Os Novos Motores Verado 350 e 400 CV
Em sintonia com a galardoada marca Verado, os novos motores V10 são os mais
silenciosos e suaves do seu segmento, pois o seu funcionamento à velocidade de cruzeiro é 45% mais
silencioso que o dos seus concorrentes. Para além do baixo nível de ruido, vibrações e sonoridade, os novos Verado, sendo compatíveis com as últimas tecnologias Mercury SmartCraft®, vêm ainda equipados com alternador dual opcional de
48V/12V para poderem ser combinados com o sistema Fathom® e-Power do Navico Group, um sistema integrado de gestão de energia auxiliar de iões de lítio.
“Os novos motores fora de borda Mercury Verado V10 respondem inteira-
mente às solicitações dos nautas para a gama dos 350 e 400 CV”, comentou Chris Drees, Presidente da Mercury Marine. “São potentes, suaves e silenciosos. Incorporam muitas das prestações de incremento
da eficiência no consumo que caracterizam a nossa gama de alta potência. Oferecem também a mesma experiencia de navegação superior que tornou os Verado famosos. Os motores fora de borda Verado V10
consolidam a liderança da Mercury no mercado dos fora de borda de alta potência”
Os novos motores fora de
Mercury V10 350 HP
borda Mercury Verado V10 corporizam muitas das prestações e tecnologias líderes de mercado que tanto apreciam os proprietários das po-
pulares gamas V12, V8 e V6 da Mercury. O novo V10 tem excelentes acabamentos e uma grande versatilidade para uma ampla variedade
de aplicações.
Com um peso de apenas 316 Kg e o mesmo espaço de montagem de 26 polegadas que V8 líderes do sector, os motores V10 maximizam a compatibilidade com o design das embarcações actuais. O design compacto e leve proporciona o rendimento que clientes procuram e trona-os ideais para aplicações de motorização
múltipla ou para la remotorização de embarcações.
Motor
5.7L
V10 de aspiração natural
A nova gama incorpora o primeiro bloco V10 de aspiração natural em motores fora de borda. Aproveita a cilindrada líder no seu segmentos, de 5.7L, e um design de quatro árvores de cames que incre-
menta o rendimento para empurra as embarcações com velocidade e aceleração excepcionais. Um avançado alternador de 150 amperes carga rapidamente as baterias a bordo e respalda o sistema eléctrico da embarcação de forma inteligente.
Transmissão completamente nova
A nova transmissão hidrodinâmica da gama foi sido con-
cebida para melhorar o rendimento e a durabilidade numa variedade mais ampla de aplicações e maximizar, por sua vez, a eficiência no consumo. Os engenheiros da Mercury recuperaram os princípios da engenharia e desenharam a nova hélice Revolution X que se adapta perfeitamente ao Verado V10 em todos os aspectos. O diâmetro maior e pás mais largas, em conjunto com a profunda relação da nova transmissão, proporcio-
nam uma condução excelente, uma aceleração sensacional e uma elevada eficiência, tanto a baixas velocidades como à máxima aceleração.
Funções intuitivas e tecnologias avançadas O controlo adaptativo de velocidade mantém o regime do motor, mesmo que existam mudanças de carga ou condições, o que torna mais fácil ultrapassar ondas grandes e navegar a baixa velocidade com mais suavidade. A tecnologia Transient Spark ajusta electronicamente os tempos de ignição para optimizar a potência a baixas rotações. Os motores Verado V10 também serão compatíveis com um novo sistema eléctrico de direcção da Mercury para embarcações de motorização múltipla, cuja disponibilidade está prevista
para Fevereiro de 2023. O novo sistema oferecerá melhor resposta da direcção, uma notável simplificação do equipamento e uma redução
do consumo de energia superior al 50%.
“Desafiámos os nossos engenheiros a melhorar a aceleração e o rendimen-
Dois Mercury V10 400 HP
to geral nos novos motores fora de borda V10 e, simultaneamente, torna-lo mais silenciosos e mais leves que os da concor-
rência”, comentou Tim Reid, Vice-presidente de desenvolvimento e engenharia da Mercury Marine. “Uma vez mais, conseguiram superar as expectativas, tendo ainda incorporado tecnologias que tornam a condução e a manutenção sejam muito mais simples”. O desenvolvimento dos novos motores fora de borda V10 é o resultado do compromisso permanente da Mercury, com um considerável investimento em I&D e na capacidade de produção, para responder à elevada procura dos clientes. Para isso, la empresa acumula investimentos de 2 mil milhões de dólares desde 2008, sendo que a sua área de produção aumentou mais de 275.000 m2.
Os novos motores fora de borda da Mercury Marine Verado V10 estarão disponíveis.
Para mais informação, visite mercurymarine.com
trim and tilt
ONU Reconhece Projecto da Universidade do Minho para a Década do Oceano
Um projecto da Universidade do Minho que usa ADN para monitorizar recursos pesqueiros no Atlântico foi reconhecido pelas Nações Unidas como contributo para os desafios desta Década do Oceano.
Chama-se “DNAbased approaches for fisheries monitoring”, é liderado por Filipe Costa e junta parceiros de três continentes.
Este é um dos 287 projectos (actions) de todo o Mundo agora endossados pela ONU, que desafia as-
sim a ciência a reverter a degradação do ecossistema marinho e a alicerçar a Agenda 2030.
“Este reconhecimento confirma a relevância de conceber projectos em parceria entre instituições académicas e governamentais responsáveis
pela gestão pesqueira, e em concertação internacional, de forma a garantir os objectivos de sustentabilidade socioambiental”, refere Filipe Costa, que é investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e professor do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da UMinho, em Braga.
O projecto monitoriza ovos e larvas de peixe (ictioplâncton) no Atlântico, algo fulcral para sinalizar épocas e locais de desova, além de inferir a abundância de desovantes e o recrutamento de novos espécimes. Essa identificação rigorosa e eficiente é muito difícil de obter, refere uma nota de imprensa da Universidade do Minho.
Por isso, os cientistas vão testar o método “DNA metabarcoding”, que consiste na utilização de códigos de barras de ADN (em analogia aos códigos de barras dos produtos comerciais) e que define para cada espécie uma sequên-
cia de bases do ADN que a diagnosticam. Assim, identificar espécies de peixes em amostras de ictioplâncton poderá vir a ser mais rápido e rigoroso, permitindo uma maior frequência temporal e espacial na análise, além de dados abundantes e relevantes na gestão de stocks pesqueiros, considera
Filipe Costa.
Esta acção envolve dois sub-projectos coordenados pela CBMA. Um deles é o
“A-Fish-DNA-Scan”, em parceria com as universidades do Algarve, Coimbra, Estadual de São Paulo (Brasil) e
Técnica do Atlântico (Cabo Verde), além do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e, ainda, do Insti-
tuto do Mar de Cabo Verde. Conta com um financiamento de 300 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da iniciativa intergovernamental Atlantic Interactions e do V Centenário da Viagem de Circum-Navegação de Magalhães. Acresce o projeto “Fish-DNA-Monitor”, financiado pela Aga Khan Development Network e pela FCT, que tem como parceiro o Centro de Investigação Pesqueira Aplicada da Guiné-Bissau.
Globalmente, esta iniciativa do CBMA está integrada no programa Ocean Biomolecular Observing Network (OBON), um dos programas da Década do Oceano que tem por objectivo monitorizar, investigar e compreender a vida oceânica recorrendo à análise de biomoléculas.
Tirar a Carta de Pescador 1
Grande parte das pessoas foca a sua atenção em conseguir receber/copiar de alguém uma posição de GPS, (ou mesmo roubada à socapa), também a informação da melhor hora de pesca e já agora, e porque não, qual a amostra que garante pesca infalível.
No fundo, quer o trabalho feito por outros, porque apenas lhe interessa olhar o peixe dentro da geleira.
Isso faz-me recordar um sheik árabe que mergulhava em Abu Dhabi e dizia que era caçador submarino.
Seria, não fora o facto de caçar com garrafas de oxigénio às costas, e levar consigo dois outros mergulhadores, um para lhe carregar a arma de elásticos, outro para lhe carregar os peixes.
Ele apenas disparava, passando de seguida a arma a um dos ajudantes, o qual, diligentemente, retirava o peixe do arpão.
Quem presenciou isto foi o meu amigo André Comte, de Bordéus, que me contava o episódio com o desalento de ter visto alguém que efectivamente tinha muito dinheiro, podia fazer-se
transportar numa embarcação ultrarrápida, 3x 600 HP, e no fim tirava fotos com os pobres peixes flechados.
Presumo que incensado pelos ajudantes, que receberiam uma gorjeta maior ou menor consoante vénia mais ou menos pronunciada às suas “incríveis” capacidades.
