Notícias do Mar n.º 310

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MOD70 European Tour

Vitória do FONCIA no 1º Circuito Europeu

FONCIA vencedor do 1º Circuito Europeu MOD70

O trimarã francês FONCIA, de Michel Desjoyeaux, venceu o primeiro Circuito Europeu de MOD70, após ser segundo na última etapa que terminou no passado dia 2 de Outubro e que ligou a cidade francesa de Marselha a Génova, Itália.

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FONCIA conquistou o título, numa prova que teve início em Kiel, na Alemanha, no passado dia 2 de Setembroe e que incluiu também várias etapas em águas

portuguesas as quais tiveram organização do Clube Naval de Cascais e o apoio da Câmara Municipal de Cascais e da Marina de Cascais. Foi preciso aguardar pelos últimos 22 minutos de regata

para encontrar o vencedor do Circuito Europeu de MOD70. Depois de 4.400 milhas percorridas em cinco etapas e 23 City Races, tudo ficou decidido na madrugada de 2 de Outubro em águas genovesas. O FONCIA,

Tripulação do FONCIA, festeja a vitória 2

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de Michel Desjoyeaux, logrou passar dois adversários junto à linha, foi segundo na derradeira etapa e assegurou o triunfo na geral do circuito: “A experiência pode ser determinante na vela. Não é apenas um desporto de


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Team do Musandam Oman Sail, à chegada em Marselha Musadam Omã Sail venceu a 4ª Etapa Cascais a Marselha tecnologia, por isso quanto mais experiente for a tripulação mais rápido é o barco e melhor é a adaptação às condições”, afirma o skipper francês: “É um prazer competir com esta equipa. Toda a gente dá o máximo, a qualquer hora do dia ou da noite, e mesmo quando cometemos erros, seguimos em frente”, conclui O Spindrift racing, de Yann Guichard, foi segundo, a dois pontos do vencedor, a mesma diferença que separou o terceiro, o Race for Water, de Stéve Ravussin, do quarto classificado, o MusandamOman Sail, de Sidney Gavignet. O Groupe Edmond de Rothschild, de Sébastien Josse terminou na quinta posição da geral. Guichard, vencedor da Krys Ocean Race e segundo da geral do Circuito Europeu de MOD70,

estava satisfeito: “A missão foi cumprida. O FONCIA venceu bem mas houve emoção até ao final. Divertimo-nos imenso e tenho a certeza que foi espectacular acompanhar as regatas”, declara. O primeiro a cortara linha de chegada em Génova foi o Spindrift Racing (EUR), de Yann Guichard (FRA) com o tempo de1d 15h 21m 22s A média de curso navegado foi 680 milhas à velocidade 17.29 nós

ta etapa do MOD70 European Tour que largou de Cascais. O pescurso do Atlântico para o Mediterrâneo foi o mais longo em termos de duração, pois com longos períodos calmaria, obrigou todos os barcos a tentarem táticas para procurarem o vento e avançarem alguma coisa. A equipa que é comandada por Sidney Gavignet levou 3 dias 16 horas 11 minutos e 34 segundos para completarem 1.030 milhas

de Cascais a Marselha. O trimarã MOD70 chegou na Sude Rade ao nascer do sol, com uma brisa de 20 nós e um mar plano depois de uma noite turbulenta com fortes ventos que chegaram aos 35 nós e que Gavignet descreveu essas condições como uma “batalha”. O Musandam-Oman Sail ao vencer em Marselha, complementa sua vitória na regata que decorreu em águas portuguesas a Cascais City Race, uma regata de percur-

Musandam Omã Sail Vence em Marselha Ao cruzar a linha de chegada na frente, em Marselha na manhã de segunda-feira, dia 24 de Setembro, a equipa do Musandam Omã Sail venceu a quar-

A Regata City Marselha 2012 Outubro 310

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Spindrift Racing venceu a 5ª Etapa Marselha a Génova so curto e num sprint costeiro e coloca a equipa de Sidney Gavignet em terceiro lugar na classificação da MOD70 European Tour.

A 4 ª Etapa foi marcada por ventos principalmente fracos. O trecho entre o Estreito de Gibraltar e o Cabo de Gata na ponta su-

Race for Water Terminou em 3º no Circuito Europeu de MOD 70

Groupe Edmond de Rothschild Foi o 5º MOD70

A tripulação do Spindrift Racing faz a festa à chegada a Génova deste de Almeria, provou ser a mais difícil, onde as transições entre os ventos diferentes, de dia e brisas terrestres noturnas, foram mais complicados. Mas foi durante essas horas que Musandam Omã-Vela conseguiu os seus maiores ganhos. Sidney Gavignet, no pontão, após atracar o Musandam-Omã Sail na pequena marina onde há 25 anos atrás ele costumava treinar, diz: “Aqui é onde o meu barco estava e é onde estive muitas vezes, por isso tem um sentimento especial para mim, estar de volta aqui. Passei três anos em Marselha fazendo estudos e vela e assim estar de volta, depois de ganhar esta etapa, deixa-me muito emocionado. “ Musandam Omã Vela terminou com o tempo de 3d 16h 11 ‘34’’ Média de curso real navegado foi 1.147 milhas a 13,0 nós de velocidade. Spindrift Racing vence Marselha City Race Ao vencer o Marselha City Race, que se disputou nodia 28 de Setembro, num impulso motivador para a vitória final do circuito, Yann Guichard do Spindrift Racing fez tudo o que poderia, possivelmente, para melhorar a sua chance de passar o líder Foncia e vencer o Tour MOD70 europeu Ao iniciar-se a última regata offshore de 651 milhas na Etapa

Classificação Final após 5 Etapas Equipa

Skipper

Pontos

FONCIA (FRA)

Michel Desjoyeaux (FRA)

284

Spindrift Racing (EUR)

Yann Guichard (FRA)

282

Race for Water (SUI)

Stéve Ravussin (SUI)

244

Musandam Omã Sail (OMA)

Sidney Gavignet (FRA)

242

Groupe Edmond de Rothschild (FRA)

Sébastien Josse (FRA)

228

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5 de Marselha a Gênova, a diferença entre os dois protagonistas do título era apenas de sete pontos a favor do FONCIA. Yann Guichard disse, ao vencer a regata: “Hoje foi especialmente bom para nós. Era a última City Race da prova e o trabalho da equipe a bordo foi muito bom. Estamos apenas a sete pontos atrás do FONCIA para a etapa final. Há 16 pontos disponíveis e tudo pode acontecer. Nós preferimos estar mais perto do que mais para trás” 4º Etapa Cascais a Marselha 1º - Musandam Omã Sail (OMA) 3d 16h 11m 34s 2º - Race for Water (SUI) + 2h 23m 7s 3º - FONCIA (FRA) + 2h 45m 32s 4º - Spindrift Racing (EUR) + 5h 34m 7s 5ª - Groupe Edmond de Rothschild (FRA) + 5h 52m 38s Marselha City Race 1º - Spindrift Racing (EUR) 54 pts - 1,4,2,3,1 2º - FONCIA (FRA) 52pts 5,1,3,1,4 3º - Musandam Omã Sail (OMA) 50pts - 4,2,5,2,2 4º - Race for Water (SUI) 49pts - 2,3,1,5,5 5º - Groupe Edmond de Rothschild (FRA) 44pts - 3,5,4,4,3 5ª Etapa Marselha a Génova 1º - Spindrift Racing (EUR) 1d 15h 21m 22s 2º - FONCIA (FRA) + 22m 32 s 3º - Race for Water (SUI) + 25m 41 s 4º - Musandam-Oman Sail (OMA) + 29m 03s 5º - Groupe Edmond de Rothschild (FRA) + 1 h 14m 37s


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Fotografia: João Ferrand

America´s Cup World Series

Oracle Spithill Vence em São Francisco O Oracle Team USA Spithill, deJimmy Spithill,venceu a America’s Cup World Series San Francisco Championship.

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oi como que um “contra-relógio”, Spithill e a sua tripulação - Dirk de Ridder, John Kostecki, Jono MacBeth e Joe Newton - largaram em último para a derradeira regata. Encetaram uma recuperação espectacular que culminou com um triunfo apoteótico com 17 segundos de vantagem sobre o segundo, Oracle Team USA Coutts, do lendário Russell Coutts Spithill conquistou 40 pontos na regata e somou 79 pontos nas Series de São Francisco, terminando empatado com o JP Morgan BAR, do campeão olímpico britânico Ben Ainslie. A vitória na última regata valeu-lhe o título. “A diferença foi feita pela minha equipa. Ficámos “mortos” à largada mas nada os perturbou. Temos uma tripulação de lutadores e estamos muito felizes, afirmou Spithill.

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Notícias da Federação Portuguesa de Vela

Programa de Ação Recebemos da Lista A, o Programa de Ação 2012-2016 com que vai concorrer, no próximo dia 18 de Outubro, à Direcção da Federação Portuguesa de Vela. nacionais e internacionais, os Estatutos da FPV, o Regulamento Geral e os restantes regulamentos desportivos, federativos e normas atualizadas, informações de interesse nacional (lista de juízes, de formadores, contactos, etc.). Neste manual, serão destacadas todas as alterações efetuadas referentes aos documentos antigos pelo que servirá de grande ajuda e suporte aos sócios e agentes desportivos através da facilitação da comunicação clara e expedita entre todos.

A iniciação e os Infantis está a ser patrocinada pela EDP A Nossa Candidatura Quando iniciámos o nosso caminho de reestruturação da vela nacional em 2008, não esperávamos ter de cumprir uma travessia tão dura e angustiante. Foi preciso remar contra a maré, defendendo os direitos do nosso desporto até às últimas consequências. O espírito de missão e sacrifício demonstrado, permitiunos manter a nossa verticalidade e hombridade mesmo nos momentos mais complicados da história da vela nacional. Depois das eleições intercalares de 2010, prosseguimos a linha estratégica programática delineada em 2008 e, com a pacificação da modalidade, estivemos nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, com a maior comitiva de sempre. A crise financeira e os anunciados cortes no orçamento, já divulgados pela tutela, não nos desviam um milímetro do rumo de futuro que traçámos. Continuamos a querer modernizar, profissionalizar e crescer. Nos quatro anos da nossa vigência à frente da Federação alcançámos grande parte das metas que tínhamos estabelecido em 2008 - Reestruturámos a área Administrativa da FPV e o Departamento Técnico; - Controlámos o orçamento apresentando saldo positivo nos 6

exercícios de 2009 e 2011; - Contribuímos para a formação dos diversos agentes desportivos; - Adequámos os Estatutos e Regulamento Geral à lei; - Clarificámos e adequámos alguns regulamentos desportivos; - Melhorámos exponencialmente a relação com os órgãos de comunicação social; - Conseguimos um patrocinador histórico para os escalões de formação; - Aumentámos o número de parcerias; - Normalizámos as relações com a tutela; Nestes termos, são objetivos da lista que vamos encabeçar: Relações institucionais No cumprimento estrito da lei e no respeito pelas competências próprias de cada instituição, vamos manter as mais amistosas relações institucionais com todas as entidades públicas ou privadas que, direta ou indiretamente, nos mais diversos níveis da estrutura hierárquica, se relacionam com o Desporto da Vela. Relações internacionais A credibilidade e importância da Federação Portuguesa de Vela cresceram nos âmbitos da ISAF e da

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EUROSAF. Marcámos presença em todas as conferências da ISAF deste quadriénio, defendendo os interesses nacionais e também pugnando pelo crescimento do Desporto da vela a nível mundial. Defendemos intransigentemente os interesses de Portugal dentro do Grupo E, posição que queremos manter. Ainda no âmbito do Grupo E, queremos garantir, entre outras medidas, que a representação no Council da ISAF, seja realmente de rotatividade entre os países. Programa de Ação - José Manuel Reis Nunes Leandro 2012 O nosso compromisso para com os agentes da vela nacional é o de alargar o estatuto de competência da FPV nos âmbitos da ISAF e EUROSAF. Recursos humanos Aumentar a excelência dos colaboradores que já pertencem à instituição, não descurando a sua formação em áreas especializadas relevantes, valorizando o seu desenvolvimento profissional e pessoal. É nosso entendimento que existe uma relação direta no resultado do nosso processo coletivo, entre a motivação e a qualificação de cada colaborador Documentação Mantemos o objetivo de criar um anuário que inclua os resultados

Financiamento e sustentabilidade As questões do financiamento e da sustentabilidade da Federação exigem uma análise rigorosa e profunda. A redução drástica do financiamento público, impôs a adoção de novas medidas, para evitar a ruptura financeira. Sem avançar análises muito detalhadas, é evidente que assegurar a sustentabilidade financeira, não pode deixar de ser um objectivo central deste programa de ação. É importante definir regras e medidas que resolvam, de uma vez por todas, as permanentes situações de incerteza e instabilidade. Num contexto difícil, devem definir-se metas exigentes e criar as condições para que possam ser atingidas. Numa perspectiva de médio prazo, julgamos que devem adotar-se as seguintes orientações principais: - Propor ao governo a celebração de um contrato-programa de financiamento plurianual, com regras, compromissos e objetivos claros; - Definir como meta a atingir a médio prazo um orçamento 50%/50%, metade correspondente ao financiamento público por parte do Estado e metade correspondente a receitas próprias; - Estabelecer que a despesa com pessoal não ultrapasse 20% do orçamento Informação e patrocinadores A FPV durante este quadriénio primou pela transparência e divulgação de todos os seus atos. Foi uma aposta consciente, que vamos manter, porque sabemos da importância de os agentes da vela estarem informados de toda a atividade, decisões, atuações e projetos a implementar.


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A estratégia de comunicação e marketing implementada ao longo destes quatro anos, conferiu uma visibilidade, jamais conseguida, nos órgãos de comunicação social. O número de notícias publicadas aumentou exponencialmente, garantindo aos patrocinadores um retorno, nunca antes sentido, do seu investimento. Vamos zelar para manter os parceiros externos no domínio do “sponsoring” e continuar a demanda de novas parcerias, em contrapartida da divulgação da imagem da modalidade. Programa de Ação - José Manuel Reis Nunes Leandro 2012 Neste domínio, o portal da FPV continuará a ser o principal meio divulgador, bem como a página de facebook, que tem sido um dos pilares da estratégia de comunicação da FPV. Associativismo Vamos continuar a desenvolver uma sã convivência entre todos aqueles que, independentemente da salutar diferença de opiniões, estiverem interessados no processo de desenvolvimento da vela em Portugal. Continuamos cientes que a estrutura orgânica do mundo da vela tem de ser reforçada e adaptada aos novos tempos. As acrescidas dificuldades financeiras podem vir a colocar obstáculos de monta, em que apenas o trabalho em conjunto entre a FPV e as Associações Regionais, Associações de Classe e os Clubes, permitirá atenuar o impacto dos novos desafios. Voltamos a frisar que, para o efeito, é necessário avançar para um observatório do mundo do Desporto da Vela que permita obter os dados, a informação e o conhecimento necessários aos processos de tomada de decisão que, em matéria de políticas desportivas, vão sendo tomadas. Esta informação será igualmente útil aos demais órgãos da superestrutura do desporto nacional que, de uma maneira geral, estão carentes de informação de suporte às decisões. Atividades No âmbito do Quadro de Atividades regular da FPV, vamos garantir o apoio nas vertentes do lazer, alto rendimento e preparação olímpica. O Programa de Orientação Olímpica, recentemente concebido, e que tem como meta principal a deteção de talentos em classes estratégicas e respetivo direcionamento para as classes olímpicas, terá uma continuação lógica com a criação de um Programa de Preparação específico (PPO - Programa de Preparação Olímpica). Desta forma, o alto rendimento e o novo Projeto Olímpico da FPV serão ge-

Criação de um novo Projeto Olímpico ridos de forma dinâmica, com máxima rentabilização de recursos, estabelecendo metas de continuidade, oportunidade e desenvolvimento tendo como final lógico, a obtenção de resultados. Criação de um novo Projeto Olímpico da FPV – em sintonia com as diretrizes da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, do Instituto Português do Desporto e Juventude e do Comité Olímpico de Portugal - com visão plurianual, apostando no longo prazo com vista às presenças nas Olimpíadas de 2016, 2020 e 2024. Vamos continuar a defender a construção de um Centro de Alto Rendimento, de acordo com um modelo organizacional que responda às caraterísticas especiais da modalidade. No que às Escolas de Vela diz respeito, são necessários correções e ajustamentos que permitam um real crescimento do número de velejadores. Entre outros, urge uniformizar programas de ensino, criar e divulgar material pedagógico. Vamos, igualmente, rever os conceitos de acreditação das Escolas de Vela reconhecidas pela FPV. O investimento num sistema de formação de treinadores, altamente atualizado e completo, vai ser mantido, em sintonia com o Modelo de Desenvolvimento do Velejador a Longo Prazo. Serão estudados novos processos com o objetivo claro e inequívoco de rentabilização técnica e económica. As provas com elevada participação de velejadores merecerão uma atenção especial e serão enquadradas pela FPV. A meta é fomentar a competitividade, promovendo e distinguindo os atletas nacionais mais regulares e versáteis e torná-las apelativas às frotas estrangeiras. Esta é, igualmente, uma forma de

divulgação dos Centros de Treino existentes em Portugal. Programa de Ação - José Manuel Reis Nunes Leandro 2012 O processo de treino tem de ser mais cuidado. Como tal, desejamos que as futuras equipas nacionais sejam conhecidas com maior antecedência, por forma a melhorar o acompanhamento técnico, diversificando estratégias e metodologias, dos velejadores pré-selecionados e respetivos treinadores. Não apenas será dado cumprimento às obrigações legais provenientes da implementação do Plano Nacional de Formação de Treinadores como será implementado um sistema de certificação de Escolas de Vela e de Centros de Treino, garantindo um ensino da vela de acordo com os requisitos estabelecidos pela FPV, com as normas de segurança em vigor e sob orientação de técnicos devidamente credenciados pela FPV/IPDJ. A vela adaptada será outras das apostas fortes da FPV para o próximo quadriénio. A modalidade é para todos, sem qualquer exceção. Como tal, queremos fomentar a prática da vela para cidadãos com deficiência. Além deste fator fundamental na integração social, não vamos descurar a participação ao mais alto nível, querendo que Portugal seja representado nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016, pelo menos por um velejador. A náutica de recreio em todas as suas vertentes merecerá uma atenção especial. A Federação Portuguesa de Vela tem de assumir o seu papel de liderança nesta área envolvendo-se de forma abnegada na formação de navegadores de recreio. O turismo náutico merecerá também uma atenção especial, no sentido de entender que a FPV pode ser fulcral na divulgação e pro-

moção de Portugal além-fronteiras. Arbitragem A Arbitragem necessita de uma clara remodelação. Os seguintes princípios serão orientadores das políticas a implementar no próximo mandato: - Queremos os árbitros (Juízes, Oficiais de Regata, Umpires, Medidores e Classificadores Funcionais) mais qualificados e habilitados na água e a desempenharem as suas funções em prol da modalidade. Os atributos requeridos são forte capacidade de decisão e profundo conhecimento das regras; - Haverá uma forte aposta e apoio à formação de jovens árbitros (menores de 40 anos), em especial aos do escalão etário inferior aos 30 anos. - Será publicado o Plano de Formação de Árbitros e o Quadro de Formadores sujeitos a formação específica; - Será nomeado, para algumas provas estratégicas, um delegado técnico que, além de reportar o desenrolar da prova, pela sua observação, avaliará a atuação dos juízes nessa prova. Formação Se a formação dos praticantes é de fundamental importância a dos técnicos e dirigentes não o é menos. A tradição do mundo do desporto da vela desde o início das regatas de canoas no Tejo em meados do século XIX, como se pode verificar quando se observa toda a dinâmica organizacional dos primórdios de clubes como, por exemplo, a Real Associação Naval, sempre se caraterizou por promover uma cultura de auto aprendizagem pela troca de conhecimentos e de experiências que se transmitia de geração em geração que, inclusivamente,

