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Um Teste Rápido à Eficácia da Inteligência Artificial

Inteligência Artificial (IA) é uma das áreas mais emocionantes e de rápido crescimento da tecnologia actualmente. É uma combinação de técnicas matemáticas, estatísticas e algoritmos que permitem aos sistemas “aprender” e realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana.

Muito se tem falado do impacto da IA nas nossas vidas, na nossa forma de trabalhar e no aumento de produtividade inerente à sua utilização.

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Já fiz alguns artigos para esta revista, e o processo de escrita típico para cada um deles demora sensivelmente uma semana, desde pensar as mensagens-chave, alguma pesquisa e, inevitavelmente, uma tarde de domingo sentado em frente ao computador por forma editar o texto final.

Uma das áreas actualmente mais faladas para utilização de IA é a de geração de conteúdos. Os modelos podem ser usados para gerar texto sobre assuntos específicos, como resumos de notícias ou artigos de opinião em várias línguas. Isso pode ser útil para jornalistas, ou para casos como o deste vosso amigo, que precisam escrever rapidamente sobre assuntos complexos.

Mas será que utilizando IA conseguirei ser realmente mais rápido e produtivo na construção do artigo? Decidi utilizar o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, para responder a esta pergunta uma vez que tenho lido em várias fontes que é capaz de escrever código de programação, de passar em testes de acesso à universidade e até de escrever teses. Há já empresas ligadas à comunicação e imprensa que estão a recorrer ao Chat-GPT para escrever artigos ou seleccionar informação.

Funciona de forma muito semelhante ao Google mas indo mais além, já que foi “treinado” numa enorme quantidade de textos da Internet e é capaz de gerar respostas coerentes para uma ampla variedade de perguntas e estímulos. Fui-

-lhe fazendo perguntas e utilizando as respostas como conteúdos para este artigo. Na prática, foi uma conversa.

A IA, e o ChatGPT em particular, têm um grande potencial de impactar positivamente a sociedade em muitos sectores, incluindo saúde, educação, finanças, entretenimento e muito mais.

Por exemplo, sistemas de IA podem ser usados para melhorar a eficiência e precisão dos diagnósticos médicos, fornecer aos utilizadores recomendações personalizadas e ajudar a resolver problemas complexos de forma mais rápida e eficiente.

A IA e o ChatGPT também apresentam desafios éticos e de segurança. Por exemplo, há preocupações sobre a privacidade e segurança dos dados usados para treinar sistemas de IA.

A IA e outras tecnologias avançadas têm o potencial de automatizar algumas tarefas e transformar diversos sectores, incluindo a produção, o atendimento ao cliente, a saúde e as finanças. Algumas profissões que podem ser afectadas incluem operadores de máquinas, operadores de “call center”, profissionais de saúde, advogados e, sim,… jornalistas e escritores de artigos de opinião.

É importante notar que a IA também pode criar novos empregos e oportunidades, especialmente na área de desenvolvimento de tecnologias avançadas. Além disso, muitos trabalhos podem ser transformados, em vez de serem completamente substituídos, como os profissionais que precisam de trabalhar com a tecnologia para obter resultados mais eficientes.

Em resumo, a Inteligência Artificial é uma área em constante evolução que oferece enormes oportunidades e desafios. O ChatGPT é apenas uma das muitas inovações recentes na IA que está a transformar a forma como trabalhamos e vivemos.

Como sociedade, precisamos de continuar a explorar e entender esta tecnologia, a fim de maximizar os seus benefí- cios e minimizar os seus riscos. A Microsoft tem aqui uma posição de vantagem ao ter-se associado cedo à OpenIA, sabendo-se que, em breve, terá o ChatGPT integrado nos seus serviços e produtos. A Google está atrasada neste campo e por isso resolveu revelar recentemente o Bard, ainda em fase de testes, a sua proposta para combater a proposta da OpenIA.

Uma das maiores vantagens do Bard é que vai conseguir dar aos utilizadores respostas com base no que está agora a acontecer, no momento, utilizando a Internet. O ChatGPT da OpenAI tem aqui uma limitação, pois apenas oferece informação que estava disponível no passado. À parte disto, o modo de utilização será o mesmo, ou seja, baseado numa conversa.

A Google advertiu que o Bard pode, por enquanto, fornecer informações imprecisas ou inadequadas. A fase de testes destina-se a ajudar a Google a continuar a aprender e a melhorar a qualida- de e a velocidade do Bard. Nenhum dado sobre como e quando o público pode experimentar o Bard está ainda disponível.

Apesar desta advertência, na demonstração colocada no Twitter, o Bard deu mesmo uma resposta com uma imprecisão. Este facto levou as acções da Alphabet, dona do Google, a caírem 7,7% na quarta-feira, 8 de Fevereiro do presente ano, eliminando US$ 100 biliões do seu valor de mercado. Impressionante, não é? Impressionante, quer pela dimensão do impacto, quer pela ingenuidade de um gigante que deu o flanco ao mundo de forma inadvertida.

Devo dizer que esta experiência foi positiva, e que a maior parte dos conteúdos de informação consegui obter no ChatGPT.

Excepção feita para conteúdos mais quotidianos ou alguns (poucos) tópicos em que me informou que a sua “informação de treino” não contém dados para me responder.

O resultado, meus caros, foi condensar uma semana de dedicação a um artigo a uma manhã de domingo muito bem passada a conversar com o ChatGBT e que permitiu a edição rápida deste texto.

O caos que reina nas várias plataformas de conhecimento leva a que estas tecnologias possam ser alimentadas pela própria desinformação criada pelo homem e que podem levar-nos a um futuro onde será difícil de distinguir o que é falso e o que é verdadeiro.

Estes tópicos, e os associados à ética de manipulação de informação, são, a meu ver, os grandes desafios destes paradigmas de IA. Os algoritmos terão de aprender com fontes fidedignas e com os dados correctos.

Mas uma coisa é certa: vieram para ficar e vão ser aperfeiçoados continuamente! Já não estamos muito longe do que lemos nos livros do Isaac Asimov ou do Arthur C. Clarke. Garanto-vos que a conversa foi muito estimulante e recomendo. O leitor não quer experimentar?

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