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médicorepórter O
V
Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos
Atualização
Descoberta
ano 11
Em debate
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nº 106
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2010
Saúde pública
médicorepórter Burocracia ou diagnóstico? ano 11 | nº 106 | 2010 capa medico.indd 1
Por dentro Cirurgiões relatam o uso do sistema robótico em cirurgia geral e em outras especialidades
Diagnóstico ou burocracia? As barreiras que interferem no trabalho médico
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Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos
1816
Invento do estetoscópio por René T.H. Laennec (1781-1826)
1855
2010
Invento do biauricular por Dr. George Cammann (1804-1863)
Estetoscópio eletrônico
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2001
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2010
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Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos ano 11
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2010
Diretora Geral Ana Maria Sodré anasodre@lopso.com.br Diretora Administrativa Carolina dos Santos carolina@lopso.com.br
editorial
E
m constante transformação como qualquer outra instância da vida moderna, a medicina é um universo que não apenas assiste às mudanças que acontecem no setor como, em algum senti-
do, depende da evolução de suas técnicas para oferecer diagnósticos cada vez mais precisos, tratamentos mais eficientes e menos custosos, a fim de contribuir para um ciclo de desenvolvimento contínuo, que implica na otimização da prestação de serviços para a população e na verticalização dos estudos em medicina no Brasil. Estudos como o que foi desenvolvido pela CELLE, que prevê a extração de células-tronco do fluido menstrual e promete renovar as expectativas de pacientes com
Jornalista Responsável Ana Carolina Addario - DRT 509-MS lopso@lopso.com.br Jornalistas Alessandra Soares Ana Carolina Addario lopso@lopso.com.br Revisora Isabel Gonzaga lopso@lopso.com.br
casos de degeneração de determinados grupos do corpo (em fase de pesquisa no Brasil pela Cryopraxis Criobiologia); ou mesmo a implantação do primeiro marca-passo diafragmático no País, que restaura o uso do diafragma de pacientes tetraplégicos, trazendo mais conforto e qualidade de vida, realizada pelo Hospital Sírio-Libanês, são bons exemplos de como a medicina brasileira está disposta a dar grandes passos no sentido da evolução. Entretanto, ao passo que transformações como essas delineiam um cenário positivo para a medicina brasileira, impasses praticamente invisíveis para os olhos leigos começam a ganhar cada vez mais forma e presença no exercício médico, enfraquecendo setores indispensáveis para o bem-estar da sociedade, e a eterna luta pelo desenvolvimento médico no país. Nesta edição, a revista Médico Repórter traz uma reportagem de capa que conta a história de um dos maiores vilões do exercício médico no Brasil: a burocracia. Seja sob o signo da
Criação e Diagramação Alexandre Figueira de Almeida alexandre@lopso.com.br Comercial Ana Maria Sodré comercial@lopso.com.br As matérias assinadas não refletem a opinião da Médico repórter. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000, a revista Médico repórter não se responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. É proibida a reprodução parcial ou total da Médico repórter sem a devida autorização do Grupo Lopso de Comunicação. Médico repórter é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888
www.medicoreporter.com.br
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omissão das agências reguladoras em orientar as relações entre o médico, os planos de saúde e seus prestadores de serviço, seja pela falta de incentivo governamental à continuidade da educação médica no País, profissionais em todo o Brasil revelam insatisfação por serem afetados pela ação da burocracia, o que representa um perigo iminente para a população que necessita de assistência médica. O lado positivo dessa história é que sociedades de especialidades das mais variadas, como a ginecologia, obstetrícia e ortopedia, já começam a se movimentar no sentido de alertar tanto a comunidade médica quanto a população geral dos males que esse vilão invisível pode causar. Nesta edição, você confere dados sobre a relação delicada entre médicos e planos de saúde, e conhece também as campanhas que começam a ganhar força no País para combater o estado de fragilidade em que os profissionais médicos se encontram atualmente. A Médico Repórter deste mês traz ainda, em uma matéria especial, os principais pontos do Novo Código de Ética Médica repercutidos por profissionais da área – em se tratando dos vilões invisíveis e das delicadas questões de bioética, o Novo Código lança luz sobre o exercício médico, e engata mais uma marcha em prol do desenvolvimento da medicina no Brasil. E, por fim, você confere nesta que é a nossa 106º edição, a reconfiguração total da revista, que adquiriu outra identidade visual e sai do forno este mês com cara nova, sempre trazendo conteúdo de qualidade sobre as mais diversas especialidades da medicina para que você, médico, se atualize com as últimas novidades do setor. Boa leitura.
Ana Maria Sodré
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Abril/2010
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índice DESTAQUES
POR DENTRO 16 A evolução da cirurgia robótica no Brasil
26 ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA Primeiro medicamento no País para tratamento das crises de angioedema hereditário
08 MATÉRIA DE CAPA: DIAGNÓSTICO OU BUROCRACIA? Especialistas discutem como a burocracia interfere no desenvolvimento da medicina no Brasil
ARTIGO 40 Envelhecimento masculino
SEÇÕES POR DENTRO 14 Driblando a autoimunidade 20 Paralisia: estudo e esperança ENTREVISTA 22 Medicina 5 estrelas 24 EM PAUTA Nova toxina botulínica chega ao mercado brasileiro 30 SAÚDE PÚBLICA Brasil força-tarefa
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32 COMPLIANCE Novas perspectivas
48 ESPECIAL Outros rumos para a medicina moderna
34 EM DEBATE A polêmica do bronzeado
SEM FRONTEIRAS 50 Exposição de médicos sem fronteiras 56 Medicina social
36 DESCOBERTA Fonte da vida ARTIGO 42 Anafilaxia induzida por farinhas contaminadas por ácaros 46 Miomas uterinos podem ser tratados sem necessidade de retirar o útero
58 NA PRATELEIRA Lançamentos em literatura médica 60 PANORAMA Notícias médicas 64 FITOMEDICINA Caralluma fimbriata no controle do apetite
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colaboradores.indd 1
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colaboradores
Dr. Marcelo Chiara Bertolami, diretor científico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, chefe da Liga de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Dr. Mario Peres, médico neurologista, com doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-doutorado pela Thomas Jefferson University, Philadelphia
Dr. Décio Chinzon, assistente doutor da Disciplina de Gastroenterologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Dra. Ceci Mendes Carvalho Lopes, presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)
Dr. Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento, Simulação e Pesquisa do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), diretor da Fundação Interamericana do Coração e presidente do Comitê de Ressuscitação da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
Dr. Mário Santoro Junior, membro da Academia Brasileira de Pediatria, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (gestão 94-96), vice-presidente da Associação LatinoAmericana de Pediatria (gestão 2003-2004)
Dr. Eduardo B. Bertero, fellow pela Universidade de Boston (EUA), mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), médico assistente do Departamento de Urologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
Dr. Prof. Eliasz Engelhardt, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do Setor de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Instituto de Neurologia Deolindo Couto da UFRJ,
Dr. César Eduardo Fernandes, professor livre-docente, chefe da Clínica Ginecológica da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), professor colaborador da Pós-Graduação em
coordenador de pesquisa do Centro para Doença de Alzheimer do Instituto de Psiquiatria da UFRJ
Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Dr. Carlos A. C. Pereira, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, doutor em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), diretor do Serviço de Doenças Respiratórias do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
Dr. Eduardo de Oliveira Duque-Estrada, médico do corpo de saúde da Marinha do Brasil e professor universitário até 2007, MBA em Estratégia Empresarial, presta assessoria à indústria farmacêutica
Dra. Denise Steiner, professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes, em São Paulo
Dr. Marcello D. Bronstein, chefe da Unidade de Neuroendocrinologia da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
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mrmatéria de capa
Diagnóstico ou burocracia? por ANA CAROLINA ADDARIO
Dr. Cláudio Santili é presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT),
Cerceados pelos planos de saúde, pelo descaso das agências reguladoras, e pela falta de incentivo à verticalização da carreira, especialistas discutem como a burocracia interfere no desenvolvimento da medicina no Brasil
e editor associado da Acta Ortopédica Brasileira, membro do Corpo editorial da Revista Brasileira de Ortopedia, membro do conselho consultivo da Rev. Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP)
A
atribuição de salvar vidas e designar soluções para os males que acometem o paciente não é uma tarefa
simples, uma vez que todo tratamento envolve riscos e responsabilidades. A
Dr. Emílio César
maneira como o profissional conduz o
Zilli é diretor e
tratamento é o que determina sua re-
responsável pela área
lação com o paciente e o sucesso das
de ética médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
operações. No entanto, quando fatores externos começam a interferir no ofício, barreiras se constroem na relação
As barreiras burocráticas que interferem no trabalho médico podem estar relacionadas com os planos de saúde, os protocolos de atendimento ou a ausência de regulação federal sobre os procedimentos médicos.
entre médico e paciente e a resolução dos problemas pode levar ainda mais Dr. César Eduardo
conferida em estudo lançado pelo
Fernandes é professor
As barreiras burocráticas que inter-
livre-docente, chefe da
ferem no trabalho médico podem estar
setembro deste ano, que avaliou a
Clínica Ginecológica da
relacionadas com os planos de saúde,
atuação dos planos de saúde sob o
os protocolos de atendimento ou a
ponto de vista de quem mais tem a
ausência de regulação federal sobre
reclamar deles: os médicos. De acordo
os procedimentos médicos. Qualquer
com o levantamento, em uma escala
que seja a razão, profissionais em todo
de 0 a 10, o médico paulista atribui
o País sofrem com os trâmites buro-
nota de 4,7 para os planos ou segu-
Mastologia da Faculdade
cráticos que perpassam a medicina, e
ros de saúde no Brasil. Considerando
de Medicina de Botucatu
correm cada vez mais riscos de perder
apenas os planos com os quais tem ou
o tão precioso tempo de atenção a
teve algum relacionamento nos últimos
seus pacientes.
cinco anos, a avaliação é similar à mé-
Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), professor colaborador da Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e
– Universidade Estadual Paulista (UNESP)
8
tempo do que o previsto.
Prova desse fenômeno pode ser
|
Instituto de Pesquisas Datafolha em
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dia atribuída aos planos de modo geral: nota média de 5,1 em escala de 0 a 10. Foram realizadas 403 entrevistas finais no Estado de São Paulo, sendo 200 na
diagnósticos e terapêuticos mediante
capital e 203 no interior, para compor
designação de auditores, restrições a
o cenário da insatisfação dos médicos
doenças preexistentes, tempo de inter-
em relação à interferência dos planos
nação de pacientes, prescrição de me-
ou seguros de saúde em seu trabalho.
dicamentos de alto custo e, por fim, no
Esses dados, que refletem a insa-
Quando o assunto é a insatisfação
período de internação pré-operatório.
tisfação em que vivem os médicos do
dos profissionais em relação a essas
Perguntados sobre qual plano ou
Estado de São Paulo que responderam
empresas, 9 em cada 10 médicos de-
seguro de saúde mais apresenta pro-
ao levantamento, são apenas uma
claram que há interferência dos planos
cedimentos burocráticos, 3 em cada 10
amostra do que milhares de profis-
ou seguros de saúde na sua autonomia
médicos paulistas declaram que todos
sionais em todo o Brasil sofrem em
técnica para o exercício da medicina.
são igualmente excessivos nesse que-
função das dificuldades geradas pela
Para cerca de 3 em cada 10 médicos,
sito. E, por fim, perguntou-se aos 403
ação burocrática dos planos de saúde,
glosar procedimentos ou medidas
entrevistados qual era o pior plano de
que acabam cerceando seu trabalho e
terapêuticas é o tipo de interferência
saúde do Brasil, chegando a um empa-
coibindo a prestação de um serviço de
que mais afeta a autonomia médica,
te entre as marcas Medial, Intermédica,
qualidade. Prova disso é o número de
seguido pela restrição no número
Amil e Cassi, com cerca de 10% dos
campanhas e levantes realizados de
de exames ou procedimentos, atos
votos para cada.
ponta a ponta do País. mr106
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Conscientização médica Em julho deste ano, o instituto de
Desse mesmo contingente, 37% já
pesquisa IBOPE realizou sob encomen-
dimentos ambulatoriais recusados,
da da Sociedade Brasileira de Ortopedia
25% receberam negativas de material
e Traumatologia (SBOT) estudo que ava-
cirúrgico, 12% tiveram negativas para
liou a interferência dos planos de saúde
solicitação de próteses, 9% afirmam
no exercício médico, do ponto de vista
que tiveram implantes recusados e
dos profissionais da especialidade. De
8% registram negativas de tratamento
acordo com o estudo, que entrevistou
alternativo, além de 7% que revelam
400 ortopedistas e traumatologistas de
negativas nos pedidos de internação
todos os Estados brasileiros, dos 91%
clínica.
dos médicos que atendem por meio de
passamos por dificuldades diversas vezes tendo que provar a necessidade de determinada operação
tiveram pedidos de exames e proce-
“Os dados do estudo dizem respeito
que é a ortopedia. Com base nisso, passamos por dificuldades diversas
planos de saúde, segundo o IBOPE, 55%
a uma área da medicina bastante de-
vezes tendo que provar a necessidade
já tiveram cirurgias negadas.
pendente de equipamentos e próteses,
de determinada operação, até porque essa dificuldade às vezes é gerada por desconfiança por parte dos planos
Pesquisa ProTeste
de saúde”, conta o Dr. Cláudio Santilli, presidente da SBOT. Outra área bastante prejudicada pela negativa de procedimentos é a cardiologia, principalmente quando se trata de cirurgias dependentes de equipamentos. “A área da cirurgia cardíaca e da arritmia trabalham com marca-passos de ponta, que podem chegar a custar 50 mil reais. Algumas empresas cedem o equipamento, mas outras preferem decidir a concessão na Justiça”, afirma o Dr. Emílio César Zilli, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Análises (nada) técnicas Outro dado importante revelado pelo estudo é que 27% das respostas negativas foram dadas por funcionários dos planos de saúde, e não pelos auditores médicos. O que significa que mais de Pesquisa realizada pela ProTes-
marcar uma consulta médica. Nos
¼ dos vetos sobre diagnósticos é feito
te que avaliou as diferenças e se-
planos individuais o consumidor
sem conhecimento técnico.
melhanças entre planos de saúde
leva, em média, 14 dias para
particulares e coletivos constatou
agendamento de consulta e 6 dias
fossem realizadas com a comprova-
que o consumidor que possui um
para marcar um procedimento
ção do técnico, mas nem sempre isso
plano de saúde coletivo demora
ambulatorial ou exame. Já nos
acontece. No fim, a atitude acaba por
50% mais do que um que tenha
planos coletivos, esse período
quebrar a confiança do paciente no
plano individual para conseguir
sobe para 16 dias para marcar
médico”, revela o Dr. Santilli.
agendar exames ou outro procedi-
consulta e 9 dias para agenda-
mento, e 14,3% mais tempo para
mento de procedimentos.
“Essas negativas se moralizariam se
De acordo com o Dr. Zilli, a recorrência de casos de recusa dos procedimentos médicos por parte dos
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Não há políticas
públicas que incentivem a verticalização da carreira e, no entanto, a cobrança sobre o profissional tende a crescer com os anos de profissão
Campanha publicitária da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP)
planos de saúde acaba provocando um
e paciente. O documento, organizado
trícia e Ginecologia do Estado de São
movimento de judicialização da medi-
pelo Conselho Federal de Medicina com
Paulo (SOGESP), a necessidade de
cina, em que o diagnóstico médico é
a colaboração de diversos médicos e
reciclagem do conhecimento médico
avaliado por instância judicial, ou seja,
entidades da sociedade civil, também
é uma urgência trabalhada atualmente
sem instrução técnica sobre o que
representa uma forma de burocracia no
apenas através da iniciativa de institui-
será discutido. “Felizmente, em 99%
exercício da medicina, mas pode ser o
ções e associações médicas em torno
dos casos, o juiz decide em favor do
primeiro sinal de uma solução para os
de todo o País. “O que aprendi na déca-
paciente”, completa.
entraves burocráticos.
da de 1970, na época, era para sempre,
Dentre as justificativas dos planos
e estava completamente equivocado.
para as rejeições de procedimentos
Impasses educacionais
Os médicos estão mais conscientes da
solicitados, segundo os entrevistados,
A questão da educação foi levantada
necessidade de continuar a educação,
predominam a falta de vagas no hospi-
pelos entrevistados da pesquisa como
e as associações médicas têm promo-
tal, falta de cobertura contratual, prazo
outro aspecto que dificulta o desenvol-
vido eventos de grande qualidade, mas
de carência e alto custo do procedi-
vimento da medicina no Brasil e que
precisamos de mais”, conta.
mento. “Se durante um período contra-
também está relacionado com a buro-
Além da falta de incentivo à verticali-
tual, a direção de um plano de saúde
cracia, pois depende da administração
zação da carreira, outro aspecto negati-
é alterada ou mesmo se a empresa é
pública e de entidades da sociedade.
vo da medicina brasileira é a expansão
vendida para terceiros, nós, médicos
A falta de incentivos à continuidade
do número de escolas de graduação,
associados, corremos o risco de ver
da educação especializada na área
que nem sempre prezam o critério da
nossa cobertura contratual transforma-
de saúde no País é um dos aspectos
qualidade de ensino. “O Brasil só perde
da”, revela o Dr. Santilli.
centrais da discussão. “Não há políticas
para a Índia no número de escolas de
A sexta edição do novo Código de
públicas que incentivem a verticaliza-
medicina”, afirma o Dr. Zilli. E a equação
Ética Médica, lançado em abril deste
ção da carreira e, no entanto, a cobran-
de soma da falta de incentivo à conti-
ano, entra em vigor em um momento
ça sobre o profissional tende a crescer
nuidade da carreira, com a proliferação
em que o setor médico, coibido por
com os anos de profissão”, conta o Dr.
de escolas de medicina sem critérios
autoridades burocráticas, ganha mais
Zilli, da SBC.
de qualidade resulta em profissionais
autonomia tanto em relação às instituições, quanto na interação entre médico
Para o Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obste-
despreparados, e sob a pressão das empresas de saúde. mr106
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O preço por salvar vidas A baixa remuneração paga aos médicos também aparece como agravante para o desenvolvimento da saúde brasileira, que padece sem nenhuma regulamentação relativa aos critérios de pagamento aos profissionais de acordo com sua formação, ou de acordo com o tipo de serviço que eles oferecem à sociedade. “É justo ver profissionais gabaritados, especializados, receberem os mesmos R$ 15 dos planos de saúde, ou os R$ 7 do SUS que um jovem médico recém-formado recebe?”, questiona o Dr. Santilli.
É justo ver profissionais gabaritados, especializados, receberem os mesmos R$ 15,00 dos planos de saúde, ou os R$ 7,00 do SUS que um jovem médico recém formado recebe? Para ele, o papel de orientar esse tipo
com ambulatórios, recursos humanos,
Indignados com os honorários pagos
de decisão deveria ser exercido pelas
materiais, impostos etc. O valor líquido
para a especialidade, e as condições
agências reguladoras, criando critérios
que chega às mãos do médico é de R$
delicadas em que os profissionais se
mais diversos para a atribuição de pre-
4 a R$ 5. Gasta-se muito tempo para a
veem compelidos a trabalhar, a SOGESP
ços dos serviços médicos. “O trabalho
formação na especialidade, é necessá-
deu início a uma campanha de alcance
médico não recebe aumento há mais
rio remunerar com justiça”, afirma o Dr.
nacional a fim de mobilizar o maior
de 20 anos e, além disso, ainda temos
César Eduardo Fernandes, presidente
número de adeptos para a discussão
que ver todas essas instâncias cerce-
da SOGESP.
sobre o preço pago por salvar vidas.
ando as decisões médicas”, completa. Dentre os especialistas em ginecolo-
De acordo com o Dr. César, reféns
“O planejamento começou com uma
dos planos de saúde, uma vez que 45%
campanha de mídia, levando essas
gia e obstetrícia, o embate por hono-
dos pacientes do País utilizam saúde
informações ao público, passando por
rários mais justos ganhou campanhas
suplementar, os profissionais se veem
um momento de conscientização dos
que circulam em todo o País, dissemi-
na obrigação de agir diante dos valores
colegas médicos e, por fim, a discussão
nando as condições drásticas em que
injustos destinados à especialidade.
é levada para uma banca de negocia-
vivem para não abandonar o ofício em
Prova de que a insatisfação já atinge
ção com profissionais legais, economis-
função da baixa remuneração. “Atu-
mesmo os profissionais mais jovens é a
tas, técnicos em honorários médicos,
almente, os planos de saúde pagam
baixa incidência de estudantes procu-
representantes da especialidade, e os
honorários de R$ 25 por consulta, valor
rando a especialização em ginecologia
planos de saúde que quiserem compa-
que deve ser dividido entre gastos
e obstetrícia.
recer”, revela o Dr. César.
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mrpor dentro
Driblando a
autoimunidade por ANA CAROLINA ADDARIO
Alternativa aos tratamentos de combate aos abortos espontâneos, a imunologia da reprodução causa mais polêmica do que estudos
Ainda que seja
uma técnica passível de comprovação científica, como estudos realizados em diversos países podem atestar, a maioria dos profissionais prefere seguir outras linhas de tratamento, é natural
D
iversos fatores podem ser
posta na gestação normal é conhecida
responsáveis por dificultar
como resposta imune Th2.
uma gestação, provocando abortos espontâneos.