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vantamento dos circuitos, dos procedimentos e arquivos que permita a racionalização de funcionamento entre as várias áreas e a sua rentabilização. Programa de Ação - José Manuel Reis Nunes Leandro 2012

A náutica de recreio merecerá uma atenção especial levaram à obtenção de medalhas olímpicas. Tal cultura que decorre, naturalmente, da própria prática da vela que se realiza num ambiente de, por vezes grande hostilidade, tem de ser transportada para o domínio do treino e do dirigismo. Programa de Ação - José Manuel Reis Nunes Leandro 2012 Em conformidade, é necessário avançar para novos modelos de formação que caracterizam aquilo que hoje se designa por “organizações aprendentes”, através do estabelecimento de um programa de ação no domínio da formação de quadros técnicos e dirigentes, em que o conhecimento flua entre todos na medida em que todos podem ser simultaneamente agentes recetores e transmissores de conhecimento. Neste sentido, vamos apresentar um programa de ação no domínio da formação de técnicos e dirigentes a fim de cumprir este desiderato. - Será dada a maior importância à realização de ações de formação e cursos de arbitragem, nas suas variadas vertentes, em colaboração com as Associações Regionais de Clubes e o Departamento Técnico da FPV. - A formação contínua, quer seja em plataforma de aprendizagem por e-learning ou por outros meios eletrónicos similares será fomentada e desenvolvida. - Quanto à formação de treinadores, serão desenvolvidas ações de aprendizagem formal, nomeadamente através da dinamização de cursos de treinadores nos vários graus, segundo a organização prevista no decreto-lei 248/A de 31 de Dezembro de 2008. - A aprendizagem informal, deri8

vada sobretudo da troca de experiências entre treinadores, será estimulada quer através de estágios quer de treinos apoiados pela FPV. - Serão desenvolvidas ações de formação, que constituam momentos de aprendizagem relevantes para o trabalho de treinador, de modo a garantir condições para a renovação de cédulas de Treinador de desporto e cumprimento das exigências legais vigentes para esta atividade. Organização Interna - Instalações Uma vez que as instalações da actual sede social estão cedidas à FPV a titulo precário, não é consistente a hipótese da realização de grandes obras de beneficiação. No entanto, é nossa intenção realizar algumas obras que permitam oferecer aos que nela trabalham, as condições para o exercício condigno e eficaz das suas funções e, aos que a ela se dirigem, as condições de acolhimento apropriadas - Equipamento Informático Perante o levantamento das necessidades administrativas e técnicas que se vão colocar à gestão da FPV durante os próximos quatro anos, há que equacionar a renovação do parque informático e a aquisição de um gestor de correspondência. - Frota da FPV É necessário garantir a correcta utilização, conservação e manutenção da frota de barcos de apoio (cascos e motores), assim como contemplar a necessidade, que vai existir, de renovação deste material. - Serviços Tendo em atenção o grande aumento do volume de trabalho,

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quer administrativo quer técnico, é necessário proceder-se a um le-

Conclusão Em conclusão, quatro anos depois, reforçámos o entusiasmo com que fomos eleitos em 2008. A cultura de liderança participada, em que todos os agentes da Vela foram escutados, permite-nos olhar o futuro com otimismo e esperança. Queremos continuar a melhorar as condições da prática desportiva da nossa modalidade, prometendo apenas esforço e denodo em todas as nossas ações. Este programa é deveras ambicioso, mas permite à Federação Portuguesa de Vela continuar um rumo de profissionalização, modernização e crescimento sustentado. Lisboa, 28 de Setembro de 2012 José Manuel Leandro Candidato a Presidente da Federação Portuguesa de Vela

Listas Candidatas aos Orgãos e Mesa da Assembleia Geral

Quadriénio 2013/2016- Listas”A” Mesa da Assembleia Geral Presidente: José Carlos Pestana Vasconcelos Vice-Presidente: António José Caeiro da Motta Veiga Secretário: Antero da Glória Júlio dos Santos Presidente José Manuel Reis Nunes Leandro Direcção Vogal: Adelino da Costa Rocha Vogal: Luís Manuel Lopes Claro Vogal: Heitor Hugo Louro Batalha de Almeida Suplente: Luís Miguel Leitão Barbosa de Sousa Otto Suplente: António Miguel Teixeira de Freitas Conselho Fiscal Presidente: Paulo José Lourenço de Azevedo Madruga Relator: José Manuel Martins Gonçalves Roberto (ROC) Secretário: António José de Freitas Duarte Suplente: Maria Manuela Ribeiro da Graça (ROC) Conselho de Justiça Presidente: José Manuel da Veiga Testos Vogal: José Hipólito Vogal: José Manuel de Oliveira Tomás da Cruz Conselho de Disciplina Presidente: João Miguel Sousa Condé Vogal: Armindo Carlos Cortez Azevedo Vogal: Paulo Manuel Bernardes Moreira Conselho de Arbitragem Presidente: Hugo Barrier Henrique Vogal: João Luís Valente Ribeiro de Horta Vogal: João Pedro Cocco Mercante Ferro Suplente: Maria de Fátima Aguiar de Freitas Menezes


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Campeonato da Europa de Match Racing

Portugal de Bronze

A BBDouro Sailing Team, formada por Álvaro Marinho, Luís Brito, António Fontes, Bernardo Freitas e Diogo Barros, conquistou a medalha de bronze no Campeonato da Europa de Match Race, que decorreu em Bayona, Espanha.

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BBDouro Sailing Team fez um excelente campeonato tendo alcançado 8 vitórias em 10 regatas na fase apuramento, passando aos quartos-de-final. Nesta fase levou a melhor sobre Mati Sepp,

da Estónia por 3-0. Nas meiasfinais, a tripulação nacional foi derrotada pelo dinamarquês Mads Ebler. Restava aos portugueses lutar pelo Bronze, contra a equipa da casa liderada pela Campeã Olímpica de Match Race, Tá-

mara Echegoyen, e assim o fez, vencendo a “petit-final” por 2-0, repetindo novamente a 3ª posição que tinha alcançado no Europeu de 2010. “Este foi um resultado um pouco acima das nossas expectactivas pois já não competíamos em match race há 1 ano. A ambição esteve sempre presente a bordo e com isso chegámos à medalha de bronze que nos deixa muito satis-

feitos. A equipa fez um excelente trabalho a bordo, lidando muitas vezes com condições difíceis de vento e a evolução que fomos fazendo ao longo do campeonato permitiu-nos chegar à petit-final na máxima força”, comentou Álvaro Marinho. O francês Pierre-Antoine Morvan sagrou-se campeão europeu batendo na final o dinamarquês Mads Ebler.

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Salão Náutico de Barcelona 2012

Texto e Fotografia Anteros dos Santos

Um Novo Formato que Agradou Com um novo formato, o Salão Náutico de Barcelona deste ano, que se realizou entre os dias 26 e 30 de Setembro apenas no Port Vell permitiu melhor que os visitantes pudessem ver, tocar e até mesmo testar no mar os barcos e ensaiar também diversos novos produtos para os desportes aquáticos.

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os anos anteriores, o Salão de Barcelona chegou a realizavase ocupando quatro grandes pavilhões da Fira de Barcelona, com os barcos expostos em seco e ainda no Port Vell com os iates acima dos 12 metros em exposição dentro de água. E o certame durava nove dias. Em virtude da situação económica do sector, nos dois últimos anos assistiu-se já a uma grande redução de espaço ocupado pelos expositores habituais e a ausência de muitos outros. A organização do salão náutico decidiu assim utilizar um formato de exposição semelhante ao usado pelos salões de Cannes, Mónaco e outros, que se realizam à volta das marinas 10

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O Salão de Barcelona no Port Veill

San Remo com muito público


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San Remo OffShore 300 e San Remo 900 Pro e reduzindo também o número de dias para cinco. Durante um pequeno-almoço que a direcção do salão ofereceu à comunicação social, foi confirmada a pretensão da organização manter nos próximos anos, o Salão de Barcelona a ocupar o Port Vell e o espaço envolvente, tal como este ano, com standes individuais. Nos contactos que fizemos com diversos expositores, todos concordaram com este novo formato. Dizem que não são necessários mais dias e é muito mais económico o atendimento ao público, pois assim não é necessário ter duas equipas distribuídas em dois espaços, uma nos pavilhões e outra no Port Vell. O grande inconveniente deste tipo de salão ao ar livre é se chove, como aconteceu no dia 29, sem interrupção torrencialmente de manhã à noite. Houve standes inundados e outros com as coberturas caídas. O público, claro, não compareceu. Nos restantes dias houve sempre muitos visitantes, sobretudo no último dia. Os barcos foram o que mais atenção despertavam ao público visitante que tinha mais de 700 barcos para ver, uns flutuando outros em seco mas mostrava também outras ofertas como desenvolvimentos tecnológicos aplicados à náuticas, equipamentos eletrónicos e os mais diversos acessórios náuticos, serviços de charter, pesca e turismo. Também para promover e chamar mais público, organizou-se um desfile nocturno com cerca de vinte iates que percorreram o Port Vell desde o mo-

lhe d’ Espanya e o molhe de la Fusta. Mesmo com a crise, foram apresentados diversos novos modelos A grande maioria dos expositores apresentou novidades. E alguns estaleiros desenvolveram mesmo vários modelos que são novidades para 2013. Fazemos aqui referência de algumas novidades que vimos e cujos estaleiros têm representação em Portugal e também destacamos a marca nacional San Remo que esteve mais uma vez presente, com dois modelos expostos dentro de água. San Remo San Remo é uma gama de barcos pesca cruzeiro desenvolvida pelo estaleiro nacional

Beneteau Barracuda 7 Riatlante, que expôs dois dos seus novos modelos na água, quase à entrada do salão, com bastante visibilidade e sempre com muito público interessado e a solicitar saídas para o mar para testes.

Os modelos expostos eram o San Remo Offshore 310 e o San Remo 900 Pro, ambos com o mesmo casco com 9,30 metros de comprimento. Os San Remo são construídos com robustez, são barcos

Beneteau Swift Trawler 50

Os Veleiros Beneteau 2012 Outubro 310

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Cobalt WSS 220 insubmersíveis e os cascos em V profundo. Como os planos de estabilidade laterais são bastante salientes, os San Remo, são rápidos a arrancar e sofrem pouco com os balanços laterais quando estão parados. Qualquer dos modelos pode

ser personalizado, ao gosto e ao encontro dos objetivos do cliente, com diferentes cores tanto para o casco como para os interiores, e equipado com os acessórios opcionais, mais no interesse dos pescadores ou mais dirigidos ao cruzeiro

A nova gama Galeon desenhada por Tony Castro

Cobalt 232 San Remo Offshore 310 é um barco de linhas elegantes e casco marinheiro, muito bem equipado para o mercado da pesca e o cruzeiro. Neste modelo, foram aplicados uma série de inovações e incorporados muitos equipamentos que simplifica a utilização do barco, permite grande acomodação e aumenta muito a comodidade dos ocupantes. O poço é muito amplo, tem um banco em L com uma mesa ao meio e é almofadado junto à borda. O banco tem a particularidade de poder funcionar também como solário, baixando a mesa até à altura adequada, através de um sistema eléctrico No salão, encontra-se o posto de comando e uma zona de convívio e refeições com um sofá em L e uma mesa a meio. A cozinha fica atrás do ban-

Cobalt 273 e 302 12

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co do piloto e dispõe de armário para arrumação de loiças, fogão, lavatório e frigorífico A cabina tem um banco em U com uma mesa ao meio, convertível em cama de casal. Tem ainda um compartimento com uma cama de casal com janela, quarto de banho, e um roupeiro com porta. San Remo 900 Pro é um barco que procura oferecer mais espaço desimpedido no poço, tem um banco corrido na popa e fácil acesso à cabina de pilotagem, bem ao gosto dos pescadores. Neste barco, há também o excelente aproveitamento dos espaços e a incorporação dos equipamentos no salão e na cabina, tal como no Offshore 310. Bénéteau A atividade não cessa no estaleiro francês Bénéteau, que apresentou dois novos modelos da sua gama de lanchas a motor e é representado em Portugal por Francisco Ramada. Beneteau Sportfisher Barracuda 7, com a cabina de pilotagem no estilo de barco de pesca, tem muito espaço desimpedido no poço, uma borda alta e portas laterais na cabina. É um barco de 7,14 metros de comprimento por 2,68 de boca, destinado para a pesca desportiva, com um casco especialmente criado para este projecto. Com uma proa bastante deflectora para melhor enfrentar as ondas, tem uma cabina de pilotagem espaçosa e uma distribuição da coberta pensada para a pesca desportiva. Este modelo estava equipado com dois motores de popa Yamaha de 200 HP. Existe um pack Confort destinado mais para o cruzeiro e confortáveis


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Hanse 575 para passeio de barco. Beneteau Swift Trawler 50 é um barco para o cruzeiro que segue um conceito tradicional inspirado nas embarcações de cruzeiro da costa leste dos EUA. Esta linha de barcos já ganhou inúmeras adesões, especialmente para as suas virtudes em virtude de uma navegação tranquila, de autonomia e de eficiência. Apresentando um amplo flybridge, este modelo foi criado pelo gabinete de desenho da Bénéteau em colaboração com Michel Joubert e Frutschi Pierr, o novo 50 pés é um novo modelo adicionado à gama criada em 2003 que é actualmente composta por modelos de 34 até 52 pés de comprimento. O casco deste novo trawler de 14,99 de comprimento e 4,65 metros de boca, foi especialmente projectado para incorporar 2 motores de 435 HP. A autonomia é garantida por tanques com 2.400 litros de combustível e tem ainda 800 litros de água.

Muito Importante é a distribuição dos espaços e a grande capacidade para a navegação familiar, podendo acomodar três casais, em três cabines duplas e mais duas camas em beliches. Bénéteau - Vela Na zona reservada para as embarcações à vela, encontravam-se diversos modelos do estaleiro francês Beneteau da temporada de 2012, assim como o novo Sense 46, modelo para 2013. Bénéteau Sense 46 segue o conceito da gama de cruzeiros Sense, criada com sucesso em 2010 e que não tem cessado de aumentar, convertendo-se numa importante referência de monocascos de cruzeiro. A partir deste Outono, os interessados por este conceito de veleiro de cruzeiro, poderão escolher entre quatro modelos, 43, 46, 50 e 55 pés. O novo Sense 46, de 14,12 metros de comprimento e 4,43 metros de boca, dispõe de duas cabinas e mantém em linhas

Hanse 415 gerais a distribuição de espaços e as características tanto em manobra como em equipamentos dos restantes modelos da gama. É um desenho de BerretRacoupeau, com interiores de Nauta Design. Está disponivel em dois calados e se motoriza com um Volvo Penta de 70 HP saildrive.

Cobalt Representada em Portugal pela Nautiser/Centro Náutico, Cobalt é uma das mais prestigiadas marcas americanas de lanchas de recreio. Para 2013 a Cobalt ampliou a gama com os modelos WSS 220, 232, A28 e 302. Cobalt WSS 220 é um modelo bowrider que levou vários anos de

Sonda XTreme Depth da Humminbird

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Notícias do Mar

Jeanneau Merry Fisher 755 pesquisa, desenvolvimento e aperfeiçoamento, para proporcionar aos clientes o máximo em desempenho e uma grande adaptação para os desportos aquáticos, como esqui, nestas dimensões de embarcação. Cobalt 232, é um barco elegante bowrider que apresenta um design interior sofisticado. Este modelo destaca-se pela sua capacidade de aceleração e sobretudo facilidade e precisão nas manobras em altas velocidades, Os Cobalt A28 e 302, com requintados interiores, representam a máxima comodidade, desempenho e conforto que são símbolo deste estaleiro americano. Destaca-se o design, os excelentes acabamentos, perfeição técnica e mantêm a elevada qualidade de acordo com a alta reputação da marca. Galeon Os Galeon são uma marca polaca representada em Portugal por World Wide Motors. Em Barcelona apresentou o novo Galeon 380 HT, desenhado por

Tony Castro que tem vindo a renovar a gama. Galeon 390 HT foi inspirado no modelo 380 Fly, projecto que foi nomeado para barco do ano na Europa no ano passado. É um modelo desportivo, moderno, de linhas agressivas, que chamam a atenção pela amplitude do espaço livre que o hardtop proporciona, pois deixa praticamente aberto todo o poço, graças a um sistema automático que abre o teto de vidro. A espaço no poço oferece uma ampla dinete com móvel e janelas baixas para oferecer a sensação de se estar num barco open., com um posto de comando muito completo e permitir boa circulação e acesso à ampla plataforma de banhos. Chama a atenção a convertibilidade do banco de popa, cujo encosto, se pode estender para a popa para formar um excelente solário. O salão é amplo e luminoso, formado por dois grandes sofás e uma cozinha perfeitamente equipada.

