Revista Médico Repórter 106

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A

médicorepórter O

V

Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos

Atualização

Descoberta

ano 11

Em debate

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nº 106

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2010

Saúde pública

médicorepórter Burocracia ou diagnóstico? ano 11 | nº 106 | 2010 capa medico.indd 1

Por dentro Cirurgiões relatam o uso do sistema robótico em cirurgia geral e em outras especialidades

Diagnóstico ou burocracia? As barreiras que interferem no trabalho médico

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médicorepórter

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V

Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos

1816

Invento do estetoscópio por René T.H. Laennec (1781-1826)

1855

2010

Invento do biauricular por Dr. George Cammann (1804-1863)

Estetoscópio eletrônico

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Prezado médico e leitor, juntamente com a Nova Médico Repórter, encartamos algumas gravuras maravilhosas, para decorar seu consultório.

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2001

Sempre na vanguarda, a revista Médico Repórter inova em seu visual

2010

Acompanhando um mercado em constante mudança, a revista Médico Repórter, em seu nº 106, ganha uma nova roupagem, sempre com a proposta de ser a melhor publicação para a classe médica

*A Revista Médico Repórter é distribuída gratuitamente, porém seu mailing flutuante não assegura o recebimento mensal de todas as edições

acesse:

www.medicoreporter.com.br 05/10/10 11:49


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Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos

1816

Invento do estetoscópio por René T.H. Laennec (1781-1826)

1855

2010

Invento do biauricular por Dr. George Cammann (1804-1863)

Estetoscópio eletrônico

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Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos ano 11

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nº 106

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2010

Diretora Geral Ana Maria Sodré anasodre@lopso.com.br Diretora Administrativa Carolina dos Santos carolina@lopso.com.br

editorial

E

m constante transformação como qualquer outra instância da vida moderna, a medicina é um universo que não apenas assiste às mudanças que acontecem no setor como, em algum senti-

do, depende da evolução de suas técnicas para oferecer diagnósticos cada vez mais precisos, tratamentos mais eficientes e menos custosos, a fim de contribuir para um ciclo de desenvolvimento contínuo, que implica na otimização da prestação de serviços para a população e na verticalização dos estudos em medicina no Brasil. Estudos como o que foi desenvolvido pela CELLE, que prevê a extração de células-tronco do fluido menstrual e promete renovar as expectativas de pacientes com

Jornalista Responsável Ana Carolina Addario - DRT 509-MS lopso@lopso.com.br Jornalistas Alessandra Soares Ana Carolina Addario lopso@lopso.com.br Revisora Isabel Gonzaga lopso@lopso.com.br

casos de degeneração de determinados grupos do corpo (em fase de pesquisa no Brasil pela Cryopraxis Criobiologia); ou mesmo a implantação do primeiro marca-passo diafragmático no País, que restaura o uso do diafragma de pacientes tetraplégicos, trazendo mais conforto e qualidade de vida, realizada pelo Hospital Sírio-Libanês, são bons exemplos de como a medicina brasileira está disposta a dar grandes passos no sentido da evolução. Entretanto, ao passo que transformações como essas delineiam um cenário positivo para a medicina brasileira, impasses praticamente invisíveis para os olhos leigos começam a ganhar cada vez mais forma e presença no exercício médico, enfraquecendo setores indispensáveis para o bem-estar da sociedade, e a eterna luta pelo desenvolvimento médico no país. Nesta edição, a revista Médico Repórter traz uma reportagem de capa que conta a história de um dos maiores vilões do exercício médico no Brasil: a burocracia. Seja sob o signo da

Criação e Diagramação Alexandre Figueira de Almeida alexandre@lopso.com.br Comercial Ana Maria Sodré comercial@lopso.com.br As matérias assinadas não refletem a opinião da Médico repórter. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000, a revista Médico repórter não se responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. É proibida a reprodução parcial ou total da Médico repórter sem a devida autorização do Grupo Lopso de Comunicação. Médico repórter é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888

www.medicoreporter.com.br

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omissão das agências reguladoras em orientar as relações entre o médico, os planos de saúde e seus prestadores de serviço, seja pela falta de incentivo governamental à continuidade da educação médica no País, profissionais em todo o Brasil revelam insatisfação por serem afetados pela ação da burocracia, o que representa um perigo iminente para a população que necessita de assistência médica. O lado positivo dessa história é que sociedades de especialidades das mais variadas, como a ginecologia, obstetrícia e ortopedia, já começam a se movimentar no sentido de alertar tanto a comunidade médica quanto a população geral dos males que esse vilão invisível pode causar. Nesta edição, você confere dados sobre a relação delicada entre médicos e planos de saúde, e conhece também as campanhas que começam a ganhar força no País para combater o estado de fragilidade em que os profissionais médicos se encontram atualmente. A Médico Repórter deste mês traz ainda, em uma matéria especial, os principais pontos do Novo Código de Ética Médica repercutidos por profissionais da área – em se tratando dos vilões invisíveis e das delicadas questões de bioética, o Novo Código lança luz sobre o exercício médico, e engata mais uma marcha em prol do desenvolvimento da medicina no Brasil. E, por fim, você confere nesta que é a nossa 106º edição, a reconfiguração total da revista, que adquiriu outra identidade visual e sai do forno este mês com cara nova, sempre trazendo conteúdo de qualidade sobre as mais diversas especialidades da medicina para que você, médico, se atualize com as últimas novidades do setor. Boa leitura.

Ana Maria Sodré

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índice DESTAQUES

POR DENTRO 16 A evolução da cirurgia robótica no Brasil

26 ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA Primeiro medicamento no País para tratamento das crises de angioedema hereditário

08 MATÉRIA DE CAPA: DIAGNÓSTICO OU BUROCRACIA? Especialistas discutem como a burocracia interfere no desenvolvimento da medicina no Brasil

ARTIGO 40 Envelhecimento masculino

SEÇÕES POR DENTRO 14 Driblando a autoimunidade 20 Paralisia: estudo e esperança ENTREVISTA 22 Medicina 5 estrelas 24 EM PAUTA Nova toxina botulínica chega ao mercado brasileiro 30 SAÚDE PÚBLICA Brasil força-tarefa

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32 COMPLIANCE Novas perspectivas

48 ESPECIAL Outros rumos para a medicina moderna

34 EM DEBATE A polêmica do bronzeado

SEM FRONTEIRAS 50 Exposição de médicos sem fronteiras 56 Medicina social

36 DESCOBERTA Fonte da vida ARTIGO 42 Anafilaxia induzida por farinhas contaminadas por ácaros 46 Miomas uterinos podem ser tratados sem necessidade de retirar o útero

58 NA PRATELEIRA Lançamentos em literatura médica 60 PANORAMA Notícias médicas 64 FITOMEDICINA Caralluma fimbriata no controle do apetite

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colaboradores

Dr. Marcelo Chiara Bertolami, diretor científico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, chefe da Liga de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Dr. Mario Peres, médico neurologista, com doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-doutorado pela Thomas Jefferson University, Philadelphia

Dr. Décio Chinzon, assistente doutor da Disciplina de Gastroenterologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Dra. Ceci Mendes Carvalho Lopes, presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)

Dr. Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento, Simulação e Pesquisa do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), diretor da Fundação Interamericana do Coração e presidente do Comitê de Ressuscitação da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)

Dr. Mário Santoro Junior, membro da Academia Brasileira de Pediatria, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (gestão 94-96), vice-presidente da Associação LatinoAmericana de Pediatria (gestão 2003-2004)

Dr. Eduardo B. Bertero, fellow pela Universidade de Boston (EUA), mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), médico assistente do Departamento de Urologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Dr. Prof. Eliasz Engelhardt, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do Setor de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Instituto de Neurologia Deolindo Couto da UFRJ,

Dr. César Eduardo Fernandes, professor livre-docente, chefe da Clínica Ginecológica da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), professor colaborador da Pós-Graduação em

coordenador de pesquisa do Centro para Doença de Alzheimer do Instituto de Psiquiatria da UFRJ

Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Dr. Carlos A. C. Pereira, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, doutor em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), diretor do Serviço de Doenças Respiratórias do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Dr. Eduardo de Oliveira Duque-Estrada, médico do corpo de saúde da Marinha do Brasil e professor universitário até 2007, MBA em Estratégia Empresarial, presta assessoria à indústria farmacêutica

Dra. Denise Steiner, professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes, em São Paulo

Dr. Marcello D. Bronstein, chefe da Unidade de Neuroendocrinologia da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

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mrmatéria de capa

Diagnóstico ou burocracia? por ANA CAROLINA ADDARIO

Dr. Cláudio Santili é presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT),

Cerceados pelos planos de saúde, pelo descaso das agências reguladoras, e pela falta de incentivo à verticalização da carreira, especialistas discutem como a burocracia interfere no desenvolvimento da medicina no Brasil

e editor associado da Acta Ortopédica Brasileira, membro do Corpo editorial da Revista Brasileira de Ortopedia, membro do conselho consultivo da Rev. Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP)

A

atribuição de salvar vidas e designar soluções para os males que acometem o paciente não é uma tarefa

simples, uma vez que todo tratamento envolve riscos e responsabilidades. A

Dr. Emílio César

maneira como o profissional conduz o

Zilli é diretor e

tratamento é o que determina sua re-

responsável pela área

lação com o paciente e o sucesso das

de ética médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

operações. No entanto, quando fatores externos começam a interferir no ofício, barreiras se constroem na relação

As barreiras burocráticas que interferem no trabalho médico podem estar relacionadas com os planos de saúde, os protocolos de atendimento ou a ausência de regulação federal sobre os procedimentos médicos.

entre médico e paciente e a resolução dos problemas pode levar ainda mais Dr. César Eduardo

conferida em estudo lançado pelo

Fernandes é professor

As barreiras burocráticas que inter-

livre-docente, chefe da

ferem no trabalho médico podem estar

setembro deste ano, que avaliou a

Clínica Ginecológica da

relacionadas com os planos de saúde,

atuação dos planos de saúde sob o

os protocolos de atendimento ou a

ponto de vista de quem mais tem a

ausência de regulação federal sobre

reclamar deles: os médicos. De acordo

os procedimentos médicos. Qualquer

com o levantamento, em uma escala

que seja a razão, profissionais em todo

de 0 a 10, o médico paulista atribui

o País sofrem com os trâmites buro-

nota de 4,7 para os planos ou segu-

Mastologia da Faculdade

cráticos que perpassam a medicina, e

ros de saúde no Brasil. Considerando

de Medicina de Botucatu

correm cada vez mais riscos de perder

apenas os planos com os quais tem ou

o tão precioso tempo de atenção a

teve algum relacionamento nos últimos

seus pacientes.

cinco anos, a avaliação é similar à mé-

Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), professor colaborador da Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e

– Universidade Estadual Paulista (UNESP)

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tempo do que o previsto.

Prova desse fenômeno pode ser

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Instituto de Pesquisas Datafolha em

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dia atribuída aos planos de modo geral: nota média de 5,1 em escala de 0 a 10. Foram realizadas 403 entrevistas finais no Estado de São Paulo, sendo 200 na

diagnósticos e terapêuticos mediante

capital e 203 no interior, para compor

designação de auditores, restrições a

o cenário da insatisfação dos médicos

doenças preexistentes, tempo de inter-

em relação à interferência dos planos

nação de pacientes, prescrição de me-

ou seguros de saúde em seu trabalho.

dicamentos de alto custo e, por fim, no

Esses dados, que refletem a insa-

Quando o assunto é a insatisfação

período de internação pré-operatório.

tisfação em que vivem os médicos do

dos profissionais em relação a essas

Perguntados sobre qual plano ou

Estado de São Paulo que responderam

empresas, 9 em cada 10 médicos de-

seguro de saúde mais apresenta pro-

ao levantamento, são apenas uma

claram que há interferência dos planos

cedimentos burocráticos, 3 em cada 10

amostra do que milhares de profis-

ou seguros de saúde na sua autonomia

médicos paulistas declaram que todos

sionais em todo o Brasil sofrem em

técnica para o exercício da medicina.

são igualmente excessivos nesse que-

função das dificuldades geradas pela

Para cerca de 3 em cada 10 médicos,

sito. E, por fim, perguntou-se aos 403

ação burocrática dos planos de saúde,

glosar procedimentos ou medidas

entrevistados qual era o pior plano de

que acabam cerceando seu trabalho e

terapêuticas é o tipo de interferência

saúde do Brasil, chegando a um empa-

coibindo a prestação de um serviço de

que mais afeta a autonomia médica,

te entre as marcas Medial, Intermédica,

qualidade. Prova disso é o número de

seguido pela restrição no número

Amil e Cassi, com cerca de 10% dos

campanhas e levantes realizados de

de exames ou procedimentos, atos

votos para cada.

ponta a ponta do País. mr106

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Conscientização médica Em julho deste ano, o instituto de

Desse mesmo contingente, 37% já

pesquisa IBOPE realizou sob encomen-

dimentos ambulatoriais recusados,

da da Sociedade Brasileira de Ortopedia

25% receberam negativas de material

e Traumatologia (SBOT) estudo que ava-

cirúrgico, 12% tiveram negativas para

liou a interferência dos planos de saúde

solicitação de próteses, 9% afirmam

no exercício médico, do ponto de vista

que tiveram implantes recusados e

dos profissionais da especialidade. De

8% registram negativas de tratamento

acordo com o estudo, que entrevistou

alternativo, além de 7% que revelam

400 ortopedistas e traumatologistas de

negativas nos pedidos de internação

todos os Estados brasileiros, dos 91%

clínica.

dos médicos que atendem por meio de

passamos por dificuldades diversas vezes tendo que provar a necessidade de determinada operação

tiveram pedidos de exames e proce-

“Os dados do estudo dizem respeito

que é a ortopedia. Com base nisso, passamos por dificuldades diversas

planos de saúde, segundo o IBOPE, 55%

a uma área da medicina bastante de-

vezes tendo que provar a necessidade

já tiveram cirurgias negadas.

pendente de equipamentos e próteses,

de determinada operação, até porque essa dificuldade às vezes é gerada por desconfiança por parte dos planos

Pesquisa ProTeste

de saúde”, conta o Dr. Cláudio Santilli, presidente da SBOT. Outra área bastante prejudicada pela negativa de procedimentos é a cardiologia, principalmente quando se trata de cirurgias dependentes de equipamentos. “A área da cirurgia cardíaca e da arritmia trabalham com marca-passos de ponta, que podem chegar a custar 50 mil reais. Algumas empresas cedem o equipamento, mas outras preferem decidir a concessão na Justiça”, afirma o Dr. Emílio César Zilli, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Análises (nada) técnicas Outro dado importante revelado pelo estudo é que 27% das respostas negativas foram dadas por funcionários dos planos de saúde, e não pelos auditores médicos. O que significa que mais de Pesquisa realizada pela ProTes-

marcar uma consulta médica. Nos

¼ dos vetos sobre diagnósticos é feito

te que avaliou as diferenças e se-

planos individuais o consumidor

sem conhecimento técnico.

melhanças entre planos de saúde

leva, em média, 14 dias para

particulares e coletivos constatou

agendamento de consulta e 6 dias

fossem realizadas com a comprova-

que o consumidor que possui um

para marcar um procedimento

ção do técnico, mas nem sempre isso

plano de saúde coletivo demora

ambulatorial ou exame. Já nos

acontece. No fim, a atitude acaba por

50% mais do que um que tenha

planos coletivos, esse período

quebrar a confiança do paciente no

plano individual para conseguir

sobe para 16 dias para marcar

médico”, revela o Dr. Santilli.

agendar exames ou outro procedi-

consulta e 9 dias para agenda-

mento, e 14,3% mais tempo para

mento de procedimentos.

“Essas negativas se moralizariam se

De acordo com o Dr. Zilli, a recorrência de casos de recusa dos procedimentos médicos por parte dos

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Não há políticas

públicas que incentivem a verticalização da carreira e, no entanto, a cobrança sobre o profissional tende a crescer com os anos de profissão

Campanha publicitária da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP)

planos de saúde acaba provocando um

e paciente. O documento, organizado

trícia e Ginecologia do Estado de São

movimento de judicialização da medi-

pelo Conselho Federal de Medicina com

Paulo (SOGESP), a necessidade de

cina, em que o diagnóstico médico é

a colaboração de diversos médicos e

reciclagem do conhecimento médico

avaliado por instância judicial, ou seja,

entidades da sociedade civil, também

é uma urgência trabalhada atualmente

sem instrução técnica sobre o que

representa uma forma de burocracia no

apenas através da iniciativa de institui-

será discutido. “Felizmente, em 99%

exercício da medicina, mas pode ser o

ções e associações médicas em torno

dos casos, o juiz decide em favor do

primeiro sinal de uma solução para os

de todo o País. “O que aprendi na déca-

paciente”, completa.

entraves burocráticos.

da de 1970, na época, era para sempre,

Dentre as justificativas dos planos

e estava completamente equivocado.

para as rejeições de procedimentos

Impasses educacionais

Os médicos estão mais conscientes da

solicitados, segundo os entrevistados,

A questão da educação foi levantada

necessidade de continuar a educação,

predominam a falta de vagas no hospi-

pelos entrevistados da pesquisa como

e as associações médicas têm promo-

tal, falta de cobertura contratual, prazo

outro aspecto que dificulta o desenvol-

vido eventos de grande qualidade, mas

de carência e alto custo do procedi-

vimento da medicina no Brasil e que

precisamos de mais”, conta.

mento. “Se durante um período contra-

também está relacionado com a buro-

Além da falta de incentivo à verticali-

tual, a direção de um plano de saúde

cracia, pois depende da administração

zação da carreira, outro aspecto negati-

é alterada ou mesmo se a empresa é

pública e de entidades da sociedade.

vo da medicina brasileira é a expansão

vendida para terceiros, nós, médicos

A falta de incentivos à continuidade

do número de escolas de graduação,

associados, corremos o risco de ver

da educação especializada na área

que nem sempre prezam o critério da

nossa cobertura contratual transforma-

de saúde no País é um dos aspectos

qualidade de ensino. “O Brasil só perde

da”, revela o Dr. Santilli.

centrais da discussão. “Não há políticas

para a Índia no número de escolas de

A sexta edição do novo Código de

públicas que incentivem a verticaliza-

medicina”, afirma o Dr. Zilli. E a equação

Ética Médica, lançado em abril deste

ção da carreira e, no entanto, a cobran-

de soma da falta de incentivo à conti-

ano, entra em vigor em um momento

ça sobre o profissional tende a crescer

nuidade da carreira, com a proliferação

em que o setor médico, coibido por

com os anos de profissão”, conta o Dr.

de escolas de medicina sem critérios

autoridades burocráticas, ganha mais

Zilli, da SBC.

de qualidade resulta em profissionais

autonomia tanto em relação às instituições, quanto na interação entre médico

Para o Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obste-

despreparados, e sob a pressão das empresas de saúde. mr106

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O preço por salvar vidas A baixa remuneração paga aos médicos também aparece como agravante para o desenvolvimento da saúde brasileira, que padece sem nenhuma regulamentação relativa aos critérios de pagamento aos profissionais de acordo com sua formação, ou de acordo com o tipo de serviço que eles oferecem à sociedade. “É justo ver profissionais gabaritados, especializados, receberem os mesmos R$ 15 dos planos de saúde, ou os R$ 7 do SUS que um jovem médico recém-formado recebe?”, questiona o Dr. Santilli.

É justo ver profissionais gabaritados, especializados, receberem os mesmos R$ 15,00 dos planos de saúde, ou os R$ 7,00 do SUS que um jovem médico recém formado recebe? Para ele, o papel de orientar esse tipo

com ambulatórios, recursos humanos,

Indignados com os honorários pagos

de decisão deveria ser exercido pelas

materiais, impostos etc. O valor líquido

para a especialidade, e as condições

agências reguladoras, criando critérios

que chega às mãos do médico é de R$

delicadas em que os profissionais se

mais diversos para a atribuição de pre-

4 a R$ 5. Gasta-se muito tempo para a

veem compelidos a trabalhar, a SOGESP

ços dos serviços médicos. “O trabalho

formação na especialidade, é necessá-

deu início a uma campanha de alcance

médico não recebe aumento há mais

rio remunerar com justiça”, afirma o Dr.

nacional a fim de mobilizar o maior

de 20 anos e, além disso, ainda temos

César Eduardo Fernandes, presidente

número de adeptos para a discussão

que ver todas essas instâncias cerce-

da SOGESP.

sobre o preço pago por salvar vidas.

ando as decisões médicas”, completa. Dentre os especialistas em ginecolo-

De acordo com o Dr. César, reféns

“O planejamento começou com uma

dos planos de saúde, uma vez que 45%

campanha de mídia, levando essas

gia e obstetrícia, o embate por hono-

dos pacientes do País utilizam saúde

informações ao público, passando por

rários mais justos ganhou campanhas

suplementar, os profissionais se veem

um momento de conscientização dos

que circulam em todo o País, dissemi-

na obrigação de agir diante dos valores

colegas médicos e, por fim, a discussão

nando as condições drásticas em que

injustos destinados à especialidade.

