UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte ...................................................... 269 45 - 2011 – UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte ...................................................... 275 46 - 2010 – UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte ...................................................... 283 47 - 2013 – SUS-CE - Sistema Único de Saúde do Ceará ....................................................................... 291 48 - 2011 – SUS-CE - Sistema Único de Saúde do Ceará ....................................................................... 299 49 - 2011 – UFC - Universidade Federal do Ceará ................................................................................ 305 50 - 2013 – UFPI - Universidade Federal do Piauí ................................................................................. 311 51 - 2012 – UFPI - Universidade Federal do Piauí ................................................................................. 317 52 - 2013 – SANTA CASA PA - Santa Casa do Pará................................................................................. 327


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Questões objetivas 1. Um menino de 14 anos é levado à Emergência por sua mãe, " em virtude de “vômitos e dor na virilha” há 2 horas. Relata que estava jogando futebol e, ao chegar a casa, vomitou 2 vezes, além de começar a sentir dores na região pélvica. Ao exame físico, sem febre, com discreta palidez, fácies de dor, FC = 80bpm, dor hemiescrotal esquerda com irradiação para a região inguinal e o baixo-ventre, com reflexo cremastérico ausente. A hipótese diagnóstica é: a) epididimite b) torção testicular c) orquite traumática d) torção do apêndice testicular 2. Uma menina de 2 anos apresenta quadro de irritabilidade e movimentos oculares rotatórios e caóticos. Esse quadro clínico pode estar associado a: a) neuroblastoma b) síndrome de Mendelson c) ataxia de Friedrich d) atrofia espinal progressiva 3. Um lactente de 5 meses, submetido a shunt ventriculoperitoneal há 3 semanas por hidrocefalia, evolui com quadro de meningite bacteriana. Os agentes etiológicos mais prováveis são: a) Streptococcus pneumoniae e Listeria monocytogenes b) Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus c) Streptococcus agalactiae e Streptococcus pneumoniae d) Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis 4. A instalação de unidades de atendimento a recém-nascidos e gestantes feitas dentro de um sistema de regionalização integrado e hierarquizado tem sido acompanhada de redução drástica na mortalidade perinatal em países em desenvolvimento. Nesse sentido, ao planejarmos o atendimento perinatal em determinada região, devemos: a) contar com mais unidades tipo III em relação às unidades tipos I e II com um sistema de transporte integrado para o atendimento neonatal de alto risco

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b) contar com unidades nível I visando ao atendimento de alto risco e fornecer treinamento para as unidades níveis II e III c) contar com poucas unidades tipo III que deverão referendar os recém-nascidos de médio risco para unidades tipo II e oferecer treinamento para unidades tipos I e II d) contar com unidades tipo II capazes de dar atendimento de alto risco a recém-nascidos transferidos das unidades tipo III 5. Você está atendendo a uma criança cujo distúrbio hidroeletrolítico foi classificado como hipernatremia hipovolêmica (desidratação de 2º grau; Na+ sérico = 168mEq/L). Com 24 horas de correção, Na+ sérico = 146mEq/L (valor de referência Na+ = 135 a 145mEq/L), sinais clínicos de desidratação não mais existem, e restabeleceu-se a diurese. Subitamente a criança apresenta convulsões. É mais provável que estas sejam devidas, inicialmente, a: a) meningoencefalite intercorrente b) hipocalcemia c) edema cerebral d) hiperglicemia 6. Um menino de 14 anos, previamente hígido, é encaminhado ao seu consultório para avaliação de febre, fraqueza e emagrecimento há 2 meses. Vem apresentando concomitantemente dores e inchaço nos joelhos e nos tornozelos, e há 1 semana foram detectados derrame pericárdico e pleural bilateral. No encaminhamento, foi relatado que o paciente começou a apresentar crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas há 4 dias, além de pele vermelha na face e nos antebraços quando exposto ao sol, pequenas manchas vermelhas nas palmas das mãos e planta dos pés; outras manchas nas pernas são maiores e ficam violáceas. Ao exame físico: regular estado geral, descorado (2+/4+), sem icterícia, cianose dos dedos das mãos e dos pés, Tax = 38,4°C, FC = 120bpm, FR = 20irpm, PA = 130x90mmHg, hemoglobina = 10g/dL, leucócitos = 3.800mm3 (2% bastonetes, 65% segmentados, 22% linfócitos, 4% eosinófilos, 7% monócitos), plaquetas = 60.000/mm3, velocidade de hemossedimentação = 85mm, urina = 10 leucócitos/campo, 27 hemácias/ campo e dismorfismo eritrocitário positivo. Qual o diagnóstico? a) púrpura de Henoch-Schönlein b) púrpura trombocitopênica idiopática c) leucemia linfoide aguda d) lúpus eritematoso sistêmico

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A instituição não divulgou as respostas esperadas para as questões dissertativas.