Isto é uma lástima! Isto é tão penoso que me deixa revoltado. Quem me conhece sabe que durante algumas dezenas de anos andei debaixo de água a ver peixe, mas em apneia, com o fôlego que Deus me deu, e a sentir as limitações de não poder ser melhor.
Porque quando se trata de mergulhar em apneia, os limites surgem sempre, mais segundo menos segundo, e há que retornar à superfície e respirar de novo. Mas é a forma justa de fazer as coisas.
O sheik árabe pode achar-
se um herói mas na minha modesta visão será apenas um parvo, um “artolas”. Imagino que também pesque à linha dentro de um tanque de aquacultura ou de um aquário.
Pescar não pode ser apenas isto. Fica a faltar tudo o resto, todo o trabalho de procura de locais, de horas mais favoráveis, de experimentação, quantas vezes infrutífera, de ensaio de materiais, iscos, em suma, de conhecimento do meio.
Pescar é tudo aquilo que não pode ser dado por um amigo. Se não pedimos a ninguém que vá tirar carta de automóvel por nós... como podemos aceitar que alguém faça por nós o trabalho de descobrir... peixe?
Há princípios básicos e podemos elencar aqui apenas alguns. Vamos fazê-lo nos próximos dias, sendo que
em cada dia falaremos sobre uma técnica em particular.
No fim desta lista, irá sempre continuar a faltar algo mais, mas isso decorre da imensidão de aspectos que devem ser considerados quando queremos autoproclamarmo-nos pescadores de pleno direito. Vejamos como podemos começar, para tirarmos a nossa “carta de pescador”.
Saímos de casa, apontamos em direcção ao mar mas não temos ideia para onde ir. O mar parece todo igual, a costa é pedra e água, sentimo-nos perdidos, desorientados. Vamos descobrir pesqueiros, …mas até onde?
Pergunta prévia: que tipo de equipamento de pesca temos? Que estilo de pesca podemos fazer? Se estamos apeados, é esquecer o jigging, as nossas zonas para
fazer jig casting a partir de terra existem, mas para um iniciado é mais difícil entender o sistema. Já de barco, o jigging é algo de muito intuitivo, ao fim de 30 minutos eu consigo pôr pessoas a fazer peixes de bom tamanho. Mas hoje não vamos contar com facilidades, vamos dificultar tudo um pouco mais.
Estamos a pescar apeados! Não é o mais fácil, já estamos a dizer que a chegada aos bons pesqueiros é mais difícil, os recantos não pescados não abundam, e sobretudo, o peixe encostado está muito mais massacrado pelos pescadores.
É duro pescar assim, mas não é impossível. Os resul-
tados serão mais modestos, sim, sem dúvida. Em qualquer caso, há sempre uma solução.
Se aquilo que existe é material de spinning, o mais acessível e comum, vale a pena visitar pesqueiros junto à costa onde possam passar alguns robalos. É isso que vamos fazer, na esperança
de conseguir convencer uns quantos.
Vamos pois explorar recantos onde possa andar um robalo. Não necessitam de muita água, apenas da indispensável para poder nadar estabilizados. Um robalo pode morder em 30 ou 40 cm de água.
Assim sendo, vamos ten-
tar encontrar peixes a caçar, em canais de pedra junto à costa, se possível em zonas a três a cinco metros de fundo. Não precisamos de mais, e até pode ser menos. Haver pedra ajuda, pois normalmente aí concentrase mais vida que em zonas abertas de areia.
Melhor se houver peões onde bata alguma água, com a respectiva ressaca de espuma. Aí, onde o mar provoca alguma turbulência, poderá estar um robalo bonito para levar para casa.
Não temos de ir muito longe. Dentro dos portos há robalos, perto da cidades há robalos, e não necessariamente em sítios “paradisíacos”.
A qualidade da água nem é um tópico a que liguem muito, podemos perfeitamente pescar robalos em zonas portuárias, de cargas e descargas de mercadorias, saídas de fábricas, estaleiros navais, etc.
Mas se quisermos ser o mais assertivos possível, então vamos escolher os melhores sítios possíveis: as saídas de água doce.
Não são sensíveis a factores de baixa salinidade, de todo, são peixes eurialinos, e ao estarem presentes nas desembocaduras de rios ou afluentes, conseguem ter o seu “dois em um”: caçam peixes atraídos pelas descargas que chegam desses curos de água doce, e ao mesmo tempo libertam-se de parasitas, pulgas, etc, que os incomodam. Estes parasitas sim, são sensíveis a águas com menor salinidade, e largam o seu hospedeiro quando sentem dificuldades. Encontrarão outro…
Assim, pescar as saídas de água doce é comprar um bilhete de lotaria que se sabe de antemão estar premiado.
Porque pescamos em fundos de areia ou pedra baixa,
e isso acontece muito a quem pesca de terra, apeado, preferencialmente devemos utilizar amostras pequenas, diria até aos 10 cm, com pesos na ordem dos 8 a 15 gramas, e linhas PE 1,5, como máximo. Isso já nos permite lançar bastante longe, uma das maiores limitações de quem se inicia. No caso de termos vento frontal, aí sim, a opção deverá recair em amostras mais pesadas, até aos 35 gr, ou até mesmo em jigs de 15 a 20 gramas, caso os saibamos utilizar. Estes jigs ligeiros voam muito melhor, são mais aerodinâmicos, mais compactos, e por isso conseguimos colocá-los bem mais longe.
Mas o seu manuseamento implica um nível de conhecimento técnico que não estará disponível a um iniciado, pelo que de momento vamos esquecê-los.
Fiquemo-nos pelas amostras, os stickbaits, com ou sem pala frontal. Podem ver em store.gofishing.pt uma enorme variedade de amostras para robalos.
E como vamos lançá-las?
É importante lançar a grandes distâncias, mas não em termos de afastamento da costa, na sua perpendicular.
Podemos fazê-lo em situações limite, por exemplo no fim da maré vazante, quando o peixe se afasta do recorte da costa, mas se estamos com uma enchente já de algumas horas, não precisamos, nem podemos, ir demasiado longe. O peixe estará a comer aos nossos pés, seguindo o avanço das águas, procurando encontrar aqueles pequenos seres que morreram ou ficaram fragilizados, ou descobertos, durante o período de vazante, todas aquelas horas em que estiveram sem água em cima.
A questão não se coloca pois em relação à distância
máxima para o largo, porque maioritariamente os peixes estarão na linha de costa, mas sim em termos de distância paralela à costa.
E porque carga de água teremos vantagens em lançar longe, se os peixes estão perto?! Porque este artigo é escrito para iniciados, e por isso mesmo há que contar
com a quantidade de asneiras que irão fazer.
A maior delas é a deslocação descuidada, ruidosa, que vai fechar a boca aos peixes que estão emboscados, e atentos ao que os rodeia. Eles estarão mesmo encostados a terra, e suficientemente concentrados em cada detalhe.
Se sentem a presença hu-
mana, qualquer ruído não natural... ficam quietos, ou afastam-se. Comer é a sua última opção.
E vai daí, porque não terá um único toque, o pescador novato, que estará a pisar pedras soltas, a dar pontapés no cascalho e a fazer barulho, a espezinhar pedra e areia, dirá: “…um deserto!
Aqui não há peixes!”...
Há, mas não para ele. Há mas apenas para quem sabe o que está a fazer.
Como sabem , é pressuposto que cada artigo possa ser lido em cinco minutos, vocês são gente séria que também tem de trabalhar.
Por isso ficamos hoje por aqui.
Tirar a Carta de Pescador 2
Espiolhar detalhes que podem ser importantes na compreensão do fenómeno da vida dos nossos peixes, ajuda-nos a ser mais eficazes. Conhecê-los é poder pescar mais.
Procuramos por isso mesmo dar mais conhecimento e argumentos a quem se inicia nestas lides da pesca. Se soubermos como vivem, saberemos entendê-los e estaremos mais preparados e sempre mais próximos de os conseguir pescar.
Durante e após os grandes temporais de Outono e Inverno, os nossos robalos enchem-se de brios e desatam a comer. É uma reacção instintiva que nada tem de estranho, trata-se tão só de aproveitar a oportunidade que a movimentação das águas lhes proporciona. Pequenos vermes, caranguejos,
camarões, bivalves, pulgas do mar, etc, ficam desenterrados e por isso mesmo expostos a quem tem olho de lince para encontrar comida. Porque afinal é isso que fazem desde que nascem, encontrar alimento.
Vocês não imaginam a quantidade de seres vivos que uma tempestade mostra a um predador tão bem equipado quanto um robalo. Eles são “profissionais” a encontrar alimento que, por este ou aquele motivo, ficou destapada, exposta, eventualmente debilitada, ou, melhor ainda, …“morta de fresco”.
