Notícias do Mar n.º 357

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Fotografia: Neuza Pereira/Clube Naval de Cascais

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Vela

Cascais SB20 World Championship

Fotografia Neuza Pereira Clube Naval de Cascais

Hugo Rocha

Campeão do Mundo da Classe SB20 Foi até ao último dia de regatas do Cascais SB20 World Championship, organizado pelo Clube Naval de Cascais, que se disputou entre os dias 29 de Agosto e 3 de Setembro, a decisão da vitória de Hugo Rocha no seu SB20 “New Territories”, tripulado também por Alex Semenov, Fran Palacios e Gonçalo Barreto.

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O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa na Cerimónia de abertura do Cascais Vela 2016 2

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om o campeonato do mundo da classe SB20, um barco criado e desenvolvido por um português, o prestigiado arquitecto Tony Castro, a disputar-se na baía de Cascais, considerada entre os melhores campos de regata do mundo, a frota mundial não deixou de comparecer e as melhores tripulações nacionais e internacionais da classe apresentaram-se e estiveram em regata 76 embarcações representando 13 países da Europa, Ásia e Austrália Logo no primeiro dia de prova as condições climatéricas foram muito favoráveis à prá-


Vela

Hugo Rocha campeão mundial de SB20 em 2016

tica de vela, e velejadores e membros das equipas técnicas ficaram com um sinal positivo do campeonato e da organização. Portugal na linha da frente no segundo dia de regatas com as condições climatéricas fantásticas que permitiram aos velejadores o cumprimento do programa previsto, com um clima ameno, céu pouco nublado, temperaturas a oscilarem entre 17 e os 23 graus e vento moderado de Norte muito inconstante entre os 14 e os 18 nós de

intensidade e mar chão, obrigando os táticos a trabalhos adicionais. O vencedor do dia, com base nos resultados apurados ao final de 6 regatas ficou no primeiro lugar da geral o New Territories de Hugo Rocha. Em segundo o France Jeune de Gabriel Skoczek e na 3ª posição ficou o australiano Export Roo de Michael Cooper. A 1ª tripulação júnior melhor classificada, Gabriel Skoczek está na 2ª posição da geral. Já a 1ª tripulação feminina de

Mathilde Geron está em 15º lugar da geral. Jerry Hill é o 1º Master e ocupa a 14ª posição da geral. Especial destaque para a Liderança dos portugueses na Nations Cup, taça que será entregue ao país com os 3 melhores resultados. Portugal ocupa o 1º lugar com 150 pontos, a França com 162 pontos, seguido de Grã-Bretanha com 180 pontos. No terceiro dia de evento o sol brilhou mas o vento tardou a chegar. A 1ª regata começou

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Vela

Equipa de Mathilde Geron venceu em feminino

com um pequeno atraso mas, rapidamente, se reuniram as condições climatéricas, com o vento variando de 10 a 15 nós, para a realização das três regatas previstas no calendário. Os resultados apurados, determinam que dos 76 barcos em competição, o France

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Jeune de Gabriel Skoczek, campeão do mundo em título, está na 1ª posição da geral. No 2º lugar está o New Territories de Hugo Rocha, sendo que não realizou a última regata do dia por ter uma avaria no barco. E na 3ª posição está o Trem Engineering de Rodion Luka.

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Nos resultados do dia destacamos 3 portugueses nos 10 primeiros lugares: Vasco Serpa (4º), José Caldeira (8º) e José Paulo Ramada (10º) Na Nations Cup a França ocupa agora o 1º lugar com 256 pontos, seguida de Portugal com 262 pontos e em terceiro a

Rússia com 317 pontos. Com um clima ameno, sol brilhante e ventos de feição, o 4º dia de regatas decorreu ao longo da costa de Cascais, com desafios que exigiram muita energia. Os resultados apurados e ao fim de 4 dias de competição, conferem que o New Territories de Hugo Rocha está na 1ª posição da geral. No 2º lugar está o France Jeune SB20 de Gabriel Skoczek e na 3ª posição está o Trem Engineering de Rodion Luka. A 1ª tripulação júnior melhor classificada é do France Jeune de Gabriel Skoczek que está no 2º lugar da geral. A 1ª tripulação feminina é Mathilde Geron do Team Xavier Bourhis Generali e está em 15º lugar da geral. O 1º Master, Jerry Hill está 16ª posição da geral. Na Nations Cup a França ocupa o 1º lugar com 357 pontos, seguida da Rússia com 401 pontos e em terceiro está Portugal com 502 pontos. No último dia do Cascais SB20 World Championship que teve as melhores tripulações nacionais e internacionais no


Vela

horizonte de Cascais definiramse os vários prémios em disputa, entre os quais o título de Campeão de Mundo da Classe SB20 e a Nations Cup, O vencedor, Campeão do Mundo 2016 da Classe SB20, é a tripulação do NEW TERRITORIES, de Hugo Rocha. Em segundo lugar ficou o France Jeune SB20 de Gabriel Skoczek e tripulada por Michel Emeric, Lucas Chatonnier e Marine Boudot. O Trem Engineering de Rodion Luka e tripulado por Andrey Klochko, Igor Severianov, Martin Mastbaum e Tomás Barreto ficaram em terceiro lugar. O Team France Jeune de Gabriel Skoczek ganhou o prémio da 1ª tripulação júnior melhor classificada e Mathilde Geron é a vencedora do prémio 1ª tripulação feminina. Jerry Hill ganhou o prémio 1º Master. O 1º lugar da Nations Cup pertence à França, seguida pela Rússia e em terceiro lugar Portugal. Nos resultados finais destacamos o desempenho de duas equipas portuguesas, Vasco Serpa e José Caldeira, que se mantiveram entre os 10 primeiros lugares, ao longo de todo o evento. O Cascais SB20 World Chamipship contou com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Cascais e tem a certificação da Sailors for the Sea. E teve o apoio das empresas Vista Alegre, Sagres, Simões e Gaspar e LG e os Media Partners são a JC Decaux, Rádio Comercial e TVI24. 2016 Setembro 357

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56º Salão Náutico Internacional de Génova

O Maior Salão de Barcos da Europa Este ano, entre os dias 20 a 25 de Setembro, vai decorrer o 56º International Boat Show em Génova que inclui durante esses cinco dias eventos, exposições, iniciativas diversas dos expositores e uma mostra de barcos com vista para o mar a 360 °, em virtude da disposição do Salão.

O

Salão Náutico de Génova será cheio de novidades para o público, a partir de diferentes pontos de vista, como a logística e as relacionadas com a concepção

e estrutura das várias areas de exposição, que vão facilitar a circulação dos visitantes e informá-los melhor. Serão dadas notícias sobre as novidades nacionais e internacionais, e informações sobre

a indústria náutica italiana e a tendência positiva registada desde o início de 2016 neste sector. No que respeita à exposição de barcos, espera-se que o número se aproxime dos 1.200,

Salão Náutico Internacional de Génova 6

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dos quais 20 %, embarcações acima dos 8 metros, estão dentro de água. O Salão inclui uma enorme marina, onde se expõem os megaites e os iates a motor, bem separados dos sport cruisers, com saída para o mar para os test drive. Tal como nos dois últimos anos, os veleiros e os grandes semi rígidos deixaram de ser mostrados dentro de pavilhões e agora estão todos dentro de água, o melhor modo de ver embarcações com estas dimensões. Excelente resposta das catamarans, com uma representação cada vez mais importante no Salão, numa confirmação de um mercado em expansão. O Salão deste ano tem um aumento de expositores e mais gamas das marcas de acessórios, hardware e vestuário técnico, que terá uma área dedicada designada por Vela. A 56ª edição deste salão náu-


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Zona dos megaiates tico, reafirma o seu papel como uma janela para o mundo, não apenas da indústria de Itália, mas de muitos outros países, não surpreendendo os compromissos institucionais para 2016, pois no topo há o foco na internacionalização, apoiado pelo Ministério do Desenvolvimento Económico, numa demonstração importante de uma política de desenvolvimento dirigida a um sector estratégico e fundamental que tem dado tanto pela economia italiana. Particular importância é dada à presença, pela primeira vez na Itália, de uma delegação de 15 corretores independentes da Florida Yacht Brokers Association, a American Historical Association, que tem mais de 1.200 membros activos no comércio de barcos num dos mercados mais vibrantes de sempre. No que consta à comunicação social, foram convidados 70 jornalistas de 30 países.

Interior do pavilhão de barcos com menos de 8 metros e motores

Interior do pavilhão de barcos pequenos e motores

Exposição de Veleiros e semi rígidos

Exposição de barcos em fibra inferiores a 8 metros 2016 Setembro 357

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55º Salão Náutico de Barcelona – 2016

Aumenta a Oferta para Navegar e Desfrutar o Mar Durante cinco dias, entre os dias 12 e 16 de Outubro, o 55º Salão Náutico Internacioal de Barcelona, vai mostrar a forte vontade espanhola de ultrapassar e vencer os obstáculos que a crise financeira fez cair sobre o sector náutico em Espanha.

O

BarcelonaBoat Show, organizado pela Fira de Barcelona com o apoio e colaboração da ANEN, bem como das princi-

pais entidades do sector, é o mais importante de Espanha e o único com o reconhecimento da Federação Internacional de Organizadores Boat Show (IFBSO).

Ao ar livre a exposição de embarcações a motor 8

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Mais uma vez envolvendo o Port Vell (Porto Antigo), na zona mais nobre e turística da cidade de Barcelona, o Salão vai apresentar a gama mais completa e variada de produtos e serviços relacionados com os desportos aquáticos, a náutica de recreio e a área de serviços de Espanha, para desfrutar do mar, praticar os desportos náuticos e fazer navegação. O Salão de Barcelona apresenta a mais completa oferta comercial da náutica de recreio e desportiva, tanto em exposição flutuante como em seco. Estarão 260 expositores directos e 670 embarcações expostas, das quais 170 são iates e superiates dentro de água.

No que respeita a embarcações, estarão veleiros, iates, catamarans, barcos menorquinas, lanchas Sport Boats, semi rígidos, pneumáticas, barcos de cruzeiro e de pescapasseio. Quanto a motos de água, estarão os últimos modelos, cada vez mais segurfos, fáceis de conduzir, com mais velocidade e diversão. Em relação à Electrónica, estarão as principais marcas de GPS, plotters cartográficos, pilotos automáticos, radares, sondas, com todos os equipamentos da última geração indispensáveis para os navegadores. Outro sector em crescimento, é o Chárter e o Turismo Náutico, encontrando-se


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Embarcações a motor e motores em exposição em stands

empresas de chárter e operadores turísticos a mostrarem las vantajens do aluguer de embarcações e proporcionando informação sobre portos desportivos, marinas, rotas e viajens. No que respeita aos produ-

tos financeiros, são diversas as entidades que oferecem os produtos financeiros específicos para a compra de barcos e amarrações em marinas. Também sobre as escolas náuticas existe larga Informação sobre cursos e as cartas

Motores e Embarcações em exposição

náutica, a prática de navegação e radiocomunicações. Existem standes com oferta de seguros, livros e revistas, com o Moll d’Espanya alterado, agora acolhe um maior espaço dedicado às embarcações a flutuar e dispondo

de uma zona de expozição comercial. No que respeita a eventos dentro do porto, estão programados uma imensidão deles, incluindo Surf, “Espai del Mar”, “Área Fun Beach”, “Marina Tradicional” e Nautic Food Plaza”

Os iates a motor e os veleiros estão em exposição dentro de água 2016 Setembro 357

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Náutica

Investigação

Projeto Universitário Técnico Solar Boat Somos um grupo de estudantes do Instituto Superior Técnico (IST) que pretende desenvolver uma embarcação tripulada, de competição, movida exclusivamente a energia solar. Esta pode ter até 8 metros de comprimento e 2,4 metros de boca, sendo o objetivo participar em competições da especialidade, a nível mundial, maioritariamente universitárias.

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tualmente somos a única equipa ibérica que irá participar em competições mundiais, nomeadamente, na Solar 1 Monte Carlo Cup em 2017 no Mónaco (transmitida pela Eurosport) e na Dutch

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Solar Challenge em 2018 na Holanda, competições estas que promovem alguns dos principais avanços tecnológicos em diversas áreas de engenharia. A ideia do projeto surgiu no final de Outubro de 2014 quando um grupo inicial de

colegas pensou em fazer algo mais para complementar o curso e acabaram por se juntar e começar este projeto de raiz. Em Fevereiro de 2015 o projeto foi oficialmente lançado, já com uma equipa de 8 pessoas, e com objetivos bem definidos.