Questão 1. a) A inflamação dos testículos e dos epidídimos, " situados no escroto, costuma ser provocada por uma infecção, nor-

malmente originada por vários tipos de bactérias que chegam a esses órgãos, através do canal deferente, provenientes da próstata, bexiga ou uretra, o que justifica o fato de as causas mais frequentes desses problemas serem as infecções dos órgãos referidos: prostatite, cistite e uretrite. Como a orquite e a epididimite constituem, por vezes, complicações de infecções generalizadas, como a parotidite ou a tuberculose, nesses casos os micróbios chegam aos testículos e epidídimos através do sangue ou da linfa. Estes problemas costumam surgir de forma mais ou menos brusca e manifestam-se por meio de febre, mal-estar geral e, sobretudo, por significativa tumefação do escroto, que fica vermelho e quente. b) A torção testicular consiste no enrolamento do testículo no seu cordão espermático. Isso acontece se o testículo, normalmente aderente à base do escroto, se liberta e flutua livremente. Como resultado, pode sofrer rotação e o cordão espermático torcer. Isso, por sua vez, corta o seu fornecimento de sangue. Pode ter várias causas, desde algumas malformações congênitas até exercício violento e extenuante ou água fria. É mais comum em crianças e adolescentes, mas pode ocorrer em qualquer idade. Regra geral, o testículo esquerdo é o afetado. c) A orquite é uma infecção nos testículos dos mamíferos, provocada por bactérias ou vírus que chegam ao local através do canal deferente, por meio do sangue ou da linfa. Também pode ser provocada por traumas. É chamada de orquiepididimite, quando envolve o testículo e o epidídimo, e de epididimite, quando só envolve o epidídimo. A orquite, ou orquiepididimite, pode ser inflamatória (quando há traumas) ou infecciosa (infecção por vírus e bactérias). Os sintomas são mal-estar, febre, dores e inchaços localizados, que aumentam com o passar dos dias. O paciente sente também a região infeccionada quente e vermelha, com dores podendo irradiar-se para a virilha e o abdome. d) O testículo apendicular, um fragmento remanescente do ducto mülleriano, localizado no polo superior do testículo, é o apêndice mais comum a sofrer torção. O apêndice epididimário, localizado na cabeça do epidídimo, é um fragmento remanescente de ducto wolffiano, também passível de torção. A torção do apêndice produz dor similar à experimentada na torção testicular, mas o início dessa dor é mais gradual. Pode ser erroneamente interpretada como epididimite, entretanto, se o exame de urina é normal, terapia antibiótica não é requerida. O tratamento requer vários dias de repouso e elevação escrotal. Atividade física normal pode piorar e prolongar os sintomas.

Questão 7. As recomendações atuais do Ministério da Saúde " (MS), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Bra-

sileira de Pediatria (SBP) são manter o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. O caso apresenta um menino de 5 meses com pouco ganho de peso, no entanto se deve orientar à mãe a correta técnica de amamentação e tranquilizá-la a manter o aleitamento materno exclusivo até a próxima consulta, sem necessitar de alimentação suplementar nesse momento. A alternativa “a”, ou seja, está correta.

Questão 16. A conduta para recém-nascidos que apresentam " FC <100bpm, apneia, gasping ou respiração irregular é Ventilação

com Pressão Positiva (VPP) utilizando máscara apropriada, portanto a opção “c” está correta e as demais incorretas – não condizem com uma conduta ideal.

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1. Em relação à nefropatia mediada por IgA (nefropatia de 3. Em relação à síndrome de angústia respiratória na crian" " Berger), identifique as afirmativas a seguir como Verdadeiras (V) ça, considere as seguintes afirmativas: ou Falsas (F): ( ) É a lesão glomerular crônica mais comum em crianças. ( ) A apresentação laboratorial pode variar de hematúria macroscópica a microscópica, síndrome nefrótica ou a combinação de ambas. ( ) Hipertensão e hematúria por mais de 6 meses são fatores de mau prognóstico, com maior chance de lesão renal crônica. ( ) Tonsilectomia e antibióticos profiláticos diminuem o risco de lesão renal crônica. Assinale a sequência correta: a) F, V, V, F b) V, V, F, F c) F, F, V, V d) V, F, F, F e) F, F, F, V

2. As doenças císticas renais designam um amplo espectro " de doenças que se caracterizam pela presença de cistos no parênquima renal. Entre elas, destacam-se as doenças císticas hereditárias, sobre as quais é correto afirmar que: a) a doença renal policística autossômica recessiva é a mais comum das doenças císticas hereditárias b) a doença renal policística autossômica dominante manifesta-se somente na vida adulta; durante a infância, não estão descritas manifestações de insuficiência renal crônica, razão pela qual recebe a denominação de doença policística do adulto c) na doença renal policística autossômica recessiva, paralelamente ao comprometimento renal, ocorre disgenesia da tríade porta-hepática, o que acaba por levar à fibrose hepática progressiva d) em cerca de 30% dos casos de doença renal policística autossômica recessiva ocorre o óbito neonatal, tendo como causa principal a hiperpotassemia secundária a insuficiência renal grave e) a doença renal autossômica recessiva pode coexistir com a esclerose tuberosa, devido a uma deleção extensa que envolve genes vizinhos, alteração conhecida como síndrome do gene adjacente

