Notícias do Mar n.º 442

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Náutica

Texto e Fotografia Yamaha

Notícias Yamaha, Yamaha WaveRunners 2024

Tecnologia de Ponta para Aumentar a Potência

A nova gama Yamaha WaveRunner para 2024 A Yamaha Motor Europe, líder mundial de inovação em motos de água pessoais, tem o prazer de anunciar o lançamento altamente antecipado da sua nova gama Yamaha WaveRunner 2024.

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Ecrã tátil a cores com modos intuitivos de segurança e controlo de condução avançado 2

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nova gama caracteriza-se por uma aparência renovada, maior potência e funcionalidades melhoradas: - A gama de 2024 inclui 11 modelos, 9 dos quais foram totalmente renovados para refletirem as mais recentes tendências tecnológicas, com novas cores, tons elegantes, detalhes surpreendentes e , detalhes surpreendentes e aparência dinâmica. - O motor HO totalmente novo sobe a fasquia em termos de cilindrada, de 1812 cc para 1898 cc. - Novo ecrã tátil Connext®


Náutica

de 7 polegadas com modos intuitivos Segurança e Controlo de condução avançado, equipado em todos os modelos FX. Com apenas dois modelos populares inalterados, o novo lançamento do produto conta com inovações em nove WaveRunners diferentes. Nesta gama, encontrará tudo desde um novo motor até às mais recentes tecnologias, bem como uma ampla reformulação de cores e grafismos para atualizar as WaveRunners com as tendências mais recentes. Entre os pontos fortes, destacamos o lançamento de um novo motor HO, que aumenta o já potente motor de 1812 cc para uns arrojados 1898 cc, bem como uma experiência de condução ainda mais simples e intuitiva através dos novos modos de Controlo de condução avançado. “O lançamento da nova WaveRunner é um marco importante no compromisso da Yamaha Motor com a inovação e a excelência na indústria náutica. Com um design perfeito, uma performance inigualável e novas

O novo motor HO aumenta o já potente motor de 1812 cc para uns arrojados 1898 cc funcionalidades avançadas, a gama WaveRunner personifica o espírito de aventura ao desafiar os limites do que é possível fazer na água”, afirma Fabrice Lacoume, Diretor Marine da Yamaha Motor Europe. “É com grande prazer que apresentamos a excecional gama WaveRunner 2024 e que permitimos a mais pilotos criarem novas experiências inesquecíveis.”

Novo ecrã tátil Connext® de 7 polegadas

A nova gama WaveRunner 2024 vai permitir criar novas experiências inesquecíveis 2023 Outubro 442

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À procura da solução perfeita A Yamaha Motor está empenhada em estar alinhada com as inovações dos nossos clientes. Estruturámos os nossos produtos em segmentos intuitivos para os clientes se sentirem totalmente à vontade para explorarem a nossa gama.

A nova FX Cruiser SVHO na elegante cor Dusty Navy

Yamaha FX Cruiser SVHO

Yamaha FX Cruiser SVHO edição limitada

À edição limitada da FX Cruiser SVHO na cor Black Solid com novos detalhes em cor de laranja escuro mate 4

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Cruzeiro Se procura a emoção de deslizar nas ondas ou deslocar-se até à costa para uma praia deserta para passar o dia a nadar, a nossa gama Cruising permite aos condutores ir ainda mais longe e desfrutar de incríveis aventuras com mais conforto e

com toda a tecnologia mais recente. A palete de cores disponível adequa-se a gostos muito diferentes, desde os elegantes tons da nova FX Cruiser SVHO em Dusty Navy até à edição limitada em Black Solid lançada há dois anos, com novos detalhes em cor de laranja escuro mate. Em alternativa, os clientes podem escolher a impressionante FX SVHO, a desportiva FX Cruiser HO em Light Gray Metallic ou os modelos FX HO e VX na incrível cor Pure White Solid. As melhorias incluem a maior cilindrada em todos os modelos HO e o novo ecrã tátil Connext® de 7 polegadas


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A impressionante FX SVHO a cores com Modos de condução avançada em todos os modelos FX. A otimização da experiência de utilizador e a facilidade cada vez maior de utilização na água, com ajuste de inclinação da direção, oferecem um nível adicional de conforto tanto na condução em pé ou sentado.

Yamaha FX SVHO

Sport O nosso segmento Sport é sinónimo de performance

A desportiva FX Cruiser HO em Light Gray Metallic 6

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superior. Foi concebido para os condutores apaixonados pela competição que procuram uma linha perfeita e de desfrutar ao máximo da adrenalina da aceleração. Com novos esquemas de cores dinâmicos, incluindo o vibrante GP SVHO em Deep Purplish Blue Metallic e o elegante GP HO em Black Solid, com casco em Torch Red Metallic e detalhes em Matte Bluish White, esta gama de motos de água é sinónimo de aparência e sensação de desempenho. Os grafismos, os detalhes e os bancos inspirados na competição completam a experiência. Além disso, o modelo HO incorpora as mesmas melhorias de aumento de potência que a gama Cruising. O lendário SuperJet mantém-se inalterado como modelo emblemático do segmento Sport ao aliar potência, agilidade e uma performance


Náutica

Yamaha FX HO extraordinária para os entusiastas dos desportos aquáticos.

Modelo FX HO na incrível cor Pure White Solid

Diversão Seja para relaxar na praia no verão ou para desfrutar de um dia de ócio no lago, o segmento Diversão é irresistível quando se procura uma experiência emocionante na água. A JetBlaster foi renovada com um novo visual em Deep Purplish Blue Metallic com magníficos detalhes em branco que partilham a mesma tendência de cores de alta performance que a GP SVHO. Com apoios dos pés que permitem um domínio quase instantâneo dos truques, movimentos e acrobacias, um Trim elétrico avançado para facilitar o controlo, manobrabilidade ágil com a tecnologia RiDE®, um motor TR-1® High Output e uma excelente performance po-

Yamaha FX Cruiser HO 2023 Outubro 442

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tência-peso, este é o parceiro perfeito para a diversão “a sério”. A Yamaha Motor dedicase desde 1986 a proporcionar diversão acessível na água a todos. Por isso, existe uma moto de água para todos na gama WaveRunner, com cada produto concebido especificamente para vários estilos de condução e preferências, incorporando a fiabilidade e a inovação técnica que seria de esperar da Yamaha Motor.

Modelo VX, cor Pure White Solid

Yamaha VX

Novo esquema de cor dinâmico Deep Purplish Blue Metallic da GP SVHO 8

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A tecnologia ao serviço da nova gama WaveRunner O novo motor marítimo HO A potência e a performance estão no centro da gama

Yamaha GP SVHO WaveRunner, que conta com o novo motor marítimo High Output (HO) da Yamaha. O motor HO oferece potência inspiradora e velocidades líderes do setor, o que permite aos pilotos viver ao máximo da adrenalina na água. Descubra tudo isto nos modelos GP HO, FX Cruiser HO, FX HO e VX Cruiser HO. Atualizações ao ecrã tátil Connext® Todos os modelos FX contam agora com o novo ecrã tátil Connext® de 7 polegadas com modos de Segurança e Controlo de condução avançado, incluindo os modos de condução Economia, Reboque, Performance, Conforto


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Náutica

A elegante GP HO em Black Solid com casco em Torch Red Metallic e detalhes em Matte Bluish White

Yamaha GP HO

e personalizáveis. Este centro interativo oferece acesso simples à navegação, entretenimento e informações vitais sobre a moto de água, o que melhora a comodidade e conectividade em cada condução. Além disso, o novo estilo da interface de utilizador mostra as funcionalidades de modo de condução intuitivas e predefinidas num esquema de cores renovado, e fornece informações

O Yamaha SuperJet, potência, agilidade e uma performance extraordinária 10

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sobre o comportamento da WaveRunner, como o Trim automático adaptativo ou a sensibilidade à aceleração. Assuma o controlo com o sistema duplo de controlo de aceleração RiDE® O premiado sistema RiDE® exclusivo da Yamaha continua a proporcionar experiências de condução emocionantes e está incluído de série em toda a gama, excluindo o SuperJet. O sistema oferece um controlo intuitivo e simples da moto de água. Com funcionalidade de avanço e retrocesso ao alcance da mão, os pilotos podem facilitar as manobras e navegar em espaços estreitos para atracar e varar. Um novo conceito: Run The Water As novas WaveRunners da Yamaha encarnam na perfeição o nosso lema conceptual Run The Water, tendo sido concebidas para encorajar os pilotos a explorar um lado diferente da água e a desafiar os limites para viver novas experiências. O lema também


Náutica

Yamaha SuperJet pretende refletir o orgulho da comunidade de proprietários de WaveRunners. O lema “Run The Water” terá a sua estreia na Europa com os modelos GP HO, FX Cruiser HO e VX Cruiser HO no novo vídeo de lançamento da gama WaveRunner da Yamaha. Acerca da Yamaha Motor A Yamaha Motor acelera corações há mais de 65 anos e está focada nas necessidades dos seus clientes. Estes princípios estão na essência da nossa marca, desde a conceção de engenharia e o desenvolvimento da empresa até às emoções positivas e ao entusiasmo sentido pelos clientes quando des-

frutam de qualquer produto Yamaha Motor. Na Yamaha Motor, procuramos permanentemente melhorar e inovar em cada aspeto que a marca põe à disposição dos clientes para proporcionar experiências que despertam cada paixão. Clean The Sea A Yamaha Motor está empenhada há muito tempo na incorporação de uma abordagem robusta à responsabilidade social empresarial nas operações comerciais marítimas. Através do projeto Clean The Sea, estamos empenhados na proteção da saúde e da vitalidade dos oceanos, dos mares e das zonas costeiras do planeta. A nossa missão é reduzir a poluição marinha e os resíduos de plástico através da organização de atividades de limpeza, e da promoção de

O lendário SuperJet, modelo emblemático do segmento Sport 2023 Outubro 442

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Náutica

atividades didáticas e de sensibilização. Esforçamo-nos por colaborar com as comunidades locais, ONG e organismos governamentais como parte dos nossos esforços para criar um futuro sustentável para o nosso planeta e para inspirar comportamentos responsáveis com o ambiente marítimo. Através das nossas ações, aspiramos a exercer um impacto positivo na sociedade e a contribuir para o bem-estar a longo prazo do nosso planeta.

A JetBlaster foi renovada com um novo visual em Deep Purplish Blue Metallic

Yamaha JetBlaster

A VX Cruiser HO com o novo motor HO oferece potência e velocidades líderes do setor 12

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Para uma melhoria da performance As WaveRunners da Yamaha desempenharam um papel importante ao longo da história na evolução da

Yamaha VX Cruiser HO performance na água. Ondas que anteriormente era impensável surfar estão agora acessíveis para os atletas de elite de classe mundial. O desempenho, a estabilidade e a fiabilidade da WaveRunner foram fatores fundamentais no crescimento do desporto, o que permitiu aos pilotos e atletas navegar nos oceanos e nos mares da forma mais segura possível. Através do desenvolvimento contínuo de produtos de alta qualidade, a Yamaha Motor permite aos atletas e aos surfistas superarem-se enquanto desenvolvem todo o seu verdadeiro potencial.


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Notícias do Mar

Saber das jamantas

Ver as Mantas a Voar

Conhecer um dos segredos das jamantas como voam, foi preciso nos Açores, o investigador Jorge Fontes debaixo de água voar com elas.

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urante centenas de anos, a jamanta povoou lendas de gigantes agressivos que en-

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goliam marinheiros, pescadores e embarcações. Nas últimas duas décadas, no entanto, a reputação des-

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te grupo de animais sofreu uma reviravolta de 180 graus com o crescimento do mergulho recreativo. As histórias

e lendas de outrora ficaram na memória dos antigos pescadores, mas as mantas já não assustam. Pelo contrário: atraem. Calcula-se que o mergulho com mantas gere anualmente receitas de mais de setenta milhões de euros em todo o mundo. O investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP) Jorge Fontes flutua ao sabor da corrente sobre os pináculos do monte submarino Princesa Alice. Encontra-se num dos mais famosos locais de mergulho do Atlântico Norte. Dez metros mais abaixo, cerca de três dezenas de mantas nadam vagarosamente entre vários cardumes gran-


Notícias do Mar

des de peixes pelágicos. Com quase três metros de envergadura, deslocam-se impulsionando lentamente as suas imponentes barbatanas peitorais semelhantes a grandes asas, parecendo voar nas águas cristalinas. Apesar do tamanho imponente desta espécie, que todos os verões, se agrega em alguns dos montes submarinos dos Açores, a sua ecologia continua a ser um mistério para a ciência. Talvez o maior dos enigmas seja mesmo para onde vão estes peixes imponentes quando as quentes e calmas águas do arquipélago dão lugar a um mar revolto. Por fim, a silhueta que flutuava estática à superfície move-se e mergulha rapidamente em direção às jamantas. Na mão, o mergulhador leva um arpão havaiano. Este objeto, com uma função semelhante a uma “fisga” subaquática, consiste numa vara metálica

impulsionada por um elástico que é mantido em tensão. Quando libertada, projeta o arpão. Embora esta arma arcaica seja usada há centenas de anos para a captura de peixes, na sua extremidade nota-se um pequeno aparelho que nada tem de arcaico. Este pequeno transmissor envolvido em resistentes materiais sintéticos contém tecnologia de ponta que permitirá a me-

dição constante de profundidade, temperatura, salinidade e luminosidade, durante vários meses, até ser libertado para a superfície carregado de

informação valiosa que permitirá dar resposta às muitas lacunas da ciência em relação a esta espécie. Voar debaixo de água.