No entando, em gestantes que apresentam abortamento de repetição ou
Complicações genéticas, endócrinas,
infertilidade, ocorre a resposta imuno-
anatômicas, infecciosas, ou mesmo
lógica conhecida como Th1, que con-
o estilo de vida da futura mãe podem
siste no aumento da ação das células
comprometer definitivamente o feto
NK devido à ausência dos anticorpos
ainda em seus primeiros momentos de
bloqueadores. Isso acontece porque
vida. O que muitas pessoas desconhe-
o organismo feminino não reconhece
cem é que, algumas vezes, a autopro-
as células paternas e, na ausência dos
teção criada por nosso corpo pode
bloqueadores do sistema imunológico,
acentuar a incompatibilidade genética
as células assassinas atacam o código
entre o casal, prejudicando a tentati-
genético paterno, considerado intruso.
va de quem pretende constituir uma família. E o grande vilão da história é o
Imunologia da reprodução
sistema imunológico feminino.
Em 1987, um jovem doutor da Finch
Em uma gravidez normal, o embrião
Dr. José Bento de Souza é ginecologista e obstetra nos Hospitais Albert Einstein e São Luis, especialista em imunologia da reprodução, e dono da clínica Dr. José Bento de Souza em São Paulo
14
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University of Health Sciences/The Chi-
possui informações de origem paterna
cago Medical School, chamado Alan
(50%) e materna (50%), conhecidas
Beer, desenvolveu uma das teorias
como antígenos de superfície (HLA).
que, poucos anos depois, passaria a
Ao reconhecer as informações de
chamar atenção, tanto positiva quan-
origem paterna, a gestante produz
to negativa, entre estudiosos interes-
anticorpos responsáveis por diminuir a
sados na área de reprodução huma-
atividade do seu próprio sistema imu-
na. A imunoterapia com linfócitos,
nológico da gestante, reduzindo assim
baseada na produção de anticorpos
a ação das células assassinas natu-
bloqueadores do sistema imunológi-
rais, natural killer (NK), que destroem
co, pretendia inserir o código gené-
qualquer possível “célula invasora” no
tico presente no sangue do homem
sistema reprodutor feminino. Essa res-
no organismo feminino em doses
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periódicas, a
O plasma do
fim de diminuir
sangue do pai é
a incompatibi-
retirado, de forma
lidade genética
que permanecem
entre os dois,
no composto
estimulando o
apenas as células
desenvolvimento
de estímulo ao
imunológico da
sistema imuno-
mulher, o que acarretaria na neu-
estudos realizados em diversos países
lógico da mãe. O soro resultante nesse
tralização da ação das células NK. O
podem atestar, a maioria dos profis-
processo é dividido em três doses,
resultado: um embrião protegido.
sionais prefere seguir outras linhas
aplicadas em via subcutânea a cada 21
de tratamento, é natural”, afirma o Dr.
dias na paciente com quadro recorren-
trazida pelo Prof. Dr. Ricardo Barini,
José Bento de Souza, um dos menos
te de aborto espontâneo. Três aplica-
coordenador do Serviço de Medici-
de 10 especialistas em imunologia da
ções garantem 85% de probabilidade
na Fetal, Disciplina de Obstetrícia,
reprodução em atividade atualmente
de uma gestação bem-sucedida, e
Departamento de Tocoginecologia da
no Brasil.
cada sessão custa em média 500 reais.
No Brasil, a técnica surgiu em 1993,
Universidade Estadual de Campinas
Clínicas especializadas oferecem
(UNICAMP). Ele também coordena
Sistema de reconhecimento
um tratamento ainda inacessível para
o Ambulatório de Aborto Recorren-
O tratamento consiste na aplicação
a maior parte da população, mas que
te, Divisão de Reprodução Humana,
das células de defesa do sangue pater-
representa uma solução alternativa
Departamento de Tocoginecologia,
no no corpo da mulher, a fim de que, na
e com resultados bastante estimu-
Centro de Atenção Integral à Saúde da
próxima fecundação, seu corpo reco-
lantes para quem pretende driblar os
Mulher (CAISM) da UNICAMP.
nheça as genes presentes no esper-
impasses da autoimunidade. “Algumas
matozoide, reduzindo a ação agressora
mulheres não conseguem proteger o
algumas ressalvas em relação a sua
das células NK. “Realizamos um cross-
embrião contra seu próprio sistema
real viabilidade, a imunologia da repro-
match para avaliar o nível de interação
imunológico. Com o método, tentamos
dução ganha mais espaço no plano das
entre as células paternas e maternas, e
ensinar seu organismo a produzir essa
ideias do que no plano das aplicações.
a capacidade destas de rejeitar 'corpos
defesa, combatendo a ação agressora
estranhos' em seu sistema, como um
a seu futuro bebê”, reforça o Dr. José
embrião”, relata o Dr. José Bento.
Bento.
Quase 30 anos mais tarde, ainda com
“Ainda que seja uma técnica passível de comprovação científica, como
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cirurgia robótica no Brasil A evolução da por ALESSANDRA SOARES
Há apenas dois anos, os robôs chegaram aos centros cirúrgicos brasileiros. Apesar de pouco tempo de aplicação, os resultados positivos, notórios em outros países, já podem ser percebidos também por aqui 16
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Para o paciente,
pequenas incisões significam menos dor, menos sangramento, menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida. Já para o médico, diminui-se a fadiga em cirurgias que podem durar várias horas
Dra. Rosa Maria Neme é graduada em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, tem doutorado em medicina na área de ginecologia pela Universidade de São Paulo
Dr. Oskar Kaufmann é graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina, tem doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, pós-doutorado em endourologia, laparoscopia e cirurgia robótica pela Universidade da Califórnia - Irvine
Dr. Vladimir Schraibman é graduado em medicina pela Universidade Federal
O
tema foi debatido em São
os também paulistanos Hospital Sírio-
Paulo, no fim de agosto, no
Libanês e Hospital Alemão Oswaldo
3rd Annual World Robotic
Cruz. O médico Dr. Vladimir Schraibman,
Symposium Latin Ame-
especialista em cirurgia geral, gastroci-
rica. Durante o congresso, um dos
rurgia e o único orientador de cirurgias
três maiores do segmento no mundo,
robóticas da área de cirurgia geral e do
cirurgiões que usam o sistema robótico
aparelho digestivo do Hospital Albert
em cirurgia geral e em outras especia-
Einstein, também proferiu palestra
lidades, como urologia e ginecologia,
sobre retossigmoidectomia robótica
relataram experiências obtidas em
e abordou as ressecções de intestino
centros de referência do exterior com
grosso por meio da cirurgia robótica,
a tecnologia de ponta nas cirurgias
em casos de diverticulite e endometrio-
minimamente invasivas. Também foram
se, por exemplo.
discutidos os benefícios da robótica,
Uma das constatações mais óbvias
os aspectos éticos do uso da tecnolo-
quando se fala em cirurgias robóticas
gia na medicina e o futuro da cirurgia
é a de que a união da medicina com
robótica no Brasil e no mundo.
os robôs contribui para a qualidade de
Entre as sessões, foram apresen-
vida e para o bem-estar dos pacien-
mestrado e doutorado
tados resultados de procedimentos
tes, uma vez que as cirurgias menos
em ciências médicas pelo
realizados no programa de Cirurgia
invasivas têm recuperação mais rápida
Departamento de Cirurgia
Geral Robótica do Hospital Israelita
e menos complicações pós-operatórias
Albert Einstein, um dos três centros do
que as tradicionais. “A medicina no Bra-
País que já possuem robôs em seus
sil tem mudado a sua face. Hoje, com o
centros cirúrgicos – os outros dois são
avanço tecnológico, é possível realizar
de São Paulo, com
da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina
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um diagnóstico preciso e mais precoce, com evidente benefício para os pacientes. Além disso, essas tecnologias dão mais segurança e o apoio necessário para a tomada de decisões importantes do médico, no tocante à conduta e ao tratamento, seja nos casos de urgência, seja nos casos de doenças crônicas”, pondera o especialista. Desde 2008, houve algumas evoluções nos procedimentos realizados por robôs no Brasil. As incisões em cirurgias robóticas diminuíram – hoje pode ser feita
Médicos brasileiros realizam primeira cirurgia robótica para miastenia Médicos do Hospital Sírio-Libanês são pioneiros na cirurgia robótica de miastenia, doença autoimune que afeta uma em cada 10 mil pessoas e tem como principal sintoma a fraqueza muscular. A cirurgia convencional é indicada para cerca de 80% dos pacientes, mas envolve a abertura do osso esterno para a retirada da glândula timo, com grande exposição da cavidade, muitos pontos e longa estada no hospital. Com a técnica da cirurgia robótica, menos invasiva e de recuperação mais rápida, a equipe dos cirurgiões Rodrigo Sardenberg, Ricardo Abdalla e Riad Younes fez apenas três incisões de cerca de um centímetro cada, pelas quais foi possível a retirada da glândula. O procedimento traz menor sangramento, menos dor pós-operatória e internação de apenas 48 horas. A miastenia afeta mais mulheres jovens, entre 20 e 35 anos. O paciente se trata com medicações até o momento em que a cirurgia pode ser a única solução, já que a ausência de
uma intervenção por um único orifício,
contrações musculares pode levar o paciente até a parar de respirar
com corte de apenas 2,5 cm. Além disso,
sozinho. A retirada do timo anula a progressão da doença, possibili-
os instrumentos estão mais precisos e
tando que alguns pacientes fiquem totalmente livres de remédios.
estão disponíveis imagens Full HD em três dimensões. “Hoje os robôs apresentam uma imagem de altíssima resolução, o que facilita o trabalho do cirurgião”,
por meio desse método, como cirurgias
observa o Dr. Schraibman. Apesar de
afirma o urologista Dr. Oskar Kaufmann,
para retiradas totais ou parciais dos
tantos benefícios, os robôs ainda não
especialista em cirurgia robótica.
rins, assim como ressecções parciais ou
estão disponíveis na rede pública de
totais de bexiga, correções de estreita-
saúde, devido ao alto custo dos equipa-
intervenções robóticas nas áreas de
mentos nos ureteres na sua junção com
mentos. “Com o avanço da tecnologia e
cirurgia geral e do aparelho digestivo,
a pelve renal, conhecidas com estenose
a diminuição dos custos dessa técnica,
cirurgia urológica, cirurgia de cabeça e
de junção uretero-piélica.”
acredito que o procedimento robótico
Atualmente podem ser realizadas
pescoço, cirurgia ginecológica e cirurgia
O Dr. Kaufmann enumera os bene-
estará disponível para a população
cardíaca. Em breve, elas devem estar
fícios das cirurgias robóticas. “Para o
menos favorecida num prazo de dois a
disponíveis também para a ortopedia.
paciente, pequenas incisões significam
cinco anos”, estima o especialista. Os
As cirurgias robóticas são indicadas
menos dor, menos sangramento, menor
robôs usados atualmente no Brasil são
para casos complexos, como hérnia de
trauma cirúrgico e recuperação mais
fabricados nos Estados Unidos, onde
hiato volumosa, tumores do aparelho
rápida. Já para o médico, diminui-se a
são realizados procedimentos robóticos
digestivo, endometriose profunda com
fadiga em cirurgias que podem durar
há uma década. No Hospital Albert Eins-
acometimento do reto e tumores pan-
várias horas. Os cirurgiões podem ficar
tein é usado o sistema Da Vinci, que tem
creáticos. Em ginecologia, a médica Dra.
exaustos durante essas longas cirur-
três ou quatro braços, câmera contro-
Rosa Maria Neme realiza procedimentos
gias e, como resultado, sofrer tremores
lada por pedal e ótica com duas fontes
robóticos também para retirada do úte-
nas mãos. Mesmo as mãos firmes do
de imagem, o que permite ao cirurgião
ro (histerectomia), retirada de miomas
médico mais experiente não podem se
a construção de uma imagem tridimen-
uterinos (miomectomia), retirada de
igualar às do robô cirúrgico, que ignora
sional. Os médicos são treinados em
cistos de ovário, retirada de trompas
os tremores da mão do médico e man-
centros de referência no exterior.
ou plástica das trompas em casos de
tém o braço mecânico estável.”
Para o Dr. Schraibman, a cirurgia
obstrução, bem como em casos de neo-
Nos procedimentos robóticos, que
plasias ginecológicas, como endométrio,
chegam a ser 30% mais caros que os
cirurgias minimamente invasivas. “A
colo de útero e ovários. Em urologia, o
convencionais, a alta costuma ser mais
robótica representa, atualmente, a
Dr. Oskar Kaufmann indica esse tipo de
rápida. “Muitas vezes o custo da cirurgia
excelência das cirurgias minimamen-
intervenção principalmente no trata-
robótica se aproxima do custo final de
te invasivas avançadas dos grandes
mento do câncer de próstata. “Entre-
uma internação com cirurgia convencio-
centros médicos por todo o mundo e o
tanto, diversos procedimentos podem
nal, por reduzir o tempo do paciente na
Brasil está trilhando o mesmo caminho
ser realizados com segurança e eficácia
UTI e o tempo de internação hospitalar”,
e irá se destacar neste cenário.”
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robótica é uma grande tendência em
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Paralisia:
estudo e esperança por DRA. ANA PAULA TEDESCO*
A Academia Americana de Paralisia Cerebral (AACPDM), reunida em Washington, teve mais uma versão de seu evento anual, com mais de 400 participantes, incluindo ortopedistas de renome mundial no cuidado de pacientes com doenças como a paralisia cerebral.
O tema central
deste ano foi 'Conhecimento compartilhado: perspectiva global'
O
programa foi composto por várias palestras, incluindo as que receberam prêmio de distinção,
41 cursos de instrução, 11 breakfasts com experts, e centenas de temas livres, apresentados oralmente ou sob forma de pôsteres. O tema central deste ano foi “Conhecimento compartilhado: perspectiva global”, tendo como destaque a sessão “Perspectiva global em crianças com deficiências e o papel da academia”, que ocorreu através da realização de um painel internacional. Eu fui uma das painelistas e falei sobre a paralisia cerebral no cenário brasileiro. Também foram painelistas profissionais do Iraque, Bangladesh e Vietnã. Interessada em conhecer as carac-
*Dra. Ana Paula Tedesco é especialista em ortopedia e traumatologia pediátrica e do adolescente
terísticas de avaliação e tratamento de pacientes com paralisia cerebral no mundo, a academia planeja, no futuro, tentar formatar uma estratégia de colaboração com centros dedicados a esses pacientes no mundo, envolvendo seus membros. Já com
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essa meta, há alguns anos, a AA-
membro superior decorrente da
CPDM disponibiliza a apresentação
paralisia cerebral foi tema de um dos
de algumas partes do programa de
cursos de instrução. Foram apresen-
seu evento anual, para ser transmi-
tados estudos de meta-análise que
tido sob a forma de teleconferência,
praticamente resumiram o estado
para vários locais da América Latina,
atual dessa modalidade de tratamen-
incluindo o Brasil.
to. Em suma, foram corroboradas as
Tiveram destaque os estudos que
ideias prévias de que os melhores
demonstram as alterações cerebrais
resultados são obtidos quando o
que ocorrem com as intervenções
tratamento é aplicado em crianças
terapêuticas. Os efeitos dos trata-
menores de 5 anos, que tenham boa
mentos, antes demonstrados prin-
capacidade de preensão, bom arco de
cipalmente através dos resultados
movimento articular passivo e bom
clínicos, hoje são também embasa-
controle muscular seletivo.
dos nas mudanças funcionais que
Mereceu destaque ainda a palestra
o cérebro mostra em exames como
da Dra. Joelle Mast, sobre os avanços
a ressonância magnética funcional.
na neurorreabilitação, utilizando a
Alguns trabalhos apresentados fun-
moderna tecnologia, incluindo a robó-
damentaram os resultados positivos
tica. Estudos apresentados versaram
alcançados com a terapia da con-
também sobre as características de
tenção, através da demonstração
equilíbrio e reações antecipatórias as-
da melhora funcional ocorrida em
sociadas ao movimento das crianças
âmbito cerebral. Essa terapia, chama-
com paralisia cerebral.
da constrained induced therapy, vem sendo utilizada há vários anos, com sucesso, como adjuvante na reabilitação do membro superior em pacientes com paralisia cerebral espástica hemiplégica e consiste na restrição do uso do membro superior não acometido, por horas durante o dia, forçando a utilização do membro superior acometido. Nesse mesmo ramo da pesquisa, bons resultados funcionais foram demonstrados com o uso da estimulação elétrica funcional do cérebro. Ambas as modalidades terapêuticas e também o tipo de terapia chamado bimanual em que o uso congregado e simultâneo das mãos (a acometida e a normal) é incentivado, mostraram aumento das áreas funcionais cerebrais, o que pode ser explicado pela capacidade de neuroplasticidade na criança. Os resultados do uso da aplicação de toxina botulínica tipo A no tratamento da espasticidade do
Dra. Ana Paula Tedesco examina paciente
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mrentrevista
Medicina 5 estrelas por ANA CAROLINA ADDARIO
Em entrevista à Médico Repórter, o Dr. Serafim Borges, especialista em medicina e cardiologista titular da seleção brasileira na Copa 2010, conta detalhes de como é cuidar da saúde dos melhores jogadores de futebol do mundo
A evolução do
médico tem que acompanhar a da medicina, não tem por que ser diferente
P
or trás do senso comum de que o único homem no comando de uma seleção de futebol é o técnico, reside
um especialista tão preparado quanto toda a comissão, e tão treinado quanto qualquer jogador do time. E mais: este homem é responsável pelo bemestar e boas condições de qualquer membro de uma comissão de Copa do Mundo, tanto dentro quanto fora do campo. Para entrar em campo, todos os jogadores da seleção brasileira estiveram com o Dr. Serafim Borges, especialista em medicina do exercício e do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME) – e ao sair também. Cardiologista titular da seleção brasileira e com mais de
Dr. Serafim Borges é especialista em medicina do exercício e do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME)
30 anos de experiência no ramo da medicina do esporte, o Dr. Serafim conta para a Médico Repórter sobre as dificuldades de sua área de atuação, e em que pé andam os tratamentos para os melhores jogadores de futebol do mundo
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Trinta anos de atuação como médico de futebol é um tempo de
Em quais outros anos o senhor atuou na equipe, e em que posição?
experiência bastante vasto. Como
Estive sempre como médico do
começa a trajetória de um jovem
esporte, em 2002 no Japão, 2006 na
médico que quer cuidar da saúde do
Alemanha e 2010 na África do Sul.
time do seu coração? Diria que a trajetória foi muito dura,
Em termos de estrutura, a dele-
A pressão sobre o atleta é muito
pois à época de meu início, era difícil
gação brasileira teve o apoio de
grande e o desgaste emocional o
a afirmação de um cardiologista num
quantos médicos e especialistas
atrapalha bastante, temos dado sempre
meio onde se pensava que medicina
nesta Copa?
atenção a este fato.
do esporte era apenas traumato-orto-
A equipe é enxuta: tivemos dois
pedia. Praticamente sozinho no meio
médicos, um ortopedista e um cardiolo-
por ver a área de modo diferente, tive
gista, além de dois fisioterapeutas e um
muitas dificuldades por ter que provar
massagista.
E em uma Copa mundial, como se desenvolve esse quadro? Esse quadro desenvolve-se principalmente naqueles que sentem o peso da
a importância de minha especialidade, A preparação física no futebol
grande responsabilidade e acabam por
esporte, que de imediato fui cursar e
exige muito do corpo do atleta, e
ter uma péssima performance durante
me aprofundei nesta complexa área da
são recorrentes notícias de joga-
a competição, fato que deve ser avalia-
medicina.
dores lesionados em função do
do pelo treinador, com vistas a poupar
desgaste que o corpo sofre na
o atleta das críticas que surgem com
rotina exaustiva de treinos e jogos.
grande força, principalmente pela mídia
dicina já trabalhava com alguma
Como esse aspecto é previamen-
escrita e falada.
eficiência no tratamento de atletas
te trabalhado quando se trata de
de futebol. Trinta anos depois, o que
uma Copa mundial? Que tipo de
mudou e como mudou?
acompanhamento médico é feito
avanços na atuação médica da dele-
cardiologia, e a seguir a da medicina do
No início de sua carreira, a me-
Em que sentido podemos apontar
Não era eficiente, pois como disse
junto com os preparadores físicos
gação brasileira na Copa? Evoluímos
na pergunta anterior, só se olhava para
para prevenir possíveis problemas
em termos de equipamentos, pre-
o tratamento do trauma, deixando-se
durante campeonatos com essa
paração e assistência? Se sim, quais
de lado a complexidade do atleta, que
dimensão?
aspectos merecem destaque?