I - A exclusão da causa cardiogênica para o edema pulmonar é dada pela pressão de capilar pulmonar <18mmHg. II - A sepse é a condição predisponente mais comum e responsável por muitos casos fatais. III - A hipercapnia permissiva é uma estratégia de proteção pulmonar, sendo contraindicada aos casos de hipertensão endocraniana e anemia falciforme. IV - A pneumonia associada à ventilação é a complicação tardia mais comum, podendo atingir taxas de mortalidade de 80%. Estão corretas: a) I, III b) II, IV c) I, II, III d) I, II, IV e) I, II, III, IV 4. A cada ano ocorrem, no mundo, cerca de 500.000 mortes por acidentes de submersão (afogamento). Segundo o Ministério da Saúde, essa é a 2ª causa de morte em crianças de 1 a 14 anos de idade no Brasil. Em relação a esse tipo de injúria não intencional, considere as seguintes afirmativas: I - Crianças menores de 1 ano afogam-se em banheiras, vasos sanitários, baldes e tanques, sendo descritos acidentes fatais em recipientes com apenas 5cm de altura de água. II - Os afogamentos em adolescentes predominam no sexo feminino e são mais frequentes em mar aberto, lagos, rios e represas. III - Pacientes vítimas de afogamento que chegam conscientes ao hospital têm bom prognóstico e excelente chance de sobrevida; entre os que chegam confusos, 90% têm bom prognóstico; entre os que chegam em coma, mais de 20% evoluem para óbito ou sequela neurológica posterior. IV - A retirada da vítima da água é prioritária, entretanto, se a criança estiver em apneia, deve-se realizar respiração boca a boca imediatamente, ainda na água. V - Todas as crianças vítimas de acidente por submersão, tenham tido ou não necessidade de suporte no local do acidente, precisam de avaliação na Emergência, estando indicada a observação por 6 horas se o exame inicial for normal e o encaminhamento

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Questão 1. A doença de Berger é uma doença geralmente " idiopática que ocorre pelo depósito do anticorpo IgA nos gloméru-

los. Quando ocorre depósito desse anticorpo, oberva-se a migração de células inflamatórias para os glomérulos gerando uma glomerulonefrite. Por haver envolvimento de anticorpos gerando algum dano ao organismo, foi considerada uma doença autoimune. Em 50% dos casos, ocorrem hematúria microscópica e/ou macroscópica. Em 10% ocorre proteinúria, devido a danos que acometem os glomérulos, dificultando a retenção de estruturas importantes. Pode ocorrer também um aumento das excretas nitrogenadas, sugerindo uma possível progressão para insuficiência renal. O diagnóstico é clínico e a principal suspeita ocorrem quando encontramos hematúria microscópica ou macroscópica agravada por uma infecção respiratória. O diagnóstico laboratorial é uma forma de confirmar a presença da doença através da biópsia renal com achados de IgA. Não é um exame realizado frequentemente devido à complexidade e por ser invasivo, ficando restrito aos casos em que a clínica é pouco elucidativa.

Questão 2. Entre muitas doenças hereditárias, algumas têm " como característica cistos renais de vários tipos. A doença autossô-

mica pode ser dominante ou recessiva. O rim policístico autossômico dominante é o mais comum, conhecido como rim policístico. Os cistos são difusos, incontáveis e atingem os 2 rins. Em 1985, descobriu-se que o gene responsável por 90% dos rins policísticos da população branca se localiza no cromossomo 16, e os restantes 10%, no cromossomo 4. No diagnóstico do rim policístico, encontra-se sempre uma história familiar. Pode-se diagnosticar o rim policístico já no feto, mas 80 a 90% dos casos são descobertos a partir dos 40 anos. Antes disso, os cistos são tão pequenos que não são vistos pelos métodos de imagem convencionais. O exame ecográfico permite analisar o tamanho dos rins e dos cistos e as complicações obstrutivas. A evolução até a insuficiência renal crônica pode ser muito lenta, geralmente se tornando sintomática após os 50 anos. Os pacientes são candidatos ao transplante renal porque não têm doenças imunológicas que possam reproduzir a doença anterior no rim transplantado. As principais complicações são hipertensão, poliglobulia, litíase, infecção urinária, obstruções renais pelo crescimento excessivo, fraturas do rim e insuficiência renal. Alguns fatores epidemiológicos têm sido observados como fatores de risco para a patologia: jovens e raça negra.

da superfície alveolar, compromete gravemente a integridade da superfície alveolocapilar e a produção de surfactante, uma mistura complexa de vários fosfolipídios e íons, sendo os mais importantes o dipalmitoil fosfatidilcolina, a apoproteína e o cálcio. Essas substâncias geram uma força elástica, que impede o colabamento dos pulmões. A conduta terapêutica é a administração de altas doses de corticoides (hidrocortisona, 50mg/kg; metilprednisona, 30mg/ kg). Esses fármacos têm ação estabilizadora de membranas celulares e facilitam a secreção de surfactante, porém a corticoterapia está sujeita a muitas críticas, e seu uso na fase aguda da SARA não é universalizado.