Náutica

Equipa

Neste momento a equipa já é composta por cerca de 33 elementos dos cursos de Engenharia e Arquitetura Naval, Mecânica, Aeroespacial, Eletrotécnica, Eletrónica e ainda Engenharia e Gestão Industrial. O nosso propósito é criar uma incubadora de uma nova geração de estudantes apaixonados por engenharia, que ambicionam ganhar experiência profissional antes de entrar no mercado de trabalho. Num mundo onde cada

vez mais as energias renováveis são solicitadas, pretendemos contribuir para o desenvolvimento e divulgação das mesmas. A nível do projeto esperamos que este passe por sucessivas gerações e protótipos, nos quais se vão desenvolvendo novos sistemas cada vez mais eficientes, de modo a tornar a embarcação o mais competitiva e fiável possível, dentro das restrições dos regulamentos. Nós somos um projeto sem quaisquer fins lucrativos,

sendo que o nosso sustento baseia-se no apoio de empresas dos mais variadíssimos ramos da engenharia fornecendo-nos material, financiamento e know-how para a construção da embarcação. Infelizmente, no que toca a obtenção de baterias isto não está a ser possível sendo que fomos obrigados a recorrer à compra das mesmas. Desta forma, lançamos uma campanha de cro-

wdfunding na plataforma digital BoaBoa em que todo o apoio obtido servirá para a aquisição de baterias que é uma parte fundamental para o bom funcionamento de toda a parte elétrica e, por consequente, da embarcação. Ao apoiar-nos estará a investir num projeto único e inovador que irá representar Portugal como um país pioneiro nesta área.

A campanha de crowdfunding foi lançada na plataforma digital BoaBoa (http://www.boaboa.pt/tecnico-solar-boat).

Reunião Geral

Sala Tagus 2016 Setembro 357

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Marinha Não Consegue Impedir

Matança de Atum Vermelho

A Marinha Portuguesa participou no período de 17 a 19 de Junho, numa operação de fiscalização a uma frota de pesca espanhola, constituída por 65 embarcações, a pescar atum vermelho no interior da zona económica exclusiva portuguesa entre as 150 e 200 milhas náuticas a Nordeste da Ilha de S. Miguel sem ter encontrado, estranhamente, quaisquer infracções nas 14 embarcações que fiscalizou.

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grande concentração de embarcações de pesca na área onde se desenrolou a operação deveu-se à movimentação de enormes cardumes de atuns, que por esta altura do ano se alimentam ao largo das ilhas dos Açores, durante a travessa do Atlântico que grande parte desta epécie de atum faz para dsovar no Mediterrãneo. Nesta operação estiveram envolvidas a Marinha, através do empenhamento do NRP Figueira da Foz, a Força Aérea Portuguesa, 12

através do empenhamento de uma aeronave C-295, a Inspeção Regional das Pescas dos Açores, com os seus recursos humanos na realização da análise de risco, e a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos. Foram identificadas um total de 65 embarcações de pesca, que se encontravam acompanhadas por um navio hospital, o Juan de la Rosa, pertencente ao Instituto Social de la Marina de Espanha. Este navio hospital irá acompanhar a frota pesqueira durante a sua ati-

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vidade. Em virtude da importância do evento económico desenrolado por uma frota estrangeira dentro da ZEE de Portugal, lamenta-se que a Marinha Portuguesa tenha apenas reservado três dias para fiscalizar estas embarcações de pesca com pavlilhão espanhol, das mais apontadas pelas Organizações Não Governamentais de conservaçao do ambiente marinho, como das mais agressoras dos fundos e dos recursos marinhos, em especial no Atlântico Norte. Até por uma questâo de

princípio, deviam ter sido fiscalizados todos os barcos, levasse a Marinha o tempo que fosse necesssário. Enquanto estivessem dentro da ZEE nacional, temos o direito de ver tudo. Se já tivessem peixe, será que cumpriam com as regras da CE no que respeita ao cumprimento dos stocks? A Pesca de Cerco e as Redes de Emalhar quase Exterminaram o Atum Vermelho


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NRP Figueira da Foz fiscaliza frota espanhola com 62 embarcações a pescar atum vermelho, entre as 150 e 200 milhas náuticas a Nordeste da Ilha de S. Miguel Enquanto não havia navios de pesca com redes de cerco e de emalhar no meio do Oceano a capturar milhares de toneladas de atuns vermelhos, os rabilhos, eram capturados em Portugal em armações fixadas nos fundos de areia em algumas zonas do Algarve, enquando este peixe se dirigia para o esteito de Gibraltar. Antes de desovar, chamavam-se os atuns de “direito” e no regresso aos mares mais frios do Atlântico Norte, depois da desova e magros os atuns de revés”. Era habitual caturarem-se nestas armações atuns com mais de 450 Kg e 2 metros de comprimento. Estudos efectuados dizem que agora, devido à intensidade e tipo de pesca das grandes frotas ao atum ver-

melho, capturando-o todos os anos, antes de desovar, isso resultou numa redução

no Atântico Ocdental em cerca de 90 %, desde 1970. A localização dos Açores

e o carácter migratório dos tunídeos, que se relaciona com a abundância de ali-

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Notícias do Mar

Embarcação da frota espanhola com cerco aos atuns

mento em consequência de temperaturas e correntes oceânicas, ocasionam grandes flutuações nas capturas anuais, motivadas pela

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sazonalidade na ocorrência das espécies e pela limitação da época de pesca. Nos Açores nunca se pescou com armações. A pesca

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do atum é feita com artes de salto e vara com isco vivo e é considerada a mais ecológica. Ela faz parte do seu património social e cultural.

Cada vez mais a comunidade internacional preocupa-se com a utilização de artes demasiado intensivas e não selectivas como as re-


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des de emalhar derivantes e as redes de cerco. A pesca do atum de salto e vara com isco vivo que se pratica nos Açores deve ser reconhecida como uma pesca altamente selectiva e “amiga” do ambiente, dado que não apresenta capturas acessórias. Cada pescador tem uma cana, uma linha e um anzol, permitindo apenas a captura de um peixe de cada vez. O pescador pode ainda selecionar o exemplar, evitando peixes pequenos ou sem valor comercial. A elevada qualidade natural do atum das águas dos Açores é reconhecida mundialmente, porque as artes de salto e vara permitirem capturar os peixes mantendo a máxima qualidade, o que não acontece com o atum

Elementos fiscalizadores portugueses preparam-se para abordar uma das embarcações

muito amolecido, proveniente das capturas de cerco. A procura de peixe fresco

e de qualidade, sobretudo pelos mercados orientais, poderá impulsionar um ne-

gócio de futuro, promovendo-se a pesca ecológica de salto e vara dos Açores.

Atum vermelho capturado em cerco 2016 Setembro 357

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Pesca Desportiva

Histórias de Pesca

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho

Só me calham bogas!... Parte II

Recordam-se do capítulo anterior, da minha saga marítima, das minhas tentativas de pescar um bom pargo. Queria fazer boa figura aos olhos dos meus sogros, com o objectivo de ser incluído no testamento.

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ois ali estávamos, no pesqueiro 21, eu e o amigo Roque, a bater à porta do céu, a pedir um milagre. Mas tudo piorou. A maré vazou, a corrente aumentou muito, e aos poucos, as poucas possibilidades de sucesso desvaneceram-se. Pensei nos sogros, nas baixas expectativas que a avó Jesuína e o avô Laurentino tinham em mim. Pese embora o meu objectivo fosse um bom pargo, a possibilidade de um jantar de boga começou a fazer sentido. Tentei convencer-me a mim próprio que não estava assim tão mal. A boga é um peixe fino, bonito de cara, que dá boa conta de si. Tem predicados! Deve até ter alguns vestígios de Ómega 3. Veio-me à cabeça boga no forno com muita cebola, boga recheada com presunto, boga com todos os matadores, boga de escabeche, boga cozida na Bimby, caril de boga, sushi de boga, cabeça de boga cozida com brócolos, feijão verde e ovo cozido. E o meu famoso “carpaccio de boga com alcaparras”? É de levantar mortos! Não sei porquê mas sentia a vida a andar para trás. Adeus herança, adeus fortuna, adeus às meias turcas com raquetes, pelo Natal. Aquilo estava de romper em lágrimas. Mais triste, só mesmo chorando aos gritos, em pranto alto. Onde é que eu iria desencantar um pargo?! Eu tinha de alegrar a minha ditosa sogra, mas o peixe não queria nada. Casulo não queria. Caranguejo verde de casca mole, muito menos. Talvez 16

um lagostomate, pensei. Uma lagosta recheada com tomate não deveria ser recusada por pargo algum. Francamente, estava dado ao desespero. Aquilo não tinha jeito nem aspecto nenhum. Era algo como o quarteto dos três irmãos, Pedro e Paulo. Bogas e mais bogas! Bogas por todo o lado, aos pulos no barco! Gostava de pensar que as podia atar e amordaçar lá em baixo. Malditas bogas. Diz o meu amigo Antero dos Santos que Portugal importa dois terços do pescado que consome. Já me podiam ter dito! Eu resolvo já isso. Gostam de bogas?! Comecei a olhar para os pulsos. Acabei por ter um ataque de riso descontrolado, quando percebi que me tinha esquecido em casa do conjunto de facas de cozinha, em aço inox, que guardo para estas ocasiões. Como é que corto os pulsos, pensei. Em desespero, concluí que os pargos só podiam estar armados ao fino. A graça que acho aos peixes grandes que não picam, é a mesma que acho a meterem-me os dedos no meu nariz. Aquilo estava a passar das marcas. A moral estava em baixo. Qualquer treinador rasca sabe que é importante ter argumentos para os jogadores, quando estes estão a ser arrasados e massacrados pelo adversário. Resolvi empertigarme, aumentar o tamanho dos anzóis, e caprichar na isca. Disse para o meu colega: Roque, estás aí? Já comecei a preparar a minha iscada de sardinha espe-

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cial. Agora é que vai. Não me respondeu. Tentava suicidar-se por asfixia, bebendo de seguida uma garrafa de litro e meio de água. O optimismo não era de facto demasiado. O moral baixava a olhos vistos. Ele, horroroso sedentário, recém- operado a um pé e com uma artrose horrível num ombro, decidiu aguentar mais alguns segundos, antes de se lançar à água e ir embora para terra. Não que isso fosse grave, no caso de acontecer. Porque estávamos só os dois a bordo, isso não elevaria os índices de deserção da embarcação a valores superiores a 10 ou 15% dos tripulantes. Em termos estatísticos, não é relevante. E não tínhamos sequer ainda chegado a vias de facto. Não tinha havido facadas, ninguém tinha tentado explodir os pirotécnicos, logo, o ambiente estava quase calmo. Dada a distância à costa, desertar estava limitado àqueles que conseguissem atingir terra a nado. Ou seja, eu. Eu gosto muito dele. Não parece, mas gosto. Temos na nossa história muitos personagens de bom coração. A rainha Isabel dava pão aos pobres. O Roque dá ganso coreano, navalha e sardinha, aos peixes. “Que levais no regaço,…” lembram-se da história. Mas mesmo bonzinho, ele aos poucos deixava transparecer sinais preocupantes. Sinais de se querer amotinar. As bogas deitam muita caca das tripas. Tentei imaginar a minha querida sogra a comê-las, apertando o nariz com dois dedos. Conse-

guia vê-la a atirar a cabeça para trás, para as engolir, como fazem os gansos patolas. Tinha de arranjar outra solução. Uma iscada fantástica não podia falhar. Segurei com cuidado a cabeça da sardinha. Coloquei a faca no sítio certo, e com um golpe seco fiz o filete. Fiquei a saber que o meu companheiro Roque tem sangue ORH+. Pequenos detalhes, pequenas coisas, apenas perceptíveis a um observador perspicaz, indicavam alguma descrença. Havia uma corrente subterrânea de intranquilidade. E se eu não conseguisse um bom peixe? Poderia a minha sogra perdoar-me? Poderia continuar a acreditar que eu era o genro certo? A luz dos seus olhinhos? Senti sede. O céu estava nublado, o vento forte, mas para mim, o calor do sol caía abrasador. Transpirava de impaciência. Mandei a mão ao saco do lanche. Após algumas goladas de Nivea, percebi que tinha falhado a garrafa da água. Arrotei a protector solar, mas mantive a concentração na ponteira. Comecei a considerar ser prematura a minha convicção de que poderia acabar com as bogas até Dezembro. Comi uma banana. Parece simples e banal, uma banana. Vocês não pescam nada disto! Deixem-me provar-vos que não é bem assim. Quando o meu colega Vasco da Gama aportou a Moçambique, com toda a tripulação dizimada pelo escorbuto, de gengivas em ferida, infectadas, sem aguentar nada na boca, foi esse o fruto desconhecido e macio


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que os salvou. Vasco da Gama e sua tripulação, tal como eu, exauridos de forças, foram salvos por este fruto tropical, a única coisa que aguentavam comer. Já estou habituado a ser copiado pelos famosos. Só pedia uma picada boa. Mais nada. Ou no limite, mesmo sem ser boa. Se eu tiver uma picada, por frouxa que seja, talvez aceite a ideia de pôr uns alargadores pretos nas orelhas.