As tempestades ajudam a criar instabilidade, e isso é de toda a conveniência para quem sabe aproveitar-se delas.
Também as marés o fazem, criam dificuldades cíclicas, e sobretudo as vazantes
são momentos críticos para muitos animais minúsculos que dependem da presença de água para poderem fazer a sua vida, e não me refiro propriamente ao “respirar”.
A vida entre marés é algo de incrivelmente duro para quem se encontra nessa faixa de mar. Considerem por exemplo o aumento brusco de temperatura: estar fresco dentro de água e passar a estar exposto ao calor extremo do sol de Verão…por exemplo.
Muitos seres acabam por morrer nesta transição. Pese a sua natural adaptação, há sempre alguns mais fortes que outros. Mas não só: os seres vivos deslocam-se, e o bom caminho, à escala do seu tamanho diminuto, não é algo que seja sempre evidente.
Se a sua movimentação os leva a um lugar que a
seguir vai ficar em seco, é natural que possam vir a perecer nessa vazante. E adivinhem quem irá estar por aí à procura quando as águas voltarem a subir?....
Pois, os nossos peixes mais costeiros, os robalos, os sargos, etc. Esses vivem das desgraças dos outros.
Os sectores de busca para os predadores, quer durante quer depois do verdadeiro pandemónio que é a passagem de uma superfície frontal agreste, são sobretudo os limites entre a areia e a rocha.
Os grandes blocos de pedras e calhau rolado que se movem durante o período de instabilidade matam ou diminuem fisicamente os pequenos seres de que se alimenta o nosso protagonista.
É aí que os robalos irão patrulhar na expectativa de serem bem sucedidos.
Lembrem-se disto: se há uma oportunidade, por ínfima que seja, de conseguir comida fácil o nosso robalo encontra-a! Se existe, ele está lá!
Sabemos que as ondas muito fortes fazem muitos estragos. Isso, na perspectiva dos robalos são sempre boas notícias. Eles nunca têm medo do mar, estão em casa.
Quando o mar levanta, quando fica bravo, coloca em movimento uma miríade de seres que tratam de tentar escapar à sua severidade.
E tal como nos funerais, se uns choram , outros surgem de imediato para lhes vender lenços para enxugarem as lágrimas.
Por outras palavras, para tirar partido da situação. Cada momento de mar provoca sempre duas reacções
distintas: a morte de alguns e a sobrevivência de outros, à custa dos primeiros.
Se as algas partem, excelente! Isso quer dizer que debaixo delas, de enormes extensões de algas partidas, irão alojar-se inúmeros bichinhos que servirão de comida a todos os predadores, nomeadamente aos nossos robalos. Grandes e pequenos, todos aproveitam estes tapetes de algas. Só têm de ser achados e para isso o robalo está super bem equipado.
Não esqueçam que eles, para além de tudo, vêm equipados de série com um detector de comida integrado: a sua linha lateral. É aquele risco que vocês podem ver da cauda até à cabeça, de ambos os lados do peixe, e que mais não é do que uma fiada de escamas perfuradas, com sensores ner-
vosos ligados directamente ao cérebro. Aquela linha permite-lhes saborear sem tocar…..
Eles conseguem perceber se uma presa se desloca, em que direcção, qual o seu volume, etc. Nós não temos nada disso, e por esse motivo custa-nos a entender a funcionalidade desse “armamento”.
Imaginem o quanto será prático dispor desses “binóculos de infravermelhos” num mar que por vezes tem visibilidade nula. Em determinados momentos, a visão é um sentido prescindível. De nada serve. Por isso os nossos peixes têm este sentido extra, o qual lhes dá a correcta percepção daquilo que os rodeia.
Naqueles dias de mar revolto, em que a água está carregada de sedimentos, com muita areia e algas
em suspensão, imaginem o quanto isso será importante!
Tendemos a subestimar um peixe por ele ser só um peixe. A questão é que, no caso em apreço, aquele ser representa um animal com milhões de anos de evolução, e por isso mesmo, consegue fazer inúmeras coisas que a nós seriam impossíveis. No seu “ramo”, os robalos são infinitamente mais dotados que nós! O ser humano, que vem de série com um dedo polegar oponível aos outros dedos, e um cérebro enorme, incrivelmente potente, não é nada quando se trata de nadar na corrente, ou perseguir uma cavala fugidia.
Desvalorizamos, mas na verdade somos uma perfeita nulidade quando comparados. Quem vos diz isto nadou muitas centenas de horas ao lado de robalos e
quantas vezes teve de meter a “viola no saco” por incapacidade de os seguir. Somos lentos, desajeitados, presos de movimentos, e absolutamente incapazes de competir com eles.
Mas o nosso cérebro pode ajudar-nos a superar todas as nossas humanas limitações, e é por aí que vamos. No fundo, não fazemos mais que optimizar os nossos recursos, recorrendo ao intelecto, exactamente aquilo que fazem os nossos
robalos com as suas capacidades físicas.
Nem todos os temporais são fortes, nem todos mexem drasticamente com os fundos. Mas basta haver um pouco de instabilidade e isso já ajuda.
Durante o processo de alteração das condições de mar, por pouco que seja, e quer com mar curto de altura, ou mesmo em mar um pouco mais forte, junto à costa irá sempre acontecer algo de importante.
Mesmo para exemplares que estejam ao largo, afastados da costa, haverá sempre uma tendência para se aproximarem da costa e virem espreitar alguma eventual oportunidade.
Podemos sempre esperar que ao fim de alguns dias de tormenta, os peixes sintam a necessidade de vir tentar a sua sorte junto à costa.
Juntar vários factores positivos ajuda-nos na nossa pesca. Poderíamos enumerar diversos, por exemplo a
existência de mar levantado, raiar do dia ou pôr do sol, marés grandes, com grande coeficiente de diferença entre o ponto mais alto e mais baixo, logo com maior força de corrente, etc.
Há indiscutivelmente factores que nos ajudam a pescar mais, e se os conseguirmos colocar do nosso lado, estaremos mais perto de conseguir resultados.
Continuamos no próximo artigo.
GALP e Douro Azul em Parceria Traz Gasóleo 100 % Renovável ao Douro
Ocombustível usado foi o gasóleo renovável HVO produzido a partir de ma-
térias-primas sustentáveis, como resíduos de óleos alimentares e gorduras. Esta parceria permite à
Douro Azul ser mais sustentável na sua atividade de promoção turística nos percursos fluviais do Douro, a Região Demarcada de Vinho mais antiga do mundo e Património Mundial da Humanidade. Este gasóleo 100% renovável disponibilizado aos navios da Douro Azul permite reduzir a pegada carbónica em 80% face ao gasóleo de origem fóssil.
O biocombustível HVO – Hydrotreated Vegetable Oil (Óleo Vegetal Hidrotratado) – pode ser utilizado nos mesmos motores que o combustível de origem fóssil,
mas é produzido a partir de resíduos, óleos e gorduras alimentares. O HVO pode ser utilizado puro (100% de concentração) ou misturado em proporção com o combustível fóssil – o HVO20, por exemplo, consiste em 20% de HVO e 80% de gasóleo de origem fóssil.
Além de promover a descarbonização do transporte marítimo, o gasóleo renovável da Galp dá mais um passo no reforço da economia circular e pode, no futuro, aumentar os níveis de resiliência energética e segurança de abastecimento.
Fizemos História
Continuação da 1.ª Parte da nossa crónica do mês passado.
Como terminámos a crónica anterior garantindo aos caros leitores e amigos que daríamos continuação ao relato do que os “Amigos do Tejo” foram fazendo em prol
do seu Rio, a partir de um movimento informal de jovens adolescentes nascidos em Alhandra, desde 1955, que entendeu formalizar-se por escritura pública registada no ano de 1984, que
por mérito foi declarada no Diário da República de 1991 como Entidade de Utilidade Pública, o que leva-nos a dar continuidade à 1.ª Parte, anteriormente relatada, passamos, como prometemos,
à 2.ª Parte relacionada com o projeto da Candidatura luso-espanhola Tagus Universalis, a genuína e original, saída das conclusões do II Congresso do Tejo de 2006.
Como é óbvio, após a Proclamação Internacional desta Candidatura na Expo-Mundial 2008 em Saragoça, as ONG luso-espanholas suas promotoras a Património Mundial da Humanidade da Unesco, a AAT por Portugal e a Tajo Sostenible por Espanha, graças ao significativo número de respostas de creditação, colaboração e apoio, recebidas das mais variadas entidades oficiais contactadas durante as diligências diplomáticas que levámos a cabo quer da Espanha quer de Portugal, aderindo à causa e até estimulando-nos a avançar com este projeto, levou-nos a ir mais além daquilo que já estávamos a desenhar e a programar para o ano de 2009, quer com mais reuniões presenciais alternadas nos dois
países quer com destaque para realização de dois Encontros Luso-Espanhóis, o primeiro no mês de junho em Vila Franca de Xira e o segundo no mês de setembro em Talavera de La Reina que até culminou com a celebração de um protocolo de geminação da “Tagus Sostenible” com a AAT”, dando vida à Tagus Universalis Ibérica.