Questão 6. A hipertrofia hipertrófica do piloro é um diagnós" tico comum entre lactentes abaixo dos 3 ou 4 meses, vista à pro-

porção de 3:1.000 nascimentos. Crianças masculinas predominam, a uma proporção de 3:1 a 4:1 em relação às meninas, e apresentam história familiar positiva. O diagnóstico clínico é feito com base na história de vômitos não biliosos, “em jato”, a partir da 3ª/4ª semanas de vida, associada a achados do exame físico, de hiperperistalse gástrica, distensão do andar superior do abdome e tumoração pilórica palpável. A hiperperistalse gástrica, comumente observada logo após a alimentação, caracteriza-se por ondas peristálticas vigorosas (ondas de Kussmaul), orientadas do quadrante superior esquerdo para o direito. A desidratação, que pode ocorrer, desenvolve-se pela diminuição da alimentação oral e pelos vômitos repetidos. As crianças comumente estão emagrecidas e com apetite voraz típico. Há associação a alterações genéticas como as citadas.

Questão 7. Pacientes com hipotermia apresentam achados " bastante particulares no eletrocardiograma. A alteração mais mar-

cante é a presença da onda de Osborne, ou onda J, uma deflexão positiva entre o complexo QRS e o início do segmento ST. A onda J é mais bem visualizada nas derivações que registram a atividade no ventrículo esquerdo, e sua amplitude e duração têm correlação direta com o grau de hipotermia, aumentando com a queda da temperatura corpórea. Apesar de ser o achado mais lembrado em casos de hipotermia, a onda de Osborne não é patognomônica, podendo ocorrer em casos de hipercalcemia, pericardite, repolarização precoce ou de lesões hipotalâmicas ou mesmo como uma variação da normalidade.

Questão 3. A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) " é uma entidade clínica cuja lesão pulmonar provocada se caracte-

riza pelo aumento da permeabilidade da membrana alveolocapilar, lesão alveolar difusa e edema pulmonar. É uma forma de edema pulmonar não cardiogênico, necessitando de distinção entre essas 2 patologias. Os critérios para definição são início agudo; tensão arterial de oxigênio/fração de O2 inspirado (paO2/FiO2) <200mmHg, independente do nível de pressão expiratória final positiva (PEEP); infiltrados bilaterais observados na radiografia de tórax posteroanterior; pressão de oclusão arterial pulmonar de 18mmHg, quando medida, ou sem evidências clínicas de hipertensão atrial esquerda. Há também muitos fatores predisponentes ligados ao desenvolvimento. Entre eles, há os que lesam diretamente o pulmão e os que levam à lesão por mecanismos indiretos, pela liberação hematogênica de mediadores inflamatórios, como sepse grave, traumatismo importante e aspiração do conteúdo gástrico. Não há tratamento específico, mas uma série de medidas pode ser tomada a fim de assegurar uma evolução favorável do quadro sindrômico: assistência ventilatória mecânica; controle do volume intravascular; tratamento farmacológico com glicocorticoides, diuréticos e surfactantes exógenos. As causas que mais predispõem a SARA são trauma, choque, afogamento, infecções e toxinas. Qualquer que seja a sua etiologia, o processo fisiopatológico é semelhante. Os pneumócitos tipo I são muito suscetíveis ao dano por várias substâncias inaladas. A destruição dessa célula, que representa cerca de 95%