Os catamarans Lagoon 14

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Jeanneau Cap Camarat 6.5 Na coberta inferior, na versão de dois camarotes fica a cozinha em baixo. O 390 HT oferece uma versão para proprietário, com um grande camarote com cama de casal e numerosos espaços para arrumações. o terceiro camarote tem dois beliches. Na cabina existem dois quartos de banho completos. A motorização standard é de dois motores de 380 HP.

no princípio do ano. Tem 12,40 metros de comprimento e 4,17 metros de boca e pode ter como disposição interior duas ou três cabinas. O veleiro está disponível em duas opções de quilha, a comprida cala 2,10 metros e a curta 1,72 metros. A motorização é de 38 HP. Com uma superfície vélica total de 87 m2, incorpora uma genoa de 106% com 40 m2 e gennaker de120 m2

Hanse - Vela Os veleiros Hanse são representados em Portugal por Algarvesail. Em exposição estavam vários modelos, entre os quais os novos Hanse 575 e o Hanse 415, candidato a barco do ano 2012/2013. Hanse 575 última novidade do estaleiro alemão o Hanse 575, de 17,15 metros de comprimento e 5,20 metros de boca, apresenta dois tipos de quilha, comprida com 2,85 metros de calado, ou curta com a qual cala 2,25 metros. Em área vélica tem 160,50 m2 mais gennaker com 210 m2. O motor tem a potência de 107 HP. O Novo Hanse 575 vai situarse na gama entre os modelos existentes Hanse 545 e o Hanse 630. Destaca-se a capacidade de armazém na popa, onde pode guardar um pneumático de apoio. O desenho é de Judea/Vrolijk e o interior da Hanse Yacht Design e está disponível em múltiplas opções de distribuição no interior, podendo optar-se por 3,4 ou 5 cabinas com beliches e pode ainda dispor de dois ou três quartos de banho. Hanse 415 foi apresentado

Honda - Motor O BF250 foi a novidade apresentada pela firma japonesa que tem em Portugal a Honda Marine. Trata-se de um motor que combina um novo bloco de 6 cilindros em V com 3,6 litros de cilindrada. Dispõe do primeiro sistema de admissão de ar directa num motor fora de borda do Mundo. Este novo sistema aumenta o rendimento e diminui o consumo de combustível. O desenho deste motor, o maior da gama Honda, apresenta-se com um visual mais elegante e estreito, simples e aerodinâmico, mostrando potência e velocidade. O BF250 incorpora a tecnologia exclusiva BLAST, um sistema único, que consegue o binário aumentado a baixa rotação, permitindo uma forte aceleração no arranque. Está também equipado com um avançado sistema de controlo do consumo de combustível, o ECOmo, um sistema de combustão de queima pobre, para se obter em velocidades de cruzeiro, uma grande economia no consumo de combustível. O BF250 apresenta uma nova caixa de engrenagens, com uma relação mais baixa


Notícias do Mar

Salão do Lagoon 560 2:1 e mais hidrodinâmica. Também o esforço de engrenagem foi ainda mais reduzido, graças à introdução do novo sistema de controlo e Redução da Carga de Engrenagem, controlado pela unidade de controlo do motor (ECU) e combinada com uma gama de hélices maiores, proporciona altos níveis de rendimento globais e proporciona um importante ganho neste motor.

Humminbird – Elétrónica Representada em Portugal pela Nautel, no stand da Humminbird destacava-se a Xtreme Depth. Xtreme Depth é uma nova gama de sondas, lançada pela marca americana, para a pesca a maior profundidade, a série chamada Xtreme Depth. A profundidade alcançada com a tecnologia da série Xtreme permite

Quarto do proprietário do Lagoon 560 que o feixe de 50kHz de baixa frequência possa chegar a profundidades até 750 metros. Isto significa que os utilizadores agora podem encontrar peixes e visualizar a estrutura do fundo a uma profundidade que com sondas mais antigas seria elegível. As unidades de Humminbird XD funcionam com um transdutor de 500W (RMS), e por isso os utilizadores não necessitam

de comprar um novo transdutor para conseguir mais profundidade. Além disso, Humminbird incorporou nos seus sistemas a possibilidade de incluir a tecnología de Radar nos seus equipamentos das gamas mais altas, as series 800, 900 e 1100. Jeanneau A poderosa firma Jeanneau que é representada em Portugal pela Nautiser/Centro Náutico,

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Notícias do Mar

Stand Touron com as novidades Quicksilver lançou nada menos que sete novidades a motor para a temporada 2012. Três modelos da serie 2 de Cap Camarat; dois da renovada gama Merry Fisher da serie Marlin com motorizações fora de borda, um novo NC 14 Sportcruiser com 13,73 metros de comprimento e o Voyage 42, um iate de flybridge com 42 pés Merry Fisher 855 Marlin é um barco com cabina de pilotagem de 8,25 metros de comprimento e 2,97 metros de boca que se converte na maior desta gama de embarcações destinada principalmente a um público aficionado na pesca desportiva. Pode levar dois motores fora de borda e dispõe de uma capacidade de combustível de 400 litros e de 100 litros de água doce.

Desenho de Centkowski & Denert Design, esta unidade, de facto, assemelha-se e mantém as características das outras duas embarcações do mesmo estaleiro com esta tipologia e programa: Merry Fisher 6 Marlin e Ferry Fisher 755 Marlin. Merry Fisher 755 Marlin, com o comprimento de 7,25 metros, parece na realidade um modelo à escala do 855 Marlin. Com a série Marlim, as Merry Fisher retomam ao programa mais radical destinado à pesca. Equipada com motor fora de borda pode montar até 150 HP que le permite alcançar cerca de 30 nós. Destaca-se pela sua cabina muito bem aproveitada, e pelos pormenores que incorpora destinados à pesca, tais como cofres, viveiros e porta

canas, entre outros. Cap Camarat 6.5 WA Serie 2 é uma nova proposta do estaleiro francês, uma embarcação de 6,5 metros de comprimento de tipologia walkaround, que permite passar até à proa à volta da consola central e dispõe de solário à proa. Propulsão fora de borda, linha elegante moderna dispõe de bastante conforto a bordo. Isto são os eixos desta nova incorporação na famosa gama Cap Camarat, que se inspira no desenho do anterior modelo 7.5 WA e oferece as características que fizeram dela famosa: proa alta e bem defendida, novo design do casco e consola integrada no molde com maior capacidade para instalar eletrónica. Cap Camarat 6.5 CC Serie 2 é uma embarcação aberta 6,5 metros de comprimento, com consola central,. destinada a uma utilização familiar. É um barco de passeio de linhas modernas, casco alongado e com a proa deflectora bem defendida do mar. Com um nível de conforto maximizado respeita bem as suas predecessoras. No poço, permite que a mesa de piqueniques se converta num solário. O acesso a bordo é espaçoso e fácil. Cap Camarat 6.5 DC Serie 2 foi concebido dentro do estilo das lanchas desportivas nórdicas, com o poço muito pro-

Quicksilver Activ 705 Cruiser 16

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tegido, passagem central para a proa e dinete na popa convertível em solário. Tem um desenho moderno e elegante, que segue o conceito desenvolvido para este tipo de barcos pelo gabinete de desenho de Sarrazin e Jeanneau. O Cap Camarat 6.5 DC Serie 2, apresenta um comprimento total de 6,32 metros de comprimento. Lagoon No espaço reservado aos Catamarans Lagoon, encontrava-se José Augusto Oliveira, administrador da Siroco e representando a Lagoon Portugal no Salão para receber os clientes nacionais. Este tipo de embarcação à vela proporciona, sem dúvida, viagens, passeios ou férias, mais calmas e confortáveis que qualquer outro tipo de barco, sem os ruídos e a trepidação dos barcos a motor nem a inclinação dos veleiros monocasco. É outra forma de navegar, que está a ganhar cada vez mais adeptos. Os Lagoon são líderes mundiais dos grandes catamarans à vela de luxo. No salão estavam em exposição os modelos 380, 450 e 560. E era também apresentado o novo 400S2. Visitámos o Lagoon 560, um impressionante e luxuoso apartamento náutico. Tem um deck com um enorme salão, com zona de refeições, de convívio e cozinha, um quarto especial para o proprietário e mais dois quartos para convidados, todos com quarto de banho. A ponte foi concebida para o governo desta embarcação ao centro, com toda a simplicidade em qualquer manobra, com os molinetes eléctricos. e as escotas, aderiças e mordedores tudo à mão. Quanto a zonas para os banhos de sol, existem muitas e é só escolher, pois o barco navega sempre direito. Quicksilver No stand da Touron, que no nosso país tem a Touron Portugal, encontravam-se diversos barcos da gama Activ da Quicksilver e também o novo Activ 705 Cruiser, juntamente com outros produtos que representam para


Notícias do Mar

a Península Ibérica, como os motores fora de borda Mercury e Mariner, motores Mercruiser, motores Cummins diesel e semi rígidos Walker Bay e Valiant. Activ 705 Cruiser é a novidade desta marca americana, que se destaca por dois aspectos importantes, poço desimpedido e amplo, concebido tanto para a pesca como para a vida a bordo. Salienta-se o interior, com grandes dimensões e a possibilidade de num modo simples, transformar o espaço que o mobiliário oferece. Com imaginação o salão permite uma versatilidade pouco comum num barco deste segmento. Realça-se o excelente nível de acabamento, os pormenores repartidos por todo o barco e o equipamento de série, bastante completo. Os acessórios são também elementos muito importantes pois permitem oferecer quatro packs distintos: Comfort, Cruising e Cruising de Luxe e Eletrónica. Com um motor Verado de 200 HP alcança cerca 30 nós em velocidade de ponta. Com a oferta deste pack por 42.900 € e com a oferta do IVA no Salão, praticamente este conjunto não tinha concorrência. Sessa Marine A Sessa Marine é representada em Portugal pela Limatla, cujo administrador Rui Ferreira, mais uma vez lá estava no Salão a receber os clientes que de Portugal foram para ver as novidades em primeira mão. Sessa Key Largo 24 Inboard é a última versão da completíssima série dos Key

Key Largo 24 e Key Largo 27 Largo do estaleiro italiano Sessa Marine, inspirando-se no Key Largo 27 de motor interior. O novo Key Largo 24, alterou agora o seu programa, incorporando um motor interior Z-Drive a gasolina da Volvo Penta, o 5.7 GXi com hélice DuoProp que proporciona 300 HP, potência mais que suficiente para cumprir com o objectivo desportivo deste Key Largo. A instalação deste motor em nada afecta a estrutura da embarcação, tira um pouco de espaço na popa que fica completamente reformada para obter uma fantástica plataforma de banho. Esta complementa-se ainda com um espaçoso solário à popa, que é o mais amplo, dentro destas dimensões de embarcações, O Key Largo 24 Inboard tem um amplo poço, com bancos

individuais à frente e um banco corrido à popa, cabina e um grande solário igualmente à proa. Dentro da linha marinheira

com o casco em V profundo, característica da gama, este novo conjunto é perfeitamente equilibrado e mostra um estilo muito desportivo.

Key Largo 24 2012 Outubro 310

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Pesca Desportiva

Texto e Fotografia: Mundo da Pesca

Pesca Embarcada

Dias de Choupas O Que Fariam Dois Campeões?

Criámos um cenário de pesca e dois pescadores de topo estão no barco. A pesca está a ser feita aos diversos mas de repente começam a sair mais umas choupas, algumas de bom tamanho.

S

endo este um dia de pesca “normal”, fora da competição pedimos a José Luís do Costa do Algarve

e a Paulo Patacão de Setúbal que nos explicassem o que fariam para cada uma das situações que lhes colocamos e nos mostrassem o seu ponto de vis-

José Luís Costa 18

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ta na pesca a este peixe. Afinal, cada pescador tem a sua forma de interpretar cada momento da pesca e pode ser que daqui tire algumas ilações que lhe sejam

benéficas. Mundo da Pesca Assim que vissem que o que começava a sair mais eram

Paulo Patacão


Pesca Desportiva

É necessário saber primeiro o que é que o peixe está a comer choupas de bom tamanho, o que fariam? José Luís Costa – Primeiro que tudo observar o que elas estão a comer, com isto estou a dizer, começar a perguntar aos colegas de grupo (amigos) que estão a bordo, qual o isco?…, para então começarmos a colaborar, a fim de que elas também colaborem conosco; à medida que vão saindo alguns exemplares com medida legal (23cm) é muito importante haver um diálogo entre todos a bordo…, “entre amigos não pode haver segredos”, certo? Então? Não tenham vergonha de perguntar ao amigo que está a tirar uns peixes qual é o isco! Que tamanho de estralhos, nº de anzol… enfim. De maneira a entender como é que “elas” estão a entrar nalgumas canas e não na nossa. Em segundo lugar, se começarem a entrar choupas

de bom tamanho e “francas de comer”… aumentar um pouco de nº de anzol e linhas, isto para evitar algumas bogas e peixe mais miúdo que ande por ali. Todos nós sabemos que a choupa “grada” – grande - é um peixe nobre e que não se dá por vencido muito facilmente, ainda por cima tem uma boca frágil; aconselho o uso do “tradicional chicote” para evitar dissabores, que acontecem muitas vezes, como o rompimento da boca do peixe! Observação: a montagem que opto nesta situação de pesca será uma madre 0.34mm com um estralho de um bom fluorocarbono 0.28mm de 40 a 45cm, acompanhado de um bom anzol nº 2 a 1/0; a isca: “elas é que sabem, e escolhem…”. Paulo Patacão Quando as choupas entram num pesqueiro o melhor é pes-

Quando entram choupas grandes deve-se aumentar o anzol

Deve-se observar como estão a pescar os companheiros para escolhert o anzol

As choupas têm a boca frágil é preciso ter cuidado e usar o chicote

Depois de perceber o que choupas gostam é só pescá-las 2012 Outubro 310

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Pesca Desportiva

Quanto o peixe deixa de comer deve-se alterar a montagem car com estralhos um pouco maiores, com cerca de 45cm e fio entre 0,23 e 0,26mm, dei-

xando a pesca um pouco mais solta, sem tensão na linha, para que a iscada se apresente o

Devemos fazer uma boa iscada, de preferência atada 20

2012 Outubro 310

Nas horas mortas, muda-se de isca para apanhar um dos maiores melhor possível ao peixe, permitindo assim que comam mais francamente e se ferre melhor o que leva até, na maioria das

vezes, a que o peixe embuche. MP - O peixe começou a comer menos bem. O que al-

Para as choupas o anzol deve ser mais aberto


Pesca Desportiva

teravam primeiro? Aquilo com que estavam a iscar ou a montagem e estralhos? JLC - Neste caso, o que acho é que nós temos que tentar de tudo um pouco, mas não tenham ilusões, normalmente quando o peixe deixa de comer e tem uma transição de boa “comedia” para depois fechar a boca… hummm… mal da “volta”… muitas das vezes o que acontece é que a corrente fica mais forte e a favor dos “bordos” e aí, o pessoal do bordo contrário dificilmente consegue chegar onde estão os companheiros a pescar uns peixes invejáveis, mas a pesca é mesmo assim… Observação: os peixes invejáveis levam a muitas “situações”; rodadas, apostas, bocas e afins entre amigos a bordo… “A pesca é como Las Vegas… o que vai para lá… fica lá!” PP - Em primeiro lugar alterava a montagem passando a estralhos mais curtos entre os 35 e os 40cm para que se possa reagir melhor ao toque e ferrar o peixe, fazendo iscadas mais pequenas tentando não deixar pontas de isca penduradas.

te que os restantes diversos? JLC - Truque acho que não. Temos é que tentar nos aperceber o que elas estão a gostar naquele momento e adaptarmos a nossa pesca da melhor forma possível, isto porque o que acontece muita das vezes é nós não sermos rápidos o suficiente enquanto… “elas estão de maré”, pelas mais variadas razões. Depois de elas fecharem a boca não vale a pena as lamentações e os “ses”. Há sempre os que têm azar, os “chorões” e os “outros”) o que conta é o que está no fim do dia na nossa geleira.

Quando o peixe diexa de comer, pode andar lá em baixo algo maior

MP - Qual a situação em que alterava a iscada? JLC - Normalmente é precisamente a situação anterior que me leva muitas vezes a ir ao saco das canas e preparar algo mais “forte e feio”… isto porque muitas vezes o peixe deixa de comer e a razão é que algo de maior anda lá em baixo; para mim é a oportunidade de tentar um peixe maior. As horas “mortas” e de menos atividade muitas vezes revelam-se de grandes surpresas com peixes, que muitas vezes são os das nossas vidas. Filetes inteiros de cavala, ou mesmo viva, choco, lula, sardinha… etc., são aconselhados, sempre em iscadas generosas. PP – Pessoalmente alterava a isca só na situação de o peixe estar a comer mal, fazendo iscadas mais pequenas a cobrir só o anzol e experimentava também outros tipos de isca até obter o sucesso desejado. MP - Têm algum truque que põem em prática sempre que a choupa está mais presen2012 Outubro 310

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Pesca Desportiva

Deve-se fazer uma boa iscada, tipo chucha PP – Não acho que seja um truque. Geralmente opto por fazer uma boa iscada, ou como chamamos uma boa “chucha” e de preferência atada.

