Revista Médico Repórter 103

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E GARANTA O RECEBIMENTO DA MAIS EXCLUSIVA PUBLICAÇÃO MÉDICA NA SUA RESIDÊNCIA

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odos os dias, seja em jornais e revistas, seja em canais de televisão, a saúde é tema das mais variadas matérias. São divulgações de novos estudos, notícias sobre tratamentos ou mesmo alertas sobre prevenção de doenças. Mas como separar o trabalho da imprensa na área médica da propaganda descabida de serviços e produtos de saúde? A equipe da Médico Repórter reservou o espaço da sua matéria de capa para questionar de que forma é possível realizar a inclusão de assuntos médicos nas pautas diárias sem que o jornalismo sirva como instrumento para divulgação de interesses particulares. Na seção “Sem Fronteiras”, é possível saber mais sobre como acontece a atuação do psicólogo em regiões de conflito. Márcio Gagliato, mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilha a sua experiência na região central e leste da África como coordenador de suporte psicossocial. Fornecendo ajuda aos trabalhadores humanitários, ele passou por diferentes dificuldades. Segundo ele, “os problemas costumavam variar de um lugar para outro. No Sudão, o problema era com as doenças; em Ruanda, trabalhar com o trauma do genocídio poderia resultar até mesmo em cadeia; e no caso da Somália, era a insegurança”. Outro destaque desta edição é o desenvolvimento e a produção da vacina contra gripe A (H1N1) pelo Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O instituto já está com a cepa atenuada do vírus, que foi enviada da Inglaterra pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A previsão é de que no primeiro semestre de 2010 já sejam produzidos cerca de 30 milhões de doses da nova vacina. Temos ainda entrevista exclusiva com Devaney Baccarin, que assumiu a vicepresidência e gerência da filiada da japonesa Astellas Pharma Inc. no Brasil. O farmacêutico conta como foi o desafio de abraçar essa tarefa e sobre seus 31 anos de carreira na indústria de medicamentos. Nas próximas páginas, você confere o que há de mais recente em pesquisas e tratamentos e ainda se informa sobre os principais assuntos da área médica. Boa leitura!

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MÉDICO REPÓRTER

Editorial

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Índice

CAPA 08

Jornalismo e Medicina: em busca de uma boa relação

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Número de doações de órgãos cresce no Brasil

18

Esclerose lateral amiotrófica: uma doença ainda desconhecida

22

Terapia biomolecular no equilíbrio do organismo

EM PAUTA

08

POR DENTRO 26

Simpósio na Escola de Medicina da Anhembi Morumbi discute pesquisas médicas e acadêmicas

30

Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental vai avaliar a poluição do ar e seus efeitos na saúde humana DESCOBERTA

34

Cirurgia por navegação assistida já é realidade em Ortopedia

38

Devaney Baccarin assume direção da Astellas no Brasil

42

Oferta de pós-graduação preocupa AMB

18

ENTREVISTA

EM DEBATE

30

SAÚDE PÚBLICA 44

Vacina nacional contra gripe A será produzida pelo Instituto Butantan ESPECIAL

46

CTs adultas: aplicabilidade em tratamentos diversos

48

Inf luenza A sofre mutação no Brasil

50

Produtos naturais marinhos bioativos

54

Crises humanitárias não são notícia

38

ARTIGO

SEM FRONTEIRAS

46

COMPLIANCE 60

Medicina Intensiva carece de especialistas no Brasil

64

NA PRATELEIRA

66

PANORAMA CADERNO DE FITOMEDICINA CIENTÍFICA

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Plantas medicinais e saúde da mulher

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Colaboradores

Dr. Marcelo Chiara Bertolami, diretor científico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Dra. Ceci Mendes Carvalho Lopes, presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)

Ano 1 0

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r 2009

Diretora Geral Ana Maria Sodré Diretora Administrativa

Dr. Marcello D. Bronstein, chefe da Unidade de Neuroendocrinologia da disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da FMUSP

Dr Mario Peres, médico neurologista, doutorado pela Unifesp, pósdoutorado pela Thomas Jefferson University, Philadelphia

Fernanda Sodré Jornalista Responsável Nina Rahe - DRT 509-MS Redação Jornalistas: Nina Rahe, Raphaella B. Rodrigues, Mariana Tinêo Revisora: Isabel Gonzaga redacao@medicoreporter.com.br Criação e Diagramação Hudson Calasans, Alexandre Figueira

