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Notícias do Mar
Conferência dos Oceanos da ONU
Os Oceanos à Espera de Soluções
Oceanos saudáveis significam um planeta saudável As Nações Unidas, com o apoio dos Governos de Portugal e do Quénia, vão acolher a Conferência dos Oceanos da ONU em Lisboa, de 27 de junho a 1 de julho de 2022.
A
Conferência dos Oceanos deste ano reunirá líderes mundiais, cientistas, comunidade empresarial, agentes de mudança e ativistas que irão unir forças para inspirar, criar e investir em soluções. No final, os copresidentes da Conferência, os governos de Portugal e do Quénia, apresentarão um relatório sobre os resultados da Con-
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ferência. A conferência é um apelo à ação pelos oceanos – exortando os líderes mundiais e todos os decisores a aumentar a ambição, a mobilizar parcerias e aumentar o investimento em abordagens científicas e inovadoras, bem como a implementar soluções baseadas no respeito pela natureza para reverter o declínio
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na saúde dos oceanos. O processo inclusivo também pedirá às comunidades, empresas e indivíduos que desempenhem o seu papel para conter a poluição marinha e se comprometam com o consumo responsável dos recursos oceânicos. A conferência tem lugar num momento crítico, pois o mundo procura resolver muitos dos problemas profundamente enraizados nas nossas sociedades e que a pandemia da Covid-19 sublinhou. Para mobilizar a ação, a Conferência procurará impulsionar as muito necessárias soluções inovadoras baseadas na ciência, desti-
nadas a iniciar um novo capítulo na ação global pelos oceanos. As soluções para um oceano gerido de forma sustentável envolvem tecnologia mais ecológica e usos inovadores dos recursos marinhos. Devem, também, responder às várias ameaças em termos de saúde, ecologia, economia e governação dos oceanos que derivam da acidificação, lixo marinho e poluição, pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, e a perda de habitats e biodiversidade. Os oceanos desempenham um papel crítico e vital na proteção da saúde do
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A pesca não sustentável mata os recursos dos Oceanos nosso planeta. Fornecem oxigénio e alimentos, controlam o clima, absorvem o excesso de emissões de dióxido de carbono e ajudam a mitigar os impactos das alterações climáticas. A resistência e resiliência dos oceanos não são infinitas. Não devemos continuar a assumir que os oceanos podem perpetuar a absorção dos efeitos da atividade humana, indefinidamente, ao mesmo tempo que continuam a providenciar benefícios
vitais. Os oceanos estão em apuros. Estão a aquecer, a subir e a acidificar - mudanças que estão a limitar, drasticamente, a sua capacidade de sustentar a vida marinha e em terra. São necessários cortes profundos nas emissões de gases com efeito de estufa para limitar e reverter o declínio da saúde dos oceanos. Embora em risco, os oceanos também são fundamentais para reduzir as emissões
globais de gases com efeito de estufa e estabilizar o clima da Terra. Maior vontade política e investimento em tecnologia tendo em conta o nexo ação climática-oceano permitirá que os oceanos se tornem o nosso maior aliado na luta contra as mudanças climáticas. Os oceanos são importantes para todos, mesmo para quem não vive perto das zonas costeiras. Milhares de milhões de pessoas dependem dos oceanos para
Rede de pesca biodegradável já foi desenvolvida pela Universidade de Coimbra 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Em Portugal bóia a assinalar uma rede de emalhar de fundo ilegal fundeada mais de 24 horas vidades económicas importantes, tais como o turismo e o comércio, dependem de um oceano saudável. Os
Fotografia: Alessio Viora/Marine Photobank
obter a sua principal fonte de proteína e milhões de outras tiram o seu sustento dos recursos marinhos. Ati-
oceanos são o principal regulador do clima global. Fornecem metade do oxigénio que respiramos e absorvem
um terço do dióxido de carbono que produzimos. Todos somos importantes para os oceanos e podemos
Redes de emalhar que matam milhares de toneladas de peixe 4
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Notícias do Mar
desempenhar um papel preponderante na proteção da sua saúde e sustentabilidade As mudanças climáticas, por exemplo, continuam a provocar, entre outros impactos, a subida do nível do mar e o aumento de fenómenos climáticos extremos que ameaçam diretamente a vida das comunidades costeiras, especialmente nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. A próxima Conferência dos Oceanos desempenhará um papel importante na implementação de um novo capítulo sobre a ação para os oceanos – impulsionada pela ciência, tecnologia e inovação. Também enfatizará a necessidade de aproveitar soluções baseadas no respeito pelos ecossistemas marinhos - incluindo mangais, pântanos salgados e pradarias marinhas – que, historicamente, são conhecidas por terem um grande potencial de mitigação. A primeira Conferência dos Oceanos, que teve lugar em Nova Iorque, em junho de 2017, mostrou ao mundo a situação dos nossos oceanos e o impacto das atividades humanas. Sabemos que não é uma situação sem retorno: existem soluções para reverter os danos e permitir que os oceanos sejam saudáveis. A Conferência espera que todos os que possam fazer a diferença avancem com as mudanças necessárias para transformar as suas políticas, negócios e estilos de vida em algo mais sustentável, menos prejudicial e menos explorador. A saúde humana, a prosperidade económica e um clima estável dependem de oceanos saudáveis. A ação imediata para resolver os problemas dos oceanos irá promover o desenvolvimen-
Barbatanas de tubarão a secar de milhares de tubarões mortos
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to sustentável, que é fundamental para um mundo mais igualitário, pacífico e saudável. Basicamente, a resposta resumida é que os problemas dos oceanos significam problemas para as pessoas. Oceanos saudáveis significam um planeta saudável – que pode proteger e sustentar melhor todos os seres vivos que deles dependem. Os Resultados Há vários resultados, que se esperam da Conferência dos Oceanos. Os Estados-membros adotarão uma declaração para implementar e facilitar a proteção e a conservação do oceano e dos seus recursos. Também se espera que os representantes dos governos, das empresas e da sociedade civil, assumam, voluntariamente, compromissos concretos e realistas para abordar as várias
questões relacionadas com os oceanos que afetam as suas comunidades, os seus países e outros. Os oito diálogos temáticos, designadamente sobre a poluição marinha, a acidificação dos oceanos, a desoxigenação e aquecimento, a pesca sustentável e outras economias oceânicas, o conhecimento científico e a tecnologia marinha, analisarão as oportunidades e os desafios com a ambição de promover compromissos e ações sobre um espetro alargado de questões relacionadas com os oceanos. É esperado um relatório dos agentes relevantes no final da Conferência. A Reciclagem do Plástico A reciclagem vai realmente ajudar a reduzir a poluição por plástico nos oceanos. Como 60% a 90% do lixo marinho é composto de dife-
rentes polímeros plásticos, uma das principais soluções para lidar com a poluição marinha nos oceanos seria reduzir a nossa pegada de plástico, inclusive através de esforços para reutilizar e reciclar todo o plástico, em vez de o descartar após uma utilização, bem como implementar uma melhor recolha de resíduos nas nossas costas. Alterações Climáticas O oceano absorveu mais de 90% do excesso de calor no sistema climático. A taxa de aquecimento dos oceanos mais do que duplicou desde 1993. (IPCC) As emissões de dióxido de carbono das atividades humanas estão a provocar o aquecimento dos oceanos, a acidificação e a perda de oxigénio. (IPCC) A acidez dos oceanos aumentou cerca de 26%
desde o período pré-industrial. A este ritmo, prevê-se um aumento de 100% a 150% até ao final do século, com graves consequências para a vida marinha. (ONU) Biodiversidade Marinha 60% dos principais ecossistemas marinhos do mundo que estão na base da subsistência humana foram degradados ou estão a ser utilizados de forma insustentável. (UNESCO) Estima-se que entre 30% a 35% da extensão global de habitats marinhos críticos (tais como ervas marinhas, mangais e recifes de coral) tenham sido destruídos. (UNESCO) Existem atualmente perto de 500 zonas mortas oceânicas cobrindo mais de 245.000 km² a nível mundial (o equivalente à superfície do Reino Unido), em grande
Os arrastões destroem os fundos e os recursos marinhos 6
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Notícias do Mar
Em 2100, sem alterações significativas, mais de metade das espécies marinhas do mundo poderão enfrentar a extinção. (UNESCO) Se as emissões de carbono continuarem a aumentar ao ritmo atual, o oceano irá corroer as conchas de muitos organismos marinhos até ao final do século. (UNESCO)
A prática de pesca não sustentável deve ser mais combatida parte devido aos fertilizantes que entram nos ecossistemas costeiros. (UNESCO)
Todas as espécies de tartarugas marinhas, 66% dos mamíferos marinhos e 50%
das aves marinhas foram afetadas pela poluição pelo plástico. (PNUA)
Poluição Todos os anos, cerca de 11 milhões de toneladas de plástico entram no oceano. A poluição pelo plástico custa cerca de 13 mil milhões de dólares em custos económicos, por ano, incluindo custos de limpeza e perdas financeiras nas pescas e outras indústrias. (PNUA) Cerca de 80% da poluição marinha tem origem em terra, incluindo esgotos
Pesca sustentável 8
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Notícias do Mar
Lixo marinho agrícolas, pesticidas, plásticos e esgotos não tratados. (PNUA) A Great Pacific Garbage Patch, um amontoado de lixo marinho no Oceano Pacífico Norte, tem 1,8 biliões de pedaços de plástico que pesam cerca de 80 mil toneladas. O amontoado é três vezes superior à área da França. (PNUD) 89% do lixo plástico encontrado no fundo do oceano são artigos de utilização única como sacos de plástico. (PNUD) Mais de 800 espécies marinhas e costeiras são afetadas pelos plásticos marinhos - através da ingestão, emaranhamento e mudança de habitat (PNUA). Todos os anos, mais de um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos são mor-
tos por detritos plásticos. (UNESCO) Pessoas Cerca de 680 milhões de pessoas vivem em zonas costeiras baixas - espera-se que este número aumente para mil milhões até 2050. 65 milhões delas vivem nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. (IPCC) A pesca marinha proporciona 57 milhões de empregos a nível mundial e constitui a principal fonte de proteínas para mais de 50% da população nos países menos desenvolvidos. (UNGC) Todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de peixe vão para o lixo devido a práticas de pesca destrutivas - o suficiente para encher 4.500 piscinas de ta-
Praias cheias de lixo plástico 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Lotas de peixe de qualidade manho olímpico. (PNUD) Economia Azul A atividade económica com
origem oceânica está entre as que mais rapidamente crescem no mundo, proporcionando benefícios a mui-
tos setores de grande valor económico, tais como a pesca, os transportes, as biotecnologias, a produção de
energia, a exploração dos recursos dos fundos marinhos, o turismo e muitos outros. (UNESCO) Globalmente, o valor de mercado dos recursos e indústrias marinhas e costeiras está estimado em três mil milhões de dólares por ano ou cerca de 5% do Produto Interno Bruto global. (PNUD) A economia azul sustentável é uma abordagem que tem em conta a saúde dos oceanos e dos mares, enquanto esforço para equilibrar as três dimensões do desenvolvimento sustentável: económica, social e ambiental. A ciência e a tecnologia desempenham um papel importante na conceção de projetos da economia azul sustentável e na conciliação das necessidades do desenvolvimento social e económico com a da sustentabilidade dos oceanos. (PNUD)
Ria Formosa possui enormes recursos marinhos 10
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Náutica
Notícias GROW Iberia
Novos Modelos Tohatsu MF S25D e MF S30D
A Tohatsu Corporation, anunciou dois novos modelos, o MFS25 e MFS30 de 25HP e 30HP respectivamente, que passam a pertencer à nova geração de motores a 4 Tempos que tem vindo a ser introduzida no mercado pela Marca Japonesa.