Após todo o trabalho que levámos a cabo, tanto pelas mais variadas démarches diplomáticas como por todo aquele número muito significativo de respostas favoráveis e estimulantes, não deixaram de ser sentidas por nós com muita gratidão e a assumir-mos uma responsabilidade superior, como não podia deixar de ser, perante todas aquelas entidades oficiais apoiantes e até futuras parceiras, por terem acreditado em nós, como é evidente. Contudo, não obstante este resultado positivo, que não deixava de significar uma verdadeira passadeira vermelha aos continuadores do projeto, os técnicos e os cientistas a quem competia a partir daqui a tarefa da fundamentação do processo devidamente consubstanciado, competente e credível para ser apresentado à Comissão Nacional da UNESCO, para ser avaliado.
Não obstante termos vindo a acreditar e a seguir na nossa conduta e procedimento o conceito de Luís de Camões, de que: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto mudança, Tomando sempre novas qualidades, contudo neste caso funcionou contra tudo aquilo que podíamos esperar, porque acabou por funcionar, inesperadamente ao contrário!...
Porque quando no ano de 2010 ao pretendermos avançar com o projeto para a fase seguinte da fundamentação
técnica e científica do processo fomos, inesperadamente, confrontados com opiniões contrárias e como é sabido, nas Assembleias Gerais ou reuniões fdecisivas, a maioria é que vence.
Ora bem, aquilo que aconteceu na realidade foi simples-
mente, para o nosso grande espanto, a atitude dos gestores, cientistas e os técnicos portugueses convidados para darem seguimento à segunda fase do processo desta Candidatura, de optarem por uma opinião contrária, começando por praticamente desvalorizar
todo o trabalho luso-espanhol, meritório e profícuo desenvolvido durante três anos, internacionalmente, ao optarem voltar as costas a Espanha e entenderam até que esta Candidatura tinha vantagens em autonomizar-se da AAT, com uma formalidade pró-
pria, não obstante terem considerado indispensável que o dinamizador anterior o Carlos Salgado, fosse o Vice-Presidente da nova ATUP- Associação Tagus Universalis Portuguesa, que ele não aceitou liminarmente, mas não deixou
de prosseguir a comparecer, mesmo como vencido, a quase todas reuniões para que foi convocado, até porque sentia-se comprometido por ter sido ele o responsável por ter que anteriormente conseguido obter as creditações,
pareceres favoráveis e estímulos das entidades oficiais luso-espanholas, e até que a Administração do Porto de Lisboa cedesse um gabinete num dos seus edifícios, para sede da Candidatura original. A partir daí foi aquilo que
se viu, uma candidatura que passou apenas a ter nível nacional, que contribuiu para que ela perdesse força e a importância que teve enquanto foi luso-espanhola, até porque a vizinha Espanha como é sabido tem mais impacto, experiência e uma relação próxima com a Unesco, graças a uma certa cooperação mais fortalecida com a Unesco, graças ao número muito superior de candidaturas do seus patrimónios já aprovadas.
Resumindo e concluindo; foram passando os dias, os meses e os anos, para ao cabo de uma década a nova Candidatura da Tagus Universalis, cuja original Luso-Espanhola remonta ao ano de 2006/7, que conseguiu granjear as creditações, apoios e incentivos que temos relatado, inclusivamente ao nível europeu, acabou por ter sido, inevitável e lamentavelmente chumbada pela Comissão Nacional da Unesco, Paz à sua Alma!
O resultado deste flop não deixa de afetar os pioneiros da Candidatura Luso-Espanhola, a Tagus Universalis, a genuína e original, mesmo indiretamente, por ter chegado ao lamentável desfecho que teve, mas como é nosso apanágio, lá por isso não deixamos cair os braços, até porque servir-nos de lição para no futuro ficarmos mais prevenidos e de sobreaviso e até mais resistentes a cantos de sereia ou a tentativas de colagens, o que nos leva a passar a orientar a nossa causa em prol do Tejo por mar um rumo mais independente e assertivo para os nossos futuros projetos, com mais cautela e melhor prevenidos para não cairmos em mais esparrelas.
Porque tudo aquilo que construimos ao longo
de 66 anos, não deixou de fazer história, que vai continuar.
Para terminar, sò mais uma nota Como é sabido, faz parte da história da AAT- Associação dos Amigos do Tejo, declarada entidade de Utilidade Pública no ano de 1991, o programa ou movimento À Descoberta do Tejo, que começou por ser baseado na experiência vivida pelos seus pioneiros, nascidos em Alhandra, na Alhandra do Tejo para nós, a partir do ano de 1955, que foi lançado oficialmente e apoiado pelo antigo Serviço Nacional da Proteção da Natureza e dos Parques e Reservas Naturais, movimento que teve o seu reinício oficial nos finais dos anos 80, que o famoso Cruzeiro do Tejo, o genuíno e original, realizado pela Secção de Vela do Alhandra Sporting Club ajudou também durante décadas em que foi vivo e vivido, até que acontecer aquilo que todos nós sabemos, que permitiu também aos seus participantes, familiares e amigos conhecerem mais de perto e melhor o Rio Tejo, que tem a virtude de mostrar sempre algo de novo em qual quer época do ano ou em qualquer ano em que se navegue nele, quer ao nível ambiental e paisagístico quer a sua rica biodiversidade, por um lado, mas por outro lado, proporcionar também o são convívio e a franca camaradagem entre todos os participantes e destes com as populações ribeirinhas, que dão a conhecer os seus usos costumes e misteres, diferentes entre si, mas que contribuiu também e sobretudo, para nos levar a desafiar todos em conjunto a voltarem a revisitar este nosso maior Rio a navegar rio nos seus barcos, sejam de vela ou de motor, pobres barcos que hoje se costumam
ver sós, tristes e abandonados, quer em terra quer nas marinas (as fluvinas do Rio), enquanto aqueles, os mais comodistas ou inertes, que teimam em espalhar o mito de a que a Vela está em crise, em crise estarão eles e tristes serão eles, que se conformam
a passivamente a passar o tempo a olhar o Tejo com saudade, ali paralisados e vivendo apenas alimentados pelas memórias e recordações de que alguns ainda conseguem lembrar-se com esforço, ou até já as deturpam facilmente, o que acontece também a
alguns dos moto-cruzeiros. Vamos pró rio, vamos lá cambada todos à molhada……...,
À descoberta do tejo, porque ele ainda tem muito para nos dar e mostrar!
O Berro d´Água 2
1- Por termos optado logo à partida após a formalização oficial da AAT, nós que antes disso fomos os pioneiros da fundação das Escolas de Vela do Alhandra, não deixamos de dar prioridade à sensibilização, formação e treino de mais jovens amigos do Tejo do movimento Juventejo´84 – Juventude Ribeirinha Amiga do Tejo, em atividades que deixaram nome e fizeram história como as Tagiadas da Juventude, as Descobertas d´Aquém e a dos Vigilantes do Tejo, e quando fomos reunir com Carlos Pimenta, então o Secretário de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais para apresentarlhe os relatórios destas atividades, surgiu logo a ideia de criar um progra-
ma que levasse o Tejo à Escola ou até a Escola ao Tejo, que acabou por resultar na celebração de um protocolo oficial firmado pela Secretaria de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais, a Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário e também connosco da AAT para dar corpo ao programa inovador e pioneiro o “Tejo na Escola”, cabendo à AAT, para além da tarefa de obter o apoio logístico dos municípios ribeirinhos onde este programa foi desenvolvido, para além disso coube-nos levar as e os docentes convocados para este programa, a ver o Tejo para conhecerem melhor a sua realidade nos vários sítios e aspetos, durante um período de estágio e para os sensibilizarmos
também para que eles compreendessem melhor o Rio, quer ambiental quer culturalmente e até como ele durante séculos conseguiu criar tanta riqueza e o bem- estar das suas populações ribeirinhas.