Finalmente o Roque resolveu falar. Com um sorriso amarelo, disse: “E se nós fôssemos para outro lado?”…… Achei aquilo péssimo! Para outro lado?! Aquele era o meu melhor pesqueiro. Perguntei a mim próprio quanto tempo é que ele conseguiria rir-se do meu pesqueiro 21, com a cabeça metida na água fria do mar. Passaram-me coisas pela cabeça! Vieram-me à ideia

uma série de possibilidades, mas todas acabavam comigo vários anos na prisão da Carregueira. Mantive-me pois, calmo. Respondi-lhe: Se quiseres ir para outro lado, diz-me só para onde. Tu é que escolhes agora. “Qualquer outro lado, ….“ respondeu ele. Os meus olhos treinados, correram a linha do horizonte. Ao longe, centenas de pássaros batiam freneticamente as asas, e conflu-

íam para um mesmo ponto. Os gansos patolas picavam como setas, embatendo na água com estrondo. Não havia dúvidas, havia muito peixe por baixo. Fiz azimute àquele sítio como as miúdas novas e gaiteiras fazem a um bom par de sapatos na montra: fui de cabeça, salivando uma boa pescaria. Vinham aí mil combates, força contra força, poder contra poder, até me doerem os braços. Acertei na última parte, os braços doídos: Outra vez elas, a fazer força. Eram bogas! Um enorme e miserável cardume de bogas que nos lixavam os iscos a cada lance. E daquelas grandes, a lembrar estatuetas estilizadas das Caldas. Puxámos cada um para seu lado, até nos fartarmos uns dos outros: Eu sem isca, elas sem fome. Roque, posso escolher outro lado?... Fomos então para uma zona mais próxima da costa. Havia alguns barcos. Quando cheguei ao pesqueiro, vi que havia mesmo barcos a valer. Era o Marquês de Pombal às 18.30h de uma sexta -feira. Disseram-me então que ali só podiam pescar pessoas cujo primeiro nome fosse Júlio. Deixei o barco derivar na corrente durante meia hora e fui lançar ferro mais abaixo, numa zona de areia. Não se via nem vivalma. Vai ser mesmo aqui, pensei. Não me peçam para vos explicar como tenho este instinto tão apurado. Isto nasce com as pessoas, é um dom. Da mesma forma, não me peçam para eu ser o vosso professor de equitação, ou de latim. Eu sou bom é na pesca. Deixovos este legado, este conhecimento. A princípio, pensei que deveria guardar a minha sabedoria, e até este trabalho literário específico sobre a boga. Pensei em autorizar

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a sua publicação apenas depois da minha morte, ou lá para o ano de 2420. O que ocorrer primeiro. Mas não queria estar a fazer-vos esperar. Para além disso, estou também a dar cursos de iniciação de pesca à boga. Embora limitados a 166 pessoas por dia. Não posso levar mais gente no barco, fico rouco de tanto gritar lá para as filas de trás. Começo sempre as minhas aulas por: “Aqui querem-se homens sem medo dos céus, e barcos sem medo das águas. Ouviram todos?!” O pessoal abre muito os olhos, vibra e aplaude-me desalmadamente. No fundo, reconhecem a minha grande qualidade técnica e a firmeza da oratória. Há pessoas que nem voltam a casa, inscrevem-se no meu curso de bogas todos os dias, durante anos. Mas voltemos à pesca: Eu antes queria ser ceguinho que aparecer em casa sem o pargo. Resolvi mudar de cana. Em termos de sensibilidade, estou convicto que nada melhor que a minha cana Daiwa CMF12HQAD, Art- nr 11746-365, de 2 secções+ponteira, de 3,60mt. É uma cana com selo de garantia GO Fishing. Acredito firmemente que é possível detectar as vibrações do pestanejar dos peixes. Mais que isso: com ela, é perfeitamente possível sentir na ponteira qualquer rotação dos olhos dos sargos. Mal olham para a isca dá logo sinal. Montei-lhe o meu carreto Saltiga 5500, e um fio trançado Saltiga 0.18, mais fino. Estão lixados, pensei para mim mesmo. Isto aguenta até um atum barrigudo. É sabido que o atum é um peixe forte e rápido. É a fast-food do oceano. Mas não poderiam nada contra o meu conjunto Daiwa Saltiga. 18

O meu querido amigo Roque estava sem forças. Estava a dieta líquida, a cerveja, e a ideia que me deu é que já não acreditava. Nestas coisas da crença, dos resultados fantásticos, é bom que se conheça a palavra passe: acreditar sempre até ao fim! Tive uma picada, e forte! Levei uma pancada nos braços, e desequilibrei-me. Escorregaram-me os pés no fundo do barco. Felizmente consegui amortecer a

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pancada com os dentes da frente, batendo suavemente no varão de aço inox mais próximo. Os dentes espalharam-se pelo chão como chicletes. Nunca se desiste! Aquilo era certamente o Mike Tyson a puxar! Um esforço enorme, algumas gotículas de suor a aparecerem na testa, e a firme convicção de que era desta que vinha aí o peixe da minha vida. Um peixe para fazer um póster de parede. Aquele que me

iria consagrar como pescador maior entre os maiores. Afinal os peixes estavam a comer. Quando pensamos que estão azedos, de ressaca, sem apetite nenhum, afinal há maneira de dar a volta. Ao princípio receosos, com faca e garfo, cautelosos com os beiços, mas depois já sem estribeiras, à força toda. E aí vinha ele. Aquilo era um míssil balístico água-ar, uma criatura do outro mundo, um alien, e dos gordos. Eu esta-


Pesca Desportiva

va autenticamente no caminho para as estrelas. Agora sim! Já estava a preparar o discurso mais inflamado da história, onde a minha técnica era exaltada até ao limite, quando nisto, …a linha partiu. A linha partiu. Nem queria acreditar. Fui atirado de ricochete até à proa, e a custo consegui agarrarme ao cabo da âncora. Aos poucos, sem forças, fui fraquejando. Primeiro ouvi uns sinos, a seguir uns sons longínquos de fogo-de-artifício, música de órgão de igreja, uns nevoeiros na vista, tremuras nos joelhos, soutiens das Super-Águias pelos ares, …estava verdadeiramente a entrar em estado de coma induzido. O meu colega tentou dar-me alento. Começou por me passar umas gotas de água salgada na testa, uns borrifos na cabeça, como se faz aos pardais novos encalorados, e a seguir abriu uma garrafinha de vinho verde, fresquinha. Aos poucos, golinho a golinho, voltei à vida, e montei nova pesca. O Roque fez o mesmo. A sonda estava maluca, cheia de pontos negros. Havia peixe. Aos poucos começaram a aparecer mais barcos. Talvez passem ao largo, pensei. Olhei para eles com o entusiasmo com que olharia para um camião cheio de primos sicilianos, armados com facas e pistolas. Ainda lhes disse que ali só podiam pescar pessoas cujo nome de família fosse Ornelas, mas nem me ligaram. Num instante, tinha seis barcos a lançar ferro a menos de 10 metros de mim. Aquilo era a queima das fitas em Coimbra, e nós no meio. Acabámos por levantar âncora, e sair dali de fininho. Já íamos a mais de duas milhas ainda os ouvíamos a gritar uns com os outros. Bem mais sossegada e discreta é a Associação de

Donas de Casa Divorciadas da Arrentela. Coloquei o dedo indicador no ar, tirei meças ao vento e disse ao Roque: É já aqui. Bora lá, rápido! A sonda marcava peixe grande. Tenho uma sensibilidade enorme e aguçada para estas coisas dos pesqueiros bons. Lançámos ao mesmo tempo. Os fios cruzaram-se na descida. Fizemos um enrolo de fios descomunal. Daqueles que temos de chamar os controladores de tráfego aéreo da Portela. Tudo enleado, no melhor momento do dia. Cortámos tudo, fizemos novas pescas, e voltámos à carga, uma hora depois. O peixe tinha desaparecido! Como por magia, todo o cardume tinha ido embora. Como aquelas quecas mágicas à Mandrake, em que estalamos os dedos e a morena desaparece da vista. Nem um peixe na sonda. Procurámos nas imediações, e lá estavam eles outra vez. Iscas para o fundo! Uma picada forte, reacção rápida, e ferrei com força. Veio apenas a placa dentária do bicho. Uma dentadura de boga. Mais uma a bolachas de água e sal, demolhadas em leite, para o resto da vida. Eu quando era mais novo, escondi a placa dos dentes da minha avó durante 6 dias, e só à sétima sova é que revelei o paradeiro. Foi quando passei ao regime de duas sovas dia… Já estava na fase de limpar as lágrimas com um rodo, quando nisto, e após um ligeiro e quase imperceptível vibrar da ponteira, veio de lá um toque franco. Ferrei mais uma vez energicamente, fazendo na circunstância uma rotura muscular em espiral de 2,30 metros, desde o tornozelo direito até à orelha esquerda. Dei tudo o que tinha. A curvatura da cana confirmava a qualidade do artigo. Parecia que eu esta-

va saltando à vara. Tinha de ser um peixe bom, pela força. Agora ou nunca. Ou saía bem, ou era o adeus à fortuna dos sogros. Descalcei os sapatos e as meias, para poder firmar bem as unhas dos pés na fibra do barco. Em completa apneia, fiz força e puxei, puxei, até perder os sentidos. Minutos depois, estava deitado no fundo do barco, e ao meu lado, um magnífico pargo, vermelhíssimo, como a Atalaia em dia de fecho da Festa do Avante. Tinha conseguido. Finalmente tinha conseguido. Afinal sempre tinha conseguido. Estava com o ego em alta. Inchando um pouquinho mais, apenas mais alguns milímetros, e já teria de me besuntar com gordura, para passar pela porta de entrada de casa. Se chego a pescar um segundo pargo, teria mesmo de passar a usar pés de cabra e alavancas para conseguir entrar pela dita porta. Estava mesmo no caminho das estrelas. Deve ser assim que se sentem as mocinhas de Hollywood, quando desfilam na passadeira vermelha da entrega dos Óscares. Todo eu era espectáculo, palmas e brilho de lantejoulas. Arranjei o peixe em água de mar, para dar melhor sabor, um certo travo a mar. Aquilo ia ser um jantar de apoteose. Voltei a Setúbal a pensar no que iria fazer com a minha parte do dinheiro da herança. Tilintavam milhões de moedas de 2 euros! Apenas faltava chegar a casa e tomar um bom banho de imersão quente. Com algum cuidado: o meu tio Marcelino, aqueceu a água da banheira demais, a 130ºC, e não foi visto nos últimos 35 anos. Um pouquinho de sabonete debaixo dos braços, uma esfrega vigorosa nas unhas pretas das iscadas de choco, uma pitada de perfume no sitio onde a sogra

iria dar o ansiado beijinho da ordem, e aí estava eu preparado para o jantar da consagração. Que nem correu mal. Uma hora de forno a mais não se teria perdido, e antes disso umas seis horas de panela de pressão, e teria sido um sucesso. Tudo se perdoa à nossa querida esposa. No fim deste dia dramático, teve pressa em despachar a culinária, e deixou o animal em cru. Já com todos sentados, ainda fui à travessa, ao centro da mesa, carregar com o garfo no olho do bicho. Não saltou, o que indica que pelo menos já estava morto, mas o ambiente era de desgraça e tragédia. Os meus sogros resolveram informar de que estavam atrasados para ir ao baile da sociedade recreativa da Atalaia, no Montijo. Insisti, argumentando que o peixe não estava assim tão mau, que agora a moda é comer um pouco mais mal passado, com a espinha em sangue, mas não me quiseram ouvir. “Depois na semana que vem pescas outro”…. dizia a sogra, convencida que aquilo era o Ikea, e que aqueles pargos eram feitos em série. Nem me ocorreu dizer-lhe que o último parguinho daqueles que me calhou, ainda eu não conhecia a filha, e que agora ela própria já era avó. Estas coisas dos pargos não são quando queremos. Acho mesmo que, durante o ano, há muito mais dias de Natal que pargos bons. Ainda lhes propus uma caldeirada de bogas à fragateira, mas estavam sem tempo. Passadas umas horas, recebi uma mensagem de um amigo, a dizer que os meus sogros andavam os dois na avenida Luisa Tody, em Setúbal, com um cartaz, a dizer: “Troca-se genro por uma garrafa de água. Negociável. Aceitamos meia garrafa, já babujada”…