é estudada pela medicina do esporte,
O desgaste do atleta é medido no dia
A evolução do médico tem que
havia grande resistência por parte dos
a dia, fazemos uma hidratação adequa-
acompanhar a da medicina, não tem
traumatologistas. Hoje muita coisa mu-
da e acompanhamento de sua fosfo-
por que ser diferente.
dou, pois o crescimento da nossa espe-
creatinoquinase, enzima que revela a
cialidade fez com que o atleta seja visto
dimensão de seu desgaste muscular.
de modo holístico, não só pelo médico,
Obviamente, também fazemos o mo-
equação, ou seja, não apenas a
mas por uma equipe interdisciplinar.
nitoramento de seu estado emocional
medicina melhorando a atuação do
evitando-se sempre o supertreinamen-
futebol, como o esporte auxiliou no
to ou o treino ineficiente.
desenvolvimento e descobertas para
Como surgiu o convite para ser o
melhor desempenho da medicina?
médico titular da seleção brasileira na Copa da África do Sul? Na realidade não foi um convite para
Pensando no sentido oposto da
Em um campeonato interno, a pressão pelo desempenho dos
Que aspectos são esses? A medicina do esporte e exercício
a África do Sul, já faço parte da Comis-
jogadores pode afetar diretamente o
trouxe muitos benefícios ao atleta,
são Técnica da Seleção Brasileira desde
sistema nervoso destes, bem como
além de também funcionar como uma
2001, tendo iniciado nas categorias de
desencadear uma série de proble-
bela ferramenta na promoção da saúde
base, no ano de 1984.
mas à sua saúde. Em sua trajetória
da sociedade como um todo, com os
no Flamengo e em outros times,
programas de treinamento e com orien-
que tipo de problema foi recorrente
tações àqueles que já são portadores
nessas situações?
de doenças crônicas.
A passagem pela delegação na África do Sul foi sua terceira Copa.
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mrem pauta
Nova toxina botulínica
chega ao mercado brasileiro por ALESSANDRA SOARES
No último ano, o mercado brasileiro de procedimentos estéticos movimentou aproximadamente R$ 200 milhões e foram importadas 270 mil unidades de toxina botulínica tipo A
Por não ter
complexos proteicos, os riscos de formação de anticorpos neutralizantes são mínimos.
Daniel Vasconcelos Regazzini é formado pela Universidade Estadual
Na estética, o medicamento pode
gar no número de cirurgias
ser aplicado com bons resultados em
e procedimentos estéticos,
diversas áreas, segundo o Dr. Daniel
atrás apenas dos Estados
Vasconcelos Regazzini, cirurgião plásti-
Unidos, de acordo com a Socieda-
co da Clínica Dra. Alessandra Haddad.
de Brasileira de Cirurgia Plástica. O
No terço superior da face (indicação
mercado de procedimentos estéticos
clássica de toxina), é eficaz em rugas
no mundo tem crescido de 8% a 10%
frontais (testa), glabelares (entre as
ao ano, nos três últimos anos. Entre
sobrancelhas), periorbitárias (pés de
2008 e 2009, o mercado brasileiro teve
galinha), infraorbitárias e elevação de
crescimento superior a essa média, de
supercílios. No terço médio e inferior da
15,5%.
face, a toxina botulínica tipo A pode ser
Para entrar nesse cenário, acaba de
utilizada em rugas nas regiões do nariz,
chegar ao Brasil a única toxina botulíni-
malar, periorais, mentonianas (queixo),
ca tipo A livre de complexos proteicos.
pescoço e colo, linhas de “marionete”,
Xeomin, do laboratório Merz-Biolab,
para levantamento da ponta nasal e
não precisa de refrigeração para ser
para correção do sorriso gengival.
transportado ou armazenado. Seu
No uso terapêutico, a toxina botulí-
de Campinas (UNICAMP)
efeito não diminui com o uso contínuo
nica tipo A é destinada ao tratamento
com residência em
e os riscos de formação de anticorpos
sintomático do blefarospasmo (espas-
neutralizantes são mínimos. A toxina
mo das pálpebras), torcicolo espasmó-
pode ser usada com finalidade estética,
dico (pescoço torcido), hiper-hidrose
mas também terapêutica. Estão aptos
(suor excessivo) e espasticidade, uma
a trabalhar com ela em consultórios
tensão muscular aumentada e rigidez
dermatologistas, cirurgiões plásticos,
muscular incontrolável dos membros,
neurologistas e fisiatras.
por exemplo, após derrame cerebral,
cirurgia geral na mesma instituição, cirurgião pelo Ministério da Educação, pós-graduação em Cirurgia Plástica pela Universidade Santa Cecília (UNISANTA)
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O
Brasil está em segundo lu-
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trauma ou por paralisia cerebral. “A
8°C por até 24 horas. Todas as outras
toxina botulínica tipo A bloqueia a
toxinas botulínicas tipo A existentes
liberação de acetilcolina nas junções
no mercado possuem os complexos
neuromusculares, causando efeito rela-
proteicos e precisam ser transporta-
xante dos músculos, sendo particular-
das e armazenadas entre 2°C e 8°C,
mente interessante nos casos em que
mesmo antes de serem reconstituídas.
há uma hiperatividade muscular focal”,
Xeomin tem validade de 24 meses no
explica o médico.
Brasil e 48 meses na Europa. Para o Dr.
A toxina botulínica é contraindicada
Regazzini, ainda é preciso melhorar o
para quem tem hipersensibilidade ao
tempo de ação dos produtos existentes
componente, distúrbio generalizado da
no mercado hoje.
atividade muscular e infecção no local da aplicação. É preciso, ainda, atentar para a anatomia muscular do paciente, individualizando caso a caso, e para pacientes que tomem aminoglicosídeos e anticoagulantes. O produto Xeomin, desenvolvido e fabricado na Alemanha pelo laboratório Merz Pharmaceuticals, foi lançado na Europa em 2005, onde corresponde a 4% do mercado de toxina botulínica tipo A, e vem ao Brasil para ser o concorrente direto de Botox. O tempo de duração de uma aplicação varia de três a seis meses, sendo que o efeito não diminui com o uso contínuo, como ocorre com outras toxinas botulínicas presentes no mercado. Por não ter complexos proteicos, os riscos de formação de anticorpos neutralizantes são mínimos. O cirurgião plástico Dr. Daniel Vasconcelos Regazzini afirma que toxinas de menor carga proteica devem ser as escolhidas para os pacientes que desenvolveram resistência à toxina, que pode ser contra a própria toxina ou devida aos complexos proteicos presentes em algumas apresentações. O medicamento foi testado em mais de 70 mil pacientes, tendo sido bem tolerado, com baixa incidência de eventos adversos sérios e nenhum caso de paciente que tenha desenvolvido anticorpos neutralizantes. Não é necessário refrigeração para transporte ou armazenamento. Após a reconstituição, deve ser mantido entre 2°C e mr106
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mratualização terapêutica
Primeiro medicamento no País para tratamento das
crises de angioedema hereditário por ALESSANDRA SOARES
Muito confundidas com manifestações de alergia, as crises de angioedema hereditário (AEH) acabam de ganhar uma solução que as atenua. O primeiro medicamento específico para tratamento dos episódios agudos da doença acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o mercado brasileiro. Trata-se do Firazyr (icatibanto), fabricado na Alemanha e distribuído no Brasil pela companhia biofarmacêutica Shire
A
s crises do AEH, que causa
diferentes. Em geral, as lesões não são
inchaço em várias partes
pruriginosas e não há resposta clínica
do corpo, podem levar o
ao tratamento com anti-histamínicos.
paciente à morte por asfixia
A reação alérgica é decorrente de uma
provocada por edema de glote. Pela
reação de hipersensibilidade mediada
confusão com a alergia e por ser uma
pela imunoglobulina E."
doença rara, há dificuldades em se
Dra. Anete Grumach é imunologista da Faculdade de Medicina do ABC
26
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Já o angioedema hereditário, confor-
fazer o diagnóstico e, por consequên-
me explica a médica, é uma doença
cia, o tratamento corretos. A Dra. Anete
geneticamente determinada com defei-
Grumach, imunologista da Faculdade
to quantitativo ou funcional – ausência
de Medicina do ABC, ressalta que algu-
ou deficiência – de uma proteína, o
mas características clínicas diferenciam
inibidor de C1-esterase. "Essa proteína
esse edema dos quadros alérgicos.
atua no controle do sistema comple-
"Em primeiro lugar, o edema não é
mento, sistema calicreína-bradicinina,
acompanhado de quadro de urticá-
coagulação e fibrinólise. Na deficiência
ria; os fatores desencadeantes são
dessa proteína há ativação intensa
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de dor abdominal são responsáveis por cirurgias desnecessárias, pois pode ocorrer um diagnóstico incorreto de abdômen agudo", observa a imunologista. As crises são desencadeadas por situações de estresse, infecções, traumas, como tratamento dentário e, em muitos casos, não têm causa conhecida. Em geral não são acompanhadas de urticária, mas podem ocorrer lesões serpiginosas na pele. Em média, duram de três a cinco dias, são autolimitadas, recorrentes, com frequência variável. Como se trata de uma doença genética e com herança autossômica dominante, em geral, há membros da
Em geral, as
lesões não são pruriginosas e não há resposta clínica ao tratamento com anti-histamínicos. A reação alérgica é decorrente de uma reação de hipersensibilidade mediada pela imunoglobulina E
mesma família acometidos – os pais têm 50% de probabilidade de passar para seus filhos os genes defeituosos que causam o AEH. Por isso, a história familiar é muito importante na hora de se investigar a possibilidade de angioedema hereditário. A maioria dos pacientes manifesta a doença na infância, em média aos 11 anos de idade, mas há relatos de aparecimento mais tardio. "Deve-se ter o cuidado de diferenciar dos quadros adquiridos quando ocorrer mais tarde, na vida adulta", alerta a Dra. Anete. Na maioria dos casos, chega-se ao diagnóstico correto com a dosagem da proteína, inibidor de C1-esterase e, em 15% dos casos, com a avaliação
desses sistemas, mais evidente no
funcional dessa proteína. Durante os
sistema calicreína-bradicinina, resultan-
episódios de crise, frequentemente
do na liberação de cininas, causando
o componente C4 do complemento
angioedema." Todos os profissionais
encontra-se reduzido.
poderiam reconhecer o AEH, segundo
Estima-se que a doença possa
a Dra. Anete, mas os médicos alergistas
ocorrer com uma frequência de 1 em
e imunologistas conhecem melhor a
50.000 a 1 em 10.000, sem diferenças
doença.
relatadas entre gêneros ou grupos
Entre as características clínicas do
étnicos. No Brasil, de 4.000 a 20.000
AEH, há edema de subcutânea (pele) –
pessoas apresentam essa doença.
que é desfigurante –, do trato gastroin-
"Reconhecemos aproximadamente 8%
testinal e do sistema respiratório, que
dos pacientes portadores consideran-
pode levar à asfixia. "Essa reação é a
do-se 4.000 doentes, portanto, a grande
mais temida, pois pode levar ao óbito
maioria dos pacientes não recebe tra-
em 25% a 40% dos casos, se o trata-
tamento adequado", observa a médica.
mento não for estabelecido. As crises
O tempo médio para que um paciente mr106
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27
05/10/10 09:10
Junto à classe médica, além da divulgação da trajetória do portador e suas necessidades, é necessário buscar especialistas no atendimento médico em várias regiões do País
tenha o diagnóstico correto costu-
do Firazyr, estão disponíveis também
ma ser de dez a 22 anos.
produtos para a reposição de inibidor
A profilaxia das crises é feita com hormônios masculinos atenuados (andrógenos), dentre os quais o da-
|
Por ser uma doença genética, não há cura para o AEH. Por isso, a Dra. Anete
nazol e oxandrolona, e com inibidores
ressalta a importância do tratamen-
da plasmina, como ácido tranexâmico
to. "Entretanto, há como controlar os
e ácido epsilon aminocaproico. Os
sintomas e evitar o curso fatal, utili-
andrógenos, segundo explica a Dra.
zando-se medicamentos adequados
Anete, aumentam a síntese da proteí-
na profilaxia e nas crises. É importante
na inibidora de C1-esterase, mas pode
que o médico tenha conhecimento da
haver efeitos colaterais, como aumento
doença para que seja pesquisada e
do colesterol, ganho de peso e acne.
diagnosticada. Esta orientação certa-
Os inibidores da plasmina têm eficácia
mente evitará tantas situações viven-
mais limitada.
ciadas por muitas famílias: o óbito dos
"Já as crises têm sido tratadas com
28
de C1-esterase.
familiares por asfixia."
plasma fresco que contém a proteína,
Para trocar experiências sobre a
mas também contém a substância na
doença, um grupo de pacientes criou
qual o inibidor de C1-esterase atua.
a Associação Brasileira de Portadores
Portanto, a eficácia também é limita-
de Angioedema Hereditário (Abranghe),
da", diz a imunologista. Já o Firazyr,
em abril deste ano. Os objetivos são
o icatibanto, que é uma proteína
identificar portadores de AEH e divulgar
sintética, bloqueia a atividade da
a doença à classe médica e ao público
bradicinina – cujas concentrações
em geral. "Com a formação de um gru-
elevadas são o principal respon-
po de portadores podemos conhecer
sável pela sintomatologia das
suas dificuldades, trocar experiências,
crises – e impede o agravamento
difundir informações e esclarecimen-
dos sintomas, como dor, inchaço,
tos. Junto à classe médica, além da
náusea e diarreia. O medicamento
divulgação da trajetória do portador
tem uso subcutâneo e adulto, não
e suas necessidades, é necessário
sendo indicado para autoadmi-
buscar especialistas no atendimento
nistração. "A sua utilização nas
médico em várias regiões do País",
crises reduz a sintomatologia
afirma Raquel Martins, presidente da
assim como o tempo de dura-
associação, que já conta com um ca-
ção." Não devem ser administra-
dastro de portadores, de médicos e de
das mais de oito injeções por
centros de referência para atendimento
mês. Em outros países, além
de pacientes.
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Na família de Raquel, a avó mater-
muitas faltas e afastamentos médicos.
não consideram relatos de episódios
na, a mãe, que morreu aos 26 anos
A programação de uma viagem, por
anteriores e o fator hereditário."
com edema de glote, tios e primos
exemplo, sempre é muito complicada
têm a doença. "A doença não tinha
mesmo com acompanhamento médico
crises, Liz evita praticar atividades e
diagnóstico, mas sabia que tinha a
e medicada. Nunca se pode prever
esportes de alto impacto, usar roupas
mesma enfermidade que minha mãe.
quando acontecerá uma crise aguda.
e acessórios com amarrações ou elás-
Só tive o diagnóstico clínico em 1972,
Tomar um simples sorvete pode ser
ticos apertados ou que provoquem
o laboratorial em 1979 e comecei a
muito arriscado, sofrer qualquer tipo de
atrito sempre no mesmo local da pele
fazer controle em 1982." Antes de
trauma nem pensar e assim a vida diá-
– como etiquetas de roupas e fivelas
saber o que tinha, Raquel passou por
ria é sempre acompanhada de muitos
de cintos –, calçar sapatos que não
muitas dificuldades. "Sofri muito com
cuidados.”
fiquem extremamente confortáveis
dores abdominais incluindo náuseas e
Diferentemente de Raquel, Liz Togni
Para minimizar a possibilidade de
e usar joias ou bijuterias que fiquem
vômitos que não tinham causa precisa
descobriu que tinha AEH por acaso,
“coladas” no corpo. “Meu diagnós-
e me levaram a tratamentos diver-
mais de 30 anos após as primeiras
tico é muito recente, apesar de ter
sos." Ela chegou a passar por duas
manifestações da doença. “Depois de
sintomas há tantos anos. A indicação
cirurgias, para retirada do apêndice e
passar vários anos consultando diver-
médica é para que eu faça uso dos
das amígdalas, com crises agudas de
sas especialidades médicas, fazendo
medicamentos disponíveis para man-
AEH no pós-operatório. "Os inchaços
diversos exames e tentando encontrar
ter as crises sob controle, e no caso
me obrigavam a ficar reclusa pelo
leituras a respeito, minha filha, que é
de crises mais graves, use plasma
constrangimento, pelas dores e muitas
estudante de Farmácia e Bioquímica,
fresco. Mas em todas essas opções há
vezes pela impossibilidade de loco-
ao fazer uma pesquisa pela internet,
efeitos colaterais e riscos. Ainda estou
moção. Quando o AEH não era visível,
para um trabalho de genética, apro-
discutindo com meu médico os prós e
mas as dores intensas obrigavam a ida
veitou para buscar informações sobre
contras dessas opções.”
a um pronto-socorro, era outro cons-
meus sintomas e comparou os resulta-
trangimento pela falta de crédito da
dos encontrados. Vimos que coincidiam
classe médica. O que dizer então da
com as características de AEH, então
chefia ou colegas de trabalho? O senti-
procurei um imunologista para confir-
mento era de fuga para não sofrer os
mar com exames laboratoriais.”
preconceitos", conta.
Antes do diagnóstico correto, Liz
A paciente passou por tratamentos
chegou a ficar várias vezes internada
com anti-histamínicos, corticoides, an-
por conta de crises abdominais. “Pas-
drógenos atenuados e plasma fresco.
sava horas e às vezes dois, três dias
"Como quase todos os medicamen-
internada em hospitais, fazendo todo
tos, há os efeitos colaterais de todos
tipo de exames, que não acusavam
eles, que podem ser atenuados com
problemas." Ela relata, ainda, crises no
acompanhamento médico. Eu, particu-
rosto e na garganta. Além das dores,
larmente, prefiro os efeitos colaterais
houve também impacto em sua vida
às crises se eles puderem controlá-
social e profissional. "Houve momen-
las. Hoje faço uso dos medicamentos
tos em que fui obrigada a faltar ou me
de controle e os de atendimento em
retirar de aulas, reuniões em família,
crises, no caso andrógenos atenuados
eventos, compromissos profissionais.”
e plasma fresco."
A paciente considera frustrantes os
Hoje Raquel, que está na menopausa,
casos em que médicos não conhecem
quando as crises são amenizadas, está
os sintomas e a própria doença. "Não
controlada e continua se cuidando.
foram raras as situações em que o
"Minha vida toda foi sobressaltada por
inchaço da garganta foi diagnosticado
várias crises que me excluíam das ativi-
como amigdalite e as crises abdomi-
dades físicas, de alguns eventos sociais
nais como pancreatite, apendicite e
e da execução do meu trabalho, com
até tumores malignos. Há médicos que mr106
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mrsaúde pública
Brasil
força-tarefa por ANA CAROLINA ADDARIO
Iniciativas espalhadas por todo o País mostram por que somos referência em combate ao tabagismo, com os melhores índices do mundo
Nos tratamentos
de abordagem comportamental, trabalhamos diversos aspectos relacionados à disposição do indivíduo, com acompanhamento psicológico, além de trabalhar a interrupção de um hábito
E
nquanto a maior parte do glo-
namental quanto as iniciativas priva-
bo terrestre sofre com o au-
das) promove.
mento, ainda que pequeno, do consumo de tabaco em suas
populações, o Brasil goza do prestígio
No dia 31 de maio, mobilizações em
de nação referência mundial quando o
todo o mundo marcaram o Dia Mundial
quesito são campanhas e métodos de
Sem Tabaco, e o tom da campanha que
tratamento de combate ao consumo de
roda o planeta pela voz da Organiza-
cigarro. Nos Estados Unidos, por exem-
ção Mundial da Saúde (OMS) tem um
plo, 40% da população é dependente
apelo bastante específico: “Gênero e
da nicotina. Entre os argentinos, 35%
tabaco com uma ênfase no marketing
são fumantes.
para mulheres”. A campanha pretende
De acordo com os dados da última
atingir um dos nichos mais resistentes
pesquisa de Vigilância de Fatores de
à desistência do vício, o das jovens
Risco e Proteção para Doenças Crô-
fumantes.
nicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
Em São Paulo, quem tomou a diantei-
que entrevistou 54 mil adultos, a parce-
ra das ações conscientizadoras no Dia
la de brasileiros adeptos ao consumo
Mundial Sem Tabaco foi a Sociedade
de tabaco é de apenas 15,5%, com
Paulista de Pneumologia e Tisiologia
queda de 0,7 ponto percentual de 2006
(SPPT). Mutirões espalhados pela cida-
a 2009. E, se analisados a longo prazo,
de levaram conhecimento à população
os dados são ainda mais animadores:
sobre como funcionam seus sistemas
em 1989, 33% da população fumava,
respiratórios, explorando os riscos por
Santos é presidente da
segundo a Pesquisa Nacional de Saúde
que nosso corpo passa em consequên-
Comissão de Tabagismo
e Nutrição, realizada pelo IBGE, ou seja,
cia do tabagismo.
da Sociedade Paulista de
em 20 anos, reduzimos nosso hábito de
Dr. Sérgio Ricardo dos
Pneumologia e Tisiologia (SPPT), e membro da Equipe de Capacitadores para Tratamento do Tabagismo da American College of Chest Physicians (ACCP)
30
Frente de combate
|
consumo pela metade. A explicação para uma resposta tão
A Estação Sé do Metrô e o Vão Livre do MASP (dois pontos estratégicos da cidade) receberam especialistas
eficiente está diretamente relaciona-
voluntários que realizaram avaliações
da aos métodos de incentivo que a
da capacidade pulmonar da população
própria sociedade (compreendendo
transeunte, além de alertar para os
neste âmbito tanto a máquina gover-
diversos níveis de agravamento que a
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convivência com fumantes e/ou consumo de nicotina podem provocar.