Dr. Décio Chinzon, assistente doutor da Disciplina de Gastroenterologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Dr. Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento, Simulação e Pesquisa do InCor HCFMUSP, Diretor da Fundação Interamericana do Coração e Presidente do Comitê de Ressuscitação da AMIB

de Almeida Comercial Cristiana Domingos comercial@medicoreporter.com.br Tiragem 40.000 exemplares

As matérias assinadas não refletem a opinião da Médico repórter. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000,

Dr. Mário Santoro Junior, Academia Brasileira de Pediatria, Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (gestão 94-96), VicePresidente da Associação Latino Americana de Pediatria (gestão 2003-2004)

a revista Médico repórter não se responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. É proibida a reprodução parcial ou total da Médico repórter sem a

Dr. César Eduardo Fernandes, Professor Livre Docente. Chefe da Clínica Ginecológica da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da FMABC. Professor Colaborador da Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, São Paulo.

Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, chefe da Liga de Dor do Hospital das Clínicas da FMUSP

devida autorização do Grupo Lopso

Dr. Carlos A. C. Pereira, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, doutor em Pneumologia pela UNIFESP. Diretor do Serviço de Doenças Respiratórias do HSPE-SP

Dra. Denise Steiner, professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes, em São Paulo

de Comunicação. Médico repórter é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888

Rua Vieira de Morais, 420, cj 86 CEP 04617-000. SãoPaulo - SP Fone: (11) 5096-2456 assinante@lopso.com.br

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Jornalismo e Medicina: em busca de uma boa relação por Mariana Tinêo

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Uma linha estreita separa a verdadeira utilidade do trabalho da imprensa na área médica da propaganda descabida e errônea de serviços e produtos de saúde. Com a inclusão dos assuntos médicos nas pautas diárias, é preciso tomar cuidado, discutir, pensar e tentar melhorar a relação dos jornalistas com os médicos. Um bom relacionamento entre ambas as áreas só pode trazer benefícios para a população, pois para o paciente a informação é sempre a melhor arma na luta pela prevenção de doenças e pela melhora da qualidade de vida

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trabalho dos jornalistas nunca andou tão próximo da área da saúde como hoje. Divulgação de pesquisas, desenvolvimento de técnicas, medicamentos, vacinas, terapias, comportamento profissional e informações básicas sobre doenças fazem parte do dia a dia das pautas de todos os veículos. Até as novelas vêm incluindo assuntos médicos em seus enredos, retratando casos, mostrando depoimentos e utilizando o personagem do médico como fonte de informação. Consequentemente, os médicos nunca foram tão expostos à mídia como estão sendo agora. Embora essa relação mídia-Medicina tenha um caráter saudável – de levar informação à população em geral e ressaltar a importância do profissional de saúde para a sociedade –, existem alguns problemas. O maior deles, segundo as entidades de classe, é a falta de especialização dos jornalistas na área da saúde. De acordo com o Dr. Henrique Carlos Gonçalves, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), é cada vez mais raro encontrar jornalistas especializados em saúde e Medicina. “Na verdade, os veículos de comunicação mantêm jornalistas generalistas, que cobrem também saúde. O CREMESP e outras entidades médicas têm se preocupado com o modo como algumas questões médicas são abordadas na mídia. Nossa preocupação maior, obviamente, é com o comportamento dos médicos, não com a prática dos jornalistas”, declara. Na opinião do Dr. Gonçalves, até por desconhecimento da área, ou pela disputa por audiência a qualquer preço (no caso de alguns programas de TV), é aberto espaço para o sensacionalismo, a autopromoção e até para informações inverídicas, inclusive com a participação de médicos. “O prejuízo de tal comportamento não está limitado apenas ao desprestígio da profissão do médico, mas