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1. Um lactente de 1 ano é levado a atendimento em UBS " devido a IVAS. Durante a consulta, a mãe informa que a criança foi adotada há poucos dias e encontra-se apreensiva, pois não sabe quais vacinas a criança tomou, já que todos os documentos dela foram perdidos, inclusive o cartão de vacinas. Ao exame, o médico nota cicatriz vacinal no braço direito. O médico decide, corretamente, atualizar o cartão vacinal. Todas as vacinas do calendário serão aplicadas, exceto: a) BCG e tríplice viral b) tríplice viral c) BCG e vacina contra rotavírus d) tríplice viral e vacina contra rotavírus e) BCG, vacina contra rotavírus e tríplice viral 2. Um escolar de 9 anos apresenta, há 5 dias, febre alta (até 40°C) associada a dor de garganta, petéquias no palato, exsudato amigdaliano purulento e exantema micropapular áspero, com acentuação das dobras cutâneas e palidez perioral. Diante do exposto, o diagnóstico mais provável e seu respectivo tratamento são: a) mononucleose infecciosa – sintomáticos b) escarlatina – sulfametoxazol + trimetoprima c) herpangina – sintomáticos d) doença de Kawasaki – imunoglobulina venosa + ácido acetilsalicílico e) escarlatina – penicilina benzatina 3. Dos sinais clínicos a seguir, qual não faz parte da glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica? a) edema b) proteinúria maciça c) hipertensão d) história de amigdalite ou impetigo e) hematúria 4. Um pré-escolar de 4 anos, morador da periferia da cidade, tem história de febre baixa e tosse seca há 4 dias. Fez radiografia de tórax que revelou infiltração difusa, com nódulos para-hilares bilaterais. Como o estado geral era bom, foi prescrita amoxicilina (50mg/kg/d) após colher hemograma e recomendado retorno em 48 horas para reavaliação e resultado do exame.

2013 - SES-MS Pediatria

O hemograma mostrava: Hb = 11; Ht = 32; leucócitos = 7.000, com 15% de eosinófilos. O paciente persistia com febre baixa, tosse pouco produtiva e em bom estado geral. O diagnóstico mais provável é: a) pneumonia viral b) tuberculose miliar c) síndrome de Löeffler d) asma e) fibrose cística 5. Um recém-nascido de 14 dias dá entrada no PS com história de febre aferida de 39°C, com início há aproximadamente 12 horas. Mama relativamente bem o seio materno, porém, dorme muito. Apresentou um episódio de vômito após mamada no período. Realizado exame físico minucioso e não encontrado foco infeccioso. Pré-natal sem intercorrências, boas condições de nascimento, teve alta com a mãe, em aleitamento materno exclusivo. Diante do exposto, a conduta mais correta é: a) prescrever antitérmico via oral, tranquilizar a família e solicitar retorno em 24 horas para reavaliação b) solicitar hemograma e PCR e orientar retorno para avaliar resultado em 24 horas c) prescrever amoxicilina via oral e solicitar retorno em 48 horas para reavaliação d) internar, colher hemograma, PCR, EAS, urocultura, liquor, hemocultura e iniciar cefotaxima IV e) internar, colher hemograma, PCR, EAS, urocultura, liquor, hemocultura e iniciar ceftriaxona IV

6. Com relação ao desenvolvimento ponderal, é incorreto " afirmar que: a) o peso médio de nascimento é em torno de 3kg b) criança com menos de 2.500g é considerado como apresentando Baixo Peso de Nascimento (BPN) c) a criança com ganho de peso normal dobra de peso entre 4 e 6 meses de vida d) a criança com ganho de peso normal triplica o peso aos 2 anos de idade e) no final do 1º ano, a maioria das crianças normais terá em torno de 9 a 10kg de peso

Sic R3 Pediatria

177


-

2013 - SES-MS

COMENTÁRIOS Questão 1. A criança apresenta cicatriz no braço direito, por" tanto não necessita tomar novamente a vacina BCG. Como tem 1 ano, ainda receberá a tríplice viral, aplicada aos 12 meses, no entanto a criança já deveria ter recebido aos 2 meses e aos 4 meses a vacina contra o rotavírus (VORH); se não recebeu, esta não deve ser aplicada nessa idade, pois a vacina é destinada ao grupo de menores de 6 meses (1 mês e 15 dias a 5 meses e 15 dias de vida). Portanto, a alternativa “c” está correta.

Questão 6. Todas as alternativas estão corretas e são autoex" plicativas. No entanto, a alternativa “d” está incorreta, pois a criança dobra o peso de nascimento aos 12 meses e quadruplica com 2 a 2 anos e 6 meses.

Questão 30. Analisando todas as alternativas, temos: “a” – " incorreta; não há relação de raça, apenas discreta predominância

CENTRO-OESTE

no sexo feminino e do lado esquerdo; “b” – incorreta; o tumor de Wilms é o 2º tumor abdominal maligno do retroperitônio mais comum na infância; “c” – incorreta, pois, como dito, há discreta predominância no sexo feminino; “d” – correta e autoexplicativa; “e” – incorreta; a maioria é unilateral.