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Náutica

Notícias Touron

Quicksilver Apresenta a Sua Nova Marca Premium Navan

Navan by Quicksilver apresentados no Salão Náutico de Cannes 2023 Brunswick apresentou a Navan by Quicksilver no Salão Náutico de Cannes 2023, os dois modelos da Navan: o C30 e o S30.

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Brunswick Corporation (NYSE: BC) apresentou, no salão de Cannes, International Boat Show de 2023, a sua nova marca de barcos: Na-

van by Quicksilver. Pensada especificamente para combinar tecnologia inovadora com desempenho, versatilidade e conforto incomparáveis, os consumidores po-

derão ver em primeira mão os dois modelos da Navan: o C30 e o S30. “Após extensa pesquisa de consumo e desenvolvimento de produtos, estamos entu-

siasmados por apresentar oficialmente o Navan by Quicksilver, iniciando uma era de desempenho e luxo”, disse Benoit Verley, Presidente do Venture

Navan C30 16

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Boat Group. “Não há melhor lugar para mostrar estes belos e elaborados barcos do que o Cannes International Boat Show. É aqui que os entusiastas da navegação vêm para ver o futuro da navegação de recreio e é exatamente isso que a Navan oferece.” Tanto o S30 como o C30 possuem casco duplo, normalmente usado em barcos de competição, o que reduz o arrasto e torna os barcos mais rápidos e mais eficientes em termos de combustível. A cabina dianteira de

Navan C30

cada um possui cama de casal, ampla escotilha, generoso espaço de arrumação, wc com descarga elétrica e chuveiro quente pressurizado, tornando-os ideais para famílias e convidados que procuram a emoção da água sem abrir mão do conforto. Além disso, os modelos foram construídos para maximizar o portfólio de capacidades tecnológicas da Brunswick, com sinergias de inovação e desempenho. Ambos os modelos, C30 e S30, vêm de fábrica com a

Cabina de pilotagem do Navan C30

Solário do Navan C30

Quarto banho do Navan C30 2023 Outubro 442

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Náutica

Navan C30 tecnologia mais avançada da náutica, incluindo GPS e chartplotter Simrad NSX, sistema operacional C-Zone e opções para vários motores fora de borda Mercury, tais como V8 de 300 cv, V10

Bancos na cabina do Navan C30

de 400 CV, motorização dupla de V6 de 225 CV ou duplo Verado V8 de 250 CV ou 300 CV. Os utilizadores também podem dispor de outros recursos adicionais nestes modelos. • Posto de comando ergonômica com painel de instrumentos digital de até 12” com dois displays embutidos, incluindo um sistema de comutação totalmente digital, de série, operado pela C-Zone; • Sistema de ar condicionado de 12v com banco de baterias dedicado para uso em doca; • Sistema de inversão de banco de baterias para utilização da churrasqueira elétrica fora do cais; • Estofos com padrão diamante premium; • Grande solário de proa; • Cockpit e consola simé-

Navan C30

Navan C30 18

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Náutica

Navan S30 tricos com passadiços laterais fundos a bombordo e a estibordo, borda livre alta e grades de proa para maior segurança. Características do C30 O C30 dispõe duma cabine totalmente fechada. Duas fileiras de assentos oferecem bastante espaço interno para os passageiros, com portas de fibra de vidro, a bombordo e a estibordo, abrindo para o convés. A janela do salão de popa abrese para a cabina, para que

todos possam reunir-se para comer ou para conversar. Outras características principais deste modelo são: • Escotilha com hardtop com abertura XXL; • Cozinha interior adicional com pia e fogão; • Espaço para guardar defensas ou assentos rebatíveis adicionais a bombordo e a estibordo; • Um assento duplo com tapetes no posto de comando. Características do S30 O T-top S30 de fibra de vidro

Navan S30

Navan S30 2023 Outubro 442

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Náutica

Navan S30 combina estilo e desporto com janelas de acrílico integradas, suportes para canas e uma estrutura de aço inoxidável 316 com revestimento em pó. Além disso, possui outras fun-

cionalidades como: • Assentos giratórios na cabina revelando uma cozinha totalmente equipada; • Deck com 2 configurações possíveis; • Espaço específico para arrumação das defensas. Tanto o C30 como o S30 estiveram em exposição no Cannes International Boat Show, de 12 a 23 de Setembro de 2023. Os modelos foram apresentados às 14H00 locais do dia 12 de Setembro. O S30 esteve localizado no QML 007 e o C30 no QML308. Tanto o Navan C30 quanto o Navan S30 estarão disponíveis em breve e a sua distribuição começará no início de Outubro. Sobre a Navan by Quicksilver A Navan by Quicksilver é o

Banco central no poço do Navan S30

O banco central rebate-se, convertendo-se em cozinha 20

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Poço do Navan S30


Náutica

mais recente membro do portfólio de marcas premium da Brunswick. A Navan combina design inovador com tecnologia de ponta para uma experiência de navegação superior. Cada modelo foi criado para equilibrar desempenho, conforto e fiabilidade. Cada detalhe do design foi selecionado para dar vida a uma experiência emocionante na água para capitães, familiares e convidados. Os aficionados da náutica poderão experimentar dois modelos na Europa já neste outono, sendo que o lançamento nos EUA está previsto para o início de 2024. Mais informação disponível em Navan-boats.com.

Navan S30

Banco no poço à popa

Navan S30

Bancos na cabina

Sanitário marítimo 2023 Outubro 442

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Pesca Desportiva

Pesca Lúdica Embarcada

Robalos

De que Forma a Velocidade da Corrente Influência a sua Forma de Caçar – Cap 2 Quando pensamos em pescar robalos, devemos partir de um princípio muito básico, simples, mas que para o peixe faz todo o sentido: a comida tem de existir em quantidade suficiente, (há locais onde é quase inexistente), e ser relativamente fácil de conseguir.

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Um caso curioso: o meu amigo Carlos Silva, pessoa com quem muito gosto de pescar, trazia um carapau para cima. Apareceu entretanto um robalo…oportunista… 24

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s predadores concentram-se nas zonas onde as condições naturais os favorecem, e onde podem conseguir presas com mais facilidade. As desembocaduras dos rios e saídas de água doce são perfeitas para eles, (também para as corvinas, as bailas…) pois são seres eurialinos, suportam baixos índices de salinidade, o que lhes dá uma vantagem e quase exclusividade no acesso a presas, quando os confrontamos com atuns, tintureiras, anchovas, sarrajões, etc. Estes outros predadores, limitados na sua capacidade de operar em águas com menos sais, ficam fora, em mar aberto. O que nos remete para a possibilidade de, nos momentos certos, termos concentrações massivas de robalos nas saídas dos estuários. Basta para que isso que tenhamos uma arribada de alevins de qualquer espécie. Mesmo em zonas de mar aberto isso pode acontecer, dependendo das condições naturais que existam, ou da eventual passagem de cardumes de sardinha pequena, carapau miúdo, caranguejo pilado, etc. O predador segue sempre a sua presa até esgotar o recurso ou as condições de conseguir comida fácil, e ter de procurar outra situação vantajosa. Há locais mais propícios.


Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com

Por isso mesmo temos locais com muito peixe, sempre, e outros que virtualmente não passam de permanentes desertos inóspitos, ou são utilizados apenas como corredores de passagem de peixe de uns spots para outros. Pensem nos robalos que circulam do Tejo para o Sado…e tantos outros lugares da costa portuguesa. Por isso, aquilo que é fundamental é que haja comida suficiente, e condições de caça aceitáveis. Antes disto, para eles há apenas que garantir que o local é seguro. Isto é de tal forma primário que não é necessário complicar mais. Se há segurança, se há comida, e se é possível que a captura se concretize, …chega. De resto, tratamos de um peixe que nem é tão selectivo assim em termos de alimentação. Pode comer um

pequeno peixe, e pode ser uma cavala, uma sardinha, um carapau, mas um caranguejo também lhe serve. E se não houver uma lula pequena, há certamente camarão por ali. Um choco, um verme arenícola, e tudo isto de preferência vivo, …mas se tiver de ser morto… Não é nada difícil de boca, o nosso robalo. A parte que nos interessa é a de eles andarem nesse dia à procura de alimentação viva presente no local, já que é isso que podemos tentar imitar com as nossas amostras. E como o fazem, como procuram? Aquilo que é padrão é um robalo estar virado à corrente e esperar que algo lhe surja pela frente. Sendo um bom nadador, as correntes fortes não o incomodam sobremaneira, embora, por razões que se prendem com a pou-

pança de energia que todos os peixes procuram, eles prefiram caçar na periferia das correntes fortes. Estão “ao lado” dessas correntes. Aqui falamos de postos de caça, de espera, muito mais convenientes que uma longa e fastidiosa perseguição em campo aberto. Ou uma permanência no centro da vertiginosa saída de água. Onde houver um turbilhão de água, uma corrente muito forte, haverá um recanto, um obstáculo, algo que proporcione uma espera confortável a quem se predispõe a aproveitar a desorientação e incapacidade de as pequenas presas conseguirem manobrar em correntes de água mais fortes que as suas fracas forças de locomoção. Os robalos são bichos oportunistas! Todos nós conhecemos lugares costeiros onde o mar oferece fundos bastante

irregulares, com muita pedra partida, blocos rochosos que levantam do fundo e quebram a corrente. Nesses sítios, sendo mais difícil pescar por força da possibilidade de perda de algumas amostras, também será bem mais fácil conseguir encontrar robalos a caçar. A corrente quebra, sofre desvios, a sua força primária é repartida por esses “deflectores” naturais e a dada altura é mais facilmente tolerável por quem pretende permanecer nela. Um predador experiente não tenta nadar até à exaustão contra uma corrente forte, na expectativa de conseguir uma presa. Aqui funciona o princípio básico da perda de energia: o ser que é capturado tem de fornecer mais energia ao predador que a consumida por este para o capturar. Nesse âmbito, os fundos ir-

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Pesca Desportiva

regulares, quer naturais quer construídos pelo homem, portos, paredões, cais, pilares, etc, trazem vantagens por permitirem caçar sem fatigar o predador. Por contra, em fundos lisos, por exemplo as praias de

areia simples, sem pedras, o problema que se coloca é que estas, ao não oferecerem resistência mecânica ao avanço das águas, acabam por permitir a estas uma aceleração progressiva, e por isso mesmo tornam-se menos in-

teressantes do ponto de vista do dispêndio de energia. Poderíamos então considerar, em termos genéricos, que os momentos mais favoráveis para lançarmos as nossas amostras seriam aqueles em que a quantidade de água

A eterna eficácia dos jigs pequenos, armados com triplos... 26

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seria a suficiente para oferecer segurança ao nosso peixe, em que a corrente seria submáxima, a possibilitar permanecer directamente nela sem depender directamente da existência ou não de um obstáculo providencial, mas todavia suficientemente forte para incomodar os pequenos peixes que nela se deslocam. Isso existe em inúmeros locais da cossa costa, e quem os conhece sabe que é ali que pode fazer, no momento certo, os seus peixes para o jantar. Há momentos fracos, de zero actividade e há um momento ideal, diríamos …“bom”. E há um antes que é “quase bom” e um depois que é “…ainda bom”. Os nossos pescadores mais antigos conhecem o fenómeno e chamam-lhe tão simplesmente “conta de água”. E o que é esta coisa da “conta de água”, traduzida por palavras um pouco mais modernas, mais entendíveis aos dias de hoje?! Pensem nisto: num determinado local, a massa de água que se move terá uma velocidade de deslocação maior ou menor consoante a sua altura. Águas profundas movem-se de forma mais lenta, águas baixas aceleram a velocidades muito elevadas. Quando a corrente começa a subir num local pouco profundo, a primeira entrada de água é rápida, cansativa, e não serve ao predador. O robalo ainda não pode estar lá, tem de esperar! Como temos pouca água, a força da gravidade que a atrai é suficientemente forte para a acelerar bastante. Corre muito. Não serve ao nosso peixe. A dada altura, com a chegada de mais e mais água, a profundidade aumenta, a massa de água aumenta, fica mais pesada e por isso mesmo mais difícil de mo-