Já os tratamentos baseados em medicação possuem três grupos de aplica-
impacto da desintoxicação”, explica o Dr. Sérgio.
No Dia Nacional de Combate ao
ção. As técnicas de terapia de reposi-
Fumo, a SPPT realizou mais um muti-
ção de nicotina com gomas, adesivos
soas que utilizaram vareniclina têm
rão de conscientização e combate à
e pastilhas são velhas conhecidas do
sucesso no controle e tratamento do
nicotina. O evento, que aconteceu no
mercado, reforçam a ação das orien-
tabagismo, resultado obtido por 30%
dia 26 de agosto, reuniu voluntários no
tações comportamentais, reduzindo
das que receberam tratamento à base
Conjunto Nacional da Avenida Paulista,
gradativamente o nível de nicotina no
de bupropiona, e 18% das tratadas com
para recolher bitucas de cigarro nas
organismo, além de substituir o hábito
placebo.
ruas da cidade, e distribuiu kits para
do fumo por outro similar. Entretan-
fumantes com material de conscienti-
to, são métodos sem ação direta de
Incentivos externos
zação referente ao prejuízos do vício
controle dos sintomas de uma possível
Mesmo que indiretamente, o gover-
para a saúde dos consumidores.
síndrome de abstinência.
Uma equipe de médicos ficou dispo-
A bupropiona é um antidepressivo
Estudos revelam que 44% das pes-
no vem desempenhando um papel decisivo no combate ao tabagismo. Os
nível durante todo o dia para realizar
largamente utilizado no combate ao ta-
mecanismos regulatórios e as taxas
exames como espirometria, que avalia
bagismo, com altos níveis de eficiência.
sobre a compra do cigarro são alguns
a capacidade respiratória; e testes de
Agindo diretamente no sistema ner-
dos fatores de inibição do consumo,
nível de dependência, podendo resultar
voso, o medicamento provoca ações
uma vez que impactam o usuário não
em leve, moderado e grave.
cerebrais no indivíduo que reduzem os
mais pelo aspecto do cuidado à saúde,
impactos sofridos na tentativa de parar
mas pelo seu poder de compra.
De acordo com o Dr. Sérgio Ricardo Santos, presidente da Comissão
de fumar.
A recente proibição do consumo de cigarro em ambientes fechados tam-
de Tabagismo da SPPT, a orientação diversificada é importante porque cada
Bloqueio total
bém contribuiu para a inibição do uso
pessoa está exposta a níveis distintos
Mas o tratamento com maiores
da substância, embora a população te-
de contaminação do tabaco, por isso a
índices de eficiência entre os mé-
nha passado a sofrer mais com a maior
necessidade de orientação e preven-
todos de combate ao tabagismo é
quantidade de bitucas de cigarros nas
ção específica.
a vareniclina. O medicamento age
ruas da cidade.
diretamente nos receptores coli-
A raiz do problema
nérgicos nicotínicos, eliminando a
Da mesma maneira funcionam os
necessidade do paciente de consumir
programas de tratamento ao tabagis-
a substância. “A vareniclina controla a
mo, espalhados por todo o País. De
síndrome de abstinência, reduzindo o
acordo com o Dr. Sérgio, existem duas abordagens básicas de tratamento, voltadas para a orientação comportamental e medicamentosa, respectivamente. “Nos tratamentos de abordagem comportamental, trabalhamos diversos aspectos relacionados à disposição do indivíduo, com acompanhamento psicológico, além de trabalhar a interrupção de um hábito”, conta. Práticas como beber bastante líquido e mascar balas podem substituir o ato de fumar. “É necessário substituir a sensação de prazer que o tabaco provoca no fumante por outra sensação igualmente prazerosa”, conta o especialista. mr106
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mrcompliance
Novas perspectivas por ANA CAROLINA ADDARIO
Marca-passo implantado pela primeira vez no País devolve as funções do diafragma para pacientes tetraplégicos ou vítimas da doença de Ondine
Maurício, nosso
primeiro paciente, já responde muito bem ao tratamento. Quase 5 meses depois da implantação do marcapasso, ele já consegue ficar 8h por dia sem o uso da ventilação
P
acientes vítimas de tetraple-
e c2, rompendo o elo entre a medula
gia e da doença de Ondine
e o cérebro, acabam por danificar seu
finalmente têm uma nova
centro respiratório.
perspectiva de tratamento,
Sujeito ao tratamento respiratório
que promete devolver-lhes qualidade
baseado na traqueostomia, o paciente
de vida e maiores possibilidades de
perde não apenas a capacidade de
interação social. O que oferece esses
respiração natural, como fica impos-
e outros benefícios para o bem-estar
sibilitado de ações como comer por
do paciente é uma tecnologia denomi-
boca, ou de comunicar-se verbalmente.
nada marca-passo diafragmático, que
“O marca-passo devolve gradualmente
embora já exista no mercado interna-
todos esses aspectos ao paciente”,
cional há 30 anos, foi implantada pela
conta o Dr. Rodrigo Sardenberg, cirur-
primeira vez no Brasil em março deste
gião torácico do Hospital Sírio-Libanês,
ano pela equipe multidisciplinar do
responsável por trazer a tecnologia do
Hospital Sírio-Libanês, composta pelo
marca-passo para o Brasil.
Dr. Rodrigo Sardenberg (cirurgião torá-
O marca-passo é constituído por
cico), Dra. Liliana Secaf (neurologista),
duas partes: a externa, com uma es-
Dr. Riad Younes (cirurgião torácico), Dr.
pécie de rádio transmissor; e a interna,
Mário Augusto Taricco (neurocirurgião)
com eletrodos conectados diretamente
e Dr. Roberto Kalil Filho (cardiologista
ao nervo frênico. O transmissor envia
clínico).
uma série de ondas de rádio para os
Trata-se de um aparelho capaz de
receptores implantados cirurgicamen-
estimular o nervo frênico, responsável
te no tórax. Cada um dos eletrodos
Dr. Rodrigo Sardenberg é
por motivar o diafragma humano a
é ligado a um receptor, fixado aos
doutor pela Faculdade de
realizar os movimentos de inspira-
nervos responsáveis pelo movimento
Medicina da Universidade
ção e expiração, bombeando ar para
do diafragma. Com isso, o marca-paso
dentro e fora do pulmão. Como é do
desencadeia um impulso nervoso, esti-
conhecimento da comunidade médica,
mulando o funcionamento do nervo.
de São Paulo (FMUSP), especialista em Cirurgia Torácica - Associação Médica Brasileira, cirurgião torácico do Hospital Sírio-Libanês
32
|
pacientes vítimas de tetraplegia e da
Após a recuperação da cirurgia, a
doença de Ondine, por terem quadros
respiração artificial é desligada durante
relacionados à fratura das vértebras c1
10 minutos por dia em um condicio-
mr106
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Eletrodos colocados nas laterais do diafragma transmitem impulsos elétricos para o músculo, causando a contração e o natural movimento para cima e para baixo
namento gradativo, para que o marca-
usuário a chance de comer por boca e
pagar 200 mil reais. Mas é um esforço
passo comece a estimular o diafragma,
de conversar – atividades fora de fun-
que, ainda que alto, vale pelo benefício.
fazendo o paciente respirar normal-
cionamento por conta do uso dos apa-
“Estimamos trabalhar com 80% de pa-
mente, sem ajuda do aparelho de
relhos da traqueostomia. “O aparelho
cientes não pagadores, e 20% pagado-
respiração artificial de traqueostomia.
socializa o paciente, que pode voltar
res no início”, afirma.
“Maurício, nosso primeiro paciente, já
a falar, a comer, a se relacionar com o
responde muito bem ao tratamento.
mundo externo com mais facilidade.
tem agenda marcada para mais quatro
Quase 5 meses depois da implantação
Sem contar com o fim do risco de des-
possíveis pacientes, três dentro do País,
do marca-passo, ele já consegue ficar
ligamento da ventilação no caso de um
e um no Equador. O número é pequeno,
8h por dia sem o uso da ventilação”,
blecaute”, reforça o Dr. Sardenberg. “O
perto dos mais de 2 mil brasileiros com
conta o Dr. Sardenberg.
paciente adquire muito mais conforto e
possibilidades de tratamento. “A ideia
segurança”, completa.
é conseguir trabalhar a visibilidade do
Prós e contras da novidade
No entanto, por ser um tratamento
Além da vantagem central do tra-
Nesse contexto, o Dr. Sardenberg já
setor”, conta. Mesmo que a passos len-
inédito no Brasil, ele ainda não possui
tos, trabalhar a projeção de métodos
tamento, que é reativar o movimento
uma regulamentação de cobertura nem
como o do marca-passo diafragmático
do diafragma lesionado, possibilitando
pelos planos de saúde, nem pelo sis-
pode representar uma nova perspec-
que o paciente respire sem o uso de
tema público. Ou seja, o paciente que
tiva de bem-estar e qualidade de vida
ventilação, o marca-passo devolve ao
adquire o equipamento pode chegar a
para pacientes tetraplégicos. mr106
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mrem debate
A polêmica do
bronzeado por ANA CAROLINA ADDARIO
A batalha cada vez mais acirrada entre a ANVISA e as clínicas de bronzeamento artificial levantam a importância de discutir a viabilidade de realizar tratamentos estéticos sem prejudicar a saúde de nossa pele
“Os custos que um paciente de melanoma pode trazer ao sistema de saúde podem ser exorbitantes”
E
m novembro de 2009, o Diário
sua data de estreia – em junho deste
Oficial da União publicou
ano, audiência pública proposta pelo
restrição imposta pela Agência
deputado Vieira da Cunha (PDT-RS)
Nacional de Vigilância Sanitária
discutiu a legitimidade da proibição. O
(ANVISA) ao uso de câmaras de bron-
resultado: veto mantido, as clínicas de
zeamento artificial em todo o território
estética procuram novos subsídios para
nacional. O decreto vetava todos os
defender sua área de atuação.
equipamentos emissores de radiação
Segundo o Dr. Francisco Macedo
ultravioleta (UV) para fins estéticos,
Paschoal, diretor de comunicação da
sob o argumento de que a exposição
Sociedade Brasileira de Dermatologia
ao nível de emissões proveniente das
de São Paulo (SBD-SP), uma das prin-
câmaras em questão pode provocar
cipais instituições do setor no País, a
câncer de pele do tipo melanoma.
SBD coloca-se favorável à resolução da
Com um documento repleto de
ANVISA, “uma vez que o procedimento
apelos preocupados em prevenir os
não proporciona nenhuma contribuição
possíveis agravos à saúde do indivíduo
para a saúde da pele, podendo pro-
exposto à modalidade estética, a reso-
vocar danos como o envelhecimento
lução da Diretoria Colegiada da ANVISA
precoce, o aparecimento de rugas e
baseou-se em constatações levantadas
manchas, ou mesmo contribuir para
pela International Agency for Resear-
o desenvolvimento de doenças mais
ch on Cancer (instituição vinculada à
perigosas para a nossa pele como o
Organização Mundial da Saúde – OMS)
câncer de pele do tipo melanoma”,
de julho de 2009, que considerou haver
conta.
evidências suficientes para concluir Dr. Francisco Macedo Paschoal é diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de
que a exposição aos raios ultravioleta é carcinogênica para humanos. Com o órgão público considerando
Precaução compartilhada Embora o Brasil seja o único país a instituir a proibição do uso de equipa-
Dermatologia de São
que não existem benefícios que com-
mentos emissores de radiação ultravio-
Paulo (SBD-SP) e professor
pensem os riscos decorrentes do uso
leta (UV) para fins estéticos no mundo,
desses equipamentos, a guerra entre
países com realidades e costumes
ANVISA e diversas clínicas de estética
bastante diferentes dos nossos tam-
espalhadas pelo País marcava apenas
bém andam investindo energia na luta
assistente da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)
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contra o envelhecimento precoce da
imponderados os temores de desen-
pele e as dermatoses.
volvimento de melanoma em função
Nos Estados Unidos, um estudo
do uso do método de bronzeamento,
lançado em junho deste ano pela
alegando que, ao caminhar diariamente
Universidade de Minnesota revela que
sob o sol, estamos expostos ao mesmo
usuários dos métodos de bronzeamen-
nível de radiação UV presente nas
to artificial quase duplicam o risco de
câmaras artificiais.
desenvolver câncer de pele. De acordo
De acordo com o Dr. Francisco Ma-
com o levantamento, usuários frequen-
cedo Paschoal, o método de bronze-
tes – expostos a mais de 100 sessões
amento artificial não deve ser com-
ou 50 horas de bronzeamento artificial
parado a técnicas de fototerapia, que
durante 10 anos – têm 2,5 vezes mais
utilizam lâmpadas de emissão contro-
chances de adoecer da pele do que os
lada para tratar doenças como vitiligo.
não usuários.
“No caso da fototerapia, as lâmpadas
Outro fenômeno que vem preocu-
que promovem o tratamento emitem
pando os norte-americanos é o grande
ondas de comprimentos bastante
número de jovens menores de idade
estreitos, e direcionadas para as áreas
nas clínicas de bronzeamento artificial.
em questão. No bronzeamento artificial,
De acordo com relatório realizado pela
expomos até as áreas mais sensíveis
Food and Drug Administration (FDA),
do nosso corpo, a uma distância alta-
cerca de 35% das jovens de 17 anos do
mente prejudicial para nossa saúde”,
país realizam “tratamentos” de bronze-
reforça.
amento artificial. Para frear esse interesse entre jovens
Outro argumento levantado pela oposição é de que a proibição do uso
norte-americanas, uma taxa de 10% é
dos equipamentos pode acarretar no
cobrada pelo uso de câmaras de emis-
fechamento de inúmeras clínicas em
são de radiação UV. Uma vez que os
todo o País, prejudicando a criação de
adolescents possuem menos dinheiro
postos de trabalho no setor.
que os adultos, isso pode fazer com
Para o Dr. Francisco Macedo Pas-
que repensem sobre a procura pelo
choal, “os custos que um paciente de
“tratamento”.
melanoma pode trazer ao sistema de saúde podem ser exorbitantes”, muitas
Há controvérsias
vezes até maiores do que o investi-
Manifestações contrárias à proibição
mento na criação de novos postos de
do uso dos equipamentos consideram
trabalho.
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mrdescoberta
Fonte da vida por ANA CAROLINA ADDARIO
Com método de extração de células-tronco do fluido menstrual pode-se vir a tratar doenças como diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e Alzheimer no futuro. A perspectiva de novos tratamentos em função da descoberta das células-tronco fez dela um dos acontecimentos mais significativos da medicina moderna
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E
m 12 anos de estudos sobre a
alguns dos aspectos com grandes pos-
procedência e utilização das
sibilidades de avanço.
células-tronco, a ciência já descobriu no cordão umbi-
lical, na medula óssea, no fígado, na
células-tronco retiradas do fluido
cial para extração de células propícias
menstrual é sua capacidade de
para o desenvolvimento de terapias
dar vida a outros grupos celulares,
celulares. E novos estudos continuam
podendo transformar-se em células
a surgir a cada dia.
neurais, cardíacas, ósseas, gordura,
Janaína Machado é gerente de produção da Cryopraxis Criobiologia, farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Ciências Morfológicas pela UFRJ
cartilagem e outras possibilidades, o
dade em termos de pesquisa sobre o
que representa uma grande promessa
assunto é a possibilidade de extração
para o uso clínico futuro em terapias
de células-tronco do fluido menstrual,
regenerativas.
substância geralmente descartada e
este tratamento já é oferecido à sociedade. No Brasil ainda aguardamos a permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para realizar o armazenamento
Outra característica positiva das
placenta e no líquido amniótico, poten-
Nos Estados Unidos, a última novi-
Nos Estados Unidos,
Novos horizontes
Estima-se que essas células do san-
tratada como resíduo. A descoberta foi
gue menstrual poderão ser utilizadas
feita pelo centro de coleta e tratamen-
no futuro para tratar uma série de
to de células-tronco Cryo-Cell Interna-
doenças como diabetes, acidente vas-
tional. O instituto de pesquisa é não
cular cerebral (AVC) e doenças cardía-
apenas o criador do método, como
cas, bem como doenças neurológicas,
o responsável pelo primeiro e único
como Parkinson e Alzheimer, osteopo-
serviço de coleta do sangue menstrual
rose e lesões da medula espinhal.
para extração de linhagens de células-
Estudos preliminares sugerem que,
tronco no mundo, através da denomi-
além de beneficiar o próprio doador,
nada tecnologia CÉLLE.
essas células-tronco podem eventual-
As células passíveis de utiliza-
mente ser usadas também para bene-
ção são retiradas do endométrio, e
ficiar outros membros da família que
possuem propriedades e caracterís-
são geneticamente relacionados ao
ticas semelhantes às das células da
doador, como um pai, irmão ou filho.
medula óssea e das células-tronco
No método, a própria paciente cole-
embrionárias, pois multiplicam-se
ta seu fluido menstrual e o encaminha
rapidamente.
para o laboratório, onde as células
“O método representa uma evo-
passarão por processamento, isola-
lução para as terapias relacionadas
mento e criopreservação. Após essa
ao ramo ginecológico e obstetrício,
etapa, é realizada uma expansão das
uma vez que as células retiradas do
células, para que atinjam quantidade
fluido menstrual identificam-se com
relevante para iniciar a terapia celular
mais facilidade com tratamentos de
em questão. “Nos Estados Unidos, este
seu gênero”, conta Janaína Machado,
tratamento já é oferecido à sociedade.
gerente de produção e farmacêutica
No Brasil ainda aguardamos a permis-
bioquímica da Cryopraxis Criobiologia,
são da Agência Nacional de Vigilân-
centro latino-americano de coleta e
cia Sanitária (ANVISA) para realizar
tecnologia de células-tronco, parceira
o armazenamento. Enquanto isso, a
da Cryo-Cell.
Cryopraxis trabalha nos estudos do
Com isso, tratamentos com diag-
tratamento para transformar anos de
nóstico precoce de endometriose e
pesquisa em procedimento”, afirma
incontinência urinária feminina são
Janaína Machado. mr106
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Medicina e Poesia
18 de outubro DiadoMédico
Desde tempos remotos, medicina anda ao lado das letras, da cultura, e irradia saber nessa mistura intrigante e instigante, nessa sina exemplar, salutar faina divina em fazer da caneta o bisturi e do choro do ofício fazer rir pra poder renovar o sentimento. A cultura é o melhor medicamento espiritual, da vida o elixir. Desde tempos remotos o poeta é o maior vendedor de sentimento ao cantar sua dor, o seu lamento, ao fazer do prazer a sua meta. A ciência era, então, muito discreta e buscava a verdade em qualquer ar; e nos seus desacertos foi buscar nos escritos um novo lenimento; o poeta curou o sofrimento, o doutor fez a dor cruel passar. E não mais separou-se, desde então, o mister de curar do de escrever. O contista mostrou também saber e foi ter nos confins do coração a cadência da sua inspiração. Descobriu na ciência a melodia e passou a viver seu dia a dia entre o som mavioso do saber e o gostoso prazer de escrever: Medicina juntou-se a Poesia.
Nosso sincero agradecimento por toda dedicação, empenho e generosidade
A
médicorepórter
N
O
V
É preciso manter essa união, é preciso manter ativa a chama. O doutor que se fecha no seu drama alimenta o sofrer do coração. Não retire o doutor (cirurgião, pediatra, obstetra ou analista) a caneta da mão. Escreva. Insista em manter a cultura em sua mente. Alimente o saber e se alimente; abra os braços pra mais esta conquista.
Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos
www.medicoreporter.com.br
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Paulo Camelo
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Medicina e Poesia
18 de outubro DiadoMédico
Desde tempos remotos, medicina anda ao lado das letras, da cultura, e irradia saber nessa mistura intrigante e instigante, nessa sina exemplar, salutar faina divina em fazer da caneta o bisturi e do choro do ofício fazer rir pra poder renovar o sentimento. A cultura é o melhor medicamento espiritual, da vida o elixir. Desde tempos remotos o poeta é o maior vendedor de sentimento ao cantar sua dor, o seu lamento, ao fazer do prazer a sua meta. A ciência era, então, muito discreta e buscava a verdade em qualquer ar; e nos seus desacertos foi buscar nos escritos um novo lenimento; o poeta curou o sofrimento, o doutor fez a dor cruel passar. E não mais separou-se, desde então, o mister de curar do de escrever. O contista mostrou também saber e foi ter nos confins do coração a cadência da sua inspiração. Descobriu na ciência a melodia e passou a viver seu dia a dia entre o som mavioso do saber e o gostoso prazer de escrever: Medicina juntou-se a Poesia.