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stes dois novos modelos equipados com 3 cilindros e injecção electrónica sem necessidade de bateria, foram totalmente redesenhados com um conjunto de inovações tecnológicas, que permitiram reduzir o seu peso em cerca de 20% em relação à versão anterior, passando a ser o modelo mais leve
da sua classe no mercado, bem como o modelo com a melhor relação de peso-potência. A Tohatsu desenhou ainda um novo punho para estes modelos, que passa a incluir um interruptor de paragem, um sistema de controle de aceleração com quatro etapas a partir de 750 RPM para pesca ao Corrico e, um ajuste de fric-
Versão com punho básico
Tohatsu MF S25D 12
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Versão com novo punho multi-funções
Náutica
ção do acelerador para melhor controlo de aceleração. Algumas versões, podem também incluir o botão de arranque e interruptor de Trim. Os novos modelos MFS25/30D estarão disponíveis nas cores Aqua Marine Blue e Beluga White, com múltiplos comprimentos de coluna, pelo que se adequarão a qualquer tipo de embarcação. O lançamento oficial irá decorrer durante o Miami International Boat Show 2022 e a sua comercialização terá inicio ainda durante o Verão de 2022, altura em que serão anunciados os preços recomendados de comercialização.
Tohatsu MF S30D(W)
Versão com caixa de comandos
Beloura Office Park – Rua do Centro Empresarial Edificio 3 – Piso 1 – Escritório 8 2710-693 Sintra - Portugal Tel. +351 211 303 000 Fax. +351 211 303 003 Mail: geral@grow.com.pt WWW.GROW.COM.PT
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Pesca Desportiva
Pesca Lúdica Embarcada
Ir às lulas com…Jigs
A maior parte das pessoas que pretende pescar algumas lulas, sai ao mar com toneiras. Chegar preferencialmente ainda de noite à zona de pesca, ao alvorecer do dia, maximiza bastante as possibilidades de conseguirmos algumas.
Quando se pesca com um jig armado com um triplo, as nossas possibilidades com as lulas aumentam exponencialmente
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ão é uma pesca difícil, pelo contrário, pode inclusive chegar a ser mais fácil que pescar chocos. As condições não são as mesmas, pesca-se sobretudo mais fundo, e em mar aberto. Mas em questão de técnica, não difere substancialmente. Mas existem limitações: quando estamos com uma toneira de agulhas, não é expectável conseguir nada mais que lulas. Eventualmente quando tocamos o fundo pode aparecer um polvo. Ou um choco, ser não for demasiado fundo. Mas fica por aí. Há alguns anos atras 14
comecei a reparar que, ao pescar o pargo e robalo com jigs, conseguia regularmente algumas capturas de lulas. E não sou o único. Com efeito, se pescamos com assistes, simples ou duplos, é natural que se sintam de quando em quando umas pancadas secas, que acabam por não resultar em capturas. O mais normal é pensarmos que se trata de um ataque falhado de um pargo. Mas em grande parte das vezes, afinal aquilo que está a tentar prender o nosso jig é mesmo uma lula atrevida. Nesses casos, mudar o assiste simples de cauda
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para uma fateixa tripla acaba por dar quase sempre bons resultados. Eu apenas o faço na época das lulas, e porque se trata de um petisco muito apreciado lá em casa. Por norma, pesco com anzóis simples, mais eficazes quando temos de medir forças com pargos de tamanho respeitável. Não quero ter uma fateixa quando recebo um toque de um pargo grande, as probabilidades de desferragem e fuga são bastante superiores. A boca de um pargo tem uma consistência dura, com muito osso, e isso é um óbice para deixar cravar bem, ao
primeiro contacto. No caso das lulas é exactamente o inverso, temos bastante mais possibilidades de as conseguir com triplos. A questão prendese com a quantidade de apoios de carne que se conseguem, e como isso é importante no caso da estrutura frágil da lula. Se presas por dois ganchos da fateixa, normalmente são nossas. Cometer a asneira de as querer levantar em peso, de as transportar no ar, tem dois inconvenientes: o de rasgarem os tentáculos e irem embora e também o facto de não terem tempo para largar o ferrado ainda na água.
Pesca Desportiva
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/
Vejam abaixo alguns exemplos de capturas de lulas, na circunstância feitas pelo nosso amigo Raúl Gil Durá, personagem sobejamente conhecido e publicitado aqui no blog. Ele tem uma paciência de santo para me enviar as fotos de que necessito para ilustrar os meus artigos. É um grande amigo, que por vezes me dá o prazer da sua companhia em Portugal, e que se sente em família quando está em minha casa. Pese embora as suas tremendas capacidades de pescador, é sobretudo pela sua personalidade alegre, calma, de bem com a vida, que nos cativa. Este tipo de pesca não tem requisitos especiais em termos de equipamento. O material de Light Rock
A pancada inicial que estes bichinhos dão nos nossos jigs leva-nos muitas vezes a pensar tratar-se de um peixe maior. Depois, …aquilo que sai acaba por ser apenas um “saquinho” de tinta, mas nunca nos arrependemos de as tirar. São sempre bem recebidas
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Pesca Desportiva
O Raúl pesca muito com jigs entre os 5 e os 12 gramas. É um peso mosca que permite uma animação muito viva, e isso excita as nossas lulas ao ponto de o perseguirem ao longo do seu percurso vertical. Para quem tem boas sondas, é possível acompanhar esses movimentos
Para esta lula, aquilo que estava a tentar capturar era um pequeno peixinho azul, eventualmente uma sardinha perdida. A eficácia dos jigs ligeiros é tremenda, e por isso podem acontecer capturas a qualquer hora do dia, embora as primeiras e últimas horas sejam…mágicas 16
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Fishing serve perfeitamente. Não são expectáveis lulas de tamanhos acima dos 2 kgs, e até aí, as linhas finas servem perfeitamente. Sei de alguns exemplares de lulas capturadas ao largo das Berlengas, com cerca de 4 kgs, mas isso são raridades que não correspondem ao padrão, ao nosso standard. Poderemos considerar-nos com sorte quando as temos por baixo com cerca de 1 kg, e em boa quantidade. A lula comum, que encosta a terra precisamente nesta altura do ano, pouco passa dos 300 gr. Caso tenhamos essa possibilidade, é de providenciar uma outra caixa para as colocar. O ferrado negro que acabam inevitavelmente por largar irá sujar o outro peixe e isso não é de todo positivo. Nada que não seja orgânico, e que não possa ser lavado, mas se possível, é de evitar misturar lulas com robalos, pargos e outros peixes.