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Pesca Desportiva

ver. E fica um pouco mais lenta. É agora! Quando a maré completa o seu ciclo de enchente, voltamos a ter um estofo de maré, uma pausa. A água abranda a sua movimentação. Nessa altura já não existem vantagens assinaláveis para o nosso robalo, ele tem

muita água no local, mas vai ter de mudar de táctica: a comida já não vem até ele, empurrada pela corrente. Vai ter de se deslocar ele próprio, em vez de esperar pelas suas presas. Falamos aqui de momentos da maré, ou do período em que os peixes efectiva-

mente podem caçar. E por consequência, dos momentos em que os podemos enganar com as nossas amostras, certo?! Gostava que ficassem com a ideia de que há um momento óptimo, um ponto certo de velocidade de deslocação de corrente que tor-

O autor, com um robalinho atrevido que foi ao jig Xesta, de 20 gramas, …côr cavala. Reparem na linha contínua lateral, a nascer junto ao opérculo e a prolongar-se até à cauda. Isso é aquilo que faz com que consigam “ ver” em plena noite, ou águas barrentas. 28

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na a vida mais fácil ao nosso robalo. E a nós… Em função do coeficiente de maré desse dia e dessa maré em concreto, assim o robalo terá mais ou menos tempo para permanecer no local com condições efectivas de caça. As marés grandes movimentam muita água, e podem, no caso de baixas profundidades, acelerar de tal forma a sua movimentação que o tempo de trabalho efectivo para o predador pode ser inferior ao proporcionado por uma maré pequena, mais estável, mais lenta. Mas nesse caso, também lhe será mais difícil conseguir encontrar postos de caça que lhe proporcionem tanta facilidade de captura. Porque os peixinhos pequenos conseguem controlar melhor a sua deslocação, tornam-se mais difíceis de capturar. Mais que isso, também, por força da paragem da corrente, a água ganha alguma visibilidade acrescida, e isso mostra o predador mais longe. Todas as vantagens são exploradas até ao mais ínfimo detalhe, sempre, por todos. Vejamos agora a questão dos pesqueiros mais profundos, onde o efeito das marés é bem menos notado, e onde a estabilidade das águas serve menos a quem ataca, e mais a quem defende. Se consideramos zonas afastadas da costa, onde os peixes têm um campo de visão bem mais largo, não tão limitado por estruturas e vegetação, então aí as técnicas de caça terão de mudar. E isso irá afectar a nossa forma de pescar, consequentemente. Os ciclos de alimentação em águas profundas, (de que vos falo há anos….) são menos marcados que junto à costa, mas existem, de igual forma. Se a realidade do robalo


Pesca Desportiva

costeiro, caçador de águas rasas, é aproveitar os minutos que tem para chagar à comida e sair antes que a água desapareça do local, já quando falamos de zonas fundas essa circunstância não se coloca. Mas continuo a encontrar razões para acreditar nos ciclos alimentares, e a meu ver, as últimas três horas de enchente são de facto as mais favoráveis para conseguirmos peixes. É aí que o peixe come. A partir desse período, a nossa vida de pescadores esvazia-se de sentido, porque estamos a querer vender areia no deserto. Se a água vaza e o peixe conseguiu comer, passamos a ter peixes desinteressados, fartos, a vaguear pelo fundo, sem grandes preocupações que não sejam repousar e eventualmente encontrar al-

gum alvo fácil, que não o obrigue a demasiadas correrias. Caso existam na zona, as algas laminárias acolhem os grandes senhores da caça, no seu momento de paz e descanso. Se as não houver, haverá uma rocha, um buraco escuro, uma solapa entre a pedras e a areia, algo que permita o descanso. O peixe não se movimenta mais que o necessário neste período. É pois o tempo do slow-jigging, por excelência! Provocamo-los com “presas” fáceis, lentas, fáceis de capturar… mas devemos ter a noção de que estamos a oferecer um almoço a seguir a um almoço…. Votarão a comer passadas algumas horas, no novo ciclo de maré, independentemente de ele se verificar de noite ou dia. Não é isso, noite ou dia, o que muda o

princípio de actuação, sobretudo nos meses em que as águas estão mais quentes. Ser noite ou dia não influencia decisivamente o comportamento do peixe predador, sobretudo de quem vê particularmente bem no escuro, e ainda mais a quem está de tal forma bem equipado com sensores, leia-se linha lateral. Diria que no Verão, com águas quentes, os robalos comem sobretudo à noite. De Inverno, os ciclos alimentares do robalo são bem mais reduzidos, quase sempre diurnos. Por vezes duram apenas minutos e normalmente em zonas mais favoráveis em termos de temperaturas. Falamos de termoclinas, evidentemente. Em águas mais profundas, os momentos em que podemos ter mais possibilidades reais de pesca são ainda assim quase previsíveis.

Podem calcular-se mediante uma análise cuidada do momento em que ocorre a maré, o coeficiente de subida e descida dessa maré, e as condições gerais de tempo dos dias anteriores. Vou dar-vos um elemento de análise que vos pode ser muito útil: nada mais nada menos que a relação de velocidade de deslocação da água em função da hora da maré. Podem pensar que não é informação útil, porque obriga a pensar, mas para quem leu com atenção aquilo que foi dito no artigo anterior e neste, fará sentido. Chama-se “lei dos doze avos” e diz-nos que a progressão de entrada e saída de águas das marés não é linear, sempre igual, mas sim uma curva de forma sinusoidal. A partir de um determinado momento de maré enchente, as águas aceleram de forma

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Pesca Desportiva

nítida, e a seguir desaceleram, a massa de água deslocada torna-se mais lenta. Algo como isto: 1ª hora----velocidade 1/ 12 avos 2ª hora----velocidade 2/ 12 avos 3ª hora----velocidade 3/12 avos 4ª hora----velocidade 3/ 12 avos 5ª hora----velocidade 2/ 12 avos 6ª hora----velocidade 1/12 avos Temos pois que, embora não parem nunca de subir, as maiores deslocações de massas de água ocorrem entre a 3ª e a 4ª hora de enchente, a meio do ciclo de subida. Sabemos também que as marés altas, de movimento ascendente, são sempre mais rápidas que as marés que baixam. Para bom entendedor, para

quem lê com mais atenção, isto dá-lhe o momento certo para estar no local, a lançar as suas amostras, os seus jigs. De acordo com aquilo que lemos acima, podemos prever que em areais puros, baixos, sem pedra, a segunda e a quinta hora serão os momentos certos, mas em pesqueiros baixos, mas com rocha alta ou irregular, com obstáculos protectores da corrente, esses períodos podem ser outros, nomeadamente e 3ª , 4ª e a 5ª hora. Se pescamos ao largo, temos a considerar que o peixe terá o seu pico de actividade nos momentos em que pode tirar vantagem da sua mais fácil capacidade de deslocação rápida relativamente aos seus alvos. A corrente limita de movimentos os mais pequenos, mais leves. A caça é feita através de ataques relâmpago, leia-se

caça de emboscada utilizando a cobertura rochosa ou plantas que possam existir. Isso situa-nos num período entre a 3ª hora e a 5ª hora, e, já por mudança de estratégia, a 6ª hora de enchente, agora numa perspectiva de caça em movimento. Coincide com as três últimas horas de maré de que tanto vos falo, e onde sinto que a actividade do peixe que pesco aumenta exponencialmente. Bate certo... Nada garante que alguém pesca de certeza, isso em pesca não existe. Até porque existem inúmeros factores que também contam, uma baixa de pressão atmosférica, um vento que muda, temperatura fria das águas, a nossa incapacidade técnica, a falta de equipamento adequado, etc, mas ainda assim, podemos ter uma ideia geral de como fazer e quando fazer. Cada um de nós deve

anotar num bloco as condições em que conseguiu ter sucesso, ou o inverso. Os fracassos ensinam-nos mesmo muito! Ao fim de centenas de anotações, poderão passar a ter um “livro” que vos dá um filme mais ou menos fidedigno daquilo que irá passar-se. E conseguem prever. Nunca esqueçam que as condições de mar mudam a cada minuto e que há um momento em que ainda não está bom, a seguir já está bom e daí a algum tempo … já deixou de estar bom. Nada é eterno, e sobretudo em termos de pesca, temos de ser capazes de executar bem quando o momento chega. Nada de falhas, nada de erros técnicos, …concentração absoluta. Boas pescas! Espero que tenham gostado destes dois artigos.

Todos os obstáculos são passíveis de serem utilizados como pontos de emboscada. Por detrás desta pedra, imóvel, pode estar um robalo à espreita... 30

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Notícias do Mar

Voo do Guarda-rios

A Idade Não Conta para os Amigos do Tejo

A

Vila de Alhandra foi sempre famosa pela sua gloriosa história e pela grande afetividade ao Tejo, o Rio que lhe deu a vida, e gra-

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ças à criatividade dos que lá nasceram, deu origem a um conjunto interessante de bravatas e algumas iniciativas bem sucedidas, como o saudoso corso do

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Carnaval e o glorioso Cruzeiro do Tejo, para além de outras iniciativas quer desportivas quer intelectuais e associativas, com destaque para a Vela, a

Natação e a Música, mas entretanto essas valências foram desaparecendo até hoje, e Alhandra acabou por entrar num marasmo e entrar em declínio quer desportivo quer intelectual, exceto a Soc. Euterpe Alhandrense. Mas vamos ao que mais interessa, e como estamos em crer que os nossos caros leitores, que acompanham os nossos artigos de opinião e informação atualizada, no Notícias do Mar, devem estar interessados que partilhemos com eles o Diário de Bordo de uma daquelas singraduras de observação do estado do Rio, por não poderem deixar de estar preocupados devido à falta de água suficiente que o Tejo anda a ter, apenas, o que só pode


Notícias do Mar

estar a matá-lo…Portanto, no mínimo mensalmente, estes três Amigos do Tejo, desde a sua fundação, como a primeira associação de defesa do ambiente deste nosso maior Rio, residentes em Alhandra, não desistem de continuar a fazer a sua singradura para manterem-se informados, com atualidade, do estado do seu Rio, também dos outros portugueses, porque o seu querido Tejo de Portugal, recearem que devido ao facto dele estar a ter este caudal de água mínimo dos mínimos, pelo facto da nossa vizinha Espanha andar a deixa-la passar para o nosso lado, apenas a conta gotas, quando ele deve por direito ser partilhado equitativamente por ambos os países que atravessa, nas barbas daquela que

foi e continua a ser, criada pela célebre Tróika, de má memória, a chamada APAMBIENTE, que não consegue, a bem da verdade, que este nosso maior Rio, possa manter-se vivo e vivido, por falta de água suficiente, que lhe é devida, por direito. Diário de bordo da singradura do dia 03-08-2023, 5.ª feira Os três Amigos do Tejo, inseparáveis nestas singraduras, o José Manel Valada de Sousa, o Patrão, o João Augusto Pessoa, o Kinito, o Navegador, e o Carlos Salgado, a emitir sugestões e outros palpites com saber, sempre atento à manobra, para orientar o navegador, cidadãos com as idades respetivamente de 85, 78

e 83 anos de idade, desta vez decidiram aventurar-se, simplesmente, para darem o exemplo aos mais novos, que passam os dias sentados no bar da Bóia em Alhandra, a contemplar saudosamente o Tejo, mantendo os respetivos barcos tristonhos e sós na marina. Decidiram arrostar-se a enfrentar uma nortada no Tejo, mais do que desfeita, duplamente, com ventos de rajadas contínuas com 70 Km/h de força, sem nunca deixar de manter-se com a mesma força durante todo o dia, mas como a bendita nave “Oeste” em que navegam, é uma baleeira sem qualquer lastro, não pode deixar de ser uma dançarina de alta escola com apenas estes tripulantes a bordo, que na sua dança, mais do

que clássica, nas mãos do Kinito ao leme, quer de proa às vagas, de um Tejo mais do que raivosamente alterado, quer atravessada, gingando até perto dos 90º, de borda a borda, fez piruetas da mais alta escola, e como ainda teimosamente decidiram, contra a vontade do Patrão, verdade seja dita, de rumar ao Sul, ora, ora, só na travessia de Alhandra rumo à “buraca”, zona do rio junto à margem oposta, conhecida pela sua profundidade significativa,, foi de tirar-se-lhe o chapéu, quer à ida quer no regresso à base. Mas não deixou de servirlhes de lição, porque nunca imaginaram nas suas vidas de marinheiros e velejadores experientes, sentirem-se tão baloiçados e desequilibrados a bordo, persisten-

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Notícias do Mar

temente sem cessar, como aconteceu nesta aventura, mas nunca, graças á sua velha experiência marinheira, chegaram a temer, nem um poucochinho, pelas suas vidas, e ao cabo dessas 8

para 9 horas de luta, e até porque devido à altercação e irregularidade das refregas de vento e das vagas, mesmo num rio, algumas delas atingiam os 2 metros de altura, e ainda para agravar a

situação, o vento com a sua excessiva força de pressão no costado e na cabine da barca, para além de um toldo que só atrapalhou, insistia em contrariar o governo do leme, a todo o momento!