Nosso sincero agradecimento por toda dedicação, empenho e generosidade
A
médicorepórter
N
O
V
É preciso manter essa união, é preciso manter ativa a chama. O doutor que se fecha no seu drama alimenta o sofrer do coração. Não retire o doutor (cirurgião, pediatra, obstetra ou analista) a caneta da mão. Escreva. Insista em manter a cultura em sua mente. Alimente o saber e se alimente; abra os braços pra mais esta conquista.
Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos
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Paulo Camelo
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mrartigo
Envelhecimento masculino por Dr. EDUARDO B. BERTERO*
Na realidade o envelhecimento é um privilégio e um desafio para a sociedade moderna. Quando pensamos no envelhecer, a primeira ideia que vem à nossa mente é ter uma vida saudável e com qualidade. Aí entra a questão da sexualidade: quando o assunto é qualidade de vida é imperativo que o homem tenha uma vida sexual presente, ativa, prazerosa e que consiga preencher as suas expectativas assim como as de sua parceira
Organicamente, o
homem mais velho tem vários fatores de risco que ele não tinha quando estava nos seus 40 anos de idade
tras palavras, acima de 80 anos temos
recebo em minha clínica
o dobro de mulheres no planeta.
homens que estão na terceira idade com queixa de
Óbvio que o homem sofre o impacto do envelhecer, sobretudo na qualidade
dificuldade em manter e ou obter uma
de suas ereções e no desejo sexual.
ereção adequada e muitas vezes com
Organicamente, o homem mais velho
uma diminuição da libido. Primeiro
tem vários fatores de risco que ele não
vamos definir terceira idade. Pela
tinha quando estava nos seus 40 anos
Organização Mundial da Saúde (OMS),
de idade. Por exemplo, as chances
está nesse grupo qualquer homem ou
de ter pressão arterial elevada, diabe-
mulher acima de 60 anos. Vale a pena
tes, aumento do colesterol ou de ser
pontuar alguns fatos interessantes
submetido a alguma cirurgia pélvica
sobre essa faixa etária: 1) no ano 2000
que comprometa a sua ereção são
tínhamos 600 milhões de pessoas
muito maiores no idoso. Os trabalhos
Mestrado em Ciências
idosas; no ano 2025 será 1,2 bilhão de
mais recentes que falam de estatística
pela Faculdade de
pessoas, ou seja, exatamente o dobro;
de disfunções sexuais em diferentes
2) no ano 2025 cerca de 75% dos
faixas etárias mostram que problemas
idosos estarão residindo em países
de ereção avançam paralelamente
*Fellow pela Universidade de Boston, EUA;
Medicina da Universidade de São Paulo; Médico Assistente
considerados em desenvolvimento
com a idade. Para exemplificar melhor:
Urologia do Hospital do
ou do terceiro mundo como o Brasil;
de acordo com uma pesquisa recente
Servidor Público Estadual
3) a mulher é mais resistente e entre
realizada no Brasil (2004), em homens
os muito idosos (acima de 80 anos) a
com idades variando de 41 a 50 anos
razão mulher/homem é de 2:1, em ou-
a dificuldade de ereção estava presen-
do Departamento de
de São Paulo, SP; e-mail: urologia-sp@uol.com.br
40
C
om muita frequência,
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te em cerca de 39%, enquanto que a
dade de vida desses casais, proporcio-
mesma queixa em homens acima de
nando a eles uma vida sexual regular
70 anos foi de 66%.
e prazerosa. Para finalizar, costumo
Ainda com respeito às questões
dizer o seguinte aos casais que se tra-
físicas não poderia deixar de citar as
tam com esses medicamentos: “Bom
alterações que a diminuição do hormô-
para vocês que conseguem usufruir
nio sexual masculino, a testosterona,
das vantagens desses produtos. O seu
causa nos idosos. É sabido que após os
avô ou mesmo pai não tiveram essa
40 anos de idade existe uma queda de
sorte.”
cerca de 1% ao ano desse hormônio na corrente sanguínea. Essa diminuição pode produzir em alguns homens sintomas como: apatia, cansaço, mal humor, irritabilidade, perda de massa muscular, queda de pelos, obesidade, e disfunção da ereção e perda da libido ou desejo sexual. A esse quadro clínico damos o nome de deficiência androgênica do envelhecimento masculino ou DAEM. Antigamente usava-se o termo andropausa. Outro aspecto relevante e que no idoso pode estar mais presente é a depressão. Hoje essa entidade é considerada por especialistas como sendo um fator de risco importante para que um indivíduo desenvolva disfunção erétil. Na realidade, o mecanismo é considerado bidirecional, ou seja, um homem depressivo pode ter dificuldade de ereção e um homem com dificuldade de ereção pode se tornar um depressivo por esse motivo. Felizmente, após o advento de uma família de medicamentos que atua no corpo cavernoso do pênis e facilita a ereção, milhões de homens e, por que não dizer, mulheres e casais foram beneficiados com essa modalidade de tratamento. Vários trabalhos já comprovaram a eficácia e a segurança desses medicamentos em idosos e, especialmente, em populações portadoras de doenças típicas de pessoas que estão nessa faixa etária, como hipertensão arterial, diabetes e depressão. Sem sombra de dúvida, essas pílulas vieram trazer uma melhora na qualimr106
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mrartigo
Miomas uterinos podem ser tratados sem necessidade de retirar o útero por DR. NÉSTOR KISILEVZKY
O aparecimento de miomas é uma situação quase constante na vida de uma mulher adulta. No Brasil e no mundo, milhares de mulheres perdem o seu útero todo ano por causa desses tumores
É um procedimento
realizado por cateterismo que somente requer uma pequena incisão na virilha realizada sob anestesia local
Dr. Néstor Kisilevzky é médico com título de especialista
P
erder o útero pode significar
em 25% a 50% de todas as mulheres e
para algumas mulheres per-
apresentam maior incidência entre os
der um pouco da sua iden-
30 e os 40 anos. A etiologia é desco-
tidade feminina. O que dizer
nhecida, mas acredita-se que esteja as-
então daquelas que desejam engravi-
sociada a hormônios, como estrógeno
dar e que ao perderem o útero tornam-
e progesterona, devido à coincidência
se definitivamente estéreis? Mas a
com a idade reprodutiva da mulher.
medicina evolui de forma permanente
Embora muito comuns, na maioria
e nos traz novas opções e alternati-
das vezes os miomas são absoluta-
vas. Há mais de 10 anos, uma técnica
mente assintomáticos. Mas depen-
minimamente invasiva denominada
dendo da sua localização, tamanho e
“embolização” vem sendo aplicada
quantidade podem ocasionar proble-
para controlar a sintomatologia da
mas, incluindo dor e sangramentos
miomatose, sem necessidade de cirur-
intensos. O tamanho dos miomas pode
gia convencional. Em 2008, o Colégio
variar desde muito pequenos a grandes
Americano de Ginecologistas e Obste-
formações que simulam uma gravidez
tras (ACOG) afirmou que a embolização
de 5 ou 6 meses. Os miomas se mani-
uterina tem embasamento em evidên-
festam comumente com transtornos na
cia científica nível A (boa e consistente).
menstruação e/ou com dor e aumento
Mesmo assim, há ainda uma enorme
do volume abdominal. Em qualquer
intervencionista
resistência na comunidade ginecológi-
circunstância, o mais importante é ve-
concedido pela
ca para indicar esta técnica inovadora.
rificar como os sintomas influenciam o
em radiologia
Associação Médica Brasileira (AMB),
Miomas, também conhecidos como
dia a dia de cada mulher; em outras pa-
fibromas ou leiomiomas, são forma-
lavras, de que forma os miomas afetam
Universidade Estadual
ções nodulares que se desenvolvem na
a qualidade de vida de quem os possui.
de Campinas (UNICAMP),
parede muscular do útero e constituem
Mulheres com miomas queixam-se
os tumores benignos mais frequentes
por terem menstruações com fluxo
da pelve feminina. Os miomas ocorrem
intenso, que exigem trocas de absor-
mestre em cirurgia pela
fellow da Society of Interventional Radiology
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ventes muito frequente ou mancham
são descobertos durante um exame
o útero e que apresentam poucos
as roupas inadvertidamente, o que as
ginecológico. A presença de miomas
miomas pode-se tentar a retirada
leva a passar por situações imprevistas
se confirma realizando um exame de
cirúrgica exclusiva dos miomas (mio-
e/ou constrangedoras. Com isso, há
ultrassonografia, um método de ima-
mectomia) com preservação do útero.
mulheres que até evitam sair de casa,
gem muito simples. Outro método utili-
Histerectomia e miomectomia são
assumir compromissos profissionais
zado para o diagnóstico de problemas
procedimentos cirúrgicos formais que
ou sociais e inclusive manter relações
uterinos é a ressonância magnética,
requerem anestesia geral, alguns dias
sexuais. Dores na barriga, nas costas
que traz mais detalhes anatômicos e
de hospitalização e um tempo variável
ou nas pernas também são comuns,
permite um planejamento terapêutico
de recuperação pós-operatória.
além de dor durante a relação sexual,
bem mais preciso.
que é um sintoma bastante recorrente
A retirada cirúrgica do útero (histe-
Os sintomas desconfortáveis dos miomas podem também ser controla-
e que afeta diretamente a sexualidade
rectomia) é o tratamento universal-
dos com o uso de medicação hormo-
da mulher.
mente mais difundido para resolver os
nal, como é o caso dos anticoncepcio-
É muito simples diagnosticar a
problemas provocados pelos miomas.
nais ou dos análogos. Todavia, a terapia
presença de miomas. Geralmente
Em mulheres que desejam preservar
hormonal costuma provocar alguns mr106
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efeitos indesejáveis e por isso muitas
A maioria das mulheres volta a ter
pacientes não toleram a continuidade
ciclos menstruais normais, não sente
eficiente para controlar a sintomato-
do tratamento.
mais dor ou sintomas de compres-
logia decorrente de miomas e nesse
são. A barriga costuma se reduzir
sentido é “não inferior” à histerectomia.
que surgiu na França no começo dos
rapidamente após o procedimento.
A embolização possibilita a recupera-
anos 90. O objetivo é cortar o supri-
O tamanho do útero e dos miomas
ção integral da qualidade de vida das
mento de sangue para os miomas e
regride em até 50% três meses após
pacientes com miomatose sintomática.
provocar isquemia e consequente
a embolização e em até 90% um ano
Mas a embolização apresenta menor
morte dos miomas. É um procedi-
após. Os efeitos provocados pela
taxa de complicações, requer menor
mento realizado por cateterismo que
embolização são permanentes, o que
tempo de internação e possibilita uma
somente requer uma pequena incisão
raramente torna necessário algum
recuperação mais rápida quando com-
na virilha realizada sob anestesia
procedimento terapêutico adicional.
parada com a histerectomia. Estudos
local. Um equipamento de angiografia
Tem sido cada vez mais frequentes os
econômicos conduzidos nos EUA,
permite visualizar as artérias uterinas
casos de mulheres que conseguiram
Canadá e Europa demonstraram que a
que levam sangue para o útero e os
engravidar e parir após realizarem
embolização tem custo similar ou até
miomas. Nesse local são injetadas mi-
embolização uterina, o que demonstra
menor que a histerectomia em virtude
A embolização uterina é um método
cado que a embolização é um método
croesferas que irão entupir
da redução da estadia hos-
essas artérias e farão com
pitalar e das complicações.
que os miomas não mais
No Brasil essa tecnolo-
recebam sangue. Quando
gia está disponível há pelo
o procedimento termina,
menos 10 anos e forma
simplesmente se retira o
parte do rol de procedimen-
cateter comprimindo-se
tos aprovados pela Agência
o orifício na virilha. Não é
Nacional de Saúde Suple-
necessário dar pontos e,
mentar (ANS) e de cobertura
portanto, o procedimento
obrigatória pelos planos de
não deixa qualquer cicatriz.
saúde privados. Todavia, a
Uma vez realizado o cura-
tecnologia ainda não está
tivo na virilha, a paciente
disponível para o Sistema
permanece por aproxima-
Único de Saúde (SUS).
damente duas horas na sala
Recentemente foi conclu-
de recuperação e posterior-
ído um estudo que teve por
mente volta para o aparta-
objetivo investigar a apli-
mento, onde permanecerá
cabilidade do método em
em repouso por 18 a 24
hospitais públicos. Para isso
horas. Assim, a embolização
foi idealizada uma unidade
requer geralmente um único dia de
que o procedimento não causa impac-
de radiologia intervencionista móvel
hospitalização ou, inclusive, pode até
to negativo na fertilidade.
que durante alguns meses percorreu quatro hospitais públicos da área
ser realizada de forma ambulatorial. A
Estudos com acompanhamento lon-
recuperação é muito rápida e possibi-
go (até 5 anos) revelam que os efeitos
metropolitana de São Paulo, realizando
lita que as mulheres retornem para as
da embolização mantêm-se ao longo
procedimentos de embolização no
suas atividades apenas três ou quatro
do tempo. A segurança do procedi-
sistema de mutirão. Após cinco meses
dias após a cirurgia.
mento também já foi atestada com a
do projeto foram realizados 100 pro-
reduzida incidência de complicações
cedimentos gratuitos e a análise dos
pós-operatórias.
resultados demonstrou não somente a
Os resultados clínicos da embolização já foram amplamente descritos em
Há pelo menos cinco estudos rando-
viabilidade e benefícios da embolização
na literatura médica ao longo dos últi-
mizados já publicados na literatura que
uterina no âmbito do SUS, mas também
mos dez anos e podem ser resumidos
compararam a embolização uterina
do conceito de unidade de radiologia
da seguinte maneira:
com a histerectomia. Neles foi verifi-
intervencionista móvel.
inúmeros artigos científicos publicados
44
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artigo2.indd 3
mr106
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Inovação é estar sempre à frente na pesquisa e desenvolvimento de novas soluções para os cuidados com a saúde Calcijex (calcitriol). Apresentação: ampola de 1 mL contendo 1 mcg de calcitriol. Indicações: tratamento da hipocalcemia em pacientes submetidos a diálise renal crônica. Contra-indicações: Hipersensibilidade ao calcitriol ou a qualquer dos excipientes da fórmula; pacientes com hipercalcemia ou evidência de toxicidade por vitamina D. Precauções e Advertências: A vitamina D e seus metabólitos devem ser suspensos durante o tratamento. Um composto não alumínico deve ser usado para controlar os níveis séricos de fósforo em pacientes submetidos a diálise. Não permitir que o produto cálcio-fósforo exceda o valor de 70. No início do tratamento, os níveis de cálcio e fósforo devem ser obtidos pelo menos 2 vezes por semana. Em caso de hipercalcemia, a medicação deve ser descontinuada. Doença adinâmica óssea pode ocorrer se os níveis de PTH forem anormalmente suprimidos. Recomenda-se cautela em relação a pacientes digitalizados, pois, nestes pacientes, a hipercalcemia pode precipitar arritmias cardíacas. Gravidez e lactação: Não há experiência de uso de calcitriol em mulheres grávidas. Não há dados sobre a excreção do fármaco no leite materno. Uso pediátrico: Segurança e eficácia do calcitriol em crianças não foram estabelecidas. Uso em Transplantes: Recomendações para tratamento da perda óssea pós-transplante com calcitriol não foram estabelecidas. Uso na Osteoporose pós-menopausa: A eficácia não foi estabelecida nesta população de pacientes. Interações medicamentosas: Antiácidos contendo magnésio não devem ser usados concomitantemente com calcitriol. A administração concomitante de diuréticos tiazídicos e doses farmacológicas de análogos da vitamina D em pacientes com hipoparatireoidismo pode resultar em hipercalcemia, a qual pode ser transitória e auto-limitada, ou pode requerer a interrupção da administração dos análogos da vitamina D. O uso concomitante de análogos da vitamina D e glicosídeos cardíacos pode resultar em arritmias cardíacas. Os efeitos da vitamina D podem ser reduzidos em pacientes sob terapia com barbituratos ou anticonvulsivantes. Corticosteróides antagonizam os efeitos dos análogos da vitamina D. Reações adversas: Dor ou hipersensibilidade no local de injeção, reações similares a intoxicação por vitamina D (fraqueza, cefaléia, sonolência, náusea, vômitos, obstipação, boca seca, gosto metálico, dor muscular ou óssea; tardiamente, poliúria, polidipsia, anorexia, conjuntivite por cálcio, fotofobia, rinorréia, hipertermia, hipertensão, arritmias cardíacas, calcificações ectópicas, pancreatite, redução da libido, elevação de uréia, colesterol, enzimas hepáticas e albuminúria) Posologia: A dose inicial recomendada de Calcijex (calcitriol) é de 1,0 mcg (0,02 mcg/kg) a 2 mcg administrados três vezes por semana, aproximadamente em dias alternados, podendo ser administrada através de uma dose intravenosa em bolus. Se não for observada resposta satisfatória nos parâmetros bioquímicos e nas manifestações clínicas do estado da doença, a dose pode ser aumentada em 0,5 a 1,0 mcg, a intervalos de duas a quatro semanas. Redução de dose pode ser necessária à medida em que os níveis de PTH decresçam em resposta à terapêutica. Superdosagem: Pode causar hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Medidas de suporte, descontinuação de suplementos de cálcio e dieta pobre em cálcio geralmente são suficientes, mas medidas como diurese forçada, uso de corticóides e fosfatos podem ser necessárias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO RESTRITO A ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES E PARAHOSPITALARES. Registro no MS: nº : 1.0553.0116. Informações adicionais estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo/SP 04566-905 ou fone 0800 703 1050. ABBOTT CENTER - Central de Relacionamento com o Cliente 0800 7031050 www.abbottbrasil.com.br
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mrartigo
Anafilaxia
induzida por farinhas contaminadas por
ácaros por DR. MARIO GELLER *
A anafilaxia é uma reação alérgica emergencial grave, de início rápido e potencialmente fatal. Acomete 1-2% da população e nem sempre uma etiologia pode ser estabelecida (idiopática)
A
sua prevalência também
maior predisposição à anafilaxia. Com o
depende da localização
passar do tempo os episódios anafilá-
geográfica. As causas mais
ticos tendem a diminuir em termos de
frequentes das reações
frequência e gravidade. Infelizmente a
anafiláticas incluem os alimentos,
maioria dos pacientes com alta após
medicamentos, venenos dos insetos
tratamento para a anafilaxia não recebe
* Membro Titular da Aca-
da ordem Himenóptera, látex, exercí-
prescrição de epinefrina autoinjetável
demia de Medicina do RJ
cios físicos, urticárias físicas, sêmen,
ou encaminhamento para um alergista.
contrastes radiológicos iodados,
Mastócitos hiper-responsivos (triptase
agentes anestésicos e miorrelaxantes.
sérica elevada) e níveis muito elevados
É também possível que a IgE antiga-
de IL-33 podem estar associados a
lactose-alfa-1,3-galactose presente na
quadros graves de anafilaxia (desgranu-
carne vermelha (vaca, porco e carneiro)
lação rápida mastocitária).
Master of the American College of Physicians Visiting Professor na Divisão de Alergia e Imunologia da Northwestern University, Chicago, USA Título de Especialista em Alergia e Imunologia Clínica
seja responsável por alguns episó-
A “síndrome da panqueca” é uma
pela ASBAI e AMB
dios de anafilaxia idiopática tardia em
anafilaxia induzida pela ingestão de
Board Certified in Allergy-
indivíduos atópicos. A exposição à luz
ácaros em alimentos preparados com
solar, através da síntese de vitamina D,
farinhas contaminadas. Ela é IgE-media-
Fellow of the American
pode desempenhar um papel protetor
da, rápida, grave e potencialmente fatal.
Academy of Allergy, Asthma
na prevalência da anafilaxia. Pacientes
Os ácaros assim ingeridos são domésti-
com mastocitose sistêmica/urticária
cos ou de estocagem. É mais frequente
Immunology and Internal Medicine, USA
and Immunology Fellow e Presidente da
pigmentosa e com a síndrome da ativa-
em indivíduos com atopia respiratória
College of Allergy, Asthma
ção monoclonal mastocitária (mutação
(asma e/ou rinite alérgicas), residentes
and Immunology PR-
no códon D816V do gene de c-KIT mas-
em climas quentes de regiões tropi-
tocitário/receptor do fator de cresci-
cais e subtropicais. Apresentam com
mento das células-tronco) apresentam
frequência intolerância aos inibidores
Regional Brasil do American
Network gellerm@attglobal.net
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da ciclooxigenase: aspirina e anti-infla-
dioca, etc.) contaminadas com ácaros
matórios não esteroidais. Há, portanto,
de estocagem ou domésticos. O arma-
o potencial etiopatológico contributório
zenamento destas farinhas nas des-
da síntese aumentada dos leucotrienos.
pensas, em ambiente quente e úmido,
Além do calor, a umidade também fa-
favorece a proliferação dos ácaros. Mais
vorece a proliferação acarina. Reações
casos devem ser relatados e o público
antigênicas cruzadas entre os vários
informado. Todas as farinhas devem ser
ácaros domésticos estão muito bem
mantidas congeladas por dois dias, e
documentadas. Os alérgenos acari-
depois armazenadas sob constante re-
nos são termorresistentes e, portanto,
frigeração para futura utilização. Assim
podem desencadear reações alérgicas
evita-se a proliferação acarina.