é levada para uma banca de negocia-

vivem para não abandonar o ofício em

Prova de que a insatisfação já atinge

ção com profissionais legais, economis-

função da baixa remuneração. “Atu-

mesmo os profissionais mais jovens é a

tas, técnicos em honorários médicos,

almente, os planos de saúde pagam

baixa incidência de estudantes procu-

representantes da especialidade, e os

honorários de R$ 25 por consulta, valor

rando a especialização em ginecologia

planos de saúde que quiserem compa-

que deve ser dividido entre gastos

e obstetrícia.

recer”, revela o Dr. César.

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mrpor dentro

Driblando a

autoimunidade por ANA CAROLINA ADDARIO

Alternativa aos tratamentos de combate aos abortos espontâneos, a imunologia da reprodução causa mais polêmica do que estudos

Ainda que seja

uma técnica passível de comprovação científica, como estudos realizados em diversos países podem atestar, a maioria dos profissionais prefere seguir outras linhas de tratamento, é natural

D

iversos fatores podem ser

posta na gestação normal é conhecida

responsáveis por dificultar

como resposta imune Th2.

uma gestação, provocando abortos espontâneos.

No entando, em gestantes que apresentam abortamento de repetição ou

Complicações genéticas, endócrinas,

infertilidade, ocorre a resposta imuno-

anatômicas, infecciosas, ou mesmo

lógica conhecida como Th1, que con-

o estilo de vida da futura mãe podem

siste no aumento da ação das células

comprometer definitivamente o feto

NK devido à ausência dos anticorpos

ainda em seus primeiros momentos de

bloqueadores. Isso acontece porque

vida. O que muitas pessoas desconhe-

o organismo feminino não reconhece

cem é que, algumas vezes, a autopro-

as células paternas e, na ausência dos

teção criada por nosso corpo pode

bloqueadores do sistema imunológico,

acentuar a incompatibilidade genética

as células assassinas atacam o código

entre o casal, prejudicando a tentati-

genético paterno, considerado intruso.

va de quem pretende constituir uma família. E o grande vilão da história é o

Imunologia da reprodução

sistema imunológico feminino.

Em 1987, um jovem doutor da Finch

Em uma gravidez normal, o embrião

Dr. José Bento de Souza é ginecologista e obstetra nos Hospitais Albert Einstein e São Luis, especialista em imunologia da reprodução, e dono da clínica Dr. José Bento de Souza em São Paulo

14

|

University of Health Sciences/The Chi-

possui informações de origem paterna

cago Medical School, chamado Alan

(50%) e materna (50%), conhecidas

Beer, desenvolveu uma das teorias

como antígenos de superfície (HLA).

que, poucos anos depois, passaria a

Ao reconhecer as informações de

chamar atenção, tanto positiva quan-

origem paterna, a gestante produz

to negativa, entre estudiosos interes-

anticorpos responsáveis por diminuir a

sados na área de reprodução huma-

atividade do seu próprio sistema imu-

na. A imunoterapia com linfócitos,

nológico da gestante, reduzindo assim

baseada na produção de anticorpos

a ação das células assassinas natu-

bloqueadores do sistema imunológi-

rais, natural killer (NK), que destroem

co, pretendia inserir o código gené-

qualquer possível “célula invasora” no

tico presente no sangue do homem

sistema reprodutor feminino. Essa res-

no organismo feminino em doses

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periódicas, a

O plasma do

fim de diminuir

sangue do pai é

a incompatibi-

retirado, de forma

lidade genética

que permanecem

entre os dois,

no composto

estimulando o

apenas as células

desenvolvimento

de estímulo ao

imunológico da

sistema imuno-

mulher, o que acarretaria na neu-

estudos realizados em diversos países

lógico da mãe. O soro resultante nesse

tralização da ação das células NK. O

podem atestar, a maioria dos profis-

processo é dividido em três doses,

resultado: um embrião protegido.

sionais prefere seguir outras linhas

aplicadas em via subcutânea a cada 21

de tratamento, é natural”, afirma o Dr.

dias na paciente com quadro recorren-

trazida pelo Prof. Dr. Ricardo Barini,

José Bento de Souza, um dos menos

te de aborto espontâneo. Três aplica-

coordenador do Serviço de Medici-

de 10 especialistas em imunologia da

ções garantem 85% de probabilidade

na Fetal, Disciplina de Obstetrícia,

reprodução em atividade atualmente

de uma gestação bem-sucedida, e

Departamento de Tocoginecologia da

no Brasil.

cada sessão custa em média 500 reais.

No Brasil, a técnica surgiu em 1993,

Universidade Estadual de Campinas

Clínicas especializadas oferecem

(UNICAMP). Ele também coordena

Sistema de reconhecimento

um tratamento ainda inacessível para

o Ambulatório de Aborto Recorren-

O tratamento consiste na aplicação

a maior parte da população, mas que

te, Divisão de Reprodução Humana,

das células de defesa do sangue pater-

representa uma solução alternativa

Departamento de Tocoginecologia,

no no corpo da mulher, a fim de que, na

e com resultados bastante estimu-

Centro de Atenção Integral à Saúde da

próxima fecundação, seu corpo reco-

lantes para quem pretende driblar os

Mulher (CAISM) da UNICAMP.

nheça as genes presentes no esper-

impasses da autoimunidade. “Algumas

matozoide, reduzindo a ação agressora

mulheres não conseguem proteger o

algumas ressalvas em relação a sua

das células NK. “Realizamos um cross-

embrião contra seu próprio sistema

real viabilidade, a imunologia da repro-

match para avaliar o nível de interação

imunológico. Com o método, tentamos

dução ganha mais espaço no plano das

entre as células paternas e maternas, e

ensinar seu organismo a produzir essa

ideias do que no plano das aplicações.

a capacidade destas de rejeitar 'corpos

defesa, combatendo a ação agressora

estranhos' em seu sistema, como um

a seu futuro bebê”, reforça o Dr. José

embrião”, relata o Dr. José Bento.

Bento.

Quase 30 anos mais tarde, ainda com

“Ainda que seja uma técnica passível de comprovação científica, como

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cirurgia robótica no Brasil A evolução da por ALESSANDRA SOARES

Há apenas dois anos, os robôs chegaram aos centros cirúrgicos brasileiros. Apesar de pouco tempo de aplicação, os resultados positivos, notórios em outros países, já podem ser percebidos também por aqui 16

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Para o paciente,

pequenas incisões significam menos dor, menos sangramento, menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida. Já para o médico, diminui-se a fadiga em cirurgias que podem durar várias horas

Dra. Rosa Maria Neme é graduada em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, tem doutorado em medicina na área de ginecologia pela Universidade de São Paulo

Dr. Oskar Kaufmann é graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina, tem doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, pós-doutorado em endourologia, laparoscopia e cirurgia robótica pela Universidade da Califórnia - Irvine

Dr. Vladimir Schraibman é graduado em medicina pela Universidade Federal

O

tema foi debatido em São

os também paulistanos Hospital Sírio-

Paulo, no fim de agosto, no

Libanês e Hospital Alemão Oswaldo

3rd Annual World Robotic

Cruz. O médico Dr. Vladimir Schraibman,

Symposium Latin Ame-

especialista em cirurgia geral, gastroci-

rica. Durante o congresso, um dos

rurgia e o único orientador de cirurgias

três maiores do segmento no mundo,

robóticas da área de cirurgia geral e do

cirurgiões que usam o sistema robótico

aparelho digestivo do Hospital Albert

em cirurgia geral e em outras especia-

Einstein, também proferiu palestra

lidades, como urologia e ginecologia,

sobre retossigmoidectomia robótica

relataram experiências obtidas em

e abordou as ressecções de intestino

centros de referência do exterior com

grosso por meio da cirurgia robótica,

a tecnologia de ponta nas cirurgias

em casos de diverticulite e endometrio-

minimamente invasivas. Também foram

se, por exemplo.

discutidos os benefícios da robótica,

Uma das constatações mais óbvias

os aspectos éticos do uso da tecnolo-

quando se fala em cirurgias robóticas

gia na medicina e o futuro da cirurgia

é a de que a união da medicina com

robótica no Brasil e no mundo.

os robôs contribui para a qualidade de

Entre as sessões, foram apresen-

vida e para o bem-estar dos pacien-

mestrado e doutorado

tados resultados de procedimentos

tes, uma vez que as cirurgias menos

em ciências médicas pelo

realizados no programa de Cirurgia

invasivas têm recuperação mais rápida

Departamento de Cirurgia

Geral Robótica do Hospital Israelita

e menos complicações pós-operatórias

Albert Einstein, um dos três centros do

que as tradicionais. “A medicina no Bra-

País que já possuem robôs em seus

sil tem mudado a sua face. Hoje, com o

centros cirúrgicos – os outros dois são

avanço tecnológico, é possível realizar

de São Paulo, com

da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina

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um diagnóstico preciso e mais precoce, com evidente benefício para os pacientes. Além disso, essas tecnologias dão mais segurança e o apoio necessário para a tomada de decisões importantes do médico, no tocante à conduta e ao tratamento, seja nos casos de urgência, seja nos casos de doenças crônicas”, pondera o especialista. Desde 2008, houve algumas evoluções nos procedimentos realizados por robôs no Brasil. As incisões em cirurgias robóticas diminuíram – hoje pode ser feita

Médicos brasileiros realizam primeira cirurgia robótica para miastenia Médicos do Hospital Sírio-Libanês são pioneiros na cirurgia robótica de miastenia, doença autoimune que afeta uma em cada 10 mil pessoas e tem como principal sintoma a fraqueza muscular. A cirurgia convencional é indicada para cerca de 80% dos pacientes, mas envolve a abertura do osso esterno para a retirada da glândula timo, com grande exposição da cavidade, muitos pontos e longa estada no hospital. Com a técnica da cirurgia robótica, menos invasiva e de recuperação mais rápida, a equipe dos cirurgiões Rodrigo Sardenberg, Ricardo Abdalla e Riad Younes fez apenas três incisões de cerca de um centímetro cada, pelas quais foi possível a retirada da glândula. O procedimento traz menor sangramento, menos dor pós-operatória e internação de apenas 48 horas. A miastenia afeta mais mulheres jovens, entre 20 e 35 anos. O paciente se trata com medicações até o momento em que a cirurgia pode ser a única solução, já que a ausência de

uma intervenção por um único orifício,

contrações musculares pode levar o paciente até a parar de respirar

com corte de apenas 2,5 cm. Além disso,

sozinho. A retirada do timo anula a progressão da doença, possibili-

os instrumentos estão mais precisos e

tando que alguns pacientes fiquem totalmente livres de remédios.

estão disponíveis imagens Full HD em três dimensões. “Hoje os robôs apresentam uma imagem de altíssima resolução, o que facilita o trabalho do cirurgião”,

por meio desse método, como cirurgias

observa o Dr. Schraibman. Apesar de

afirma o urologista Dr. Oskar Kaufmann,

para retiradas totais ou parciais dos

tantos benefícios, os robôs ainda não

especialista em cirurgia robótica.

rins, assim como ressecções parciais ou

estão disponíveis na rede pública de

totais de bexiga, correções de estreita-

saúde, devido ao alto custo dos equipa-

intervenções robóticas nas áreas de

mentos nos ureteres na sua junção com

mentos. “Com o avanço da tecnologia e

cirurgia geral e do aparelho digestivo,

a pelve renal, conhecidas com estenose

a diminuição dos custos dessa técnica,

cirurgia urológica, cirurgia de cabeça e

de junção uretero-piélica.”

acredito que o procedimento robótico

Atualmente podem ser realizadas

pescoço, cirurgia ginecológica e cirurgia

O Dr. Kaufmann enumera os bene-

estará disponível para a população

cardíaca. Em breve, elas devem estar

fícios das cirurgias robóticas. “Para o

menos favorecida num prazo de dois a

disponíveis também para a ortopedia.

paciente, pequenas incisões significam

cinco anos”, estima o especialista. Os

As cirurgias robóticas são indicadas

menos dor, menos sangramento, menor

robôs usados atualmente no Brasil são

para casos complexos, como hérnia de

trauma cirúrgico e recuperação mais

fabricados nos Estados Unidos, onde

hiato volumosa, tumores do aparelho

rápida. Já para o médico, diminui-se a

são realizados procedimentos robóticos

digestivo, endometriose profunda com

fadiga em cirurgias que podem durar

há uma década. No Hospital Albert Eins-

acometimento do reto e tumores pan-

várias horas. Os cirurgiões podem ficar

tein é usado o sistema Da Vinci, que tem

creáticos. Em ginecologia, a médica Dra.

exaustos durante essas longas cirur-

três ou quatro braços, câmera contro-

Rosa Maria Neme realiza procedimentos

gias e, como resultado, sofrer tremores

lada por pedal e ótica com duas fontes

robóticos também para retirada do úte-

nas mãos. Mesmo as mãos firmes do

de imagem, o que permite ao cirurgião

ro (histerectomia), retirada de miomas

médico mais experiente não podem se

a construção de uma imagem tridimen-

uterinos (miomectomia), retirada de

igualar às do robô cirúrgico, que ignora

sional. Os médicos são treinados em

cistos de ovário, retirada de trompas

os tremores da mão do médico e man-

centros de referência no exterior.

ou plástica das trompas em casos de

tém o braço mecânico estável.”

Para o Dr. Schraibman, a cirurgia

obstrução, bem como em casos de neo-

Nos procedimentos robóticos, que

plasias ginecológicas, como endométrio,

chegam a ser 30% mais caros que os

cirurgias minimamente invasivas. “A

colo de útero e ovários. Em urologia, o

convencionais, a alta costuma ser mais

robótica representa, atualmente, a

Dr. Oskar Kaufmann indica esse tipo de

rápida. “Muitas vezes o custo da cirurgia

excelência das cirurgias minimamen-

intervenção principalmente no trata-

robótica se aproxima do custo final de

te invasivas avançadas dos grandes

mento do câncer de próstata. “Entre-

uma internação com cirurgia convencio-

centros médicos por todo o mundo e o

tanto, diversos procedimentos podem

nal, por reduzir o tempo do paciente na

Brasil está trilhando o mesmo caminho

ser realizados com segurança e eficácia

UTI e o tempo de internação hospitalar”,

e irá se destacar neste cenário.”

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robótica é uma grande tendência em

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Paralisia:

estudo e esperança por DRA. ANA PAULA TEDESCO*

A Academia Americana de Paralisia Cerebral (AACPDM), reunida em Washington, teve mais uma versão de seu evento anual, com mais de 400 participantes, incluindo ortopedistas de renome mundial no cuidado de pacientes com doenças como a paralisia cerebral.

O tema central

deste ano foi 'Conhecimento compartilhado: perspectiva global'

O

programa foi composto por várias palestras, incluindo as que receberam prêmio de distinção,

41 cursos de instrução, 11 breakfasts com experts, e centenas de temas livres, apresentados oralmente ou sob forma de pôsteres. O tema central deste ano foi “Conhecimento compartilhado: perspectiva global”, tendo como destaque a sessão “Perspectiva global em crianças com deficiências e o papel da academia”, que ocorreu através da realização de um painel internacional. Eu fui uma das painelistas e falei sobre a paralisia cerebral no cenário brasileiro. Também foram painelistas profissionais do Iraque, Bangladesh e Vietnã. Interessada em conhecer as carac-

*Dra. Ana Paula Tedesco é especialista em ortopedia e traumatologia pediátrica e do adolescente

terísticas de avaliação e tratamento de pacientes com paralisia cerebral no mundo, a academia planeja, no futuro, tentar formatar uma estratégia de colaboração com centros dedicados a esses pacientes no mundo, envolvendo seus membros. Já com

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essa meta, há alguns anos, a AA-

membro superior decorrente da

CPDM disponibiliza a apresentação

paralisia cerebral foi tema de um dos

de algumas partes do programa de

cursos de instrução. Foram apresen-

seu evento anual, para ser transmi-

tados estudos de meta-análise que

tido sob a forma de teleconferência,

praticamente resumiram o estado

para vários locais da América Latina,

atual dessa modalidade de tratamen-

incluindo o Brasil.

to. Em suma, foram corroboradas as

Tiveram destaque os estudos que

ideias prévias de que os melhores

demonstram as alterações cerebrais

resultados são obtidos quando o

que ocorrem com as intervenções

tratamento é aplicado em crianças

terapêuticas. Os efeitos dos trata-

menores de 5 anos, que tenham boa

mentos, antes demonstrados prin-

capacidade de preensão, bom arco de

cipalmente através dos resultados

movimento articular passivo e bom

clínicos, hoje são também embasa-

controle muscular seletivo.

dos nas mudanças funcionais que

Mereceu destaque ainda a palestra

o cérebro mostra em exames como

da Dra. Joelle Mast, sobre os avanços

a ressonância magnética funcional.

na neurorreabilitação, utilizando a

Alguns trabalhos apresentados fun-

moderna tecnologia, incluindo a robó-

damentaram os resultados positivos

tica. Estudos apresentados versaram

alcançados com a terapia da con-

também sobre as características de

tenção, através da demonstração

equilíbrio e reações antecipatórias as-

da melhora funcional ocorrida em

sociadas ao movimento das crianças

âmbito cerebral. Essa terapia, chama-

com paralisia cerebral.

da constrained induced therapy, vem sendo utilizada há vários anos, com sucesso, como adjuvante na reabilitação do membro superior em pacientes com paralisia cerebral espástica hemiplégica e consiste na restrição do uso do membro superior não acometido, por horas durante o dia, forçando a utilização do membro superior acometido. Nesse mesmo ramo da pesquisa, bons resultados funcionais foram demonstrados com o uso da estimulação elétrica funcional do cérebro. Ambas as modalidades terapêuticas e também o tipo de terapia chamado bimanual em que o uso congregado e simultâneo das mãos (a acometida e a normal) é incentivado, mostraram aumento das áreas funcionais cerebrais, o que pode ser explicado pela capacidade de neuroplasticidade na criança. Os resultados do uso da aplicação de toxina botulínica tipo A no tratamento da espasticidade do

Dra. Ana Paula Tedesco examina paciente

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mrentrevista

Medicina 5 estrelas por ANA CAROLINA ADDARIO

Em entrevista à Médico Repórter, o Dr. Serafim Borges, especialista em medicina e cardiologista titular da seleção brasileira na Copa 2010, conta detalhes de como é cuidar da saúde dos melhores jogadores de futebol do mundo

A evolução do

médico tem que acompanhar a da medicina, não tem por que ser diferente

P

or trás do senso comum de que o único homem no comando de uma seleção de futebol é o técnico, reside

um especialista tão preparado quanto toda a comissão, e tão treinado quanto qualquer jogador do time. E mais: este homem é responsável pelo bemestar e boas condições de qualquer membro de uma comissão de Copa do Mundo, tanto dentro quanto fora do campo. Para entrar em campo, todos os jogadores da seleção brasileira estiveram com o Dr. Serafim Borges, especialista em medicina do exercício e do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME) – e ao sair também. Cardiologista titular da seleção brasileira e com mais de

Dr. Serafim Borges é especialista em medicina do exercício e do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME)

30 anos de experiência no ramo da medicina do esporte, o Dr. Serafim conta para a Médico Repórter sobre as dificuldades de sua área de atuação, e em que pé andam os tratamentos para os melhores jogadores de futebol do mundo

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Trinta anos de atuação como médico de futebol é um tempo de

Em quais outros anos o senhor atuou na equipe, e em que posição?

experiência bastante vasto. Como

Estive sempre como médico do

começa a trajetória de um jovem

esporte, em 2002 no Japão, 2006 na

médico que quer cuidar da saúde do

Alemanha e 2010 na África do Sul.

time do seu coração? Diria que a trajetória foi muito dura,

Em termos de estrutura, a dele-

A pressão sobre o atleta é muito

pois à época de meu início, era difícil

gação brasileira teve o apoio de

grande e o desgaste emocional o

a afirmação de um cardiologista num

quantos médicos e especialistas

atrapalha bastante, temos dado sempre

meio onde se pensava que medicina

nesta Copa?

atenção a este fato.

do esporte era apenas traumato-orto-

A equipe é enxuta: tivemos dois

pedia. Praticamente sozinho no meio

médicos, um ortopedista e um cardiolo-

por ver a área de modo diferente, tive

gista, além de dois fisioterapeutas e um

muitas dificuldades por ter que provar

massagista.

E em uma Copa mundial, como se desenvolve esse quadro? Esse quadro desenvolve-se principalmente naqueles que sentem o peso da

a importância de minha especialidade, A preparação física no futebol

grande responsabilidade e acabam por

esporte, que de imediato fui cursar e

exige muito do corpo do atleta, e

ter uma péssima performance durante

me aprofundei nesta complexa área da

são recorrentes notícias de joga-

a competição, fato que deve ser avalia-

medicina.

dores lesionados em função do

do pelo treinador, com vistas a poupar

desgaste que o corpo sofre na

o atleta das críticas que surgem com

rotina exaustiva de treinos e jogos.

grande força, principalmente pela mídia

dicina já trabalhava com alguma

Como esse aspecto é previamen-

escrita e falada.

eficiência no tratamento de atletas

te trabalhado quando se trata de

de futebol. Trinta anos depois, o que

uma Copa mundial? Que tipo de

mudou e como mudou?

acompanhamento médico é feito

avanços na atuação médica da dele-

cardiologia, e a seguir a da medicina do

No início de sua carreira, a me-

Em que sentido podemos apontar

Não era eficiente, pois como disse

junto com os preparadores físicos

gação brasileira na Copa? Evoluímos

na pergunta anterior, só se olhava para

para prevenir possíveis problemas

em termos de equipamentos, pre-

o tratamento do trauma, deixando-se

durante campeonatos com essa

paração e assistência? Se sim, quais

de lado a complexidade do atleta, que

dimensão?

aspectos merecem destaque?