Sic R3 Pediatria

183


SIC R3 - PEDIATRIA

NORDESTE


39

Enunciado para as próximas 3 questões: João tem 4 anos e foi internado com pneumonia há cerca de 12 horas na enfermaria. Durante a visita, observa-se que a área de condensação pneumônica ao raio x de tórax borra a silhueta cardíaca à direita. 1. A região acometida do pulmão é a(o): a) língula b) lobo superior direito c) lobo médio d) lobo inferior direito e) brônquio direito 2. Ao auscultar João, percebe-se um som contínuo em ambos os pulmões, de alta frequência, musical. Qual é o ruído adventício? a) roncos b) sibilos c) estertores finos d) estridor e) estertor grosso 3. A respeito da pneumonia de João, assinale (V) para as afirmativas Verdadeiras e (F) para as Falsas: ( ) Quando a saturação de hemoglobina é consistentemente inferior a 90%, o paciente deve ser internado e receber oxigênio. ( ) Os exames de imagem atualmente auxiliam na distinção entre infecções virais e bacterianas. ( ) A idade de João não se correlaciona com a provável etiologia da pneumonia. ( ) A ultrassonografia de tórax não está indicada de rotina. ( ) A prevenção de doença pneumocócica é possível por meio da vacina pneumocócica 10-valente. Assinale a sequência correta: a) V, V, F, V, V b) V, F, F, V, V c) V, V, V, F, F d) V, F, F, F, F e) F, V, V, V, V Enunciado para as próximas 2 questões: Alice está sendo atendida na UPA. Trata-se de uma lactente de 5 meses, com história de coriza, tosse seca há 3 dias e chiado no peito há 1 dia.

2013 - SES-PE Pediatria

4. Seu diagnóstico é: " a) asma em crise aguda b) c) d) e)

lactente sibilante broncopneumonia bronquiolite aguda hiper-reatividade brônquica

5. Feito o diagnóstico, decide-se medicar Alice, do ponto de vista sintomático, com: a) nebulização com fenoterol e brometo de ipratrópio b) nebulização com beclometasona c) inalador dosimetrado acoplado a aerocâmara com máscara facial e salbutamol d) nebulização com adrenalina e) dexametasona intramuscular 6. Durante uma consulta de puericultura para George, um lactente de 42 dias de vida, observa-se que o teste de triagem neonatal está com valores alterados de tripsina imunorreativa (IRT). Sua conduta é: a) encaminhar a um centro de referência para tratamento de erros inatos do metabolismo b) repetir o teste; se persistir alterado, confirmar o diagnóstico de fibrose cística c) confirmar para a família o diagnóstico de fibrose cística d) fazer um teste genético para pesquisa de uma mutação para fibrose cística e) solicitar a dosagem de cloro no suor 7. Sílvia tem 3 anos e foi admitida com história de febre elevada, tosse, desconforto respiratório acentuado e dor abdominal há cerca de 5 dias. No exame físico, percebem-se taquipneia, gemência, tiragem de fúrcula, tiragem intercostal e abolição do murmúrio vesicular na metade inferior do hemitórax direito. Qual é o diagnóstico provável? a) pneumonia direita com atelectasia b) pneumotórax à direita c) atelectasia do lobo inferior direito d) empiema pleural direito e) bronquiolite

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2013 - SES-PE

-

COMENTÁRIOS

Gabarito 1

C

26

C

2

B

27

D

3

B

28

C

4

D

29

B

5

C

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E

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C

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D

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C

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B

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B

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C

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C

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C

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E

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C

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E

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C

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A

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B

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E

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E

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E

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A

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C

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D

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C

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E

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B

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C

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B

23

C

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B

24

C

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B

25

E

50

B

Alteração da consciência Exaustão física Capacidade de falar Pulsação paradoxal Cianose central Sibilos à ausculta Uso de músculos acessórios Retração esternal (em crianças pequenas) PFB, após tratamento inicial (% do previsto) SaO2 (antes do tratamento)

242

Sic R3 Pediatria

Questão 4. A bronquiolite é uma infecção aguda dos bron" quíolos, que tem como principal agente etiológico o vírus sincicial

respiratório. Outros também podem causar a infecção, mas são menos prevalentes – influenza, metapneumovírus, bocavírus, rinovírus e adenovírus. Tal entidade patológica acomente principalmente crianças menores de 2 anos, sendo o principal motivo de internação nessa faixa etária. Na fisiopatologia, ocorre destruição do epitélio bronquiolar, levando a uma intensa reação inflamatória caracterizada por edema e acúmulo de secreção (muco). Por isso, é muito frequente a queixa de chiado no peito, traduzido pelos sibilos, ocasionados pela obstrução dessas estruturas pelo processo comentado. A criança apresenta sintomas de vias aéreas superiores, além de cansaço, e também pode ter febre. A terapia deve ser feita conforme a gravidade dos sintomas, com base em nebulização com broncodilatadores e sintomáticos; o uso de corticosteroides continua controverso. Uns requerem, ainda, oxigenioterapia.