Ao ponto de em certas ocasiões em que tentámos abrigar-nos mais junto às margens dos mouchões, o ferro não conseguiu unhar, e mesmo quando procurámos abrigar-nos em certos sítios mais promissores, não deixámos de continuar a ser incomodados pela forte ondulação. Então, foi mais aconselhável, aguardar pelo início da vazante da maré, ao cabo de 9 horas de luta, na esperança de que o vento amainasse, para empreendermos a travessia até ao porto de abrigo em Alhandra, mas durante todas essas horas, não deixaram de continuar a ter uma luta titânica. Mesmo, uma meia hora antes do previsto, já um pouco incomodados por tanta demora, e até preocupados com as famílias, decidimos então avançar para a travessia a partir da “buraca” até Alhandra, onde acostámos do lado de fora da marina, não deixando de ter dificuldades de sobra para fazer a respetiva amarração, que decorreu obviamente com grandes dificuldades, porque o vento manteve-se fortíssimo. Resumindo e concluindo, foi uma aventura que não prevíamos, que fosse tão longa e até mais imprevista do que esperávamos, mas que lá no fundo, acabou por ser uma grande lição, e até acabou de servir de um verdadeiro teste, à nossa resiliência ao envelhecimento. Até estamos em crer, que uma aventura destas, se fosse com malta mais nova e com menos experiência que nós, bastava apenas um tripulante que entrasse em pânico, para desestabilizar o êxito deste verdadeiro teste! Viva O Tejo! Viva Sempre...! Continua No Próximo Jornal

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Notícias do Mar

Texto Carlos Cupeto (Universidade de Évora)

O Tejo a Pé

Estuário, o Melhor do Tejo

O estuário em Alcochete

O

Tejo a pé esteve em casa, no estuário em Alcochete. A centenária Sociedade Portuguesa de Naturalogia

(SPN) pela mão do seu Presidente, o ilustre e conhecido Miguel Boieiro, organizou a caminhada mensal nas margens do Tejo e o Tejo

a pé juntou-se, mais de 60 pessoas fizeram um excelente passeio. Começámos pelo Pinhal das Areias, junto ao Free-

O grupo sempre muito interessado a ouvir o Miguel falar sobre as muitas plantas halófitas presentes neste meio. Motivados pelo exemplo da Raquel muitos aproveitaram para recolher lixo 36

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port, onde fomos muitos incomodados pelos mosquitos (contingências do estranho clima que estamos a viver) e seguimos para o Sapal das Hortas. Em todo o percurso o Miguel foi partilhando a sua enorme sabedoria sobre as muitas plantas com que nos cruzámos. Tudo isto foi enriquecido com inúmeras histórias e curiosidades de tempos passados, quando a vida local, os recursos e a terra viviam respeitosamente em harmonia. Pelo meio visitámos os felizes burros que garantem a ancestral tradição da Páscoa em Alcochete quando se festeja o Círio dos Marítimos.


Muito mais que uma caminhada foi, como sempre, uma excelente conversa

Trata-se de uma festividade única no País que expressa a devoção da comunidade local à Nossa Senhora da Atalaia. No domingo de Páscoa há um curioso desfile, em que as mulheres percorreram as ruas da vila montadas em burros. E como de tradição e tipicidade Alcochete é um exemplo visitámos uma associação que dá pelo nome Casa da Malta,

que desde maio de 1983 brinda a alma Alcochetense. E assim se viveu mais um excelente Tejo a pé. O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta, desde há 15 anos, uma vez por mês, para passear no campo. Para participar basta enviar um email: cupeto@uevora.pt

Os muito afáveis burros mirandeses

A típica associação Casa da Malta

Na hora certa o habitual almoço de confraternização 2023 Outubro 442

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Fotografia: Célia Grilo

Fotografia: Célia Barroso

Notícias do Mar


Notícias do Mar

Conferência Mundial de Marinas do International Council of Marine Industry

Conclusões do ICOMIA em Vilamoura A Conferência Mundial de Marinas do International Council of Marine Industry (ICOMIA), realizada no Centro de Congressos do Algarve, na Marina de Vilamoura, terminou dia 11 de outubro e está a ser considerada um enorme sucesso.

Embora a tecnologia seja um grande facilitador, não substitui as pessoas

O

rganizado pela Associação Portuguesa de Portos de Recreio (APPR), o evento de três dias contou com a participação de mais de 350 delegados da comunidade internacional do sector náutico e incluiu oradores, reuniões, debates e fóruns relacionados com as melhores práticas no mundo das marinas. Os oradores abordaram te-

mas muito variados, desde a cultura, a economia e o marketing até aos conselhos de interesse comercial específico sobre questões como o financiamento, as comunicações, a regulamentação e a fiscalidade. Nuno Madeira, do Turismo de Portugal, sublinhou o forte crescimento que se tem verificado na indústria do turismo em Portugal, destacando as grandes oportunidades de in-

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vestimento no país, incluindo no sector náutico. A tecnologia disponível para tornar as operações das marinas mais eficientes e, ao mesmo tempo, proporcionar uma melhor experiência ao cliente, foi um dos principais temas abordados. O conceito de Smart Marinas foi amplamente discutido, com a conclusão de que, embora a tecnologia seja um grande facilitador, não substitui as pessoas que proporcionam experiências excecionais aos clientes. A segunda área de foco foi sobre como as inovações em tecnologia e sustentabilidade estão a ajudar a impulsionar o crescimento e a preservar a indústria. A intervenção final da conferência, feita por Richard Bush, reconhecido especialista australiano na área do ambiente e sustentabilidade, apresentou uma visão perspicaz dos desenvolvimentos no Mar Vermelho e, em particular, dos planos ambiciosos da NEOM para construir um ecos-

sistema de marinas do futuro, completamente sustentável e sem qualquer impedimento de infraestruturas ou formas de trabalho já ultrapassadas. Para finalizar, o Presidente do ICOMIA, Darren Vaux, foi incumbido do desafio de resumir os três dias da conferência, condensando 72 apresentações e grupos de discussão, três visitas a marinas e uma envolvente atividade social. As conclusões apontam para a importância da tecnologia, essencial para melhorar a experiência do cliente, bem como da capacidade de adaptação, uma faceta fundamental à medida que avançamos para o futuro. Por fim, a importância da sustentabilidade e dos objetivos sustentáveis. “A perceção sobre as marinas tem de mudar: não basta tentar ser mais sustentável, temos de ser totalmente sustentáveis”, concluiu Darren Vaux. No encerramento, os organizadores da conferência, Isolete Correia, da APPR, e Martinho Fortunato, da Marina de Lagos, agradeceram a presença dos delegados, provenientes de mais de quarenta países de todos os continentes Martinho Fortunato sublinhou a necessidade da mudança rumo à sustentabilidade, afirmando “o oceano é o nosso mundo e está em risco. Vamos contribuir para um melhor oceano”. No final, passaram o testemunho a Veneza, onde se realizará a próxima Conferência Mundial de Marinas, em 2025.


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Electrónica

Notícias Nautel

A Minn Kota Está em Grande!

Os Novos Ultrex, para Águas Interiores A Minn Kota anunciou sua nova gama de produtos de motores de pesca para 2024, e é uma lista impressionante que inclui o novíssimo motor de proa de apoio à pesca, Ultrex.

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marca Minn Kota anunciava os novos produtos e tecnologias normalmente em Outubro para chegar às lojas na primavera seguinte. No entanto, desta vez a MinnKota decidiu que o lançamento da sua nova gama para 2024 era algo suficientemente significativo para romper com a tradição e assim tudo foi revelado na feira i-Cast (Las Vegas) em Julho. A Nautel está já a aceitar encomendas de reserva, aplicando um desconto especial de lançamento. Os novos Ultrex, com e sem escovas A série Ultrex foi totalmente redesenhada passando a ter o aspeto das figuras abaixo. Os comandos i-Pilot e iPilot Link são substituídos

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Electrónica

www.nautel.pt

pelo simples micro-remote. Tem uma sub-gama tradicional com os motores com escovas e as variantes QUEST, sem escovas. Mantêm o seu conceito inovador de pedal tradicional por cabos (mecânico) mais ao gosto dos pescadores exigentes pela sua reatividade mais natural aos movimentos do pé. Pisa-se o pedal Ultrex™ e sente-se o que um potente comando faz com um motor de pesca. Em seguida, o toque no botão Spot-Lock® para permanecer num ponto de pesca automaticamente. Somente o Ultrex combina o pedal por cabo, o mais responsivo e intuitivo de todos os tempos, com o controle automático do barco por GPS. A única coisa que a Minnkota não fez, foi um compromisso... Modelos selecionados agora disponíveis com transdutor incorporado MEGA Side (QUEST) e Down Imaging® Sonar nos motores de escovas. Inclui o micro-remote, o comando total wireless. O design patenteado “Lift-

Assist “da Ultrex reduz o peso de arrear/içar à agua pela metade. Apresenta uma mola de aço inoxidável carregada com gás nitrogênio. “Steering Lock”: Quando se tira o pé do pedal do Ultrex, a cabeça do motor permanece apontada na direção em que estava. Sem recuo ou reajuste, apenas comando mais fácil todos os dias. Fornecidos já com todos os diferentes cabos que permitem interligação com as Humminbird HELIX G4N, Solix G3 e APEX. Nova App OneBoatNetwork comum a todos os motores, e Humminbird. “Spotlock with Jog”: irá mantê-lo no lugar com precisão GPS incomparável. Disponível no sistema GPS pré-instalado, o Spot-Lock dá o poder de ficar em cima de qualquer ponto de pesca produtivo, sem tocar no motor de pesca. Com o sensor de direção incluído, pode-se usar o “Jog” para mover sua localização Spot-Lock até 15m em qualquer direção. Incluídos cabos adaptadores para ligação a Humminbird Helix G4N, Solix G3 e APEX.

Ultrex Variantes QUEST Motores elétricos sem escovas. Novidade Minnkota. Todos os seus outros motores são de escovas. Mais força/potência, Thrust/

binário, operação silenciosa, e mais tempo de operação para a mesma bateria. Adaptam-se automaticamente às alimentações de 24 ou 36VDC, e ajustam os parâmetros de força e biná-

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Electrónica

rio à alimentação detetada. Fornecidos já com todos os diferentes cabos que permitem interligação com as

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Humminbird HELIX G4N, Solix G3 e APEX. O sensor de rumo/GPS está incorporado na cabeça

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do motor (ao contrário dos outros). Pontos chave da diferenciação minnkota séries quest O que torna ainda mais diferentes os motores sem es-

covas da minnkota: Longevidade: menos partes móveis = menos fricção e desgaste = vida mais longa. Eficiência: A energia da bateria é usada de forma mais eficiente = Maior autonomia para a mesma carga da bateria. Até mais 30%. Potência: Os motores QUEST serão os motores Minnkota mais potentes de sempre. A potência é feita de multiplas variantes . Alimentação: Graças à inexistência de escovas, os motores detetarão de imediato qual a alimentação das baterias (12, 24 ou 36) e adaptarse-ão logo a ela, e ajustarão os padrões de desempenho (Binário Motor/Torque), Impulso/Thrust) à variante de alimentação disponível. Impulso/Thrust: Os motores terão um pouco mais de impulso real. (ver abaixo o que é o Thrust). Binário/Torque: Consideravelmente mais torque significa que cortará ervas em navegação a baixas profundidades e com facilidade, e fornecerá manobrabilidade precisa mesmo em condições extremas. Até 50% maior, em 24 V, 30% em 36 V (ver abaixo o que é o torque). Hélice: Novo desenho equilibra melhor todo o tipo de eficiências .Construção : Redesenhada para sustentar os maiores índices de


Electrónica

potência/torque. Silenciosos: Estes motores levam a operação silenciosa a um novo nível. Monitorização da carga da bateria em tempo real: verifica os níveis de bateria mesmo com o motor em uso indicando o tempo de sobra até a carga estar a 20% do seu total. Pedal programável: O utilizador usa um botão no pedal para guardar mais a jeito os seus modos favoritos. Transdutor MEGA Side

Imaging+, incorporado. Não há perdas de rendimento: À medida que a tensão da bateria cai, não haverá perda no desempenho do motor (semelhante à operação com bateria de lítio). Novo sensor de GPS: melhorado para permitir mais tempo na pesca e menos a controlar o barco. Vem com todos os cabos para ligar a qualquer Humminbird (Helix, Solix, APEX). One-Boat Network Ready – só haverá um tipo de comando de mão. Uma App para tudo – A nova One-Boat Network App controla tudo no barco. Conceitos da física também importantes para o entendimento do desempenho destes novos motores : 1. Binário Motor/Torque : é uma medida de força rotacional que faz com que um objeto (hélice) rode sobre um eixo. Kg Força x m

ou (Kg Força x m ou Libras x pés). Os QUEST têm bem mais Torque que os outros. 2. Impulso de força/Thrust : é uma medida de força que causa um objeto (o barco)

deslocar-se numa linha reta. (Kg força ou Libras). 3. Potência: associada à aceleração instantânea: quantidade de “torque” por segundo ( Hp/Cv, Kw).