é estudada pela medicina do esporte,

O desgaste do atleta é medido no dia

A evolução do médico tem que

havia grande resistência por parte dos

a dia, fazemos uma hidratação adequa-

acompanhar a da medicina, não tem

traumatologistas. Hoje muita coisa mu-

da e acompanhamento de sua fosfo-

por que ser diferente.

dou, pois o crescimento da nossa espe-

creatinoquinase, enzima que revela a

cialidade fez com que o atleta seja visto

dimensão de seu desgaste muscular.

de modo holístico, não só pelo médico,

Obviamente, também fazemos o mo-

equação, ou seja, não apenas a

mas por uma equipe interdisciplinar.

nitoramento de seu estado emocional

medicina melhorando a atuação do

evitando-se sempre o supertreinamen-

futebol, como o esporte auxiliou no

to ou o treino ineficiente.

desenvolvimento e descobertas para

Como surgiu o convite para ser o

melhor desempenho da medicina?

médico titular da seleção brasileira na Copa da África do Sul? Na realidade não foi um convite para

Pensando no sentido oposto da

Em um campeonato interno, a pressão pelo desempenho dos

Que aspectos são esses? A medicina do esporte e exercício

a África do Sul, já faço parte da Comis-

jogadores pode afetar diretamente o

trouxe muitos benefícios ao atleta,

são Técnica da Seleção Brasileira desde

sistema nervoso destes, bem como

além de também funcionar como uma

2001, tendo iniciado nas categorias de

desencadear uma série de proble-

bela ferramenta na promoção da saúde

base, no ano de 1984.

mas à sua saúde. Em sua trajetória

da sociedade como um todo, com os

no Flamengo e em outros times,

programas de treinamento e com orien-

que tipo de problema foi recorrente

tações àqueles que já são portadores

nessas situações?

de doenças crônicas.

A passagem pela delegação na África do Sul foi sua terceira Copa.

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mrem pauta

Nova toxina botulínica

chega ao mercado brasileiro por ALESSANDRA SOARES

No último ano, o mercado brasileiro de procedimentos estéticos movimentou aproximadamente R$ 200 milhões e foram importadas 270 mil unidades de toxina botulínica tipo A

Por não ter

complexos proteicos, os riscos de formação de anticorpos neutralizantes são mínimos.

Daniel Vasconcelos Regazzini é formado pela Universidade Estadual

Na estética, o medicamento pode

gar no número de cirurgias

ser aplicado com bons resultados em

e procedimentos estéticos,

diversas áreas, segundo o Dr. Daniel

atrás apenas dos Estados

Vasconcelos Regazzini, cirurgião plásti-

Unidos, de acordo com a Socieda-

co da Clínica Dra. Alessandra Haddad.

de Brasileira de Cirurgia Plástica. O

No terço superior da face (indicação

mercado de procedimentos estéticos

clássica de toxina), é eficaz em rugas

no mundo tem crescido de 8% a 10%

frontais (testa), glabelares (entre as

ao ano, nos três últimos anos. Entre

sobrancelhas), periorbitárias (pés de

2008 e 2009, o mercado brasileiro teve

galinha), infraorbitárias e elevação de

crescimento superior a essa média, de

supercílios. No terço médio e inferior da

15,5%.

face, a toxina botulínica tipo A pode ser

Para entrar nesse cenário, acaba de

utilizada em rugas nas regiões do nariz,

chegar ao Brasil a única toxina botulíni-

malar, periorais, mentonianas (queixo),

ca tipo A livre de complexos proteicos.

pescoço e colo, linhas de “marionete”,

Xeomin, do laboratório Merz-Biolab,

para levantamento da ponta nasal e

não precisa de refrigeração para ser

para correção do sorriso gengival.

transportado ou armazenado. Seu

No uso terapêutico, a toxina botulí-

de Campinas (UNICAMP)

efeito não diminui com o uso contínuo

nica tipo A é destinada ao tratamento

com residência em

e os riscos de formação de anticorpos

sintomático do blefarospasmo (espas-

neutralizantes são mínimos. A toxina

mo das pálpebras), torcicolo espasmó-

pode ser usada com finalidade estética,

dico (pescoço torcido), hiper-hidrose

mas também terapêutica. Estão aptos

(suor excessivo) e espasticidade, uma

a trabalhar com ela em consultórios

tensão muscular aumentada e rigidez

dermatologistas, cirurgiões plásticos,

muscular incontrolável dos membros,

neurologistas e fisiatras.

por exemplo, após derrame cerebral,

cirurgia geral na mesma instituição, cirurgião pelo Ministério da Educação, pós-graduação em Cirurgia Plástica pela Universidade Santa Cecília (UNISANTA)

24

O

Brasil está em segundo lu-

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trauma ou por paralisia cerebral. “A

8°C por até 24 horas. Todas as outras

toxina botulínica tipo A bloqueia a

toxinas botulínicas tipo A existentes

liberação de acetilcolina nas junções

no mercado possuem os complexos

neuromusculares, causando efeito rela-

proteicos e precisam ser transporta-

xante dos músculos, sendo particular-

das e armazenadas entre 2°C e 8°C,

mente interessante nos casos em que

mesmo antes de serem reconstituídas.

há uma hiperatividade muscular focal”,

Xeomin tem validade de 24 meses no

explica o médico.

Brasil e 48 meses na Europa. Para o Dr.

A toxina botulínica é contraindicada

Regazzini, ainda é preciso melhorar o

para quem tem hipersensibilidade ao

tempo de ação dos produtos existentes

componente, distúrbio generalizado da

no mercado hoje.

atividade muscular e infecção no local da aplicação. É preciso, ainda, atentar para a anatomia muscular do paciente, individualizando caso a caso, e para pacientes que tomem aminoglicosídeos e anticoagulantes. O produto Xeomin, desenvolvido e fabricado na Alemanha pelo laboratório Merz Pharmaceuticals, foi lançado na Europa em 2005, onde corresponde a 4% do mercado de toxina botulínica tipo A, e vem ao Brasil para ser o concorrente direto de Botox. O tempo de duração de uma aplicação varia de três a seis meses, sendo que o efeito não diminui com o uso contínuo, como ocorre com outras toxinas botulínicas presentes no mercado. Por não ter complexos proteicos, os riscos de formação de anticorpos neutralizantes são mínimos. O cirurgião plástico Dr. Daniel Vasconcelos Regazzini afirma que toxinas de menor carga proteica devem ser as escolhidas para os pacientes que desenvolveram resistência à toxina, que pode ser contra a própria toxina ou devida aos complexos proteicos presentes em algumas apresentações. O medicamento foi testado em mais de 70 mil pacientes, tendo sido bem tolerado, com baixa incidência de eventos adversos sérios e nenhum caso de paciente que tenha desenvolvido anticorpos neutralizantes. Não é necessário refrigeração para transporte ou armazenamento. Após a reconstituição, deve ser mantido entre 2°C e mr106

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mratualização terapêutica

Primeiro medicamento no País para tratamento das

crises de angioedema hereditário por ALESSANDRA SOARES

Muito confundidas com manifestações de alergia, as crises de angioedema hereditário (AEH) acabam de ganhar uma solução que as atenua. O primeiro medicamento específico para tratamento dos episódios agudos da doença acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o mercado brasileiro. Trata-se do Firazyr (icatibanto), fabricado na Alemanha e distribuído no Brasil pela companhia biofarmacêutica Shire

A

s crises do AEH, que causa

diferentes. Em geral, as lesões não são

inchaço em várias partes

pruriginosas e não há resposta clínica

do corpo, podem levar o

ao tratamento com anti-histamínicos.

paciente à morte por asfixia

A reação alérgica é decorrente de uma

provocada por edema de glote. Pela

reação de hipersensibilidade mediada

confusão com a alergia e por ser uma

pela imunoglobulina E."

doença rara, há dificuldades em se

Dra. Anete Grumach é imunologista da Faculdade de Medicina do ABC

26

|

Já o angioedema hereditário, confor-

fazer o diagnóstico e, por consequên-

me explica a médica, é uma doença

cia, o tratamento corretos. A Dra. Anete

geneticamente determinada com defei-

Grumach, imunologista da Faculdade

to quantitativo ou funcional – ausência

de Medicina do ABC, ressalta que algu-

ou deficiência – de uma proteína, o

mas características clínicas diferenciam

inibidor de C1-esterase. "Essa proteína

esse edema dos quadros alérgicos.

atua no controle do sistema comple-

"Em primeiro lugar, o edema não é

mento, sistema calicreína-bradicinina,

acompanhado de quadro de urticá-

coagulação e fibrinólise. Na deficiência

ria; os fatores desencadeantes são

dessa proteína há ativação intensa

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de dor abdominal são responsáveis por cirurgias desnecessárias, pois pode ocorrer um diagnóstico incorreto de abdômen agudo", observa a imunologista. As crises são desencadeadas por situações de estresse, infecções, traumas, como tratamento dentário e, em muitos casos, não têm causa conhecida. Em geral não são acompanhadas de urticária, mas podem ocorrer lesões serpiginosas na pele. Em média, duram de três a cinco dias, são autolimitadas, recorrentes, com frequência variável. Como se trata de uma doença genética e com herança autossômica dominante, em geral, há membros da

Em geral, as

lesões não são pruriginosas e não há resposta clínica ao tratamento com anti-histamínicos. A reação alérgica é decorrente de uma reação de hipersensibilidade mediada pela imunoglobulina E

mesma família acometidos – os pais têm 50% de probabilidade de passar para seus filhos os genes defeituosos que causam o AEH. Por isso, a história familiar é muito importante na hora de se investigar a possibilidade de angioedema hereditário. A maioria dos pacientes manifesta a doença na infância, em média aos 11 anos de idade, mas há relatos de aparecimento mais tardio. "Deve-se ter o cuidado de diferenciar dos quadros adquiridos quando ocorrer mais tarde, na vida adulta", alerta a Dra. Anete. Na maioria dos casos, chega-se ao diagnóstico correto com a dosagem da proteína, inibidor de C1-esterase e, em 15% dos casos, com a avaliação

desses sistemas, mais evidente no

funcional dessa proteína. Durante os

sistema calicreína-bradicinina, resultan-

episódios de crise, frequentemente

do na liberação de cininas, causando

o componente C4 do complemento

angioedema." Todos os profissionais

encontra-se reduzido.

poderiam reconhecer o AEH, segundo

Estima-se que a doença possa

a Dra. Anete, mas os médicos alergistas

ocorrer com uma frequência de 1 em

e imunologistas conhecem melhor a

50.000 a 1 em 10.000, sem diferenças

doença.

relatadas entre gêneros ou grupos

Entre as características clínicas do

étnicos. No Brasil, de 4.000 a 20.000

AEH, há edema de subcutânea (pele) –

pessoas apresentam essa doença.

que é desfigurante –, do trato gastroin-

"Reconhecemos aproximadamente 8%

testinal e do sistema respiratório, que

dos pacientes portadores consideran-

pode levar à asfixia. "Essa reação é a

do-se 4.000 doentes, portanto, a grande

mais temida, pois pode levar ao óbito

maioria dos pacientes não recebe tra-

em 25% a 40% dos casos, se o trata-

tamento adequado", observa a médica.

mento não for estabelecido. As crises

O tempo médio para que um paciente mr106

atualização.indd 2

|

27

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Junto à classe médica, além da divulgação da trajetória do portador e suas necessidades, é necessário buscar especialistas no atendimento médico em várias regiões do País

tenha o diagnóstico correto costu-

do Firazyr, estão disponíveis também

ma ser de dez a 22 anos.

produtos para a reposição de inibidor

A profilaxia das crises é feita com hormônios masculinos atenuados (andrógenos), dentre os quais o da-

|

Por ser uma doença genética, não há cura para o AEH. Por isso, a Dra. Anete

nazol e oxandrolona, e com inibidores

ressalta a importância do tratamen-

da plasmina, como ácido tranexâmico

to. "Entretanto, há como controlar os

e ácido epsilon aminocaproico. Os

sintomas e evitar o curso fatal, utili-

andrógenos, segundo explica a Dra.

zando-se medicamentos adequados

Anete, aumentam a síntese da proteí-

na profilaxia e nas crises. É importante

na inibidora de C1-esterase, mas pode

que o médico tenha conhecimento da

haver efeitos colaterais, como aumento

doença para que seja pesquisada e

do colesterol, ganho de peso e acne.

diagnosticada. Esta orientação certa-

Os inibidores da plasmina têm eficácia

mente evitará tantas situações viven-

mais limitada.

ciadas por muitas famílias: o óbito dos

"Já as crises têm sido tratadas com

28

de C1-esterase.

familiares por asfixia."

plasma fresco que contém a proteína,

Para trocar experiências sobre a

mas também contém a substância na

doença, um grupo de pacientes criou

qual o inibidor de C1-esterase atua.

a Associação Brasileira de Portadores

Portanto, a eficácia também é limita-

de Angioedema Hereditário (Abranghe),

da", diz a imunologista. Já o Firazyr,

em abril deste ano. Os objetivos são

o icatibanto, que é uma proteína

identificar portadores de AEH e divulgar

sintética, bloqueia a atividade da

a doença à classe médica e ao público

bradicinina – cujas concentrações

em geral. "Com a formação de um gru-

elevadas são o principal respon-

po de portadores podemos conhecer

sável pela sintomatologia das

suas dificuldades, trocar experiências,

crises – e impede o agravamento

difundir informações e esclarecimen-

dos sintomas, como dor, inchaço,

tos. Junto à classe médica, além da

náusea e diarreia. O medicamento

divulgação da trajetória do portador

tem uso subcutâneo e adulto, não

e suas necessidades, é necessário

sendo indicado para autoadmi-

buscar especialistas no atendimento

nistração. "A sua utilização nas

médico em várias regiões do País",

crises reduz a sintomatologia

afirma Raquel Martins, presidente da

assim como o tempo de dura-

associação, que já conta com um ca-

ção." Não devem ser administra-

dastro de portadores, de médicos e de

das mais de oito injeções por

centros de referência para atendimento

mês. Em outros países, além

de pacientes.

mr106

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Na família de Raquel, a avó mater-

muitas faltas e afastamentos médicos.

não consideram relatos de episódios

na, a mãe, que morreu aos 26 anos

A programação de uma viagem, por

anteriores e o fator hereditário."

com edema de glote, tios e primos

exemplo, sempre é muito complicada

têm a doença. "A doença não tinha

mesmo com acompanhamento médico

crises, Liz evita praticar atividades e

diagnóstico, mas sabia que tinha a

e medicada. Nunca se pode prever

esportes de alto impacto, usar roupas

mesma enfermidade que minha mãe.

quando acontecerá uma crise aguda.

e acessórios com amarrações ou elás-

Só tive o diagnóstico clínico em 1972,

Tomar um simples sorvete pode ser

ticos apertados ou que provoquem

o laboratorial em 1979 e comecei a

muito arriscado, sofrer qualquer tipo de

atrito sempre no mesmo local da pele

fazer controle em 1982." Antes de

trauma nem pensar e assim a vida diá-

– como etiquetas de roupas e fivelas

saber o que tinha, Raquel passou por

ria é sempre acompanhada de muitos

de cintos –, calçar sapatos que não

muitas dificuldades. "Sofri muito com

cuidados.”

fiquem extremamente confortáveis

dores abdominais incluindo náuseas e

Diferentemente de Raquel, Liz Togni

Para minimizar a possibilidade de

e usar joias ou bijuterias que fiquem

vômitos que não tinham causa precisa

descobriu que tinha AEH por acaso,

“coladas” no corpo. “Meu diagnós-

e me levaram a tratamentos diver-

mais de 30 anos após as primeiras

tico é muito recente, apesar de ter

sos." Ela chegou a passar por duas

manifestações da doença. “Depois de

sintomas há tantos anos. A indicação

cirurgias, para retirada do apêndice e

passar vários anos consultando diver-

médica é para que eu faça uso dos

das amígdalas, com crises agudas de

sas especialidades médicas, fazendo

medicamentos disponíveis para man-

AEH no pós-operatório. "Os inchaços

diversos exames e tentando encontrar

ter as crises sob controle, e no caso

me obrigavam a ficar reclusa pelo

leituras a respeito, minha filha, que é

de crises mais graves, use plasma

constrangimento, pelas dores e muitas

estudante de Farmácia e Bioquímica,

fresco. Mas em todas essas opções há

vezes pela impossibilidade de loco-

ao fazer uma pesquisa pela internet,

efeitos colaterais e riscos. Ainda estou

moção. Quando o AEH não era visível,

para um trabalho de genética, apro-

discutindo com meu médico os prós e

mas as dores intensas obrigavam a ida

veitou para buscar informações sobre

contras dessas opções.”

a um pronto-socorro, era outro cons-

meus sintomas e comparou os resulta-

trangimento pela falta de crédito da

dos encontrados. Vimos que coincidiam

classe médica. O que dizer então da

com as características de AEH, então

chefia ou colegas de trabalho? O senti-

procurei um imunologista para confir-

mento era de fuga para não sofrer os

mar com exames laboratoriais.”

preconceitos", conta.

Antes do diagnóstico correto, Liz

A paciente passou por tratamentos

chegou a ficar várias vezes internada

com anti-histamínicos, corticoides, an-

por conta de crises abdominais. “Pas-

drógenos atenuados e plasma fresco.

sava horas e às vezes dois, três dias

"Como quase todos os medicamen-

internada em hospitais, fazendo todo

tos, há os efeitos colaterais de todos

tipo de exames, que não acusavam

eles, que podem ser atenuados com

problemas." Ela relata, ainda, crises no

acompanhamento médico. Eu, particu-

rosto e na garganta. Além das dores,

larmente, prefiro os efeitos colaterais

houve também impacto em sua vida

às crises se eles puderem controlá-

social e profissional. "Houve momen-

las. Hoje faço uso dos medicamentos

tos em que fui obrigada a faltar ou me

de controle e os de atendimento em

retirar de aulas, reuniões em família,

crises, no caso andrógenos atenuados

eventos, compromissos profissionais.”

e plasma fresco."

A paciente considera frustrantes os

Hoje Raquel, que está na menopausa,

casos em que médicos não conhecem

quando as crises são amenizadas, está

os sintomas e a própria doença. "Não

controlada e continua se cuidando.

foram raras as situações em que o

"Minha vida toda foi sobressaltada por

inchaço da garganta foi diagnosticado

várias crises que me excluíam das ativi-

como amigdalite e as crises abdomi-

dades físicas, de alguns eventos sociais

nais como pancreatite, apendicite e

e da execução do meu trabalho, com

até tumores malignos. Há médicos que mr106

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29

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mrsaúde pública

Brasil

força-tarefa por ANA CAROLINA ADDARIO

Iniciativas espalhadas por todo o País mostram por que somos referência em combate ao tabagismo, com os melhores índices do mundo

Nos tratamentos

de abordagem comportamental, trabalhamos diversos aspectos relacionados à disposição do indivíduo, com acompanhamento psicológico, além de trabalhar a interrupção de um hábito

E

nquanto a maior parte do glo-

namental quanto as iniciativas priva-

bo terrestre sofre com o au-

das) promove.

mento, ainda que pequeno, do consumo de tabaco em suas

populações, o Brasil goza do prestígio

No dia 31 de maio, mobilizações em

de nação referência mundial quando o

todo o mundo marcaram o Dia Mundial

quesito são campanhas e métodos de

Sem Tabaco, e o tom da campanha que

tratamento de combate ao consumo de

roda o planeta pela voz da Organiza-

cigarro. Nos Estados Unidos, por exem-

ção Mundial da Saúde (OMS) tem um

plo, 40% da população é dependente

apelo bastante específico: “Gênero e

da nicotina. Entre os argentinos, 35%

tabaco com uma ênfase no marketing

são fumantes.

para mulheres”. A campanha pretende

De acordo com os dados da última

atingir um dos nichos mais resistentes

pesquisa de Vigilância de Fatores de

à desistência do vício, o das jovens

Risco e Proteção para Doenças Crô-

fumantes.

nicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),

Em São Paulo, quem tomou a diantei-

que entrevistou 54 mil adultos, a parce-

ra das ações conscientizadoras no Dia

la de brasileiros adeptos ao consumo

Mundial Sem Tabaco foi a Sociedade

de tabaco é de apenas 15,5%, com

Paulista de Pneumologia e Tisiologia

queda de 0,7 ponto percentual de 2006

(SPPT). Mutirões espalhados pela cida-

a 2009. E, se analisados a longo prazo,

de levaram conhecimento à população

os dados são ainda mais animadores:

sobre como funcionam seus sistemas

em 1989, 33% da população fumava,

respiratórios, explorando os riscos por

Santos é presidente da

segundo a Pesquisa Nacional de Saúde

que nosso corpo passa em consequên-

Comissão de Tabagismo

e Nutrição, realizada pelo IBGE, ou seja,

cia do tabagismo.

da Sociedade Paulista de

em 20 anos, reduzimos nosso hábito de

Dr. Sérgio Ricardo dos

Pneumologia e Tisiologia (SPPT), e membro da Equipe de Capacitadores para Tratamento do Tabagismo da American College of Chest Physicians (ACCP)

30

Frente de combate

|

consumo pela metade. A explicação para uma resposta tão

A Estação Sé do Metrô e o Vão Livre do MASP (dois pontos estratégicos da cidade) receberam especialistas

eficiente está diretamente relaciona-

voluntários que realizaram avaliações

da aos métodos de incentivo que a

da capacidade pulmonar da população

própria sociedade (compreendendo

transeunte, além de alertar para os

neste âmbito tanto a máquina gover-

diversos níveis de agravamento que a

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convivência com fumantes e/ou consumo de nicotina podem provocar.