A síndrome da panqueca (anafilaxia oral acarina) é provavelmente mais comum do que se imagina, e portanto não diagnosticada adequadamente
quando ingeridos por indivíduos atópicos, mesmo após cocção. Em 2001, foi relatado o primeiro caso
LEITURA RECOMENDADA: 1. Geller M. Fatores de risco para reação anafilática
brasileiro de anafilaxia oral acarina com
atípica: bifásica, multifásica, protraída e fatal.
a ingestão de farinha de milho (polenta)
Einstein Educ Contin Saúde 2010;8(1Pt2):3-4.
contaminada com os ácaros Tyropha-
2. Geller M, Hahnstadt RL, Rego RM, Fernández-
gus putrescentiae, Dermatophagoides
Caldas E. Anafilaxia induzida por farinha de
pteronyssinus e Dermatophagoides
trigo contaminada por ácaros. Rev Bras Alerg
farinae. Havia rinite alérgica acarina
Imunopatol 2009; 32(5):199-201.
e intolerância ao ácido acetilsalicílico (urticária e angioedema). Descrevemos, em 2009, o primeiro relato da síndrome da panqueca em nosso meio envolvendo a farinha de trigo, esta contaminada com o ácaro de estocagem Aleuroglyphus ovatus (Fig. 1). Esta paciente apresentava asma e rinite alérgicas aos ácaros da poeira domiciliar, e também possuía intolerância ao ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não esteroidais e pirazolonas (anafilaxia com edema de glote). Mais casos provavelmente não estão sendo diagnosticados.
Considerações finais A síndrome da panqueca (anafilaxia oral acarina) é provavelmente mais comum do que se imagina, e portanto não diagnosticada adequadamente. Provavelmente vários casos de anafilaxia idiopática estão na verdade relacionados à ingestão de ácaros em portadores de asma e/ou rinite alérgicas, frequentemente intoleranttes ao ácido acetilsalicílico e aos anti-inflamatórios clássicos. Esta ingestão ocorre com alimentos preparados com farinhas de grãos (trigo, milho, linhaça, rosca, man-
Ácaro aleuroglyphus ovatus contaminando farinha de trigo.
mr106
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mrespecial
Outros rumos para a
medicina moderna por ANA CAROLINA ADDARIO
Novo Código de Ética Médica lança luz a temas polêmicos e atribui autonomia tanto para os profissionais quanto para os pacientes
Se uma operação
médica não dava certo, atribuíase a imprudência, imperícia, ou negligência. Agora, é necessário provar o mau resultado antes de fazer uma acusação. Até porque as decisões agora são tomadas em conjunto Dr. José Fernando Maia Vinagre é corregedor do Conselho Federal de Medicina (CFM)
D
epois de mais de dois anos
Fernando Maia Vinagre, corregedor do
em consulta pública para
Conselho Federal de Medicina (CFM).
discutir as diretrizes do conjunto de regras e princípios
Zilli é diretor e responsável pela área de ética médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
48
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especial.indd 1
derna, os médicos se mostram mais
que regem o exercício da medicina no
otimistas com o novo mercado que
Brasil, entrou em vigor em abril deste
começa a se delinear, baseado em
ano a sexta versão do Código de Ética
proposições mais contemporâneas e
Médica. Coordenado pela Comissão
mais preocupado em preservar seus
Nacional de Revisão do Código de Ética
profissionais, como pode ser visto no
Médica, com a participação de cerca
novo Código de Ética Médica.
de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de medicina, além
Autonomia conjunta
de representantes de várias áreas
De acordo com o Dr. Emílio César Zilli,
médicas, o novo documento lança luz a
diretor e responsável pela área de ética
temas polêmicos dentro da sociedade
médica da Sociedade Brasileira de Car-
acadêmica como bioética, manipulação
diologia (SBC), "diferente do anterior, o
genética, proibição de escolha do sexo
novo código moderniza a relação entre
do bebê na reprodução assistida, e
médico e paciente, que era uma rela-
tratamentos de doentes terminais.
ção muito pouco normatizada. Agora, a
O novo código é muito mais abran-
Dr. Emílio César
Nesta nova etapa da medicina mo-
relação passa a ser individual, não mais
gente, a começar pelo fato de con-
uma relação de consumo, onde a saú-
templar não apenas os profissionais
de é tratada como um produto. Neste
dedicados diretamente ao tratamen-
novo momento, o paciente deixa de ser
to de pacientes, como aqueles em
freguês para ter participação e voz de
posição de gestão, pesquisa e ensino.
decisão em seu tratamento”.
“Questões como a autonomia, conflito
Nesse contexto, o tratamento pres-
de interesses, cuidados paliativos, e
crito pelo médico pode não apenas
responsabilidade de gestão também
ser contestado pelo paciente, bem
ganham grande espaço para discussão
como ele passa a ter plenos direitos
neste novo código”, conta o Dr. José
de pedir uma segunda opinião sobre
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Distanciamento necessário
seu diagnóstico – as medidas marcam uma abertura no código de procedimentos, dando espaço para uma
o genoma humano visando sua modificação, exceto em terapia que influa beneficamente sobre os genes, excluindo-se qualquer
medicina menos centralizada em
ação sobre os embriões que resulte na
um médico.
mudança genética dos filhos. Conside-
Por parte dos profissionais, a auto-
rando a aplicação de novas tecnolo-
nomia fica a cargo da liberdade para
gias, o médico tem o compromisso de
escolher se gostaria ou não de tratar
zelar para que as pessoas não sejam
determinado paciente. “O médico
discriminadas por nenhuma razão
passa a poder decidir, numa relação
relacionada à herança genética.
médico-paciente, se deseja ou não con-
Os experimentos com placebo
A tão criticada relação médicolaboratório ganhou resoluções claras no que diz respeito a qualquer tipo de presente ou bonificação oferecidos por parte da empresa. “A influência dos laboratórios ficou bem mais clara e regulamentada. Quando o médico é convidado a participar de algum evento, tendo recebido passagem ou hospedagem como cortesia do laboratório, ele é obrigado a esclarecer”, conta o Dr. Maia Vinagre. A indicação de procedimentos ou serviços oferecidos por determinado laboratório não pode ser realizada pelo médico com o objetivo de obter vantagens de qualquer natureza.
a presença de um profissional para substituí-lo, ou prescrever remédios
tinuar a atender um paciente, desde
envolvendo seres humanos também
sem examinar o paciente. Mesmo a es-
que ele não esteja em perigo de vida,
ficam vetados, quando houver trata-
crita nas receitas médicas não passou
tendo o compromisso de indicar outro
mento eficaz e efetivo para a doença
em branco neste novo documento: o
profissional e passar todo o prontuário
pesquisada. A pacientes com doenças
profissional fica proibido de receitar,
do paciente para o colega”, conta o Dr.
terminais, o médico deve oferecer
atestar ou emitir laudos com letra
Maia Vinagre.
cuidados paliativos, que reduzam o
ilegível, sem identificação do registro
seu sofrimento.
no Conselho Regional de Medicina
Além disso, o médico pode recusar
(CRM), ou assinar receitas, atestados,
atendimento, caso as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar sua própria saúde ou a do paciente.
Direitos e deveres
laudos ou documentos semelhantes
Quando o assunto é a preservação
em branco.
do profissional da medicina, o novo
Se, por um lado, o novo código é
código fez avanços bastante significa-
liberal nas concessões realizadas, por
Polêmicas contemporâneas
tivos do ponto de vista do médico. “Se
outro, ele é contundente no que diz
No caso de restrições relacionadas à
uma operação médica não dava certo,
respeito às infrações das normas. “Se
bioética, o novo código traz à tona uma
atribuía-se a imprudência, imperícia,
o médico infringe o código em alguma
série de temas que integraram algumas
ou negligência. Agora, é necessário
situação, quem apura são os Conselhos
das discussões mais polêmicas pre-
provar o mau resultado antes de fazer
Regionais de Medicina. O procedimen-
sentes na comunidade médica, como
uma acusação. Até porque as decisões
to é uma sindicância, em que uma
a proibição de o profissional decidir
agora são tomadas em conjunto”,
comissão avalia a denúncia feita. Se ela
ou permitir aos pais que decidam qual
completa o Dr. Zilli.
passa pela avaliação prévia e transfor-
será o sexo do bebê fruto de reprodução assistida. No novo código, fica proibido ao médico influir de qualquer forma sobre
Obrigações básicas também ganha-
ma-se em processo ético profissional, o
ram normatização, como a proibição
caso passa a ser avaliado por instância
de falta do médico em plantão, sair
judicial, com o risco de suspensão de
antes do horário estabelecido sem
licença”, afirma o Dr. Maia Vinagre. mr106
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mrsem fronteiras
Exposição de Médicos Sem Fronteiras mostra
brasileiros
na ajuda humanitária por ANA CAROLINA ADDARIO
Fotos e vídeos contam a história dos profissionais em países devastados por catástrofes, fome, conflitos e epidemias
Ao fim do dia,
A
a organização conta as histórias dos
de Vida: Olhares sobre a
profissionais brasileiros que levam aju-
Atuação de Médicos Sem
da humanitária a lugares remotos em
Fronteiras já passou pelo
situações de catástrofe, fome, conflitos
Rio de Janeiro, de 10 de setembro a
e epidemias, como Camboja (Ásia) e
3 de outubro no Shopping Rio Sul, e
Suazilândia (África).
estará em Brasília de 13 de outubro a
Fotos, depoimentos e vídeos mos-
12 de novembro no Shopping Con-
tram como vivem e trabalham os 12
junto Nacional. É a primeira vez que
profissionais de Médicos Sem Fonteiras
© Baryal Zia
ao voltar pra casa, cansados e enlameados, nos sentíamos felizes por acreditar no impacto do nosso esforço
exposição Experiências
Sérgio Cabral, pediatra mineiro Projeto de Atendimento em Saúde, Afeganistão, Ásia, 2010
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© André François
A exposição Experiências de Vida: Olhares sobre a Atuação de Médicos Sem Fronteiras estará em cartaz de 13 de outubro a 12 de novembro no Shopping Conjunto Nacional, em Brasília. Esta é a primeira vez que a organização internacional MSF conta as histórias dos profissionais brasileiros que levam ajuda humanitária a lugares remotos em situações de catástrofes, fome, conflitos e epidemias, como Paquistão (Ásia) e Suazilândia (África). Antes de Brasília, a mostra ficou um mês no Rio de Janeiro, e teve mais de 8 mil visitas.
© David Goetghebuer
Kelly Cardoso, enfermeira paulista - Projeto de HIV, Camboja, Ásia, 2009
(MSF). As histórias são apresentadas em quatro totens, que representam os eixos de atuação da organização (catástrofes, fome, conflitos e epidemias), equipados com quatro aparelhos MP4 e quatro fones de ouvido, cada um. A médica Dra. Cristiane Tsuboi é uma das profissionais que narram a experiência de trabalhar com MSF. Em seu depoimento ela fala das dificuldades de chegar aos vilarejos do
© André François
Wânia Cristina Correia, educadora brasiliense Projeto de HIV, Moçambique, África, 2010
Ana Cecília Moraes, psicóloga paulista Projeto de Emergência Pós-terremoto, Haiti, América Central, 2010
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© André François
Alexandre Jaccard, cirurgião ortopedista paulista Projeto de Emergência Pós-terremoto, Haiti, América Central, 2010
não têm acesso à assistência médica. “Queremos mostrar a importância da ajuda humanitária e sensibilizar as pessoas a participarem do nosso trabalho. Seja fazendo parte do nosso quadro de profissionais, formado por pessoas de várias áreas, além da saúde. Seja contribuindo com doações”, diz o diretor executivo de MSF, Tyler Fainstat.
Interatividade A exposição vai muito além das tradicionais fotografias. Um monitor touchscreen de 50 polegadas mostra um mapa digital com as fotos dos mais de 40 brasileiros em missão. Ao clicar no rosto do profissional, o visitante fica sabendo onde ele nasceu, em quais países já trabalhou e onde está atuando no momento. Também foi possível gravar em vídeo uma mensagem de incentivo para qualquer um deles. distrito de Monte Elgon, no Quênia, onde atendeu vítimas de conflitos tribais. O acesso, conta a Dra. Cristiane, é tão difícil que trajetos
O monitor equipado com internet 3 G possibilita o upload imediato das mensagens para o site da exposição, onde o visitante pode compartilhar seus depoimentos em redes
normalmente percorridos em 90 minutos, em dias de chuva,
sociais. Os dez vídeos mais acessados serão premiados com
demoram até seis horas. “Ao fim do dia, ao voltar pra casa,
brindes da organização.
cansados e enlameados, nos sentíamos felizes por acreditar no impacto do nosso esforço”, revela. Um dos objetivos da exposição é estimular os profissionais brasileiros a continuar levando cuidados a populações que 52
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Site Todo o conteúdo da exposição está disponível no site http://www.experienciasdevida.org.br.
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DIRETO NAS METAS. RISCOS CARDIOVASCULARES MENORES.1-5
Vemos pessoas além dos números. Silva, 42 anos, tabagista, hipertenso, colesterol elevado.
Sandra, 53 anos, hipertensa e colesterol alterado.
João, 50 anos, hipertenso, já teve um infarto.
CRESTOR™ oferece muitos benefícios ao tratamento da dislipidemia, seja qual for o perfil do paciente. 82% dos pacientes atingem as metas com CRESTOR™ 10 mg. Aumento sustentado do HDL-C em todas as doses. A estatina que mais reduz o LDL-C em todas as doses.
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1x
ao dia, em qualquer horário.
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A única estatina com indicação na aterosclerose.6,7
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• Caixas com 10 e 30 comprimidos revestidos de 10 mg. • Caixas com 30 comprimidos revestidos com 20 e 40 mg. Contraindicação: CRESTOR™ é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade à rosuvastatina cálcica ou aos outros componentes da fórmula. Interação medicamentosa: genfibrozila.
CRESTOR™ ROSUVASTATINA CÁLCICA. CRESTOR™ (ROSUVASTATINA CÁLCICA) É UM SELETIVO E POTENTE INIBIDOR COMPETITIVO DA HMG-COA REDUTASE. INDICAÇÕES: CRESTOR™ DEVE SER USADO COMO ADJUVANTE À DIETA QUANDO A RESPOSTA À DIETA E AOS EXERCÍCIOS É INADEQUADA. EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA CRESTOR™ É INDICADO PARA: REDUÇÃO LDL-COLESTEROL, COLESTEROL TOTAL E TRIGLICÉRIDES ELEVADOS; AUMENTAR O HDL-COLESTEROL EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA PRIMÁRIA E DISLIPIDEMIA COMBINADA (MISTA); CRESTOR™ TAMBÉM DIMINUI APOB, NÃO-HDL-C, VLDL-C, VLDL-TG, E AS RAZÕES LDL-C/HDL-C, C-TOTAL/HDL-C, NÃO-HDL-C/ HDL-C, APOB/APOA-I E AUMENTA APOA-I NESTAS POPULAÇÕES; TRATAMENTO ISOLADO DE HIPERTRIGLICERIDEMIA, REDUÇÃO DO COLESTEROL TOTAL E LDL-C EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HOMOZIGÓTICA, TANTO ISOLADAMENTE, QUANTO COMO UM ADJUVANTE À DIETA E A OUTROS TRATAMENTOS DE REDUÇÃO DE LIPÍDIOS, SE TAIS TRATAMENTOS NÃO FOREM SUFICIENTES, E RETARDAR OU REDUZIR A PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE. CONTRA-INDICAÇÕES: CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO A PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE À ROSUVASTATINA CÁLCICA OU AOS OUTROS COMPONENTES DA FÓRMULA. CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO A PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA ATIVA. CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO E A MULHERES COM POTENCIAL DE ENGRAVIDAR, QUE NÃO ESTÃO USANDO MÉTODOS CONTRACEPTIVOS APROPRIADOS. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: ADVERTÊNCIAS: FÍGADO: DEVE SER USADO COM CAUTELA EM PACIENTES QUE CONSOMEM QUANTIDADES EXCESSIVAS DE ÁLCOOL E/OU QUE TENHAM UMA HISTÓRIA DE DOENÇA HEPÁTICA. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO: O TRATAMENTO COM CRESTOR™ DEVE SER INTERROMPIDO SE OS NÍVEIS DE CK ESTIVEREM NOTADAMENTE ELEVADOS (>10 VEZES O LIMITE SUPERIOR DE NORMALIDADE, LSN) OU SE HOUVER DIAGNÓSTICO OU SUSPEITA DE MIOPATIA. CRESTOR™ DEVE SER PRESCRITO COM PRECAUÇÃO EM PACIENTES COM FATORES DE PRÉ-DISPOSIÇÃO PARA MIOPATIA, TAIS COMO, INSUFICIÊNCIA RENAL, IDADE AVANÇADA E HIPOTIREOIDISMO, OU SITUAÇÕES ONDE PODE OCORRER UM AUMENTO NOS NÍVEIS PLASMÁTICOS. O USO DE CRESTOR™ DEVE SER TEMPORARIAMENTE INTERROMPIDO EM QUALQUER PACIENTE COM UMA CONDIÇÃO AGUDA GRAVE SUGESTIVA DE MIOPATIA OU QUE PREDISPÕE AO DESENVOLVIMENTO DE INSUFICIÊNCIA RENAL SECUNDÁRIA À RABDOMIÓLISE (POR EXEMPLO: SÉPSIS; HIPOTENSÃO; CIRURGIA DE GRANDE PORTE; TRAUMA; ALTERAÇÕES METABÓLICAS, ENDÓCRINAS E ELETROLÍTICAS GRAVES; OU CONVULSÕES NÃO-CONTROLADAS). USO DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO: CATEGORIA DE RISCO NA GRAVIDEZ: X. MULHERES COM POTENCIAL DE ENGRAVIDAR DEVEM USAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS APROPRIADOS (OUTRAS INFORMAÇÕES VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: PODE HAVER INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DE CRESTOR™ COM OS SEGUINTES MEDICAMENTOS: VARFARINA, CICLOSPORINA, GENFIBROZILA, INIBIDORES DA PROTEASE E ANTIÁCIDOS. EM ESTUDOS CLÍNICOS, CRESTOR™ FOI CO-ADMINISTRADO COM AGENTES ANTI-HIPERTENSIVOS, ANTIDIABÉTICOS E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL. ESSES ESTUDOS NÃO DEMONSTRARAM EVIDÊNCIA DE INTERAÇÕES ADVERSAS CLINICAMENTE SIGNIFICATIVAS (PARA MAIORES INFORMAÇÕES VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). REAÇÕES ADVERSAS: CRESTOR™ É GERALMENTE BEM TOLERADO. OS EVENTOS ADVERSOS OBSERVADOS COM CRESTOR™ SÃO GERALMENTE LEVES E TRANSITÓRIOS, OS MAIS COMUNS SÃO: CEFALÉIA, MIALGIA, ASTENIA, CONSTIPAÇÃO, VERTIGEM, NÁUSEA E DOR ABDOMINAL (OUTRAS REAÇÕES ADVERSAS VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). POSOLOGIA: A FAIXA DE DOSE RECOMENDADA É DE 10 MG A 40 MG, ADMINISTRADOS POR VIA ORAL EM DOSE ÚNICA DIÁRIA, COM ÁGUA, INDEPENDENTE DO HORÁRIO DAS REFEIÇÕES, DE PREFERÊNCIA NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS. A DOSE MÁXIMA DIÁRIA É DE 40 MG. HIPERCOLESTEROLEMIA PRIMÁRIA (INCLUINDO HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HETEROZIGÓTICA), DISLIPIDEMIA COMBINADA, HIPERTRIGLICERIDEMIA ISOLADA E TRATAMENTO DA ATEROSCLEROSE: A DOSE INICIAL HABITUAL É DE 10 MG UMA VEZ AO DIA. PARA PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA GRAVE (INCLUINDO HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HETEROZIGÓTICA), PODE-SE CONSIDERAR UMA DOSE INICIAL DE 20 MG. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HOMOZIGÓTICA: RECOMENDA-SE UMA DOSE INICIAL DE 20 MG UMA VEZ AO DIA. SUPERDOSE: NÃO HÁ UM TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA A SUPERDOSAGEM. NO CASO DE SUPERDOSAGEM, O PACIENTE DEVE SER TRATADO SINTOMATICAMENTE E DEVEM SER INSTITUÍDAS MEDIDAS DE SUPORTE CONFORME A NECESSIDADE. APRESENTAÇÕES: EMBALAGENS COM 10 OU 30 COMPRIMIDOS REVESTIDOS DE 10 MG E EMBALAGENS COM 30 COMPRIMIDOS REVESTIDOS DE 20 MG E 40 MG. USO ADULTO/USO ORAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. PARA MAIORES INFORMAÇÕES, CONSULTE A BULA COMPLETA DO PRODUTO (CRE002). ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA., ROD. RAPOSO TAVARES, KM 26,9 - COTIA - SP - CEP 06707-000 TEL.: 0800-0145578. WWW.ASTRAZENECA.COM.BR. CRESTOR™. MS – 1.1618. 0200 / CDS 03/09 – MAIO/2009
CRA.09.D.029 - Produzido em Julho/2009.