também inclui a geração de danos à sociedade, em face da desinformação veiculada. Reconhecemos que existem jornalistas que se especializaram e que conseguem transmitir informações sérias, claras e de interesse social. Jornais de grande circulação, como a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo, realizam uma boa cobertura, tanto nas questões médico-científicas quanto nos assuntos de saúde pública e de políticas de saúde. Mas não são poucas as vezes em que nos deparamos com reportagens e matérias que denotam falta de conhecimentos técnicos e científicos, com publicação de textos inadequados, imprecisos e até mesmo tendenciosos.” Para o Dr. Gonçalves, os veículos de imprensa e os jornalistas têm que exercer o papel de informar a sociedade com total autonomia e responsabilidade. “A nós cabe zelar para que o médico, na condição de fonte jornalística, assuma os limites éticos, a responsabilidade e as consequências das informações repassadas.” O presidente do CREMESP informa ainda que a entidade tem promovido vários debates com profissionais da imprensa sobre a ética médica. “As discussões são muito produtivas, mas insuficientes ainda para solucionar todos os eventuais problemas da relação dos médicos com o jornalismo. Uma das nossas preocupações – e motivo de queixas pontuais de médicos em relação ao trabalho da imprensa –, é a quebra do sigilo profissional, a exposição de pacientes na mídia. O sigilo é um direito constitucional dos pacientes, que deve ser respeitado sem limites e em benefício de todos os cidadãos. A violação da intimidade dos pacientes pode ter graves implicações.” As maiores queixas recebidas pelo CREMESP são contra programas de TV que expõem dramas e imagens de pacientes, divulgam tratamentos inadequados, não reconhecidos pela comunidade médica. “Esse sensacionalismo não traz nenhum benefício para a sociedade. Se houver a participação de médicos nesses programas, m é d i c o repórter | número 103

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O que podemos exigir é que o médico respeite os limites éticos da profissão e assuma a responsabilidade social com a divulgação de assuntos profissionais. Na Medicina não vendemos produtos, prestamos serviços especialíssimos, que interferem na integridade e na vida das pessoas

o CREMESP pode abrir um expediente para apurar eventual infração ética do profissional”, acrescenta o Dr. Gonçalves. De forma geral, o Dr. Gonçalves considera a imprensa como uma grande aliada no trabalho dos médicos, seja na promoção da saúde – com a divulgação sobre prevenção de doenças e informações sobre tratamentos –, seja nas notícias sobre as descobertas e os avanços da Medicina e da ciência, na abordagem de denúncias e de problemas que envolvem as políticas de saúde, na assistência oferecida pelo sistema público e também sobre os inúmeros problemas de prestação de serviços pelos planos e seguros de saúde privados. “A atuação da mídia em situações de emergência, como na recente epidemia da gripe A, também é fundamental. Problemas e distorções existem, mas são questões que devemos superar por meio de um diálogo franco com os jornalistas e os veículos de comunicação”, afirma o médico. O médico e a AI Com a entrada da imprensa na rotina profissional, alguns médicos optam pela contratação de profissionais especializados para organizar melhor as questões relativas à procura por informação. A contratação de assessorias de imprensa (AI) atualmente é uma providência comum, que facilita o dia a dia e ajuda o profissional da área de saúde a desempenhar também o papel de fonte de informação segura e adequada. E ao contar com a colaboração de jornalistas, ao contrário do que se pensa, os médicos não infringem nenhuma regra. Segundo o presidente do CREMESP, a contratação de assessorias de imprensa não constitui falta ética, é na realidade um direito dos médicos e das instituições de saúde. “O que podemos exigir é que o médico respeite os limites éticos da profissão e assuma a responsabilidade social com as divulgações de assuntos profissionais. Na Medicina não vendemos produtos, prestamos serviços especialíssimos, que interferem na integridade e na vida das pessoas. A vida, como bem insubstituível e indisponível, é o alvo de toda atenção