Já os tratamentos baseados em medicação possuem três grupos de aplica-

impacto da desintoxicação”, explica o Dr. Sérgio.

No Dia Nacional de Combate ao

ção. As técnicas de terapia de reposi-

Fumo, a SPPT realizou mais um muti-

ção de nicotina com gomas, adesivos

soas que utilizaram vareniclina têm

rão de conscientização e combate à

e pastilhas são velhas conhecidas do

sucesso no controle e tratamento do

nicotina. O evento, que aconteceu no

mercado, reforçam a ação das orien-

tabagismo, resultado obtido por 30%

dia 26 de agosto, reuniu voluntários no

tações comportamentais, reduzindo

das que receberam tratamento à base

Conjunto Nacional da Avenida Paulista,

gradativamente o nível de nicotina no

de bupropiona, e 18% das tratadas com

para recolher bitucas de cigarro nas

organismo, além de substituir o hábito

placebo.

ruas da cidade, e distribuiu kits para

do fumo por outro similar. Entretan-

fumantes com material de conscienti-

to, são métodos sem ação direta de

Incentivos externos

zação referente ao prejuízos do vício

controle dos sintomas de uma possível

Mesmo que indiretamente, o gover-

para a saúde dos consumidores.

síndrome de abstinência.

Uma equipe de médicos ficou dispo-

A bupropiona é um antidepressivo

Estudos revelam que 44% das pes-

no vem desempenhando um papel decisivo no combate ao tabagismo. Os

nível durante todo o dia para realizar

largamente utilizado no combate ao ta-

mecanismos regulatórios e as taxas

exames como espirometria, que avalia

bagismo, com altos níveis de eficiência.

sobre a compra do cigarro são alguns

a capacidade respiratória; e testes de

Agindo diretamente no sistema ner-

dos fatores de inibição do consumo,

nível de dependência, podendo resultar

voso, o medicamento provoca ações

uma vez que impactam o usuário não

em leve, moderado e grave.

cerebrais no indivíduo que reduzem os

mais pelo aspecto do cuidado à saúde,

impactos sofridos na tentativa de parar

mas pelo seu poder de compra.

De acordo com o Dr. Sérgio Ricardo Santos, presidente da Comissão

de fumar.

A recente proibição do consumo de cigarro em ambientes fechados tam-

de Tabagismo da SPPT, a orientação diversificada é importante porque cada

Bloqueio total

bém contribuiu para a inibição do uso

pessoa está exposta a níveis distintos

Mas o tratamento com maiores

da substância, embora a população te-

de contaminação do tabaco, por isso a

índices de eficiência entre os mé-

nha passado a sofrer mais com a maior

necessidade de orientação e preven-

todos de combate ao tabagismo é

quantidade de bitucas de cigarros nas

ção específica.

a vareniclina. O medicamento age

ruas da cidade.

diretamente nos receptores coli-

A raiz do problema

nérgicos nicotínicos, eliminando a

Da mesma maneira funcionam os

necessidade do paciente de consumir

programas de tratamento ao tabagis-

a substância. “A vareniclina controla a

mo, espalhados por todo o País. De

síndrome de abstinência, reduzindo o

acordo com o Dr. Sérgio, existem duas abordagens básicas de tratamento, voltadas para a orientação comportamental e medicamentosa, respectivamente. “Nos tratamentos de abordagem comportamental, trabalhamos diversos aspectos relacionados à disposição do indivíduo, com acompanhamento psicológico, além de trabalhar a interrupção de um hábito”, conta. Práticas como beber bastante líquido e mascar balas podem substituir o ato de fumar. “É necessário substituir a sensação de prazer que o tabaco provoca no fumante por outra sensação igualmente prazerosa”, conta o especialista. mr106

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mrcompliance

Novas perspectivas por ANA CAROLINA ADDARIO

Marca-passo implantado pela primeira vez no País devolve as funções do diafragma para pacientes tetraplégicos ou vítimas da doença de Ondine

Maurício, nosso

primeiro paciente, já responde muito bem ao tratamento. Quase 5 meses depois da implantação do marcapasso, ele já consegue ficar 8h por dia sem o uso da ventilação

P

acientes vítimas de tetraple-

e c2, rompendo o elo entre a medula

gia e da doença de Ondine

e o cérebro, acabam por danificar seu

finalmente têm uma nova

centro respiratório.

perspectiva de tratamento,

Sujeito ao tratamento respiratório

que promete devolver-lhes qualidade

baseado na traqueostomia, o paciente

de vida e maiores possibilidades de

perde não apenas a capacidade de

interação social. O que oferece esses

respiração natural, como fica impos-

e outros benefícios para o bem-estar

sibilitado de ações como comer por

do paciente é uma tecnologia denomi-

boca, ou de comunicar-se verbalmente.

nada marca-passo diafragmático, que

“O marca-passo devolve gradualmente

embora já exista no mercado interna-

todos esses aspectos ao paciente”,

cional há 30 anos, foi implantada pela

conta o Dr. Rodrigo Sardenberg, cirur-

primeira vez no Brasil em março deste

gião torácico do Hospital Sírio-Libanês,

ano pela equipe multidisciplinar do

responsável por trazer a tecnologia do

Hospital Sírio-Libanês, composta pelo

marca-passo para o Brasil.

Dr. Rodrigo Sardenberg (cirurgião torá-

O marca-passo é constituído por

cico), Dra. Liliana Secaf (neurologista),

duas partes: a externa, com uma es-

Dr. Riad Younes (cirurgião torácico), Dr.

pécie de rádio transmissor; e a interna,

Mário Augusto Taricco (neurocirurgião)

com eletrodos conectados diretamente

e Dr. Roberto Kalil Filho (cardiologista

ao nervo frênico. O transmissor envia

clínico).

uma série de ondas de rádio para os

Trata-se de um aparelho capaz de

receptores implantados cirurgicamen-

estimular o nervo frênico, responsável

te no tórax. Cada um dos eletrodos

Dr. Rodrigo Sardenberg é

por motivar o diafragma humano a

é ligado a um receptor, fixado aos

doutor pela Faculdade de

realizar os movimentos de inspira-

nervos responsáveis pelo movimento

Medicina da Universidade

ção e expiração, bombeando ar para

do diafragma. Com isso, o marca-paso

dentro e fora do pulmão. Como é do

desencadeia um impulso nervoso, esti-

conhecimento da comunidade médica,

mulando o funcionamento do nervo.

de São Paulo (FMUSP), especialista em Cirurgia Torácica - Associação Médica Brasileira, cirurgião torácico do Hospital Sírio-Libanês

32

|

pacientes vítimas de tetraplegia e da

Após a recuperação da cirurgia, a

doença de Ondine, por terem quadros

respiração artificial é desligada durante

relacionados à fratura das vértebras c1

10 minutos por dia em um condicio-

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Eletrodos colocados nas laterais do diafragma transmitem impulsos elétricos para o músculo, causando a contração e o natural movimento para cima e para baixo

namento gradativo, para que o marca-

usuário a chance de comer por boca e

pagar 200 mil reais. Mas é um esforço

passo comece a estimular o diafragma,

de conversar – atividades fora de fun-

que, ainda que alto, vale pelo benefício.

fazendo o paciente respirar normal-

cionamento por conta do uso dos apa-

“Estimamos trabalhar com 80% de pa-

mente, sem ajuda do aparelho de

relhos da traqueostomia. “O aparelho

cientes não pagadores, e 20% pagado-

respiração artificial de traqueostomia.

socializa o paciente, que pode voltar

res no início”, afirma.

“Maurício, nosso primeiro paciente, já

a falar, a comer, a se relacionar com o

responde muito bem ao tratamento.

mundo externo com mais facilidade.

tem agenda marcada para mais quatro

Quase 5 meses depois da implantação

Sem contar com o fim do risco de des-

possíveis pacientes, três dentro do País,

do marca-passo, ele já consegue ficar

ligamento da ventilação no caso de um

e um no Equador. O número é pequeno,

8h por dia sem o uso da ventilação”,

blecaute”, reforça o Dr. Sardenberg. “O

perto dos mais de 2 mil brasileiros com

conta o Dr. Sardenberg.

paciente adquire muito mais conforto e

possibilidades de tratamento. “A ideia

segurança”, completa.

é conseguir trabalhar a visibilidade do

Prós e contras da novidade

No entanto, por ser um tratamento

Além da vantagem central do tra-

Nesse contexto, o Dr. Sardenberg já

setor”, conta. Mesmo que a passos len-

inédito no Brasil, ele ainda não possui

tos, trabalhar a projeção de métodos

tamento, que é reativar o movimento

uma regulamentação de cobertura nem

como o do marca-passo diafragmático

do diafragma lesionado, possibilitando

pelos planos de saúde, nem pelo sis-

pode representar uma nova perspec-

que o paciente respire sem o uso de

tema público. Ou seja, o paciente que

tiva de bem-estar e qualidade de vida

ventilação, o marca-passo devolve ao

adquire o equipamento pode chegar a

para pacientes tetraplégicos. mr106

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mrem debate

A polêmica do

bronzeado por ANA CAROLINA ADDARIO

A batalha cada vez mais acirrada entre a ANVISA e as clínicas de bronzeamento artificial levantam a importância de discutir a viabilidade de realizar tratamentos estéticos sem prejudicar a saúde de nossa pele

“Os custos que um paciente de melanoma pode trazer ao sistema de saúde podem ser exorbitantes”

E

m novembro de 2009, o Diário

sua data de estreia – em junho deste

Oficial da União publicou

ano, audiência pública proposta pelo

restrição imposta pela Agência

deputado Vieira da Cunha (PDT-RS)

Nacional de Vigilância Sanitária

discutiu a legitimidade da proibição. O

(ANVISA) ao uso de câmaras de bron-

resultado: veto mantido, as clínicas de

zeamento artificial em todo o território

estética procuram novos subsídios para

nacional. O decreto vetava todos os

defender sua área de atuação.

equipamentos emissores de radiação

Segundo o Dr. Francisco Macedo

ultravioleta (UV) para fins estéticos,

Paschoal, diretor de comunicação da

sob o argumento de que a exposição

Sociedade Brasileira de Dermatologia

ao nível de emissões proveniente das

de São Paulo (SBD-SP), uma das prin-

câmaras em questão pode provocar

cipais instituições do setor no País, a

câncer de pele do tipo melanoma.

SBD coloca-se favorável à resolução da

Com um documento repleto de

ANVISA, “uma vez que o procedimento

apelos preocupados em prevenir os

não proporciona nenhuma contribuição

possíveis agravos à saúde do indivíduo

para a saúde da pele, podendo pro-

exposto à modalidade estética, a reso-

vocar danos como o envelhecimento

lução da Diretoria Colegiada da ANVISA

precoce, o aparecimento de rugas e

baseou-se em constatações levantadas

manchas, ou mesmo contribuir para

pela International Agency for Resear-

o desenvolvimento de doenças mais

ch on Cancer (instituição vinculada à

perigosas para a nossa pele como o

Organização Mundial da Saúde – OMS)

câncer de pele do tipo melanoma”,

de julho de 2009, que considerou haver

conta.

evidências suficientes para concluir Dr. Francisco Macedo Paschoal é diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de

que a exposição aos raios ultravioleta é carcinogênica para humanos. Com o órgão público considerando

Precaução compartilhada Embora o Brasil seja o único país a instituir a proibição do uso de equipa-

Dermatologia de São

que não existem benefícios que com-

mentos emissores de radiação ultravio-

Paulo (SBD-SP) e professor

pensem os riscos decorrentes do uso

leta (UV) para fins estéticos no mundo,

desses equipamentos, a guerra entre

países com realidades e costumes

ANVISA e diversas clínicas de estética

bastante diferentes dos nossos tam-

espalhadas pelo País marcava apenas

bém andam investindo energia na luta

assistente da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)

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mr106

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contra o envelhecimento precoce da

imponderados os temores de desen-

pele e as dermatoses.

volvimento de melanoma em função

Nos Estados Unidos, um estudo

do uso do método de bronzeamento,

lançado em junho deste ano pela

alegando que, ao caminhar diariamente

Universidade de Minnesota revela que

sob o sol, estamos expostos ao mesmo

usuários dos métodos de bronzeamen-

nível de radiação UV presente nas

to artificial quase duplicam o risco de

câmaras artificiais.

desenvolver câncer de pele. De acordo

De acordo com o Dr. Francisco Ma-

com o levantamento, usuários frequen-

cedo Paschoal, o método de bronze-

tes – expostos a mais de 100 sessões

amento artificial não deve ser com-

ou 50 horas de bronzeamento artificial

parado a técnicas de fototerapia, que

durante 10 anos – têm 2,5 vezes mais

utilizam lâmpadas de emissão contro-

chances de adoecer da pele do que os

lada para tratar doenças como vitiligo.

não usuários.

“No caso da fototerapia, as lâmpadas

Outro fenômeno que vem preocu-

que promovem o tratamento emitem

pando os norte-americanos é o grande

ondas de comprimentos bastante

número de jovens menores de idade

estreitos, e direcionadas para as áreas

nas clínicas de bronzeamento artificial.

em questão. No bronzeamento artificial,

De acordo com relatório realizado pela

expomos até as áreas mais sensíveis

Food and Drug Administration (FDA),

do nosso corpo, a uma distância alta-

cerca de 35% das jovens de 17 anos do

mente prejudicial para nossa saúde”,

país realizam “tratamentos” de bronze-

reforça.

amento artificial. Para frear esse interesse entre jovens

Outro argumento levantado pela oposição é de que a proibição do uso

norte-americanas, uma taxa de 10% é

dos equipamentos pode acarretar no

cobrada pelo uso de câmaras de emis-

fechamento de inúmeras clínicas em

são de radiação UV. Uma vez que os

todo o País, prejudicando a criação de

adolescents possuem menos dinheiro

postos de trabalho no setor.

que os adultos, isso pode fazer com

Para o Dr. Francisco Macedo Pas-

que repensem sobre a procura pelo

choal, “os custos que um paciente de

“tratamento”.

melanoma pode trazer ao sistema de saúde podem ser exorbitantes”, muitas

Há controvérsias

vezes até maiores do que o investi-

Manifestações contrárias à proibição

mento na criação de novos postos de

do uso dos equipamentos consideram

trabalho.

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mrdescoberta

Fonte da vida por ANA CAROLINA ADDARIO

Com método de extração de células-tronco do fluido menstrual pode-se vir a tratar doenças como diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e Alzheimer no futuro. A perspectiva de novos tratamentos em função da descoberta das células-tronco fez dela um dos acontecimentos mais significativos da medicina moderna

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E

m 12 anos de estudos sobre a

alguns dos aspectos com grandes pos-

procedência e utilização das

sibilidades de avanço.

células-tronco, a ciência já descobriu no cordão umbi-

lical, na medula óssea, no fígado, na

células-tronco retiradas do fluido

cial para extração de células propícias

menstrual é sua capacidade de

para o desenvolvimento de terapias

dar vida a outros grupos celulares,

celulares. E novos estudos continuam

podendo transformar-se em células

a surgir a cada dia.

neurais, cardíacas, ósseas, gordura,

Janaína Machado é gerente de produção da Cryopraxis Criobiologia, farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Ciências Morfológicas pela UFRJ

cartilagem e outras possibilidades, o

dade em termos de pesquisa sobre o

que representa uma grande promessa

assunto é a possibilidade de extração

para o uso clínico futuro em terapias

de células-tronco do fluido menstrual,

regenerativas.

substância geralmente descartada e

este tratamento já é oferecido à sociedade. No Brasil ainda aguardamos a permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para realizar o armazenamento

Outra característica positiva das

placenta e no líquido amniótico, poten-

Nos Estados Unidos, a última novi-

Nos Estados Unidos,

Novos horizontes

Estima-se que essas células do san-

tratada como resíduo. A descoberta foi

gue menstrual poderão ser utilizadas

feita pelo centro de coleta e tratamen-

no futuro para tratar uma série de

to de células-tronco Cryo-Cell Interna-

doenças como diabetes, acidente vas-

tional. O instituto de pesquisa é não

cular cerebral (AVC) e doenças cardía-

apenas o criador do método, como

cas, bem como doenças neurológicas,

o responsável pelo primeiro e único

como Parkinson e Alzheimer, osteopo-

serviço de coleta do sangue menstrual

rose e lesões da medula espinhal.

para extração de linhagens de células-

Estudos preliminares sugerem que,

tronco no mundo, através da denomi-

além de beneficiar o próprio doador,

nada tecnologia CÉLLE.

essas células-tronco podem eventual-

As células passíveis de utiliza-

mente ser usadas também para bene-

ção são retiradas do endométrio, e

ficiar outros membros da família que

possuem propriedades e caracterís-

são geneticamente relacionados ao

ticas semelhantes às das células da

doador, como um pai, irmão ou filho.

medula óssea e das células-tronco

No método, a própria paciente cole-

embrionárias, pois multiplicam-se

ta seu fluido menstrual e o encaminha

rapidamente.

para o laboratório, onde as células

“O método representa uma evo-

passarão por processamento, isola-

lução para as terapias relacionadas

mento e criopreservação. Após essa

ao ramo ginecológico e obstetrício,

etapa, é realizada uma expansão das

uma vez que as células retiradas do

células, para que atinjam quantidade

fluido menstrual identificam-se com

relevante para iniciar a terapia celular

mais facilidade com tratamentos de

em questão. “Nos Estados Unidos, este

seu gênero”, conta Janaína Machado,

tratamento já é oferecido à sociedade.

gerente de produção e farmacêutica

No Brasil ainda aguardamos a permis-

bioquímica da Cryopraxis Criobiologia,

são da Agência Nacional de Vigilân-

centro latino-americano de coleta e

cia Sanitária (ANVISA) para realizar

tecnologia de células-tronco, parceira

o armazenamento. Enquanto isso, a

da Cryo-Cell.

Cryopraxis trabalha nos estudos do

Com isso, tratamentos com diag-

tratamento para transformar anos de

nóstico precoce de endometriose e

pesquisa em procedimento”, afirma

incontinência urinária feminina são

Janaína Machado. mr106

descoberta.indd 2

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Medicina e Poesia

18 de outubro DiadoMédico

Desde tempos remotos, medicina anda ao lado das letras, da cultura, e irradia saber nessa mistura intrigante e instigante, nessa sina exemplar, salutar faina divina em fazer da caneta o bisturi e do choro do ofício fazer rir pra poder renovar o sentimento. A cultura é o melhor medicamento espiritual, da vida o elixir. Desde tempos remotos o poeta é o maior vendedor de sentimento ao cantar sua dor, o seu lamento, ao fazer do prazer a sua meta. A ciência era, então, muito discreta e buscava a verdade em qualquer ar; e nos seus desacertos foi buscar nos escritos um novo lenimento; o poeta curou o sofrimento, o doutor fez a dor cruel passar. E não mais separou-se, desde então, o mister de curar do de escrever. O contista mostrou também saber e foi ter nos confins do coração a cadência da sua inspiração. Descobriu na ciência a melodia e passou a viver seu dia a dia entre o som mavioso do saber e o gostoso prazer de escrever: Medicina juntou-se a Poesia.

Nosso sincero agradecimento por toda dedicação, empenho e generosidade

A

médicorepórter

N

O

V

É preciso manter essa união, é preciso manter ativa a chama. O doutor que se fecha no seu drama alimenta o sofrer do coração. Não retire o doutor (cirurgião, pediatra, obstetra ou analista) a caneta da mão. Escreva. Insista em manter a cultura em sua mente. Alimente o saber e se alimente; abra os braços pra mais esta conquista.

Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos

www.medicoreporter.com.br

homenagem.indd 1

Paulo Camelo

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Medicina e Poesia

18 de outubro DiadoMédico

Desde tempos remotos, medicina anda ao lado das letras, da cultura, e irradia saber nessa mistura intrigante e instigante, nessa sina exemplar, salutar faina divina em fazer da caneta o bisturi e do choro do ofício fazer rir pra poder renovar o sentimento. A cultura é o melhor medicamento espiritual, da vida o elixir. Desde tempos remotos o poeta é o maior vendedor de sentimento ao cantar sua dor, o seu lamento, ao fazer do prazer a sua meta. A ciência era, então, muito discreta e buscava a verdade em qualquer ar; e nos seus desacertos foi buscar nos escritos um novo lenimento; o poeta curou o sofrimento, o doutor fez a dor cruel passar. E não mais separou-se, desde então, o mister de curar do de escrever. O contista mostrou também saber e foi ter nos confins do coração a cadência da sua inspiração. Descobriu na ciência a melodia e passou a viver seu dia a dia entre o som mavioso do saber e o gostoso prazer de escrever: Medicina juntou-se a Poesia.