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Acelerar as PME nos Novos Negócios do Mar
Cientistas portugueses investigam organismos marinhos para a dor crónica Com o GreenOffshoreTech vai ser possível acelerar as PME em novos negócios do Mar.
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GreenOffshoreTech é um consórcio europeu para acelerar projetos de
inovação liderados por PMEs que utilizem algumas das tecnologias facilitadoras essenciais como a
Indústria 4.0 para tornar os setores da energia eólica offshore, aquicultura, algas e do transporte marítimo
Universidade de Coimbra desenvolveu o Projeto MENU 18
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mais verdes, limpos e sustentáveis. Esta iniciativa que conta com apoio do Programa Horizonte 2020 da União Europeia vai disponibilizar não só 3 milhões de euros como também outros recursos para financiar diretamente pelo menos 100 projetos em toda a Europa. Projetos demonstradores de grande escala Para além do financiamento, o GreenOffshoreTech contará com projetos demonstradores de grande escala para impulsionar a inovação junto de pequenas e médias empresas,
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utilizando-os como um espaço aberto para o desenvolvimento regional. Por outro lado, a sua disponibilização contribuirá para uma testagem mais célere das tecnologias e da sua validação em ambientes operacionais ajustados à realidade. Para além de todo este apoio, será igualmente criada uma plataforma que promova a inovação na economia azul e o empreendedorismo junto do setor empresarial. «O GreenOffshoreTech é uma iniciativa europeia catalisadora do ecossistema de inovação da economia azul em que o principal foco é acelerar a monetização de novas tecnologias eficientes, com elevada performance ESG e rentáveis. Este é o novo caminho para construirmos uma economia do mar de elevado
Energia Windfloat vai ser implementada
A Universidade de Coimbra está a desenvolver uma rede de pesca biodegradável 2022 Março 423
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valor acrescentado», sublinha Ruben Eiras, Secretário-Geral do Fórum Oceano, entidade gestora do Cluster do Mar Português e parceira do consórcio GreenOffshoreTech.
Gin Nautilus criado pelo Politécnico de Leiria
“Call for proposals”: brevemente disponível Muito brevemente será lançada a primeira fase da submissão das candidaturas para ajudar a dar resposta a um conjunto de desafios que atualmente enfrentam
os setores offshore acima mencionados. Toda a informação será disponibilizada no website oficial do projeto. Sobre o Green OffshoreTech O GreenOffshoreTech é um projeto europeu que integra nove dos principais clusters da Europa e três pequenas e médias empresas provenientes de 15 regiões distribuídas pela Alemanha, Islândia, Letónia, Polónia, Portugal, Noruega e Reino Unido. Sobre o Fórum Oceano Criado em 2009, o Fórum Oceano é uma entidade privada sem fins lucrativos reconhecida pelo Governo português como entidade gestora do Cluster do Mar Português. Conta atualmente com 132 associados em representação de todos os setores da economia azul, entre empresas, associações
Politécnico de Leiria criou uma inovação alimentar de Azeite 20
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Centr
ro Biomarinho de aquacultura offshore de amêijoas
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Paté de percebe criado pelo Politécnico de Leiria
Hamburger de pescado criado pelo Politécnico de Leiria 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Pão de algas criado pelo Politécnico de Leiria
O Windfloat vai criar muitos postos de trabalho
Politécnico de Leiria desenvolveu projeto inovador em óleos alimentares 22
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empresariais, centros de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, instituições de ensino superior, autarquias e outras organizações. Estes representam 50% do PIB da economia azul a nível nacional. O Fórum Oceano tem por objetivo reforçar a dinâmica e cooperação estratégica entre os seus associados e stakeholders, promovendo a competitividade das principais cadeias de valor que utilizam o mar e os recursos marinhos como elementos centrais da sua atividade.
Gelado Artesanal Kefir com Algas criado pelo Politécnico de Leiria
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90º Aniversário do Gilberto Oliveira Domingos
O Apelo do Tejo
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o dia 25 de fevereiro passado, foi feita uma homenagem ao Gilberto
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Oliveira Domingos, pela comemoração do seu 90º aniversário, um dos primeiros fundadores da As-
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sociação dos Amigos do Tejo, entidade cívica sem fins lucrativos, que ficou insolvente graças ao go-
verno da Troika, mas que se reconverteu em 2012, na primeira Confraria do Tejo, por escritura pública, para ser clara na assunção das suas responsabilidades, mas com um novo paradigma, registada como Confraria Cultural do Tejo Vivo e
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Vivido, com a marca TAGUS VIVAN, com o objeto de Observar – Avaliar – Ponderar – Opinar – Criar e Agir, sobre tudo o que diga respeito ao rio Tejo. Continuamos a resistir, até que a voz nos doa! Como não podia deixar de ser, nessa homenagem, na qual o nosso querido amigo Gilberto, o GOD, foi promovido a Comodoro de Tejo e Mar, foi projetada uma apresentação de diapositivos que relembraram a história dos “Amigos do Tejo”, os originais, e da sua génese que partiu da iniciativa de um grupo de adolescentes, velejadores
de Alhandra, o que remonta aos finais dos anos 50, inícios dos anos 60 e seguintes, que durante as suas navegações à descoberta do Tejo, quer para montante quer para jusante, foram reparando que a água do rio estava cada vez mais suja e malcheirosa, os peixes a aparecerem mortos à superfície, os bancos de ostras a transformarem-se
num cemitério e até os golfinhos fugiram para o mar. Perante esta realidade estes jovens foram sentindo um “Apelo do Tejo”, o que os levou a prosseguir no acompanhamento da evolução da falta de salubridade do seu Rio e a denunciar o que iam vendo, e mesmo já na idade adulta prosseguiram na sua ação, sem qualquer interesse de pro-
moção profissional, social ou politico partidária, unicamente no pleno exercício da sua própria cidadania, até que decidiram formalizar-se por escritura pública, numa associação cívica sem fins lucrativos, no ano de 1984, como AAT- Associação dos Amigos do Tejo, Mais palavras para quê? se as imagens falam por si!
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Tagus Vivan
Crónica Carlos Salgado
Ninguém Ama ou Protege o que Desconhece!
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omo é evidente estamos perante um rio Tejo do lado português, com falta de caudal suficiente devido à usurpação da sua água pela vizinha Espanha porque ele nasce lá, água que parte dela também nos
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pertence por direito, sem que se tenha notado que algo esteja a ser feito do nosso lado para contrariar essa usurpação, ou melhor, para que essa água seja repartida equitativamente pelos dois países que o Tejo atravessa. Mas
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nós cidadãos portugueses Amigos do Tejo, oriundos das suas populações ribeirinhas, que tivemos o privilégio de viver e conviver com ele no tempo em que ainda era um rio Vivo e Vivido, pensamos que as populações ribeirinhas
de hoje deviam sentir-se mais atraídas para passarem a conhecê-lo melhor, de fora para dentro e de dentro para fora, para aperceberem-se do estado crítico em que ele se encontra, quer pela falta de caudal quer pela poluição e outras agressões de que tem vindo a ser vítima. A bem da verdade reconhecemos que a partir da altura em que o transporte fluvial de mercadorias, pessoas e bens passou a ser substituído na sua maior parte pelo transporte rodoviário, deixou de haver o transporte fluvial comercial e as respetivas cargas e descargas a partir da foz do rio Trancão para montante, serviços esses que requeriam diariamente, quer de dia quer de noite, a mão de obra das populações ribeirinhas nas cargas e descargas, criando emprego e negócio local, o que mantinha essas populações em contacto permanente com o seu rio,
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mas tudo isso foi deixando de acontecer à medida que o transporte fluvial foi-se desativando e como resultado disso as populações começaram a interiorizar-se, voltando as costas ao rio. Como ninguém ama ou proteje o que desconhece! Somos levados a pensar que como quem de direito, aparentemente, não tem conseguido resolver o problema da situação adversa à salubridade e ao caudal mínimo ecológico deste nosso maior rio e isso leva-nos a perguntar: Podem as suas populações ribeirinhas ficar indiferentes ao que está a acontecer ao seu rio, até por uma questão de melhor ambiente e de qualidade de vida pessoal, quando podem ser elas as primeiras, dada a sua proximidade, a detetarem diariamente a evolução negativa do estado do Tejo à sua passagem, para reportarem ao organismo que o tutela? Por outro lado, estamos perante uma situação de falta de chuva nesta época do ano o que também prova que a Natureza já não está a conseguir repor a água suficiente para superar ou compensar o excessivo uso e consumo da água para os usos do homem, já não falando nas fugas e desperdícios que se verificam nas suas variadas redes de
captação e de distribuição. É mais que evidente que estamos já a sofrer um fenómeno de seca, o que é inexplicável devido a estarmos em pleno inverno, do que resulta numa escassez hídrica com repercussões negativas muito significativas nos ecossistemas e nas atividades socioeconómicas, porque os noticiários diários já nos andam a alertar para que as nossas barragens e os aquíferos estão muito abaixo dos seus níveis para a época, sabendo-se que a seca é um dos principais fatores que limitam e afetam a segurança alimentar e até a sobrevivência das pessoas. A eficiência produtiva nas regiões mais suscetíveis às
estiagens depende de uma série de medidas de monitorização e de mitigação dos efeitos negativos desse fenómeno, através do uso racional e sustentável dos recursos hídricos. Uma última nota Segundo o Diário de Notícias: O presidente da Câmara de Gavião, José Pio, mostra-se igualmente preocupado com a situação, principalmente com o cenário “dramático” em que se encontram os pescadores da região, numa altura em que a lampreia deveria “reinar” nas mesas dos restaurantes, mas por falta de água tem de ser adquirida noutras zonas do país e no estrangeiro.