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Náutica

Notícias Yamaha

Gama WaveRunner 2017 com 3 Extraordinários Modelos e Renascimento da Lenda

Yamaha WaveRunner EX Sport A Yamaha anuncia a Gama WaveRunner 2017 com a nova série E X com 3 extraordinários modelos e o renascimento da lenda com a nova GP1800 de performance desportiva

Yamaha WaveRunner GP 1800 20

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A nova série EX – potente, divertida e acessível. EX • EX Sport • EX DeLuxe A informação era direta – juntar tudo numa mesma unidade com tecnologia mais avançada, performance e manuseamento, inovações exclusivas e pura fiabilidade valores pelos quais as WaveRunners são reconhecidos em todo o mundo, mas de uma forma genuinamente acessível numa unidade de 3 lugares nunca antes vista. O resultado, a nova e entusiasmante série Yamaha EX, é o verdadeiro fator de


Náutica

Yamaha WaveRunner EX

mudança, que foi criado, para apresentar a uma nova geração de condutores e famílias, o prazer de comprar uma nova moto de água – e abrir um mundo novo de alegria e diversão. O premiado motor TR-1 desenvolvido pela Yamaha Os modelos EX são motorizados com o premiado motor Yamaha TR-1, um motor marítimo de 3 cilindros que apesar do seu enérgico torque e impressionante potência, é 40% mais pequeno, 20% mais leve e oferece melhor economia de combustível do que o antecessor motor Yamaha MR-1 de 4 cilindros. Mas há mais, o seu depósito de combustível de 50L tem quase o dobro da capacidade dos modelos concorrentes da sua categoria. Avançado controlo de aceleração na EX DeLuxe – sistema RiDE® A EX DeLuxe caraterizase por ter o exclusivo e incomparável Sistema RiDE® Yamaha, com o primeiro guiador de duplo gatilho de aceleração na indústria que oferece novos níveis de precisão e controlo, quer esteja a avançar, ou em marcha-

Yamaha WaveRunner GP1800

Yamaha WaveRunner EX Sport 2016 Setembro 357

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Náutica

Yamaha WaveRunner EX à-ré – ou simplesmente a divertir-se a desenhar uma curvas. O RiDE é a mais intuitiva experiência de condução na água. Aperte o gatilho do lado direito do guiador e navegue para a frente. Aperte o gatilho do lado esquerdo do guiador e inverta a marcha. Em velocidade, o gatilho do lado esquerdo do guiador irá também desacelerar. Solte ambos os gatilhos da direita e esquerda e a moto de água

irá ficar em posição neutra. Sem mudanças- Sem engrenagens. O único aspecto sobre o qual tem que pensar é o quão divertido é guiar com o RiDE*. A nova série EX – a melhor nunca foi assim tão acessível – até agora. *(De facto, é bom saber que o notável e líder mundial sistema RiDE® é agora uma caraterística standard em todos os modelos WaveRunner, excepto nos modelos

Yamaha WaveRunner EX Sport EX, EX Sport e SuperJet.) A lenda Regressa Performance desportiva – a nova GP1800 Ao longo dos anos, os modelos Yamaha GP - a GP1200 e GP1300R – atingiu uma reputação imbatível entre os pilotos profissionais de todo o mundo. Esta magnífica herança é agora explorada e vibrantemente renascida no novo modelo de performan-

A gama Yamaha WaveRunner 2017 de relance Performance Desportiva

Alta Performance de Luxo

Recreio

Nova Geração Familiar

GP1800

FX Cruiser SVHO Limited

VX Cruiser® HO

EX

VXR®

FX SVHO® Cruiser

VX Cruiser

EX Sport

SuperJet

FX SVHO®

VX DeLuxe

EX DeLuxe

FX Cruiser® HO FX® HO Para obter informações mais detalhadas e abrangentes sobre os novos modelos WaveRunner aceda a yamaha-motor.pt e entre em contacto com um Jet Center Yamaha. Acompanhe-nos em #yamahamarineworld #mundoyamahamarine #yamahawaverunners #tr1 #made4water Para informação mais detalhada, por favor contate: Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt

Yamaha WaveRunner EX Sport 22

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ce desportiva, a GP1800. A resposta às preces de qualquer entusiasta de performance, tem uma ótima aparência, uma máquina super potente com um forte e ágil casco e a habilidade para responder a todos os comandos do piloto de forma precisa e previsível. Claro que este novo modelo inclui todas as mais recentes inovações técnicas e eletrónicas, tal como as muitas caraterísticas que são muitas vezes singulares e exclusivas da Yamaha. •Motorizada pelo motor marítimo de ultra performance Yamaha SVHO® •Casco e deck com material Yamaha super leve NanoXcel2™. •Equipada com o premiado e exclusivo sistema RiDE® Yamaha. •O primeiro sistema de segurança por comando da indústria com o sistema LowRPM mode™ A GP1800 – nasceu uma nova estrela. Série FX, VX e SuperJet Yamaha Regressando em 2017 está

Yamaha WaveRunner GP 1800


Náutica

Yamaha WaveRunner EX Deluxe

Yamaha WaveRunner EX Sport

Yamaha WaveRunner FX Cruiser SHO

a muito admirada série FX, que combina impressionantes níveis de performance com irrevogável luxo. Esta é agora uma série com 5 modelos incluindo a FX SVHO, FX Cruiser SVHO, FX HO e FX Cruiser HO. O novo modelos da linha FX é a FX Cruiser SVHO Limited que vem com caraterísticas adicionais, incluindo ocultáveis cunhos de amarração (tem 4), um banco Cruiser de 3 lugares e um conveniente gancho para ski e outros rebocáveis para os entusiastas dos desportos aquáticos. Completando a gama Ya-

maha 2017 com 14 modelos, estão os 3 modelos extra equipados (sistema RiDE, NanoXcel™, No-Wake mode, Cruise Assist e Low-RPM mode™), mas com preço de pack da série VX, a performance desportiva da VXR e o famoso Yamaha SuperJet. Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal/PR004/2016/Setembro 2016 Página 5 de 5 O único e inconfundível SuperJet, também outra lenda Yamaha no mundo da competição, é exclusivo para uso em competição e é a única moto de água de condução em pé disponível atualmente no mercado.

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Náutica

Notícias Yamaha

Novo Yamaha F2.5 com Melhor Desempenho e Mais Funcionalidades

A Ya m a h a a p r e s e n ta o n o v o e e l e g a n t e F 2 . 5 c o m emis sões reduzidas, melhor desempenho e ainda mais funcionalidade.

O

novo design inteligente não é a única melhoria a destacar no mais recente F2.5. Com o novo conjunto de funcionalidades avançadas de engenharia, o famoso motor portátil é agora mais ecológico e intuitivo do que nunca. Primeiro, aperfeiçoamos o design do pistão, 24

da cabeça do cilindro e do coletor de admissão para melhorar a eficiência da combustão e a economia de combustível do motor, proporcionando assim uma melhor performance global e emissões de escape reduzidas, bem como níveis de vibração e ruído ainda mais baixos. O novo e incrivelmente

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popular motor portátil da Yamaha está ainda mais elegante e intuitivo. E ecológico também Outras vantagens deste novo motor podem ser mais evidentes. Com um punho de torção do acelerador maior (igual ao punho dos motores portáteis


Náutica

de maiores dimensões), o condutor pode controlar o acelerador de forma mais confortável. Além disso, a alavanca de arranque fácil de segurar, a alavanca de engrenagens precisa e o botão do ar novos podem ser facilmente alcançados. A pensar na conveniência, o depósito de combustível integrado (que permite poupar muito espaço no barco e facilita o transporte e o controlo do cordame) é agora transparente, simplificando a verificação do nível de combustível. É igualmente fácil ver o nível de óleo através da janela de observação e utilizando a nova tampa do depósito

de combustível com vareta incorporada. Também nos esforçamos por melhorar ainda mais o manuseamento e

transporte do novo F2.5 inteligente. O mais recente design inclui um inovador sistema de arrumação isento de fugas de óleo

que permite arrumar o motor em 3 posições (em cada lado ou na dianteira) sem correr riscos de derrame de óleo. Além

Punho de torção do acelerador maior 2016 Setembro 357

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Náutica

Resumo das especificações – Yamaha F2.5B Nome do modelo

F2.5BMHS/L

Especificações do motor 4 tempos

72 cc • OHV • 1 cilindro

Potência no veio da hélice

1,8 kW/5500 rpm

Regime de rotação (rpm)

5250 - 5750 rpm

Sistema de injeção de combustível

Carburador

Sistema de lubrificação

Lubrificação por chapinhagem

Capacidade do depósito de óleo (litros)

0,35

Capacidade de combustível (litros)

0,9

Sistema de ignição

TCI

Sistema de arranque Manual

Botão de ar

Controlo de acelerador/engrenagens Acelerador no punho Engrenagens

na lateral

Direção 360º, oscilante Relação de caixa e mudanças

F-N 2.08 (27/13)

Inclinação Manual

4 posições

Peso em seco com hélice (kg)

S 17 • L 18

Resumo das funcionalidades Facilidade de transporte

disso, a pega de transporte grande, equilibrada e confortável, localizada na parte posterior, também pode ser utilizada para conduzir o barco quando o motor é rodado 180º na direção de inversão. Em conjunto, todas estas vantagens (e algumas mais que não tivemos tempo de mencionar) contribuem para fazer deste motor altamente portátil e fiável a escolha “inte-

ligente”. Acima de tudo, o novo e elegante F2.5 é um motor Yamaha a 4 tempos. Mais “inteligente” é impossível. Para obter informações mais detalhadas e abrangentes sobre o novo F2.5 portátil, e todos os motores fora de borda mais recentes da Yamaha, aceda a yamaha-motor.pt e entre em contacto com um Concessionário Oficial Yamaha Marine

• Melhor eficiência da combustão e economia com emissões de escape mais baixas • Redução do impacto ambiental, sem afetar o desempenho • Novo sistema de arrumação de 3 posições, isento de fugas de óleo • Os mais recentes gráficos Yamaha e design de capota arredondado – elegante e moderno • Punho ergonómico com direção de 360º para facilitar o controlo • Punho de torção do acelerador maior - botão do ar e caixa de velocidades F-N fáceis de alcançar • Depósito de combustível totalmente transparente e tampa do depósito de combustível com vareta incorporada • Pega de transporte grande e confortável na parte posterior do motor para uma portabilidade ideal Acompanhe-nos em: #yamahamarineworld #mundoyamahamarine #motorforadebordayamaha #yamahaoutboards #made4water

Para informação mais detalhada, por favor contate: Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal R. Alfredo Silva, n.º 10 2610-016 Alfragide Phone: +351 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Web: http://follow.id/yamahamarineportugal/ Depósito de combustível integrado, totalmente transparente 26

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Electrónica

Notícias Nautel

Nova INTELLIAN i5P! As Antenas marítimas de Televisão por Satélite de referência para quem é mais exigente

A

Intellian tem o prazer de anunciar o lançamento da nova Intellian i5P, com prato de 53,5 cm. Trata-se de antena marítima de TV por satélite, que foi especialmente concebida para as regiões da Europa, África e América Latina. A i5P foi uma significativa aposta para a linha de produtos i-Series TVRO da Intellian, criando uma nova categoria de tamanho para sistemas marítimos de televisão por satélite. Serve desde embarcações com 15m até qualquer outra muito maior, que naveguem já em alto mar ou por exemplo, à volta da Península Ibérica 28

e Mediterrâneo e travessias com a Madeira, Açores, Canárias etc. O diâmetro de radoma da i5P é de 61 cm (24 “) e proporciona uma cobertura alargada em tamanho compacto. A assinatura tecnologia iQ² da Intellian proporciona ao cliente um rastreamento de sinal de mais rápido e mais silencioso e um simples sistema de instalação. O sistema habilitado Wi-Fi da Unidade de Controle da Antena (ACU) oferece a opção de gerir o sistema sem fios via Aptus, a aplicação de controle graficamente intuitiva da Intellian que pode ser descarregada através de um PC, Smartphone ou

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tablet. A i5P vem de fábrica equipada com um LNB Quad Universal e sistema de inclinação automática, permitindo aos utilizadores desfrutar de uma cobertura sem interrupções enquanto em viagem sem trocar quaisquer componentes da antena ao longo do percurso. O habitual nestes sistemas, considerando Portugal, Espanha, Ilhas, Mediterrâneo, é a ligação ao satélite HISPASAT por onde os provedores como a MEO, ZON e outros, fazem distribuir os seus pacotes de programas. Para os clientes que exigem por alguma razão, também receção do satélite