Deixar a linha com pouca tensão para fazer duplas ou triplas

MP - Qual o formato e tamanho de anzol preferido para as choupas. JLC - Os que mencionei na primeira pergunta. PP - Para as choupas o anzol deve ser mais aberto tipo Keiryu nº2 ou um Chino nº4. MP - Tendo em conta a forma de comer da choupa, qual a forma de iscada que prefere? JLC - A choupa, quanto a mim não tem um “comer” muito específico e não é muito esquisita a comer quando tem fome, sendo normal entrar peixes variados junto a “elas”; temos é que estar muito atentos aos variados toques na ponteira da nossa cana e saber diferenciá-

Deve-se deixar as choupas mamar à vontade 22

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los, normalmente as iscadas são sempre generosas e temos que as deixar “mamar” um pouco, aliviando muitas vezes a nossa pesca e retificando a tensão da nossa linha de forma a conseguir “enganá-las”. PP - Uma boa iscada tipo “chucha” ou uma iscada esfarrapada costuma funcionar bem. MP - Prefere ir ao toque ou deixar o peixe comer? Deixa a ponteira mais folgada ou tem a linha esticada? JLC - Acho que respondi na pergunta anterior deixo sempre que as choupas “mamem” à vontade. PP - Num pesqueiro com muitas choupas prefiro deixar o peixe comer com a ponteira direita e com pouca tensão no fio, normalmente dá bons resultados permitindo bastantes duplas e triplas... quando há choupas.

Quando as choupas entram, fazem-se boas pescarias


Electrónica

Notícias Nautel

Soluções para o Cumprimento da Palamenta de GMDSS em Embarcações de Recreio Não se trata de um assunto novo, mas é por vezes útil relembrar alguns temas básicos particularmente nos cuidados com a segurança a bordo, e correspondentes obrigatoriedades legais.

S

ucintamente, as embarcações de recreio em Portugal dividemse em 5 categorias, quanto à sua área de navegação. CLASSE 5 - Embarcações para Navegação em Águas Abrigadas, concebidas e adequadas para navegar em zonas de fraca agitação marítima, junto á costa e em águas interiores, nelas se incluindo as motos de água e embarcações de comprimento inferior a 5m (considera-se geralmente a zona correspondente a 3 milhas de um porto). CLASSE 4 - Embarcações para Navegação Costeira Restrita, concebidas e adequadas para navegação costeira, até uma distância não superior a 20 milhas de um porto de abrigo e 6 milhas da costa CLASSE 3 - Embarcações para Navegação Costeira, concebidas e adequadas para navegação costeira, até uma distância não superior a 60 milhas de um porto de abrigo e 25 milhas da costa. CLASSE 2 - Embarcações para Navegação ao Largo, concebidas e adequadas para navegar ao largo, até 200 milhas de um porto de abrigo. CLASSE 1 - Embarcações para Navegação Oceânica, concebidas e adequadas para navegar sem limite de área. A cada classe corresponde um tipo de obrigatoriedade de palamenta de segurança, em que parte é composta por equipamentos de matriz eletrónica. Os requisitos obrigatórios mínimos para cada uma das classes podem ser satisfeitos com os seguintes tipos de equipamento: Classe 5: nenhuma obrigatoriedade. Recomenda-se no entanto o uso de pelo menos um radiotelefone portátil de VHF, com os seus normais 54 canais internacionais Classe 4: Obrigatoriedade apenas de um radiotelefone de VHF fixo, com DSC Classe D (Chamada Seletiva Digital, para uso do botão de emergência) Classe 3: Obrigatoriedade do Radiotelefone de VHF fixo com DSC Classe D, e de uma EPIRB 406/121,5MHz (Radiobaliza de Localização de Sinistros, portátil ou fixa). As baterias das EPIRB’s têm prazo de validade. Terão que ser substituídas (em empresas certificadas) caso o prazo tenha expira-

do, ou após situação de terem sido usadas numa emergência. Classe 4 e 5: Obrigatoriedade dos equipamentos da Classe 3, mais um Recetor de Navtex e um Radiotelefone portátil de VHF de Emergência GMDSS (diferentes do vulgar radiotelefone portátil de VHF, sendo que têm que ter uma bateria normalmente de cor amarela ou laranja, e não recarregável, e com selo que só se pode quebrar em situação de necessidade de uso em emergência). As baterias têm também um prazo de validade ao fim do qual, usadas ou não, terão que ser substituídas. Também terão que ser substituídas em caso de usadas, antes do fim do prazo de validade. A solução proposta pela Nautel para este tipo de rádio permite uma flexibilidade particular: O rádio pode ser adquirido numa configuração de dupla bateria, uma convencional recarregável mais o seu carregador, e a outra, a de emergência, só para ser colocada no rádio nessas alturas, ou nas ocasiões das inspeções pelas autoridades. Este resumo não dispensa a consulta à legislação em vigor. Os equipamentos que a Nautel mais aconselha, para satisfação de todos estes requisitos, são os que a seguir se apresentam.

Radiotelefone portátil de VHF de emergência : ENTEL HT649

Classes 1 e 2 : Navtex : Nasa Target Pro Plus ou NASA CLIPPER Navtex

Radiotelefone de VHF fixo com DSC Classe D

Classes 3 e 4 : Os anteriores menos o Navtex e o Radiotelefone portátil de VHF, de emergência Classe 5 : Não sendo obrigatório nada, o uso de um convencional Radiotelefone Portátil de VHF, é recomendado. Os modelos da Navicom RT320 (totalmente estanque) e RT300, são ideais para esta situação.

EPIRB : Uma dos vários modelos da marca GME

Para preços consultar www. nautel.pt ou revendedores em qualquer ponto do país. 2012 Outubro 310

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Notícias do Mar

Campeonato Nacional de Fotografia Subaquática 2012 - Açores

Filomena Sá Pinto Campeã Nacional O XXI Campeonato Nacional de Fotografia Subaquática realizou-se de 19 a 23 de Setembro de 2012, em Santa Maria, nos Açores, sob influência da tempestade tropical “Nadine”, cuja organização esteve a cargo da FPAS-Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e contou com o apoio do CNSM- Clube Naval de Santa Maria.

O

Filomena Sa Pinto - 1ºAmbiente

Filomena Sa Pinto - Macro 24

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campeonato nacional de fotografia subaquática tem por finalidade apurar o campeão nacional desta modalidade e este ano foi disputado em condições de mar pouco próprias para a prática da modalidade, face às adversas condições meteorológicas que se traduziram em mar bastante alterado, com vagas de dimensões excepcionais, vento forte e chuva copiosa. A organização e participantes tiveram que levar por diante a árdua tarefa de conseguir concretizar mais esta edição do campeonato nacional, pondo à prova os meios humanos e técnicos disponibilizados localmente pelo Clube Naval de Santa Maria e pelos Centros de Mergulho que colaboraram na competição. Inicialmente estava agendada a realização de 4 imersões distribuídas por dois dias de prova, mas, apesar da boa vontade da organização e dos participantes, que ainda tentaram no segundo dia sair para o mar, este campeonato nacional resumiu-se apenas a uma jornada de prova com duas imersões, reduzindo assim a produtividade dos trabalhos obtidos pelos

fotógrafos a cerca de metade do que seria expectável. Por esse motivo as cinco fotografias que cada atleta teria que submeter à apreciação do júri, designadamente uma foto por cada tema em competição – Foto Ambiente, Foto Ambiente com Modelo/Mergulhador, Foto Macro, Foto Macro com tema obrigatório (este ano o tema escolhido foi o espirógrafo) e Foto de Peixe - foi reduzido face às condições limitadas em que se desenrolou a competição, para apenas três fotos a apresentar a concurso nas categorias Am-

Filomena Sa Pinto - Peixes


Notícias do Mar

biente com ou sem mergulhador, Macro e Peixe. Apesar do mau tempo, o fantástico mar dos Açores proporciona sempre momentos de rara beleza e, mais uma vez, os fotógrafos nacionais demonstraram a sua inegável qualidade, ao presentearem o júri e a plateia reunida na biblioteca da Vila do Porto, onde foram apresentadas as fotos obtidas no decorrer da prova, com excelentes trabalhos fotográficos. A cerimónia pública de entrega de troféus e encerramento da competição teve lugar também nesse mesmo local, uma muito bem conseguida obra de recuperação de um antigo edifício no centro da vila, que contou com a presença do Director Regional do Turismo – Miguel Cymbron, do Presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto – Carlos Rodrigues, do Presi-

Victor Medeiros - 1º Peixes dente da Junta de Freguesia de Vila do Porto – Ricardo Sousa, do Presidente do Clube Naval de Santa Maria – Pedro Silveira

e do representante da Direcção da Federação da Portuguesa de Actividades Subaquáticas – Lourenço Silveira.

Bruno Sousa - 1º Macro

Após a votação do júri que foi composto por conhecidos fotógrafos subaquáticos nacionais - Armando Ribeiro, Luís Quinta, Luís Sarmento, Nuno Sá e Rogério Silva - a classificação geral ficou assim ordenada por atleta/modelo: 1 – Filomena Sá Pinto / Susana Sá Pinto (Campeã Nacional e Melhor foto Ambiente) 2 – Pedro Vasconcelos / Ana Carvalho 3 – Nuno Gonçalves 4 – Manuel Silva / Marco Cabral 5 – Bruno Sousa (Melhor foto Macro) 6 – Rui Palma / Carla Siopa 7 – Victor Medeiros / Miguel Oubina (Melhor foto Peixe) 8 – José Azevedo 9 – José Carvalho / Teresa Sousa 10 – Gorette Pestana 11 – Alexandre Matos / Paulo Corte Real 12 – Rui Janarra / Fátima Rocha 13 – Nelson Deus As fotos da prova submetidas a concurso pelos fotógrafos podem ser observadas no sítio internet da FPAS (www.fpas.pt).

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Texto Carlos Salgado

O Tejo Ibérico a Património da Unesco O entrevistado de hoje é o senhor Almirante José Bastos Saldanha, Presidente da Direcção da Associação Tagus Universalis Portugal.

Fotografia: Zélia Silva

C

Almirante José Bastos Saldanha Xira. C.S.- Que motivações concorreram para uma projeção transnacional? J.B.S.- Os primeiros fundamentos desta iniciativa começaram por indiciar a valia excepcional do Tejo em todo o seu curso, em termos da monumentalidade do conjunto

Fotografia: Rui Cunha

omeçámos então pela primeira pergunta. C.S.Senhor Almirante, tem vindo a ser notícia a candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade, a Tagus Universalis; que evolução tem tido este processo? J.B.S. - A questão simples que coloca, sugere-me uma ideia central que desenvolverei em seguida, atentando na sua resposta: “A paisagem cultural do Tejo Ibérico e a sua inscrição na Lista de Património Mundial da UNESCO: um projeto das comunidades taganas”. C.S.-Como nasceu esta iniciativa? J.B.S. - Uma das conclusões do II Congresso do Tejo, realizado em Lisboa em 24 e 25 de Outubro de 2006, foi a de promover a candidatura para inscrever a paisagem cultural do Tejo Ibérico na Lista de Património Mundial da UNESCO, iniciativa de que se incumbiu a Associação dos Amigos do Tejo. Com esse propósito, realizaram-se em 2009 dois encontros ibéricos, de que saíram a Declaração de Vila Franca de Xira de 20 de Junho e as deliberações de Talavera de la Reina, em 24 e 25 de Setembro, as quais: a) reconheceram, face às valências existentes, o enquadramento daquela candidatura no conceito de paisagem cultural previsto no Artigo 1.º da Convenção das Nações Unidas para a Protecção do Património Cultural e Natural Mundial, b) reafirmaram o propósito das Partes prosseguirem o desenvolvimento da candidatura em rede transnacional mediante a assinatura de um protocolo de geminação entre a Tagus Universalis de Espanha e a Tagus Universalis de Portugal e c) reafirmaram os termos da supracitada Declaração de Vila Franca de

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do acervo patrimonial, natural e cultural, e da singularidade no contexto ibérico e europeu, apelando para a sua concretização por intermédio de um amplo movimento transnacional. Daqui decorreu com singeleza um compromisso societário, a Declaração de Vila Franca de Xira, que assume integrada e plenamente o excecional património cultural e natural que o Tejo entrelaça e, além disso, o propósito inabalável dos seus Povos, ultrapassando um antagonismo atávico, se aproximarem para resolver em cooperação e de forma pacífica, solidária e equitativa os complexos problemas do desenvolvimento socioeconómico na senda irreversível da sustentabilidade, honrando a sua responsabilidade de cidadania perante as gerações passadas e face às vindouras. C.S.- Uma paisagem cultural viva ou fóssil? J.B.S.- O valor patrimonial e as interacções significativas com os povos que o bordejam e a ele ligados permitem considerar o Tejo

como paisagem cultural, segundo o estipulado no Artigo 1.º da Convenção, enquadramento genérico que todavia convém distinguir, de entre as diversas categorias de paisagem cultural previstas no Anexo 3 das Linhas de Orientação para o Implemento da Convenção sobre o Património Mundial, a que melhor se adequa ao caso desta candidatura: uma paisagem contínua organicamente evoluída com uma sociedade contemporânea ativa em estreita relação com o modo de vida tradicional, mantendo o processo de evolução em curso e, ao mesmo tempo, cuidando de preservar a evidência material desse processo. Uma paisagem viva! C.S.- Como se processa a candidatura? J.B.S.- A candidatura a formalizar pelos Governos de Portugal e de Espanha, mediante inscrição prévia no Centro do Património Mundial da UNESCO, terá de comprovar perante a Comissão do Património Mundial da UNESCO o excecional valor universal do Tejo e a sua representatividade em termos de região geocultural e também a capacidade de assinalar os seus elementos culturais, essenciais e distintivos. No complexo processo de candidatura a desenvolver refira-se a imprescindibilidade da participação das comunidades locais. Conhecidos os fundamentos e o enquadramento jurídico, importa saber como vai a Associação Tagus Universalis Portugal construir no nosso País, em paralelo com o esforço a desenvolver pela sua congénere espanhola, argumentação convincente e decisiva à aceitação da candidatura pelo Governo Português na expectativa de um entendimento favorável com o Governo Espanhol. C.S.- Associação Tagus Universalis Portugal: uma intervenção transitória? J.B.S.- A Associação dos Amigos do Tejo promoveu em 14 de Janeiro de 2009 a constituição estatutária da Associação Tagus Universalis Portugal, cuja primeira Assembleia-Geral se realizou em 25 de Março de 2010 e, na sessão seguinte de 1 de Abril, foram eleitos os corpos sociais e aprovados o regulamento interno e o plano de actividades trienal, em que está presente a finalidade da Associação de “influenciar decisivamente a Sociedade Portuguesa − em cooperação com a sua congénere Tagus Universalis Espanha − para que a


veis de um tal labor permitirão: a) a compilação do Atlas das Paisagens do Tejo, nele constando “tanto os valores patrimoniais de excelência como os aspetos que, não sendo de um valor ou raridade excecionais, têm relevância para que possam ser considerados no quadro de uma gestão sustentável das paisagens do quotidiano que, por sua vez, enquadram e garantem a conservação ou proteção das que apresentem um valor universal” e b) o processo comunicacional inerente ao mesmo esforço vai permitir desenvolver com as redes sociais locais uma perceção mais ampla sobre o Tejo e a sua paisagem cultural, por intermédio da construção ascendente de uma Rede Transcomunitária das Paisagens do Tejo Português. Ressalve-se, contudo, que a aplicação com sucesso do Roteiro depende da operacionalização eficiente, a curto prazo, da estrutura da paisagem do Tejo. C.S.- O que é a estrutura da paisagem do Tejo? J.B.S.- Para aplicação do Roteiro foi estabelecida uma estrutura simples, em rede, de quatro pólos locais (“Tejo Superior e Internacional”, “Médio Tejo/Vale do Zêzere”, “Vale do Tejo - Lezíria/Vale do Sorraia” e “Estuário do Tejo”) em ligação com a Área Metropolitana de Lisboa, comunidades intermunicipais, 33 municípios e comunidades locais, articulados por um pólo central coordenador da boa execução do mesmo Roteiro. Está em curso um conjunto de tarefas conducente à ativação plena dos pólos locais, que se iniciou com a constituição de núcleos dinamizadores dos mesmos pólos e de ligação às comunidades e vai prosseguir com a aliciação para esta nobre causa

Portas de Rodão de todos os atores políticos, académicos, autárquicos, económicos e sociais que lhe são essenciais. Um Tributo Decorridos mais de dois anos após a eleição dos primeiros corpos sociais, a Associação Tagus Universalis Portugal dispõe de um conceito e dos instrumentos de trabalho essenciais para contribuir significativamente, a partir da realidade paisagística do Nosso Tejo, para que a paisagem cultural do Tejo Ibérico seja inscrita na Lista de Património Mundial da UNESCO. Independentemente da candidatura se não concretizar, importa assinalar que todo o esforço já realizado (e a realizar) pela parte portuguesa tem o merecimento de tornar evidente a relevância dos desprezados valores paisagísticos no nosso País; de captar o sentido holístico do conceito de paisagem cultural no entretecer de Natureza, Cultura e Humanidade; de propiciar o reconhecimento da exuberante diversidade e da com-

plexidade coexistente das unidades de paisagem do Nosso Tejo e finalmente, o mais importante, de se render enternecido ao mosaico plural de patrimónios e culturas que identificam as nossas comunidades taganas, as tornam únicas e as elegem como atores principais da paisagem cultural. Tudo isto vale um elementar exercício de cidadania! Um tributo. É altura de prestar público agradecimento às individualidades e aos membros da Associação Tagus Universalis Portugal que têm prestado uma colaboração voluntária inestimável no desenvolvimento deste projeto. É justo reconhecer a rede informal de cumplicidades em torno das paisagens do Nosso Tejo que paulatinamente se vai urdindo ao ritmo empático das relações pessoais e com a disponibilidade para trabalho voluntário, uma comunidade de afetos essencial ao bom êxito da candidatura para inscrição da paisagem cultural do Tejo Ibérico na Lista de Património Mundial da UNESCO.