A medida de Binário Motor começa a ser reconhecida como talvez mais importante do que a de Potência. A Potência e o Torque está diretamente relacionados. Pode ver este vídeo que exemplifica este conceitos: https://www.youtube.com/watch?v=NkIO08dlg_s

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Coimbra

Cientistas a Estudar Energia Limpa a Partir de Microalgas

Microalgas Cientistas da Universidade de Coimbra criam laboratório para estudar geração de energia limpa e sustentável a partir da comunicação entre microalgas.

O

professor Paulo Rocha afirma «Este novo laboratório é uma base para estudos emergentes de bioeletricidade. A instrumentação presente permite medir um conjunto amplo de sinais, desde sinais lentos provenientes dos microrganismos que estamos a tentar recolher para produzir energia, até a sinais de alta frequência como é o caso de algumas células do cérebro humano. Acredito que este espaço será uma mais-valia para a ciência multidisciplinar». Paulo Rocha é professor associado no Departamento de

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Notícias do Mar

Várias amostras de microalgas Ciências da Vida (DCV) e Investigador do Centro de Ecologia Funcional (CFE). «Até ao momento, além do laboratório de investigação, já desenvolvemos um conjunto de sensores que consegue detetar comunicação entre micror-

ganismos, nomeadamente microalgas e bactérias», revela o docente da FCTUC, acrescentando que a sua equipa tem vindo a tentar perceber se estes microrganismos comunicam, porque o fazem e se conseguem encontrar um maior sinal para

Laboratório de Bioeletrónica e Bioenergia a eletrónica, para captá-lo e armazená-lo. «Começámos por estudar algumas espécies de microalgas para perceber o tipo de comunicação que tinham. Aliás, a nossa equipa tem um artigo, recentemente publicado, que

demonstra a existência de comunicação entre estes microrganismos e ainda que o fazem através de canais iónicos - medidos por diversos sensores desenvolvidos pela nossa equipa e colaboradores», refere. «Se conseguirmos arma-

Equipa do projeto Green 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Paulo Rocha, investigador principal do projeto GREEN zenar esses sinais bioelétricos de maneira eficiente, conseguimos ter uma fonte de energia renovável. Essa é a ambição principal do projeto», assegura o cientista. De acordo com Paulo Rocha, a origem destes sinais elétricos ainda está por desvendar, mas há já eviden-

cias de que é uma reação ao stress e até adaptação a determinadas condições. Portanto, pelo menos até 2025, a equipa irá continuar a trabalhar com objetivo de descobrir este fenómeno e, acima de tudo, alcançar uma nova fonte de energia renovável.

Sinais de comunicação detetados

Um laboratório para estudar geração de energia limpa e sustentável a partir da comunicação entre microalgas 46

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Notícias do Mar

Notícias da Marinha

13ª Edição do Exercício REPMUS

A edição de 2023 conta com a participação de várias entidades de 26 países REPMUS é a sigla para Robotic Experimentation Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems, onde são testados veículos não tripulados e outras tecnologias emergentes e disruptivas de duplo uso, civil e militar.

D

ecorreu de dia 11 a dia 22 de setembro o REPMUS 23 que é organizado pela Marinha Portuguesa e tem como co-organizadores a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o NATO Centre for Maritime Research and Experimentation (NATO CMRE) e a NATO Maritime Unmanned Systems Initiative (NATO MUSI). Esta edição conta com a participação de várias entidades de 26 países. Mais de 1400 pessoas, 11 navios, mais de 70 veículos não tripulados e várias outras tecnologias emergentes e disruptivas estiveram em Portugal, num dos maiores exercícios mundiais de inovação e robótica, que decorreu em Tróia e Sesimbra. Antes do seu ínicio o evento foi antecedido pela semana 48

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Notícias do Mar

Montagem e preparação dos drones na semana zero do exercício REPMUS 2023 zero que começou no dia 4 de setembro, com a receção aos participantes do exercício, procedendo-se a integração e intalação dos sistemas que participaram em mais uma edição do Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems (REPMUS). Ínicio do Exercício REPMUS A décima terceira edição deste evento arrancou no dia 11 de setembro, este é um exercício com grande interesse ao nível internacional, uma vez que promove o desenvolvimento de novas tecnologias para emprego militar e de duplo-uso, com particular realce para os sistemas não tripulados, vulgo “drones”, o exercício deste ano tem também uma muito

A integração e intalação dos sistemas que participaram no REPMUS forte componente nacional juntando Academia, Indústria e os Utilizadores finais na Zona Livre Tecnológica “Infante D. Henrique”, em Tróia e na Baía de Setúbal. Fruto deste interesse o

A décima terceira edição arrancou no dia 11 de setembro

exercício REPMUS tem crescido sustentadamente ao longo dos anos sendo que a edição de 2023 conta com a participação de mais de mil e quatrocentas pessoas, entre civis, militares e investigado-

res científicos de entidades nacionais e internacionais, de 26 nações e mais de 40 entidades científicas e tecnológicas. Os participantes, englobando Marinhas, Indústria

Sistemas não tripulados, drones 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Novas tecnologias para emprego militar e de duplo-uso

O exercício REPMUS tem crescido sustentadamente ao longo dos anos

Drone que abrange o domínio marítimo

É um exercício com grande interesse ao nível internacional

e Universidades e Centros de Investigação, vêm de 15 países, sobretudo da NATO, mas também de outros países parceiros. Há ainda 10 países que enviaram observadores para poderem beneficiar da experiência do REPMUS 23. No segundo dia os drones e tecnologias testados abrangem os domínios marítimo, seja em superfície ou em sub-

O evento decorreu em Tróia e na Baía de Setúbal 50

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superficíe, aéreo, terrestre e o espectro eletromagnético, e juntam Indústria, Academia e várias entidades nacionais e internacionais, em Tróia e Sesimbra no maior e mais complexo exercício de veículos não tripulados do mundo. No dia 15 de setembro, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, visitou pela primeira vez o exercício REPMUS, onde todos os dias novos protótipos descolam da pista ou largam para o mar para fazerem parte do vasto programa, que envolve ainda mais de 40 instituições das mais diferentes áreas ligadas à investigação e desenvolvimento, desde empresas até à academia. A coordenação dos vários meios envolvidos em diferentes ambientes promove a interação entre os participantes e fomenta o conhecimento técnico e operacional


Notícias do Mar

Todos os dias novos protótipos descolam da pista ou largam para o mar para fazerem parte do vasto programa do REPMUS23

Drones para operar em superfície ou em subsuperficíe nas possíveis áreas de atuação. Os sistemas marítimos não tripulados testados trazem vantagens a nível operacional, podendo atuar desde a busca e salvamento marítimo, salvamento urbano, vigilância marítima, entre outras. O exercício contou ainda com as visitas de uma comitiva colombiana, liderada pelo Segundo Comandan-

te da Armada, da comissão consultiva da Zona Livre Tecnológica (ZLT) Infante D. Henrique e da Presidente da Comissão Nacional da Proteção de Dados. Dois Vigilantes Especiais No dia 19 de Setembro, no Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), durante o exercício

O exercício junta Indústria, Academia e várias entidades nacionais e internacionais

No segundo dia foram testados os drones e tecnologias nos domínios marítimo

A Misha e o Bobby juntos na mesma missão 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Testes no Arco Noturno

A sala REPMUS durante os testes noturnos As várias equipas dedicadas, e incansáveis que fizeram parte do REPMUS23, trabalharam em conjunto, cada uma enfrentando os seus desafios operacionais e técnicos, mas cooperando para o desenvolvimento das capacidades futuras e para a sua operacionalização. A Equipa REPMUS, no sentido lato, começou depois a preparação para o Distinguished Visitors Day (DVday). O DV-day, em comum com o Exercício Dynamic Messenger, que decorreu no dia 22 de setembro, para os distintos representantes dos vários participantes no exercício.

Sistemas não tripulados foram experimentados durante as primeiras horas do dia REPMUS 23, houve dois vigilantes especiais. A cadela Misha e o robot Bobby compartilham funções de vigilân-

cia no CEOM, constituindo a primeira equipa mista da Marinha, juntando seres de carbono e seres de silício,

A Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras e o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo marcaram presença no último dia do evento 52

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testando as suas capacidades de trabalhar em conjunto no maior exercício dedicado à experimentação robótica e de veículos não-tripulados, a Misha e o Bobby juntos na mesma missão! Testes no Arco Noturno Na madrugada do dia 21 de setembro, as equipas realizaram os seus testes no arco noturno, utilizando os drones no apoio a uma operação anfíbia. Sistemas não tripulados aéreos, de superfície e submarinos foram experimentados durante as primeiras horas do dia.

Conclusão da 13ª Edição do REPMUS Mais uma edição do REPMUS concluída com sucesso. A décima terceira edição do REPMUS terminou no dia 22 de setembro, com inúmeras demonstrações, de drones aéreos, terrestres e marítimos para distintos a exemplo do que tem acontecido todos os dias desde 11 de setembro, quando começou a fase de séries do exercício, em Troia e Sesimbra. Na sexta-feira, as demonstrações ocorreram em simultâneo com o Exercício Dynamic Messenger, da NATO, que se realizou em Portugal e prosseguiu nos dias seguintes. A Ministra da Defesa Nacio-


Notícias do Mar

Os convidados na interação em realidade virtual com os drones

Spot, o cão robot nal, Helena Carreiras, acompanhada pelo Secretário de Estado da Defesa Nacional, Carlos Pires, pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, pelo Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Henrique Gouveia e Melo, entre outras entidades nacionais e internacionais, militares e civis, estiveram presentes no último dia do REPMUS23, tendo tido a oportunidade de ver em ação as diferentes capacidades experimentadas e interagir com alguns dos sistemas que foram apresentados, incluíndo vários drones de vigilância marítima, salvamento marítimo e urbano entre outros, a interação em realidade virtual e ainda esteve também presente o Spot, um cão robot pertencente ao Ministério da Defesa dos Países Baixos, produzido pela Boston Dyna-

mics. O REPMUS envolveu mais de 1400 participantes provenientes de mais de 25 países e englobou Marinhas, Indústria, Universidades e Centros

Os drones da Vodafone mostram o forte investimento da Indústria de Investigação. O exercício REPMUS23 foi, uma vez mais, palco para que o presente teste e se

experimente o futuro. O REPMUS continua a contribuir para que o futuro aconteça hoje.

O REPMUS envolveu mais de 1400 participantes provenientes de mais de 25 países e englobou Marinhas, Indústria, Universidades e Centros de Investigação 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Notícias do Instituto Português do Mar e da Atmosfera

Moluscos Bivalves dos Açores

A 7ª Reunião do Grupo de Cogestão Adaptativa da Amêijoa da Fajã da Caldeira de Santo Cristo decorreu na ilha de S. Jorge na última semana de Agosto de 2023, onde estiveram presentes várias entidades.

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o âmbito do contrato para a “aquisição de serviços para a classificação e monitorização da Lagoa de Santo Cristo (ilha de São Jorge, Açores) em Zona de Produção de Moluscos Bivalves”, celebrado entre o Sistema Nacional de Monitorização de Moluscos Bivalves (SNMB/ IPMA) e a Direção Regional das Pescas da Secretaria Regional do Mar e das Pescas da Região Autónoma dos Açores, a Coordenadora do SNMB e o Chefe de Divisão de Aquicultura da DGRM estiveram na ilha de S. Jorge na última semana de agosto de 2023. Participaram na 7ª Reunião do Grupo de Cogestão Adaptativa da Amêijoa da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, onde estiveram também presentes outras entidades,

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Notícias do Mar

entre as quais Associação de Produção de Amêijoa da Fajã de Santo Cristo, Secretaria e Direção Regional do Mar e Pescas (da Região Autónoma dos Açores, RTP Açores, Município de Calheta, Guarda Nacional Republicana e Inspeção Regional das Pescas. Foi efetuada ainda uma visita à Fajã da Caldeira de

Santo Cristo com o intuito de ministrar uma formação a pescadores de amêijoa-boa sobre os corretos procedimentos de apanha, acondicionamento e transporte das amostras e elaboração do levantamento de margem que será integrado no Relatório do estudo sanitário desta zona de produção.