Lá fomos todos para o terreno, quer inicialmente em reuniões de esclarecimento e sensibilização, como para o conhecerem e compreenderem na prática mais e melhor a partir das suas margens, mas também embarcados e a navegar, para além de termos aproveitado para inscrever logo no programa do 1.º Congresso do Tejo de 1987, com destaque para que este tema do Tejo na Escola ser um dos principais a ser debatido… Aproveitámos também para que tanto este 1.º Con-
gresso do Tejo de 1987, como o “Tejo na Escola”, fossem integrados no programa oficial das Comemorações do Ano Europeu do Ambiente e para além disto também foi atribuída à AAT a responsabilidade de organizar a Sessão Solene destas comemorações em Santarém não deixando de a valorizarmos complementarmente com uma Exposição muito completa e pormenorizada sobre Ambiente e a Cultura ancestral do Tejo, criada por destacados membros da AAT, o Dr. António Antunes Dias e o Gilberto Oliveira Domingos, no pavilhão multiusos de Santarém.
2- Não podemos deixar de destacar também a nossa relação muito estreita com a Casa do Ribatejo em Lisboa, com a qual
estabelecemos um acordo tácito desde a presidência de Marecos Duarte até ao fim da presidência de Mora de Campos, durante décadas, onde para além de temporariamente guardarmos os nossos arquivos, mas usarmos parcialmente esta nobre Casa como sede, que pôs à nossa disposição o seu Salão Nobre para as nossas conferências de imprensa e as apresentações públicas das mais diversificadas iniciativas em prol do Tejo que levámos a cabo ali durante décadas, que até graças a este relacionamento tão fraterno com a AAT, contribuiu para que o seu dinamizador Carlos Salgado, dado o seu apego e dedicação a esta nobre Casa, tenha sido convidado para além de Vice-presidente
do III Congresso do Ribatejo, itinerante, acabou também por ser proclama-
do em Assembleia Geral como “Ribatejano Ilustre”, com o respetivo diploma
passado.
3- Quando Correia Gago foi o presidente da então
ainda AGPL- Administração Geral do Porto de Lisboa, criou uma comissão de parceiros logísticos que prestavam serviços ou colaboravam com o Porto de Lisboa, como a CM-Lisboa e outras CMs do Estuário, a EDP, a CP, a EPAL e outros, comissão que reunia mensalmente num edifício onde, salvo erro, está hoje instalado o Café IN, nós da AAT já formalizada, fomos também convidados e representados pelo Carlos Salgado para termos assento nesta comissão. como promotores da Náutica de Recreio e do Turismo Náutico das frentes ribeirinhas que estavam sob a jurisdição dessa AGPL, que mais tarde passou a denominarse apenas a APL- Administração do Porto de Lisboa // Foi nessa comissão que a AAT que o representante
da AAT passou a defender principalmente uma proposta inovadora baseada na utilização de toda aquela extensa área do rio Tejo sob a jurisdição da AGPL, dadas as capacidades que essas frentes e o seu espelho de água tinham na prática, quer para as atividades náutico-turísticas como para as lúdico-culturais… Curiosamente quando até nessa altura os Amigos do Tejo acusavam o Porto de Lisboa dele ser o Muro que impedia os cidadãos de terem acesso ao seu Tejo, não deixámos de ser nós a sugerir e a defender com veemência, para além de outras sugestões, a de que a utilização dos espaços das frentes de água e das docas de Lisboa e não só, que já não estivessem
completamente afetas às operações das cargas e descargas portuárias, elas devessem passar a ser usadas para a animação turística, o que veio a acontecer mais tarde.
4- Quando chegámos noutra altura a ter uma casa típica Avieira só de madeira, na aldeia piscatória da Palhota que se situada logo a jusante de Valada do Ribatejo, que nos foi facultada pelo presidente da Câmara do Cartaxo, Renato Campos, devido a este sítio ser um dos preferidos por nós para uma das bases operacionais das atividades de sensibilização, formação e treino da juventude ribeirinha do Tejo, mas que também serviu para levarmos as/ os docentes do programa
o Tejo na Escola, para o seu conhecimento e atualização da realidade do Tejo, mas também foi nesta aldeia piscatória que foi assinado entre a Secretário de Estado do Ambiente, então Macário Correia e a AAT, o protocolo do programa da juventude Vigilantes do Tejo, tendo como testemunha o Presidente Renato Campos, que aguardaram lá a nossa chegada vindos a navegar pelo rio, porque coincidentemente nesse mesmo dia vínhamos ainda rio acima a acompanhar embarcados o Cruzeiro do Tejo a Salvaterra de Magos, de onde fizemos logo rumo antes de entrarmos na Vala Real, à Aldeia da Palhota mais a montante, para assinarmos o dito protocolo.
Mas mal terminou essa cerimónia voltámos logo a rumar à Vala Real de Salvaterra porque estavam lá à nossa espera, tanto os autarcas como o nosso particular e dedicado amigo Armando Ginja, o chefe da Comissão dos Amigos do Cruzeiro do Tejo de Salvaterra de Magos, que não podia deixar de estar acompanhado obviamente pelo nosso grande amigo e arrais Vicente Francisco, o autor das célebres Recordações da Navegação, das quais a AAT publicou um livro.
Mas ainda durante a nossa posse daquela casa Avieira, chegámos a acompanhar o início do projeto do nosso não menos amigo e distinto jornalista Humberto de Vasconcelos,
intitulado “Palhota Viva”.
5- Quando nós, após termos fundado a AAT e João Soares ter assumido o lugar de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, quando Jorge Sampaio suspendeu o mandato para preparar a sua candidatura à Presidência da República, fomos convidados para parceiros de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Porto de Lisboa, a Marinha de Guerra representada pelo então Cmt. Leiria Pinto e nós da AAT, fomos também convidados para integrar esse protocolo que teve por objeto a reconstrução de um barco tradicional do Tejo, que acabou por ser uma fragata tradicional de vela chamada Afonso de Albuquerque, cabendo-nos a nós a dinamização do
programa das viagens da referida embarcação típica, para viajar no Tejo com professores e alunos das escolas para conhecerem a Lisboa monumental e não só, de dentro do rio para a cidade, com a particularidade dessa embarcação durante os períodos em que estava amarrada na Doca de Alcântara, servir de restaurante de gastronomia tradicional do Tejo, com destaque para aquela opípara feijoada de choco, inesquecível.
6- De 1984 até 1986 andámos a apresentar o Tejo ao Corpo Diplomático creditado em Lisboa, por solicitação do senhor Governador Civil, em passeios fluviais de barco cacilheiro, desde Lisboa até Vila Franca de Xira e regresso.
7- Mal a AAT foi constituída formalmente, avançá-
mos logo para a realização de uma série de Encontros Intermunicípios Ribeirinhos do Tejo, tendo o primeiro sido na Torre de Belém no tempo do presidente Nuno Abecassis que curiosamente, quando nos dirigimos a um restaurante em Monsanto para o manjar do encerramento desse primeiro Encontro Intermunicípios Ribeirinhos, durante uma conversa com o presidente Abecassis antes de entrarmos no restaurante, o nosso Jorge Calheiros não deixou de aproveitar para criticar o tal Muro do Porto de Lisboa e o presidente Abecassis sabiamente recomendou-lhe seguinte conselho: Oh Jorge escuta lá oh Jorge, nunca deves ir contra um muro homem, deves saber é ir à volta… Prosseguimos a promover
mais Encontros para ir sensibilizando outros municípios ribeirinhos como: Vila Franca de Xira, Abrantes, voltamos a Lisboa à Casa do Leão no Castelo de São Jorge e fomos também à Moita, a Santarém e ainda noutros municípios.
8- Relativamente à Tagus Universalis, a Candidatura Luso-Espanhola a Património Mundial da Humanidade da Unesco, aquilo que verdadeiramente se passou para ter tido o lamentável resultado final que obteve, deve-se, íamos dizer simplesmente o seguinte: à falta da mais natural sensatez devido a um episódio que se seguiu à geminação da AAT com a Tajo Sostenible em setembro de 2009 em Talavera de la Reina, que passamos a relatar: Quando no ano
de 2010, ao pretendermos avançar com o projeto para a fase seguinte da fundamentação técnica e científica do processo, fomos inesperadamente confrontados com opiniões contrárias e como é sabido, nas Assembleias Gerais ou reuniões decisivas, a maioria é que vence, não é verdade?
