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Quando Uma Cidade Inteira Cabe na Palma da Nossa Mão

A sociedade moderna debate-se com a cada vez mais difícil rotina corrida das grandes cidades e o acumular de actividades que, em certa medida, reduzem a qualidade de vida. Mas o que é que a tecnologia não consegue fazer para assegurar comodidade aos utilizadores? A UBI é uma dessas ferramentas que propõem resolver grandes problemas só com um clique

Se “saber é poder”, então o que dizer de uma solução tecnológica que o torna capaz de saber tudo o que se passa na cidade onde vive? Isto pode não ser novo nos países mais desenvolvidos, mas é-o aqui em Moçambique. Já existe e faz, de facto, uma grande diferença.

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A cidade de Maputo, que nunca tinha tido uma ferramenta tecnológica que pudesse informar o cidadão sobre o que acontece em todas as esferas da sua dinâmica diária, passou a contar com este tipo de serviços a partir do momento que uma startup designada VOID decidiu criar a “UBI”, uma plataforma para manter o cidadão mais conectado à sua cidade.

A UBI (ubi.co.mz) é, na verdade, uma plataforma de informação sobre a cidade e tudo o que nela acontece, composta por um ecossistema de aplicações e quiosques interactivos colocados nas movimentadas avenidas de Maputo. O objectivo, desde o início da sua criação, é que tudo o que é informação sobre a cidade esteja disponível na pla- taforma, permitindo também acesso aos negócios locais. A plataforma congrega também um conjunto de ferramentas que os empreendedores locais podem utilizar, incluindo a possibilidade de criar a sua própria loja online, assinalar os produtos disponíveis ou criar campanhas promocionais.

Ou seja, através desta plataforma, é possível fazer o cruzamento entre a compra e a venda, na exacta intersecção entre os interessados em comprar um bem ou serviço e o vendedor.

Além disso, contém uma funcionalidade utilizada para eventos, que é, no fundo, uma agenda cultural de tudo o que se realiza na cidade.

Nela é possível, por exemplo, comprar bilhetes, receber convites e participar em promoções dentro dos eventos.

E ao nível da mobilidade urbana, é ainda possível consultar as diferentes rotas de transporte para facilitar a mobilidade dos utilizadores.

“A UBI começou a ser trabalhada em 2015, mas só foi lançada em 2018. Foram praticamente três anos a trabalhar no projecto, num investimento feito com recursos próprios. Por isso levou tempo até ser lançada no mercado”, revela Alexandre Coelho, director-geral da VOID à E&M.

Em finais de 2021, a plataforma foi colocada em standby muito por causa do impacto da pandemia de covid-19, mas também pelo facto de a empresa estar a reposicionar-se e a mudar as estratégias de actuação.

No princípio não conseguiu muito espaço no mercado porque, segundo Alexandre Coelho, o público não estava preparado para algumas das inovações que a plataforma trazia, nem para o elevado grau de complexidade das suas funções, o que dificultava a sua utilização. Hoje, entretanto, a plataforma está em transformação e será reacti- vada ainda este ano. Alexandre Coelho confessa que a UBI nunca chegou a ser sustentável.

Embora tivesse algum rendimento, ainda não permitia alcançar o break even (quando os custos ultrapassam as receitas) do projecto.

“Então, desenhámos um plano para melhorar a sustentabilidade da plataforma. Íamos caminhar neste sentido, pelo menos era esta a estratégia, e logo à partida teríamos conseguido, mas a pandemia veio alterar tudo”, esclareceu o jovem gestor.

“Neste momento estamos à procura de investidores para a plataforma e isso poderá acelerar tudo o que temos em termos de planos”, sublinha. “Estávamos para relançá-la em finais do ano passado, pois tínhamos um investidor com quem estávamos a trabalhar, mas as negociações pararam, e estamos novamente no mercado em busca de outro investidor que possa mudar o actual cenário da plataforma”, esclarece Alexandre Coelho.

Sobre esta questão, o responsável realça que um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento das startups no País prende-se com “a falta de uma rede de investidores de capital de risco, que leva a que os novos produtos e serviços tecnológicos dependam apenas do investimento com fundos próprios”, que geralmente não são suficientes na primeira fase dos projectos.

Até porque, prossegue, “qualquer solução tecnológica exige muito investimento em marketing para garantir que se mantenha sempre na mente do cliente, para lá do investimento na solução em si”, reitera.

Para o futuro, “o que temos planeado é, após esta fase de transformação, relançarmos a plataforma e prosseguir com a estratégia de expansão da rede dos painéis digitais pelo País”, concluiu.