Questão 10. As exacerbações da asma são manifestações co" muns na vida do asmático, constituindo-se no evento mais temido

devido a grande morbidade. A manutenção do controle reduz o risco de exacerbações e de óbito, contudo a maior parte não está adequadamente controlada, sendo um dos grandes motivos por que as agudizações persistem como uma das maiores causas de atendimentos em serviços de emergência e hospitalizações em nosso meio. Na maioria, as exacerbações, qualquer que seja sua gravidade, ocorrem de forma gradual, com deterioração clínica progressiva em um período de 5 a 7 dias. As causas mais comuns são as infecções virais ou a exposição a alérgenos ambientais, seguindo-se poluição ambiental e exposição ocupacional ou a drogas – as mais comuns os anti-inflamatórios não esteroides. As exacerbações da asma podem ser graves, moderadas ou leves. Exacerbações graves são eventos que requerem uma ação urgente do médico e do paciente para prevenir um desfecho grave, como hospitalização ou morte por causa da asma. As moderadas são eventos que resultam em alteração temporária do tratamento, em um esforço para prevenir que a exacerbação se torne grave. Exacerbações leves são episódios fora da variação normal de um asmático, sendo difícil distingui-las da perda transitória do controle da asma. No atendimento inicial, a avaliação clínica deve ser rápida e objetiva. Em se tratando de adultos, sempre que possível, medidas objetivas, como espirometria ou medidas seriadas de PFE, devem ser tomadas. Todavia, nas exacerbações, as medidas seriadas de PFE têm pouca confiabilidade em crianças e adolescentes, pois a dispneia impede verificações confiáveis dessa manobra esforço-dependente. Por outro lado, a oximetria de pulso deve ser adotada em todas as faixas etárias para a avaliação acurada da gravidade, mas nunca interpretada de maneira exclusiva e isolada do contexto clínico, sobretudo na população pediátrica. A classificação da intensidade das exacerbações, para manejo de emergência, é verificada a partir dos dados clínicos e funcionais apresentados:

Leve (provavelmente pode ser tratada em casa) Não Não Parágrafos Não palpável Ausência Presentes Ausente

Moderada (poderá necessitar de tratamento hospitalar) Não Não Frases Poderá ser palpável Ausência Presentes Moderado

Sim Sim Palavras Geralmente palpável Presença Poderão estar ausentes Acentuado

Ausente

Moderado

Acentuado

>70 a 80% >93%

50 a 70% 91 a 93%

<50% 90% ou menos

Grave (internação)


SIC R3 - PEDIATRIA

NORTE


52

1. Após 6 meses de infecção por esquistossomose, há risco de o quadro clínico da doença evoluir para a fase crônica. A fibrose de Symmers é característica de uma das formas clínicas da fase crônica: a) hepatointestinal b) hepatoesplênica descompensada c) intestinal d) hepatoesplênica compensada e) hepática

2. Uma criança de 6 anos, pesando 21kg, assintomática, " apresenta ovos de Ascaris lumbricoides ao exame parasitológico de fezes. O tratamento indicado é: a) albendazol na dose de 100mg, 2x/d, durante 3 dias b) mebendazol na dose de 100mg, 2x/d durante 3 dias c) albendazol na dose de 40mg/kg de peso, em dose única d) mebendazol em dose única de 100mg/kg de peso ao dia e) metronidazol em dose única de 20mg/kg de peso ao dia

3. A triagem neonatal da fenilcetonúria é realizada através " da dosagem quantitativa de: a) b) c) d) e)

tripsina TSH fenilalanina hemoglobina S T4

4. Crianças que tiveram atraso do crescimento fetal e baixo peso ao nascer devem realizar prevenção de diabetes mellitus tipo 2. Com o passar dos anos, têm chance maior de desenvolver síndrome metabólica à proporção de quase: a) 5 vezes b) 10 vezes c) 3 vezes d) 2,5 vezes e) 4 vezes 5. Mais da metade dos casos de artrite séptica ocorre em crianças de menos de 5 anos. Decorrente da presença e da proliferação de micro-organismos no espaço articular, essa enfermidade é mais comum em meninos e não tem predileção racial. Em todas as faixas etárias, o agente etiológico mais prevalente é o S. aureus, sendo o antibiótico mais indicado para o tratamento a:

2013 - SANTA CASA PA Pediatria

a) b) c) d) e)

amicacina cefuroxima ceftriaxona oxacilina penicilina

6. O kwashiorkor é uma forma grave de desnutrição ener" gético-proteica em que ocorre hepatomegalia devida a: a) b) c) d) e)

rebaixamento pulmonar por derrame pleural doenças infecciosas associadas cirrose hepática esteato-hepatite esteatose hepática

7. A estratégia utilizada para prevenir e controlar a deficiên" cia de vitamina A em uma população de risco é a suplementação periódica com doses maciças dessa vitamina. Para crianças de 6 a 11 meses, recomenda-se uma megadose na concentração de: a) 300.000UI b) 200.000UI c) 250.000UI d) 100.000UI e) 180.000UI

8. No diagnóstico de rinossinusite em crianças, a tomogra" fia computadorizada apresenta sensibilidade: a) b) c) d) e)

e especificidade altas e especificidade baixas alta e especificidade baixa baixa e especificidade alta baixa e nenhuma especificidade