Nosso sincero agradecimento por toda dedicação, empenho e generosidade

A

médicorepórter

N

O

V

É preciso manter essa união, é preciso manter ativa a chama. O doutor que se fecha no seu drama alimenta o sofrer do coração. Não retire o doutor (cirurgião, pediatra, obstetra ou analista) a caneta da mão. Escreva. Insista em manter a cultura em sua mente. Alimente o saber e se alimente; abra os braços pra mais esta conquista.

Jornalística na forma, científica no conteúdo. Informação exclusiva para médicos

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Paulo Camelo

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mrartigo

Envelhecimento masculino por Dr. EDUARDO B. BERTERO*

Na realidade o envelhecimento é um privilégio e um desafio para a sociedade moderna. Quando pensamos no envelhecer, a primeira ideia que vem à nossa mente é ter uma vida saudável e com qualidade. Aí entra a questão da sexualidade: quando o assunto é qualidade de vida é imperativo que o homem tenha uma vida sexual presente, ativa, prazerosa e que consiga preencher as suas expectativas assim como as de sua parceira

Organicamente, o

homem mais velho tem vários fatores de risco que ele não tinha quando estava nos seus 40 anos de idade

tras palavras, acima de 80 anos temos

recebo em minha clínica

o dobro de mulheres no planeta.

homens que estão na terceira idade com queixa de

Óbvio que o homem sofre o impacto do envelhecer, sobretudo na qualidade

dificuldade em manter e ou obter uma

de suas ereções e no desejo sexual.

ereção adequada e muitas vezes com

Organicamente, o homem mais velho

uma diminuição da libido. Primeiro

tem vários fatores de risco que ele não

vamos definir terceira idade. Pela

tinha quando estava nos seus 40 anos

Organização Mundial da Saúde (OMS),

de idade. Por exemplo, as chances

está nesse grupo qualquer homem ou

de ter pressão arterial elevada, diabe-

mulher acima de 60 anos. Vale a pena

tes, aumento do colesterol ou de ser

pontuar alguns fatos interessantes

submetido a alguma cirurgia pélvica

sobre essa faixa etária: 1) no ano 2000

que comprometa a sua ereção são

tínhamos 600 milhões de pessoas

muito maiores no idoso. Os trabalhos

Mestrado em Ciências

idosas; no ano 2025 será 1,2 bilhão de

mais recentes que falam de estatística

pela Faculdade de

pessoas, ou seja, exatamente o dobro;

de disfunções sexuais em diferentes

2) no ano 2025 cerca de 75% dos

faixas etárias mostram que problemas

idosos estarão residindo em países

de ereção avançam paralelamente

*Fellow pela Universidade de Boston, EUA;

Medicina da Universidade de São Paulo; Médico Assistente

considerados em desenvolvimento

com a idade. Para exemplificar melhor:

Urologia do Hospital do

ou do terceiro mundo como o Brasil;

de acordo com uma pesquisa recente

Servidor Público Estadual

3) a mulher é mais resistente e entre

realizada no Brasil (2004), em homens

os muito idosos (acima de 80 anos) a

com idades variando de 41 a 50 anos

razão mulher/homem é de 2:1, em ou-

a dificuldade de ereção estava presen-

do Departamento de

de São Paulo, SP; e-mail: urologia-sp@uol.com.br

40

C

om muita frequência,

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te em cerca de 39%, enquanto que a

dade de vida desses casais, proporcio-

mesma queixa em homens acima de

nando a eles uma vida sexual regular

70 anos foi de 66%.

e prazerosa. Para finalizar, costumo

Ainda com respeito às questões

dizer o seguinte aos casais que se tra-

físicas não poderia deixar de citar as

tam com esses medicamentos: “Bom

alterações que a diminuição do hormô-

para vocês que conseguem usufruir

nio sexual masculino, a testosterona,

das vantagens desses produtos. O seu

causa nos idosos. É sabido que após os

avô ou mesmo pai não tiveram essa

40 anos de idade existe uma queda de

sorte.”

cerca de 1% ao ano desse hormônio na corrente sanguínea. Essa diminuição pode produzir em alguns homens sintomas como: apatia, cansaço, mal humor, irritabilidade, perda de massa muscular, queda de pelos, obesidade, e disfunção da ereção e perda da libido ou desejo sexual. A esse quadro clínico damos o nome de deficiência androgênica do envelhecimento masculino ou DAEM. Antigamente usava-se o termo andropausa. Outro aspecto relevante e que no idoso pode estar mais presente é a depressão. Hoje essa entidade é considerada por especialistas como sendo um fator de risco importante para que um indivíduo desenvolva disfunção erétil. Na realidade, o mecanismo é considerado bidirecional, ou seja, um homem depressivo pode ter dificuldade de ereção e um homem com dificuldade de ereção pode se tornar um depressivo por esse motivo. Felizmente, após o advento de uma família de medicamentos que atua no corpo cavernoso do pênis e facilita a ereção, milhões de homens e, por que não dizer, mulheres e casais foram beneficiados com essa modalidade de tratamento. Vários trabalhos já comprovaram a eficácia e a segurança desses medicamentos em idosos e, especialmente, em populações portadoras de doenças típicas de pessoas que estão nessa faixa etária, como hipertensão arterial, diabetes e depressão. Sem sombra de dúvida, essas pílulas vieram trazer uma melhora na qualimr106

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mrartigo

Miomas uterinos podem ser tratados sem necessidade de retirar o útero por DR. NÉSTOR KISILEVZKY

O aparecimento de miomas é uma situação quase constante na vida de uma mulher adulta. No Brasil e no mundo, milhares de mulheres perdem o seu útero todo ano por causa desses tumores

É um procedimento

realizado por cateterismo que somente requer uma pequena incisão na virilha realizada sob anestesia local

Dr. Néstor Kisilevzky é médico com título de especialista

P

erder o útero pode significar

em 25% a 50% de todas as mulheres e

para algumas mulheres per-

apresentam maior incidência entre os

der um pouco da sua iden-

30 e os 40 anos. A etiologia é desco-

tidade feminina. O que dizer

nhecida, mas acredita-se que esteja as-

então daquelas que desejam engravi-

sociada a hormônios, como estrógeno

dar e que ao perderem o útero tornam-

e progesterona, devido à coincidência

se definitivamente estéreis? Mas a

com a idade reprodutiva da mulher.

medicina evolui de forma permanente

Embora muito comuns, na maioria

e nos traz novas opções e alternati-

das vezes os miomas são absoluta-

vas. Há mais de 10 anos, uma técnica

mente assintomáticos. Mas depen-

minimamente invasiva denominada

dendo da sua localização, tamanho e

“embolização” vem sendo aplicada

quantidade podem ocasionar proble-

para controlar a sintomatologia da

mas, incluindo dor e sangramentos

miomatose, sem necessidade de cirur-

intensos. O tamanho dos miomas pode

gia convencional. Em 2008, o Colégio

variar desde muito pequenos a grandes

Americano de Ginecologistas e Obste-

formações que simulam uma gravidez

tras (ACOG) afirmou que a embolização

de 5 ou 6 meses. Os miomas se mani-

uterina tem embasamento em evidên-

festam comumente com transtornos na

cia científica nível A (boa e consistente).

menstruação e/ou com dor e aumento

Mesmo assim, há ainda uma enorme

do volume abdominal. Em qualquer

intervencionista

resistência na comunidade ginecológi-

circunstância, o mais importante é ve-

concedido pela

ca para indicar esta técnica inovadora.

rificar como os sintomas influenciam o

em radiologia

Associação Médica Brasileira (AMB),

Miomas, também conhecidos como

dia a dia de cada mulher; em outras pa-

fibromas ou leiomiomas, são forma-

lavras, de que forma os miomas afetam

Universidade Estadual

ções nodulares que se desenvolvem na

a qualidade de vida de quem os possui.

de Campinas (UNICAMP),

parede muscular do útero e constituem

Mulheres com miomas queixam-se

os tumores benignos mais frequentes

por terem menstruações com fluxo

da pelve feminina. Os miomas ocorrem

intenso, que exigem trocas de absor-

mestre em cirurgia pela

fellow da Society of Interventional Radiology

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ventes muito frequente ou mancham

são descobertos durante um exame

o útero e que apresentam poucos

as roupas inadvertidamente, o que as

ginecológico. A presença de miomas

miomas pode-se tentar a retirada

leva a passar por situações imprevistas

se confirma realizando um exame de

cirúrgica exclusiva dos miomas (mio-

e/ou constrangedoras. Com isso, há

ultrassonografia, um método de ima-

mectomia) com preservação do útero.

mulheres que até evitam sair de casa,

gem muito simples. Outro método utili-

Histerectomia e miomectomia são

assumir compromissos profissionais

zado para o diagnóstico de problemas

procedimentos cirúrgicos formais que

ou sociais e inclusive manter relações

uterinos é a ressonância magnética,

requerem anestesia geral, alguns dias

sexuais. Dores na barriga, nas costas

que traz mais detalhes anatômicos e

de hospitalização e um tempo variável

ou nas pernas também são comuns,

permite um planejamento terapêutico

de recuperação pós-operatória.

além de dor durante a relação sexual,

bem mais preciso.

que é um sintoma bastante recorrente

A retirada cirúrgica do útero (histe-

Os sintomas desconfortáveis dos miomas podem também ser controla-

e que afeta diretamente a sexualidade

rectomia) é o tratamento universal-

dos com o uso de medicação hormo-

da mulher.

mente mais difundido para resolver os

nal, como é o caso dos anticoncepcio-

É muito simples diagnosticar a

problemas provocados pelos miomas.

nais ou dos análogos. Todavia, a terapia

presença de miomas. Geralmente

Em mulheres que desejam preservar

hormonal costuma provocar alguns mr106

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efeitos indesejáveis e por isso muitas

A maioria das mulheres volta a ter

pacientes não toleram a continuidade

ciclos menstruais normais, não sente

eficiente para controlar a sintomato-

do tratamento.

mais dor ou sintomas de compres-

logia decorrente de miomas e nesse

são. A barriga costuma se reduzir

sentido é “não inferior” à histerectomia.

que surgiu na França no começo dos

rapidamente após o procedimento.

A embolização possibilita a recupera-

anos 90. O objetivo é cortar o supri-

O tamanho do útero e dos miomas

ção integral da qualidade de vida das

mento de sangue para os miomas e

regride em até 50% três meses após

pacientes com miomatose sintomática.

provocar isquemia e consequente

a embolização e em até 90% um ano

Mas a embolização apresenta menor

morte dos miomas. É um procedi-

após. Os efeitos provocados pela

taxa de complicações, requer menor

mento realizado por cateterismo que

embolização são permanentes, o que

tempo de internação e possibilita uma

somente requer uma pequena incisão

raramente torna necessário algum

recuperação mais rápida quando com-

na virilha realizada sob anestesia

procedimento terapêutico adicional.

parada com a histerectomia. Estudos

local. Um equipamento de angiografia

Tem sido cada vez mais frequentes os

econômicos conduzidos nos EUA,

permite visualizar as artérias uterinas

casos de mulheres que conseguiram

Canadá e Europa demonstraram que a

que levam sangue para o útero e os

engravidar e parir após realizarem

embolização tem custo similar ou até

miomas. Nesse local são injetadas mi-

embolização uterina, o que demonstra

menor que a histerectomia em virtude

A embolização uterina é um método

cado que a embolização é um método

croesferas que irão entupir

da redução da estadia hos-

essas artérias e farão com

pitalar e das complicações.

que os miomas não mais

No Brasil essa tecnolo-

recebam sangue. Quando

gia está disponível há pelo

o procedimento termina,

menos 10 anos e forma

simplesmente se retira o

parte do rol de procedimen-

cateter comprimindo-se

tos aprovados pela Agência

o orifício na virilha. Não é

Nacional de Saúde Suple-

necessário dar pontos e,

mentar (ANS) e de cobertura

portanto, o procedimento

obrigatória pelos planos de

não deixa qualquer cicatriz.

saúde privados. Todavia, a

Uma vez realizado o cura-

tecnologia ainda não está

tivo na virilha, a paciente

disponível para o Sistema

permanece por aproxima-

Único de Saúde (SUS).

damente duas horas na sala

Recentemente foi conclu-

de recuperação e posterior-

ído um estudo que teve por

mente volta para o aparta-

objetivo investigar a apli-

mento, onde permanecerá

cabilidade do método em

em repouso por 18 a 24

hospitais públicos. Para isso

horas. Assim, a embolização

foi idealizada uma unidade

requer geralmente um único dia de

que o procedimento não causa impac-

de radiologia intervencionista móvel

hospitalização ou, inclusive, pode até

to negativo na fertilidade.

que durante alguns meses percorreu quatro hospitais públicos da área

ser realizada de forma ambulatorial. A

Estudos com acompanhamento lon-

recuperação é muito rápida e possibi-

go (até 5 anos) revelam que os efeitos

metropolitana de São Paulo, realizando

lita que as mulheres retornem para as

da embolização mantêm-se ao longo

procedimentos de embolização no

suas atividades apenas três ou quatro

do tempo. A segurança do procedi-

sistema de mutirão. Após cinco meses

dias após a cirurgia.

mento também já foi atestada com a

do projeto foram realizados 100 pro-

reduzida incidência de complicações

cedimentos gratuitos e a análise dos

pós-operatórias.

resultados demonstrou não somente a

Os resultados clínicos da embolização já foram amplamente descritos em

Há pelo menos cinco estudos rando-

viabilidade e benefícios da embolização

na literatura médica ao longo dos últi-

mizados já publicados na literatura que

uterina no âmbito do SUS, mas também

mos dez anos e podem ser resumidos

compararam a embolização uterina

do conceito de unidade de radiologia

da seguinte maneira:

com a histerectomia. Neles foi verifi-

intervencionista móvel.

inúmeros artigos científicos publicados

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Inovação é estar sempre à frente na pesquisa e desenvolvimento de novas soluções para os cuidados com a saúde Calcijex (calcitriol). Apresentação: ampola de 1 mL contendo 1 mcg de calcitriol. Indicações: tratamento da hipocalcemia em pacientes submetidos a diálise renal crônica. Contra-indicações: Hipersensibilidade ao calcitriol ou a qualquer dos excipientes da fórmula; pacientes com hipercalcemia ou evidência de toxicidade por vitamina D. Precauções e Advertências: A vitamina D e seus metabólitos devem ser suspensos durante o tratamento. Um composto não alumínico deve ser usado para controlar os níveis séricos de fósforo em pacientes submetidos a diálise. Não permitir que o produto cálcio-fósforo exceda o valor de 70. No início do tratamento, os níveis de cálcio e fósforo devem ser obtidos pelo menos 2 vezes por semana. Em caso de hipercalcemia, a medicação deve ser descontinuada. Doença adinâmica óssea pode ocorrer se os níveis de PTH forem anormalmente suprimidos. Recomenda-se cautela em relação a pacientes digitalizados, pois, nestes pacientes, a hipercalcemia pode precipitar arritmias cardíacas. Gravidez e lactação: Não há experiência de uso de calcitriol em mulheres grávidas. Não há dados sobre a excreção do fármaco no leite materno. Uso pediátrico: Segurança e eficácia do calcitriol em crianças não foram estabelecidas. Uso em Transplantes: Recomendações para tratamento da perda óssea pós-transplante com calcitriol não foram estabelecidas. Uso na Osteoporose pós-menopausa: A eficácia não foi estabelecida nesta população de pacientes. Interações medicamentosas: Antiácidos contendo magnésio não devem ser usados concomitantemente com calcitriol. A administração concomitante de diuréticos tiazídicos e doses farmacológicas de análogos da vitamina D em pacientes com hipoparatireoidismo pode resultar em hipercalcemia, a qual pode ser transitória e auto-limitada, ou pode requerer a interrupção da administração dos análogos da vitamina D. O uso concomitante de análogos da vitamina D e glicosídeos cardíacos pode resultar em arritmias cardíacas. Os efeitos da vitamina D podem ser reduzidos em pacientes sob terapia com barbituratos ou anticonvulsivantes. Corticosteróides antagonizam os efeitos dos análogos da vitamina D. Reações adversas: Dor ou hipersensibilidade no local de injeção, reações similares a intoxicação por vitamina D (fraqueza, cefaléia, sonolência, náusea, vômitos, obstipação, boca seca, gosto metálico, dor muscular ou óssea; tardiamente, poliúria, polidipsia, anorexia, conjuntivite por cálcio, fotofobia, rinorréia, hipertermia, hipertensão, arritmias cardíacas, calcificações ectópicas, pancreatite, redução da libido, elevação de uréia, colesterol, enzimas hepáticas e albuminúria) Posologia: A dose inicial recomendada de Calcijex (calcitriol) é de 1,0 mcg (0,02 mcg/kg) a 2 mcg administrados três vezes por semana, aproximadamente em dias alternados, podendo ser administrada através de uma dose intravenosa em bolus. Se não for observada resposta satisfatória nos parâmetros bioquímicos e nas manifestações clínicas do estado da doença, a dose pode ser aumentada em 0,5 a 1,0 mcg, a intervalos de duas a quatro semanas. Redução de dose pode ser necessária à medida em que os níveis de PTH decresçam em resposta à terapêutica. Superdosagem: Pode causar hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Medidas de suporte, descontinuação de suplementos de cálcio e dieta pobre em cálcio geralmente são suficientes, mas medidas como diurese forçada, uso de corticóides e fosfatos podem ser necessárias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO RESTRITO A ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES E PARAHOSPITALARES. Registro no MS: nº : 1.0553.0116. Informações adicionais estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo/SP 04566-905 ou fone 0800 703 1050. ABBOTT CENTER - Central de Relacionamento com o Cliente 0800 7031050 www.abbottbrasil.com.br

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mrartigo

Anafilaxia

induzida por farinhas contaminadas por

ácaros por DR. MARIO GELLER *

A anafilaxia é uma reação alérgica emergencial grave, de início rápido e potencialmente fatal. Acomete 1-2% da população e nem sempre uma etiologia pode ser estabelecida (idiopática)

A

sua prevalência também

maior predisposição à anafilaxia. Com o

depende da localização

passar do tempo os episódios anafilá-

geográfica. As causas mais

ticos tendem a diminuir em termos de

frequentes das reações

frequência e gravidade. Infelizmente a

anafiláticas incluem os alimentos,

maioria dos pacientes com alta após

medicamentos, venenos dos insetos

tratamento para a anafilaxia não recebe

* Membro Titular da Aca-

da ordem Himenóptera, látex, exercí-

prescrição de epinefrina autoinjetável

demia de Medicina do RJ

cios físicos, urticárias físicas, sêmen,

ou encaminhamento para um alergista.

contrastes radiológicos iodados,

Mastócitos hiper-responsivos (triptase

agentes anestésicos e miorrelaxantes.

sérica elevada) e níveis muito elevados

É também possível que a IgE antiga-

de IL-33 podem estar associados a

lactose-alfa-1,3-galactose presente na

quadros graves de anafilaxia (desgranu-

carne vermelha (vaca, porco e carneiro)

lação rápida mastocitária).

Master of the American College of Physicians Visiting Professor na Divisão de Alergia e Imunologia da Northwestern University, Chicago, USA Título de Especialista em Alergia e Imunologia Clínica

seja responsável por alguns episó-

A “síndrome da panqueca” é uma

pela ASBAI e AMB

dios de anafilaxia idiopática tardia em

anafilaxia induzida pela ingestão de

Board Certified in Allergy-

indivíduos atópicos. A exposição à luz

ácaros em alimentos preparados com

solar, através da síntese de vitamina D,

farinhas contaminadas. Ela é IgE-media-

Fellow of the American

pode desempenhar um papel protetor

da, rápida, grave e potencialmente fatal.

Academy of Allergy, Asthma

na prevalência da anafilaxia. Pacientes

Os ácaros assim ingeridos são domésti-

com mastocitose sistêmica/urticária

cos ou de estocagem. É mais frequente

Immunology and Internal Medicine, USA

and Immunology Fellow e Presidente da

pigmentosa e com a síndrome da ativa-

em indivíduos com atopia respiratória

College of Allergy, Asthma

ção monoclonal mastocitária (mutação

(asma e/ou rinite alérgicas), residentes

and Immunology PR-

no códon D816V do gene de c-KIT mas-

em climas quentes de regiões tropi-

tocitário/receptor do fator de cresci-

cais e subtropicais. Apresentam com

mento das células-tronco) apresentam

frequência intolerância aos inibidores

Regional Brasil do American

Network gellerm@attglobal.net

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da ciclooxigenase: aspirina e anti-infla-

dioca, etc.) contaminadas com ácaros

matórios não esteroidais. Há, portanto,

de estocagem ou domésticos. O arma-

o potencial etiopatológico contributório

zenamento destas farinhas nas des-

da síntese aumentada dos leucotrienos.

pensas, em ambiente quente e úmido,

Além do calor, a umidade também fa-

favorece a proliferação dos ácaros. Mais

vorece a proliferação acarina. Reações

casos devem ser relatados e o público

antigênicas cruzadas entre os vários

informado. Todas as farinhas devem ser

ácaros domésticos estão muito bem

mantidas congeladas por dois dias, e

documentadas. Os alérgenos acari-

depois armazenadas sob constante re-

nos são termorresistentes e, portanto,

frigeração para futura utilização. Assim

podem desencadear reações alérgicas

evita-se a proliferação acarina.