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Notícias do Mar

Porto Maritime Week

Cruzeiros Vivem Crescimento Com Preocupações Ambientais

Porto de Lisboa, deverá atingir, no final do ano, os 700 mil passageiros O setor dos cruzeiros em Portugal está em franco crescimento e no ano de 2023 devem ser batidos todos os recordes de passageiros movimentados e escalas de navios.

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Falou-se sobre o futuro da atividade e questões ambientais 56

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ara se falar no desenvolvimento e nas preocupações deste setor, entre os dias 25 e 29 de setembro, realizou-se a quarta edição da “Porto Maritime Week”. O Porto de Lisboa, por exemplo, deverá atingir, no final do ano, os 700 mil passageiros (em 2022, este número foi de cerca de 493 mil) e 350 escalas de navios. Segundo Ana Lourenço, da Administração do Porto de Lisboa, «no pós-pandemia, houve uma retoma muito grande da atividade, que se reflete nos números alcançados. 2023 será um ano recorde para Lisboa com números que nunca tinham sido atingidos».


Notícias do Mar

Cruzeiros vivem grande crescimento O quarto dia da Porto Maritime Week foi dedicado aos temas dos cruzeiros e também à formação, captação e retenção de talentos para as carreiras marítimas. No primeiro painel, dedicado aos cruzeiros, falou-se sobre o futuro da atividade e como é que as questões ambientais irão afetar o setor. Recordese que, recentemente, Lisboa e Funchal foram introduzidos no TOP 10 dos portos europeus com maiores níveis de poluição associada a navios de cruzeiro. Esta é uma questão que preocupa o Porto de Lisboa, que realizou um estudo sobre as tendências globais da indústria de cruzeiros e o seu impacto económico nas cidades. Ana Lourenço, da APL, deu a conhecer algumas das medidas que o porto lisboeta tem projetadas, por forma a mitigar as externalidades negativas da atividade, tais como o abastecimento de energia elétrica aos navios no terminal de cruzeiros e nos terminais da zona oriental, a monitorização da qualidade da água e ar, a implementação de um sistema de avaliação e monitorização das emissões, entre outros. Ana Lourenço realçou, ainda, que o porto lisboeta pretende apostar mais no segmento de turnaround, que é aquele que traz mais riqueza à cidade. O estudo realizado pela APL concluiu que cada

passageiro em regime de turnaround - que começa ou termina o seu cruzeiro em Lisboa - está na cidade em média 2,1 dias e gasta 386,5 euros. A associação ambientalista ZERO também esteve presente no painel e mostrou-se “muito preocupada” com os

Problemas com emissões de gases de efeito de estufa e poluição atmosférica efeitos da atividade nas cidades e no meio ambiente. Carolina Silva, representante da associação, ressalvou que «a poluição por enxofre associada aos navios de cruzeiros é uma realidade em cidades como o Funchal e Lisboa, assim como as emissões de gases de

efeito de estufa e poluição atmosférica. Estamos a assistir à acidificação dos oceanos, com impacto direto nos ecossistemas marinhos». Como alternativas, a associação ZERO defende a redução da velocidade dos navios, permitindo maior eficiência energética, e a apos-

Terminal de cruzeiros de Santa Apolónia

Terminal de cruzeiros nos Açores, na ilha do Faial 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Destaque para a formação, captação e retenção de talentos

ta dos armadores e linhas de navegação em combustíveis como o hidrogénio verde. A dirigente ambientalista reconheceu, todavia, que os portos portugueses estão a fazer esforços para mitigar os efeitos nefastos da atividade dos cruzeiros. É o caso do Porto de Leixões que, ape-

sar de o seu novo terminal de cruzeiros estar mais longe da frente urbana de Matosinhos, tem já em curso os preparativos para abastecer os navios de energia elétrica a partir de terra, avançou Marta Sá Lemos, da APDL. Também com o objetivo de reduzir e compensar os impactos dos cruzeiros nas cidades e na natureza, os Açores passarão a cobrir, a partir de 1 de janeiro de 2025, uma taxa de carbono. Mas não só. Maria Sousa Lima, administradora da Portos dos Açores referiu também a aposta nos cruzeiros

de menores dimensões e na “distribuição” das escalas pelos diversos portos da Região para evitar a excessiva concentração de turistas. Falta capacidade para reter talentos nas carreiras marítimas Outro tema em destaque durante o evento foi “A formação, captação e retenção de talentos”, em que estiveram presentes representantes da Escola Náutica Infante D. Henrique, FOR-MAR, APORMAR, IEFP e Grupo

Terminal de cruzeiros no Funchal, ilha da Madeira 58

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ETE. Este tem sido um dos problemas do setor, que se tem debatido com a falta de quadros qualificados e com o interesse dos mais jovens pelas profissões marítimas. Álvaro Sardinha, da APORMAR, entidade que promove o emprego a bordo de navios, salientou que «não há falta de ofertas de emprego neste setor. Por norma, são carreiras muito bem pagas e desafiantes e no setor marítimo há muitas oportunidades, quer seja na marinha mercante, quer seja na atividade de cruzeiros». Também Fernando Cruz Gonçalves, da ENIDH, falou sobre a elevada empregabilidade do setor e da própria Escola Náutica, adiantando que as médias de entrada têm subido consideravelmente nos últimos anos, nomeadamente nos cursos de pilotagem, gestão e logística. Já nos cursos de engenharia, as vagas anuais não têm sido preenchidas. O diretor da Escola Náutica referiu, ainda, que o país tem assistido à perda de jovens qualificados, que optam por emigrar em busca de melhores condições salariais, uma vez que existe uma procura muito grande por quadros marítimos qualificados. A retenção de quadros marítimos é também uma das preocupações do Grupo ETE, que implementou uma academia corporativa e de formação, que tem como objetivo não só procurar talentos, mas também repensar os processos de seleção dos trabalhadores, acolher e integrar os novos profissionais. No entanto, para o grupo português também se torna complicado concorrer com propostas de empresas estrangeiras, principalmente devido à carga fiscal a que as empresas portuguesas são sujeitas, não permitindo oferecer condições salariais semelhantes às companhias de outros países.


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Electrónica

Notícias Nautiradar

Novidades Scanstrut

A Nautiradar apresenta os novos produtos da marca Scanstrut, o carregador sem fios Nano 10W, o carregador rápido Dual USB ROKK Charge PRO Dual e o passa cabos horizontal duplo DS-HD10-BLK.

Scanstrut apresenta carregador sem fios Nano 10W

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Nano 10W é o suporte carregador sem fios para smartphones mais pequeno da Scanstrut. Uma caixa mi-

núscula com muitas funcionalidades! Desenhado para ser instalado onde o espaço é reduzido, o Nano 10W segura

e em simultâneo carrega sem fios o seu telemóvel! O design ultracompacto pode ser instalado e usado em qualquer orientação, desbloqueando novas possibilidades de carregamento. Agora pode manter o seu smartphone ao seu alcance, carregado e pronto a ser utilizado. Perfeito para consolas de embarcações ou de veículos operando no exterior, o Nano 10W foi desenhado para suportar até os telemóveis de maiores dimensões. O Nano 10W possui tecnologia de carga sem fios com certificação Qi, com deteção de objetos estranhos 60

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e “corte de carga” térmico para garantir a segurança e a carga do seu smartphone a bordo. A nova gama de carregadores de 10W são até 60% mais rápidos e foram desenhados para os mais recentes aparelhos e aplicações que consomem energia. O Nano 10W é compatível com todos os telefones de carga sem fios e todos os tamanhos de todas as principais marcas. A carga é ainda possível através de capas ou bolsas não metálicas à prova de água. Para mais informações visite www.nautiradar.pt


Electrónica

Scanstrut apresenta carregador rápido Dual USB ROKK Charge PRO Dual

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ROKK Charge Pro é o derradeiro carregador USB a bordo. Possuindo portas de carga USB-A e USB-C, num design IPX6 à prova de água, este é o único carregador USB-C no mercado que se mantém à prova de água durante o processo de carga. Diga olá ao carregamento rápido! O design único carrega até 36W em sistemas de 12V

e 60W em sistemas de 24V. Isto torna o ROKK Charge PRO Dual ideal para carregar PCs portáteis modernos através da porta USB-C. É ainda duas vezes mais rápido ao carregar tablets de maiores dimensões, desenhado para carregar facilmente um iPad Pro e iPhone em simultâneo. Perfeito para onde o espaço é escasso, o ROKK Charge Pro apresenta um design

elegante e ultracompacto com uma tampa “click-&-lock” que permite ao USB manter-se à prova de água enquanto é utilizado. Fabricado com materiais de elevada qualidade, o ROKK Charge Pro tem proteção IPX6 à prova de água, podendo ser lavado sem problema. Para mais informações visite www.nautiradar.pt

Scanstrut apresenta passa cabos horizontal duplo DS-HD10-BLK

O

novo passa cabos horizontal duplo, o DS-HD10-BLK foi concebido para eliminar o processo moroso de passagem de cabos e de qualidade inferior para luzes de tecto e eletrónica. Este passa cabos ajuda a manter sempre uma instalação 100% à prova de

água, elegante e simples. É perfeito para passar dois cabos do exterior para o interior no tecto das cabines dos barcos. O seu design de baixo perfil oferece a melhor estanqueidade na sua classe. Para mais informações visite www.nautiradar.pt 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Lisboa

Fósseis Recém-Descobertos dos Primeiros Peixes e Vertebrados de Águas Profundas

A descoberta de fósseis extremamente raros, que representam as primeiras evidências de peixes de águas profundas, atrasa a invasão da planície abissal em 80 milhões de anos. Estas descobertas foram publicadas este mês num novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O

paleontólogo Andrea Baucon, líder deste estudo, investigador da Universidade de Génova (Itália) confessa: “Quando encontrei os fósseis pela primeira vez, não conseguia acreditar no que estava a ver”. Foi ele quem descobriu os fósseis de peixes no noroeste dos Apeninos, perto de Piacenza, Modena e Livor-

no, em Itália. A razão para este espanto é a idade remota dos fósseis, que antecedem em milhões de anos qualquer outra evidência de peixes de profundidade. Os fósseis recém-descobertos datam do Cretáceo Inferior (130 milhões de anos). “Os novos fósseis mostram a atividade de peixes num fundo marinho da era dos dinossauros, com milha-

res de metros de profundidade”, acrescenta Andrea Baucon. Os fósseis recém-descobertos são raros e incomuns. Eles compreendem escavações em forma de tigela produzidas por antigos peixes que se alimentavam, bem como a trilha sinuosa formada pela cauda de um peixe nadador. Esses vestígios fósseis não incluem

Os novos fósseis mostram a atividade de peixes num fundo marinho da era dos dinossauros 64

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fósseis corporais, como ossos de peixes, mas registram comportamentos antigos. Como tal, os fósseis dos Apeninos marcam um ponto crítico no espaço e no tempo. É o ponto em que os peixes saíram da plataforma continental e colonizaram um novo ambiente hostil, localizado longe do seu habitat original. Milhares de metros abaixo da superfície do Oceano Tétis – um antigo oceano que existiu entre 250 e 50 milhões de anos, precursor do atual Mar Mediterrâneo -, os primeiros peixes de profundidade enfrentaram condições ambientais extremas em relação às suas origens em águas rasas: escuridão total, temperaturas quase congelantes e enormes pressões. Tais condições extremas exigiram adaptações para a vida no fundo do mar que são inovações evolutivas tão significativas quanto aquelas que permitiram a colonização da terra e do ar, como asas e membros, por exemplo. Os fósseis recém-descobertos representam os primeiros peixes de águas profundas e os primeiros vertebrados de águas profundas. A evolução dos vertebrados (animais com espinha dorsal) foi pontuada por transições de habitats de origens marinhas pouco profundas para ambientes


Notícias do Mar

terrestres, aéreos e de águas profundas. A invasão do mar profundo é a transição de habitat menos compreendida devido ao baixo potencial de fossilização associado ao mar profundo. “Os novos fósseis lançam luz sobre um capítulo obscuro da história da vida na Terra”, comenta Carlos Neto de Carvalho, um dos autores e investigador do Instituto Dom Luiz da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa). Os fósseis dos Apeninos forçam os cientistas a reconsiderar quais fatores podem ter desencadeado a colonização de vertebrados nas profundezas do mar. Os autores propõem que o gatilho foi a entrada sem precedentes de matéria orgânica que ocorreu entre o Jurássico Superior e o Cretáceo Inferior. A disponibilidade de alimentos nas profundezas do mar favoreceu os vermes que vivem no fundo, o que, por sua vez, atraiu peixes que utilizavam comportamentos específicos para expô-los. Neste estudo, os investiga-

Peixe e caranguejo dores recorreram aos mares atuais para compreender o comportamento dos fósseis, estudando o comportamento dos peixes modernos nos seus habitats. Os cientistas exploraram as profundezas do Oceano Pacífico para estudar as quimeras, também conhecidas como tubarões fantasmas, no seu ambiente de vida.