Não obstante o resultado positivo alcançado pelas ONG AAT de Portugal e a Tajo Sostenible de Espanha, sucesso esse que temos vindo a relatar neste jornal, que em boa verdade até pode considerar-se simbolicamente que na prática estendemos uma passadeira vermelha aos continuadores do projeto, a bem da verdade deve dizer-se que aquilo que realmente se passou, que para nós até roçou o irreal, quando retirar em 2100 os
os técnicos e cientistas convidados, a quem competia a partir daqui a tarefa da fundamentação do processo devidamente consubstanciado, competente e credível para ser apresentado em devido tempo, à avaliação da Comissão Nacional da Unesco, que como sabem tinha-se interessado afirmativamente por acompanhar a evolução do processo, nessa reunião decisiva aquilo que aconteceu na realidade foi para o nosso grande espanto, a atitude dos gestores, cientistas e os técnicos portugueses presentes terem optado por ter uma opinião contrária, começando por praticamente por não dar importância a todo o trabalho luso-espanhol, meritório e profícuo desenvolvido durante três anos, internacionalmente, e optarem também por voltar
as costas a Espanha por entenderem até que esta Candidatura tinha vantagens em autonomizar-se da AAT, passando a ter uma formalidade própria, não obstante terem considerado indispensável que o dinamizador anterior, o Carlos Salgado, fosse o Vice-Presidente da nova ATUPAssociação Tagus Universalis Portuguesa, que ele não aceitou liminarmente, mas não deixou de prosseguir a comparecer, mesmo como vencido, a quase todas as reuniões seguintes para que foi convocado, até porque sentia-se comprometido por ter sido ele o responsável por ter conseguido obter as creditações e os pareceres favoráveis e os estímulos das entidades oficiais lusoespanholas, e até que da Administração do Porto de Lisboa ter cedido um gabi-
nete num dos seus edifícios, para sede da Candidatura original.
Resumindo e concluindo: A partir daí foi aquilo que se viu, uma candidatura que passou apenas a ter nível nacional, que contribuiu para que ela perdesse força e a importância que teve enquanto foi luso-espanhola, até porque a vizinha Espanha como é sabido tem mais impacto, experiência e uma relação próxima com a Unesco, graças a uma certa cooperação que se foi fortalecida com a Unesco, graças ao número muito superior de candidaturas do seus patrimónios já aprovadas, como é bem sabido, acabou por ter chegado ao fim de todo este tempo gasto, ao resultado inevitável e lamentavelmente, de ter sido chumbada pela Comissão Nacional
da Unesco, Paz à sua Alma!
# Mas o resultado deste autêntico flop, não deixa de afetar os pioneiros portugueses da AAT, que criaram e levaram a Candidatura Luso-Espanhola, a Tagus Universalis, a genuína e original, até à sua adolescência, quando a partir daí os responsáveis por a tornarem adulta acabaram por conduzirem-na até à morte.
9- Mesmo que indiretamente, por ela ter chegado ao lamentável desfecho que teve, não deixámos de sentir a dor do luto, como verdadeiros pais da criança, mas como é nosso apanágio, lá por isso não deixamos cair os braços nem de prosseguir até que a voz nos doa, porque até este lamentável episódio serviu-nos de lição para no futuro ficarmos
mais atentos, prevenidos, de sobreaviso e até mais resistentes a cantos de sereia ou a tentativas de colagens, o que nos leva a passar a orientar a nossa causa em prol do Tejo, passando a marcar os rumos mais independentes e assertivos para os nossos futuros projetos e com mais cautelas e melhor prevenidos para não cairmos em mais esparrelas.
10- No ano de 1988 tivemos o grato prazer de ser convidados para participar no 1.º Congresso dos Desportos Náuticos, no auditório do Padrão dos Descobrimentos Portugueses em Lisboa, uma iniciativa do Jornal Notícias do Mar, onde interviemos com uma comunicação sobre os desportos náuticos no Tejo, na qual invocámos o nome
do famoso Rodolfo Fragoso da Associação Naval de Lisboa, que foi o instrutor da primeira Escola de Vela dos nossos medalhados olímpicos da classe Star, os Quinas e os Belos, aquele nosso distinto amigo e muito sabedor de desportos náuticos, que curiosamente tinha vindo a formar connosco os pioneiros da AAT, filhos de Alhandra, já em 1968, o Círculo Náutico Turístico do Tejo…
Ao participarmos neste excelente e bastante participado e competente 1.º Congresso dos Desportos Náuticos, foi-nos facultada a grande oportunidade de conhecermos aquela figura incontornável do mundo dos desportos náuticos de A a Z, o Antero Santos, com o qual estabelecemos logo uma
empatia especial que acabou por transformar-se até hoje numa forte e duradoura amizade, que nos facultou a partir daí passarmos a fazer mensalmente um artigo de opinião sobre o Tejo no seu jornal o Notícias do Mar, e de mãos dadas temos vindo a caminhar em prol do Tejo, da Vela e da Náutica de Recreio, tendo sido mais tarde e continua a ser, este mesmo Antero Santos o GrãoMestre da primeira Confraria do Tejo, fundada no ano de 2012, devidamente formalizada e registada, com a denominação de Confraria Cultural do Tejo Vivo e Vivido, com a marca Tagus Vivan, mas ainda temos ambos muito para fazer juntos.
Continua no próximo nm
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CMAR Vai Estar Operacional em Agosto de 2023
A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) informa que foi assinado, no dia 14 de dezembro de 2022, o contrato para a empreitada de conceção e construção do novo Centro de Controlo do Mar (CMAR).
Trata-se um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, que conta com o financiamento do Programa MAR 2020. O contrato foi assinado entre a DGRM e a empresa Teixeira Duarte, Engenharia e Construções S.A., contemplando a componente de arquitetura e construção civil, com vista à adaptação e modernização do edifício e de toda a infraestrutura tecnológica de
suporte e de monitorização do atual Centro de Controlo de Tráfego Marítimo.
Prevê-se que em agosto de 2023 o CMAR esteja completamente operacional, permitindo integrar no mesmo espaço, os serviços do Centro de Controlo do Tráfego Marítimo e do Centro de Monitorização das Pescas, bem como novas valências de controlo e vigilância. O CMAR, localizado em Lisboa,
será um grande centro de controlo para responder de forma integrada aos desafios associados ao mar português, designadamente no âmbito das responsabilidades de Estado costeiro, em termos de vigilância e monitorização da navegação, bem como, no apoio a toda frota de bandeira portuguesa.
Ao proceder-se a esta evolução e integração, pretendese, através de uma melhor capacidade de resposta, durante 24 horas por dia, sete dias por semana, melhorar o nível de serviço aos navios, a segurança, proteção e vigilância marítima, incluindo a monitorização e controlo sobre as Áreas Marinhas Protegidas e a prevenção da poluição. Por outro lado, serão otimizados os custos de funcionamento, através da partilha das infraestruturas físicas e tecnológicas e da
criação de sinergias entre as equipas de operação.
Pelo controlo de tráfego marítimo na costa portuguesa passam mais de 80 000 navios de grande porte por ano, muitos deles com mercadorias perigosas. Nos portos nacionais são realizadas mais de 15 000 escalas de navios de grande porte. Portugal tem várias obrigações perante a Organização Marítima Internacional e uma navegação segura e evitar acidentes.
O CMAR vai acompanhar os movimentos dos navios e garantir a segurança da navegação em áreas limitadas ou com restrições à navegação, designadamente, organizando o tráfego através de esquemas de separação de tráfego, e de áreas a evitar, reduzindo-se o risco de acidente e mitigando os eventuais danos deles resultantes.
Primeira Edição da Academia COOL
Promovida pela Fundação Oceano Azul, esta iniciativa pretende dotar as organizações nacionais com diferentes competências e ferramentas, contribuindo para o seu crescimento e para amplificar o trabalho que desenvolvem.
Sob o tema “Como fazer uma comunicação eficaz”, a edição conta com a presença de vários especialistas desta área.
Foi no dia 24 de novembro de 2022 lançada a primeira edição da Academia COOL, uma iniciativa da Fundação Oceano Azul que pretende apoiar as ONGs nacionais através de ações de forma-
ção em diversas áreas, e é organizada no âmbito da Convenção das Organizações para um Oceano Limpo (COOL).
«Como fazer uma comunicação eficaz?» é a pergunta que dá mote à primeira edição da iniciativa, a decorrer ao longo de todo o dia, no Auditório Mar da Palha, no Oceanário de Lisboa, e que vai contar com a participação de 70 organizações provenientes de todo o país. ANP|WWF, Brigada do Mar, OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento, OMA (Observatório do Mar dos Açores), SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e SOMAR (Associação De Conservação Marinha E Bioacústica), são algumas das muitas entidades inscritas na ação.
A Academia COOL pretende responder às necessidades que têm sido identificadas pelas organizações da rede COOL, reforçando assim os seus conhecimentos em áreas consideradas chave.
Ao longo do dia, as organizações assistiram a palestras e participaram em workshops sobre as áreas
de design, branding, media e relações públicas, produção de conteúdos (vídeo e fotografia) e estratégias de redes sociais.
Para Flávia Silva, gestora deste projeto na Fundação Oceano Azul: “a Academia COOL materializa uma das principais missões da Fundação, ao capacitar as ONGs nacionais com ferramentas úteis para a sua atividade. Temas como a gestão de projetos, liderança, processos de candidaturas a financiamentos ou angariação de fundos serão também abordados em próximas edições, que contamos promover em várias regiões do país, com vista a um fortaleci-
mento da atividade destas entidades.”