“Eu penso que sobretudo, temos de melhorar as convenções que temos com Espanha”, começou por referir à Lusa, defendendo ainda que os autarcas das zonas ribeirinhas devem unir-se em prol desta causa.” “Todos nós, autarcas das zonas ribeirinhas, devíamos começar a pensar de uma forma global e termos a capacidade de, em conjunto, fazermos aquilo que se impõe que é manifestarmo-nos junto do Governo português numa primeira instância e, de seguida, junto das entidades europeias para que o rio volte a ter a sua água normal”, defendeu.
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Voo do Guarda-rios
A Odisseia de um Peixe
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. Vamos continuar a transcrever a “Odisseia da Vida de um Peixe.
2. Não podemos ficar indiferentes a um dos meritórios trabalhos da Associação de
Estudos do Alto Tejo, sobre um património histórico da navegação no Tejo, que é
desconhecido por muitos: Os Singradouros ou Muros ou Caminhos da Sirga, uma Obra Monumental do Tejo Internacional, e outras Ocorrências de Interesse Cultural (Idanha-a-Nova) 1, As cinco noites de nevoeiro em que nadei perdido em fios de vento Durante cinco noites (cinco noites porque o Sol não quis brilhar nunca e porque cá em baixo tudo era negro de tempestade), nadei perdidamente sem rumo embrenhado em pingos de nevoeiro. Tinha os olhos semicerrados de angústia e o meu rio tão lindo outrora era agora de uma escuridão cega de horríveis fantasmas e sombras. De quando em quando um corisco rasgava as águas assustadoramente negras e eletrizava a pouca vida que encontrava no seu
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caminho. Eu ficava amarrado a uma rocha de algas emaranhado em fios de vento que coziam às minhas barbatanas e me tolhiam os movimentos. Cinco noites terríveis nadei num negro de medo e só então descobri o que era morrer aos poucos numa luz que não nascia. Depois, tão repentinamente como havia desaparecido surgiu uma luz brilhante lá ao longe no horizonte que se impôs a pouco e pouco e que acabou por dominar o vasto caudal. Acordámos todos de um sonho fantasmagórico e brilhámos nos raios de Sol. Num dia de primavera onde rasteja um vento de marulhar ondas
Encontrei-me numa manhã de Primavera num nicho de plantas verdes a azuladas nadando ao vento sob o azul-suave e prateado do céu. Espreitei para a superfície e vi um punhado de flores amarelas e rosa de duas árvores enormes que lançavam apaixonadas os seus ramos para o rio. Estremeci e limpei os meus olhos de água hesitantes de tanta formusura. Ondas suaves brincavam nas águas em círculos concêntricos e giravam. Lembro-me apenas que repousei sobre uma rocha de um branco líquido a olhar a superfície, lançando os meus olhos às flores espelhadas no azul luminoso e sorrindo intensamente inebriado por um cheiro a rosas silvestres
e ramos de acácias douradas. O dia em que lancei os olhos à superfície coberta de sol e vi o olhar de uma criança seguindo um vento forte num barco de papelão (… e sorria) Não sei bem, nunca saberei dizer, como foi que naquele dia me encontrei subitamente à superfície a olhar o céu. Quando dei por isso já tinha os olhos a transbordar de um azul etéreo embriagador. Sacudi os olhos e mergulhei-os no doce suave do rio que escorria suavemente. De súbito, um barco feito em papelão correu veloz sobre a minha cabeça. Segui-o com o olhar e nadei acom-
panhando-o na sua viagem. Era tão divertido nadar na sombra da sua vela de papel que quase me esqueci que esse barco não poderia ter ido para ali sozinho. Procurei então na margem e vi um olhar ansioso de criança seguindo o barco e encontrei uns olhos cinzentos tão grandes e vivos como é impossível existirem outros iguais. Eram de uma criança loura e de faces rosadas que aos pulos percorria a margem florida lançando altos brados de felicidade. Sorria, sorria intensamente! Nesse dia pensei: “Que belo és meu rio, que fazes seres tão felizes por tão pouca coisa!” Continua no próximo jornal
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Notícias do Mar
O Tejo a Pé
A Sublime Foz do Lizandro
O Atlântico a Oeste tem mais encanto (fotografia Felicidade Pereira) Mais uma vez pela mão dos nossos amigos da terra (Cristina, Luísa e Hugo) andámos no Oeste, em Mafra com a Ericeira à vista.
M
Capela, praia de S. Julião, que melhor lugar para iniciar uma caminhada? 30
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ais uma vez o Tejo a pé foi elevado por um grupo de amigos vindos de Évora; bemvindos sempre. É difícil começar num local melhor que a Capela de S. Julião na praia do mesmo nome. Tanta beleza e encanto que não se escreve. Curiosamente o caminho é anunciado como das Almas, logo na subida da bonita vertente, com o oceano nas costas, encontramos o primeiro Cruzeiro. Estamos no Oeste, a seguir passamos por um forte da segunda linha defensiva das Linhas de Torres. Depois é o Oeste no seu melhor e, às vezes, no pior, com um urbanismo que arrepia. Andando e falando o grupo, com
Notícias do Mar
Texto e Fotografia Carlos Cupeto (Universidade de Évora – Escola de Ciências e Tecnologia)
Da arriba sobre o mar os caminheiros vencem uma primeira rampa, o Caminho das Almas que nos leva ao primeiro cruzeiro
bons regressos e gente nova, foi fazendo quilómetros sem dar por isso. O habitual sobe e desce do Oeste. Pouco depois encontrámos o Lizandro
e a coisa tornou-se ainda melhor. A perfeita mistura de natureza e agricultura local. Andámos nas suas margens até à foz onde uma varanda natural nos
A beleza da foz do rio Lizandro diminuída, só vivida abarcamos a sua beleza
A amizade e a boa disposição são uma marca no Tejo a pé
brindou com os últimos meandros antes da mistura do rio com o mar. Obrigado Mafra, até já Oeste.
PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um mail: cupeto@ uevora.pt
Alentejanos alentejanando 2022 Março 423
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Pesca Desportiva
Pesca Lúdica Embarcada
Às Lulas…com Jigs, Pois Claro!
Prefiro utilizar nesta altura uma fateixa tripla porque a quantidade de lulas que se conseguem é bem superior ao assite de anzol simples. Nesta altura do ano, é fatal como o destino!