Astra3, a Intellian recomenda uma das suas i6P ou antenas maiores. Características principais Apenas o ajuste certo - Permite um desempenho de elevada qualidade na Europa, América do Sul e África Mais rápido e mais silencioso - A tecnologia patenteada da Intellian iQ² proporciona a melhor experiência disponível no mercado hoje em dia. Um algoritmo de busca de sinais avançados adquire o satélite 4 a 5 vezes mais rápido do que os métodos convencionais. A análise inteligente e em tempo real mantêm o sinal e re-


Electrónica

duz o movimento motor global em até 80%, eliminando ruído de fundo, ancorado ou em movimento. Instalação simples e fácil - Com um único cabo para ligar a antena e o ACU, o sistema i5P é rápido e fácil de instalar. A intuitivo comando da unidade de controlo ACU possui um display no painel frontal , e teclas funcionais que garantem uma configuração mínima para que possa começar a desfrutar de programas de TV em qualquer momento. Controle sem fio com Aptus Mobile – Concebido em Wi-Fi permite ao ACU ser controlada usando Aptus Mobile, software gráfico de controle de antena Intellian

quando conectado a um PC, Smartphone ou tablet. O Aptus Mobile permite aos utilizadores atualizar para o firmware mais recente e facilmente fazer alterações da biblioteca satélite, garantindo que o sistema está sempre atualizado para uma utilização optimizada. A aplicação Aptus Mobile está disponível na Apple Store e no Google Play. Processo de Atualização Simple Network - Facilmente responder a alterações na televisão por satélite, nas redes de serviços, que não tratadas podem causar interrupções. A Aptus Mobile verifica automaticamente as atualizações, permitindo que os utilizadores fiquem com o

sistema atualizado através de um processo aplicativo móvel simples Sistema de inclinação Auto - A i5P foi construído para cruzeiros numa vasta área de navegação. Por esta razão, vem de fábrica com sistema de inclinação automática, assim os utilizadores não terão que ajustar manualmente os LNBs quando navegam entre as regiões. GPS incorporado - A i5P inclui um GPS, que facilita a instalação eliminando a necessidade de se ligar com o sistema de navegação do navio. Além disso, a aquisição de sinal GPS mais rápido melhora e permite o desempenho global de

acompanhamento. Outras especificações EIRP: 47dBW. Peso : 17,3Kg. Movimento da embarcação: +/- 25º lateralmente (ROLL), +/- 15º longitudinalmente (PITCH). Variações de ROLL&PITCH e em azimute : 50º/seg. Estanquicidade IPX6 NAUTEL - Sistemas Electrónicos, Lda Rua Fernão Mendes Pinto, Nº 46 1400-146 Lisboa – Portugal Tel. +351 213 007 030 Fax. + 351 213 007 039 Visite-nos em: www.nautel.pt

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Programa Operacional Mar 2020

Porto de pesca costeira e local de Setúbal

A Comissão Europeia aprovou em finais de Novembro passado, o Programa Operacional MAR 2020 para implementar em Portugal medidas de apoio enquadradas no Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).

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Aquicultura de mexilhão 30

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sse Programa define fundamentalmente as prioridades das estratégias a aplicar, das quais ressaltam: Promover a competitividade com base na inovação e no conhecimento. Assegurar a sustentabilidade económica social e ambiental do sector da pesca e da aquicultura. Contribuir para o bom estado ambiental do meio marinho e promover a Política Marítima Integrada; Contribuir para o desenvolvimento das zonas costeiras, aumentar o emprego; Aumentar a coesão territorial bem como aumentar a capacidade e qualificação dos profissionais do sector. Como áreas de intervenção, o novo Programa Operacional passou a incluir novas áreas prioritárias, tais como: Programa de Recolha de Dados. Controlo e Vigilância da Atividade da Pesca Organização Comum de Mercados dos Produtos da Pesca e da Aquicultura Plano de Compensação para


Notícias do Mar

as Regiões Ultraperiféricas Política Marítima Integrada. A estrutura de missão para o MAR 2020, para além das suas aptidões no âmbito do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), irá assegurar uma adequada monitorização do novo Programa Operacional. O PO MAR 2020 tem um orçamento de 508 milhões de euros, sendo o financiamento FEAMP no montante de 392,5 milhões de euros. Apoios à Transformação da Pesca e Aquicultura Foi publicada a Portaria n.º 64/2016 que regula o regime de apoio Transformação dos produtos da Pesca e da Aquicultura, inserido no programa operacional MAR 2020. O objectivo é: Reforçar a competitividade das empresas integradas no sector da transformação dos produtos da pesca e da aquicultura, nomeadamente promovendo a eficiência energética, fomentando a inovação e potenciando a valorização dos produtos e a melhoria dos processos produtivos As áreas de intervenção sâo: Contribuir para a poupança de energia ou a redução do impacto no ambiente, incluindo o tratamento dos resíduos. Melhorar a segurança, a higiene, a saúde e as condições de trabalho Apoiar a transformação de capturas de peixe comercial que não possa ser destinado ao consumo humano Apoiar a transformação de capturas de peixe comercial que não possa ser destinado ao consumo humano A transformação de subprodutos resultantes das principais atividades de transformação A transformação de produtos da aquicultura biológica Dar origem a produtos novos ou melhorados, a processos novos ou melhorados, ou a sistemas de gestão e organização novos ou melhorados Os destinatários são empresas de pequena e média dimensão (PME’s) Como incentivos a taxa de apoio assume a forma de não reembolsável, podendo estar compreendida entre os 50% e os 100% das despesas elegíveis, até ao limite de 6 500 000 Euros por operação.

Porto de pesca de Sagres

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Fisher Panda Apresenta Novo Gerador Diesel de Velocidade Variável A Fisher Panda apresenta o novo Gerador a Diesel de velocidade variável - Panda 5000i Neo – Série-i

Em Busca da Inovação Nos últimos dois anos, a marca Fischer Panda, reconhecida mundialmente como um dos maiores fabricantes de Geradores a diesel do mundo, tem vindo a desenvolver o seu próprio motor a diesel de velocidade variável. O seu objetivo era criar um gerador de 4kW/5kVA capaz de satisfazer todas as certificações exigidas sobre a emissão de gases. Surge assim o inovador motor FPE320 de 1 cilindro, refrigerado a água e equipado com um filtro de óleo integrado no novo Gerador Panda 5000i Neo. Máxima Eficiência Tal como todos os geradores inversores Panda, com controlo variável de velocidade, o novo modelo Panda 5000i Neo é caracterizado pela sua elevada eficiência, funcionamento silencioso – nível de som 7m/3m/1m a 54/64/68 dB, construção leve (75 kg) e extremamente compacto (dimensões 422 x 450 x 508 mm) e com um preço super competitivo! Graças à tecnologia de inversor que possui, o Panda 5000i Neo apresenta uma redução significativa de emis-

- Saída de 230V AC – fonte de energia fiável - Onda sinusoidal pura, ideal para eletrónica sensível - Elevada capacidade de arranque para unidades de ar condicionado / compressores de mergulho - Instalação simples – custos reduzidos - Amigo do ambiente – baixo consumo de combustível - Interface opcional SAE J1939

são de gases e consumo de combustível. Tecnologia Variável de Velocidade Devido à moderna tecnologia existente no motor FPE320, a velocidade de operação do Panda 5000i Neo pode ser ajustada por forma a se ajustar eficientemente a diferentes solicitações de carga, enquanto fornece uma voltagem e frequências extremamente estáveis. Série-i O Gerador Panda 5000i.Neo, tal como os restantes geradores da Série-i, está equipado com um sistema de isolamento de som e de refrigeração por água. Estes geradores foram concebidos para serem

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leves e compactos, garantindo uma poupança de espaço até 30% e apresentam-se como os primeiros da próxima geração de geradores compactos, super silenciosos, extremamente poderosos e a preços super competitivos. Funcionalidade O Gerador Panda 5000i Neo foi concebido para uma utilização marítima. O seu motor apresenta uma velocidade máxima de 2800 rpm e a energia elétrica é fornecida com uma voltagem constante de saída de 230 V / 50Hz através de um inversor. - Velocidade variável – dependente do consumo (carga) - Dimensões e peso reduzido – instalação compacta - Altamente eficiente – energia máxima

Sobre o Fisher Panda A marca Fischer Panda, com sede em Paderborn na Alemanha, é um fabricante de geradores a diesel, sistemas híbridos e de propulsão para aplicações móveis em veículos terrestres e marítimos. Os seus geradores são conhecidos pelo seu design compacto e extremamente baixo ruído durante o seu funcionamento. A Fischer Panda conta com uma equipa de mais de 500 técnicos e colaboradores em mais de 80 países a nível mundial, encontra-se representada em Portugal pela empresa Nautiradar – Sistemas Marítimos de Electrónica e de Telecomunicações, Lda. Para mais informações sobre este novo produto da Fischer Panda, por favor visite o site www.nautiradar.pt


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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

O Tejo Precisa de Mudança “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades”, este poema de Luis de Camões, após mais de 400 anos tem toda a actualidade. Cantado por José Mário Branco, como mensagem, foi adoptado pela Tagus Vivan como conceito e princípio para preparar, desde o início de 2015, um novo Congresso do Tejo, o terceiro.

G

O Tejo em Santarém 34

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enericamente o conceito, definição e significado de um Congresso, termo de raiz latina, é uma reunião de pessoas e entidades com interesses em comum, que visa tratar de determinados assuntos, comunicar trabalhos, apresentar propostas ou trocar ideias. Num Congresso todos os presentes têm algo para ensinar e muito para aprender, pode e deve ser uma boa ocasião para resolver questões penden-


Notícias do Mar

O Tejo em Vila Velha de Ródão

tes e procurar contribuir para que elas sejam resolvidas. No caso específico do rio Tejo, este Congresso é de uma importância muito significativa, e é oportuno e acutilante tendo em consideração que, se por um lado o Tejo do passado não volta mais, por outro, é intolerável continuar a permitir-se ou tolerar-se que ele continue a ser vulnerabilizado, com o risco das gerações vindouras herdarem um rio sem futuro, sabendo-se que ele tem vida e valências que potenciadas com saber, ainda se está a tempo de vir a ser um Rio Vivo e Vivido, no verdadeiro sentido da palavra, para criar vida e riqueza. É para procurar encontrar soluções, criar sinergias entre parceiros, apontar caminhos, para que o Poder Central tenha a coragem política de tomar as medidas necessárias para que o nosso Tejo possa prosseguir o

destino para que qualquer grande rio nasceu, é esse o principal desígnio do Congresso do Tejo III. Este Congresso pode ter a duração de um dia, como está previsto, e ser o suficiente porque, na verdade, todo o processo da sua preparação envolvendo vários parceiros, como técnicos, cientistas,

O Tejo em Lisboa

e outros especialistas, autarcas, CIMs, autoridades, associações de beneficiários, empresários, empreendedores, ONGs, e as comunidades ribeirinhas da sua Bacia Hidrográfica vêm desde meados de 2015, a serem envolvidos na organização e na preparação deste Congresso que intencionalmente,

porque “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se a confiança, tomando sempre novas qualidades”, ele foi precedido de um Ciclo de Conferências Regionais preparatórias num período de pré-Congresso, e pode admitir-se até que se justifique um período de pós-Congresso.

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Notícias do Mar

Conferência do Médio Tejo (Preparatória do Congresso do Tejo III)

Texto Miguel de Azevedo Coutinho

Médio Tejo - Sustentabilidade do Rio Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, Vila Nova da Barquinha, 7 de Julho de 2016)

Mesa 3, da esq. » dir. Dr. Nuno Lacasta, Dr. José Alho, Eng. Pedro Serra e Sr. Paulo Constantino Relato dos Painéis da Tarde, Debate e Sessão de Encerramento Dando continuidade ao programa estabelecido, a seguir à pausa para almoço tiveram lugar as apresentações agendadas – a Monitorização Internacional, a Qualidade das Massas de Água Transfronteiriças e a Problemática dos Caudais Ecológicos. Neste relato dá-se conta dos principais aspectos das apresentações, que na generalidade focaram aspectos: do papel da administração central na gestão do rio Tejo; na importância do rio, na medida que alimenta o maior estuário Europeu e é res-

ponsável pela biodiversidade do Atlântico Norte; na complexidade do contexto de gestão de uma bacia hidrográfica internacional; na participação pública e de movimentos de cidadãos, nas decisões respeitantes á gestão das massas de água e territórios adjacentes, em geral, e do Rio, em particular. Após as apresentações teve lugar um período de debate, relativo aos temas do painel, a que se seguiu a sessão de encerramento. Devido a se ter ultrapassado a hora prevista para o encerramento não foram, na altura, apresentadas as principais conclusões da conferência.