do médico e não pode ser tratada de forma imprudente ou negligente, seja pelo próprio médico ou por profissionais de comunicação contratados por ele.” Na realidade, a discussão em torno das assessorias de imprensa está ligada à produção de releases – textos enviados para os veículos de comunicação com notícias ou sugestões de pautas. O problema é que alguns jornalistas não tomam o devido cuidado na distribuição desses textos e acabam deixando o médico em uma má posição, especialmente quando divulgam novos tratamentos (muitas vezes nem aprovados ou reconhecidos pelos órgãos competentes), revelam nomes de pacientes, comentando seus casos e oferecem os médicos para possíveis entrevistas. Essa forma de comportamento pode ser vista como publicidade. “A publicidade médica é regida por normas dos Conselhos Regionais e do Federal de Medicina e deve se revestir da mesma seriedade e cuidado impostos ao exercício profissional do médico. O médico responde eticamente perante os Conselhos de Medicina por todas as matérias que venha a assinar ou participar voluntariamente”, informa o Dr. Gonçalves. Apesar de geralmente ter contato com jornalistas cuidadosos quanto ao caráter verdadeiro e científico (mesmo que com linguagem coloquial) da notícia, que estudam o tema antes de uma entrevista e fazem perguntas pertinentes à questão médica a ser esclarecida, a Dra. Valéria Marcondes, dermatologista, concorda que existem excessos na divulgação de técnicas ou terapêuticas não comprovadas cientificamente, as quais podem causar prejuízos para o paciente leigo desavisado, que é bombardeado pela publicidade do novo tratamento, que não é necessariamente o melhor. “Além disso, acredito que a exposição na mídia escrita ou televisiva pode estimular egos e vaidades que não se encaixam na ética médica. Na área da Dermatologia, principalmente, as novas técnicas aparecem de maneira abundante, assim como o lançamento de novos produtos, que muitas

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vezes ainda nem têm a aprovação da ANVISA ou de outro órgão regulador. Isso vende uma ideia de solução mágica, o que não existe na Medicina”, opina a Dra. Valéria. Mantendo uma boa relação com a imprensa, a dermatologista conta com o trabalho de uma assessoria que facilita sua rotina. “A assessoria de imprensa com a qual trabalho está focada na área da Dermatologia, saúde e bem-estar do paciente e não em festas, reuniões ou propagandas de produtos e aparelhos mágicos. Por isso nossa relação é positiva. Os pacientes se sentem satisfeitos por ver a sua dermatologista na TV ou em revistas, participando de artigos de saúde, esclarecendo dúvidas ou temas médicos.” Nesse sentido, a Dra. Valéria conta que nunca teve problemas com jornalistas, nem em relação a divulgações equivocadas, nem em edições fora do contexto. No entanto, a médica concorda com a preocupação das entidades de classe em relação à divulgação de assuntos médicos. “Existe abuso, tanto por parte da mídia quanto dos médicos, principalmente quando o objetivo é retorno financeiro e não o bem-estar do paciente”, finaliza. Além de diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças, a transmissão de informação é um dos pilares da Medicina.

Considerando a necessidade de garantir a divulgação correta do conhecimento, alguns centros de saúde de ponta, como o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Hospital Sírio-Libanês (HSL) – ambos em São Paulo –, atuam na promoção de cursos para jornalistas, melhorando o entendimento da imprensa na área, atualizando os profissionais e, consequentemente, alertando e orientando melhor a população. De acordo com o Dr. Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais modernas em diferentes áreas determinou um ritmo surpreendente na evolução da Medicina. Com isso, surgiram novas linhas de pesquisas, aumentou a agilidade e a precisão dos diagnósticos, os tratamentos ficaram mais personalizados e, acima de tudo, elevou-se a segurança para o paciente. E com as modificações no perfil epidemiológico da população, intensificadas até mesmo pelas mudanças climáticas, a saúde permanece como pauta prioritária no Brasil e no mundo. “Em consequência de tanta evolução, discussões e questionamentos, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein decidiu realizar o curso para jornalistas como uma forma de

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Arquivo Dibulgaçao

Kátia Camata, gerente de comunicação institucional do Hospital Sírio-Libanês (HSL)

Dr. Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Arquivo

de saúde para todas as camadas da população que necessitam ser informadas. De acordo com Kátia Camata, gerente de comunicação institucional do HSL, as experiências que a entidade teve com os cursos para jornalistas foram excelentes, com expressivo interesse e boa avaliação por parte dos estudantes. O HSL afirma manter excelente relacionamento com a imprensa e por isso está sempre disponível, deixando os jornalistas à vontade para tirar suas dúvidas, evitando que ocorram equívocos. A preocupação do HSL e de seus médicos é de sempre manter a porta aberta para solucionar dúvidas e nunca deixar que um jornalista volte para a redação sem ter entendido o tema sobre o qual tem que escrever. É fácil concluir que, embora existam problemas de abuso do poder de exposição da imprensa – que ferem, inclusive, o Código de Ética Médica –, tanto por parte de jornalistas equivocados como de médicos nem tão bem intencionados, a boa relação mídia-Medicina é viável. Para isso é preciso apenas haver bom senso e receptividade de ambas as partes. Aí, sim, o jornalismo conseguirá prestar o seu serviço, exercer o seu verdadeiro papel na área de saúde: tornar a informação correta uma ferramenta na luta pela saúde deste País. r