As sessões decorreram ao longo de todo o dia de sábado 25 de Novembro, na Fundação Oceano Azul.
Através da Academia COOL e destas sessões de capacitação, a Fundação Oceano Azul pretende contribuir para o crescimento destas organizações, reforçando o seu importante trabalho de sensibilização e consequentemente para um ativismo mais forte e esclarecido em defesa do oceano. Lançada em 2019, pela Fundação Oceano Azul, a COOL mobiliza uma rede nacional de organizações que se dedicam à proteção e conservação do oceano.
Mês do Mar
OCorpo Nacional de Escutas (CNE), a Associação de Guias de Portugal (AGP) e a As-
sociação de Escoteiros de Portugal (AEP), com o apoio da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa,
voltaram a celebrar, em novembro de 2022, o «Mês do Mar» através de uma ação concertada, e de âmbito na-
cional, de limpeza de praias e zonas ribeirinhas.
Este ano foram realizadas 70 ações de limpeza envolvendo 2500 jovens de todo o país, foram limpos 86 quilómetros de costa e margens de rios, e recolhidas mais de 8,05 toneladas de lixo.
Vários foram os agrupamentos, companhias e grupos que se juntaram a este movimento ímpar em 2022, e os resultados de cada uma das ações de limpeza.
Jovens dão o exemplo Os elementos do Grupo 280 de Abrantes da AEP- Escoteiros de Portugal, aos quais se juntaram mais alguns voluntários, realizaram uma recolha de “lixo marinho”, no âmbito do “Mês do Mar”.
A limpeza de 700 metros da linha de água junto da Escola Básica Maria Lucília Moita e Quinta dos Pinheiros, em Abrantes, resultou na recolha de 22 quilos de lixo numa hora. De acordo com o agrupamento estes 22 quilos de lixo foram recolhidos numa hora com incidência em plásticos, embora tenham sido recolhidos desperdícios de vidro e até um amortecedor.
A iniciativa repete-se neste local desde 2020 o que,
segundo o Grupo 280, “dá uma ideia da importância de todos contribuírem para cuidar do ambiente.”
Em 2019 as ações decorreram em locais como a Ria Formosa, a Lagoa dos Salgados ou a Praia da Rocha.
Os escuteiros do distrito de Faro realizam seis ações durante este mês, com a participação de cerca de 290 voluntários.
Com vista a sensibilizar os participantes para a problemática do lixo marinho,
Esforços destes ajudam a manter as nossas belas paisagens
para o impacto do plástico no oceano e para a necessidade de alteração de comportamentos, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa mobilizam e apoiam as diferentes ações, disponibilizando materiais indispensáveis, como luvas, balanças e sacos, e garantindo a presença de educadores marinhos em ações educativas de «Plasticologia Marinha».
Esta iniciativa de caracter nacional tem também como objetivo capacitar e mobili-
zar as maiores associações nacionais de jovens, cuja influência na sociedade civil é determinante no alerta para a urgência em protegermos o oceano.
Para Diogo Geraldes, do Departamento de Educação do Oceanário de Lisboa, considera que “hoje, já não existem dúvidas de que o lixo marinho é uma das principais ameaças à biodiversidade marinha e aos seres humanos e que a conservação do oceano é uma responsabilidade de
todos”. Por isso, “promover o conhecimento sobre o oceano e sensibilizar as crianças e os jovens para a atual crise que atravessa, é determinante para uma cidadania ambiental
mais ativa e participativa. Iniciativas como esta, encorajam a alteração de comportamentos que contribuam para um oceano e um futuro mais sustentáveis”
A mobilização nacional do Corpo Nacional de Escutas e das Guias de Portugal é uma oportunidade única para sensibilizar a comunidade
escutista, que envolve, em Portugal, 70 mil jovens, para a questão do lixo marinho e para a promoção de um comportamento mais sustentável.
A Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa acreditam que juntamente com o forte envolvimento deste grupo de jovens, motivados
a fazerem a diferença na sociedade, levam a sua missão mais além.
Edições
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2021: Em 72 ações de limpeza de norte a sul do país e ilhas, foram limpos mais de 105 quilómetros de praias, costa e margens de rios, tendo sido recolhidas 12,4 toneladas de lixo por mais de 2450 jovens.
2020: Mais de 700 jovens realizaram 33 ações de limpeza. Com o contributo de todos foram limpos mais de 35 quilómetros de praias, costa e margens, num total de mais de 4,5 toneladas de lixo recolhido.
2019: Foram realizadas 105 ações de limpeza com a participação de mais de 3600 jovens, tendo sido limpos 108 quilómetros e recolhidas mais de 16,5 toneladas de lixo.
Material Superisolante Criado com Borracha de Pneus Usados
de Coimbra (FCTUC)
Odesafio de criar um novo tipo de isolamento térmico e acústico para edifícios, numa perspetiva da economia circular, juntou investigadores de engenharia civil e engenharia química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), que, pela
primeira vez, produziram um aerogel com matriz homogénea de sílica e borracha, criando um novo material superisolante ecológico e mais económico.
Considerando que, por um lado, na Europa são produzidos cerca de 355 milhões de pneus por ano e, por outro lado, os aerogéis são ótimos
isolantes térmicos, mas são dispendiosos, os cientistas apostaram no desenvolvimento de um aerogel incorporando borracha de pneus usados.
Liderado por Paulo Santos, investigador do ISISE (Institute for Sustainability and Innovation in Structural Engineering) e professor do
Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, o projeto Tyre4Buildins, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), foi desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos e compreendeu várias etapas até os cientistas conseguirem o seu objetivo. A tecnologia desenvolvida no âmbito do
projeto foi submetida a processos de patenteamento nacional e internacional.
«Tivemos de vencer muitos obstáculos ao longo do projeto. No início, foi extremamente difícil introduzir a borracha, reduzida a grânulos de um milímetro, dentro do aerogel, mas, após vários estudos complexos, encontrámos uma solução de desintegração química da borracha ou desvulcanização, com recurso a um ácido que torna a borracha líquida. Assim, conseguimos abrir uma nova porta de processamento do aerogel, porque o aerogel é produzido primeiramente em fase líquida», relata Luísa Durães, coordenadora da equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química da FCTUC.
Ultrapassado o primeiro grande obstáculo, o passo seguinte foi encontrar a fórmula certa para a mistura de líquidos. «Era necessário encontrar os solventes mais compatíveis para os sistemas da sílica e da borracha. A partir daí, foi mais fácil conseguir um material inovador e altamente eficaz», prossegue a investigadora do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), frisando que o novo material com borracha de pneus usados é muito vantajoso, pois «além de ter um preço praticamente nulo porque é um desperdício, a borracha é hidrofóbica, isto é, repele a água, o que é benéfico na secagem dos aerogéis. Por outro lado, a borracha tem caraterísticas de grande estabilidade térmica e química. O desafio, nesta fase, foi perceber se, ao misturar com a borracha, as propriedades do aerogel se mantinham as mesmas, o que aconteceu»
Desenvolvido o aerogel a partir de borracha reciclada e realizados testes através de múltiplas técnicas, observouse que o novo produto apresenta um elevado desempenho, como afirma Luísa Durães: «tem caraterísticas de um superisolante térmi-
co. Assim, conseguimos ter um produto premium em termos de isolamento térmico e, em simultâneo, estamos a contribuir com uma nova aplicação para reduzir os resíduos dos pneus, porque as aplicações atuais estão a esgotar
em relação à quantidade de borracha que é produzida»
O novo produto foi depois comparado com isolantes atualmente no mercado, tendo sido comprovado que o aerogel, já por si um ótimo isolante, torna-se ainda
melhor com a introdução da borracha. De todos os produtos comparados, «o aerogel com borracha foi o que obteve melhor desempenho, conseguindo até 77% de redução de transferência de calor no protótipo de parede testado. Foi também realizado um teste de envelhecimento com humidade e temperatura e verificámos que o nosso isolante, em comparação com os materiais comerciais testados, era aquele que mantinha todas as propriedades ao longo dos ciclos de envelhecimento», salienta Luísa Durães.
No âmbito deste projeto, foi ainda desenvolvido um estudo exploratório, aplicando o aerogel na absorção de poluentes, com o objetivo de alargar o leque de aplicações do novo produto. Devido à sua capacidade de absorção, o novo aerogel pode ser aplicado em limpeza de águas residuais com diversos poluentes, como óleos e solventes orgânicos.