Principais Problemas na Região Hidrográfica do Tejo 36

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A Monitorização Internacional, a Qualidade das Massas de Água Transfronteiriças e a Problemática dos Caudais Ecológicos O painel da tarde foi moderado pelo senhor doutor José Alho que promoveu o enquadramento dos temas - a Monitorização Internacional, a Qualidade das Massas de Água Transfronteiriças e a Problemática dos Caudais Ecológicos – referindo o âmbito alargado das abordagens, que contemplava visões técnicas, politicas e de cidadania. Informou que o senhor Miguel Angel Sánchez – representante da rede do Tejo/Tajo, não poderia estar presente, por impedimento profissional. O tema sobre o rio Tejo e a sua região hidrográfica foi apresentado pela senhor doutor Nuno Lacasta, Presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), Começou pela breve caracterização do rio e da sua bacia hidrográfica, em Portugal, e pela identificação dos principais

problemas. Relevou aspectos do estado de qualidade e referiu a redução das afluências naturais na secção da barragem de Cedillo. Indicou as Principais Linhas de Ação contidas no 2º Ciclo de Planeamento da Bacia Hidrográfica do Tejo e referindo as Medidas Gerais para a Bacia Hidrográfica do Tejo (11) e as Medidas Específicas para o Troço Principal do Tejo (8). Mencionou a situação relativa à Convenção de Albufeira, referindo terem havido três reuniões da Conferência das Partes (2005, 2008 e 2015) e 18 reuniões plenárias da Comissão para a Aplicação e Desenvolvimento da Convenção. Prestou ainda informações relativas às afluências de caudais de Espanha e aos correspondentes regimes de caudais. Referiu os regimes de caudais mínimos e ecológicos e os mecanismos para o planeamento da bacia hidrográfica do rio Tejo (Portugal e Espanha), nomeadamente no respeitante às massas de água fronteiriças e transfronteiriças. O senhor engenheiro Pedro Serra, consultor especialista em Recursos Hídricos, da Planege, enquadrou a bacia do Rio Tejo, e apresentou os conceitos de caudais ecológicos e caudal garantido. Salientou a dificuldade do estabelecimento de um regime de caudais com Espanha por o caudal ecológico não estar contemplado no direito internacional e pela complexidade da sua quantificação. Referiu que mesmo no quadro Europeu, Directiva Quadro da Água, não existe a sua clara definição e que só indirectamente se poderá associar o conceito de caudal ambiental, para atingir o bom estado ecológico das


Notícias do Mar

Aproveitamentos hidráulicos na bacia hidrográfica do rio Tejo massas de água. Referiu ser fundamental efectuar o controlo dos caudais, nas albufeiras, para permitir a regularização do regime de caudais, amortecendo caudais de cheia na época húmida e aumentando os caudais mínimos no verão. Considerou ainda, que a construção da barragem de Alvito seria uma medida importante para a criação de uma reserva de água estratégica e para aumentar a regularização de caudais no rio Tejo, particularmente em grandes estiagens. Por último, o senhor Paulo Constantino, porta-voz do Movimento pelo Tejo, salientou a oportunidade da Directiva Quadro da Água que impunha a obrigatoriedade de se atingir um bom estado ecológico das massas águas, até ao ano de 2015 (prorrogável até 2021 ou 2027). Referiu a necessidade de existência de um plano único de gestão para a bacia do Tejo (de Portugal e Espanha). Salientou a insuficiência de caudais em Portugal, devido às transferências de caudais Tejo - Segura, e ao armazenamento nas albufeiras espanholas. Denunciou o que chamou de negócio das transferências, pois o custo da água da transferência, cerca de 0,09 €.m-3 é muito mais favorável que o valor da água dessalinizada, que custa 0,30 €.m-3. Foi evidenciado o receio face a previsível aumento da transferência de caudais, tendo proposto a revisão da Convenção de Albufeira, e quatro outras medidas: encerramento do Transvase Tajo-Segura; definição de caudais ecológicos nos Planos de Gestão e na Conven-

ção de Albufeira; coordenação de armazenamentos e descargas de albufeiras para garantir caudais ecológicos e adaptação às alterações climáticas. Ainda, a existência de monitorização internacional, em tempo real; a disponibilização de informação (volumes e caudais, cumprimento da Convenção de Albufeira, qualidade das massas de água transfronteiriça, caudal sólido, radiológico); a integração das redes de monitorização; e o relatório do estado ecológico de águas fronteiriças no âmbito da Convenção da Albufeira. Debate Na sequência à apresentação dos temas, foi estabelecido um

Armazenamentos em aproveitamentos hidráulicos no rio Tejo, em Espanha) curto período para debate e prestação de esclarecimentos. Os participantes presentes levantaram diversas questões; principalmente sobre a qualidade da água e os regimes de caudais, em geral, e as principais fontes de poluição, em particular; sobre a imprevisibilidade de caudais e a satisfação de caudais mínimos. Sessão de Encerramento Após este período teve lugar o encerramento da conferência. A Sessão de Encerramento teve a participação da Senhora Doutora Maria do Céu Albuquerque, Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, do

Senhor Engenheiro Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal da Barquinha, a anfitriã do evento e do Senhor Engenheiro Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente. Maria do Céu Albuquerque referiu a necessidade de se estabelecer uma política de proximidade e fez uma apresentação dos vários programas do quadro comunitário com fundos para valorizar o rio Tejo e as comunidades ribeirinhas. Carlos Martins apresentou várias acções do Ministério do Ambiente, e de organismos por ele tutelados, referindo, designadamente, a importância em obter dados de base e da melhoria das redes de monitorização.

O Secretário de Estado do Ambiente, Eng. Carlos Martins discursando no Encerramento da Conferência, acompanhado da Dr.ª Maria do Céu Albuquerque, Presidente da CIMTejo e do Dr. Fernando Freire Presidente da C.M. de Vila Nova da Barquinha 2016 Setembro 357

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Texto e Fotografia Carlos A. Cupeto

O Tejo no Atlântico

um grande rio só pode dar num grande mar

Diz quem sabe que depois do Bugio o Tejo é Atlântico.

A

tlântico, o grande oceano que muitas vezes ignoramos e esquecemos, pateticamente dizemonos um país mediterrânico e

confundimos clima e biofísica com o essencial. No verão o Tejo a pé ganha valor com a Geologia no Verão, uma magnífica iniciativa do Ciência Viva no Verão a comemo-

rar 20 anos. Em setembro andámos com os pés no mar da praia das Avencas à Parede numa ação a que chamámos: Geobiodiversidade, algumas páginas da

A bióloga Ana Coelho da Cascais Ambiente faz uma primeira apresentação e prepara-nos para uma manhã bem passada. 38

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Lá em baixo está o magnífico cenário que nos conta uma história, passada (geologia) e presente (biologia). história da Terra na praia das Avencas (Parede). Na verdade tratou-se de uma iniciativa resultante da boa parceria entre o Centro de Ciência Viva de Estremoz (Departamento de Geociências da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade de Évora) e a Cascais Ambiente (Câmara Municipal de Cascais). Uma parceria que procura mostrar a relação do ecossistema atual com o passado geológico. O palco são as lindas lajes calcárias mesozoicas cortadas por “perfeitos muros” filoneanos, que substanciam a Zona de Interesse Biofísico das Avencas (ZIBA), uma feliz e oportuna proposta e iniciativa da Câmara Municipal de Cascais. Muito mais que escutar a conversa entre a bióloga Ana Coelho e o geólogo os mais de 30 participantes, a que se foram juntando interessados banhistas, foram convidados a olhar o meio e refletir sobre os enormes desafios da ZIBA e tudo à volta. Na verdade a con-


Notícias do Mar

Já com os pés nos calcários tomamos contacto direto com a abundante vida ali existente. servação e valorização de um ecossistema é muito mais que proibir e é uma responsabilidade de todos. A manhã passou-se muito bem e no fim ainda houve tempo para surpreender alguns com as pegadas de Saurópode, grande dinossauro, que acerca de 100 milhões de anos andou por locais que correspondem hoje à praia da Parede - pequeno filme disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=HaMq4MWrXXo

No verão de 2017 voltaremos com mais Geologia no Verão, muito provavelmente com um programa mais ambicioso, além do Guincho - Serra de Sintra e das Avencas - Parede: Vale Glaciar do Zêzere (Serra da Estrela); Rede Natura do Oeste (litoral de Torres Vedras, Lourinhã e Peniche) e Serras do Socorro e da Archeira (Paisagem Protegida Local das Serras do Socorro e da Archeira – Torres Vedras), fazem parte dos nossos planos.

Humanos que não são exemplo fazem questão de deixar a sua marca.

Mesmo que o perigo seja evidente e que os cartazes avisem os mesmo humanos fazem questão dizer: “aqui estamos nós a contribuir irresponsavelmente para um país inculto”.

Todavia é possível coexistirmos sustendamente. 2016 Setembro 357

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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Texto Carlos Motaco Fotografia Redação Mundo da Pesca

Tunning de ponteiras Tire o máximo proveito da sua ponteira

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Pesca Desportiva

Transformar as nos sas ponte iras pode revelar resultados excelentes, gastan d o p o u co te m p o e d i n h e i ro. No entanto, não devemos mudar “às cegas”, pois para piorar mais a situação não vale a pena mexer. Hoje daremos algumas boas dicas para alterar a ação e visibilidade das nossas ponteiras, com as devidas explicações.

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evolução na tecnologia dos materiais chegou a um ponto que pouco podemos esperar de melhorias técnicas; nos carretos pode acrescentar-se mais ou menos rolamentos, mais força ou velocidade, ou em alternativa conjugaremse vários fatores como por exemplo disponibilizarem-se vários tipos de bobine, sejam elas cónicas, metálicas em grafite ou mesmo em teflon. A verdade e falando dos carretos, é que pouco se está a avançar, sendo o preço um dos fatores que poderá mar-

car esta diferença. Nas canas passa-se quase a mesma coisa, quer sejam elas canas de partes ou telescópicas; com aquilo que já existe de oferta no mercado e falando nos modelos de topo das várias marcas, pouco se pode acrescentar no que diz respeito a evolução. Em ambos os tipos de cana já se encontra de tudo; das curtas às mais compridas, já encontramos canas com ação de ponteira, semirrígida ou semi-parabólica. E é nesta variedade tão grande de canas que nós próprios poderemos melhorar ainda

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Pesca Desportiva

Ver...a quanto obrigas

Há muitos pescadores que pescam com base em verificarem o peso da montagem para saber se têm peixe; outros optam por ter sempre o dedo na linha de modo a sentirem os toques. O mais comum é estar atento à ponteira. Mas para que tal se torne efetivo há que ter ponteiras com cor ou combinações de cores que tornem percetíveis os toques; a mesma cor não é vista da mesma maneira num dia nublado ou num dia de Sol, pelo que se recomendam ponteiras com cores diferentes para distintas condições. mais as suas prestações.

Cortando a mesma ponteira conseguimos um efeito mais rígido, com uma mais rápida e indicada a pesca rápida. 42

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As ponteiras A cana que nós optamos por comprar às vezes fica condicionada pela escolha do conjunto de ponteiras com que vem de origem, a qual nem sempre é a melhor ou mais acertada para os locais ou tipos de pesca que vamos fazer. É aqui que podemos marcar a diferença e fazer com que a evolução não pare, ou seja, manter o conjunto original de ponteiras, adaptando-as às nossas necessidades. Habitualmente o que verificamos é que o jogo de ponteiras que vem com a nossa cana tem um comprimento idêntico entre todas elas, variando


Pesca Desportiva

apenas a rigidez. Mas e se surgir a necessidade de praticar uma pesca com muito ritmo em que a ponteira tem de ter uma ação mais rápida na hora de ferrar? Sem dúvida que é o mesmo que dizer que temos de recorrer à obtenção de ponteiras novas que sirvam esse objetivo ou em alternativa deveremos recorrer ao tunning, que é o mesmo que dizer, transformar as nossas ponteiras originais. Seguindo estes dois caminhos poderemos obter ponteiras eficientes para vários tipos de situações, gastando muito pouco dinheiro. De referir que poderemos, além de alterar a ação da ponteira e em consequência a da cana, a visibilidade da ponteira que também pode ser melhorada à medida das necessidades de cada pescador, sejam elas pela falta de vista ou inclusivamente por adaptação às condições de luz do dia de pesca mediante pintura. Mudar porquê? Para pesca rápida devemos escolher uma ponteira curta em fibra; já para uma pesca em que se pretende um conjunto cana/ponteira mais leve e em que se espera menos peixe, mais “manhoso” e a menores profundidades deveremos optar por uma 2016 Setembro 357

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Pesca Desportiva

As ponteiras mais compridas deverão ser mais rígidas exceto na parte funcional da ponteira e não devem ser utilizadas em situações muito adversas de mar.