E
stamos na altura delas e a verdade é que mais dia menos dia, elas aparecem. Este ano, com a chegada das águas mais frias, apareceu uma quan-
tidade de lulas apreciável, e de tamanhos bonitos. Não se trata de uma captura de relevo para nenhum pescador, ninguém exibe uma lula como um bom troféu, mas são um
petisco de excelência e por isso mesmo vale a pena tentá-las. E as nossas esposas agradecem o nosso emprenhamento. Grelhadas, em caldeirada, tudo vale, e por isso
todos os motivos são válidos para dedicarmos uma hora a encontrar umas lulas na sonda. A sua pesca nada tem de extraordinário, basta encontrar uma zona que as tenha, e a
Aqui eu estava a utilizar um jig formato agulha, um Cultiva de 30 gr, porque estava vento, e eu precisava de fazer chegar o jig ao fundo muito mais depressa que o habitual. Quando o barco se desloca rápido, assegurar o tempo ideal de descida é fundamental. 32
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Pesca Desportiva
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com/
resposta é imediata. A lula é um cefalópode muito agressivo, que se lança às toneiras com vontade e entusiasmo. Tenho no meu GPS uma série de pontos em que normalmente as encontro, e por isso, quando chega o Fevereiro, passo por lá para ver se está no ponto. Claro que a mim não me verão a lançar toneiras….eu posso pescar as lulas mas os olhos vão para algo que persegue as lulas com a mesma vontade, ou mais, que eu próprio: os pargos. Por isso mesmo, pesco-as não com toneira mas sim com… jigs. E se acham que fico numa posição comprometida pelo facto de preferir utilizar um sistema diferente, pois en-
ganam-se redondamente: o jig dá-lhes conta dos nervos, e pesca muito bem. A vantagem deste sistema é a seguinte: com a mesma velocidade e desembaraço com que pescamos os pargos, predadores naturais de lulas, também podemos ferrar este cefalópode. Aquilo que se sente é uma pancada forte, e a seguir um peso que resiste à tracção até à superfície. Não é o mesmo que pescar chocos, porque esses desgraçados apenas fazem peso. As lulas lutam, fazem valer a sua velocidade acrescida e por vezes pensamos que é outra coisa estranha que aí vem. Não é raro conseguir lulas nos mesmos terrenos dos pargos, aparecem-
Aqui o meu amigo Ricardo Antunes com mais uma. Utilizou um jig de 30 gr, da AllBlue, cor sardinha
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Pesca Desportiva
O Marcel, um alemão que adora Portugal, com uma bonita lula, capturada em Janeiro de 2022
nos normalmente alguns metros acima, em água livre. Por isso mesmo, marcam perfeitamente na
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sonda. A diferença da picada é simples de definir: ou puxarmos um peso sem
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escamas que sacode alegremente a linha, por impulsos, ou puxamos um lutador duro, contrariado, que nos recorda o hercúlio Mike Tyson em combate. Não há espaço para dúvidas… Já aqui vos passei informação sobre os paraquedas que aplico no barco, no sentido de me permitirem uma deslocação mais lenta. Isso pode ser decisivo neste tipo de pesca. Tentar pescar lulas a correr é uma perfeita perda de tempo. O barco tem de passar pelos pontos da sonda de forma lenta, para que tenhamos tempo de fazer descer o jig e, após o toque no fundo, produzir a animação que irá fazer interessar a lula. Ou se tivermos sorte, aquilo que come
a lula... Depois de vermos fazer, não tem muito de extraordinário. Os meus colegas de pesca, mesmo os mais renitentes em utilizar jigs, fazem lulas com regularidade. Vejam abaixo algumas fotos. Os princípios de escolha da cor dos jigs têm a ver com o mesmo critério que utilizamos para outros peixes: cores naturais com águas abertas, lusas, e cores mais flash quando temos algum poalho em suspensão. As lulas reagem muito bem à deslocação sincopada do jig, e não é raro conseguirmos várias no mesmo local. O essencial é mesmo a aplicação de um triplo muito afiado. Os triplos da Varivas, Nogales, afiados e leves, são perfeitos para elas. Ao menos toque estão enganchadas e a seguir, quanto mais se debatem mais acabam por se prender nos outros anzóis da fateixa. Um detalhe importante que não posso esquecer de referir: não tentem levantar em peso as lulas, para colocar no barco. Mais de 80% acabam por rasgar e cair à água. Quando as tiverem à superfície, a utilização de um enchavalar é imperiosa. E a seguir, disfrutem porque é sempre um petisco valente! E não temos sequer o trabalho de as escamar…. Não esqueçam: com os jigs, pescam lulas e … pargos. Os tais que as comem. Boas pescas para vocês.
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Notícias do Mar
Notícias do Ministério do Mar
Ministro do Mar Acompanha uma Inovação Mundial
O Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, participou na cerimónia de lançamento à água da embarcação Oceano Fresco I, no 10 de março, no Cais das Gaivotas, em Peniche.
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O Ministro Mar em visita ao Oceano Fresco 36
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este evento participou também o Presidente da Câmara de Peniche, Henrique Bertino, a Diretora-Geral de Política do Mar, Helena Vieira, e a Gestora do Programa Operacional Mar2020, Dina Ferreira, entre outras individualidades. A embarcação de apoio à aquicultura, e que recebe o seu nome da empresa, reforça a capacidade operacional da Oceano Fresco no cultivo sustentável de bivalves em mar aberto. A construção deste equipamento, que levou dois anos, recebeu o apoio financeiro do Programa Operacional Mar2020.
Notícias do Mar
O Ministro do Mar mergulhou em Lagos na aquacultura em mar aberto de amêijoas
Uma inovação Mundial Em agosto de 2020, a Oceano Fresco iniciou a produção de sementes de amêijoa no Centro Bio Marinho na Nazaré, um projeto pioneiro a nível europeu, que incluiu a maternidade dos bivalves e um laboratório para Investigação de Desenvolvimento. Em julho passado, o Ministro do Mar foi convidado a mergulhar no viveiro industrial de bivalves, que ocupa uma área de 100 hectares de mar aberto, ao largo de Lagos, e que é único no mundo por produzir estes organismos em mar aberto. As Nações Unidas declararam 2022 Ano Internacional da Pesca Artesanal e Aquicultura. Para aumentar a capacidade de resposta aos desafios relacionados
com o consumo de pescado e da conservação dos recursos, o desenvolvimento da aquicultura sustentável é um tema prioritário da Estratégia Nacional para o Mar 20212030 (ENM2030). É, ainda, uma atividade central na estratégia europeia “Do Prado ao Prato”, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA) contribuirão para o seu desenvolvimento cada vez mais sustentável, através do financiamento da inovação e de desenvolvimentos tecnológicos aplicados ao setor.
Centro Bio Marinho na Nazaré da Oceano Fresco
Produção de amêijoa no Centro Bio Marinho na Nazaré da Oceano Fresco 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Sines Cresce nos Contentores
Sines aproxima-se dos 2 milhões de teus no melhor ano de sempre em carga contentorizada.
Terminal XXI
O
Porto de Sines continua a responder à adversidade do contexto pandémico com um crescimento homólogo expressivo no conjunto de todos os segmentos de carga que, na carga contentorizada correspondeu a 13%, o que permitiu ultrapassar a barrei-
ra dos 1.8 milhões de TEUS (contentores de 20 pés). Mas se 2021 fica assinalado como o melhor ano de sempre nos contentores, ainda a registar 10% de crescimento no volume de carga movimentada no porto, com um total de 46,5 milhões de toneladas, números
Sines no melhor ano de sempre em carga contentorizada 38
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que atestam a competência e resiliência de toda a comunidade portuária de Sines. Para além dos contentores, destacam-se ainda os Granéis Líquidos, nos quais se inclui o gás natural liquefeito que, com um total de 4,1 milhões de toneladas movimentadas, foi responsável pelo abastecimento da quase totalidade do país. Ainda no segmento da carga contentorizada, de recordar que estão em curso as obras de expansão do Terminal de Contentores de Sines (Terminal XXI), que projeta o aumento da capacidade de movimentação anual de 2.3 para 4.1 milhões de TEU (contentores de 20 pés). Apesar do aumento da carga movimentada no porto, verifica-se uma diminuição do número de navios
recebidos, o que se traduz numa maior eficiência logística. A ferrovia continua a ser o meio terreste privilegiado de acesso ao porto, representando no ano transato 64% na distribuição modal e uma operação de cerca de 6.000 comboios. O tráfego de hinterland, onde se inclui Portugal e Espanha, ultrapassou os 464.000 TEU. O crescimento global registado em 2021, apesar do contexto pandémico e dos seus impactos negativos, vem reforçar a notável capacidade de resposta de todos os stakeholders do Porto de Sines, que, num reconhecido esforço coletivo reforçaram o papel do porto e da sua comunidade ao longo de toda a cadeia logística de transporte e como forte impulsionador das exportações nacionais.
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Notícias do Mar
Notícias MSC
Portugal é o País que Mais Come Peixe Sustentável
Portugal é o País que Mais Come Peixe Sustentável 54% dos consumidores portugueses afirmam ter tomado alguma medida para proteger o Oceano, são as conclusões dum estudo apresemtado pela Marine Stewardship Council (MSC) que organizou a semana MARPARASEMPRE entre 15 e 21 de novembro.
A
origem sustentável do pescado é o quinto fator decisor que motiva a compra de pescado dos portugueses. Portugueses identificam a sobrepesca e a consequente extinção das espécies marinhas como a segunda ameaça aos oceanos que mais os preocupam, a seguir à poluição. Portugal é dos países do Mundo que mais gosta de comer pescado. A compra regular de peixe e marisco é assumida por 95% dos consumidores portugueses, sen40
do que quase metade (45%) revela mesmo adorar comer
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peixe. As conclusões são de um estudo de mercado
encomendado pelo (MSC) à GlobeScan Incorporated, em 2020, e que analisa as tendências do consumo de peixe e principais preocupações dos consumidores em 23 países, num universo de mais de 26 000 pessoas entrevistadas. Não admira, portanto, que os Portugueses se revelem preocupados com a preservação dos recursos marinhos e, se a poluição, sobretudo pelos plásticos e microplásticos, preocupa a maioria (67%), 48% apontou a sobrepesca e a extinção das espécies
Notícias do Mar
como a segunda maior preocupação. Os consumidores portugueses têm uma maior preocupação com a poluição que a média global (44% versus 30%) dos países envolvidos no estudo, nomeadamente no que diz respeito aos produtos químicos e geneticamente modificados. A preocupação com a sustentabilidade dos oceanos já conduziu 54% dos consumidores nacionais a tomar alguma medida no último ano, como mudar de marca para outra que afirme o seu compromisso com um oceano mais saudável. E 90% revelaram estar dispostos a tomar medidas no futuro com o mesmo objetivo. No que toca à certificação, os consumidores portugueses reconhecem menos o “Selo Azul” do MSC que a média global (41% comparado com 48%), tam-
A origem sustentável do pescado preocupa os porugueses bém associam mais estas certificações à saúde (57% comparado com 52%), no
entanto revelam uma maior perceção de que os selos de sustentabilidade ajudam a
assegurar a disponibilidade de peixe para as gerações futuras. (74% versus 63%).