Dra. Valéria Marcondes, dermatologista Osmar Bustos

atualização sobre o que há de mais avançado na área da saúde. É uma forma estruturante de formar conhecimento dentro de uma linguagem apropriada, e assim reafirmar nosso compromisso em disseminar o conhecimento”, argumenta o médico. O Curso Einstein de Jornalismo em Saúde acontece anualmente, com duração de uma semana, com aulas sempre no período da manhã. A finalidade do evento é abordar as principais novidades na área da saúde, destacando as especialidades de Cardiologia, Oncologia, Neurologia, Ortopedia e Traumatologia e Transplantes – áreas consideradas de alta complexidade, que constituem o foco principal de atuação do Hospital Israelita Albert Einstein. O curso é gratuito e voltado para profissionais que cobrem a área de saúde, Medicina e ciência, de mídia impressa, eletrônica e internet. Segundo o Dr. Lottenberg, o HIAE nunca passou por qualquer problema com a mídia, mas concebeu a ideia do curso porque a entidade sentia que havia uma lacuna nesse espaço de relacionamento com a imprensa. “Nossa organização tem uma preocupação direcionada à imagem da saúde, seus conceitos próprios e seu entendimento na plenitude. Acredita que pode ofertar uma contribuição em inúmeros aspectos, dando valor ao que deve ser valorizado. Por isso, a sinergia com a classe jornalística é vital”, ressalta. O Dr. Lottenberg conta ainda que o retorno dos cursos por parte dos jornalistas é extremamente positivo, mensurado a partir de avaliações detalhadas aplicadas no final do evento. “Em 2008, foram mais de 30 participantes, sendo que 100% deles afirmaram que o treinamento contribuiu para o desenvolvimento profissional. Eles também disseram que o curso deveria ser repetido. Temos acompanhado, por meio da própria imprensa, depoimentos favoráveis à nossa iniciativa, que é considerada uma forma relevante de contribuição com a cobertura de saúde em nosso País.” No Hospital Sírio-Libanês os congressos e cursos realizados para a imprensa acontecem desde 2007, conforme as demandas dos jornalistas ou do próprio corpo clínico da instituição, que investiga os assuntos mais solicitados pelos profissionais da mídia. Segundo o HSL, a educação constitui um de seus pilares, e os jornalistas têm que fazer parte desse programa, uma vez que passarão as informações fundamentais sobre saúde para a população em geral. Por isso, os principais formadores de opinião devem ter conhecimentos básicos em Medicina ou não conseguirão levar conceitos de promoção

Dr. Henrique Carlos Gonçalves, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP)

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Número de doações de órgãos cresce no Brasil Por Raphaella B. Rodrigues

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ão houve uma contribuição do governo federal para esse crescimento; o Dr. Valter Duro Garcia, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), credita o aumento à capacitação da equipe médica para trabalhar na busca de doadores. “Centrais de transplante e a ABTO promoveram diversos cursos nos últimos anos para treinar profissionais de saúde na busca por doadores, em técnicas de remoção de órgãos, ou para formação de coordenadores hospitalares de transplante”, afirma o Dr. Garcia. Segundo ele, o cargo de coordenador do Sistema Nacional de Transplantes está vago há sete meses e as medidas para melhorar o número de doadores são iniciativas da ABTO, de centrais estaduais de transplante e de entidades e ONGs que apoiam campanhas de doação, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a ONG Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE), por exemplo. Em São Paulo, esses números são resultado de uma década de mudanças na questão de transplantes. Em 1998, a Central de Transplantes do Estado foi descentralizada para a formação de 10 centrais distribuídas em hospitais estaduais e universitários, seis no interior do Estado e quatro na capital. Para o Dr. Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes de São Paulo, as centrais atuam e cuidam da operação nas regiões a que pertencem. “Era muito difícil a Central de Transplantes de São Paulo concentrar toda a operação. Com essa divisão foi possível uma melhora nos números”, afirma. No ano de 2006, outra ação foi posta em prá-