Modelo de um peixe de águas profundas

Os novos fósseis lançam luz sobre um capítulo obscuro da história da vida na Terra 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Os primeiros vertebrados de águas profundas Os novos fósseis são idênticos às estruturas produzidas pelos peixes modernos que se alimentam arranhando o fundo do mar ou expondo as suas presas que vivem no fundo por sucção. Isso lembra o Neoteleostei, o grupo de vertebrados que inclui os modernos peixes-nariz-de-águaviva e os peixes-lagarto.

“Ao contrário da crença comum, os sedimentos do fundo do mar estão repletos de restos fósseis de vida antiga, mas normalmente de pequenos organismos que vivem bem acima da coluna de água como fito ou zooplâncton”, explica Mário Cachão, um dos autores do artigo, profes-

sor do Departamento de Geologia da Ciências ULisboa e investigador no IDL. “No entanto, descobrir e interpretar evidências diretas de atividade orgânica de vertebrados impressas e geologicamente preservadas em tais sedimentos, depois de terem sido deformadas e expostas tectonicamen-

te como a cordilheira dos Apeninos do Norte, situada principalmente durante as épocas geológicas do Mioceno e do Plioceno - isto é, aproximadamente os últimos 20 milhões de anos -, é um achado muito, muito, raro”, acrescenta Mário Cachão. Os fósseis recentemente descobertos podem representar o primeiro grande passo nas origens da moderna biodiversidade de vertebrados de águas profundas. As raízes dos ecossistemas modernos de águas profundas estão nos fósseis dos Apeninos, testemunhando uma transição de habitat fundamental na história dos oceanos. Nossas descobertas de fósseis reavaliam o modo e o ritmo da colonização de vertebrados nas profundezas do mar. Os fósseis recém-descobertos “têm pistas fundamentais sobre o início da evolução dos vertebrados no fundo do mar, tendo implicações profundas tanto para as Ciências da Terra como para as Ciências da Vida”, conclui Andrea Baucon.

Modelo de um peixe de águas profundas 66

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Mergulho

Notícias do Clube Naval de Sesimbra

Taça Internacional Maratona de Fotografia Subaquática

Nuno Gonçalves, 1° lugar - Grande Angular com mergulhador Atletas do CNS Atingem Lugares Cimeiros na Taça Internacional Maratona de Fotografia Subaquática.

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Mergulho

Nuno Gonçalves, 2° lugar - Peixe

A

tletas do Clube Naval de Sesimbra destacaram-se na Taça Internacional de Fotografia Subaquática que se realizou entre 15 e 17 de setembro, na ilha de Rab, na Croácia. Os atletas Nuno Gonçalves e Ana Gomes, alcançaram o 1.° lugar em “grande angular com modelo” e o 2.° lugar em “peixes” na Taça Internacional Maratona de Fotografia Subaquática 2023, A outra dupla do Clube Naval de Sesimbra, Luís Campos e Patrícia Araújo, ficou em 3.° lugar em “macro”, em 5.° lugar em “peixes” e em 7.° em “criativa”. Na classificação geral, Nuno

Luís Campos, Macro - 3º Lugar 2023 Outubro 442

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Pesca Submarina

Luís Campos, Peixe - 5º Lugar Gonçalves e Ana Gomes subiram ao 3.º lugar do pódio e Luís Campos e Patrícia Araújo ficaram em 5.º lugar. As duas equipas do Clube Naval de Sesimbra contribuíram para o 2.° lugar de Portugal, na classificação final desta Taça das Nações. Ana Gomes foi considerada a melhor modelo da prova. As duas equipas de fotografia subaquática do Clube

Naval de Sesimbra foram convidadas pela organização para participarem na sétima edição da Mares Underwater Photo Marathon Cup 2023, juntamente com cerca de 80 atletas de oito países. Apesar de não fazer parte do calendário oficial da Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas, (CMAS), esta é uma competição de reconhecida relevância internacional.

Luís Campos, Criativa - 7º Lugar 70

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Atletas orgulhosos dos resultados obtidos Nuno Gonçalves: “Foi mais uma experiência simplesmente incrível! Com um ambiente particularmente fabuloso e com amigos e companheiros de fotografia subaquática. Eu e a Ana estamos muito contentes com o nosso trabalho e também com os

resultados.” Ana Gomes: “Receber a distinção de melhor modelo foi mais fácil num ambiente tão saudável de competição como este! Em particular na forma como o Nuno e eu temos trabalhado em equipa, na partilha com a equipa do Luís e Patrícia e por último na interação com os restantes participantes. Foi uma excelente experiência!”

Nuno Gonçalves, 12º lugar - Macro


Desportos Aquáticos

Notícias do Clube Naval de Sesimbra

K4 do CNS Campeão Nacional nas Primeiras Pagaiadas

Simão Gomes, Gustavo Castanho, Tiago Garrau e Santiago Macedo, atletas do Clube Naval de Sesimbra, conquistaram o 1.º lugar em K4 Infantil Masculino, tornando-se campeões nacionais na Final Nacional das Primeiras Pagaiadas, que se realizou a 17 e 18 de setembro, em Vila de Prado.

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lara Gonçalves alcançou o 2.º lugar em K1 Iniciado Feminino B. Simão Gomes atingiu o 2.º lugar e Tiago Garrau o 3.º em K1 Infantil Masculino A, enquanto Gustavo Castanho conquistou o 2.º lu-

gar na prova de K1 Infantil B Masculino. Em K2 Infantil Masculino, Gustavo Castanho e Simão Gomes alcançaram o 2.º lugar. O Clube Naval de Sesimbra terminou a prova, organizada

pela Federação Portuguesa de Canoagem, no 11.º lugar. Testemunhos dos atletas Clara Gonçalves: “Sinto-me

feliz! Treinei para ganhar esta medalha e vou continuar para ganhar mais. É assim que a vida funciona, não se ganha nada de graça.” Simão Gomes em relação ao K1: “Foi fixe! Mas o que ficou em 1.° era muito forte.” Tiago Garrau em relação ao K1: “Todo o trabalho árduo que tive foi recompensado.” Gustavo Castanho em relação ao K1: “Feliz! Pensei que não conseguia, mas esforcei-me e fui ao pódio.” Santiago Macedo em relação ao K4: “Sinto-me bem, mas cansado! Mas estou feliz por termos ficado em 1.° lugar.”

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Desportos Aquáticos

Notícias do Clube Naval de Sesimbra

No Início da Temporada Quatro Atletas do CNS no Pódio

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lara Gonçalves, atleta do Clube Naval de Sesimbra, conquistou o 1.º lugar

em K1 Iniciado Feminino na Final Nacional das Primeiras Pagaiadas da Bacia do Tejo - 8.º Troféu José Maurício,

que se realizou este domingo, dia 10 de setembro, na Ribeira de Santarém – Rio Tejo.

Os atletas do CNS 72

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Em K1 Infantil A Masculino, Simão Gomes ficou em 2.º lugar, Tiago Garrau em 3.º e Santiago Macedo em 7.º. Gustavo Castanho também subiu ao pódio, após


Desportos Aquáticos

Pódio, Clara Gonçalves

Pódio, Gustavo Castanho

Pódio, Simão Gomes e Tiago Garrau ter alcançado o 2.º lugar na prova de K1 Infantil B Masculino. A prova foi organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem.

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Desportos Aquáticos

Campeonato Nacional de Wakeboard

Wakeboard Mostrou a sua Força no Trízio

Organização da Nautique Portugal, sob a égide da Federação Portuguesa de Motonáutica Foi um regresso em força depois de um período de estagnação devido à pandemia da COVID 19. Com um recorde de inscritos, o Campeonato Nacional reuniu no último fim-de-semana no Trízio os melhores valores lusos do Wakeboard, do Wakeskate e - em estreia absoluta - do Wakesurf.

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A grande novidade foi a estreia do Wakesurf 74

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etomar a dinâmica que tinha sido perdida com a pandemia da COVID 19 e mostrar toda a vitalidade de um conjunto de modalidades náuticas que apresentam um elevado grau técnico, foi um objetivo amplamente conseguido. Numa organização da Nautique Portugal, sob a égide da Federação Portuguesa de Motonáutica, o Campeonato Nacional de Wakeboard animou fim-de-semana de 7 e 8 de outubro a Barragem de Castelo de Bode, colocando todas as atenções na praia fluvial do Trízio. O primeiro sinal positivo veio desde logo com um recorde de inscritos nos vários


Desportos Aquáticos

Alice Faustino escalões, ao todo 64 atletas que mostraram toda a dinâmica e espectáculo do Wakeboard, Wakeskate e – pela primeira vez – do Wakesurf. A competição seguiu os regulamentos da IWWF (International Waterski & Wakeboard Federation) e consagrou os campeões nacionais dos vários escalões. Houve espaço para todos, a começar por aqueles que estão ainda a dar os primeiros passos (Promoção), passando pelos atletas mais competitivos (Open), sem esquecer as camadas jovens e os veteranos (Masters). O Diretor de Prova, Vasco Trindade, mostrou-se satisfeito no final dos dois dias de competição ”o balanço é altamente positivo e conseguimos aqui mostrar que as modalidades do Wakeboard, Wakeskate e Wakesurf estão vivas e recomendam-

se. Foi um trabalho árduo mas valeu a pena, permitindo retomar uma atividade que foi bastante afetada pela COVID 19. Estou certo que a partir de agora será sempre a crescer”. Do ponto de vista competitivo, destaque para os títulos

Bernardo Branco conquistados por Alice Faustino e Bernardo Branco, os novos Campeões Nacionais de Wakeboard Open. Com apenas 14 anos, Alice surpreendeu a concorrência: “acabo de chegar do Campeonato do Mundo e acho que esse facto me deu a confiança

e motivação para vencer aqui”. Já para Bernardo Branco, de 28 anos, ”este foi mais um título para somar a tantos outros, mas saio daqui feliz por ver que a modalidade se está a renovar com novos talentos que prometem dar muito a Portugal”.

Wakeboard

Wakeskate

Wakesurf 2023 Outubro 442

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Surf

Campeonato Mundial de SUP

Portugal Despede-se do Mundial com “Experiência e Confiança” para o Europeu

Verónica Silva Portugal despediu-se do Mundial de SUP, em Les Sables D’Olonnes, França, com o 17º lugar da classificação depois da eliminação de Tomás Lacerda nos quartos de final da prova de “Sprint”.

Fotografia: Sean Evans

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O responsável técnico pela Seleção Nacional faz um balanço positivo da participação Portuguesa 76

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omás foi quarto depois de uma situação controversa em que ficou “embrulhado” com o japonês Shuri Araki ao passar uma boia, acabando por serem os dois eliminados. A Seleção ainda apelou a uma interferência por parte do japonês, mas o protesto foi indeferido. “O Tomás arrancou bem, isolado na frente da prova, mas ao contornar a boia, o japonês meteu o bico da prancha e acabaram por colidir, atrasando ambos de forma irremediável. Os juízes ainda analisaram o caso e a competição chegou a parar por alguns momentos, mas consideraram


Surf

Tomás Lacerda

Fotografia: Jersson Barboza

que não houve interferência e o Tomás não passou às meias”, explicou o Selecionador Ricardo Rodrigues. O responsável técnico pela Seleção Nacional faz um balanço positivo da participação neste Mundial de uma equipa muito jovem e em construção: “Este mundial acrescenta experiência e confiança para o Europeu de Peniche. Toda a gente percebeu as falhas e vai ter tempo para

trabalhar esses pormenores, sobretudo as atletas femininas. Com isto, estou confiante num bom Europeu.” A Seleção Nacional é orientada por Ricardo Rodrigues composta por: Tomás Lacerda (Lusurf) João Olim (LCM) Mia Silva (Clube Náutico do Prado) Verónica Silva (Clube Naval do Funchal)

Maria Silva em prova

Tomás Lacerda em prova

Mia Silva 2023 Outubro 442

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Fotografia: Jersson Barboza

João Olim


Surf

Sintra Bodyboard Pro Fest

Vitórias para Sari Ohhara e Dave Hubbard

Sari Ohhara conquistou o título mundial 2023 Decorreu em setembro o Sintra Bodyboard Pro Fest que integrou dois dias da etapa portuguesa do ETB (European Tour of Bodyboard) 2023 e ainda teve uma etapa do Mundial IBC com as vitórias de Sari Ohhara, pelo terceiro ano consecutivo e Dave Hubbard, dez vezes campeão.