Busca e Salvamento Marítimo
AMarinha, através dos Centros de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, de Ponta Delgada e do Subcentro do Funchal, coordenou durante o mês de novembro 33 ações de busca e salvamento marítimo das quais resultaram 32 vidas salvas.
Desde o início do ano, a
Marinha já coordenou 429 ações de busca e salvamento marítimo, das quais resultaram um total de 492 vidas salvas.
Até ao final de novembro registaram-se 273 incidentes na área correspondente ao Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, em que foram salvas 294 pessoas.
Na área de responsabilidade do MRCC de Ponta Delgada foram coordenadas até ao momento 134 ações de busca e salvamento, tendo sido resgatadas 147 pessoas.
No Subcentro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo do Funchal já foram realizadas 22 ações das quais resultaram 19 vidas salvas.
A taxa de eficácia do serviço encontra-se nos 99%.
nos 99%
Marinha Colabora com Projetos de Investigação do Meio Marinho
ONRP Zaire, que se encontra em missão em São Tomé e Príncipe, apoiou recentemente a Fundação Príncipe, através do lançamento em mar aberto de uma garrafa de plástico com GPS integrado, no âmbito de um projeto que visa compreender os movimentos dos plásticos no Golfo da Guiné e identificar
as suas potenciais origens.
O Oceano está ser asfixiado por plástico Por todo o mundo, produzimos 400 milhões de toneladas de plástico por ano. Cerca de 10 milhões de toneladas acabam no mar. É um camião cheio de plástico adicionado ao oceano a cada minuto. Plásticos de baixo valor que não podem ser reciclados economicamente, e as artes de pesca abandonadas (redes fantasma) que envolvem a vida selvagem.
Estes materiais representam 60% dos resíduos atualmente encontrados em praias de todo o mundo e estão mais em risco de serem queimados ou perdidos no ambiente em zonas sem infraestruturas formalizadas de gestão de resíduos.
Mergulhadores da Marinha Detetam Mina da 2ª Guerra Mundial
Aequipa do Destacamento de Mergulhadores Sapadores n.º 3, que se encontra embarcada no NRP Viana do Castelo, identificou uma mina real utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, que se encontrava intacta e com cerca de 600kg de explosivos.
A capacidade dos Mergulhadores da Marinha em
operar veículos submarinos não tripulados aliada ao conhecimento e prática que detêm revelou-se também uma mais-valia para atuar em campos minados contribuindo para esta descoberta em total segurança.
O navio de patrulha oceânico Viana do Castelo integra atualmente a força naval da NATO, “Standing NATO Mine Countermeasures Group 2. O navio da Marinha é comandado pelo capitão-de-fragata Sá Granja e conta com 67 militares embarcados, incluindo uma equipa de segurança constituída por Fuzileiros, uma equipa do Destacamento de Mergulhadores nº 3, um médico naval e um oficial do Centro de Gestão e Análise de Dados Operacionais.
Conhecimento e prática revelou-se uma mais-valia
Regresso ao The Ocean Race
VO65 Sprint
António Fontes é o skipper da Mirpuri Foundation Racing Team.
A Fundação Mirpuri participa pela terceira vez consecutiva na The Ocean Race, reconhecida como a mais dura prova de vela do mundo, desta vez com uma equipa constituída apenas por velejadores portugueses e com António Fontes como skipper, que assumirá a posição de liderança para as etapas da The Ocean Race VO65 Sprint, após ter competido na edição de 2017-18 como velejador.
A equipa estreia-se na etapa de abertura da regata, entre Alicante e Cabo Verde, e irá participar também na regata costeira de Alicante, a 8 de janeiro. A competição termina no dia 1 de Julho de 2023, em Génova, Itália.
Portugal Conquista Dois Ouros com Marta Paço e Camilo Abdula
Marta, que bateu na final a francesa Valentine Moskoteoc e a norte-americana Barbie Pacheco com franca vantagem (15 pontos contra 9.2 da francesa e 3.6 da norte-americana) encontra muito mais dificuldades a falar do que sente do que a surfar, “Este título, apesar de ser o segundo, foi o mais especial. Há uma semana que estou com esta equipa e tem sido a melhor semana que já passei em campeonatos. Temos feito imenso surf e nos divertido muito, o que ajudou a fazer a performance e as notas que acabei por fazer.”
“É muito difícil descrever o que sinto. É a realização e a recompensa do trabalho que temos vindo a fazer
com o meu treinador Tiago Prieto, não só nos últimos meses na preparação deste campeonato, como ao longo dos anos (Marta Paço surfa desde os 12).”
Também em Pismo Beach, Camilo Abdula, na categoria Stand 1, consegue conquistar a segunda medalha de ouro para as cores nacionais depois do triunfo de Marta Paço, na classe VI 1.
Num heat cheio de reviravoltas, com uma interferência do favorito Roberto Pino, do Brasil, Camilo arrecadou o ouro com a sua derradeira onda, somando 9.23 contra 8.57 de Pino. O australiano John Wheele, que liderou grande parte da bateria, foi terceiro (7.33) e o japonês Kentaro Kondo (4.20) foi quarto.
No final, ainda claramente
emocionado, o surfista português assumiu: “É o meu segundo ano nas finais. Havia atletas mais fortes que eu, mas o trabalho compensa e o menos favorito acabou por vencer”, acrescentando: “Esta medalha significa muito para mim. O ano passado fui quarto e vencer agora foi fantástico. Dedico esta medalha à equipa e à minha família e amigos. Vou regressar a casa e voltar a trabalhar que o surf não é a minha vida, mas vou desfrutar desta vitória”
Tomás Freitas encerrou a participação no Mundial de Para-Surfing ISA da Califórnia. O jovem de 17 anos, estreante pela equipa nacional em competições da ISA não conseguiu, na segunda ronda da competição da categoria “kneel” juntar um bom score ao da primeira ronda e, como tal, não assegurou presença nas meias-finais.
João Aranha, presidente da FPS e líder da comitiva nacional, não escondeu a
satisfação pelos resultados de hoje: “Cumpriram-se os objetivos. A aposta para este campeonato era assumidamente nos resultados e, como tal, a nossa missão foi um sucesso.É uma aposta ganha desta federação, com atletas fora de
série que tudo deram para este resultado e agora é Portugal no topo!”
A F.P.S. é responsável pelas Selecções Nacionais, pelos seus resultados e pela preparação dos atletas de alta-competição. Portugal é o atual 3º do Mundo, título
conquistado em 2021, com qualificação de Frederico Morais, Yolanda Hopkins (vice-campeã mundial) e Teresa Bonvalot (bronze mundial) para os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde Yolanda e Teresa conquistaram o 5º e 9º lugares, respetivamente.
Abertura das Candidaturas ao Segundo Aviso do PRR
ADGRM divulga a abertura das candidaturas ao segundo Aviso do PRR – PESCAS de apoio à transição energética e redução do impactoambiental para empresas do setor da Pesca e daAquicultura.
A DGRM informa que, desde 16 de dezembro de 2022 e até às 17 horas do dia 28 de fevereiro de 2023, estão abertas as candidaturas ao 2.º Aviso do PRRPESCAS, destinado a apoiar a transição energética e redução do impacto ambiental para empresas do setor das Pescas e da Aquicultura. Pretende-se com este Aviso desenvolver um conjunto de investimentos e reformas que devem contribuir para as seguintes dimensões: resiliência, transição climática e transição digital.
O concurso agora aberto,
incluído na componente 10 –Mar, integrada na Dimensão “Transição Climática”, visa promover a inovação, a modernização dos processos, a redução da pegada de carbono e a economia circular nas empresas e organizações da fileira do pescado, nesta se incluindo a pesca, a aquicultura e a indústria transformadora dos produtos da pesca e da aquicultura.
Assim, ao abrigo do pre-
sente Aviso poderão ser apresentados projetos enquadráveis numa das seguintes tipologias:
- Digitalização e/ou modernização de processos, de atos declarativos e de documentação estatutária;
- Eficiência energética;
- Redução de emissões e propulsão elétrica e/ou híbrida; - Segurança e habitabilidade a bordo de embarcações de pesca;
- Melhoria das condições de trabalho nas instalações aquicultura e indústria transformadora;
- Casco com novos formatos e materiais de baixa fricção ao deslocamento que permitam reduzir o consumo energético;
- Economia circular no Setor das Pescas e Aquicultura.
A dotação afeta ao presente concurso, na componente de incentivo não reembolsável, é de 11 milhões de euros, assim distribuídas: - Embarcações de pesca–8 M€
- Restantes tipologias– 3 M€ Apenas são elegíveis candidaturas apresentadas por beneficiários PME (Pequenas e Médias Empresas) certificadas, cuja missão esteja relacionada com o exercício de atividades ligadas ao setor da Pesca e da Aquicultura.
28 00