Telecomunicações

Vodacom lança cabo submarino para desenvolver economia digital no País Digitalização

A Vodacom, empresa de telefonia móvel, lançou o cabo submarino do projecto 2Africa, com o objectivo de apoiar a crescente economia digital em Moçambique. O sistema de cabo submarino de fibra óptica vai melhorar a capacidade da Internet e acelerar a conectividade em todo o País, permitir que mais comunidades acedam a uma linha de recursos transformadores, desde educação e cuidados de saúde a empregos e serviços financeiros, e ainda experimentar os benefícios económicos e sociais da conectividade sem descontinuidades. Para a

A iColo, empresa pertencente ao grupo Digital Realty que opera na construção e operação de centros de dados neutros para distribuição de Internet, anunciou a abertura do seu primeiro centro de dados em Maputo. Apelidado de MPM1, o novo centro de dados expande a presença da empresa e complementa a sua estratégia de fornecer instalações de colocation de classe mundial que suportam as crescentes necessidades de conectividade ao longo do Sudeste de África, impulsionadas pelo crescimento de cabos submarinos.

Espera-se que a implementação da empresa em Maputo melhore a acessibilidade à Cloud (tecnologia que permite acesso remoto a softwares e armazenamento de arquivos) e aos conteúdos, aumente a digitalização, melhore a experiência online para empresas e consumidores locais e ajude a construir uma sociedade digital ampla e mais inclusiva através da plataforma global de data center.

O director-geral da iColo Moçambique, José Almeida, referiu que “este novo data center é um marco significativo no desenvolvimento da Internet em Moçambique, trazendo soluções confiáveis e de alta qualidade com um histórico de longa data de excelência operacional. Este campus, altamente conectado, fornecerá uma base para um forte crescimento de dados no País e em todo o continente africano”.

A iColo está num campus de 9500 metros quadrados, localizado na cidade de Maputo, na Avenida Vladimir Lenine.

Ciência

Vodacom, a aterragem deste cabo submarino reafirma o compromisso da empresa em impulsionar a inclusão digital em Moçambique e no continente africano, pela via do aumento do acesso a serviços de Internet de qualidade e investimentos na infra-estrutura de rede.

O consórcio, projecto lançado em Maio de 2019, é constituído por oito parceiros internacionais - China Mobile International, Meta (Facebook), MTN GlobalConnect, Orange, center3 (stc), Telecom Egypt, Vodafone/Vodacom e WIOCC.

Empresa produz painéis solares a partir de materiais da lua

Uma equipa da Blue Origin, empresa privada de astronáutica e serviços de voo espacial suborbital, anunciou ter conseguido um avanço tecnológico significativo, ao fabricar células solares e fios condutores de electricidade somente com recurso a material semelhante ao que existe no rególito lunar.

A superfície da lua tem rególitos e poeiras com todos os materiais que, em teoria, permitem criar células solares, como silício, ferro, magnésio e alumínio, por exemplo. Assim, há muito que investigadores e grupos de trabalho ex-

Sustentabilidade ploram a ideia de construir painéis solares na lua, com recurso a estes materiais apenas. Agora, a Blue Origin anunciou ter conseguido um feito que nos coloca mais próximos deste cenário.

Os investigadores aplicaram um processo chamado electrólise de rególito derretido para conseguir criar estes componentes. A equipa aplicou uma corrente eléctrica ao rególito a uma temperatura acima dos 1600 graus centígrados e, através do processo de electrólise, foram extraídos minérios como ferro, silício e alumínio.

Cientistas criam sistema que transforma plástico e CO2 em combustíveis

Investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram um reactor alimentado por energia solar, que pode converter CO2 (dióxido de carbono) e plásticos em combustíveis sustentáveis e outros produtos valiosos para uma variedade de indústrias.

Em testes, o CO2 foi convertido em gás de síntese, um bloco de construção es- sencial para combustíveis líquidos sustentáveis, e as garrafas de plástico foram convertidas em ácido glicólico, amplamente utilizado na indústria cosmética. O sistema pode ser facilmente ajustado para produzir diferentes produtos, alterando o tipo de catalisador utilizado no reactor e constitui um passo importante na transição para uma economia circular mais sustentável. Os resultados da investigação foram publicados na revista Nature Synthesis.

A equipa concebeu diferentes catalisadores, que foram integrados no absorvedor de luz. Ao alterar o catalisador, os investigadores podiam alterar o produto final. Os testes mostraram que o reactor pode converter eficazmente garrafas de plástico PET e CO2 em diferentes combustíveis à base de carbono.

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