Referências Bibliográficas: 1. Jones PH et al. Comparison of the efficacy and safety of rosuvastatin versus atorvastatin, simvastatin, and pravastatin across doses (STELLAR* Trial). Am J Cardiol 2003;92(2):152-60. 2. Cholesterol Treatment Trialists’ (CTT) Collaborators.Efficacy and safety of cholesterol-lowering treatment: prospective meta-analysis of data from 90 056 participants in 14 randomized trials of statins. Lancet 2005; 366(9493):1267-78. 3. Olsson AG et al. Effects of rosuvastatin and atorvastatin compared over 52 weeks of treatment in patients with hypercholesterolemia. Am Heart J 2002;144(6):1044-51. 4. Brown WV et al. Efficacy and safety of rosuvastatin compared with pravastatin and simvastatin in patients with hypercholestolemia : a randomized, double-blind, 52-week trial. Am Heart J 2002;144(6)1036-43. 5. Law MR et al. Quantifying effect of statins on low density lipoprotein cholesterol, ischaemic heart disease and stroke: systematic review and meta-analysis. BMJ 2003;326:1423-29. 6. Crouse III JR et al. Effect of rosuvastatin on progression of carotid intima-media thickness in low-risk individuals with subclinical atherosclerosis : the METEOR trial. JAMA 2007; 297: 1344-53. 7. Nissen SE et al. Effect of very high-intensity statin therapy on regression of coronary atherosclerosis: the ASTEROID trial. JAMA 2006;295:1556-65.
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mrsem fronteiras
Medicina social por ANA CAROLINA ADDARIO
Equipe médica itinerante visita comunidades ribeirinhas no entorno dos Rios Amazonas e Araguaia, levando acesso à saúde e educação ambiental à população
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Desde que
começamos, a Amazonas Visão já passou por cidades como Aruanã, Bandeirantes, Baliza, Luís Alves, Araguapaz, Cocalinho e Torixoréu. É sempre uma experiência muito emocionante
O
sistema de saúde em geral sempre sofreu críticas de ineficiência em algum aspecto. Na rede pública
de saúde, grande parte dos problemas está relacionada à defasagem da infraestrutura e à falta de mão de obra para atender a demanda da população. O resultado são filas intermináveis e tratamentos feitos em prazos mais longos do que o normal. Na rede particular, o valor das consultas e exames, e a interferência dos planos de saúde, gestores de clínicas e hospitais dificultam o acesso das populações mais carentes, que representam a maioria esmagadora do País, ao auxílio médico de ponta. Independente do argumento, todas as questões citadas acima têm relação, seja direta ou indireta, com a dificuldade de acesso da sociedade à assistência médica. Se elevarmos a equação do acesso à saúde a uma potência infinita, teremos a realidade de centenas de
Dr. Mauro Gomes, professor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Ciências
comunidades ribeirinhas nos confins do Brasil. Levar assistência médica, tecnologias de tratamento, e conheci-
Médicas da Santa Casa
mento em preservação ambiental para
de São Paulo e médico
essas comunidades pode significar
responsável pelo Instituto de Pneumologia Paulista
um grande desafio. Foi o que o Dr. Luiz Sérgio Pacheco Santos fez. mr106
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Em setembro de 2002, ele elabo-
denominada Amazonas Visão, que
para sua realização. Hoje, o Estado ofe-
rou um projeto e saiu pela cidade de
gerou uma organização não governa-
rece hospedagem e alimentação para
Goiás atrás de apoio, tanto em termos
mental, reuniu 15 profissionais convida-
os médicos voluntários, a fim de esti-
de mão de obra preparada quanto de
dos pessoalmente pelo presidente da
mular o mutirão a voltar sempre com
capital. A ideia era formar uma equipe
instituição, Dr. Luiz Sérgio,, e aterrissou
o atendimento. “Desde que começa-
itinerante de médicos das mais diver-
na cidadezinha de Aruanã, à beira do rio
mos, a Amazonas Visão já passou por
sas especialidades e fazer mutirões em
Araguaia.
cidades como Aruanã, Bandeirantes,
comunidades ribeirinhas do Rio Amazo-
Em quatro dias de trabalho, o primeiro
Baliza, Luís Alves, Araguapaz, Cocalinho
nas e do Rio Araguaia, levando aten-
mutirão da Amazonas Visão atendeu
e Torixoréu. É sempre uma experiência
dimento de saúde e informação sobre
mais de mil pacientes, em especialida-
muito emocionante”, conta o Dr. Luiz,
preservação ambiental para quem não
des como pneumologia, ginecologia,
presidente e fundador da ONG.
tem a possibilidade de se deslocar até
urologia, oftalmologia, além de levar
a cidade em busca de tratamento. Ainda que incrivelmente humana e
equipamentos laboratoriais para realização de exames.
e contabilizam ao todo 9.784 atendi-
solidária, a ideia levou cinco anos para sair do papel. Os motivos: faltava verba, mão de obra e até mesmo transporte, já que para alcançar algumas comuni-
De 2007 a 2010, as equipes já visitaram sete comunidades ribeirinhas, mentos, sendo 98 cirurgias de catarata,
Bom trabalho tem continuidade
15 pequenas cirurgias, 14 cirurgias
O primeiro evento fez tanto sucesso
mutirão programa-se para retornar a
pediátricas e doação de 252 óculos. O
dades era necessário realizar um trajeto
que as próprias prefeituras das cidades
cada região depois de, no máximo, um
de barco. Em julho de 2007, a iniciativa
beneficiadas passaram a colaborar
ano da última visita.
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cirurgias, que contam com equipamentos de última geração, fruto da parceria da ONG com empresas de todo o Brasil, como a Opto Eletrônica de São Paulo, o Instituto Varilux, a Expresso São Luís, e a Unimed Goiânia, entre outras. “Cirurgia que a gente faz na beira do rio é feita em qualquer lugar do mundo”, conta o Dr. Luiz. Nesse contexto, a Amazonas Visão já realizou diversas cirurgias de catarata nos mais velhos, e tratou fimose, hérnia e outros males entre os mais jovens. Todos os equipamentos utilizados nas cirurgias são esterilizados e montados pelos próprios médicos em uma forçatarefa, e também são eles que reorganizam tudo na hora de ir embora. O serviço é completo. Quando o mutirão encontra situações graves com necessidade de assistência médica de urgência, como em casos de hemorragia, o transporte é realizado de imediato da região em que estiver para a cidade mais próxima. O atendimento é feito sem qualquer custo, e o retorno do paciente para a comunidade é garantido pela Amazonas Visão.
“A beira do rio guarda muito sofrimento” De acordo com o Dr. Luiz, uma das especialidades que vem demonstrando muita necessidade de atenção nas regiões visitadas é o acompanhamento psicológico. “Existem histórias muito complexas por trás das consultas, como casos frequentes de violência contra a mulher”, conta. Na área ambiental, a Amazonas Visão realiza palestras e projeções de
quelônios) nas praias da bacia do Rio Araguaia.
Por conta disso, psicólogos passaram a integrar o mutirão itinerante, na tentativa de neutralizar esses males
filmes que incentivam a preservação da natureza. Em regiões que já sofrem os
Exames e diagnósticos
nessas comunidades tão carentes. Os
impactos da devastação, a ONG realiza
A rotina de atendimento é corrida,
atendimentos são feitos tanto individu-
plantações de mudas junto da comuni-
mesmo com o número de médicos
almente quanto em terapia de grupo. “A
dade, e tem iniciativas como o Projeto
tendo chegado aos quase 30 voluntários
beira do rio guarda muito sofrimento”,
Quelônios no distrito de Luiz Alves,
de especialidades distintas; a média
afirma o Dr. Luiz. Felizmente iniciativas
que faz um trabalho de recuperação
diária de atendimentos por profissional
como a Amazonas Visão trabalham
das tartarugas (répteis da ordem dos
é de 70 pacientes, sem mencionar as
para diminuir seu impacto. mr106
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mrna prateleira
A Vida por um Fio e por Inteiro O cardiologista Elias Knobel lança o livro A Vida por um Fio e por Inteiro. A obra traz fatos marcantes de seus 38 anos de luta diária pela vida na UTI e suas reflexões de uma maneira leve, didática e agradável sobre a verdadeira relação médico X paciente. Entretanto, o leitor poderá também conhecer um pouco mais sobre a história pessoal do autor, suas dificuldades, desafios, conquistas, atuação como gestor de uma UTI conhecida no Brasil e no exterior e até mesmo sua visão sobre o sistema de saúde atual. Em 47 capítulos é possível desvendar os medos, anseios e limitações que muitos médicos passam durante sua trajetória. Ressaltando que é fundamental ter vocação para seguir em frente, ser humilde e enxergar o paciente como um ser único e não apenas um número. O contato com mais de 70 mil vidas, durante o período em que foi diretor da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, comprova que Título: A Vida por um Fio e por Inteiro Autor: Elias Knobel Editora: Atheneu Páginas: 320 Preço: R$ 33,30
acompanhar apenas a evolução técnica não é o bastante. A medicina precisa de pessoas que estejam aptas para enfrentar o dia a dia. Elias Knobel organizou uma equipe de profissionais chamada por ele de “um time de ouro".
Atlas de Bolso de Anatomia Seccional - Volume II Em sua terceira edição, e agora em três volumes, o Atlas de Bolso de Anatomia Seccional reflete o que há de mais atual e prático na tecnologia da imagem na área da saúde. Descreve precisa e didaticamente os detalhes anatômicos vistos nas imagens, apresentando o desenho esquemático correspondente em cores, para facilitar a identificação das estruturas anatômicas. Destaques na nova edição: imagens inéditas de tomografia computadorizada e ressonância magnética com a mais alta qualidade e desenhos esquemáticos correspondentes totalmente em cores; mais de 480 ilustrações; cobertura abrangente e atual da coluna vertebral, extremidades e articulações; abordagem didática com formato prático em toda a obra: um corte por par de páginas; codificação padronizada das cores, o que torna fácil identificar estruturas individuais por meio de cortes contíguos. Título: Atlas de Bolso de Anatomia Seccional Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética Volume II - Tórax, Coração, Abdome e Pelve 3ª Edição Revisada e Ampliada Autor: Torsten B. Moeller Editora: Revinter Páginas: 252 Especialidades: Imagem, Pneumologia, Cardiologia, Clínica Médica Preço: R$ 139,00
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Anestesiologia Clínica Anestesiologia Clínica, 4ª edição, fornece uma apresentação concisa e consistente dos princípios básicos essenciais à prática moderna da anestesia. Aborda temas atuais e relevantes como equipamentos, farmacologia clínica, anestesia regional, tratamento da dor, fisiologia, fisiopatologia, conduta anestésica e problemas especiais. Esta nova edição contém várias melhorias e refinamentos importantes em relação às edições anteriores, extremamente bem-sucedidas. Perfis na Prática Anestésica – introduzidos na terceira edição, foram expandidos nesta edição. Conceitos-Chaves – relacionados ao início de cada capítulo, identificam as seções correspondentes dentro do capítulo através de ícones numerados. Discussões de Casos – lidam com problemas atuais, fornecendo metodologia e estrutura para provas orais e aplicação dos conceitos na prática. Termos-Chaves e Tópicos – destacados em cores dentro do texto, significativamente ampliados nesta edição. Leituras Sugeridas – em maior quantidade e atualizadas com endereços pertinentes na web. Todos os capítulos foram atualizados e várias ilustrações novas foram acrescentadas. Título: Anestesiologia Clínica Autores: G. Edward Morgan Jr. Maged S. Mikhail Michael J. Murray Editora: Revinter Páginas: 989 Preço: R$ 369,00
Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo A terceira edição desta obra mostra a relevância dos temas aqui tratados que interligam o campo do direito e da psicanálise. Os diferentes artigos tratam de alguns entrelaçamentos importantes para se pensar como se fabrica o ser humano, o que permite a humanização e a transmissão da lei, e, mais particularmente, como essas interligações possibilitam uma rica reflexão sobre a criança brasileira no mundo atual, com tantos desafios que o 3º milênio nos coloca.
Título: Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo Direito e Psicanálise, Terceira Edição Revisada Autor: Sônia Altoé Editora: Revinter Páginas: 176 Especialidades: Psicanálise, Psicologia, Direito Preço: R$ 45,00
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mrpanorama
Novo antidepressivo de alto perfil ansiolítico casos, dispensa a prescrição de um
marcas de paroxetina, princípio ativo
60% dos casos de depressão estão
ansiolítico associado ao tratamento”,
do medicamento”, destaca Alves.
associados a algum tipo de transtorno
esclarece Vladimir Pereira Alves, geren-
de ansiedade. Para tratar a doença, a
te de produtos do laboratório.
Pesquisas apontam que cerca de
Medley Indústria Farmacêutica lança
Contraindicações: o medicamento não deve ser usado concomitante-
Com dose única diária, o Moratus
mente com inibidores da MAO ou no
o Moratus, antidepressivo com maior
atua no tratamento do pânico, transtor-
intervalo de até duas semanas após o
potência serotoninérgica e com maior
no obsessivo-compulsivo, transtorno de
término do tratamento com este tipo de
efeito ansiolítico entre os inibidores
estresse pós-traumático, transtorno de
substância. Também não deve ser usa-
seletivos da recaptação de serotonina
ansiedade generalizada e fobia social.
do concomitantemente com tioridazina,
(ISRS).
O medicamento pode ser encontrado
uma vez que, assim como com outras
em duas apresentações: caixas de 20
drogas que inibem a enzima hepática
mg com 20 e 30 comprimidos.
CYP450 2D6, a paroxetina pode elevar
O produto age com extrema eficácia nos casos de depressão associada a ansiedade ou nos transtornos de ansie-
“O baixo custo do produto garante
os níveis plasmáticos da tioridazina.
dade associados ou não a depressão.
uma redução de até 74% no (gasto
SIM – 0800 729 8000
“Este produto, na grande maioria dos
com o) tratamento, frente às principais
www.medley.com.br
Novo projeto mapeará o cérebro em 3D Você já imaginou se a neurologia conseguisse mapear o nosso cérebro tão bem quanto o Google Maps o faz com a sua cidade? Até hoje, nenhum modelo de estudos do cérebro conseguiu ser tão detalhista, mas um projeto que pretende fazer uma varredura em 3D do nosso cérebro promete quebrar esse recorde. A estrutura cerebral, em forma de labirinto, ainda tem alguns pontos obscuros na análise científica. Coordenado pela Universidade da Califórnia (EUA), este novo projeto (chamado de “O catálogo completo do cérebro”) está utilizando todos
Novo Nordisk A/S é premiada como uma das empresas mais éticas do mundo
os recursos já conhecidos da neurologia para criar um mapa
Ranking do Instituto Ethisphere reconhece 100
cerebral com precisão inédita. Os principais são a ressonân-
companhias de 36 setores industriais
cia magnética avançada, fotos de neurônios com corantes e
A companhia farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk
esquemas teóricos feitos anteriormente. Juntos, tais recursos
A/S, empresa de cuidados com a saúde e líder mundial em
vão contar com uma equipe igualmente variada de profis-
cuidados com o diabetes, foi reconhecida neste ano como
sionais (tais como médicos, pesquisadores e animadores de
uma das empresas mais éticas do mundo pelo ranking do
computação 3D) para produzir o novo modelo.
Instituto de Pesquisa Ethisphere. A lista foi elaborada a partir
A principal utilidade, de acordo com os envolvidos no pro-
da avaliação dos programas de ética e compliance dessas
jeto, é abolir experimentos onerosos, complicados, e que às
companhias, bem como das ações de governança e respon-
vezes acabam sendo até inúteis. Eles esperam que os neuro-
sabilidade corporativa.
logistas possam tirar conclusões e fazer análises avançadas baseadas apenas no modelo. Ainda há muito que fazer para que o projeto seja concluído. A principal dificuldade é devida ao histórico da neurologia:
Em 2010, o ranking listou 100 empresas que conseguem pôr em prática os preceitos de como fazer negócios de forma ética, demonstrando real e sustentável liderança em seu segmento de atuação. A pesquisa durou um ano e avaliou milhares de
ao longo dos anos, algumas áreas do cérebro foram intensa-
empresas de 36 setores industriais em mais de 100 países.
mente estudadas, enquanto outras foram deixadas de lado. O
Conheça o ranking World’s Most Ethical Companies for 2010
desafio é “equalizar” os estudos nas diferentes áreas.
no endereço: http://ethisphere.com/wme2010/
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Bactéria mutante resistente a todos os antibióticos disponíveis deixa o mundo em alerta
Novo antiviral aprimora tratamento contra hepatite C, diz estudo Droga boceprevir aumentaria em até 75% taxa de cura. Trabalho reuniu pacientes com o genótipo 1, versão mais nociva do vírus O antiviral boceprevir, quando adicionado ao tratamento regular contra a hepatite C, aprimorou as taxas de cura nos pacientes mais complicados para tratar, conforme estudo divulgado na revista científica The Lancet. A hepatite C afeta 170 milhões de pessoas, 3,2 milhões só nos Estados Unidos, onde 70% estão infectados com o genótipo 1 do vírus, considerado o mais difícil de tratar. A doença pode se desenvolver no organismo durante anos sem apresentar sintomas, mas pode acarretar tumores no fígado e a necessidade de transplante do órgão.
Uma nova linhagem de bactérias que vem se espalhan-
Coordenado pelo médico Paul Kwo, da Escola de Medicina
do rapidamente e tem se mostrado resistente à maioria
da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, o trabalho
dos antibióticos está deixando a comunidade médica do
relata que a administração da droga quase dobra a eficiência
mundo inteiro em alerta, anunciaram cientistas num artigo
do tratamento convencional, composto por duas drogas:
publicado na revista The Lancet. A bactéria mutante, que
ribavirin e peginterferon alfa-2b.
seria uma forma mais resistente da E.coli, pode levar à
A experiência foi conduzida durante dois anos em 67 locais
morte por pneumonias e infecções urinárias e seria con-
dos Estados Unidos, Canadá e Europa, com 520 pacientes.
traída pela água. Os primeiros casos surgiram na Índia e no
O medicamento foi aplicado em parte dos participantes da
Paquistão e chegaram ao Reino Unido através de ingleses
pesquisa, durante 48 semanas, período pelo qual o tratamen-
que foram à Índia para se submeter a cirurgias estéticas e
to regular é mantido normalmente.
tratamentos médicos. O temor é que agora ela se espalhe pelo mundo. A bactéria mutante tem uma enzima chamada de NDM-1, produzida por um novo gene que confere altíssimo nível de resistência aos antibióticos. Em três anos, explicou o profes-
A taxa de cura aumentou para até 75% no grupo de pacientes medicados com as três drogas. Já o grupo controle, recebendo apenas os dois remédios tradicionais, apresentou taxa de 38%, durante o mesmo período de 48 semanas. O boceprevir é um inibidor de proteases, desenvolvido para
sor Tim Walsh, da Universidade de Cardiff, o descobridor do
combater diretamente o vírus da hepatite C ao bloquear uma
gene, a prevalência da bactéria era de apenas de 1% a 3 %
função vital à reprodução do organismo nas células hepáti-
dos pacientes com infecções enterobacterianas na Índia.
cas. Para Paul Kwo, ribavirin e peginterferon alfa-2b são mais
"É incrível como a expansão da bactéria foi rápida, graças à globalização e ao turismo médico", explica Walsh. O gene
voltados ao estímulo do sistema imunológico, a defesa do corpo contra ameaças e parasitas.
agora pode chegar a qualquer lugar rapidamente. Walsh disse que não é possível prever a prevalência da bactéria no Reino Unido, mas a Agência de Proteção à Saúde do país lançou um alerta aos médicos. O grande temor é a falta de medicamentos que possam combatê-la. Segundo os cientistas, mesmo que se comece a investir agora em novos antiobióticos, eles não estarão disponíveis rapidamente. "Temos um prazo de 10 anos para desenvolver um medicamento capaz de tratar esse tipo de infecção. É a primeira vez que chegamos a um estágio tão ameaçador com este tipo de bactéria."
O médico Paul Kwo, coordenador do estudo sobre a nova droga para combate do vírus da hepatite C Foto: Indiana University School of Medicine
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ANVISA aprova Indústria brasileira vai produzir dispositivo vacina para a esquistossomose israelense contra úlceras crônicas Primeira vacina com tecnologia brasileira será fabricada pela nacional Ourofino
O Brasil está pela primeira vez numa
mansoni, causador da esquistosso-
A Agência Nacional de Vigilância
posição inédita na área científica. A
mose. A substância foi um dos seis
Sanitária (ANVISA) aprovou o disposi-
vacina contra a esquistossomose –
antígenos prioritários selecionados pela
tivo BST (Bioelectrial Signal Therapy –
primeira vacina brasileira da história e
Organização Mundial da Saúde (OMS).
terapia de sinais bioelétricos), fabricado
também a primeira do mundo no com-
Isso porque a proteína está em todos
pela empresa israelense Life Wave
bate a vermes – será produzida pela
os helmintos causadores da doença e
Hi-Tech Medical Devices Ltd., para o
Ourofino, uma indústria 100% nacional.
a técnica utilizada permite a produção
tratamento de úlceras crônicas. Trata-se
A doença, também conhecida como
de uma vacina mais segura e com
de um equipamento que interrompe os
barriga d’ água, atinge 200 milhões de
maior qualidade. Apenas duas vacinas
sinais da dor antes que eles cheguem
pessoas em 74 países e causa 200 mil
se mostraram promissoras, sendo a
ao sistema nervoso central do cérebro.
mortes por ano.
brasileira a mais abrangente e de maior impacto.