Fotografia: Rui Cunha

paisagem cultural do Tejo Ibérico seja inscrita na Lista de Património Mundial da UNESCO e assegurar que seja preservado o seu excecional valor universal”. Uma vez cumprida a finalidade a que se propôs a Associação será extinta. C.S.- Quando se iniciou a caminhada? J.B.S.- O esforço encetado pela nossa Associação permitiu, em 19 de Fevereiro de 2011, no Encontro “Compreender a paisagem cultural do Tejo e os seus valores” apresentar publicamente a ideia da candidatura, apreciar o conceito de paisagem cultural aplicável e orientar o trabalho subsequente, considerando: a) a diversidade e complexidade das unidades de paisagem do nosso Tejo, b) o desejável envolvimento, desde o início do processo, das comunidades locais e das autarquias e c) a formulação de um plano de ação sob a forma de um roteiro simples, adequado e exequível (e percetível pelas comunidades). C.S.- Como se construiu o Roteiro? J.B.S.- O Manual sobre Conservação e Gestão de Paisagens Culturais do Património Mundial editado pelo Centro do Património Mundial da UNESCO aponta as diversas fases do Roteiro a prosseguir que, todavia, teve de ser complementado para se preservar e valorizar primeiro a diversidade e complexidade da paisagem do Nosso Tejo no seu conjunto, permitindo uma perceção mais ampla e inclusiva por todas as comunidades locais e autarquias com salvaguarda da coesão nacional e transcomunitária face a um complexo processo de identificação transnacional de uma paisagem cultural. Neste sentido, foi concebida uma metodologia complementar para definir objetivos de qualidade paisagística do Nosso Tejo a partir dos grupos e unidades de paisagem abrangidos – classificados na escala 1:250.000 segundo a obra “Contributos para a Identificação e Caracterização da Paisagem em Portugal Continental”, Volume III, editado pela DGOTDU em 2004 – e da consulta à população e atores locais com utilização de doze fichas-tipo por unidade e subunidade de paisagem do Tejo que incluem questionários à escala local. C.S.- Como vai ser aplicado? J.B.S.- Em 26 de maio de 2012 no Encontro “A Paisagem cultural do Tejo: Um processo de reconhecimento”, foi possível expor publicamente o Roteiro compósito cujos próximos passos intentam, como foi acima referido, na definição de objetivos de qualidade paisagística. Os resultados expectá-

Fotografia: Rui Cunha

Notícias do Mar

Sagres no estuário do Tejo 2012 Outubro 310

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Notícias do Mar

Conhacer e Viajar pelo Tejo

Texto Carlos Salgado

Candidaturas...

O Quê, Porquê, Quem, Como e Quando? Aproveito a oportunidade para falar sobre Candidaturas, umas a Património da Humanidade e outras a Património Nacional. Fico triste quando vou aqui ao lado à nossa vizinha Espanha e encontro lá uma imensidade de Patrimónios Culturais e Naturais que foram declarados pela Unesco como Património Mundial da Humanidade.

T

candidaturas têm sido “chumbadas“ ! Então, porque razão isso tem acontecido? Há quem diga que isso aconteceu pelo facto dessas candidaturas terem sido mal preparadas e fundamentadas, mas o que se sabe é que isso não sucedeu por falta de meios financeiros ou por falta de membros das comissões e grupos de trabalho eleitos e de consultores para a fundamentação dos respectivos processos. Quanto às candidaturas a patri-

mónio nacional, elas andam por aí e há quem sem fundamento, com manobras de diversão, queira vender gato por lebre, mas enfim é o país que temos. Mas não deixa de ser os portugueses a pagar todas essas pretensiosas candidaturas, tanto ao nível mundial como nacional. Mas eu conheço uma louvável excepção que pode servir de exemplo à sociedade civil. Estou a referir-me a uma candidatura que

Fotografia: Rui Cunha

riste porque no meu país são muito poucos os patrimónios que foram reconhecidos e declarados por aquela entidade internacional, o que não significa que isso se deve à falta de qualidade e valor dos nossos patrimónios nem por falta de candidaturas apresentadas à Unesco, ou sobretudo por falta de apoios financeiros para a elaboração dos respectivos processos. A verdade é que essas

tem vindo a desenvolver o seu trabalho sem apoios financeiros, mas mesmo assim prossegue com grande determinação e empenho, graças a um puro exercício de cidadania. Estou a referir-me concretamente à Candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade - TAGUS UNIVERSALIS, que tem vindo a registar declarações da apoio e solidariedade da parte de entidades e individualidades portuguesas e espanholas, tais como: Presidente da Assembleia da República Portuguesa, Gabinete do Primeiro Ministro de Espanha, Ministro do Ambiente do Governo de Portugal, Embaixador de Espanha em Portugal, Embaixador de Portugal em Espanha, Dr. Jorge Sampaio, Confederación Hidrográfica del Tajo, Administração da Região Hidrográfica do Tejo, Universidade de Castilha La Mancha de Madrid, Administração do Porto de Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa e diversos Presidentes dos Municípios Ribeirinhos portugueses e dos Alcaldes de Aranjuez e de Talavera de la Reina, entre outros. É um projecto das comunidades taganas que está a prosseguir com um trabalho, sério, objectivo e concreto, que tem vindo a ser desenvolvido por um Pólo Coordenador Central e por Pólos Locais, multidisciplinares, ao longo do Tejo, que está a envolver a sociedade civil. Penso que desta forma a Associação Tagus Universalis de Portugal está no bom caminho e a candidatura que está a preparar vai, por certo, ter êxito.

CANON Leva 7 Meses com uma Câmara 10D na sua Oficina e Não Repara

É

uma vergonha a forma como a Canon em Portugal, através da empresa credenciada Photo Station Lda., trata seus clientes. Recebem equipamentos para consertos aos quais fornecem orçamentos, alegam que as peças estão a caminho do Japão (pois não há estoques de peças de reposição), o cliente aguarda 7 meses, e, depois de confirmar por telefone que o equipamento está pronto e reparado, descobre que tudo não passou de uma mentira. No documento ao lado a empresa alega que a Canon não fabrica mais a peça necessária para reparação. Ora, prezados leitores, como é possível uma marca que vendeu milhares de câmaras fotográficas modelo 10D em todo o mundo, parar de fabricar uma peça fundamental, como é o caso do disparador (shutter). Parece proposital esse procedimento, para obrigar profissionais a comprarem equipamentos equivalentes (novos modelos) a preços exorbitantes. Fica aqui nosso protesto e certamente de outros profissionais lesados pela Canon, com essa política de não fornecer peças necessárias as reparações de suas câmaras fotográficas. Gustavo Bahia- Jornalista e Repórter Fotográfico

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Mergulho

Curso de Pós Graduação

Especialização em Medicina Hiperbárica e Subaquática Vai realizar-se um Curso de Pós Graduação para a Especialização em Medicina Hiperbárica, numa iniciativa conjunta da Escola Naval, Faculdade de Medicina de Lisboa e o Instituto de Formação Avançada

S

endo a Medicina Hiperbárica e Subaquática uma área do conhecimento em franco crescimento no nosso País, e existindo já esta Competência Médica com um Colégio de Especialidade constituído na Ordem dos Médicos, seria natural esperar-se que também a formação específica fosse disponibilizada em território nacional com maior frequência do que o que se tem verificado nos últimos anos. Dada a carência de mais meios humanos para cobrir as necessidades nacionais em equiparação ao que se passa

no resto do mundo, a Escola Naval, conjuntamente com a Faculdade de Medicina de Lisboa e o Instituto de Formação Avançada, vão dar inicio a um Curso de Pós Graduação para a Especialização em Medicina Hiperbárica e Subaquática, com 15 vagas, destinado a licenciados em Medicina, Medicina Veterinária, Ciências Farmacêuticas e Enfermagem, o que acontece pela primeira vez no nosso País, uma vez que anteriormente apenas licenciados em Medicina podiam concorrer a esta especialização. Dada a formação teórica e prática do Curso, no fim de

concluído o mesmo com aproveitamento, para além do Diploma, os candidatos ainda são Certificados com o Título Nacional de Mergulho. Os prazos de candidatura são até 26 de Outubro de 2012, podendo a mesma ser efectuada em www.fm.ul. pt/IFA. Para mais informações poderse-ão utilizar os email: instfa@fm.ul. pt ou escolanaval@ marinha.pt

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Motonáutica

UIM F1H2O World Championship

Texto e Fotografia Gustavo Bahia

Alex Carella Vence GP da China em Liuzhou

Carella venceu na China e pode conquistar o segundo campeonato

O piloto italiano Alex Carella venceu a 4ª etapa do UIM F1H2O World Championship realizado em Liuzhou, na China e assumiu a liderança do campeonato com 59 pontos. Com grande promoção o GP da China vem se tornando o mais bem organizado de todos, sempre com muito sucesso e grande público.

A

segunda vitória de Alex Carella nesta temporada fez com que o piloto da Equipe do Qatar tomasse a liderança do campeonato de Ahmed Al Hameli, que vinha na liderança com 9 pontos de vantagem. O piloto do

Team Abu Dhabi não pode participar da prova na China por motivo de saúde. Al Hameli encontra-se em Baltimore, nos Estados Unidos em recuperação de uma operação para retirada de um tumor. Seu afastamento foi uma grande perda para o Team Abu Dhabi e

para o campeonato, já que Al Hameli tinha todas as condições de tornar-se campeão em 2012. Team Abu Dhabi mostra força mesmo sem Al Hameli Majed Al-Mansoori foi o piloto

Thani Al Qamzi chegou em segundo mas não tem hipoteses de lutar pelo campeonato 30

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temporariamente escolhido por Salem Al-Romaithi, dirigente do Abu Dhabi Marine Sports Club, para substituir Ahmed Al-Hameli durante seu afastamento. Uma boa opção com certeza, pois Al-Mansoori tem muita experiência em várias categorias, tendo já participado em provas de F1H2O nos anos anteriores nos Emirados. Terminou em 6º lugar em Liuzhou. Tendo voltado a condição de Team líder, Thani Al-Qamzi mostrou que tem todos os predicados para isso, lutou com Carella pela liderança da prova durante o último segmento da corrida, interrompida com várias bandeiras amarela face aos acidentes. Thani terminou a prova em 2º lugar a apenas 6.86 de Carella. Foi uma demonstração de força da equipa de Abu Dhabi, onde esperam ansiosos o pronto restabelecimento de Ahmed Al Hameli e seu retorno as competições. Philippe Chiappe põe CTIC China Team no Podium O piloto francês Philippe Chiappe, primeiro piloto da equipe da China, fez mais um Podium nesse campeonato, e dessa vez na China, para delírio dos milha-


Motonáutica

Majid Al Mansoori teve o barco de Al Hameli ainda hospitalizado nos Estados Unidos res de chineses que estiveram presentes em Liuzhou. Chiappe, um dos melhores e mais regulares pilotos de F1H2O, encontrase em terceiro lugar na tabela do campeonato com 48 pontos e com a melhor oportunidade de sua carreira de tornar-se Campeão Mundial. Os 11 pontos que o separam de Alex Carella, é uma diferença que pode ser eliminada nas duas etapas que faltam para o término da temporada nos Emirados Árabes Unidos (Abu Dhabi e Sharjah). O afastamento de Al Hameli facilitou ainda mais a vida de Chiappe, que pode ser a surpresa nesse fim de temporada. Qatar Team tem Shaun Torrente sem licença da UIM após acidente com Sami Selio O piloto americano Shaun Torrente teve sua Super licença suspensa pela UIM, após ter-se envolvido em mais um acidente grave. Desta feita aconteceu na penúltima largada na 11ª volta em Liuzhou, quando seu DACMercury EFI bateu por dentro no barco de Sami Selio, um BABAMercury EFI, quando esse se pre-

parava para assumir a liderança da prova logo na primeira bóia. Os Comissários da UIM e o OOD da prova, consideraram o acidente como de extrema gravidade e falta de espírito desportivo, cancelando a super licença nº7/2012 do segundo piloto do Qatar Team. Em verdade isso não cai como surpresa, pois Shaun Torrente tem conseguido alinhar um número considerável de pilotos na sua lista de inimigos, podemos relembrar o acidente no GP de Portugal, quando o americano tirou deliberadamente Marit Stromoy da liderança da prova em um acidente espectacular. Seguiramse vários outros e inúmeros abandonos, fazendo com que o piloto não seja visto com bons olhos na categoria. Cantando

Philippe Chiappe pode surpreender nas etapas dos emirados e vencer o campeonato

Sami Selio chegou a liderar a prova mas o acidente acabou com as suas expectativas

Os barcos Sul-Africanos com motores de 4 tempos ainda não são competitivos e Al Rubayan entre os seis primeiros Com 38 voltas completadas ao final da prova, assim como o vencedor Alex Carella, o italiano

experiente Francesco Cantando ficou com o 4º lugar e em 5º lugar o piloto do Kuwait, Youssef Al Rubayan, seu melhor resultado desde que estreou na F1H2O.

A sequência mostra o grave acidente causado por Shaun Torrente

Shaun Torrente causador do acidente está fora do campeonato com a licença suspença pela UIM 2012 Outubro 310

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Motonáutica

Texto Gustavo Bahia Fotografia Gustavo Bahia e IOC

UIM World Offshore 225 Championship

Kerem Tuncer e Alpay Akdilek Vencem Etapas de Mersin e Gaziantep

A dupla vencedora da campeonato por antecipação A dupla Kerem Tuncer /Alpay Akdilek da equipa ECI Men Cosmetics (88), venceram as etapas realizadas nas cidades de Mersín e Gaziantep, na Turquia e garantiram a vitória do campeonato por antecipação no ISIKLAR UIM World Offshore 225 Championship.

O

barco 88 da ECI Men Cosmetics dominou todo o campeonato com um total de 12 vitórias em 12 etapas. Nem Michael Schumacker conseguiu tantas vitórias em uma temporada, quando vencia seus campeonatos pela Ferrari. Isso demonstra uma grande superioridade da equipa da fábrica Yuka Yachts, mas deixa também um ponto de interrogação no ar. A pergunta lógica é: “Porque um barco pode vencer sempre em uma categoria onde todos os

barcos são “iguais” pelo regulamento?” Faltando ainda 2 etapas a serem disputadas em Istambul, dificilmente veremos outro vencedor. Óbvio que nosso questionamento é apenas hipotético, pois durante todo o campeonato não houve sequer um protesto contra o barco dos Campeões, o que valida na íntegra suas vitórias. Equipas Besiktas, YKM Sport e Efe Project - Mitsubishi Electric disputam

Jean Marie Van Lancker da UIM conversa com Gustavo Bahia sobra segurança dos cockpits

O barco da GHB Offshore Racing uma volta antes do acidente 32

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as posições secundárias. Para as equipas que estão disputando as colocações secundárias, as etapas finais em Istambul serão determinantes. A Besiktas com o barco nº3 mantém a segunda colocação com apenas 78 pontos de vantagem sobre o barco nº2 da equipa YKM Sport, e um desses barcos deverá conseguir a pontuação necessária para atingir o segundo lugar no campeonato. Em seguida temos o barco nº33 da equipa Efe Project – Mitsubishi Electric que tem 443 pontos a menos do que o Besiktas. Mesmo sendo uma equipa excelente, somente encontrou sua competitividade a partir das etapas de Mersín, e, com essa diferença torna-se impossível


Motonáutica

Um grande susto mas com total segurança os pilotos saíram ilesos apenas com perda matériais para a equipa chegar ao segundo lugar e muito dificilmente conseguirá ultrapassar o barco nº2, actualmente na terceira posição do campeonato. GHB Offshore Racing corre sem Carrasquillo em Mersín e tem acidente A GHB Offshore Racing chegou a Mersín com uma alteração na formação da sua tripulação. Para o lugar do porto-riquenho Juan Carrasquillo, impossibilitado de viajar por motivo profissional, o dono da equipa Gustavo Bahia teve que lançar mão do throttleman reserva o turco Suha Yeneguil. Assim, mais uma vez o piloto português João Filipe Carvalho, teve ao seu lado Suha Yeneguil, assim como nas etapas de Van. Depois de conseguirem a sexta colocação para a largada de sábado, a dupla tinha grande esperança de um bom resultado para subir na classificação geral durante o fim-de-semana em Mersín. Mas nada como um imprevisto, para literalmente água abaixo as esperanças da dupla e da equipa. A perda do motor no meio da curva ao final da grande reta do circuito, acabou com o barco nº27 virado. O barco Yuka

com que corre a GHB Offshore Racing é um dos mais seguros nas classes offshore da UIM, sendo o único com sistema de airbag para facilitar o salvamento. Os pilotos saíram rapidamente do cockpit, primeiro Suha, seguido por João Filipe, antes mesmo das equipas de resgate chegarem ao barco. Segundo o depoimento do piloto João Filipe: ”o barco de repente ficou sem direcção e virou numa fracção de segundo. Ficamos tranquilos, soltamos os cintos de segurança e o Suha abriu a escotilha de saída, por onde passamos rapidamente. Nem usamos oxigénio, não foi necessário tal a rapidez com que saímos do cockpit.” Equipa sem motor não participa da segunda prova em Mersín Apesar dos esforços ilimitados dos mergulhadores da Equipa de Resgate da prova, não foi possível localizar o motor Evinrude 225HO que soltou do barco nº27 da GHB Offshore Racing. Com águas turvas e terreno de lodo com 6 metros de profundidade, tornou-se um trabalho difícil a busca pelo motor. Foram necessários 4 dias de buscas feitas pela equipe de

Ugur Isik conversa com João Filipe sobre o acidente resgate e nos dois dias seguintes pela Guarda Costeira Turca, que terminou por resgatar o motor. O acidente não teve culpado, mas representou um grande prejuízo para a Equipa, afirma Gustavo Bahia, dono da GHB Offshore Racing. “Num ano onde lutamos toda temporada para conseguir outros patrocinadores, esse acidente foi uma grande perda financeira para equipa.”

Mesmo tendo virado numa das provas em Mersin o Besiktas continua na vice liderança do campeonato

Besiktas vira o barco no sábado, mas consegue recuperar motor Outra equipa a ter um sábado difícil foi a Besiktas do barco nº3 da dupla Murat Leki/Tugberk Uca que viraram o barco na entrada da grande reta do circuito. Os pilotos foram resgatados sem problemas, apesar de Murat Leki ter sofrido um corte no rosto ao sair do cockpit. Atendido pelo serviço médico da prova foi posteriormen-

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Motonáutica

decidiu abandonar o campeonato e já não compareceram para as provas em Mersín. A equipa estava posicionada em terceiro lugar com 706 pontos obtidos nas etapas anteriores. Os comentários no Paddock davam como o possível motivo para essa decisão o rompimento da amizade entre a dupla Ilker Ozmen e Umur Duyar.