A síndrome da panqueca (anafilaxia oral acarina) é provavelmente mais comum do que se imagina, e portanto não diagnosticada adequadamente

quando ingeridos por indivíduos atópicos, mesmo após cocção. Em 2001, foi relatado o primeiro caso

LEITURA RECOMENDADA: 1. Geller M. Fatores de risco para reação anafilática

brasileiro de anafilaxia oral acarina com

atípica: bifásica, multifásica, protraída e fatal.

a ingestão de farinha de milho (polenta)

Einstein Educ Contin Saúde 2010;8(1Pt2):3-4.

contaminada com os ácaros Tyropha-

2. Geller M, Hahnstadt RL, Rego RM, Fernández-

gus putrescentiae, Dermatophagoides

Caldas E. Anafilaxia induzida por farinha de

pteronyssinus e Dermatophagoides

trigo contaminada por ácaros. Rev Bras Alerg

farinae. Havia rinite alérgica acarina

Imunopatol 2009; 32(5):199-201.

e intolerância ao ácido acetilsalicílico (urticária e angioedema). Descrevemos, em 2009, o primeiro relato da síndrome da panqueca em nosso meio envolvendo a farinha de trigo, esta contaminada com o ácaro de estocagem Aleuroglyphus ovatus (Fig. 1). Esta paciente apresentava asma e rinite alérgicas aos ácaros da poeira domiciliar, e também possuía intolerância ao ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não esteroidais e pirazolonas (anafilaxia com edema de glote). Mais casos provavelmente não estão sendo diagnosticados.

Considerações finais A síndrome da panqueca (anafilaxia oral acarina) é provavelmente mais comum do que se imagina, e portanto não diagnosticada adequadamente. Provavelmente vários casos de anafilaxia idiopática estão na verdade relacionados à ingestão de ácaros em portadores de asma e/ou rinite alérgicas, frequentemente intoleranttes ao ácido acetilsalicílico e aos anti-inflamatórios clássicos. Esta ingestão ocorre com alimentos preparados com farinhas de grãos (trigo, milho, linhaça, rosca, man-

Ácaro aleuroglyphus ovatus contaminando farinha de trigo.

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artigo.indd 2

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mrespecial

Outros rumos para a

medicina moderna por ANA CAROLINA ADDARIO

Novo Código de Ética Médica lança luz a temas polêmicos e atribui autonomia tanto para os profissionais quanto para os pacientes

Se uma operação

médica não dava certo, atribuíase a imprudência, imperícia, ou negligência. Agora, é necessário provar o mau resultado antes de fazer uma acusação. Até porque as decisões agora são tomadas em conjunto Dr. José Fernando Maia Vinagre é corregedor do Conselho Federal de Medicina (CFM)

D

epois de mais de dois anos

Fernando Maia Vinagre, corregedor do

em consulta pública para

Conselho Federal de Medicina (CFM).

discutir as diretrizes do conjunto de regras e princípios

Zilli é diretor e responsável pela área de ética médica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

48

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derna, os médicos se mostram mais

que regem o exercício da medicina no

otimistas com o novo mercado que

Brasil, entrou em vigor em abril deste

começa a se delinear, baseado em

ano a sexta versão do Código de Ética

proposições mais contemporâneas e

Médica. Coordenado pela Comissão

mais preocupado em preservar seus

Nacional de Revisão do Código de Ética

profissionais, como pode ser visto no

Médica, com a participação de cerca

novo Código de Ética Médica.

de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de medicina, além

Autonomia conjunta

de representantes de várias áreas

De acordo com o Dr. Emílio César Zilli,

médicas, o novo documento lança luz a

diretor e responsável pela área de ética

temas polêmicos dentro da sociedade

médica da Sociedade Brasileira de Car-

acadêmica como bioética, manipulação

diologia (SBC), "diferente do anterior, o

genética, proibição de escolha do sexo

novo código moderniza a relação entre

do bebê na reprodução assistida, e

médico e paciente, que era uma rela-

tratamentos de doentes terminais.

ção muito pouco normatizada. Agora, a

O novo código é muito mais abran-

Dr. Emílio César

Nesta nova etapa da medicina mo-

relação passa a ser individual, não mais

gente, a começar pelo fato de con-

uma relação de consumo, onde a saú-

templar não apenas os profissionais

de é tratada como um produto. Neste

dedicados diretamente ao tratamen-

novo momento, o paciente deixa de ser

to de pacientes, como aqueles em

freguês para ter participação e voz de

posição de gestão, pesquisa e ensino.

decisão em seu tratamento”.

“Questões como a autonomia, conflito

Nesse contexto, o tratamento pres-

de interesses, cuidados paliativos, e

crito pelo médico pode não apenas

responsabilidade de gestão também

ser contestado pelo paciente, bem

ganham grande espaço para discussão

como ele passa a ter plenos direitos

neste novo código”, conta o Dr. José

de pedir uma segunda opinião sobre

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Distanciamento necessário

seu diagnóstico – as medidas marcam uma abertura no código de procedimentos, dando espaço para uma

o genoma humano visando sua modificação, exceto em terapia que influa beneficamente sobre os genes, excluindo-se qualquer

medicina menos centralizada em

ação sobre os embriões que resulte na

um médico.

mudança genética dos filhos. Conside-

Por parte dos profissionais, a auto-

rando a aplicação de novas tecnolo-

nomia fica a cargo da liberdade para

gias, o médico tem o compromisso de

escolher se gostaria ou não de tratar

zelar para que as pessoas não sejam

determinado paciente. “O médico

discriminadas por nenhuma razão

passa a poder decidir, numa relação

relacionada à herança genética.

médico-paciente, se deseja ou não con-

Os experimentos com placebo

A tão criticada relação médicolaboratório ganhou resoluções claras no que diz respeito a qualquer tipo de presente ou bonificação oferecidos por parte da empresa. “A influência dos laboratórios ficou bem mais clara e regulamentada. Quando o médico é convidado a participar de algum evento, tendo recebido passagem ou hospedagem como cortesia do laboratório, ele é obrigado a esclarecer”, conta o Dr. Maia Vinagre. A indicação de procedimentos ou serviços oferecidos por determinado laboratório não pode ser realizada pelo médico com o objetivo de obter vantagens de qualquer natureza.

a presença de um profissional para substituí-lo, ou prescrever remédios

tinuar a atender um paciente, desde

envolvendo seres humanos também

sem examinar o paciente. Mesmo a es-

que ele não esteja em perigo de vida,

ficam vetados, quando houver trata-

crita nas receitas médicas não passou

tendo o compromisso de indicar outro

mento eficaz e efetivo para a doença

em branco neste novo documento: o

profissional e passar todo o prontuário

pesquisada. A pacientes com doenças

profissional fica proibido de receitar,

do paciente para o colega”, conta o Dr.

terminais, o médico deve oferecer

atestar ou emitir laudos com letra

Maia Vinagre.

cuidados paliativos, que reduzam o

ilegível, sem identificação do registro

seu sofrimento.

no Conselho Regional de Medicina

Além disso, o médico pode recusar

(CRM), ou assinar receitas, atestados,

atendimento, caso as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar sua própria saúde ou a do paciente.

Direitos e deveres

laudos ou documentos semelhantes

Quando o assunto é a preservação

em branco.

do profissional da medicina, o novo

Se, por um lado, o novo código é

código fez avanços bastante significa-

liberal nas concessões realizadas, por

Polêmicas contemporâneas

tivos do ponto de vista do médico. “Se

outro, ele é contundente no que diz

No caso de restrições relacionadas à

uma operação médica não dava certo,

respeito às infrações das normas. “Se

bioética, o novo código traz à tona uma

atribuía-se a imprudência, imperícia,

o médico infringe o código em alguma

série de temas que integraram algumas

ou negligência. Agora, é necessário

situação, quem apura são os Conselhos

das discussões mais polêmicas pre-

provar o mau resultado antes de fazer

Regionais de Medicina. O procedimen-

sentes na comunidade médica, como

uma acusação. Até porque as decisões

to é uma sindicância, em que uma

a proibição de o profissional decidir

agora são tomadas em conjunto”,

comissão avalia a denúncia feita. Se ela

ou permitir aos pais que decidam qual

completa o Dr. Zilli.

passa pela avaliação prévia e transfor-

será o sexo do bebê fruto de reprodução assistida. No novo código, fica proibido ao médico influir de qualquer forma sobre

Obrigações básicas também ganha-

ma-se em processo ético profissional, o

ram normatização, como a proibição

caso passa a ser avaliado por instância

de falta do médico em plantão, sair

judicial, com o risco de suspensão de

antes do horário estabelecido sem

licença”, afirma o Dr. Maia Vinagre. mr106

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mrsem fronteiras

Exposição de Médicos Sem Fronteiras mostra

brasileiros

na ajuda humanitária por ANA CAROLINA ADDARIO

Fotos e vídeos contam a história dos profissionais em países devastados por catástrofes, fome, conflitos e epidemias

Ao fim do dia,

A

a organização conta as histórias dos

de Vida: Olhares sobre a

profissionais brasileiros que levam aju-

Atuação de Médicos Sem

da humanitária a lugares remotos em

Fronteiras já passou pelo

situações de catástrofe, fome, conflitos

Rio de Janeiro, de 10 de setembro a

e epidemias, como Camboja (Ásia) e

3 de outubro no Shopping Rio Sul, e

Suazilândia (África).

estará em Brasília de 13 de outubro a

Fotos, depoimentos e vídeos mos-

12 de novembro no Shopping Con-

tram como vivem e trabalham os 12

junto Nacional. É a primeira vez que

profissionais de Médicos Sem Fonteiras

© Baryal Zia

ao voltar pra casa, cansados e enlameados, nos sentíamos felizes por acreditar no impacto do nosso esforço

exposição Experiências

Sérgio Cabral, pediatra mineiro Projeto de Atendimento em Saúde, Afeganistão, Ásia, 2010

50

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© André François

A exposição Experiências de Vida: Olhares sobre a Atuação de Médicos Sem Fronteiras estará em cartaz de 13 de outubro a 12 de novembro no Shopping Conjunto Nacional, em Brasília. Esta é a primeira vez que a organização internacional MSF conta as histórias dos profissionais brasileiros que levam ajuda humanitária a lugares remotos em situações de catástrofes, fome, conflitos e epidemias, como Paquistão (Ásia) e Suazilândia (África). Antes de Brasília, a mostra ficou um mês no Rio de Janeiro, e teve mais de 8 mil visitas.

© David Goetghebuer

Kelly Cardoso, enfermeira paulista - Projeto de HIV, Camboja, Ásia, 2009

(MSF). As histórias são apresentadas em quatro totens, que representam os eixos de atuação da organização (catástrofes, fome, conflitos e epidemias), equipados com quatro aparelhos MP4 e quatro fones de ouvido, cada um. A médica Dra. Cristiane Tsuboi é uma das profissionais que narram a experiência de trabalhar com MSF. Em seu depoimento ela fala das dificuldades de chegar aos vilarejos do

© André François

Wânia Cristina Correia, educadora brasiliense Projeto de HIV, Moçambique, África, 2010

Ana Cecília Moraes, psicóloga paulista Projeto de Emergência Pós-terremoto, Haiti, América Central, 2010

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51

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© André François

Alexandre Jaccard, cirurgião ortopedista paulista Projeto de Emergência Pós-terremoto, Haiti, América Central, 2010

não têm acesso à assistência médica. “Queremos mostrar a importância da ajuda humanitária e sensibilizar as pessoas a participarem do nosso trabalho. Seja fazendo parte do nosso quadro de profissionais, formado por pessoas de várias áreas, além da saúde. Seja contribuindo com doações”, diz o diretor executivo de MSF, Tyler Fainstat.

Interatividade A exposição vai muito além das tradicionais fotografias. Um monitor touchscreen de 50 polegadas mostra um mapa digital com as fotos dos mais de 40 brasileiros em missão. Ao clicar no rosto do profissional, o visitante fica sabendo onde ele nasceu, em quais países já trabalhou e onde está atuando no momento. Também foi possível gravar em vídeo uma mensagem de incentivo para qualquer um deles. distrito de Monte Elgon, no Quênia, onde atendeu vítimas de conflitos tribais. O acesso, conta a Dra. Cristiane, é tão difícil que trajetos

O monitor equipado com internet 3 G possibilita o upload imediato das mensagens para o site da exposição, onde o visitante pode compartilhar seus depoimentos em redes

normalmente percorridos em 90 minutos, em dias de chuva,

sociais. Os dez vídeos mais acessados serão premiados com

demoram até seis horas. “Ao fim do dia, ao voltar pra casa,

brindes da organização.

cansados e enlameados, nos sentíamos felizes por acreditar no impacto do nosso esforço”, revela. Um dos objetivos da exposição é estimular os profissionais brasileiros a continuar levando cuidados a populações que 52

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Site Todo o conteúdo da exposição está disponível no site http://www.experienciasdevida.org.br.

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DIRETO NAS METAS. RISCOS CARDIOVASCULARES MENORES.1-5

Vemos pessoas além dos números. Silva, 42 anos, tabagista, hipertenso, colesterol elevado.

Sandra, 53 anos, hipertensa e colesterol alterado.

João, 50 anos, hipertenso, já teve um infarto.

CRESTOR™ oferece muitos benefícios ao tratamento da dislipidemia, seja qual for o perfil do paciente. 82% dos pacientes atingem as metas com CRESTOR™ 10 mg. Aumento sustentado do HDL-C em todas as doses. A estatina que mais reduz o LDL-C em todas as doses.

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ao dia, em qualquer horário.

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• Caixas com 10 e 30 comprimidos revestidos de 10 mg. • Caixas com 30 comprimidos revestidos com 20 e 40 mg. Contraindicação: CRESTOR™ é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade à rosuvastatina cálcica ou aos outros componentes da fórmula. Interação medicamentosa: genfibrozila.

CRESTOR™ ROSUVASTATINA CÁLCICA. CRESTOR™ (ROSUVASTATINA CÁLCICA) É UM SELETIVO E POTENTE INIBIDOR COMPETITIVO DA HMG-COA REDUTASE. INDICAÇÕES: CRESTOR™ DEVE SER USADO COMO ADJUVANTE À DIETA QUANDO A RESPOSTA À DIETA E AOS EXERCÍCIOS É INADEQUADA. EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA CRESTOR™ É INDICADO PARA: REDUÇÃO LDL-COLESTEROL, COLESTEROL TOTAL E TRIGLICÉRIDES ELEVADOS; AUMENTAR O HDL-COLESTEROL EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA PRIMÁRIA E DISLIPIDEMIA COMBINADA (MISTA); CRESTOR™ TAMBÉM DIMINUI APOB, NÃO-HDL-C, VLDL-C, VLDL-TG, E AS RAZÕES LDL-C/HDL-C, C-TOTAL/HDL-C, NÃO-HDL-C/ HDL-C, APOB/APOA-I E AUMENTA APOA-I NESTAS POPULAÇÕES; TRATAMENTO ISOLADO DE HIPERTRIGLICERIDEMIA, REDUÇÃO DO COLESTEROL TOTAL E LDL-C EM PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HOMOZIGÓTICA, TANTO ISOLADAMENTE, QUANTO COMO UM ADJUVANTE À DIETA E A OUTROS TRATAMENTOS DE REDUÇÃO DE LIPÍDIOS, SE TAIS TRATAMENTOS NÃO FOREM SUFICIENTES, E RETARDAR OU REDUZIR A PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE. CONTRA-INDICAÇÕES: CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO A PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE À ROSUVASTATINA CÁLCICA OU AOS OUTROS COMPONENTES DA FÓRMULA. CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO A PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA ATIVA. CRESTOR™ É CONTRA-INDICADO DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO E A MULHERES COM POTENCIAL DE ENGRAVIDAR, QUE NÃO ESTÃO USANDO MÉTODOS CONTRACEPTIVOS APROPRIADOS. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: ADVERTÊNCIAS: FÍGADO: DEVE SER USADO COM CAUTELA EM PACIENTES QUE CONSOMEM QUANTIDADES EXCESSIVAS DE ÁLCOOL E/OU QUE TENHAM UMA HISTÓRIA DE DOENÇA HEPÁTICA. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO: O TRATAMENTO COM CRESTOR™ DEVE SER INTERROMPIDO SE OS NÍVEIS DE CK ESTIVEREM NOTADAMENTE ELEVADOS (>10 VEZES O LIMITE SUPERIOR DE NORMALIDADE, LSN) OU SE HOUVER DIAGNÓSTICO OU SUSPEITA DE MIOPATIA. CRESTOR™ DEVE SER PRESCRITO COM PRECAUÇÃO EM PACIENTES COM FATORES DE PRÉ-DISPOSIÇÃO PARA MIOPATIA, TAIS COMO, INSUFICIÊNCIA RENAL, IDADE AVANÇADA E HIPOTIREOIDISMO, OU SITUAÇÕES ONDE PODE OCORRER UM AUMENTO NOS NÍVEIS PLASMÁTICOS. O USO DE CRESTOR™ DEVE SER TEMPORARIAMENTE INTERROMPIDO EM QUALQUER PACIENTE COM UMA CONDIÇÃO AGUDA GRAVE SUGESTIVA DE MIOPATIA OU QUE PREDISPÕE AO DESENVOLVIMENTO DE INSUFICIÊNCIA RENAL SECUNDÁRIA À RABDOMIÓLISE (POR EXEMPLO: SÉPSIS; HIPOTENSÃO; CIRURGIA DE GRANDE PORTE; TRAUMA; ALTERAÇÕES METABÓLICAS, ENDÓCRINAS E ELETROLÍTICAS GRAVES; OU CONVULSÕES NÃO-CONTROLADAS). USO DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO: CATEGORIA DE RISCO NA GRAVIDEZ: X. MULHERES COM POTENCIAL DE ENGRAVIDAR DEVEM USAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS APROPRIADOS (OUTRAS INFORMAÇÕES VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: PODE HAVER INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DE CRESTOR™ COM OS SEGUINTES MEDICAMENTOS: VARFARINA, CICLOSPORINA, GENFIBROZILA, INIBIDORES DA PROTEASE E ANTIÁCIDOS. EM ESTUDOS CLÍNICOS, CRESTOR™ FOI CO-ADMINISTRADO COM AGENTES ANTI-HIPERTENSIVOS, ANTIDIABÉTICOS E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL. ESSES ESTUDOS NÃO DEMONSTRARAM EVIDÊNCIA DE INTERAÇÕES ADVERSAS CLINICAMENTE SIGNIFICATIVAS (PARA MAIORES INFORMAÇÕES VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). REAÇÕES ADVERSAS: CRESTOR™ É GERALMENTE BEM TOLERADO. OS EVENTOS ADVERSOS OBSERVADOS COM CRESTOR™ SÃO GERALMENTE LEVES E TRANSITÓRIOS, OS MAIS COMUNS SÃO: CEFALÉIA, MIALGIA, ASTENIA, CONSTIPAÇÃO, VERTIGEM, NÁUSEA E DOR ABDOMINAL (OUTRAS REAÇÕES ADVERSAS VIDE BULA COMPLETA DO PRODUTO). POSOLOGIA: A FAIXA DE DOSE RECOMENDADA É DE 10 MG A 40 MG, ADMINISTRADOS POR VIA ORAL EM DOSE ÚNICA DIÁRIA, COM ÁGUA, INDEPENDENTE DO HORÁRIO DAS REFEIÇÕES, DE PREFERÊNCIA NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS. A DOSE MÁXIMA DIÁRIA É DE 40 MG. HIPERCOLESTEROLEMIA PRIMÁRIA (INCLUINDO HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HETEROZIGÓTICA), DISLIPIDEMIA COMBINADA, HIPERTRIGLICERIDEMIA ISOLADA E TRATAMENTO DA ATEROSCLEROSE: A DOSE INICIAL HABITUAL É DE 10 MG UMA VEZ AO DIA. PARA PACIENTES COM HIPERCOLESTEROLEMIA GRAVE (INCLUINDO HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HETEROZIGÓTICA), PODE-SE CONSIDERAR UMA DOSE INICIAL DE 20 MG. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR HOMOZIGÓTICA: RECOMENDA-SE UMA DOSE INICIAL DE 20 MG UMA VEZ AO DIA. SUPERDOSE: NÃO HÁ UM TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA A SUPERDOSAGEM. NO CASO DE SUPERDOSAGEM, O PACIENTE DEVE SER TRATADO SINTOMATICAMENTE E DEVEM SER INSTITUÍDAS MEDIDAS DE SUPORTE CONFORME A NECESSIDADE. APRESENTAÇÕES: EMBALAGENS COM 10 OU 30 COMPRIMIDOS REVESTIDOS DE 10 MG E EMBALAGENS COM 30 COMPRIMIDOS REVESTIDOS DE 20 MG E 40 MG. USO ADULTO/USO ORAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. PARA MAIORES INFORMAÇÕES, CONSULTE A BULA COMPLETA DO PRODUTO (CRE002). ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA., ROD. RAPOSO TAVARES, KM 26,9 - COTIA - SP - CEP 06707-000 TEL.: 0800-0145578. WWW.ASTRAZENECA.COM.BR. CRESTOR™. MS – 1.1618. 0200 / CDS 03/09 – MAIO/2009

CRA.09.D.029 - Produzido em Julho/2009.