9. As dores do crescimento são caracterizadas por dor intensa, recidivante, difusa, geralmente nos membros inferiores. Para o seu diagnóstico, utilizam-se critérios de inclusão e de exclusão. Entre os últimos, encontra-se a dor: a) não articular b) crônica c) em ambos os membros inferiores d) geralmente no fim do dia ou à noite e) articular

Sic R3 Pediatria

327


-

Gabarito 1

A

26

A

2

B

27

E

3

C

28

D

4

D

29

C

5

D

30

C

6

E

31

A

7

D

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A

8

C

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A

9

E

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B

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D

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C

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B

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A

12

A

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A

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B

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C

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E

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C

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E

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A

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D

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C

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B

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B

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D

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E

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D

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C

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D

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B

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A

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E

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B

23

D

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E

24

D

49

A

25

B

50

E

COMENTÁRIOS Questão 2. A ascaridíase, conhecida popularmente por lom" briga, é uma verminose intestinal, causada pelo parasita Ascaris

lumbricoides. A contaminação por este ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados por seus ovos. A fêmea é capaz de produzir 200.000 ovos por dia, parte deles eliminada através das fezes. A contaminação ocorre, então, quando as condições de higiene e de saneamento básico favorecem o contato desses ovos com a terra, a água e com alimentos que serão ingeridos. A população pediátrica é a mais suscetível, claramente pelos hábitos. Após a ingestão, os ovos liberam larvas que caem na circulação sanguínea, passam pelo fígado, pelo coração e pelos pulmões. Ao atingirem estes, instalam-se nos alvéolos pulmonares, onde absorvem mais oxigênio e nutrientes para crescerem. Nessa fase, podem aparecer sintomas como tosse seca, irritação brônquica, dificuldade respiratória e febre. As larvas permanecem nos alvéolos pulmonares até crescerem, para, então, subirem à faringe, de onde são engolidas novamente. Passam pelo tubo digestivo e completam seu desenvolvimento ao chegarem ao intestino delgado, atingindo a fase adulta, reproduzindo-se e iniciando um novo ciclo. O paciente pode apresentar outros sinais e sintomas: dor abdominal, flatulência, cólica, diarreia, náuseas, vômito e vermes nas fezes. Algumas reações, como alergias, pneumonia e choque anafilático podem ocorrer, embora sejam mais raras. Nas crianças, grandes infestações podem causar oclusão intestinal, o que pode, inclusive, levar a morte. O tratamento é feito com mebendazol, 100mg, 2x/d, por 3 dias consecutivos. Não é recomendado em gestantes, e a dose independe do peso corpóreo e da idade.

Questão 3. Fenilcetonúria é um erro inato do metabolismo, " de herança autossômica recessiva, cujo defeito metabólico (geral-

mente na fenilalanina hidroxilase) leva ao acúmulo de fenilalanina (FAL) no sangue e aumento da excreção urinária de ácido fenilpirúvico e fenilalanina. Quando esse erro não é diagnosticado nos primeiros 3 meses de vida, o neonato apresenta atraso global, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. A doença pode ser classificada em 3 entidades, como na Tabela: Atividade enzimática

FAL sanguínea

Tratamento

Clássica

<1%

>20mg/dL

Sim

Leve

1 a 3%

10 a 20mg/dL

Sim

Hiperfenilalaninemia permanente

>3%

<10mg/dL

Não

Formas

O diagnóstico deve ser precoce, por meio dos programas de triagem neonatal (teste do pezinho), e o tratamento baseia-se na restrição dietética de FAL. Questão 6. A Desnutrição Energético-Proteica (DEP) abran" ge diversas condições patológicas em que há falta concomitante

de calorias e proteínas, em diferentes graus. Pode ser primária ou secundária. A forma primária resulta da oferta insuficiente de nutrientes, falta de acesso a boas condições sanitárias e serviços de saúde e falta de práticas de cuidados infantis. Já a forma secundária é provocada por doenças que aumentam as necessidades metabólicas, diminuem a absorção intestinal ou levam à perda de nutrientes. Apresenta-se com elevada prevalência mundial e como a principal causa de morbimortalidade em crianças abaixo de 5 anos. O kwashiorkor e o marasmo são consideradas DEP grave. Na primeira há deficiência dietética de proteínas, enquanto no último ocorre deficiência global de calorias (energia e proteínas). O quadro clínico observado no kwashiorkor é bem característico: criança com estatura e peso abaixo do esperado para a idade, consumida, edemaciada (podendo acometer até mãos e face), alterações mentais

Sic R3 Pediatria

331

NORTE

50. A Declaração de Óbito Fetal deve ser fornecida no mesmo impresso utilizado para o atestado de óbito, sendo obrigatória sempre que a idade gestacional é igual ou maior que: a) 15 semanas b) 17 semanas c) 12 semanas d) 18 semanas e) 20 semanas

2013 - SANTA CASA PA


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