Promover a pesca sustentável 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Prato de bacalhau do Chef Ricardo Luz Semana MARPARASEMPRE Na semana MARPARASEMPRE, que o MSC organizou pela primeira vez em Portugal, entre 15 e 21 de novembro, estas conclusões vêm dar força àquela que é a principal missão da organização sem fins lucrativos: acabar com a sobrepesca e sensibilizar público, indústria e entidades públicas para a
necessidade da pesca sustentável. Portugal está entre os líderes do consumo de pescado, não só pela história e a relação do país ao mar, mas também pela consciência que os consumidores têm em relação às vantagens deste alimento. Os benefícios para a saúde, a segurança alimentar e a frescura são os motivadores mais
importantes para a compra de peixe e marisco. Por sua vez, a pesca sustentável é a quinta causa referida como motivadora, ficando acima do motivo relacionado ao preço. Quanto ao tipo de produto, os congelados ocupam a primeira posição, seguidos pelos frescos e os enlatados. Outra das conclusões apresentadas neste estudo
Barco pintado por Ojê 42
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refere-se ainda às espécies mais compradas, sendo o bacalhau a ocupar o primeiro lugar, com 83% dos consumidores a escolher o mesmo como prato de eleição, seguindo-se o atum (73%) e a pescada (com 68%). A semana MARPARASEMPRE do MSC pretendeu reforçar a mensagem de que para transformar a forma como se pesca os nossos oceanos, é necessário mobilizar toda a cadeia de valor do pescado, incluindo os consumidores, assim como acelerar a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nesta iniciativa, colaboraram várias empresas nacionais do setor da grande distribuição, processamento e transformação (Aldi, Brasmar, Conservas Ramirez, Continente, Gelpeixe, Iglo, Ikea, Lidl, Lugrade, Riberalves, Sr. Bacalhau). Ao longo da semana em que se comemorou o Dia Nacional do Mar (16 de novembro) foram realizadas várias ações de sensibilização para a importância de um consumo sustentável de pescado com selo azul MSC. Algo que faz ainda mais sentido num dos maiores países oceânicos do mundo e onde se consome quase o triplo de pescado (61 Kg per capita em 2018,EUMOFA) que a média da União Europeia (24 Kg), sublinhado o papel de Portugal no mar e a necessidade de mobilizar a sociedade civil. No âmbito da programação da semana MARPARASEMPRE, o MSC lançou uma campanha sobre o mote Juntosnomesmobarco, que pretendeu transmitir o compromisso de todos com a preservação dos recursos marinhos A mesma teve presença digital nas redes sociais da marca (Insta-
Notícias do Mar
O Chef Ricardo Luz foi vencedor da 30ª edição do concurso para cozinheiros em Portugal gram e Facebook), onde os seguidores poderam acompanhar vídeos com a intervenção artística de Ojê num barco de pesca enquanto símbolo da importância do mar. Por sua vez, o chef Ricardo Luz, considerado o Cozinheiro do Ano em 2019, falou sobre o processo da pesca sustentável do baca-
lhau, desde o momento em que é pescado até ao seu aproveitamento na íntegra através da confeção de uma receita. O Chef Ricardo Luz foi o vencedor da 30ª edição do maior concurso para cozinheiros em Portugal e é o Sub-Chef do Resort Club House Palmares Ocean Living & Golf, em Lagos.
O artista Ojê 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Ciências do Mar
As Baleias Comem Debaixo de Água e Não se Afogam As baleias, conhecidas como gigantes dos mares, podem chegar aos 30 metros de comprimento e pesar 200 toneladas. Embora com um peso destes seja difícil irem ao fundo, sempre que se alimentam, estes mamíferos engolem muita água junto com o krill – por vezes uma quantidade maior do que o próprio corpo. Então como é que não se afogam?
Baleia azul
A
resposta está num novo estudo, desenvolvido pela Universidade da Colúmbia Britânica, que explica
que as baleias têm um género de “tampão oral”, que bloqueia as vias aéreas superiores durante a alimentação e impe-
Baleia azul 44
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de a passagem da água para os pulmões. A água sai depois pelas suas barbatanas. Ao mesmo tempo que se dá este movimento, a laringe também fecha para bloquear as vias aéreas inferiores. O alimento passa depois seguramente para o esófago. “É como quando a úvula de um humano se move para trás para bloquear as passagens nasais, e a nossa traqueia se fecha ao engolir comida”, explica Kelsey Gil, autor principal do estudo. Ao estudarem baleias-
comuns, os cientistas acreditam que este se situe na parte de trás da cabeça e que se movimente para cima, para bloquear a passagens nasais enquanto estas engolem o krill. “Não vimos este mecanismo de proteção em nenhum outro animal ou na literatura. Muito do nosso conhecimento sobre baleias e golfinhos vem dos odontocetos, que têm tratos respiratórios completamente separados, então foram feitas suposições de semelhanças”, acrescenta o investigador.
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Náutica
Notícias Touron
A Lankhorst Taselaar e a Touron Anunciam o seu Acordo para a Distribuição da Besto em Portugal e Espanha A Lankhorst Taselaar tem o prazer de anunciar que Touron foi nomeada distribuidor da Besto Lifesaver para Portugal e Espanha a partir de 1 de Fevereiro de 2022.
da Touron, acreditamos que podemos aumentar significativamente a nossa participação nos mercados da Península: Espanha e Portugal!”
Á
lvaro Giquel, responsável pela Área de Acessórios Náuticos da Touron, afirmou: “Na Touron temos muito orgulho de fazer parte da organização Besto, da sua história e dos seus valores que a levaram a manter e consolidar-se como uma marca de referência no mercado mundial na indústria de equipamentos de salvamento. Há algum tempo que precisávamos cobrir uma lacuna na nossa oferta e a Besto é, sem
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dúvida, a melhor solução. Iremos colocar à disposição dos clientes da Península Ibérica o Conforto, a Segurança e a Qualidade da vasta gama de produtos Besto”. Por sua parte, Jos Martens, Gerente de marca da Besto afirmou: “Já tínhamos uma parceria com a Touron na linha de acessórios náuticos Talamex, pelo que estou muito feliz por nos terem escolhido também para aumentar a oferta com a Besto Life-
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saver. A Besto tem mais de 100 anos de história projectando e fornecendo equipamentos de salvamento para aplicações de recreio e profissionais.” “O facto de estarmos a aumentar a nossa base de clientes em toda a Europa e de podermos encontrar grandes parceiros como a Touron é o reconhecimento, para nós, de que estamos a criar os produtos que amadores e profissionais desejam. Agora, com o potencial de distribuição
Besto Lifesaver A Besto foi fundada em 1920 pelo Sr. van der Belt e pelo Sr. van der Stouwe, sendo que a marca recebeu os seus nomes. Está localizado numa pequena cidade chamada “Zwartsluis” perto do antigo mar interior “Zuiderzee”. No início da empresa, havia um forte foco na produção de crash bags, agora chamados de pára-lamas, feitos de rattan e enchimento de cortiça. O próximo passo foi a fabricação de coletes salva-vidas e boias para navegação profissional e fluvial. As matérias-primas então utilizadas eram principalmente algodão, sumaúma e cortiça. Uma nova era começou quando a Besto passou a fabricar e a fornecer produtos para outros usos mais comuns, relacionados ao lazer e ao desporto. Foram criados designs modernos e aplicados novos materiais, como espuma de polietileno e tecidos sintéticos. O nome da empresa foi alterado para BESTO. E as bases para o futuro de Besto foram lançadas. A Besto é hoje sinônimo de conforto,
Náutica
processos de testagem.
segurança e qualidade, e possui uma ampla linha de produtos de salvamento. Hoje, mais de 100 anos depois, a Besto ainda é um dos líderes em ajudas de flutuação e coletes salva-vidas. Devido à extensa pesquisa de qualidade, a busca contínua pela perfeição no ajuste ideal da roupa ao corpo e as opiniões recebidas dos clientes, usando apenas materiais da mais alta quali-
dade, os coletes salva-vidas Besto são da mais alta qualidade e nível de segurança que pode ser encontrada hoje no mercado. Todos os coletes salva-vidas e auxiliares de flutuação são aprovados de acordo com os mais recentes regulamentos e normas europeias e globais. Juntamente com os módulos de qualidade aprovados pela D&E, todos os produtos Besto possuem a marca CE. Devido à rigorosa inspeção final de todos os coletes salva-vidas e auxiliares de flutuação, a Besto pode exigir os mais altos padrões de qualidade. Todos os anos, o Sistema de Qualidade, processos e pessoal da Besto são auditados e aprovados por instituições independentes (Bureau Veritas & Fleetwood). Isso permite que a Besto produza produtos Besto confortáveis, atraentes, de alta qualidade e seguros, tudo de acordo com os mais recentes requisitos e
Sobre Lankhorst Taselaar A Lankhorst Taselaar B.V. é um armazenista internacional de produtos náuticos. Da sua sede em Heerenveen e da sua filial em Rheine, Alemanha, a Lankhorst Taselaar BV fornece mais de 15.000 produtos diferentes
para empresas envolvidas na indústria náutica, como lojas, estaleiros, fabricantes de velas, etc. Todos os produtos são distribuídos em toda a Europa a partir do armazém central em Heerenveen. O seu portfólio de produtos inclui muitas marcas conhecidas, entre las as marcas Talamex e Besto Lifesavers.