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A Praia Grande, em Sintra, foi o palco para o Sintra Bodyboard Pro Fest 78

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ão há duas sem três e Sari Ohhara fez jus ao ditado popular, conquistando o título mundial 2023 ao vencer na Praia Grande pela terceira vez consecutiva o Sintra Pro, prova patrocinada pela Câmara Municipal de Sintra. Depois de bater de forma impressionante a brasileira Maíra Viana (17.00 contra 10.50), a bodyboarder nipónica levou de vencida a 5 vezes campeã mundial Neymara Carvalho numa final muito emotiva para Sari. “Estava com medo do que a Neymara podia fazer na final”, confessou uma emocionada Sari Ohhara, a-


Surf

Dave Hubbard crescentando: “Tenho uma grande afinidade com Portugal, com as suas ondas e com os amigos que fiz aqui ao longo de 16 anos a competir no Sintra Pro e é muito especial vencer aqui, sobretudo porque sabia que não seria fácil vencer a Neymara. Ela é uma referência para todas nós, esteve alguns anos afastada do circuito, mas regressou e esteve na luta pelo título até hoje. Foi uma honra ter esta final com ela.” Sari, que conquistou em Sintra o seu segundo título mundial, depois de ter sido campeã em 2019, deixou no ar a hipótese de uma nova fase da carreira em 2024: “Ainda não sei bem o que vou fazer para o ano. Trouxe mais três atletas japonesas comigo para competir em Sintra e quer concentrarme no papel de embaixadora do desporto no Japão e ajudar mais compatriotas a competir no circuito mundial. Creio que esse será o meu papel no futuro.” O bodyboarder havaiano

Dave Hubbard chegou a Sintra com o seu 10º título mundial da variante Dropknee conquistado o mês passado nas Maldivas e não deixou os seus créditos por mãos alheias, vencendo com naturalidade no Sintra Bodyboard Pro Fest, a etapa portuguesa do Circuito Mundial IBC, apoiada pela Câmara de Sintra, batendo na final David Valladares com um claro 15.00 contra 9.75 do espanhol.

Sari Ohhara Antes disso, Dubb, como é conhecido entre os amantes da modalidade, ultrapassou com aparente facilidade, nas meias-finais, o peruano Ricardo Sotelo (17.00 contra 8.75). No final, o havaiano assumiu que esta vitória em Sintra foi “a cereja no topo” de uma

época memorável: “Vencer hoje foi como colocar a cereja no topo do bolo. Sempre fui feliz em Sintra e não me recordo de um ano em que não tenha estado presente numa final aqui, pelo que foi muito bom voltar a vencer nesta praia.”

Dave Hubbard, venceu com naturalidade o Sintra Bodyboard Pro Fest 2023 Outubro 442

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana

Fotografia tomanephotography

Calor e Alto Nível de Competição no Viana Surf City Festival

A edição 2023 do Viana Surf City Festival (VSCF), integrada nos eventos oficiais de Viana do Castelo Cidade Europeia do Desporto, terminou no passado dia 26 de agosto.

A

etapa final do Shark Series, o XXIV Luso Galaico e o III Surfing Viana d´Agonia formaram a “Triple Crown” de eventos de surfing que iluminaram a capital do surf do Norte com uma calorosa competição, na praia da Arda, em Afife, de 17 a 26 de agosto. Estes seis dias de competição, reuniram cerca de 160 atletas portugueses e galegos. Esta amizade contabiliza mais de 24 anos, com a Federação Galega de Surf como interlocutora. Não obstante a época quente do ano, as ondas mantiveram-se muito consistentes, o que permitiu alto

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Surf

nível de competição durante os três eventos. Proporcionar desafios competitivos masculinos e femininos nas diversas modalidades de surfing − surf, bodyboard e longboard − é uma prioridade para o Surf Clube de Viana (SCV). A formação de base para a vida dos jovens através do desporto, sensibilidade para a inclusão e sustentabilidade ambiental assumem posição de destaque para este clube nortenho. Acresce ainda que toda a organização esteve comprometida com a pegada ecológica neutra. Eliminando totalmente a utilização de plástico e papel e incluindo a disponibilização de uma plataforma digital para acesso exclusivo aos scores e seeding das provas a todos os atletas, treinadores e pais. Em todas as etapas do circuito Shark Series (circuito interno de formação 2023), também foi desenvolvida uma campanha de sensibilização pública sobre o papel e vulnerabilidade dos tubarões nos oceanos, com destaque para as espécies “Tigre”, “Raposa”, “Cabeça-Chata” e “Frade”. Ainda, na esteira da formação e no âmbito do programa Erasmus+, o VSCF foi também palco para experiências práticas de juízes alemães, recém-formados pela Deutscher Wellenreitverband e.V.

(Federação Alemã de Surf), sob a coordenação do SCV. O presidente do SCV João Zamith constatou que “a organização deste festival de surf e duração (seis dias) dos três campeonatos foi muito desafiante, mas possível graças à notável capacidade organizativa da equipa do clube. Estas iniciativas destinam-se a promover o fair-play, a interculturalidade e a competição entre jovens, bem como a proporcionar momentos de confraternização e amizade entre atletas, pais e treinadores”. O SCV congratula todos

os vencedores e agradece a todos os que diariamente contribuem para o sucesso do desporto e do VSCF em particular como referência nacional e internacional. Aos patrocinadores, parceiros, voluntários e amigos do SCV um agradecimento muito especial por possibilitarem o fecho do verão com muita satisfação e mais uma missão cumprida. Vencedores do Viana Surf City Festival 2023 Circuito Shark Serie Manuel Madruga no Surf Formação Masculino, Sofia Gil

no Surf Formação Feminino e Sérgio MacManus no Bodyboard Formação. Luso Galaico Nas categorias Surf Open, Surf Feminino, Bodyboard Open, Longboard Open e Longboard Feminino, em primeiro lugar ficaram respetivamente Sebastian Bamonde, Teresa Pereira, Alfonso Argibay Uceda, Tomás Bogalho e Francisca Califórnia. Surfing Viana d´Agonia No Surf Sub 18 João Maria Pereira, Surf Sub 18 Feminino Ana Lima, Surf Sub 16 Manuel Madruga, Surf Sub 12 Xavier Neves e Surf Sub 10 Levi Hummel.

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Vela

Lusíadas Saúde Porto Sailing

Fotografia Neuza Aires Pereira

Equipa de Mariana Lobato foi a Grande Vencedora

As duas provas disputaram-se no Rio Douro junto as cidades do Porto e de Gaia Porto e Gaia receberam a Lusíadas Saúde Porto Sailing nos dias 9 e 10 de setembro e a equipa da olímpica Mariana Lobato foi a vencedora da maior competição de vela feminina em Portugal.

A

tradicional Regata do Infante levou 45 barcos e cerca de 300 velejadores até ao Rio

Douro. Decorreu num fimde-semana um dos principais eventos de vela a Norte de Portugal, a Lusíadas

Saúde Porto Sailing, que contou com duas provas: a Women on Water - Natixis e a Regata do Infante.

A tripulação vitóriosa do “Team Cocomelon” 82

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Com organização da BBDouro, a Women on Water, patrocinada pela Natixis em Portugal, é a única regata com tripulações exclusivamente femininas em Portugal. O campeonato foi disputado no Rio Douro, junto às margens de Gaia e do Porto.

É a única regata em portugal com


Vela

Estiveram sete tripulações na água, num total de 35 velejadoras, que ao longo de dois dias realizaram 23 regatas. As quatro equipas melhores classificadas disputaram na tarde de domingo a final, com o vencedor a ser encontrado no final da terceira regata. Foram dois dias de regatas intensas, com muita competitividade e aonde a frota demonstrou o seu grande nível, marcando presença algumas das principais velejadoras nacionais, de onde destacam as olímpicas Sara Carmo (presente nos JO de Londres e no Rio de Janeiro) e Mariana Lobato (JO de Londres). A vitória foi da tripulação do “Team Cocomelon”, com a velejadora olímpica Marina Lobato ao leme e, na tripulação, Francisca Barros, Joana Azevedo, Carlota Gala e Maria Sánchez. Em segundo lugar ficou a equipa das “Miúdas on Fire!”, lideradas por Margarida Aguiar, que foram as vencedoras do ano passado, enquanto, a equipa da também olímpica Sara Carmo, as “SaltyBow”, fechou o pódio. Na tradicional Regata do Infante, na classe ANR1 a vitória foi para o “Le Petit Prince” de Pedro Fernandes, na ANR2 o “Ojo Piojo” de Manuel Lopes liderou, enquanto

tripulações exclusivamente femininas

Na Regata do Infante, na classe ANR1 a vitória para o “Le Petit Prince” de Pedro Fernandes Rui Ramada Barros a bordo do “Yess” venceu o ANR3. Entre os Platu, o “Cheers” de Filipe Pedrosa cortou em primeiro e, nos SBoat, o “Jazz” de Bruno Albuquerque terminou na frente. Nesta que também é uma regata inclusiva e acessível a todos, o Barco Lusíadas For All, o primeiro catamaran no mundo desenvolvido em Portugal que permite alargar a prática de vela

a todos, voltou a marcar presença na Regata do Infante, que alberga até quatro cadeiras de rodas convencionais e permite alargar a prática de vela a toda a população. A bordo esteve a associação SIM, Somos Capazes que não só alcançou o primeiro lugar na etapa de volta a Leixões como presenteou todos os participantes com um concerto após a entrega de

prémios. No final do campeonato, a Lusíadas Porto Sailing foi certificada pelo programa Clean Regattas, da associação mundial Sailors For the Sea, que distingue a organização de eventos baseada em materiais sustentáveis, em todas as suas dimensões. A classificação obtida foi “Gold”, cumprindo 17 dos 20 índices de avaliação.

O Barco Lusíadas For All 2023 Outubro 442

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Notícias do Mar

Última

Economia do Mar

Centro de Controlo do Mar com Investimento de 2,5 Milhões

Centro de Controlo do Mar

A

Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, inaugurou o Centro de Controlo do Mar (CMAR), numa cerimónia presidida pelo Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e pela Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, acompanhados do Secretário de Estado de Mar, José Maria Costa, e da Secretária de Estado da Pescas, Teresa Coelho. O CMAR, que representa um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros (1,9 milhões, dos quais provenientes do programa MAR 2020) é um grande centro de controlo que vem robustecer a capacidade nacional ao nível da vigilância e monitorização da navegação e das diferentes atividades da Economia Azul, bem como do apoio à frota de bandeira portuguesa e à supervisão e controlo das

áreas marinhas protegidas. Controlo do tráfego marítimo e acesso aos portos (VTS); Controlo e vigilância da pesca (CCVP); Monitorização das Áreas Marinhas Protegidas; Resposta a situações de crise e apoio à busca e salvamento marítimo, são algumas áreas de atuação do CMAR em articulação com as entidades nacionais e internacionais competentes, em particular com as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores,

Marinha, Força Aérea, GNRUCC, PJ, PSP, AT, Sanidade Marítima, Autoridades Portuárias, EMSA e EFCA. A nova infraestrutura integra, no mesmo espaço, os serviços do Centro de Controlo do Tráfego Marítimo e do Centro de Monitorização das Pescas, permitindo uma otimização de custo de funcionamento, através da partilha das infraestruturas físicas e tecnológicas, e a criação de sinergias entre as equipas de

Cerimónia de inaguração do Centro de Controlo do Mar

operação. O novo Centro fica também preparado para responder e acompanhar as atividades emergentes da Economia Azul, tais como as energias renováveis oceânicas ou os cabos submarinos. O Diretor-Geral da DGRM, José Carlos Simão, salienta que «o CMAR vai permitir uma melhor articulação entre todas entidades envolvidas nas áreas e controlo e vigilância do mar e esta evolução integradora garante uma melhor capacidade de resposta nacional, confirmando a prioridade estratégica que o Governo dá ao domínio da segurança marítima, nas suas diversas dimensões». Este novo Centro materializa os trabalhos em curso da Comissão estabelecida para elaborar uma proposta de linhas estratégicas para a segurança marítima nacional até 2030.

Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Paginação e Redação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Editor de Motonáutica: Gustavo Bahia Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00

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