Barco 33 tornou-se bastante competitivo após as provas de Mersin

GHB Offshore Racing com Carrasquillo e motor em Gaziantep As duas etapas realizadas a 29/30 de Setembro em Gaziantep, teve a GHB Offshore Racing de volta com a dupla oficial João Filipe (POR) / Juan Carrasquillo (PR) e o motor resgatado totalmente revisado em estado de novo. Sem tempo de poder realizar treinos antes da prova, o motor teve que ser amaciado durante os treinos de classificação e a prova de sábado. Mesmo assim a dupla chegou em sexto lugar. Na prova de domingo, o motor apresentou problemas de limitação nas rotações, fazendo com que a dupla nada pudesse fazer além de terminar a prova, alcançando a sétima posição. Equipa Galatasarayli vira em Gaziantep Outro acidente sem maiores problemas aconteceu com o barco nº5 da equipa Galatasarayli, que nesse final de semana não contou com a dupla italiana Giacomo Casagni/Francesco Radaelli. A equipa usou a dupla Max Dessaux (E)/ Selcuk Oral (T) que virou o barco na 20ª volta.

Com o motor recuperado mas ainda em rodagem não permitiu o desempenho a cem por cento em Gaziantep te encaminhado ao Hospital local, onde levou 3 pontos. Mesmo com o acidente o Besiktas ainda conseguiu se classificar em sexto na prova com 15 voltas completadas das 19 totais da prova. A equipa conseguiu revisar o motor e a dupla voltou a competição já no dia seguinte, terminando a prova na sétima colocação.

O barco 5 virou na prova do sábado em Gaziantep 34

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Equipa Lenore abandona o campeonato Uma das mais bem equipadas equipas turcas, a Lenore Racing,

Campeonato terá etapas finais em Istambul Nos próximos dias 19/20 de Outubro, em Istambul, serão realizadas as etapas 13ª e 14ª do 10º Isiklar UIM World Offshore 225 Championship, o maior campeonato de uma classe offshore da UIM. Promovido e organizado pelo Istanbul Offshore Club esse prestigioso campeonato já chegou a ter 20 etapas realizadas em 2010, um record e um exemplo para qualquer Promotor de categorias da UIM. Em 2012, recebeu a primeira equipa 100% internacional, a GHB Offshore Racing, com uma dupla de pilotos de Portugal e Porto Rico, factos ainda inéditos na categoria. A categoria teve competições até esse ano apenas na Turquia, onde foi criada e desenvolvida, visitando cidades espectaculares e oferecendo aos participantes um tesouro de história e cultura.


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Jet-Ski

Campeonato Mundial de Jet Ski UIM 2012

Stefania Balzer Sagra-se Campeã do Mundo Pela Segunda Vez Foi no passado dia 5 de Outubro, em Liuzhou, China, que Stefania Balzer repetiu a proeza do ano 2010, sagrando-se pela segunda vez Campeã Mundial de Jet Ski na categoria Ski Division Women F1.

Stefania Balzer, Campeã do Mundo

O

Campeonato teve um total de três etapas que se realizaram no Qatar, Itália e China e Stefania Balzer manteve-se no primeiro lugar desde a primeira, mostrando que estava determinada a vencer o segundo título da sua carreira desportiva e o primeiro na classe Ski Division. Antes desta última corrida, Stefania tinha a pontuação mais alta do campeonato mas o triunfo no Grande Prémio era decisivo para vencer as outras duas candidatas ao título, Julie Bulteau e Pija Summer, e depois da má prestação que teve em 2011 nesta mesma etapa, Stefania sabia que teria que concentrar-se ao máximo e aproveitar todas as 36

oportunidades. A prova realizou-se no rio Liujiang e o tempo esteve bom durante os três dias de competição, condições favoráveis para Stefania que está habituada a treinar no Rio Arade, no Algarve, sempre com condições meteorológicas favoráveis. Tal como na corrida da Itália, a classe feminina e a masculina competiam na mesma altura, o que apresentou mais uma dificuldade na corrida ao título. 1ª na Pole Position Feminina e 4ª na Geral No primeiro dia da competição realizaram-se os treinos e a pole position em que Stefania Balzer conseguiu um espectacular

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Mais um Mundial para Stefania


Jet-Ski

quarto lugar na geral e primeiro na classe feminina com Pija Summer em segundo e a Chinesa Li Qianqian em terceiro. “Sabia que era importante não só conseguir o primeiro lugar da minha classe mas também conseguir um bom tempo na geral porque assim teria a hipótese de ficar separada das minhas adversárias na partida e foi isso que acabou por acontecer, fui a única piloto da classe feminina a partir da linha da frente” – disse Stefania Balzer. No dia 4 realizou-se a primeira manga da competição, Stefania arrancou em primeiro da Women F1 e manteve a liderança até ao fim, controlando a distância da piloto Eslovena, Pija Summer, que se encontrava em segundo. Em terceiro ficou a piloto chinesa Li Qianqian. Na Segunda Manga Precisava apenas de um Ponto Depois da vitória na primeira manga, Stefania precisava de apenas um ponto para se sagrar Campeã do Mundo e para isso só necessitava de cortar a meta, mas queria também a vitória na corrida. Mais uma vez arrancou da linha da frente e fez uma partida brilhante, provando que a sua moto, preparada pela equipa de mecânicos da Angel Pilot, está entre as motos mais fortes do campeonato. Nas primeiras voltas tentou marcar alguma distância da segunda classificada e depois teve apenas que controlar essa distância e tentar poupar o motor para evitar avarias até ao

Em Liuzhou, na China Stefania andou sempre à frente final da corrida. Stefania manteve o primeiro lugar até ao fim, vencendo o Grande Prémio da China e sagrando-se Campeã Mundial de Jet Ski 2012. Após a entrega de prémios, Stefania Balzer agradeceu todo o apoio que teve ao longo da temporada 2012, aos patrocinadores Angel Pilot, Valvoline, Kiss FM e La Dolce Vita Buffet, à equipa Angel Pilot, à organização, à Federação Portuguesa de Motonáutica, à família e amigos e em especial a Emanuele Balzer que estava em terceiro lugar no campeonato mas não participou nesta última etapa devido a uma lesão no joelho e acabou por descer para o quinto lugar.

Os quatro Medahas de Ouro

Stefania Balzer com a sua Medalha de Ouro

Todos os premiiados das quatro classe 2012 Outubro 310

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Jet-Ski

Campeonato do Mundo de Jet Ski - World Finals IJSBA

Henrique Rosa Gomes com Ouro, Prata e Bronze Henrique Rosa Gomes, foi medalhado em três classes

A equipa de Portugal, formada pela Federação Portuguesa de Jet Ski, teve uma participação brilhante nas World Finals de Jet Ski que se disputaram entre os dias 1 e 7 de Outubro.

N

a cidade norteamericana de Lake Havasu, com Henrique Rosa Gomes em grande destaque, pois con-

quistou medalhas em todas as classes que disputou, Mariana Pontes foi medalha de prata e Tiago Sousa, medalha de bronze.

Disputada há 31 anos em Lake Havasu, cidade localizada no Condado de Mohave no estado do Arizona, as World Finals representam todos os anos um

Henrique Rosa Gomes no pódio de Lake Havasu 38

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exigente teste que dura durante uma semana de competição. A equipa portuguesa constituída por quatro pilotos, Henrique Pereira Rosa, Tiago Sousa, Beatriz Curtinhal e Mariana Pontes, teve ainda uma participante convidada pela Federação, a juvenil Beatriz Truta, que foi marcar presença na classe Novice Women, depois de ter sido campeã nacional de juvenis femininos. O palmarés dos quatro pilotos portugueses era uma forte razão para acreditar numa boa prestação nestas competições. Tiago Sousa, em 2011 foi vicecampeão do mundo e em 2012 sagrou-se campeão europeu. Competiu na classe principal Pro Ski Open, considerada a classe rainha do campeonato masculino de Jetski e terminou no 3º lugar, conquistando a medalha de bronze. Beatriz Curtinhal, foi vicecampeã europeia em 2010 e foi campeã do mundo na classe Novice Women, a classe anterior à Pro-Am Women Ski Limited. Participou na classe Pro-Am Women Ski Limited, a classe principal do campeonato feminino e terminou


Jet-Ski

em 7º lugar. Mariana Pontes, ficou na terceira posição no Campeonato da Europa deste ano e foi vice-campeã do mundo de Novice Women em 2011. Agora concorreu na mesma classe e conquistou, mais uma vez, a medalha de vice-campeã mundial. Henrique Rosa Gomes este ano foi vice-campeão europeu de Juniores e em 2011 foi campeão do Mundo de Juniores e de Slalom. Participou agora nos USA em três classes, Júnior Lites, Slalom e Amateurs e conquistou medalhas em todas, pois no final foi campeão mundial em SKI Júnior Lites, vice-campeão mundial SKI Amateur e terminou em 3º lugar em Slalon Junior Beatriz Truta, na sua primeira experiência internacional, terminou em 9º lugar na classe SKI Novice Women. No final, a participação portuguesa nas World Finals de 2012 foi brilhante, pois com apenas quatro pilotos, ouve cinco subidas ao pódio. Em Lake Havasu, o nivel de competição nas World Finals tem vindo sempre a crescer, tanto no número de concorrentes, como na sua qualidade. As provas eram disputadas com 20 a 40 participantes e requerem muita perícia e coragem a todos os pilotos A equipa de Portugal teve sempre um grande apoio, com uma boa claque de portugueses. A falange de apoio à seleção, formada por pilotos e ex pilotos e ainda pessoas ligadas e apaixonadas pela modalidade, esteve presente em Lake Havasu.

Lake Havasu

Tiago Sousa, medalha de bronze, na categoria raínha das World Finals

Mariana Pontes no pódio em Lake Havasu

Beatriz Curtinhal 2012 Outubro 310

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Jet-Ski

Mariana Pontes vice-campeã mundial As World Finals As World Finals são compostas por uma exigente semana de provas que se disputam há 31 anos seguidos no mesmo local – o que não acontece por acaso. Tal como o nome sugere, a cidade

de Lake Havasu oferece um lago com excelentes condições para a prática da modalidade do Jetski e dispõe de condições meteorológicas que convidam à prática de desportos náuticos durante todo o ano. Além das provas finais do

Campeonato Mundial de Jetski, Lake Havasu city acolhe também diversos torneios de pesca profissional e serve de palco para inúmeras regatas. Fundada em 1963, embora a cidade seja ainda jovem, está

Beatriz Truta 40

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localizada paredes meias com a Califórnia, o que contribuiu para se formar rapidamente uma grande envolvência e tradição em Lake Havasu. Atualmente, a cidade está fortemente relacionada com atividades tão diversas que vão deste a indústria às lojas, passando pelas oficinas. Não menos importante, a cidade dispõe da segunda atração turística mais procurada em todo o estado do Arizona, a seguir ao Grand Canyon. Trata-se da London Bridge, uma ponte que a partir de 1968 foi desmontada em Londres, onde servia sobre o rio Tamisa, e foi transportada e reconstruída no local, tendo sido aberta ao público em 1971. Apoios e Patrocínios O Campeonato Mundial de Jetski contou com o apoio dos patrocinadores Marietel, PT Negócios, Yamaha, Inatel e Saúde CUF. A Federação Nacional de Jetski, e o campeonato mundial, contaram também com duas áreas de parceria. Para a comunicação interna e mediática, a Federação conta com a EDC (www. edc.pt). Tiago Sousa, Beatriz Curtinhal e Beatriz Truta correm como pilotos oficiais da JetskiNworld.


Jet-Ski

Team Angel Pilot

Alessandro Balzer Continua Campeão O Jet Ski nasceu nos EUA, em finais dos anos 70, chegando a Portugal por volta de 1986. Alessandro Balzer foi o pioneiro neste desporto em Portugal e na Europa, começando a sua carreira em 1990 e subiu ao pódio logo no seu primeiro evento.

E

specializou-se a preparar os seus Jet Skis e a ganhar provas e em 1991 fundou a Angel Pilot, tornando-se o primeiro em Portugal, e um dos primeiros na Europa na comercialização e assistência a este novo produto. Durante os 15 anos dedicados à modalidade como piloto profissional de corridas, alcançou sempre os primeiros lugares, tornando-se campeão do mundo Offshore em 1999 e 2004 em França e Espanha. Ao conquistar mais de 20 títulos nacionais e europeus em diferentes classes, Alessandro Balzer tornouse o melhor piloto em Portugal de todos os tempos e um dos melhores do Mundo. Entretanto, em virtude da sua inigualável experiência e qualidades de líder, deu início à formação de novos pilotos jovens e criou várias equipas que foram saindo sempre vitoriosas. Desde 2009, a equipa começou a contar também com os filhos do fundador, Emanuele e Stefania, que rapidamente se iniciam igualmente a conquistar títulos. A partir de 2011 o Team Angel Pilot, passa a concentrar todos os esforços para as provas internacionais, em particular no Tour do Campeonato do Mundo da UIM. E as vitórias do Team Angel Pilot não param.

Stefania Balzer

Emanuele Balzer 2012 Outubro 310

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Surf

Euro Surf junior 2012 - Lacanau, França

Portugal de Bronze na Festa Francesa

A selecção nacional de Surf Juniores Não foi desta que a Selecção Nacional comandada por José Manuel Braga conseguiu conquistar o título europeu de juniores, que decorreu entre os dias 10 e 16 de Setembro em Lacanau, França, tendo de se contentar com o bronze, atrás da Espanha, numa jornada completamente dominada pelas cores francesas, que sagraram seis campeões europeus individuais em oito categorias possíveis.

O seleccionador nacional José Manuel Braga 42

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Vasco Ribeiro foi medalha de bronze


Surf

N

Seis portugueses na luta pelas medalhas Portugal acabou por colocar seis atletas nas finalíssimas em luta pelas medalhas. Vasco Ribeiro chegou à finalíssima de surf sub-18, mas Carina Duarte perdeu a final de qualificação e a final de repescagem,

Pedro Neto Silva conquistou a medalha de prata ambas em quarto posto. Um final de percurso inglório para uma surfista que protagonizou algumas das melhores exibições do torneio feminino sub-18. Entretanto, Tomás Fernandes e João Moreira que haviam caído para as repescagens, também recuperaram e chegaram

às finalíssimas de surf sub-16 e sub-14, respectivamente, pelo que também estiveram na luta pelas medalhas e pelos pontos para Portugal. No bodyboard, foi excelente a prestação dos portugueses: Pedro Neto Silva (sub-18) e Miguel Adão (sub-16) que conquistaram

também o direito de participar na finalíssima. Mas no final a festa foi para a equipa da casa Os franceses preencheram bem com atletas todas as finais e bateram-se fortemente em todas

Fotografia: João Serpa

o entanto, a Selecção Nacional entrou a ganhar em todas as frentes logo no início da prova, marcando bem a sua posição de vice-campeã da Europa. Madalena Pereira (bodyboard-sub-18), Miguel Adão e Frederico Sena (bodyboard sub-16), Guilherme Fonseca e Tomás Fernandes (surf sub-16) e João Moreira e Jácome Correia, arrasaram as ondas gaulesas, vencendo todos os seus heats em que participaram Também na estreia, Vasco Ribeiro, a mais mediática figura da equipa de Portugal, vice-campeão mundial de surf do Panamá (em Maio), esteve à altura dos seus créditos e venceu o único heat em que participou hoje. No mesmo escalão, Miguel Blanco também esteve com nota muito positiva, vencendo o seu heat destacadamente. Igualmente em dia de estreia, Carina Duarte e Constança Coutinho não deram hipótese à concorrência, passando as suas baterias em primeiro lugar e passando à segunda ronda de qualificação de surf sub-18 feminino. No bodyboard sub-18, Bernardo Machado e Pedro Neto Silva passaram os dois heats e chegaram com à terceira ronda de qualificação como como toda a equipa.. Porém, ao chegar à terceira ronda a equipa nacional começa a ceder. No surf, o destaque continua inteiro para Vasco Ribeiro (sub-18) e Carina Duarte (sub-18 fem), que conseguiram lugares nas respectivas finais de qualificação, bem como para Madalena Pereira em bodyboard feminino sub-18. Em bodyboard sub-18, Pedro Neto Silva qualificou-se directamente para a final de qualificação e o mesmo sucedeu no bodyboard sub-16 com Miguel Adão. Os outros elementos da equipa acabaram por ceder.

Miguel Adao terminou com a medalha de prata 2012 Outubro 310

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Surf

Madalena Pereira ganhou a medalha de prata elas. Face a esta avalanche tricolor, os portugueses conseguiram três medalhas de prata e uma de bronze, com Pedro Neto Silva (bodyboard sub-18), Madalena Pereira (bodyboard feminino sub-18) e Miguel Adão (bodyboard sub-16) a subirem ao segundo lugar das respectivas categorias e Vasco Ribeiro a ser surpreendido pelos irmãos Cloarec, Nelson e Tom e a ter de contentar-se com o bronze.

As categorias de surf sub-18 e sub-18 feminina foram, aliás, a ilustração perfeita do domínio francês, com os atletas da casa a conquistarem ouro e prata em ambas. Referência para o triunfo de Josephine Costes, irmã do campeão mundial profissional de bodyboard, Pierre-Louis Costes, residente em Portugal. Mas voltando a Vasco Ribeiro, a coqueluche do surf português foi impotente para travar

Madalena Pereira 44

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Vasco Ribeiro

Pedro Neto Silva


Surf

Miguel Adão um inspiradíssimo Tom Cloarec que, vindo das repescagens, somou um score total de 19,10 em 20 possíveis. Uma bateria para recordar por parte do jovem gaulês que Vasco já havia batido a caminho desta finalíssima. No balanço final, José Manuel Braga, lamenta o bronze, mas salienta a experiência altamente positiva para “a melhor equipa que já tivemos”: “Já sabíamos desde ontem que os franceses tinham a vitória nas mãos, pois estávamos a 640 pontos deles, pelo que lutávamos agora pelo segundo lugar. Infelizmente, as contas saíram-nos furadas, com a machadada final a ser dada no heat do Vasco, com os dois franceses a surfarem como nunca surfaram na vida. Isso e a eliminação da Carina Duarte acabou por nos trair. No caso da Carina, devo dizer que o seu desempenho na final de qualificação foi mal pontuado e, depois, na repescagem, não conseguiu encontrar-se face à marcação impiedosa das espanholas.”