Referências Bibliográficas: 1. Jones PH et al. Comparison of the efficacy and safety of rosuvastatin versus atorvastatin, simvastatin, and pravastatin across doses (STELLAR* Trial). Am J Cardiol 2003;92(2):152-60. 2. Cholesterol Treatment Trialists’ (CTT) Collaborators.Efficacy and safety of cholesterol-lowering treatment: prospective meta-analysis of data from 90 056 participants in 14 randomized trials of statins. Lancet 2005; 366(9493):1267-78. 3. Olsson AG et al. Effects of rosuvastatin and atorvastatin compared over 52 weeks of treatment in patients with hypercholesterolemia. Am Heart J 2002;144(6):1044-51. 4. Brown WV et al. Efficacy and safety of rosuvastatin compared with pravastatin and simvastatin in patients with hypercholestolemia : a randomized, double-blind, 52-week trial. Am Heart J 2002;144(6)1036-43. 5. Law MR et al. Quantifying effect of statins on low density lipoprotein cholesterol, ischaemic heart disease and stroke: systematic review and meta-analysis. BMJ 2003;326:1423-29. 6. Crouse III JR et al. Effect of rosuvastatin on progression of carotid intima-media thickness in low-risk individuals with subclinical atherosclerosis : the METEOR trial. JAMA 2007; 297: 1344-53. 7. Nissen SE et al. Effect of very high-intensity statin therapy on regression of coronary atherosclerosis: the ASTEROID trial. JAMA 2006;295:1556-65.

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mrsem fronteiras

Medicina social por ANA CAROLINA ADDARIO

Equipe médica itinerante visita comunidades ribeirinhas no entorno dos Rios Amazonas e Araguaia, levando acesso à saúde e educação ambiental à população

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Desde que

começamos, a Amazonas Visão já passou por cidades como Aruanã, Bandeirantes, Baliza, Luís Alves, Araguapaz, Cocalinho e Torixoréu. É sempre uma experiência muito emocionante

O

sistema de saúde em geral sempre sofreu críticas de ineficiência em algum aspecto. Na rede pública

de saúde, grande parte dos problemas está relacionada à defasagem da infraestrutura e à falta de mão de obra para atender a demanda da população. O resultado são filas intermináveis e tratamentos feitos em prazos mais longos do que o normal. Na rede particular, o valor das consultas e exames, e a interferência dos planos de saúde, gestores de clínicas e hospitais dificultam o acesso das populações mais carentes, que representam a maioria esmagadora do País, ao auxílio médico de ponta. Independente do argumento, todas as questões citadas acima têm relação, seja direta ou indireta, com a dificuldade de acesso da sociedade à assistência médica. Se elevarmos a equação do acesso à saúde a uma potência infinita, teremos a realidade de centenas de

Dr. Mauro Gomes, professor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Ciências

comunidades ribeirinhas nos confins do Brasil. Levar assistência médica, tecnologias de tratamento, e conheci-

Médicas da Santa Casa

mento em preservação ambiental para

de São Paulo e médico

essas comunidades pode significar

responsável pelo Instituto de Pneumologia Paulista

um grande desafio. Foi o que o Dr. Luiz Sérgio Pacheco Santos fez. mr106

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Em setembro de 2002, ele elabo-

denominada Amazonas Visão, que

para sua realização. Hoje, o Estado ofe-

rou um projeto e saiu pela cidade de

gerou uma organização não governa-

rece hospedagem e alimentação para

Goiás atrás de apoio, tanto em termos

mental, reuniu 15 profissionais convida-

os médicos voluntários, a fim de esti-

de mão de obra preparada quanto de

dos pessoalmente pelo presidente da

mular o mutirão a voltar sempre com

capital. A ideia era formar uma equipe

instituição, Dr. Luiz Sérgio,, e aterrissou

o atendimento. “Desde que começa-

itinerante de médicos das mais diver-

na cidadezinha de Aruanã, à beira do rio

mos, a Amazonas Visão já passou por

sas especialidades e fazer mutirões em

Araguaia.

cidades como Aruanã, Bandeirantes,

comunidades ribeirinhas do Rio Amazo-

Em quatro dias de trabalho, o primeiro

Baliza, Luís Alves, Araguapaz, Cocalinho

nas e do Rio Araguaia, levando aten-

mutirão da Amazonas Visão atendeu

e Torixoréu. É sempre uma experiência

dimento de saúde e informação sobre

mais de mil pacientes, em especialida-

muito emocionante”, conta o Dr. Luiz,

preservação ambiental para quem não

des como pneumologia, ginecologia,

presidente e fundador da ONG.

tem a possibilidade de se deslocar até

urologia, oftalmologia, além de levar

a cidade em busca de tratamento. Ainda que incrivelmente humana e

equipamentos laboratoriais para realização de exames.

e contabilizam ao todo 9.784 atendi-

solidária, a ideia levou cinco anos para sair do papel. Os motivos: faltava verba, mão de obra e até mesmo transporte, já que para alcançar algumas comuni-

De 2007 a 2010, as equipes já visitaram sete comunidades ribeirinhas, mentos, sendo 98 cirurgias de catarata,

Bom trabalho tem continuidade

15 pequenas cirurgias, 14 cirurgias

O primeiro evento fez tanto sucesso

mutirão programa-se para retornar a

pediátricas e doação de 252 óculos. O

dades era necessário realizar um trajeto

que as próprias prefeituras das cidades

cada região depois de, no máximo, um

de barco. Em julho de 2007, a iniciativa

beneficiadas passaram a colaborar

ano da última visita.

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cirurgias, que contam com equipamentos de última geração, fruto da parceria da ONG com empresas de todo o Brasil, como a Opto Eletrônica de São Paulo, o Instituto Varilux, a Expresso São Luís, e a Unimed Goiânia, entre outras. “Cirurgia que a gente faz na beira do rio é feita em qualquer lugar do mundo”, conta o Dr. Luiz. Nesse contexto, a Amazonas Visão já realizou diversas cirurgias de catarata nos mais velhos, e tratou fimose, hérnia e outros males entre os mais jovens. Todos os equipamentos utilizados nas cirurgias são esterilizados e montados pelos próprios médicos em uma forçatarefa, e também são eles que reorganizam tudo na hora de ir embora. O serviço é completo. Quando o mutirão encontra situações graves com necessidade de assistência médica de urgência, como em casos de hemorragia, o transporte é realizado de imediato da região em que estiver para a cidade mais próxima. O atendimento é feito sem qualquer custo, e o retorno do paciente para a comunidade é garantido pela Amazonas Visão.

“A beira do rio guarda muito sofrimento” De acordo com o Dr. Luiz, uma das especialidades que vem demonstrando muita necessidade de atenção nas regiões visitadas é o acompanhamento psicológico. “Existem histórias muito complexas por trás das consultas, como casos frequentes de violência contra a mulher”, conta. Na área ambiental, a Amazonas Visão realiza palestras e projeções de

quelônios) nas praias da bacia do Rio Araguaia.

Por conta disso, psicólogos passaram a integrar o mutirão itinerante, na tentativa de neutralizar esses males

filmes que incentivam a preservação da natureza. Em regiões que já sofrem os

Exames e diagnósticos

nessas comunidades tão carentes. Os

impactos da devastação, a ONG realiza

A rotina de atendimento é corrida,

atendimentos são feitos tanto individu-

plantações de mudas junto da comuni-

mesmo com o número de médicos

almente quanto em terapia de grupo. “A

dade, e tem iniciativas como o Projeto

tendo chegado aos quase 30 voluntários

beira do rio guarda muito sofrimento”,

Quelônios no distrito de Luiz Alves,

de especialidades distintas; a média

afirma o Dr. Luiz. Felizmente iniciativas

que faz um trabalho de recuperação

diária de atendimentos por profissional

como a Amazonas Visão trabalham

das tartarugas (répteis da ordem dos

é de 70 pacientes, sem mencionar as

para diminuir seu impacto. mr106

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mrna prateleira

A Vida por um Fio e por Inteiro O cardiologista Elias Knobel lança o livro A Vida por um Fio e por Inteiro. A obra traz fatos marcantes de seus 38 anos de luta diária pela vida na UTI e suas reflexões de uma maneira leve, didática e agradável sobre a verdadeira relação médico X paciente. Entretanto, o leitor poderá também conhecer um pouco mais sobre a história pessoal do autor, suas dificuldades, desafios, conquistas, atuação como gestor de uma UTI conhecida no Brasil e no exterior e até mesmo sua visão sobre o sistema de saúde atual. Em 47 capítulos é possível desvendar os medos, anseios e limitações que muitos médicos passam durante sua trajetória. Ressaltando que é fundamental ter vocação para seguir em frente, ser humilde e enxergar o paciente como um ser único e não apenas um número. O contato com mais de 70 mil vidas, durante o período em que foi diretor da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, comprova que Título: A Vida por um Fio e por Inteiro Autor: Elias Knobel Editora: Atheneu Páginas: 320 Preço: R$ 33,30

acompanhar apenas a evolução técnica não é o bastante. A medicina precisa de pessoas que estejam aptas para enfrentar o dia a dia. Elias Knobel organizou uma equipe de profissionais chamada por ele de “um time de ouro".

Atlas de Bolso de Anatomia Seccional - Volume II Em sua terceira edição, e agora em três volumes, o Atlas de Bolso de Anatomia Seccional reflete o que há de mais atual e prático na tecnologia da imagem na área da saúde. Descreve precisa e didaticamente os detalhes anatômicos vistos nas imagens, apresentando o desenho esquemático correspondente em cores, para facilitar a identificação das estruturas anatômicas. Destaques na nova edição: imagens inéditas de tomografia computadorizada e ressonância magnética com a mais alta qualidade e desenhos esquemáticos correspondentes totalmente em cores; mais de 480 ilustrações; cobertura abrangente e atual da coluna vertebral, extremidades e articulações; abordagem didática com formato prático em toda a obra: um corte por par de páginas; codificação padronizada das cores, o que torna fácil identificar estruturas individuais por meio de cortes contíguos. Título: Atlas de Bolso de Anatomia Seccional Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética Volume II - Tórax, Coração, Abdome e Pelve 3ª Edição Revisada e Ampliada Autor: Torsten B. Moeller Editora: Revinter Páginas: 252 Especialidades: Imagem, Pneumologia, Cardiologia, Clínica Médica Preço: R$ 139,00

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Anestesiologia Clínica Anestesiologia Clínica, 4ª edição, fornece uma apresentação concisa e consistente dos princípios básicos essenciais à prática moderna da anestesia. Aborda temas atuais e relevantes como equipamentos, farmacologia clínica, anestesia regional, tratamento da dor, fisiologia, fisiopatologia, conduta anestésica e problemas especiais. Esta nova edição contém várias melhorias e refinamentos importantes em relação às edições anteriores, extremamente bem-sucedidas. Perfis na Prática Anestésica – introduzidos na terceira edição, foram expandidos nesta edição. Conceitos-Chaves – relacionados ao início de cada capítulo, identificam as seções correspondentes dentro do capítulo através de ícones numerados. Discussões de Casos – lidam com problemas atuais, fornecendo metodologia e estrutura para provas orais e aplicação dos conceitos na prática. Termos-Chaves e Tópicos – destacados em cores dentro do texto, significativamente ampliados nesta edição. Leituras Sugeridas – em maior quantidade e atualizadas com endereços pertinentes na web. Todos os capítulos foram atualizados e várias ilustrações novas foram acrescentadas. Título: Anestesiologia Clínica Autores: G. Edward Morgan Jr. Maged S. Mikhail Michael J. Murray Editora: Revinter Páginas: 989 Preço: R$ 369,00

Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo A terceira edição desta obra mostra a relevância dos temas aqui tratados que interligam o campo do direito e da psicanálise. Os diferentes artigos tratam de alguns entrelaçamentos importantes para se pensar como se fabrica o ser humano, o que permite a humanização e a transmissão da lei, e, mais particularmente, como essas interligações possibilitam uma rica reflexão sobre a criança brasileira no mundo atual, com tantos desafios que o 3º milênio nos coloca.

Título: Sujeito do Direito, Sujeito do Desejo Direito e Psicanálise, Terceira Edição Revisada Autor: Sônia Altoé Editora: Revinter Páginas: 176 Especialidades: Psicanálise, Psicologia, Direito Preço: R$ 45,00

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mrpanorama

Novo antidepressivo de alto perfil ansiolítico casos, dispensa a prescrição de um

marcas de paroxetina, princípio ativo

60% dos casos de depressão estão

ansiolítico associado ao tratamento”,

do medicamento”, destaca Alves.

associados a algum tipo de transtorno

esclarece Vladimir Pereira Alves, geren-

de ansiedade. Para tratar a doença, a

te de produtos do laboratório.

Pesquisas apontam que cerca de

Medley Indústria Farmacêutica lança

Contraindicações: o medicamento não deve ser usado concomitante-

Com dose única diária, o Moratus

mente com inibidores da MAO ou no

o Moratus, antidepressivo com maior

atua no tratamento do pânico, transtor-

intervalo de até duas semanas após o

potência serotoninérgica e com maior

no obsessivo-compulsivo, transtorno de

término do tratamento com este tipo de

efeito ansiolítico entre os inibidores

estresse pós-traumático, transtorno de

substância. Também não deve ser usa-

seletivos da recaptação de serotonina

ansiedade generalizada e fobia social.

do concomitantemente com tioridazina,

(ISRS).

O medicamento pode ser encontrado

uma vez que, assim como com outras

em duas apresentações: caixas de 20

drogas que inibem a enzima hepática

mg com 20 e 30 comprimidos.

CYP450 2D6, a paroxetina pode elevar

O produto age com extrema eficácia nos casos de depressão associada a ansiedade ou nos transtornos de ansie-

“O baixo custo do produto garante

os níveis plasmáticos da tioridazina.

dade associados ou não a depressão.

uma redução de até 74% no (gasto

SIM – 0800 729 8000

“Este produto, na grande maioria dos

com o) tratamento, frente às principais

www.medley.com.br

Novo projeto mapeará o cérebro em 3D Você já imaginou se a neurologia conseguisse mapear o nosso cérebro tão bem quanto o Google Maps o faz com a sua cidade? Até hoje, nenhum modelo de estudos do cérebro conseguiu ser tão detalhista, mas um projeto que pretende fazer uma varredura em 3D do nosso cérebro promete quebrar esse recorde. A estrutura cerebral, em forma de labirinto, ainda tem alguns pontos obscuros na análise científica. Coordenado pela Universidade da Califórnia (EUA), este novo projeto (chamado de “O catálogo completo do cérebro”) está utilizando todos

Novo Nordisk A/S é premiada como uma das empresas mais éticas do mundo

os recursos já conhecidos da neurologia para criar um mapa

Ranking do Instituto Ethisphere reconhece 100

cerebral com precisão inédita. Os principais são a ressonân-

companhias de 36 setores industriais

cia magnética avançada, fotos de neurônios com corantes e

A companhia farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk

esquemas teóricos feitos anteriormente. Juntos, tais recursos

A/S, empresa de cuidados com a saúde e líder mundial em

vão contar com uma equipe igualmente variada de profis-

cuidados com o diabetes, foi reconhecida neste ano como

sionais (tais como médicos, pesquisadores e animadores de

uma das empresas mais éticas do mundo pelo ranking do

computação 3D) para produzir o novo modelo.

Instituto de Pesquisa Ethisphere. A lista foi elaborada a partir

A principal utilidade, de acordo com os envolvidos no pro-

da avaliação dos programas de ética e compliance dessas

jeto, é abolir experimentos onerosos, complicados, e que às

companhias, bem como das ações de governança e respon-

vezes acabam sendo até inúteis. Eles esperam que os neuro-

sabilidade corporativa.

logistas possam tirar conclusões e fazer análises avançadas baseadas apenas no modelo. Ainda há muito que fazer para que o projeto seja concluído. A principal dificuldade é devida ao histórico da neurologia:

Em 2010, o ranking listou 100 empresas que conseguem pôr em prática os preceitos de como fazer negócios de forma ética, demonstrando real e sustentável liderança em seu segmento de atuação. A pesquisa durou um ano e avaliou milhares de

ao longo dos anos, algumas áreas do cérebro foram intensa-

empresas de 36 setores industriais em mais de 100 países.

mente estudadas, enquanto outras foram deixadas de lado. O

Conheça o ranking World’s Most Ethical Companies for 2010

desafio é “equalizar” os estudos nas diferentes áreas.

no endereço: http://ethisphere.com/wme2010/

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Bactéria mutante resistente a todos os antibióticos disponíveis deixa o mundo em alerta

Novo antiviral aprimora tratamento contra hepatite C, diz estudo Droga boceprevir aumentaria em até 75% taxa de cura. Trabalho reuniu pacientes com o genótipo 1, versão mais nociva do vírus O antiviral boceprevir, quando adicionado ao tratamento regular contra a hepatite C, aprimorou as taxas de cura nos pacientes mais complicados para tratar, conforme estudo divulgado na revista científica The Lancet. A hepatite C afeta 170 milhões de pessoas, 3,2 milhões só nos Estados Unidos, onde 70% estão infectados com o genótipo 1 do vírus, considerado o mais difícil de tratar. A doença pode se desenvolver no organismo durante anos sem apresentar sintomas, mas pode acarretar tumores no fígado e a necessidade de transplante do órgão.

Uma nova linhagem de bactérias que vem se espalhan-

Coordenado pelo médico Paul Kwo, da Escola de Medicina

do rapidamente e tem se mostrado resistente à maioria

da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, o trabalho

dos antibióticos está deixando a comunidade médica do

relata que a administração da droga quase dobra a eficiência

mundo inteiro em alerta, anunciaram cientistas num artigo

do tratamento convencional, composto por duas drogas:

publicado na revista The Lancet. A bactéria mutante, que

ribavirin e peginterferon alfa-2b.

seria uma forma mais resistente da E.coli, pode levar à

A experiência foi conduzida durante dois anos em 67 locais

morte por pneumonias e infecções urinárias e seria con-

dos Estados Unidos, Canadá e Europa, com 520 pacientes.

traída pela água. Os primeiros casos surgiram na Índia e no

O medicamento foi aplicado em parte dos participantes da

Paquistão e chegaram ao Reino Unido através de ingleses

pesquisa, durante 48 semanas, período pelo qual o tratamen-

que foram à Índia para se submeter a cirurgias estéticas e

to regular é mantido normalmente.

tratamentos médicos. O temor é que agora ela se espalhe pelo mundo. A bactéria mutante tem uma enzima chamada de NDM-1, produzida por um novo gene que confere altíssimo nível de resistência aos antibióticos. Em três anos, explicou o profes-

A taxa de cura aumentou para até 75% no grupo de pacientes medicados com as três drogas. Já o grupo controle, recebendo apenas os dois remédios tradicionais, apresentou taxa de 38%, durante o mesmo período de 48 semanas. O boceprevir é um inibidor de proteases, desenvolvido para

sor Tim Walsh, da Universidade de Cardiff, o descobridor do

combater diretamente o vírus da hepatite C ao bloquear uma

gene, a prevalência da bactéria era de apenas de 1% a 3 %

função vital à reprodução do organismo nas células hepáti-

dos pacientes com infecções enterobacterianas na Índia.

cas. Para Paul Kwo, ribavirin e peginterferon alfa-2b são mais

"É incrível como a expansão da bactéria foi rápida, graças à globalização e ao turismo médico", explica Walsh. O gene

voltados ao estímulo do sistema imunológico, a defesa do corpo contra ameaças e parasitas.

agora pode chegar a qualquer lugar rapidamente. Walsh disse que não é possível prever a prevalência da bactéria no Reino Unido, mas a Agência de Proteção à Saúde do país lançou um alerta aos médicos. O grande temor é a falta de medicamentos que possam combatê-la. Segundo os cientistas, mesmo que se comece a investir agora em novos antiobióticos, eles não estarão disponíveis rapidamente. "Temos um prazo de 10 anos para desenvolver um medicamento capaz de tratar esse tipo de infecção. É a primeira vez que chegamos a um estágio tão ameaçador com este tipo de bactéria."

O médico Paul Kwo, coordenador do estudo sobre a nova droga para combate do vírus da hepatite C Foto: Indiana University School of Medicine

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ANVISA aprova Indústria brasileira vai produzir dispositivo vacina para a esquistossomose israelense contra úlceras crônicas Primeira vacina com tecnologia brasileira será fabricada pela nacional Ourofino

O Brasil está pela primeira vez numa

mansoni, causador da esquistosso-

A Agência Nacional de Vigilância

posição inédita na área científica. A

mose. A substância foi um dos seis

Sanitária (ANVISA) aprovou o disposi-

vacina contra a esquistossomose –

antígenos prioritários selecionados pela

tivo BST (Bioelectrial Signal Therapy –

primeira vacina brasileira da história e

Organização Mundial da Saúde (OMS).

terapia de sinais bioelétricos), fabricado

também a primeira do mundo no com-

Isso porque a proteína está em todos

pela empresa israelense Life Wave

bate a vermes – será produzida pela

os helmintos causadores da doença e

Hi-Tech Medical Devices Ltd., para o

Ourofino, uma indústria 100% nacional.

a técnica utilizada permite a produção

tratamento de úlceras crônicas. Trata-se

A doença, também conhecida como

de uma vacina mais segura e com

de um equipamento que interrompe os

barriga d’ água, atinge 200 milhões de

maior qualidade. Apenas duas vacinas

sinais da dor antes que eles cheguem

pessoas em 74 países e causa 200 mil

se mostraram promissoras, sendo a

ao sistema nervoso central do cérebro.

mortes por ano.

brasileira a mais abrangente e de maior impacto.