A empresa já iniciou negociações com
A Ourofino formalizou a compra da
fornecedores brasileiros para realizar a
Alvos Consultoria, empresa de fomento
Descobriu-se também que a mes-
distribuição do produto no País.
que detinha a licença da tecnologia da
ma proteína SM 14 serve na proteção
Fiocruz desde 2005.
contra a fasciolose hepática, doença
Santa Isabel investe no conforto médico O Hospital Santa Isabel, que acaba de inaugurar a sua segunda unidade (HSI II) e que pertence ao
Foi no início dos anos 90 que um
que atinge 300 milhões de cabeças de
grupo de pesquisadores da Fiocruz
bovinos e ovinos no mundo e causa
descobriu a proteína SM 14, um antí-
prejuízos superiores a três bilhões de
geno contra o verme Schistossoma
dólares por ano.
Hospital São Luiz investe R$ 2,4 milhões e instala equipamento de ponta em endoscopia
complexo da Irmandade da Santa Casa
Com investimento de R$ 2,4 milhões
significa reduzir tanto o tempo da rea-
de Misericórdia de São Paulo, inovou na
na área de gastroenterologia, a Unida-
lização do exame como o desconforto
implantação de espaços destinados ex-
de Morumbi do Hospital e Maternidade
que ele pode causar ao paciente”.
clusivamente ao bem-estar do médico.
São Luiz adquiriu 16 novos equipa-
A nova unidade tem academia, pisci-
mentos destinados à realização de
como endoscopia digestiva alta, colo-
na, serviço de buffet, geladeira, micro-
exames endoscópicos. Com o uso dos
noscopia, broncoscopia, duodenoscopia,
computadores com acesso à internet,
novos aparelhos será possível obter
enteroscopia e cápsula endoscópica.
sala exclusiva com sofá e TV. “Parece
o diagnóstico precoce de doenças do
Para o coordenador do serviço de en-
luxo, mas não é. Buscamos trazer mais
aparelho digestivo, permitindo que os
doscopia do Centro de Diagnósticos da
conforto para quem passa muitas
tratamentos sejam feitos mais rapi-
Unidade Morumbi, Dr. Eduardo Guima-
horas dentro de um centro hospitalar e
damente, aumentando as chances de
rães Hourneaux de Moura, o diferencial
lida com vida e morte”, explica o diretor
cura do paciente. Por proporcionar
deste equipamento está na obtenção
do HSI, Carlos Adalberto Ferreira Pinto.
imagens de alta definição, os aparelhos
de imagens de alta definição, associada
O novo sistema é usado em exames
ampliam a possibilidade de diagnóstico
à perspectiva de ampliação e ao uso de
lembra que os médicos cuidam da vida
de diferentes doenças. “Trata-se de
cromoscopia ótica, que muitas vezes
dos pacientes mas, muitas vezes, esque-
tecnologia de ponta na área médico-
substitui os corantes de superfície, evi-
cem de dar atenção à própria saúde.
hospitalar de gastroendoscopia, o que
tando reações adversas.
O diretor médico do HSI, Mauro Borghi,
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Viagra® (citrato de sildenafila) é uma terapêutica oral para a disfunção erétil. A sildenafila é um inibidor seletivo da fosfodiesterase-5 (PDE-5), específica do GMPc. O mecanismo fisiológico responsável pela ereção do pênis envolve a liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos durante a estimulação sexual. A sildenafila é rapidamente absorvida. Indicações: tratamento da disfunção erétil, que se entende como sendo a incapacidade de atingir ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Para que Viagra® seja eficaz, é necessário estímulo sexual. Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula, ou ainda a pacientes usuários de qualquer forma doadora de óxido nítrico, nitratos orgânicos ou nitritos orgânicos. Advertências e Precauções: os agentes para tratamento da disfunção erétil devem ser utilizados com precaução em pacientes com deformações anatômicas do pênis (tais como angulação, fibrose cavernosa ou doença de Peyronie) ou em pacientes com condições que possam predispor ao priapismo (tais como anemia falciforme, mieloma múltiplo ou leucemia). Os agentes para o tratamento da disfunção erétil não devem ser utilizados em homens para os quais a atividade sexual esteja desaconselhada. O uso da associação de Viagra® com outros tratamentos para disfunção erétil não foi estudado e não é recomendado. Foram relatados eventos cardiovasculares graves pós-comercialização, incluindo infarto do miocárdio, morte cardíaca repentina, arritmia ventricular, hemorragia cerebrovascular e ataque isquêmico transitório em associação temporal com o uso de Viagra®. Com o uso de todos os inibidores da PDE5, incluindo a sildenafila, foi raramente relatada neuropatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (NAION) (póscomercialização) e; também pequeno número de pacientes com diminuição ou perda repentina de audição (pós-comercialização e estudos clínicos). Não foi identificada relação causal entre o uso de inibidores de PDE5 e NAION ou; de inibidores de PDE5 e diminuição ou perda repentina da audição. Os pacientes devem ser advertidos a consultarem o médico imediatamente em caso de perda repentina da visão ou, diminuição ou perda repentina da audição. Recomenda-se cautela na administração concomitante de sildenafila em pacientes recebendo α-bloqueadores, pois a co-administração pode levar à hipotensão sintomática em alguns indivíduos suscetíveis. A fim de diminuir o potencial de desenvolver hipotensão postural, o paciente deve estar estável hemodinamicamente durante a terapia com α-bloqueadores principalmente no início do tratamento com sildenafila. Deve-se considerar a menor dose de sildenafila para iniciar a terapia. Não existem também informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com distúrbios hemorrágicos ou com úlcera péptica ativa. Por esse motivo, Viagra® deve ser administrado com precaução a esses pacientes. Não existem informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com retinite pigmentosa. Viagra® não é indicado para mulheres e crianças (< 18 anos). Interações medicamentosas: Viagra® potencializa o efeito hipotensor da terapêutica com nitratos, tanto de uso agudo como crônico; portanto, o uso concomitante com estes medicamentos é contra-indicado. Interações clinicamente significativas na farmacocinética do sildenafila foram observadas com saquinavir e ritonavir. Interações clinicamente nãosignificativas foram observadas com anti-hipertensivos. Os dados em estudos clínicos indicaram diminuição do clearance da sildenafila quando co-administrada com o cetoconazol, eritromicina ou cimetidina. Nenhuma interação significativa foi observada com tolbutamida, varfarina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos, tiazidas e diuréticos relacionados, inibidores da ECA, bloqueadores de canais de cálcio, ácido acetilsalicílico, álcool e antiácidos (vide bula completa do produto). Reações adversas: os eventos adversos foram em geral, transitórios e de natureza leve a moderada. As reações adversas mais comumente relatadas foram cefaléia e rubor. Outras reações incluíram tontura, alterações visuais (visão turva, sensibilidade aumentada à luz), cromatopsia (leve e transitória, predominantemente distorção de cores), palpitação, rinite (congestão nasal) e dispepsia. Os seguintes eventos adversos foram relatados durante o período pós-comercialização: reação de hipersensibilidade (incluindo rash cutâneo), convulsão, convulsão recorrente, taquicardia, hipotensão, síncope, epistaxe, vômito, dor ocular, olhos vermelhos, ereção prolongada e/ou priapismo (vide bula completa do produto). Posologia: Adultos: 50 mg em dose única, administrada quando necessário, aproximadamente uma hora antes da relação sexual. De acordo com a eficácia e a tolerabilidade, a dose pode ser aumentada para 100 mg ou diminuída para 25 mg. A dose máxima recomendada é de 100 mg. A freqüência máxima recomendada de Viagra® é de uma vez ao dia. Insuficiência hepática ou renal: uma dose de 25 mg deve ser considerada. Crianças: Viagra® não é indicado para crianças (< 18 anos). Idosos: o ajuste de dose não é recomendado para pacientes idosos. Superdosagem: medidas gerais de suporte deverão ser adotadas conforme a necessidade. Não se espera que a diálise renal possa acelerar o clearance da sildenafila. Apresentações: comprimidos revestidos de 50 mg em embalagem com 2, 4 ou 8 unidades e 25 mg e 100 mg em embalagens com 4 unidades. USO ADULTO. USO ORAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto. (vgr11) Documentação científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica mediante solicitação. Laboratórios Pfizer Ltda., Rua Alexandre Dumas, 1860 – Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP – CEP 04717-904. Tel.: 0800-16-7575. Internet: www.pfizer.com.br Viagra®. MS – 1.0216.0065.
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mrfitomedicina Órgão oficial da:
Caralluma fimbriata
no controle do apetite por DRA. CECI LOPES
Consultoria Científica Dr. Cezar Bazzani Conselho Editorial Dra. Ceci Lopes Dr. Dagoberto Brandão Dr. Eduardo Pagani Dr. José Roberto Lazzarini Dra. Mônica Menon Prof. Dr. Paulo Chanel D. Freitas
Temos observado nas últimas décadas verdadeira epidemia de obesidade no mundo, representando um problema de saúde pública pelas comorbidades associadas. Diabetes, hipertensão, dislipidemias são exemplos dessas alterações com significado relevante na qualidade de vida e risco de mortalidade. Estima-se que o Brasil em 2025 será o 5º país mais obeso do mundo1
P
or outro lado, vivemos uma
mente citadas como uma opção nesse
época de grande valorização
tratamento. Essas pessoas procuram
da estética corporal, em que
o médico querendo mais informação.
há um verdadeiro bombardeio
Portanto, é importante tomarmos co-
de imagens pela mídia, incentivando as
nhecimento do que existe, em termos
pessoas à procura de forma física mais
de dados científicos. Para tanto, procu-
admirada. Porém perder peso é um de-
ramos fazer extensa revisão de litera-
safio, que, para muitos, parece intrans-
tura, em bases como PubMed, Scopus,
ponível. Sabemos que a mudança de
Google Scholar, Web of Science, e Iran-
estilo de vida e a reeducação alimentar
Medex sobre a segurança e eficácia de
representam a melhor forma de garantir
plantas medicinais no tratamento da
a manutenção do peso além de melhor
obesidade. Encontramos 915 estudos,
qualidade de vida. Muitas vezes essas
sendo selecionados 77 relacionados a
metas são difíceis de serem atingidas,
controle de peso, dentre eles 19 em
resultando, no afã de chegar ao ponto
humanos e 58 em animais. Em todos
desejado, em procura por substâncias
não foram mencionados efeitos colate-
que favoreçam a perda de peso, mesmo
rais, salvo com o uso de Ephedra, ca-
que impliquem efeitos colaterais.
feína e Bofutsushosan2. Outras revisões
Muitos medicamentos fazem parte
64
|
enfatizam o risco de efeitos colaterais
desse arsenal terapêutico. No entan-
como distúrbios psiquiátricos, gastroin-
to, muitos pacientes se queixam de
testinais, e palpitações com o uso das
seus efeitos adversos, e acreditam
plantas contendo Ephedra e efedrina3,4.
que fitoterápicos possam propiciar um
Neste texto, selecionamos o que existe
tratamento isento deles. A Caralluma
sobre a Caralluma fimbriata, uma das
fimbriata é uma das plantas comu-
plantas mais citadas.
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Estudo com 62 pacientes com IMC acima de 26 e uso de Caralluma associado a 30 minutos de exercício físico diário confirma maior perda de peso no grupo ativo, sem efeitos colaterais
Caralluma fimbriata - Família: Asclepiadaceae. Sinônimo: Caralluma adscendens. Nomes populares: Kulle Mooliyan, Karallamu.
A Caralluma fimbriata é um cacto
crua através da mastigação dos caules.
produção e acúmulo de gordura pelo
suculento e comestível que pertence
Existem relatos de que indivíduos das
organismo, tornando-se necessário
à família Asclepiadaceae. Cresce de
tribos da Índia mastigavam os talos
queimar as reservas existentes. Esse
forma selvagem por toda a Índia, sendo
de Caralluma fimbriata para suprir o
processo é responsável tanto pela inibi-
também plantada como arbusto ao
apetite em dias de caça6.
ção da formação como pela queima de
longo das rodovias e como divisa para
Dentre os seus componentes en-
gordura corporal independentemente de exercício físico8.
jardins. Populações tribais fazem uso
contramos grande concentração de
para reduzir a fome e a sede. Os nati-
glicosídeos pregnanos, glicosídeos fla-
vos indianos têm incluído esse cacto
vonoides e saponinas. Os glicosídeos
do ao hipotálamo sinais de sensação
suculento e comestível em suas dietas
pregnanos são os mais numerosos
de estômago cheio mesmo antes de
ao longo dos séculos com a alegação
(mais de 27 foram isolados), represen-
o indivíduo se alimentar, e, como já
folclórica a respeito da sua atividade
tam o princípio ativo dessa planta .
dissemos, este mecanismo tem sido
supressora do apetite. A Caralluma
7
Acredita-se que esses glicosíde-
No controle do apetite age envian-
atribuído à ação dos glicosídeos9.
fornece a sensação de estômago cheio,
os exerçam ação inibitória sobre a
Evidências observacionais já haviam
mesmo sem consumo de alimentos5.
enzima citrato-liase que é necessá-
comprovado sua eficácia. Tornavam-
Na Índia é considerada como legume,
ria à formação da acetilcoenzima-A,
se necessárias evidências científicas
podendo ser ingerida de várias formas:
resultando em diminuição na formação
para que a prescrição em receituário
cozida como vegetal normal, com sal,
e acúmulo de gordura no adipócito.
encontrasse respaldo. Assim, foram
pimenta, pode ser preparada com mo-
Também bloqueiam outra enzima, a
realizados estudos em universida-
lho chutney e picles ou mesmo comida
malonilcoenzima-A, importante na
des da Índia, abordando a eficácia e mr106
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toxicidade da Caralluma. Dentre eles
muito curto. O não aparecimento de
destacamos:
efeitos colaterais nos encoraja não só à
Estudo duplo-cego com 50 pacientes
prescrição, mas especialmente à elabo-
obesos durante 8 semanas demonstra
ração de estudos mais amplos, que nos
diminuição de peso, índice de mas-
possam fornecer maiores evidências.
sa corpórea (IMC), e outras medidas antropométricas nos pacientes que
REFERÊNCIAS:
utilizaram medicamento ativo, com boa
1. Villares SMF, Mancini MC. Obesidade. In:
tolerabilidade e sem efeitos colaterais.
Saad MJA, Maciel RMB, Mendonça BB.
Estudo com 62 pacientes com IMC
Endocrinologia. São Paulo: Atheneu; 2007.
acima de 26 e uso de Caralluma asso-
p. 101-1021.
ciado a 30 minutos de exercício físico
2. Hasani-Ranjbar S, Nayebi N, Larijani B,
diário confirma maior perda de peso no
Abdollahi M. A systematic review of the
grupo ativo, sem efeitos colaterais8.
efficacy and safety of herbal medicines
Em estudo duplo-cego placebo-
used in the treatment of obesity. World J
controlado realizado na Índia com 62
Gastroenterol. 2009 Jul 7;15(25):3073-85.
voluntários (23 homens e 39 mulheres)
3. Pittler MH, Ernst E. Complementary
com idades entre 25 e 60 anos, índices
therapies for reducing body weight: a
de massa corpórea acima de 25kg/ m2,
systematic review. Int J Obes (Lond). 2005
foi administrado tratamento constando
Sep;29(9):1030-8.
de 2 cápsulas de 500mg de extrato
4. Pittler MH, Schmidt K, Ernst E. Adverse
seco da planta, ou placebo, ao dia, du-
events of herbal food supplements for
rante 60 dias. Medidas antropométricas
body weight reduction: systematic review.
como peso, altura, circunferência da
Obes Rev. 2005 May;6(2):93-111.
cintura e quadril foram anotadas. Não
Products Research Laboratory, University
peso corporal, porém houve diminui-
of Mumbai, Matunga, Mumbai, India. 6. Wealth of India. A Dictionary of Indian
demonstrada diminuição do apetite e
Raw Materials and Industrial Products.
ausência de efeitos colaterais .
1992;3:266-7.
9
Outro estudo realizado na Califórnia,
re G, Marzocco S, Pizza C, Morelli I, Braca
sendo 19 utilizando composto ativo e 7
A. New pregnane glycosides from Carallu-
utilizando placebo, durante 4 semanas,
ma dalzielii. Steroids. 2005 Aug;70(9):573-
demonstrou perda de 60% do peso
85.
colaterais . 10
8. Anura V Kurpad, Rcbtwu Ruj, Amurnuth J. Use of Caralluma fimbriata extract to
Quanto à posologia, nem todos os
reduce weight. Conducted at: Division of
estudos são bem claros encontrando-
Nutrition, St John’s Medical College and
se nas referências consultadas doses
Hospital, sajapur Road, Bangalore 560 034
de 500mg a 1g sem efeitos colaterais. Os resultados sugerem, em todos os e que tenha alguma efetividade, porém
fimbriata extract on appetite, food intake
mais estudos são necessários para uma
and anthropometry in adult Indian men
melhor comprovação da eficácia dessa
and women. Appetite. 2007;48(3): 338–44.
Lopes é professora assistente-doutora da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)
Rafael Costa Hime é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos
Priscila Costa Hime é acadêmica do 3º ano do Curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA)
Stephanie Joly Chander Martins é acadêmica do 4º ano da Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES)
10. Preuss H. Report on the safety of Ca-
mente porque as populações estuda-
ralluma fimbriata and its extract. Gencor
das são pequenas e o tempo de uso
Pacific Company; 2004.
|
Ceci Mendes Carvalho
India. jendran R, Kurpad AV. Effect of Caralluma
66
de Santo Amaro (UNISA)
9. Kuriyan R, Raj T, Srinivas SK, Vaz M, Ra-
estudos, que a planta seja bem tolerada
planta no controle do apetite, especial-
e Obstetrícia do Curso de Medicina da Universidade
7. De Leo M, De Tommasi N, Sanogo R, Auto-
com 26 pacientes com sobrepeso,
corporal sem a ocorrência de efeitos
da Costa Hime é chefe do Núcleo de Ginecologia
5. Report of KS Laddha, Medicinal Natural
foi demonstrada perda significativa de ção da circunferência da cintura. Foi
Lúcia de Fátima Cahino
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em segurança e tolerabilidade.6
a preferência entre os homens.7
referências Bibliográficas: 1. Berner MM, Althof SE, Goldstein I, et al. Relationship Between Erection Hardness and Confidence in Men With Erectile Dysfunction Treated With Sildenafil Citrate. ESSM Poster MP-026, Joint Congress of the European and International Societies for Sexual Medicine December 2008, Brussels,Belgium. 2. Mulhall J, Althof SE, Brock GB, et al. Erectile Dysfunction: Monitoring Response to Treatment in Clinical Practice—Recommendations of an International Study Panel. J Sex Med 2007;4:448–464. 3. King R, Juenemann K-P, Levinson IP, et al. Correlations between increased erection hardness and improvements in emotional well-being and satisfaction outcomes in men treated with sildenafil citrate for erectile dysfunction. International Journal of Impotence Research 2007;19:398–406. 4. Gingell C, Sultana SR, Wulff MB, et al. Duration of Action of Sildenafil Citrate in Men with Erectile Dysfunction. J Sex Med 2004; 1: 179–184. 5. Eardley I, Ellis P, Boolell M, et al. Onset and duration of action of sildenafil citrate for the treatment of erectile dysfunction. J Clin Pharmacol, 2002; 53: 61S-65S. 6. Jackson G et al. Sildenafil - A decade of safety and tolerability data. ESSM Poster UP-100, Joint Congress of the European and International Societies for Sexual Medicine December 2008, Brussels, Belgium. 7. Park NC, Park HJ, Nam JK, et al. Efficacy and side effects of the PDE-5 inhibitors sildenafil, vardenafil, and tadalafil: results of open label study of patient preference in Korea. J Sex Med. 2005; vol 2 suppl 1: MP 5-3. 8. Bula do produto.
CONTRAINDICAÇÃO: TODOS OS INIBIDORES DE PDE-5 SÃO CONTRAINDICADOS QUANDO ASSOCIADOS AO USO DE NITRATO.8 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: PODE HAVER DIMINUIÇÃO DO CLEARANCE DA SILDENAFILA QUANDO COADMINISTRADA COM INIBIDORES DO CITOCROMO CYP3A4 TAIS COMO: CETOCONAZOL, ERITROMICINA OU CIMETIDINA.8 USO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Laboratórios Pfizer Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1860 - São Paulo - SP - CEP 04717-904 CNPJ 46.070.868/0019-98 - © Copyright Pfizer Ltda. 2010 Todos os direitos reservados. www.pfizer.com.br. Produzido em Fevereiro/2010. Material destinado ao público médico. Bula do Produto no verso deste anúncio.
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