Carina Duarte mal pontuada terminou em 4ª

Tomás Fernandes O Seleccionador lamenta ainda a falta de “fair play” dos anfitriões: “Fomos muito mal recebidos, com os atletas franceses a ameaçar-nos na praia e a cultivar um péssimo ambiente, chegando-nos

a dizer que iam ganhar para ‘desforra’ da nossa vitória no Eurosurf da Irlanda, o ano passado. Acho inconcebível que se passem sentimentos e atitudes destas para atletas jovens, em formação. Em contrapartida, posso dizer

que esta é a melhor equipa que já orientei, com uma dedicação, entrega e concentração inexcedíveis. Podemos ter perdido o Eurojunior mas ganhámos aqui um excelente lote de atletas para o futuro das nossas Selecções.”

Miguel Blanco

Constança Coutinho 2012 Outubro 310

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Surf

EDP Surf Pro Estoril 2012 Presented by Billabong

Justine Dupont Vence Mundial de Surf em Cascais

A francesa Justine Dupont foi a vencedora

A surfista francesa Justine Dupont, de 21 anos, venceu a prova de 6 estrelas do circuito mundial de surf feminino de qualificação que terminou no Sábado dia 22 de Setembro em Carcavelos, com ondas de um metro, fortes e que proporcionaram um bom espectáculo ao muito público esteve presente ao longo do dia.

A

surfista francesa, que em 2012 competiu pela primeira vez na elite mundial, mas que uma lesão no início do ano não deixou mostrar todo

o seu potencial nesse circuito, voltou assim a um bom momento de forma, tornando-se também a primeira atleta europeia a vencer um evento desta importância. “Estou super feliz,” afirmou a

simpática surfista de Lacanau. “Este é o meu melhor resultado até agora e foi muito bom poder contar com todas as minhas amigas a apoiarem-me na praia, a incentivarem-me a cada onda.

Justine Dupont mostra o cheque de 8.000 USD 46

2012 Outubro 310

Sei que é difícil e que já só falta uma etapa, mas agora vou tentar requalificar-me nos Açores... afinal até foi lá que consegui a entrada no WCT, no ano passado,” concluiu Justine. Dupont bateu na final a sorridente havaiana Nage Melamed, de 18 anos, que foi a maior surpresa de todo o evento, ao eliminar nomes de peso do surf mundial para chegar pela primeira vez a uma final numa etapa de 6 estrelas. Aí, acabou por lhe faltar uma onda boa para vencer, mas Melamed não deixou de sorrir com a sua prestação. “É claro que gostaria de ter vencido, mas este não deixa de ser o meu melhor resultado de sempre no circuito mundial. Já no ano passado tinha conseguido um 5º lugar nesta prova, que é espectacular e tem sempre um óptimo ambiente. Estou bastante motivada com este resultado e só espero que o bom momento de forma continue... para o ano estou cá novamente,” comentou a jovem havaiana. Nas meias-finais, em terceiro lugar ex-aequo, ficaram duas veteranas do circuito principal,


Surf

Fotografia poullenot/aspeurope.com - carlospintophoto.com - Ricardo Santos - Francisco Branquinho

a australiana Rebecca Woods, de 28 anos e a peruana Sofia Mulanovich, de 29 anos, campeã mundial em 2004. Ambas se destacaram ao longo da prova (Woods foi mesmo a responsável pelo maior score do evento – 16.50 em 20 pontos possíveis), mas nas meias-finais não conseguiram ultrapassar a maior vontade de vencer das surfistas mais novas. No entanto, estes resultados foram cruciais para a eventual requalificação de ambas as atletas. Provando o forte ataque das surfistas francesas a esta prova, Pauline Ado e Alizée Arnaud também conseguiram bons resultados, terminando em 5º lugar, nos quartos de final, com boas prestações e importantes pontos acumulados para o ranking mundial. A par de Ado e Arnaud ficaram ainda a muito jovem sul-africana Bianca Buitendag, que está praticamente garantida na elite mundial de 2013 e a australiana Georgia Fish, uma das boas surpresas da prova. Em 9º lugar, na fase anterior,

A havaiana Nage Melamed só perdeu na final ficou outra jovem esperança europeia, a vice-campeã mundial Pro Junior, Joanne Defay, bem como Frankie Harrer, Jacqueline Silva e Alana Blanchard, autora

da melhor onda do evento – 9.25 em 10 pontos possíveis. Maria Abecassis, a Melhor Portuguesa

No terceiro round, ficou a melhor surfista portuguesa em prova, Maria Abecasis, que não deixou de apresentar muito bom surf e de impressionar o júri. “Para mim

Maria Abecassis foi a melhor portuguesa

O público em Carcavelos

Os dez convidados para o Crazy Air Show

Vasco Ribeiro venceu o Crazy Air Show 2012 Outubro 310

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Surf

o Crazy Airs Show, uma competição de manobras aéreas para convidados, com a presença de 10 dos melhores surfistas nacionais da actualidade, vencida pelo campeão nacional, Vasco Ribeiro, com um Pop Shove It.

Teresa Bonvalot, vencedora individual do Troféu Nacional Feminino foi tudo bónus, a partir do momento em que passei a primeira bateria, por isso entrei descontraída e mostrei o que sei fazer. Ainda consegui duas ondas de 5 pontos cada, o que me deixou

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bastante satisfeita, pois as minhas adversárias têm muito mais experiência,” comentou a campeã nacional, que terminou em 13º lugar, ex-aequo com a actual líder do ranking, Sage Erickson,

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entre outras, e com uma pontuação capaz de lhe dar a vitória, por exemplo, na bateria anterior. Crazy Airs Show Antes da final realizou-se ainda

Troféu de Surf Feminino Encerrou Edição mais Concorrida de Sempre Com o Troféu de Surf Feminino, encerrou no Domingo dia 23, o EDP Surf Pro Estoril 2012, o maior evento de surf feminino da Europa, depois de uma noite recheada de música e de gente, com concertos de Joana Lobo Anta, Orelha Negra e 447 DJ. O Troféu de Surf Feminino, foi disputado num formato competitivo bastante original, organizado por equipas, com um prémio monetário de 3.000 Euros, a distribuir pelas zonas Norte, Centro e Sul. Em ondas fortes, de 1m, as cerca de 100 surfistas amadoras, distribuídas por 14 equipas, resistiram e acabaram por dar um grande espectáculo, digno de claques e apoio do muito público que se deslocou à praia de

Orelha Negra à noite

Equipa Vencedora Norte

Equipa Vencedora Centro

Equipa Vencedora Sul


Surf

Carcavelos Assim, depois de dois dias de competição intensa, a equipa Porto Team venceu a Zona Norte, a Praia da Galé foi a primeira classificada na Zona Sul, e a Surf For Life conquistou o primeiro lugar na concorrida Zona Centro. A nível individual, Teresa Bonvalot foi a grande vencedora deste troféu, mostrando um nível de surf bastante elevado, com direito a um tubo na final, deixando Joana Richheimer em segundo lugar, Mireia Martinez em terceiro e Mariana Assis em quarto. O dia ficou completo com a entrega de prémios, onde as organizadoras, Joana e Rita Rocha, lembraram “o valor desta experiência, que gostaríamos servisse para incentivar todas as participantes a continuar a lutar pelos seus sonhos, a levar uma vida saudável e a participar nos eventos de surf. Este desporto é como a vida – uns dias melhores, outros piores... mas a persistência traz sempre recompensas para quem acredita,” concluíram as responsáveis por este que foi o evento mais concorrido de sempre organizado pela Rocksisters. Destaque para a sustentabilidade do evento deste ano, com

Onda Estática a reciclagem a permitir criar uma onda estática bastante fotografada pelo público, responsabilidade de Gonçalo Osório, com cerca de 500 garrafas de plástico consumidas durante estes três dias. Organização e Apoios O EDP Surf Pro Estoril 2012 pre-

Rita e Joana Rocha

sented by Billabong foi organizado pela Rocksisters e contou com o patrocínio do Turismo de Portugal, Turismo Estoril, Câmara Municipal de Cascais, EDP, Billabong e Kia Motors, bem como com o apoio do MEO, Comboios de Portugal, Ericeira Surf Shop, Paez, Santini, Águas do Vimeiro, XCult, Jardins Sintra,

Clube Recreativo e Cultural da Quinta dos Lombos, Surf Academia e Surfsolutions, tendo ainda como media partners a Sic Radical, Mega Hits, Jornal Metro, Lux Woman, Sport Life, Up Magazine, That’s It, Surftotal, ONFIRE, Puro Feeling, Análise Global e Association of Surfing Professionals (ASP) Europe.

Público na entrega de prémios

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana. Administração, Redação: Tel: 21 446 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Surf

Liga MEO Prosurf 2012

Fotografia Mestre d3

Nicolau Von Rupp e Maria Abecasis Vencem Última Etapa do Ano

Maria Abecasis venceu a Liga MEO Prosurf 2012 Terminou no dia 7 de Outubro o Caixa Geral de Depósitos Peniche Pro, a quinta e última etapa da Liga MEO Prosurf, na praia de Supertubos, em Peniche, onde venceram Nicolau Von Rupp e Maria Abecassis e foi a confirmação desta atleta e de Vasco Ribeiro na vitória final da Liga MEO Prosurf 2012

N

um dia de excelentes ondas de 1,5m e boas prestações, Nicolau foi o surfista mais consistente, vencendo a final contra o amigo João Guedes, que assim regressa aos resultados que o viram sagrar-se campeão Nacional em 2009.

Nicolau Von Rupp, finalista derrotado na etapa anterior, desta vez venceu mesmo a prova masculina, com uma das maiores pontuações do evento, subindo assim ao terceiro lugar do ranking nacional. “Na final, entrei para dentro de água com a mente aberta e a saber que podia obter boas pontuações,

tanto nas esquerdas como nas direitas,” lembrou Nicolau. “Não quis que acontecesse o mesmo que na Figueira da Foz, no fim-de-semana passado, onde fiz sempre as melhores pontuações ao longo da prova mas acabei em segundo. Assim, acabei por escolher duas direitas logo de início, onde conseguiu fa-

Nicolau Von Rupp Vencedor da 5ª Etapa 50

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zer boas manobras de backside e acabei por obter notas altas. Nem estava à espera que fossem tão altas, mas acabaram por ser essas ondas a dar-me a vitória e estou mesmo muito contente com isso! A seguir tenho o campeonato de triagens para o Rip Curl Pro, onde gostava de conseguir o wildcard, e depois vou continuar a correr o circuito mundial, onde espero conseguir bons resultados já em 2013,” concluiu. Para chegarem à última bateria do ano, Von Rupp e Guedes derrotaram nas meias-finais surfistas como o júnior Miguel Blanco e o luso-germânico Marlon Lipke, em duas disputas acesas e também de grande nível, com Guedes a fazer a melhor onda da prova – 9,25 pontos para um tubo muito profundo. Lipke e Blanco foram terceiros classificados, naquele que foi o melhor resultado do ano para ambos. No feminino, Maria Abecasis e Keshia Eyre discutiram o título nacional até à última bateria do ano. Quem ficasse melhor posicionada na final seria campeã em 2012. Maria não vacilou e acabou por vencer a prova de Peniche, conquistando também o seu segundo título nacional consecutivo. Francisca Santos foi segunda na etapa, Keshia Eyre terceira (e vice-campeã nacional, aos 16 anos) e Carina Duarte quarta classificada, numa final também


Surf

Vasco Ribeiro, vencedor antecipado da Liga MEO Prosurf 2012 bastante disputada. “Acho que acusei o peso da luta pelo título nas meias-finais, onde ia perdendo,” comentou a agora bicampeã nacional. “Por isso entrei para a final sabendo que não podia pensar muito nas adversárias e sim concentrar-me no meu surf. Felizmente correu tudo bem e isso acabou por acontecer. Venci a etapa, conquistei o título novamente e estou muito feliz, claro! Agora é continuar a trabalhar, que para o ano há mais,” concluiu Maria Abecasis.

vai definir o último wildcard do Rip Curl Pro Portugal foram, por esta ordem, Filipe Jervis, Marlon Lipke, João Guedes, Ruben Gonzalez, Nicolau Von Rupp, José Ferreira,

Tiago Pires no MEO Expression Session Logo após as finais, realizou-se ainda a MEO Expression Session, que encerrou esta última etapa da Liga MEO Prosurf 2012 e que contou com a presença de Tiago Pires e mais nove amigos por si convidados – Adriano de Souza, Dillon Perillo, Raoni Monteiro, Bruno Santos, Ruben Gonzalez, Filipe Jervis, José Ferreira, João Macedo e João Guedes. Após uma disputa intensa durante 45 minutos, o brasileiro Bruno Santos acabou por vencer os 500 Euros para a melhor manobra, graças a um tubo incrível, com saída no limite. Já em relação ao Moche Wildcards, os dez surfistas que se qualificaram para este campeonato que

Marlon Lipke Eduardo Fernandes, Miguel Mouzinho, Gony Zubizarreta e Miguel Blanco, uma vez que nem Vasco Ribeiro, nem Frederico Morais, nem Justin Mujica (que teriam lugar

nesta lista) poderão participar, devido a compromissos internacionais. Carina Duarte e Frederico Morais vencem

João Guedes finalista na 5ª Etapa

Miguel Blanco

A Estrutura em Peniche 2012 Outubro 310

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Surf

estou bastante contente,” confessou. A atleta surfou muito e alcançou 14 pontos nesta final, com a pontuação mais alta da prova feminina. Em segundo lugar ficou Maria Abecasis, actual campeã nacional, que fez a melhor onda (8 pontos), em terceiro Keshia Eyre e em quarto Ana Sarmento, todas a mostrar bom surf.

Pódio Feminino

Pódio com João Guedes e Von Rupp quarta etapa A quarta etapa decorreu entre os dias 28 e 30 de Setembro, na Praia do Cabedelo, Figueira da Foz. Frederico Morais venceu Nicolau Von Rupp na final, alcançando um score de 17.50 pontos (em 20

possíveis) contra os 12.50 pontos do luso-germânico. Frederico foi mais selectivo e preciso, terminando assim o evento com o maior total e a melhor onda da prova (9.25 em 10 possíveis), igulando, curiosamente, o outro finalista, que tinha

Frederico Morais 52

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conseguido o mesmo feito no segundo round. Em terceiro lugar ficaram Marlon Lipke e Vasco Ribeiro, ambos eliminados nas meias-finais. “Estou muito contente, pois este foi um campeonato cheio de nível! Nos primeiros dias as ondas foram excelentes, hoje não tão boas, mas quero dar os parabéns a todos”, disse Kikas, no pódio. A prova feminina, numa final muito renhida, teve a presença de três atletas da Ericeira, Carina Duarte, Keshia Eyre e Ana Sarmento, e uma do Estoril, Maria Abecasis. A vencedora foi Carina Duarte, num heat muito disputado e com as pontuações mais altas de toda a prova feminina. Depois de ter tido um bom desempenho nos Açores, no dia anterior, onde conseguiu passar um heat no Sata Airlines Azores Pro 2012, Carina, com poucas horas de sono, deu o máximo nesta etapa da Figueira. “Estou muito cansada, dormi pouco, mas

Conclusão e Apoios da Liga MEO Prosurf Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, lembrou que “este foi um ano em que vimos todos os melhores surfistas nacionais a competir na Liga MEO Prosurf, com um nível muito alto e com as novas gerações a aproveitarem o ritmo competitivo para se lançarem – com bons resultados – nos circuitos internacionais. A divulgação do surf nacional atingiu níveis nunca antes vistos e os patrocinadores também se mostraram bastante satisfeitos com o resultado, por isso estamos já a preparar a edição de 2013. Obrigado a todos os que participaram neste grande evento e até para o ano!” Todas as etapas da Liga MEO Prosurf tiveram transmissão em directo para os assinantes do MEO por ADSL ou Fibra, na aplicação MEO Surf, através do botão azul no MEO Interativo; pela internet, em www.meo.pt/surf ou através da página oficial de Facebook, em www. facebook.com/LigaMeoProSurf; bem como na TVI, através de resumos diários. A Liga MEO Prosurf 2012 foi uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Spot da Media Capital Entertainment, com o patrocínio do MEO, do Moche, da MINI e da Caixa Geral de Depósitos, os media partners TVI, Cidade FM, Go-S.TV, GTV e Puro Feeling, bem como os apoios do Sapo.pt, Surftotal, Surf Portugal, ONFIRE, Beachcam e SurFisio.

Carina Duarte


Surf

Centros de Alto Rendimento

Momento Histórico, a Inauguração do CAR de Peniche O primeiro de quatro Centros de Alto Rendimento de Surf foi inaugurado no passado dia 9 de Outubro ao final da tarde em Peniche, numa cerimónia conduzida pelo presidente da Câmara Municipal, António José Correia.

O Presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia conduziu a cerimónia na qual estiveram dois Secretários de Estado, entre outras individualidades

N

uma demonstração da importância dos CAR de Surf, para o desenvolvimento da modalidade e da economia regional, no ato da inauguração estiveram presentes o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Alexandre Mestre, o Secretário de Estado para a Economia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques, o presidente do IPDJ, António Baganha, o presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Guilherme Bastos, António Almeida Henriques e Helena Pinheiro de Azevedo, do Programa de Valorização do Território. O CAR de Peniche, com lotação para 30 atletas, está dotado de 7 quartos e equipamentos de apoio para surfistas de alto rendimento, mas também está preparado para trabalhar com o clube local, Península de Peniche Surf Clube e outras

entidades públicas e privadas, estando prevista, nessa lógia, a articulação com o Desporto Escolar e Ensino Superior, ou com Federações estrangeiras e até marcas internacionais, conforme explicou o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, unanimemente reconhecido como grande dinamizador dos desportos de ondas no concelho. Por sua vez, o presidente da FPS, Guilherme Bastos, congratulou-se pelo momento histórico que se estava a viver naquele momento: “Comparo este momento a uma onda de Miguel Ximenes, em 2005, quando nos sagrámos campeões europeus pela primeira vez desde que assumi a presidência da Federação. Normalmente, só atletas de alta competição têm esta sensação, mas eu partilhei-a e, como eles, logo senti a responsabilidade

de trabalhar cada vez mais, com mais rigor, para fazer jus a esse momento. Desde aí, conquistámos mais títulos, europeus e mundiais, mas a inauguração deste CAR é em tudo semelhante a esses momentos.” O presidente da FPS aproveitou para agradecer a todos os envolvidos num processo iniciado em 2008 e que deverá ficar concluído até final do ano, com a inauguração dos CARs de Viana do Castelo, Nazaré e Aveiro, nomeadamente ao staff da FPS, com destaque para o DTN Rui Félix; à Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, ao IPDJ e à Câmara de Peniche, na pessoa do “inexcedível” António José Correia. Finalmente, o presidente da FPS deixou uma mensagem: “Esta é uma casa para ser utilizada por todos os praticantes

de desportos de ondas, independentemente do seu nível e origem. Venham e utilizem-na porque esta casa não é nossa, é de todos!”

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Surf

Sata Arlines Azores Pro- Feminino

Fotografia Masurel/aspeurope.com

Bianca Buitendag Vence Prova Feminina A jovem sul-africana Bianca Buitendag, de 18 anos, venceu a fional em 29 de Setembro, do SATA Airlines Azores Pro 2012, a última etapa do circuito mundial de surf de qualificação feminino, conquistando 8.000 dólares de prize-money e 3500 pontos para o seu ranking final.

Bianca Buitendag, sul-africana, foi a vencedora do SATA Airlines Azores Pro Feminino

A

surfista, que há dois anos já tinha surpreendido nos Açores com um 5º lugar, voltou este ano para dominar uma prova disputada, com boas ondas de 1m a 1,5m, nos Areais de Santa Bárbara, na Ribeira Grande. Bianca não acusou minimamente o esforço de competir em seis baterias ao longo do dia, mostrando

ser, em todas as fases, a atleta mais forte. Começou a competição no primeiro heat do dia, às 7h30m, com a melhor nota de todo o campeonato (9,5 em 10 pontos possíveis) e terminou a final perto das 19h, com o maior total da prova – 16,76 pontos em 20 possíveis. “Eu sabia que já estava qualificada para o WCT feminino do ano que vem, mas tenho andado a treinar a consistência e

A havaiana Alana Blanchard foii semi finalista 54

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tudo acabou por dar certo aqui nos Açores,” comentou Buitendag. “Estou obviamente muito feliz com esta vitória, que é a minha segunda do ano.,” concluiu a vencedora, que assim subiu à segunda posição do ranking mundial de acesso, atrás da Sage Erickson. Na final, Bianca derrotou a francesa Pauline Ado, que foi muito consistente e determinada até ali,

mas que na última bateria da prova acusou algum cansaço. Carina Duarte em 19ª Foi um dia de emoções fortes para as atletas que tinham hipóteses de se qualificar para a elite mundial feminina do ano que vem! Entre as candidatas, a veterana brasileira Jacqueline Silva perdeu logo na primeira fase, bem como outra jo-

A australiana Philippa Anderson chegou às semi finais


Surf

A francesa Pauline Ado atingiu a final vem esperança sul-africana, Sarah Baum, vítima da campeã nacional Pro Junior portuguesa, Carina Duarte. Carina foi assim a melhor portuguesa em prova, com um honroso 19º lugar, acabando por ser eliminada na segunda fase. A havaiana Alana Blanchard, alcançou as meias-finais nos Açores, onde perdeu e ficou no terceiro lugar, a par da australiana Philippa Anderson. Com o seu segundo melhor resultado do ano, Blanchard regressa à elite mundial em 2013 Justine Dupont, vencedora da etapa anterior e que em 2011 conseguiu a qualificação para o WCT deste ano precisamente nos Açores, perdeu no terceiro round, não conseguindo também a qualificação para 2013. O SATA Airlines Azores Pro 2012, este ano foi uma oportunidade dupla, para ver o melhor surf mundial em ondas portuguesas, com a prova masculina já disputada, no início de Setembro, e a feminina concluda no final do mês, no mesmo local. Rodrigo Herédia, director de prova, faz um balanço “muito positivo desta prova, com um final de boas ondas, surf de altíssimo nível, muita emoção e um recorde batido – nunca antes se tinha feito uma etapa

Carina Duarte terminou no honroso 19º lugar

A veterana australiana Rebecca Woods atingiu os quartos e continua no nono ano na elite mundial de seis estrelas da ASP num só dia! Para o ano espero que os melhores surfistas do mundo voltem aos Açores, mas tudo vai depender da continuação do apoio do Governo Regional, que tem sido imprescindível. Este ano há eleições regionais, mas estou convicto que qualquer governo eleito dará continuidade a um evento que traz enormes maisvalias aos Açores,” lembrou o em-

presário e ex-campeão da Europa de surf. O evento teve transmissão em directo para os assinantes do MEO por ADSL ou Fibra, na aplicação MEO Surf, através do botão azul no MEO Interativo; e na internet, através dos sites www.aspeurope. com e www.mochewildsports.sapo. pt/sata-azores/. O SATA Airlines Azores Pro foi

organizado pela DAAZ Eventos e pela USBA (União de Surfistas e Bodyboarders dos Açores), contou com o patrocínio da SATA Airlines, do Turismo dos Açores, Câmara Municipal da Ribeira Grande, Sumol, Moche, ainda com os apoios do Hotel Vip Executive Açores, FUEL TV como canal oficial, RFM, RTP, Jornal i, Surf Total, Surf Portugal e ONFIRE.

Bianca Buitendag no pódio com o cheque

O público 2012 Outubro 310

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Surf

Notícias da Associação Nacional de Surfistas

Hugo Maia Vence Prémio “MOCHE Surfista do Mês” de Agosto A Associação Nacional de Surfistas e a MOCHE decidiram atribuir o prémio “MOCHE Surfista do Mês” de Agosto a Hugo Maia, surfista adaptado que, apesar das suas dificuldades motoras, continua a mostrar destreza na habilidade de surfar.

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atribuição do prémio coincidiu com o dia em que se iniciaram os Jogos Paralímpicos em Londres. Este prémio pretende também passar uma mensagem de encorajamento, esforço e orgulho para todos os surfistas adaptados do país, mostrando assim que o surf é um desporto de todos independentemente de eventuais limitações de qualquer ordem ou natureza. Sobre a sua distinção do prémio “MOCHE Surfista do Mês”, Hugo Maia referiu que “sintome não só surpreso como honrado pela distinção, mas acima de tudo satisfeito pelo Surf Adaptado começar a ser reconhecido por instituições ligadas ao Surf Nacional como a ANS, razão pela qual quero agradecer a todos e também aos que contribuíram para esta minha nova paixão e evolução Associação Salvador, Tiago Rodrigues, Duckdive entre outros -. Este prémio motivar-me-á

certamente a querer evoluir mais e melhor para que possa contribuir, enquanto atleta, para um futuro próspero e um possível quadro competitivo desta modalidade fantástica.” Hugo Maia é cada vez mais uma presença assídua nas praias, tendo participado no Surf For All 2012, onde impressionou com a sua vontade e prestação nas ondas da Caparica. O prémio “MOCHE Surfista do Mês” visa distinguir o(a) surfista Português(a) e/ou personalidades que trabalham em prol do Surf com influência e contribuição positiva no desenvolvimento da modalidade a nível nacional e internacional, incluindo os domínios desportivos, ambientais ou sociais, e projectos industriais ou associativos directa e exclusivamente ligados ao Surf. Em 2012, será uma distinção que acontece mensalmente entre os meses de Junho a Novembro, atribuindo um Blackberry Curve 8520 ao premiado.

Carina Duarte e Francisco Alves Vencem MOCHE Projunior 2012

O

MOCHE Projunior 2012 realizou-se no passado dia 22 de setembro na Praia Internacional no Porto, onde Francisco Alves, da Costa da Caparica, e Carina Duarte, da Ericeira, se sagraram campeões nacionais sub-20. Demos a palavra a ambos para perceber as peripécias de cada um deles até à ambicionada vitória final. “Eu estava a participar numa etapa do WQS no Estoril e só fui para o Porto no Sábado, directamente para o meu heat!” referiu Carina,

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agora a tri-campeã nacional Projunior. O Francisco responde mais tranquilamente acrescentando que “a viagem até à final correu bastante bem!”. Na categoria masculina, as idades misturavam-se com os jovens Guilherme Fonseca e Tomás Fernandes, a intrometerem-se pelo meio dos mais experientes José Ferreira (campeão nacional Projunior 2011), e Francisco Alves. Na categoria feminina, a experiência equilibrava-se entre Maria Abecasis, Ana Sarmento e Carina Duarte, às quais se juntava Camila Kemp, que cada vez mais surge em fases finais das competições nacionais. Nos restantes lugares em masculinos, ficaram José Ferreira em 2º lugar, Tomás Fernandes 3º e Guilherme Fonseca 4º lugar. Quanto às meninas, Maria Abecasis foi 2ª, Camila Kemp 3ª e Ana Sarmento 4ª. Tanto Carina Duarte como Francisco Alves ainda são juniores na próxima época, mas, quanto ao interesse de terem garantido o título já este ano, a perspectiva feminina é que “o Projunior é um campeonato muito importante pois só tem um escalão, onde muitos bons atletas que competem já passaram a categoria sub-18 e assim conseguem mostrar todo o seu valor” sendo que no masculino “o título nacional é sem dúvida uma ambição de todos enquanto juniores, portanto estou muito feliz por o ter na minha carreira!”. Nas palavras de Carina: “o título é sempre importante!”. Ambos os surfistas deixam uma mensagem para todos sendo que Carina, procurando incentivar as restantes meninas, disse que “gostava de ver mais raparigas a competir nesta prova e mais etapas” e Francisco foca o trabalho de todos à volta dele e agradeceu “aos meus patrocinadores que me tem apoiado bastante, família e treinadores!”


Surf

Notícias do Surf Club de Viana

Surf Clube de Viana Leva o Surf a Milhares de Pessoas O Surf Clube de Viana, fundado em 1989, tem desenvolvido um vasto leque de competências turísticas, sociais, formativas, organizativas e competitivas. Na época desportiva finda, proporcionou a prática de surf a mais de meio milhar de pessoas de diferentes grupos etários e classes sociais, contribuindo para que o surf seja a atividade turística náutica com maior procura na região de Viana do Castelo.

N

a onda das épocas anteriores, a formação foi uma das grandes apostas deste clube vianense, que, ao longo de 23 anos, tem ajudado a escrever a história regional, nacional, europeia e mundial do surf. De entre as atividades realizadas, destaque para os Surf Camps, de 9 a 20 de julho. Este modelo, que inclui alojamento, alimentação e formação prática em surf e bodyboard, atividades ambientais e de exploração do meio-marinho, proporcionou uma experiência única a cerca de 80 jovens em idade escolar. A Surfing School, escola do Surf Clube de Viana (SCV) com presença em grande parte dos guias internacionais de turismo, realizou, entre 15 de julho e 16 de setembro, sessões de surf diárias para turistas nacionais e estrangeiros. Registou uma adesão de aproximadamente 360 pessoas, 70% estrangeiros (ingleses, holandeses, alemães e franceses) e 30% portugueses. A Surfing School, fator forte de atração turística e de promoção do turismo náutico, conta com 10 treinadores reconhecidos pela Federação Portuguesa de Surf, oito de nível 1 e dois de nível 2, e, destes, quatro são licenciados em Educação Física. A presença do surf no ensino superior público português, já há oito anos letivos, resulta de uma parceria muito positiva com o SCV, segundo o Prof. Dr. Luís Paulo Rodrigues, Diretor da Escola Superior

Formação Surf Clube Viana na praia da Arda de Desporto e Lazer (ESDL), do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. “O interesse dos alunos no estudo e aprendizagem da modalidade tem sido excelente e estamos certos que tem constituído uma mais-valia muito significativa para as suas competências académicas e profissionais. Até ao momento, já foram cerca de 250 os alunos que tiveram esta modalidade na sua formação superior”, refere. Para o Diretor da ESDL, o surf e a colaboração com o SCV continuará a ter um papel na primeira fila das preocupações formativas da escola. “Não só porque faz parte de uma matriz muito importante do nosso perfil de formação inicial e que queremos distintivo no panorama nacional mas também porque temos planos para a sua inclusão nas nossas futuras formações de mestrado e especializações”. Também o “Programa Contínuo” do SCV, ao longo deste ano, desenvolveu um trabalho para cerca de 120 pessoas, entre iniciantes, praticantes e atletas em competição. Durante o mês de setembro, Michel Salgado, futebolista internacional, regressou a Viana do Castelo para, com a filha, ter mais umas aulas de surf, na praia do Cabedelo. Foi há quase 10 anos que Michel Salgado iniciou uma relação de proximidade com o SCV, através de aulas de surf. Desta vez, também visitou as instalações do clube e o Centro de Alto Rendimento de Surf, que considerou uma mais-valia para a região, para o país e para o

crescimento da modalidade. “Este é um equipamento com grande qualidade e, por isso, muito importante para o surf. Desde que cá venho, noto um grande desenvolvimento e acredito que esta infraestrutura terá um importante papel nesse crescimento. Conheço o trabalho do Surf Clube de Viana há muitos anos e acredito que muitos campeões passem por este centro e que muitos deles sejam de cá”. SCV protagoniza competição ao mais alto nível O clube tem vários atletas em competição regular e, pelos bons resultados alcançados, deverão passar para a alta-competição, integrando, a curto prazo, as seleções nacionais. Mais recentemente, destaque

para a participação da equipa do SCV nos Jogos Náuticos Atlânticos, na Bretanha, na Taça de Portugal da Federação Portuguesa de Surf, na Miss Sumol Cup, em Aveiro, no Circuito Nacional de Surf Esperanças, em São Pedro de Moel, e no Campeonato Nacional de Bodyboard Esperanças, na Figueira da Foz. Destaque também para as prestações dos atletas João Neiva, atualmente 3.º no ranking nacional e com uma participação de alto nível no Circuito Mundial de Bodyboard, de Filipa Fernandes, medalha de ouro em Bodyboard sub 18 nos Atlantic Games, e João Guedes, Vice-Campeão Europeu de Surf. SCV mantém uma resposta social forte O SCV continua a desenvolver programas sociais de referência com diversos parceiros, sobretudo regionais, como o Centro Social e Paroquial de Santa Maria Maior, a AMA - Associação de Amigos do Autismo e o projecto “Ainda Dar-que falar”, possibilitando a prática do surf a um vasto número de pessoas com necessidades sociais. Em resposta a um pedido do professor de Educação Física e também vianense Hugo Lopes, a lecionar em São Tomé, o SCV, recentemente, doou aos jovens sãotomenses material de surf (12 pranchas, chops, lycras, t-shirts, wax,..) e material pedagógico de educação e sensibilização ambiente da Surfrider Foundation Europe, que representa em Portugal, desde 1998.

Aula bodyboard do Surf Clube Viana 2012 Outubro 310

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Notícias do Mar

Últimas Campeonato Nacional de Dragão

Francisco Lacerda Conquista Título

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rancisco de Lacerda/Diogo de Lacerda/Francisco Andrade sagraram-se campeões nacionais da classe Dragão, prova disputada em Cascais. Pedro Mendes Leal/Pedro Andrade/Jorge Ferlov Ribeiro e José Matoso/Gustavo Lima/Stefan Hellriegel foram 2º e 3º, respectivamente

Circuito Mundial de RC44

Fotos MartinezStudio

Team Aqua Faz Bis

B o dy b o a r d P r o Tour 2012 - 4ª Etapa

Etapa dos Açores Confirmada de 16 a 18 de Novembro

A

O

Team Aqua, de Chris Bake, venceu pelo segundo ano consecutivo o Circuito Mundial de RC 44. A tripulação britânica foi segunda no Adris Campeonato do Mundo de RC44, disputado em Rovinj, na Croácia, e conquistou as tão desejadas rodas do leme douradas. O Mundial croata teve um final emocionante. O Team Aqua foi para o último dia com nove pontos de vantagem, mas o Peninsula Petroleum, do gibraltino

Regata de RC44 em Rovinj, na Croácia John Bassadone, foi verdadeiramente imparável nas derradeiras três regatas e sagrou-se campeão do mundo da classe: “Estou muito feliz, é inacreditável. Esperávamos um bom resultado, mas não esperava vencer “, admitiu Bassadone. Por seu turno, Chris Bake comemorava o segundo triunfo no circuito: “Estamos muito satisfeitos por ganhar e já estamos a planear o próximo ano.” O Circuito Mundial de RC44 2013 terá início em Fevereiro em Omã.

Team Aqua conquista roda de leme dourada

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quarta etapa do Bodyboard Pro Tour 2012, agendada para a ilha de São Miguel, nos Açores, e que aguardava confirmação, está confirmada para a data inicialmente prevista e promete fazer História do bodyboard nacional Uma confirmação de que se congratula o presidente da Associação Portuguesa de Bodyboard, Paulo Costa: “Esperávamos ansiosamente que a USBA e as autoridades locais chegassem a uma plataforma de entendimento que possibilitasse organizar esta etapa fundamental do Bodyboard Pro Tour. Estou muito satisfeito e honrado por poder voltar a ter uma etapa nos Açores, em algumas das melhores ondas nacionais.” Pelo terceiro ano consecutivo, o Circuito Nacional de Bodyboard Open, este ano designado Bodyboard Pro Tour, volta aos Açores e, depois de o ano passado ter passado pela onda de Santa Catarina, na Terceira, regressa a S. Miguel, mas num formato assumidamente diferente. Tudo preparado para oferecer um grande espectáculo de bodyboard e grandes imagens, numa etapa que promete fazer História com uma etapa móvel que pde trazer boas surpresas na rica costa Micaelense.

Rita Pires


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