A empresa já iniciou negociações com

A Ourofino formalizou a compra da

fornecedores brasileiros para realizar a

Alvos Consultoria, empresa de fomento

Descobriu-se também que a mes-

distribuição do produto no País.

que detinha a licença da tecnologia da

ma proteína SM 14 serve na proteção

Fiocruz desde 2005.

contra a fasciolose hepática, doença

Santa Isabel investe no conforto médico O Hospital Santa Isabel, que acaba de inaugurar a sua segunda unidade (HSI II) e que pertence ao

Foi no início dos anos 90 que um

que atinge 300 milhões de cabeças de

grupo de pesquisadores da Fiocruz

bovinos e ovinos no mundo e causa

descobriu a proteína SM 14, um antí-

prejuízos superiores a três bilhões de

geno contra o verme Schistossoma

dólares por ano.

Hospital São Luiz investe R$ 2,4 milhões e instala equipamento de ponta em endoscopia

complexo da Irmandade da Santa Casa

Com investimento de R$ 2,4 milhões

significa reduzir tanto o tempo da rea-

de Misericórdia de São Paulo, inovou na

na área de gastroenterologia, a Unida-

lização do exame como o desconforto

implantação de espaços destinados ex-

de Morumbi do Hospital e Maternidade

que ele pode causar ao paciente”.

clusivamente ao bem-estar do médico.

São Luiz adquiriu 16 novos equipa-

A nova unidade tem academia, pisci-

mentos destinados à realização de

como endoscopia digestiva alta, colo-

na, serviço de buffet, geladeira, micro-

exames endoscópicos. Com o uso dos

noscopia, broncoscopia, duodenoscopia,

computadores com acesso à internet,

novos aparelhos será possível obter

enteroscopia e cápsula endoscópica.

sala exclusiva com sofá e TV. “Parece

o diagnóstico precoce de doenças do

Para o coordenador do serviço de en-

luxo, mas não é. Buscamos trazer mais

aparelho digestivo, permitindo que os

doscopia do Centro de Diagnósticos da

conforto para quem passa muitas

tratamentos sejam feitos mais rapi-

Unidade Morumbi, Dr. Eduardo Guima-

horas dentro de um centro hospitalar e

damente, aumentando as chances de

rães Hourneaux de Moura, o diferencial

lida com vida e morte”, explica o diretor

cura do paciente. Por proporcionar

deste equipamento está na obtenção

do HSI, Carlos Adalberto Ferreira Pinto.

imagens de alta definição, os aparelhos

de imagens de alta definição, associada

O novo sistema é usado em exames

ampliam a possibilidade de diagnóstico

à perspectiva de ampliação e ao uso de

lembra que os médicos cuidam da vida

de diferentes doenças. “Trata-se de

cromoscopia ótica, que muitas vezes

dos pacientes mas, muitas vezes, esque-

tecnologia de ponta na área médico-

substitui os corantes de superfície, evi-

cem de dar atenção à própria saúde.

hospitalar de gastroendoscopia, o que

tando reações adversas.

O diretor médico do HSI, Mauro Borghi,

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Viagra® (citrato de sildenafila) é uma terapêutica oral para a disfunção erétil. A sildenafila é um inibidor seletivo da fosfodiesterase-5 (PDE-5), específica do GMPc. O mecanismo fisiológico responsável pela ereção do pênis envolve a liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos durante a estimulação sexual. A sildenafila é rapidamente absorvida. Indicações: tratamento da disfunção erétil, que se entende como sendo a incapacidade de atingir ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Para que Viagra® seja eficaz, é necessário estímulo sexual. Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula, ou ainda a pacientes usuários de qualquer forma doadora de óxido nítrico, nitratos orgânicos ou nitritos orgânicos. Advertências e Precauções: os agentes para tratamento da disfunção erétil devem ser utilizados com precaução em pacientes com deformações anatômicas do pênis (tais como angulação, fibrose cavernosa ou doença de Peyronie) ou em pacientes com condições que possam predispor ao priapismo (tais como anemia falciforme, mieloma múltiplo ou leucemia). Os agentes para o tratamento da disfunção erétil não devem ser utilizados em homens para os quais a atividade sexual esteja desaconselhada. O uso da associação de Viagra® com outros tratamentos para disfunção erétil não foi estudado e não é recomendado. Foram relatados eventos cardiovasculares graves pós-comercialização, incluindo infarto do miocárdio, morte cardíaca repentina, arritmia ventricular, hemorragia cerebrovascular e ataque isquêmico transitório em associação temporal com o uso de Viagra®. Com o uso de todos os inibidores da PDE5, incluindo a sildenafila, foi raramente relatada neuropatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (NAION) (póscomercialização) e; também pequeno número de pacientes com diminuição ou perda repentina de audição (pós-comercialização e estudos clínicos). Não foi identificada relação causal entre o uso de inibidores de PDE5 e NAION ou; de inibidores de PDE5 e diminuição ou perda repentina da audição. Os pacientes devem ser advertidos a consultarem o médico imediatamente em caso de perda repentina da visão ou, diminuição ou perda repentina da audição. Recomenda-se cautela na administração concomitante de sildenafila em pacientes recebendo α-bloqueadores, pois a co-administração pode levar à hipotensão sintomática em alguns indivíduos suscetíveis. A fim de diminuir o potencial de desenvolver hipotensão postural, o paciente deve estar estável hemodinamicamente durante a terapia com α-bloqueadores principalmente no início do tratamento com sildenafila. Deve-se considerar a menor dose de sildenafila para iniciar a terapia. Não existem também informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com distúrbios hemorrágicos ou com úlcera péptica ativa. Por esse motivo, Viagra® deve ser administrado com precaução a esses pacientes. Não existem informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com retinite pigmentosa. Viagra® não é indicado para mulheres e crianças (< 18 anos). Interações medicamentosas: Viagra® potencializa o efeito hipotensor da terapêutica com nitratos, tanto de uso agudo como crônico; portanto, o uso concomitante com estes medicamentos é contra-indicado. Interações clinicamente significativas na farmacocinética do sildenafila foram observadas com saquinavir e ritonavir. Interações clinicamente nãosignificativas foram observadas com anti-hipertensivos. Os dados em estudos clínicos indicaram diminuição do clearance da sildenafila quando co-administrada com o cetoconazol, eritromicina ou cimetidina. Nenhuma interação significativa foi observada com tolbutamida, varfarina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos, tiazidas e diuréticos relacionados, inibidores da ECA, bloqueadores de canais de cálcio, ácido acetilsalicílico, álcool e antiácidos (vide bula completa do produto). Reações adversas: os eventos adversos foram em geral, transitórios e de natureza leve a moderada. As reações adversas mais comumente relatadas foram cefaléia e rubor. Outras reações incluíram tontura, alterações visuais (visão turva, sensibilidade aumentada à luz), cromatopsia (leve e transitória, predominantemente distorção de cores), palpitação, rinite (congestão nasal) e dispepsia. Os seguintes eventos adversos foram relatados durante o período pós-comercialização: reação de hipersensibilidade (incluindo rash cutâneo), convulsão, convulsão recorrente, taquicardia, hipotensão, síncope, epistaxe, vômito, dor ocular, olhos vermelhos, ereção prolongada e/ou priapismo (vide bula completa do produto). Posologia: Adultos: 50 mg em dose única, administrada quando necessário, aproximadamente uma hora antes da relação sexual. De acordo com a eficácia e a tolerabilidade, a dose pode ser aumentada para 100 mg ou diminuída para 25 mg. A dose máxima recomendada é de 100 mg. A freqüência máxima recomendada de Viagra® é de uma vez ao dia. Insuficiência hepática ou renal: uma dose de 25 mg deve ser considerada. Crianças: Viagra® não é indicado para crianças (< 18 anos). Idosos: o ajuste de dose não é recomendado para pacientes idosos. Superdosagem: medidas gerais de suporte deverão ser adotadas conforme a necessidade. Não se espera que a diálise renal possa acelerar o clearance da sildenafila. Apresentações: comprimidos revestidos de 50 mg em embalagem com 2, 4 ou 8 unidades e 25 mg e 100 mg em embalagens com 4 unidades. USO ADULTO. USO ORAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto. (vgr11) Documentação científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica mediante solicitação. Laboratórios Pfizer Ltda., Rua Alexandre Dumas, 1860 – Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP – CEP 04717-904. Tel.: 0800-16-7575. Internet: www.pfizer.com.br Viagra®. MS – 1.0216.0065.

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mrfitomedicina Órgão oficial da:

Caralluma fimbriata

no controle do apetite por DRA. CECI LOPES

Consultoria Científica Dr. Cezar Bazzani Conselho Editorial Dra. Ceci Lopes Dr. Dagoberto Brandão Dr. Eduardo Pagani Dr. José Roberto Lazzarini Dra. Mônica Menon Prof. Dr. Paulo Chanel D. Freitas

Temos observado nas últimas décadas verdadeira epidemia de obesidade no mundo, representando um problema de saúde pública pelas comorbidades associadas. Diabetes, hipertensão, dislipidemias são exemplos dessas alterações com significado relevante na qualidade de vida e risco de mortalidade. Estima-se que o Brasil em 2025 será o 5º país mais obeso do mundo1

P

or outro lado, vivemos uma

mente citadas como uma opção nesse

época de grande valorização

tratamento. Essas pessoas procuram

da estética corporal, em que

o médico querendo mais informação.

há um verdadeiro bombardeio

Portanto, é importante tomarmos co-

de imagens pela mídia, incentivando as

nhecimento do que existe, em termos

pessoas à procura de forma física mais

de dados científicos. Para tanto, procu-

admirada. Porém perder peso é um de-

ramos fazer extensa revisão de litera-

safio, que, para muitos, parece intrans-

tura, em bases como PubMed, Scopus,

ponível. Sabemos que a mudança de

Google Scholar, Web of Science, e Iran-

estilo de vida e a reeducação alimentar

Medex sobre a segurança e eficácia de

representam a melhor forma de garantir

plantas medicinais no tratamento da

a manutenção do peso além de melhor

obesidade. Encontramos 915 estudos,

qualidade de vida. Muitas vezes essas

sendo selecionados 77 relacionados a

metas são difíceis de serem atingidas,

controle de peso, dentre eles 19 em

resultando, no afã de chegar ao ponto

humanos e 58 em animais. Em todos

desejado, em procura por substâncias

não foram mencionados efeitos colate-

que favoreçam a perda de peso, mesmo

rais, salvo com o uso de Ephedra, ca-

que impliquem efeitos colaterais.

feína e Bofutsushosan2. Outras revisões

Muitos medicamentos fazem parte

64

|

enfatizam o risco de efeitos colaterais

desse arsenal terapêutico. No entan-

como distúrbios psiquiátricos, gastroin-

to, muitos pacientes se queixam de

testinais, e palpitações com o uso das

seus efeitos adversos, e acreditam

plantas contendo Ephedra e efedrina3,4.

que fitoterápicos possam propiciar um

Neste texto, selecionamos o que existe

tratamento isento deles. A Caralluma

sobre a Caralluma fimbriata, uma das

fimbriata é uma das plantas comu-

plantas mais citadas.

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Estudo com 62 pacientes com IMC acima de 26 e uso de Caralluma associado a 30 minutos de exercício físico diário confirma maior perda de peso no grupo ativo, sem efeitos colaterais

Caralluma fimbriata - Família: Asclepiadaceae. Sinônimo: Caralluma adscendens. Nomes populares: Kulle Mooliyan, Karallamu.

A Caralluma fimbriata é um cacto

crua através da mastigação dos caules.

produção e acúmulo de gordura pelo

suculento e comestível que pertence

Existem relatos de que indivíduos das

organismo, tornando-se necessário

à família Asclepiadaceae. Cresce de

tribos da Índia mastigavam os talos

queimar as reservas existentes. Esse

forma selvagem por toda a Índia, sendo

de Caralluma fimbriata para suprir o

processo é responsável tanto pela inibi-

também plantada como arbusto ao

apetite em dias de caça6.

ção da formação como pela queima de

longo das rodovias e como divisa para

Dentre os seus componentes en-

gordura corporal independentemente de exercício físico8.

jardins. Populações tribais fazem uso

contramos grande concentração de

para reduzir a fome e a sede. Os nati-

glicosídeos pregnanos, glicosídeos fla-

vos indianos têm incluído esse cacto

vonoides e saponinas. Os glicosídeos

do ao hipotálamo sinais de sensação

suculento e comestível em suas dietas

pregnanos são os mais numerosos

de estômago cheio mesmo antes de

ao longo dos séculos com a alegação

(mais de 27 foram isolados), represen-

o indivíduo se alimentar, e, como já

folclórica a respeito da sua atividade

tam o princípio ativo dessa planta .

dissemos, este mecanismo tem sido

supressora do apetite. A Caralluma

7

Acredita-se que esses glicosíde-

No controle do apetite age envian-

atribuído à ação dos glicosídeos9.

fornece a sensação de estômago cheio,

os exerçam ação inibitória sobre a

Evidências observacionais já haviam

mesmo sem consumo de alimentos5.

enzima citrato-liase que é necessá-

comprovado sua eficácia. Tornavam-

Na Índia é considerada como legume,

ria à formação da acetilcoenzima-A,

se necessárias evidências científicas

podendo ser ingerida de várias formas:

resultando em diminuição na formação

para que a prescrição em receituário

cozida como vegetal normal, com sal,

e acúmulo de gordura no adipócito.

encontrasse respaldo. Assim, foram

pimenta, pode ser preparada com mo-

Também bloqueiam outra enzima, a

realizados estudos em universida-

lho chutney e picles ou mesmo comida

malonilcoenzima-A, importante na

des da Índia, abordando a eficácia e mr106

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toxicidade da Caralluma. Dentre eles

muito curto. O não aparecimento de

destacamos:

efeitos colaterais nos encoraja não só à

Estudo duplo-cego com 50 pacientes

prescrição, mas especialmente à elabo-

obesos durante 8 semanas demonstra

ração de estudos mais amplos, que nos

diminuição de peso, índice de mas-

possam fornecer maiores evidências.

sa corpórea (IMC), e outras medidas antropométricas nos pacientes que

REFERÊNCIAS:

utilizaram medicamento ativo, com boa

1. Villares SMF, Mancini MC. Obesidade. In:

tolerabilidade e sem efeitos colaterais.

Saad MJA, Maciel RMB, Mendonça BB.

Estudo com 62 pacientes com IMC

Endocrinologia. São Paulo: Atheneu; 2007.

acima de 26 e uso de Caralluma asso-

p. 101-1021.

ciado a 30 minutos de exercício físico

2. Hasani-Ranjbar S, Nayebi N, Larijani B,

diário confirma maior perda de peso no

Abdollahi M. A systematic review of the

grupo ativo, sem efeitos colaterais8.

efficacy and safety of herbal medicines

Em estudo duplo-cego placebo-

used in the treatment of obesity. World J

controlado realizado na Índia com 62

Gastroenterol. 2009 Jul 7;15(25):3073-85.

voluntários (23 homens e 39 mulheres)

3. Pittler MH, Ernst E. Complementary

com idades entre 25 e 60 anos, índices

therapies for reducing body weight: a

de massa corpórea acima de 25kg/ m2,

systematic review. Int J Obes (Lond). 2005

foi administrado tratamento constando

Sep;29(9):1030-8.

de 2 cápsulas de 500mg de extrato

4. Pittler MH, Schmidt K, Ernst E. Adverse

seco da planta, ou placebo, ao dia, du-

events of herbal food supplements for

rante 60 dias. Medidas antropométricas

body weight reduction: systematic review.

como peso, altura, circunferência da

Obes Rev. 2005 May;6(2):93-111.

cintura e quadril foram anotadas. Não

Products Research Laboratory, University

peso corporal, porém houve diminui-

of Mumbai, Matunga, Mumbai, India. 6. Wealth of India. A Dictionary of Indian

demonstrada diminuição do apetite e

Raw Materials and Industrial Products.

ausência de efeitos colaterais .

1992;3:266-7.

9

Outro estudo realizado na Califórnia,

re G, Marzocco S, Pizza C, Morelli I, Braca

sendo 19 utilizando composto ativo e 7

A. New pregnane glycosides from Carallu-

utilizando placebo, durante 4 semanas,

ma dalzielii. Steroids. 2005 Aug;70(9):573-

demonstrou perda de 60% do peso

85.

colaterais . 10

8. Anura V Kurpad, Rcbtwu Ruj, Amurnuth J. Use of Caralluma fimbriata extract to

Quanto à posologia, nem todos os

reduce weight. Conducted at: Division of

estudos são bem claros encontrando-

Nutrition, St John’s Medical College and

se nas referências consultadas doses

Hospital, sajapur Road, Bangalore 560 034

de 500mg a 1g sem efeitos colaterais. Os resultados sugerem, em todos os e que tenha alguma efetividade, porém

fimbriata extract on appetite, food intake

mais estudos são necessários para uma

and anthropometry in adult Indian men

melhor comprovação da eficácia dessa

and women. Appetite. 2007;48(3): 338–44.

Lopes é professora assistente-doutora da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)

Rafael Costa Hime é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos

Priscila Costa Hime é acadêmica do 3º ano do Curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA)

Stephanie Joly Chander Martins é acadêmica do 4º ano da Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES)

10. Preuss H. Report on the safety of Ca-

mente porque as populações estuda-

ralluma fimbriata and its extract. Gencor

das são pequenas e o tempo de uso

Pacific Company; 2004.

|

Ceci Mendes Carvalho

India. jendran R, Kurpad AV. Effect of Caralluma

66

de Santo Amaro (UNISA)

9. Kuriyan R, Raj T, Srinivas SK, Vaz M, Ra-

estudos, que a planta seja bem tolerada

planta no controle do apetite, especial-

e Obstetrícia do Curso de Medicina da Universidade

7. De Leo M, De Tommasi N, Sanogo R, Auto-

com 26 pacientes com sobrepeso,

corporal sem a ocorrência de efeitos

da Costa Hime é chefe do Núcleo de Ginecologia

5. Report of KS Laddha, Medicinal Natural

foi demonstrada perda significativa de ção da circunferência da cintura. Foi

Lúcia de Fátima Cahino

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Qual é a MEDIDA CERTA para atingir a SATISFAÇÃO?1,2 a medida certa para 1,2 a satisfação Viagra® proporciona ereções Viagra® aumenta

de grau 4.3

a duração das ereções.4

Viagra® proporciona uma ereção capaz de penetração a Viagra® possui dados de uma década Viagra® tem

partir de 12 minutos5

em segurança e tolerabilidade.6

a preferência entre os homens.7

referências Bibliográficas: 1. Berner MM, Althof SE, Goldstein I, et al. Relationship Between Erection Hardness and Confidence in Men With Erectile Dysfunction Treated With Sildenafil Citrate. ESSM Poster MP-026, Joint Congress of the European and International Societies for Sexual Medicine December 2008, Brussels,Belgium. 2. Mulhall J, Althof SE, Brock GB, et al. Erectile Dysfunction: Monitoring Response to Treatment in Clinical Practice—Recommendations of an International Study Panel. J Sex Med 2007;4:448–464. 3. King R, Juenemann K-P, Levinson IP, et al. Correlations between increased erection hardness and improvements in emotional well-being and satisfaction outcomes in men treated with sildenafil citrate for erectile dysfunction. International Journal of Impotence Research 2007;19:398–406. 4. Gingell C, Sultana SR, Wulff MB, et al. Duration of Action of Sildenafil Citrate in Men with Erectile Dysfunction. J Sex Med 2004; 1: 179–184. 5. Eardley I, Ellis P, Boolell M, et al. Onset and duration of action of sildenafil citrate for the treatment of erectile dysfunction. J Clin Pharmacol, 2002; 53: 61S-65S. 6. Jackson G et al. Sildenafil - A decade of safety and tolerability data. ESSM Poster UP-100, Joint Congress of the European and International Societies for Sexual Medicine December 2008, Brussels, Belgium. 7. Park NC, Park HJ, Nam JK, et al. Efficacy and side effects of the PDE-5 inhibitors sildenafil, vardenafil, and tadalafil: results of open label study of patient preference in Korea. J Sex Med. 2005; vol 2 suppl 1: MP 5-3. 8. Bula do produto.

CONTRAINDICAÇÃO: TODOS OS INIBIDORES DE PDE-5 SÃO CONTRAINDICADOS QUANDO ASSOCIADOS AO USO DE NITRATO.8 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: PODE HAVER DIMINUIÇÃO DO CLEARANCE DA SILDENAFILA QUANDO COADMINISTRADA COM INIBIDORES DO CITOCROMO CYP3A4 TAIS COMO: CETOCONAZOL, ERITROMICINA OU CIMETIDINA.8 USO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Laboratórios Pfizer Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1860 - São Paulo - SP - CEP 04717-904 CNPJ 46.070.868/0019-98 - © Copyright Pfizer Ltda. 2010 Todos os direitos reservados. www.pfizer.com.br. Produzido em Fevereiro/2010. Material destinado ao público médico. Bula do Produto no verso deste anúncio.

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