Devemos ter sempre em conta a cana usada pois a mesma ponteira não vai funcionar da mesma maneira

em canas de ação já de si diferente

ponteira mais comprida em carbono. Estes são exemplos de várias combinações que podemos fazer tendo em conta as várias situações de pesca e também, e não menos importante, da cana usada; a mesma ponteira não vai funcionar da mesma maneira em canas de ação já de si diferente. A zona funcional de uma ponteira é a sua parte terminal, sendo notório por ser a parte que dobra mais; se pegarmos numa ponteira e a cortarmos nessa mesma zona, mantendo a mesma base, a ponteira ficará mais rígida. Com este exemplo 44

conseguimos mostrar que com a mesma ponteira podemos conseguir efeitos distintos, mantendo a base de encaixe original. Ponteiras compridas A ponteira para ser mais comprida tem de ter uma largura maior na base; esta torna-se maior quanto maior for a cana. As ponteiras mais compridas deverão ser mais rígidas em toda a sua extensão, exceto nos seus 6 cm finais que é a parte funcional da ponteira. Como já referimos não devem ser utilizadas em situações muito

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adversas de mar, devendo serem utilizadas apenas em mares muito calmos, beneficiando do facto de serem em carbono. Uma ponteira longa nunca deverá exceder os 85cm de comprimento e uma base a oscilar entre os 4,5 a 5 mm, devendo ser desbastada o suficiente nesta zona para que encaixe na perfeição, conferindo à cana a ação pretendida. Se a cana tiver um cabo de diâmetro mais fino e uma base de encaixe mais estreita poderemos usar uma ponteira mais longa, devendo dar especial atenção para o facto de ter de possuir uma maior

zona de encaixe e um maior número de passadores. Ponteiras curtas As ponteiras curtas deverão ter no máximo 45cm de comprimento e utilizam-se em canas com comprimentos a oscilar entre os 2,7 e os 3,5 metros. Geralmente nas canas mais curtas a base é mais larga, acontecendo o inverso do que acontece em canas mais longas onde as ponteiras curtas dotam a cana de uma ação mais rígida, ideal para pesca mais rápidas, fortes e com muito peixe, podendo mesmo dizer-se que canas curtas com ponteiras curtas aumentam esta ação. Em canas mais compridas do género feeder (2 ou 3 partes) as ponteiras para serem mais sensíveis terão de ser em carbono.


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Pesca Desportiva

35º Concurso de Pesca de Alto Mar do Clube Naval da Ericeira

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Clube Naval de Sesimbra Vence na Ericeira Nas águas da Ericeira, no passado dia 31 de Julho, realizou-se o clássicol 35º Concurso de Pesca de Alto Mar do Clube Naval da Ericeira, com a vitória do Clube Naval de Sesimbra.

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ais uma vez esta prova t e v e grande participação, com mais de 40 atletas a entraram em competição para defender as cores dos seus clubes e ganhar o título. Sendo o isco da responsabilidade do pes46

Equipa vencedora no Torneio do Clube Naval da Ericeira

cador eram permitidos todos os tipo de isco, naturais ou artificiais, ou peixe capturado pelo próprio pescador que podia ser utilizado como isco. Com saída do porto das embarcações de madeira às 06.30h as e às 07.00h as fibra, a prova teve início às 08.00h e o final às 13.00h.

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Havia uma lista de peixes não autorizados, alguns por motivos desportivos, outros para preservação da espécie. Antes do peixe ser pesado, o comissário que se encontra a bordo de cada barco, mediu os peixes dentro da embarcação, rejeitando todos os que não tivessem a medida mínima

em função da respectiva espécie A pesagem do peixe teve início às 14.00h, seguindo-se um almoço às 15,30h onde no final decorreu a cerimóna de entrega de prémios. Na classificação por equipas contou a soma da pontuação das classificações dos seus 4 pes-


Pesca Desportiva

cadores. O Clube Naval de Sesimbra foi o grande vencedor deste concurso de pesca desportiva de barco em alto mar, com uma prestação brilhante dos quatro atletas que representaram o clube na prova, com destaque para Manuel Amador e Sérgio Silva que se classifica-

Manuel Amador - 1º classificado no torneio do Clube Naval da Ericeira

ram, respetivamente, em 1º e 2º lugar na classificação individual. A fechar o pódio ficou o atleta Fernando Fernandes do Clube Naval da Ericeira. 2016 Setembro 357

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Surf

Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol

Texto Masurel/WSL

Ian Gouveia, filho de Fábio Gouveia conquista a sua primeira vitória nos Açores

Ian Gouveia e Justine Dupont Vencedores Camilla Kemp em quinto lugar

O surfista brasileiro Ian Gouveia, de 23 anos, venceu o Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol, que teve início no passado dia 6 e terminou no dia 10 de Setembro, na Praia do Monte Verde, Ribeira Grande, com boas ondas de 1,5m.

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an bateu o havaiano Ezekiel Lau na final, conseguindo assim a sua primeira vitória numa etapa desta importância do circuito mundial. O filho de Fábio Gouveia (lenda do surf brasileiro e mundial) tornou-se no quinto surfista brasileiro a vencer a prova açoriana (em oito edições) e subiu ao Top 10 do ranking de acesso à elite mundial. “Nem acredito que venci fi-

nalmente uma etapa! Depois da final em Pantin, na Galiza, no fim-de-semana passado, fiquei com muita vontade de melhorar aquele quarto lugar... mas logo na etapa seguinte?!... E aqui nos Açores!?... uau, estou mesmo muito feliz com este, que é o melhor resultado da minha vida!... e com o surf que consegui apresentar! Acho que foi por me sentir tão bem

Justine Dupont e Ian Gouveia, os vencedores 50

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recebido e praticamente em casa. Muito obrigado a todos! Vou tentar levar esta boa forma para Cascais”, comentou o campeão do Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol. O autor da melhor onda da prova (9,47 pontos em 10 pontos possíveis), que subiu assim mais de 50 posições no ranking mundial, no espaço de uma semana, esteve sempre em grande forma

ao longo da etapa e acabou por defrontar na final o outro grande destaque até então. O havaiano Ezekiel Lau também mostrou o seu típico surf explosivo, mas na final ficou a necessitar de uma segunda onda boa para bater Gouveia. No entanto, este não deixa de ser o seu melhor resultado do ano até agora, cimentando o seu lugar no Top 10 do ranking mundial de acesso

Camila Kemp foi a melhor portuguesa, em 5º


Surf

e abrindo boas perspectivas para uma eventual subida à elite mundial em 2017. Quem está praticamente garantido nessa elite mundial é o italiano Leonardo Fioravanti, terceiro classificado no Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol e cada vez mais líder do ranking de acesso. Fioravanti foi eliminado nas meias-finais, precisamente pelo seu amigo e companheiro de equipa Ezekiel Lau, mas com este resultado já ultrapassou a barreira dos 20.000 pontos, teoricamente a fasquia, no acesso à elite mundial. A par de Fioravanti, na outra meia-final e igualmente em terceiro lugar, ficou o jovem sulafricano Michael February, que aqui conquistou um dos melhores resultados da sua carreira e assim também sobe bastante no ranking. Nos quartos-de-final, em quinto lugar ex-aequo, ficaram os jovens brasileiros Yago Dora e Lucas Silveira, o francês Maxime Huscenot e o australiano Mitch Coleborn. Também em quinto lugar, mas na prova feminina, ficou a portuguesa Camilla Kemp, que não conseguiu bater a francesa Pauline Ado (ex-campeã mundial júnior e ex-membro da elite mundial) na segunda bateria dos quartos de final. A par de Camilla ficaram ainda a francesa Tessa Thyssen, a costa-riquenha Leilani McGonagle e a havaiana Mahina Maeda. Nas meias-finais, Pauline acabou por não conseguir fazer frente à jovem havaiana Brisa Hennessy, de apenas 16 anos, muito à vontade nas ondas fortes da Praia do Monte Verde. Ado ficou assim em terceiro lugar, a par da australiana e sua ex-colega na elite mundial, Claire Bevilacqua. Já na final feminina, a francesa

Justine Dupont Justine Dupont acabou por impor a sua experiência e, com uma melhor selecção e finalização das ondas, levou mesmo a vitória para casa. A eclética surfista de Lacanau, França, que também já fez parte da elite mundial (além de ter sido vice-campeã mundial de longboard e atacar as ondas grandes como poucas surfistas na Europa!), soma assim pontos importantes para o seu objectivo de regressar ao Championship Tour e assume a liderança do ranking europeu. “Estou obviamente muito satisfeita com o resultado mas, acima de tudo, com a minha prestação! Comecei bem o ano, com bons resultados, mas depois dei-me bastante mal a meio do ano. Por isso passei a trabalhar com um excelente psicólogo e os resultados voltaram a aparecer! Espero que isto me leve de volta à elite mundial,

O havaiano Ezekiel Lau terminou em 2º

que é o meu objectivo”, comentou a sorridente Justine. Para Brisa Hennessy, este é também o melhor resultado da sua carreira e um aviso às restantes competidoras, no que toca aos próximos anos. Rodrigo Herédia, da organização, faz também um balanço da prova “bastante positivo, mais uma vez. Tivemos sempre boas ondas, acabámos novamente mais cedo porque as previsões para amanhã não eram tão boas como o que tivemos hoje e tivemos mais um grande espectáculo, com mais uma vitória brasileira, o que não deixa de ser engraçado. Também foi óptimo voltarmos a ter a prova feminina e, pela primeira vez, uma surfista açoriana em prova. Indirectamente, isso acaba por influenciar de forma muito positiva o surf feminino nos Açores, o que é fantástico para

todos. Para o ano esperamos voltar a contar com as duas provas, mas de preferência com maior pontuação na prova feminina”, concluiu. O Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol teve 150.000 Dólares de prize-money para a prova masculina e 15.000 dólares para a feminina e foi organizado pela DAAZ Eventos e pela Associação Atlantic Action Sports. Contou com o patrocínio da Azores Airlines, do Turismo dos Açores, Câmara Municipal da Ribeira Grande, SUMOL, SEAT, MEO, Transinsular e Marques, contando ainda com a SPORT. TV como canal oficial para a sua transmissão em directo, a Mega Hits como rádio oficial, a RTP, Surf Portugal, OnFire, Surf Total, MagicSeaWeed e Puro Feeling como media partners e a Federação Portuguesa de Surf com o apoio oficial.

O sul-africano Michael February ficou em 3º 2016 Setembro 357

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Vela

Vela Portuguesa nos Jogos Olímpicos

“Participação Positiva dadas as Circunstâncias”

João Rodrigues Pedro Rodrigues, Director Técnico Nacional (DTN) da Federação Portuguesa de Vela, faz um balanço positivo da participação dos velejadores portugueses nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016

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Gustavo Lima 52

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edro Rodrigues afirma: “Dadas as circunstâncias de preparação, a participação acabou por ser positiva. Todos deram o melhor de si e honraram as cores de Portugal. Poderíamos ambicionar mais, não fossem os problemas de financiamento e a falta de atletas da geração seguinte, o que acabou por condicionar a prestação”. Em relação ao desempenho individual de cada uma das classes, Rodrigues vai um pouco mais longe na abordagem: “O Jorge Lima e o José Costa nos 49er ficaram abaixo das expectativas. Não conseguiram atingir o resultado que, na nossa opinião, seria possível de ficar nos dez primeiros lugares. A 16ª posição é insuficiente e não reflete o


Vela

Sara Carmo potencial da dupla”. No que diz respeito ao Laser Radial, resume: “A Sara Carmo manteve o seu resultado. Dada a alteração de classe à última hora não era expectável que fizesse muito melhor. Prejudicou-se imenso no primeiro dia e depois não conseguiu chegar mais além.” Em relação ao Laser, Pedro Rodrigues não tem dúvidas: “O Gustavo Lima repetiu o resultado dos Jogos anteriores o que provou que não tinha possibilidade de melhorar a sua prestação. Apesar do atleta e do seu treinador terem a convicção de que poderia superar-se nestes Jogos, a verdade é que, infelizmente, o resultado demonstrou o contrário.” Para finalizar, o Director Técnico Nacional deixa elogios a João Rodrigues: “Cumpriu a sua sétima participação em Jogos Olímpicos e mostrou coerência e a sua longevidade. Sendo um veterano, demonstrou ser um verdadeiro atleta, incomodou os adversários e ficou a escassos três pontos da regata das medalhas. Foi bastante bom.” Passados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o ob-

jectivo agora é Tóquio 2020 e a promessa é a de muito trabalho: “Queremos superar as classificações alcançadas em 2016, excepto na prancha à vela onde ainda não temos identificado nenhum atleta com capacidade para tal. Vamos focar-nos nas classes com potencial e não dispersarmos atenções. Certo é que o traba-

lho será sempre à medida do financiamento. Se mantiver o que está, a ambição terá de ser obrigatoriamente menor”, sublinha. Questionado quanto a mudanças que possam surgir, Pedro Rodrigues é peremptório: “Vamos trabalhar de forma diferente, aumentando os padrões de rigor e exigência

na preparação e acompanhamento aos atletas apoiados, treinadores e respectivos clubes.” E deixa uma certeza: “O que podemos garantir é que nenhum resultado nos próximos Jogos Olímpicos será condicionado por uma insuficiente preparação física”, conclui o Director Técnico Nacional.

