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Inteligência Artificial. O Futuro no Presente

“Os líderes africanos devem adoptar a tecnologia e usar a Quarta Revolução Industrial (4RI) para tirar o continente da pobreza e conduzi-lo a um futuro melhor”, apelou uma vez o cientista e especialista em inteligência artificial (IA) sul-africano, Tshilidzi Marwala, citado pela UNESCO, numa clara manifestação de preocupação pelo atraso que o continente apresenta em matérias de desenvolvimento tecnológico, em comparação com o resto do mundo.

E há uma razão de ser. A ONU, emreforço, veio confirmar, em 2022, a existênciade três desafios da IA na ÁfricaSubsaariana, nomeadamente a fracarede de energia, a limitada infra-estruturade Internet e as dificuldades nocampo educativo. Ainda assim, há paísesna linha da frente quanto à adopçãodas ferramentas de IA.

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A ONU fala da África do Sul, que lidera em larga margem, seguida do Quénia, Egipto e Nigéria. Na luta para não perder o barco da 4RI, as Maurícias tornaram-se no primeiro país africano a publicar uma estratégia nacional em matéria de IA, tendo também desenvolvido um atractivo ecossistema tecnológico e de investimento.

Moçambique não vem listado ao nível das startups especificamente ligadas à IA, mas o número de empresas que começam a pensar e a recorrer a ela não pára de crescer, sendo a banca, seguros e a análise de big data as áreas que assumem a dianteira. Entretanto, o mercado enfrenta desafios além dos mencionados pela ONU. É este o pano de fundo da presente edição da E&M. Onde realmente estamos e para onde vamos?

Das vozes que a E&M ouviu para abordar o tema, o que ficou destacado é que precisamos de nos organizar, enquanto país, a todos os níveis: individualmente, como cidadãos, buscando conhecimentos sobre a evolução das tecnologias; como empresas e organizações, no sentido de acompanharmos a rápida difusão das novas ferramentas de IA, a exemplo do mais novo algoritmo de linguagem – o ChatGTP – e procurando formar equipas com consciência e visão futurista nestas matérias; como Governo, para alinharmos a legislação aos desafios da adopção de uma sociedade tecnológica; como academias e instituições de pesquisa, para ajustar a preparação do capital humano às exigências do novo paradigma.

Felizmente algumas alterações favoráveis já estão a ter lugar. Por exemplo, ao nível legal, poderá deixar de ser proibida a utilização de tecnologia em nuvem para processar dados de determinados sectores (entre os quais o financeiro), uma medida que pretende acelerar a transformação digital.

Além disso, a Universidade Pedagógica de Maputo está a dar os primeiros passos para formar quadros em matérias de IA, sendo que também promove iniciativas para impulsionar o conhecimento em robótica em alunos de nível secundário. São avanços importantes, mas insuficientes para a dimensão do desafio que está à nossa frente.

E há uma razão de ser. A ONU, em reforço, veio confirmar, em 2022, a existência de três desafios da IA na África Subsaariana, nomeadamente a fraca rede de energia, a limitada infra-estrutura de Internet e as dificuldades no campo educativo. Ainda assim, há países na linha da frente quanto à adopção das ferramentas de IA.

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