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Náutica
Notícias Touron
Mercury Participa Pela Primeira Vez na Navalia
Fotografia: J.Albertos - www.vigoenfotos.com
A prestigiada marca de motores fora de borda exibirá uma mostra do seu catálogo de produtos para aplicações profissionais através da Touron, seu distribuidor exclusivo para Portugal e Espanha.
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e 24 a 26 de Maio de 2022, a Mercury estará presente, pela primeira vez, na Navalia (Vigo), uma das mais prestigiadas feiras do sector naval no mundo. Com um stand de 32 metros quadrados, a Touron oferecerá um ponto
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de encontro a todas as empresas que queiram conhecer melhor a marca e as possibilidades que esta oferece para o sector naval profissional. Em exposição estarão 3 motores fora de borda, como mostra do potencial que a Mercury dispõe para este
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segmento. Por um lado, haverá um motor da gama Sea Pro, versão específica da marca para aplicações de trabalho intenso, que vai dos 15 aos 300 cv. Por outro, estará o motor 175 cv DSI de 2 tempos a diesel, algo único no mercado. Por último, o tradicional Mercury 25 cv de
2 tempos com homologação MED/Solas, a escolha favorita para os botes auxiliares de grandes navios. Durante os 3 dias da feira, uma equipa especializada da Touron e da Mercury estará à disposição de todos os interessados que visitem o evento.
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Notícias do Mar
Ciências do Mar
Mistério dos Barcos Encalhados em “Água Morta”
Mais de um século depois físicos desvendam o mistério dos barcos encalhados em “Água Morta”.
Barco a navegar em Água Morta
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Explorador norueguês Fridtjof Nansen nas águas do Ártico no norte da Sibéria 50
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ela primeira vez, uma equipa interdisciplinar de cientistas franceses explicou o misterioso fenómeno da “água morta”, capaz de travar e encalhar navios em movimento, mesmo que os seus motores funcionem corretamente. Tal como frisa o portal IFL Science, foi resolvido um mistério com mais de 100 anos. O fenómeno foi sentido pela primeira vez em 1893 pelo explorador norueguês Fridtjof Nansen, enquanto navegava pelas águas do Ártico no norte da Si-
Notícias do Mar
béria. Sentiu o seu navio desacelerar por uma força estranha, cuja natureza era desconhecida, e mal conseguia manobrar a embarcação e não era capaz de atingir a sua velocidade normal. Em 1904, o físico e oceanógrafo sueco Vagn Walfrid Ekman mostrou em laboratório a formação de ondas sob a superfície desta área do Oceano Ártico, entre as camadas de água salgada e água doce, que interagem com o navio, gerando resistência. O fenómeno ocorre em todos os mares e oceanos onde águas de diferentes densidades se mistura devido à sua salinidade ou temperatura, referem em comunicado . Podem estar em causa dois tipos de arrasto: o que causa uma velocidade anormalmente baixa, como no caso de Nansen e o caracterizado por oscilações de velocidade no barco preso (Ekman). Agora, uma nova investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, põe fim ao mistério. De acordo com os autores do estudo, as variações na velocidade das embarcações capturados por este fenómenos – conhecido vulgarmente com “água morta” – devem-se à criação de ondas que atuam como uma espécie passadeira rolante ondulatória na qual os navios se movem para trás e para a frente, podendo acabar por encalhar. Na mesma publicação, os cientistas unificaram as observações de Nansen e Ekman, mostrando que o
Fridtjof Nansen encalhado no Ártico no norte da Sibéria
efeito oscilante demonstrado por Ekman é apenas temporário, uma vez que a embarcação acaba por escapar e atinge a velocidade constante de Nansen. O IFL refere ainda que este estudo faz parte de
um projeto maior que investiga porque é que, durante a Batalha de Actium (31 a.C), na Grécia, os maiores navios de Cleópatra perderam para embarcações bem mais fracas de Otaviano.
De acordo com os cientistas, uma das explicações para explicar a inesperada derrota da governante egípcia pode ser a “água morte” da baía grega, que tem todas as características de um fiorde.
Batalha de Actium 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Financiamento à Pesca Reforçado Linha de financiamento para a pesca reforçada em 10 milhões de euros.
U
ma linha de financiamento específica para os operadores do setor da pesca foi reforçada em 10 milhões de euros, com ju-
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ros bonficiados, no âmbito de medidas de resposta à conjuntura económica adversa criada pela pandemia de Covid-19. Depois da elevada ade-
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são por parte do setor a esta medida, a verba acresce aos 40 milhões de euros já concedidos através da Portaria n.º 90/2021, de 23 de abril. Esse diploma
é alterado pela Portaria n.º 69/2022, hoje publicada em Diário da República. O montante total de 50 milhões de euros é suportado por verbas inscritas no Orçamento do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, que irá proceder à operacionalização desta medida. Os empréstimos são concedidos pelo máximo de seis anos e são atribuídas as seguintes bonificações da taxa der juros, diferenciadas em função do volume de negócios da empresa: a) Volume de negócios até (euro) 500 000: até 100 % de bonificação. b) Volume de negócios superior a (euro) 500 000: até 90 % de bonificação.
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Notícias do Mar
Notícias da Docapesca
Pescadores a Ganhar Mais
Rendimento dos pescadores supera valores pré-pandemia e atinge valor histórico.
Lota de Peniche
A
Docapesca revela que o valor do pescado transacionado nas lotas e postos de Portugal Continental atingiu o valor histórico de 251 milhões de euros em 2021. Este valor representa um crescimento de 29% relativamente a 2020 e de 18% face a 2019. A
quantidade de pescado transacionado ultrapassa as 115 mil toneladas, correspondendo a um aumento de 27% face às 90 mil toneladas em 2020. Já o preço médio do pescado situou-se em 2,18€/ kg, representando um aumento de 1,5% comparativamente a 2020 e de 15% face a 2019.
Lota de Peniche 54
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Quanto ao valor de vendas, a lota de Peniche manteve-se como a principal do país (39M€), seguida de Matosinhos (32M€), Sesimbra (28M€), Aveiro (17M€) e Vila Real de Santo António (16M€). Na quantidade de pescado transacionado, as principais lotas foram as de Sesimbra (21,5 mil tone-
ladas), Matosinhos (20,4 mil toneladas), Peniche (15,1 mil toneladas), Aveiro (8,1 mil toneladas) e Figueira da Foz (7,4 mil toneladas). As espécies mais relevantes em valor de vendas, em 2021, foram o polvo-vulgar, a sardinha, o carapau, o biqueirão e o espadarte.
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Motonáutica
Uim x-cat world championship 2022
X-CAT começa em Fujairah com vitórias de Carpitella/Nicholson e Nicolini/Polli
222Offshore vence a primeira Prova do Mundial O Uim x-cat world championship 2022 começou em Fujairah nos dias 4 a 6 de Março passado com a realização das duas primeiras provas para a mais importante categoria Offshore da UIM.
M
uito lógico esse início do Campeonato em Fu-
jairah, nos Emirados Árabes Unidos, onde está localizada a base operacional da
X-CAT e o Fujairah International Marine Club oferece uma excelente infra-estru-
tura, além de excelentes condições de mar, que varia o circuito entre uma área de
Matteo Nicolini e Tomaso Polli venceram a segunda Prova 56
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Motonáutica
Texto Gustavo Bahia Fotografia Gustavo Bahia, Marítimo e Foresti&Suardi
mar aberto e outra em águas protegidas. Campeonato começa com 12 barcos Para as primeiras provas de 2022 em Fujairah, compareceram 12 das 14 Equipas, incluindo a Marítimo Racing vencedores do Campeonato Mundial em 2019, e, que ficaram impedidos de participar em 2021, por conta do deslocamento logístico, prejudicado pela Pandemia, entre a Austrália e os Emirados. A Equipe SwetCat voltou a participar, depois de resolver os problemas que os afastou das etapas em 2021, desta feita com Erik Stark reassumindo seu lugar, já que o Victory Team decidiu por não participar. Outra baixa foi a Equipa Russa NewStar, que face a vergonhosa invasão da Ucrânia pela Rússia, a UIM proibiu a participação da Equipa. Logo dos 14 barcos oficialmente regulares no Campeonato, apenas 12 participaram da primeira etapa de 2022, a saber: Duabi Police (Campeões de 2021), 222 Offshore, Team
Six, Abu Dhabi Team(com 2 barcos), Team GB, Team Q8 Oil, Team Foresti e Suardi, HPI Racing Team, SwetCat Team, Marítimo Racing e Team PastAmato. Mudança no Regulamento gera confusão e afastamento da Equipa de Abu Dhabi do Campeonato Mundial X-CAT O momento do desporto no mundo é bastante complexo, os vários Campeonatos Offshore e Inshore da UIM estão encontrando grandes dificuldades em reunir Promotores e Patrocinadores para dar sustentabilidade as várias Classes numa ótica profissional. Alterar regulamento em momento tão difícil, pode ser um grande “tiro no pé”, e a prova disso aconteceu em Fujairah, com a inclusão de uma volta pequena para além da volta longa no Circuito de X-CAT. Isso gerou uma grande confusão e polémica que culminou com a desclassificação de 4 barcos na primeira prova: os 2 do Abu Dhabi Team, o do Team Q8 Oil e
Tomaso Polli pronto para assumir o seu assento como Piloto do barco SIX o do Team PastAmato. Isso representou 1/3 dos barcos participantes. O que se pode concluir é
que, mesmo 2/3 das Equipes tendo conseguido assimilar e administrar bem as alterações, fica sempre um
Dubai Police não teve uma boa performance 2022 Março 423
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Motonáutica
Os 2 barcos de Abu Dhabi abandonaram o Campeonato gosto amargo aos desclassificados. Face a essa desclassificação em Fujairah e a exclusão dos seus 2 barcos dos resultados obtidos em 2021, o Abu Dhabi Team emitiu um comunicado, onde informava a sua saída do Campeonato Mundial de X-CAT da UIM. Já não participaram da segunda prova em Fujairah. Com a saída do Abu Dhabi Team e do Victory Team Dubai, o Campeonato fica reduzido a 10 barcos, pois os russos não poderão mais competir.