Jorge Lima e José Costa nos 49er 2016 Setembro 357

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Vela

Cascais Vela 2016

Fotografia Neuza Aires Pereira

Clássica em Cascais

A

16ª edição do Cascais Vela decorreu no fimde-semana 27 e 28 de Agosto em águas cascalenses. Em ORC A, o Xekmatt, de José Carlos Prista

Xekmatt e Funbel - Nacex no Cascais Vela 2016

foi o vencedor, superando o Funbel - Nacex, de António Noronha e o Eagle Two, de António Domingues. O Super Açor – Lusitania Seguros, de Gonçalo Botelho, alcançou o triunfo, seguido do

Patrick Monteiro de Barros venceu na classe Dragão

Pede Vento, de Rui Ferreira e do Who’s Next, de Gonçalo Saraiva Mendes. O Harfang Two, de Nuno Alexandre terminou na primeira posição em ANC A, enquanto o Babsea, de Alexandre Couto,

venceu em ANC B. Patrick Monteiro de Barros/Álvaro Marinho/Rodrigo Vantacich conseguiu a vitória na classe Dragão e o France Jeune SB20, de Michel Emeric superiorizou-se em SB20.

Campeonato do Mundo de Sub-21 de Laser

Excelente Resultado de Santiago Sampaio S antiago Sampaio alcançou um excelente 4º lugar no Mundial de Sub-21 de Laser Standard, em prova que decorreu em Kiel, na Alemanha. O jovem velejador nacional cumpriu dez regatas no Mundial disputado em águas germânicas e ficou a 8 pontos do 3º classificado, o alemão Nik Aaron Willim. O húngaro Jonatan Vadnai foi o vencedor, seguido do espanhol Joel Rodriguez. No total, marcaram presença 144 atletas de 38 países. Em Laser Radial, Carolina João foi 20ª da geral, enquanto Federica Franchi acabou na 55ª posição. A finlandesa Monika Mikkola conquistou o título, seguida da grega Vasileia Karachaliou e da belga Maité Carlier. Estiveram em competição 59 velejadoras de 29 países.

Croácia. O jovem velejador nacional terminou no 10º lugar em Laser Standard, depois de realizadas 9 regatas em águas croatas. Sampaio fechou a sua participação com um triunfo.

Europeu Sub-21 de Laser Menos de uma semana depois da brilhante prestação no Mundial de Sub-21, Santiago Sampaio marcou presença no Campeonato da Europa de Sub-21 de Laser, disputado em Split, na

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O espanhol Joel Rodriguez arrebatou o título continental, seguido do húngaro Jonatan Vadnai e do suíço Nils Theuninck. Carolina João foi 25ª classificada em Laser Radial, após 10 rega-

tas disputadas. Federica Franchi terminou no 44º lugar. A croata Sandra Lulic foi a vencedora. A finlandesa Monika Mikkola e a russa Ekaterina Zyuzina foram 2ª e 3ª classificadas.


Vela

Campeonato de Portugal de Vela de Cruzeiro ORC Club 2016

Xekmatt e Plano B Campeões de Portugal O Xekmatt, de José Carlos Prista, em ORC A e o Plano B, de Nuno Amado, em ORC B, conquistaram os títulos de Campeões de Portugal de Vela de Cruzeiro ORC Club 2016, em prova que decorreu durante três dias de regatas e terminou no passado dia 11 de Setembro em Oeiras.

O

Campeonato teve o seu início com a realização da Regata Costeira. A frota cumpriu um percurso de 18.7 milhas náuticas com o vento a soprar de Noroeste entre os 18 e os 25 nós de intensidade. No final, o Funbel, de António Noronha, em ORC A e o Plano B, de Nuno Amado, em ORC B, foram os primeiros líderes. No seu segundo dia foram realizadas duas regatas barlaventosotavento. O vento soprou de Noroeste, tendo a sua intensidade subido dos 10 aos 17 nós Em ORC A, o Xekmatt, de José Carlos Prista venceu as duas disputadas e assumiu a liderança. O Funbel-Nacex, de António Noronha, foi segundo em ambas e ficou na 2ª posição. O Emotion, de João Paulo Trévedic Nunes, somou dois terceiros e ocupu igual lugar na geral e o Matrix II, de António Duarte, terminou em

Equipa do XeKmatt 4º classificado, depois de ser 4º nas duas do dia. Em ORC B, o Plano B, de Nuno Amado, detentor do título, conseguiu duas vitórias e manteve-se no comando. O Super Açor, de Gonçalo Botelho, foi segundo nas duas e está na segunda posição, enquanto o Pede Vento, de Rui Ferreira, alcançou dois terceiros e fechou o pódio. O Altitudes II, de Tiago Matos, seguiu na 4ª posição. O Zdamen, de José Sampaio ficou 5º e o Who’s Next, de Gonçalo Saraiva Mendes, terminou no 6º posto. No último dia de competição disputaram-se duas regatas barlavento-sotavento. O vento soprou de Oeste entre os 5 e os 8 nós de intensidade. Em ORC A, o Xekmatt, de José Carlos Prista sagrou-se Campeão, superiorizando-se ao Funbel-Nacex, de António Noronha que ficou com a segunda posição. o Matrix II, de António

Duarte, foi terceiro e o Emotion, de João Paulo Trévedic Nunes, quedou-se no 4º lugar. Em ORC B, o Plano B, de Nuno Amado, renovou o título. O Super Açor, de Gonçalo Botelho, foi segundo e o Who’s Next, de

Gonçalo Saraiva Mendes, fechou o pódio. O Pé de Vento, de Rui Ferreira, acabou na 4ª posição. O Zdamen, de José Sampaio foi 5º classificado e o Altitudes II, de Tiago Matos, terminou no 6º posto.

O Plano B em regata 2016 Setembro 357

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Vela

EDP - XII Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados

Fotografia Gonçalo Melo

Campeões Coroados em Setúbal O EDP – XII Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados terminou no passado dia 11 de Setembro em Setúbal, após três dias de regatas.

M

anuel Cruz, do Clube Naval de Cascais e Érica Porto, do Clube

Náutico de Tavira, em Infantis e Francisco Teixeira, do Clube Naval de Cascais e Rita Duarte, do Clube Náutico de Almada, em Iniciados,

sagraram-se Campeões de Portugal numa prova com organização da Federação Portuguesa de Vela e o Clube de Vela do Sado.

No Pódio 56

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No primeiro dia, após a realização de duas regatas. Francisco Bonagura, do Clube Naval de Cascais, em Iniciados e Érica Porto, do Clube Náutico de Tavira, em Infantis, eram os primeiros líderes da prova. No segundo dia de regatas, Manuel Cruz, do Clube Naval de Cascais, assumiu a liderança dos Infantis masculinos, depois de ser primeiro e sexto. Érica Porto, do Clube Náutico de Tavira, é segunda da geral e está na frente no sector feminino. O seu companheiro de equipa, Diogo Garcia é terceiro classificado e segundo masculino. Júlia Cardoso, da Associação Náutica da Madeira, é 2ª feminina e 4ª da classificação. Tiago Lima, do Clube de Vela de Viana do Castelo, é 5º da geral e terceiro entre os rapazes e Marta Alves, também do CVVC, é terceira no sector feminino e 7ª da geral. Em Iniciados, Tiago Wanzeller, do Clube de Vela do Barreiro, está na frente, com André Ferreira, do Clube de Vela do Tejo e Francisco Camacho, do Clube Naval de


Vela

Cascais, a serem 2º e 3º, respectivamente. Mafalda Cruz, do Clube Naval de Cascais, comanda no sector feminino seguida de Rita Duarte, do Clube Náutico de Almada, e Beatriz Nunes, da Associação Naval do Guadiana. O terceiro dia de regatas do EDP – XII Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados chegou ao seu final com a disputa das duas últimas regatas. O vento soprou de Sudoeste soprando entre os 7 e os

8 nós de intensidade. Em Infantis, Manuel Cruz, do Clube Naval de Cascais, sagrouse Campeão de Portugal no sector masculino, superando Tiago Lima, do Clube de Vela de Viana do Castelo, e Diogo Garcia, do Clube Náutico de Tavira. Em femininos, vitória de Érica Porto, do Clube Náutico de Tavira, seguida de Mar-

ta Alves, do Clube de Vela de Viana do Castelo e de Júlia Cardoso, da Associação Náutica da Madeira. Em Iniciados masculinos, triunfo de Francisco Teixeira, do Clube Naval de Cascais. Tiago Wanzeller, do Clube de Vela do Barreiro, foi segundo e André Ferreira, do Clube de Vela do Tejo ficou na 3ª posição. Nas meninas, Rita Duarte,

do Clube Náutico de Almada, conquistou o ceptro, Beatriz Nunes, da Associação Naval do Guadiana, foi segunda e Maísa Silva, do Clube Naval da Horta, fechou o pódio. Por equipas, troféu entregue ao Clube Naval de Cascais 1. O Clube Náutico de Almada e a Associação Naval do Guadiana, foram 2ª e 3ª, respectivamente.

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Notícias do Mar

Últimas Douarnenez / Horta / Douarnenez Solo 2016

Texto: HORTA Nautic / CNMH, Fotografia: Ana Borba

Encontrados os Vencedores da Primeira Etapa

N

Largada na Horta para Douarnenz

o Domingo 4 de Setembro, com Charlie Dalin em primeiro lugar, deram entrada no Porto da Cidade da Horta, nove dos veleiros da Classe Figaro Bénéteau que compõe a frota de 17 barcos da regata de vela internacional Douarnenez – Horta 2016, para velejadores solitários. Charlie Dalin foi o primeiro a cortar a meta, pelas 18h17 locais de domingo, após 8 dias, 6 horas, 17 minutos e 59 segundos de viagem no mar. Seguiu-se, no segundo lugar do pódio, Nicolas

Lunven, com chegada à Horta pelas 18h33, pondo termo à sua viagem de 8 dias, 6 horas, 33 minutos e 10 segundos. Sébastien Simon fechou o pódio, na terceira posição, tendo cortado a meta pelas 19h22 locais, com o tempo de viagem de 8 dias, 7 horas, 22minutos e 53 segundos. Destaque ainda para o velejador Corentin Douguet, que cortou a meta em quarto lugar, um minuto e meio após o terceiro. O último lugar do pódio ficou decidido a cerca de 200 metros da linha de chegada, com Douguet a ser ultrapassado por Simon, sendo-lhe renegado um lugar nos três primeiros.

1º Classificado - Charlie Dalin

Durante a madrugada de segunda-feira, 5 de setembro, entraram quatro veleiros e de um último velejador solitário que seguia mais afastado da frota, cortou a meta só no início da noite de segunda-feira. É importante referir que a velejadora Justine Mettraux, já fora da competição devido a problemas técnicos, decidiu continuar a viagem até à Horta, acabando por chegar já na terça-feira, 7 de setembro. Esta é a primeira edição da regata de vela Classe Figaro Bénéteau da “Douarnenez Horta Douarnenez Solo”, prova integrante do Campeo-

nato de França de regatas de alto mar, e que foi antecedida em 2014 pela “Lorient Horta Solo”, largando da cidade francesa que foi ponto de escala da última Volvo Ocean Race. Esta regata envolveu um total de 17 navegadores de alta competição na vela offshore, sendo 16 franceses e uma de nacionalidade suíça, tendo sido afetada na rota percorrida pelo Furacão Gaston, que implicou um desvio de cerca de 400 MN para sul no trajeto entre a França e os Açores.

Veleiro 1º Classificado - Skipper Macif 2015

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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