O barco Foresti e Suardi mudou a pintura e melhorou a performance 58
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222 Offshore da dupla Giovanni Carpitella e Daren Nicholson vencem a 1ª Prova A primeira prova realizada no dia 5 de Março, aconteceu com um dia nublado e na área de mar aberto do Circuito, o vento esteve sempre presente, dando
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Motonáutica
Marítimo Racing abandonou com problemas técnicos as duas provas
O Circuito com as bóias XP em vermelho são a volta curta e o foco das discórdias 60
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bastante trabalho as duplas de cada barco. Giovanni Carpitella é um dos mais experientes Throttlemans em atividade e forma um par perfeito com o piloto australiano Darren Nicholson e conseguiram o primeiro lugar. Em segundo lugar foi conseguido pelo Team GB da dupla Scott Williams/Martin Campbell. Dubai Police da dupla Arif Al Zaffain/Nadir Bin Hendi, os atuais Campeões Mundial X-CAT, cruzaram a linha de chegada em terceiro, com o barco Six de matteo Nicolini/Tomaso Polli em quarto numa disputa bem acirrada. O barco do Team SwetCat com Erik Stark/Sebastian Groth, mesmo sendo um barco mais curto em desvantagem aos demais, conseguiu completar as 14 voltas e ficar com o quinto lugar, seguido pelo barco Foresti & Suardi
Motonáutica
da dupla Gampaolo Montavoci/Roberto Lo Piano, que foram punidos por irregularidade na largada. O Barco da HPI Racing Team dos irmãos De Cola, abandonaram na nona volta com problemas técnicos. Os 2 barcos de Abu Dhabi, Q8 Oil e PastAmato foram desclassificados. Matteo Nicolini e Tomaso Polli vencem com categoria a segunda Prova
O tempo permaneceu fechado e todo circuito de mar aberto bem picado e o barco do Team Six muito bem afinado com a experiência da dupla no comando, não deu chance aos demais, mesmo tendo em segundo lugar o vencedor do dia anterior 222 Offshore. Em terceiro o barco Foresti & Suardi, fazendo um Podium 83% Italiano e 17% Australiano. Dubai Police em quarto, também sem mostrar a competitividade das provas em 2021.
Marítimo Racing decepciona Todos esperavam por uma participação de destaque dos Campeões Mundial de 2019, mas problemas técnicos causaram o abandono da Equipa Australiana nas duas provas. Tom BarryCotter e Pal Virik Nilsen vão ter que aguardar as próximas provas para mostrar a potencialidade o barco Marítimo RT30. Um Calendário de incertezas Mesmo com um Calendá-
rio anunciado pela UIM, nenhuma outra Cidade ainda confirmou a realização das etapas seguintes, e não são poucas: 10/06 na Itália, sem Cidade anunciada, 17/06 na Itália, sem Cidade anunciada, 29/07 no Leste Europeu, sem País ou Cidade anunciada, 05/08 no Leste Europeu, sem País ou Cidade anunciada, 23/09 no Egito, sem Cidade anunciada, 30/09 no Egito, sem Cidade anunciada, 9 a 11 de Dezembro em Dubai, mas sem confirmação. E ainda há quem chame isso de Calendário.
Resultados Provisórios da 1ª Prova
Resultados Gerais do Campeonato
DNS - Did Not Start, DNF - Did Not Finish, DQ - Disqualified, *2 Long laps penalty
DNS - Did Not Start, DNF - Did Not Finish, DQ - Disqualified, GP - Grand Prix points 2022 Março 423
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Notícias do Mar
Última
Notícias da Federação Portuguesa de Surf
João Aranha Vence Eleições Reconduzido como Presidente
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Assembleia Geral Eleitoral da Federação Portuguesa de Surf, saldou-se na vitória expressiva da Lista A, liderada pelo atual presidente João Aranha. A Lista A venceu por 50 votos contra 7 da lista concorrente, encabeçada pelo candidato João Guedes. Números que se traduzem numa percentagem de 87,7% e que se interpretam como o reconhecimento do trabalho realizado pela atual Direção ao longo de dois mandatos consecutivos. Realce-se a afluência massiva à Assembleia por parte de clubes, associações, atletas, praticantes, juízes e treinadores, ou seja, todos os pilares da FPS. Uma manifestação evidente da robusta saúde do surfing em Portugal. A título de curiosidade, foi particularmente gratificante para todos os envolvidos no processo a adesão dos atletas mais jovens, com a Seleção Nacional júnior de surf a apresentar-se
na íntegra. João Aranha, que arranca assim seu terceiro e último mandato, congratulou-se com a vitória mas assumiu a responsabilidade redobrada que esta implica: “Este voto de confiança ontem demonstrado incumbe toda a nova direção de ainda maior responsabilidade. Temos um compromisso com o Surfing em Portugal, e a lista concorrente levantou temas durante a campanha que têm que ser também incorporados neste compromisso, algo que muito lhes agradecemos, além claro da validade da sua participação.” O presidente reconduzido acrescentou: “Temos agora uma janela de oportunidade para não só levar a bom porto os projetos que têm vindo a ser desenvolvidos até agora, como implementar os compromissos que assumimos com a comunidade para estes próximos 3 anos. Saiu reforçada a nossa missão como Federação desportiva marcadamente vocacio-
nada para as várias disciplinas na sua vertente amadora e de formação, e para as seleções nacionais. Contamos com todos para trabalhar o futuro do desporto - entidades, clubes, associações, dirigentes, desportistas, praticantes e patrocinadores serão fundamentais para garantir as soluções de amanhã.” João Aranha encerrou com agradecimentos a todos aqueles que fizeram desta uma das Assembleias Gerais mais participadas de sempre: “Finalmente, tenho de agradecer muito a todos aqueles que se deslocaram propositadamente a esta AG para nos apoiar. Vocês são a alma do surfing em Portugal e deixaram-me ainda mais grato e orgulhoso pela confiança que depositaram nesta Direção. A todos, um muito obrigado.” A Lista A vencedora, que agora assume um mandato de quatro anos como a nova Direção da FPS é constituída por: Presidente: João Manuel de
Carvalho Jardim Aranha • Direção Vice-Presidente: Nuno Miguel Drummond Borges Oliveira Amado VicePresidente: Pedro Manuel Regueira Valadas Coriel Vogal: João Ricardo de Sousa Costa Capucho Vogal: Gonçalo Nuno Gomes da Costa Freixo Boavida Secretário: Rodrigo Manuel Duarte Gomes Vilasboas de Meireles Tesoureiro: Luís Miranda • Assembleia Geral Presidente: José Luis Crespo Pires Lima Vice-Presidente: Bruno Ribeiro Ferreira dos Reis Cabecinha Secretário: José Manuel Pedroso de Melo • Conselho Fiscal Presidente: Luis Alexandre Cantante Botelho Roseiro o Relator: Diogo Cunha Secretário: Artur Filipe Fontes Martha Suplente: Maria Filomena Neves Marques • Conselho de Arbitragem Presidente: Artur João Lopes Cardoso Cardoso Ferreira Secretário: Diogo Filipe Duarte Ganito Afonso Vogal: Nuno Cristino Furtado do Rosário Machado Suplente: Nuno Pedro Dantas Segurado Borges Pedra • Conselho de Justiça Presidente: Matilde da Costa Dias Secretário: Francisco Pereira Miguel Relator: Pedro Fonseca Pires • Conselho de Disciplina Presidente: Frederico Valentim Barbosa Droznik Bensimon Secretário: Relator: Rita Isabel das Neves Mota Relator: Rita Sereno Fonseca Suplente: António Maria Cardoso Palma Nogueira
Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Editor de Motonáutica: Gustavo Bahia Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00
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