tica: o processo de formação de recursos humanos para melhor identificação de um paciente doador em potencial. “Esses pacientes em potencial ficam em UTIs ou centros de tratamento avançado onde recebem auxílio de um respirador artificial. Antes, os médicos não eram preparados para ver nesses lugares quem poderia ser doador ou não”, diz Dr. Pereira. Para ser doador, o paciente tem que ter morte encefálica – o que representa 1% a 2% dos óbitos nos hospitais. No período de 2006 a 2007 foram ministrados aproximadamente 15 cursos para profissionais de saúde sobre diagnósticos, relação com a família e, também, aspectos legais da doação. Já em 2008, os cursos foram apenas para médicos, os únicos que podem constatar a morte cerebral de um paciente. No entanto, o resultado expressivo registrado no primeiro semestre deste ano é a somatória dessas mudanças no preparo dos profissionais e da criação do projeto batizado como “Doar São Paulo”. O projeto consiste em treinar e remunerar um médico de cada hospital com estrutura física para abrigar doadores em potencial para que ele busque por esses pacientes. “Esses médicos serão acompanhados pela Central de Transplantes com reuniões constantes. Ao longo do tempo, alguns médicos ou hospitais podem ser desligados do processo ou por não apresentarem uma boa função na área ou por não haver um número de transplantes considerável. Pode ocorrer, também, a inclusão de mais médicos de um mesmo hospital, dependendo da demanda”, explica o Dr. Pereira. O projeto começou a

Divulgação

Balanço feito pela Secretaria de Saúde de São Paulo no primeiro semestre de 2009 mostra que o número de doações de órgãos no Estado cresceu 63,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No Brasil, o aumento foi de 20% em média

Dr. Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes de São Paulo

Dr. Valter Duro Garcia, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) m é d i c o repórter | número 103

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Centrais de transplante e a ABTO promoveram diversos cursos nos últimos anos para treinar profissionais de saúde na busca por doadores, em técnicas de remoção de órgãos, ou para formação de coordenadores hospitalares de transplante

funcionar em maio e passará por avaliação em aproximadamente seis meses. O Brasil possui o maior programa público de transplantes: 90% dos transplantes realizados são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde antes da internação até o acompanhamento médico especial com o recebimento de medicação imunossupressora pelo resto da vida. O País é o segundo em número de transplantes realizados por ano, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com o índice comparativo, que é a taxa de doadores por milhão de população (pmp), o Brasil atingiu, no primeiro semestre deste ano, 8,6 doadores pmp. Já o índice do Estado de São Paulo foi de 16,8 doadores pmp. A Espanha tem as melhores taxas do mundo com 34 doadores pmp. De acordo com o presidente da ABTO, o gasto anual do governo federal na área de transplantes é de cerca de R$ 600 milhões. “Deve-se acrescer os gastos dos Estados com as centrais de transplantes, com o transporte de órgãos e tecidos e de equipes médicas. O valor total deve estar próximo de R$ 1 bilhão”, acredita. Ainda segundo ele, medidas financeiras estão sendo constantemente avaliadas. No ano passado, houve um aumento nos valores pagos pelos transplantes de 5% a 40% e o governo federal liberou verba para financiar a investigação do candidato a receptor para o ingresso em lista de espera. Para o Dr. Pereira, é necessário destinar verba para a capacitação de recursos humanos. “Acredito mais em treinar recursos humanos do que trabalhar em campanhas com a população. A campanha aumenta

de 60% para 62% o número de doadores, o que não é significativo considerando o gasto que se terá”, acredita. Já para o Dr. Garcia, campanhas e palestras em escolas e nas comunidades são parte de medidas educacionais necessárias para obter melhorias no sistema. Além das campanhas, essas medidas incluem a adoção de disciplinas de doação e transplantes nas escolas médicas e de enfermagem, cursos para o diagnóstico de morte encefálica e formação continuada de coordenadores educacionais e transplantes. No entanto, outra mudança que, para ele, precisa ser feita, é no setor organizacional. “Capacitação dos hospitais para a logística do processo doação-transplante como UTIs e/ou emergências equipadas, aparelhos para a documentação da morte encefálica, laboratórios com testes sorológicos rápidos e seguros, e coordenadores hospitalares de transplante treinados e remunerados”, afirma. Segundo o coordenador de transplantes de São Paulo, além do exame clínico para constatar a morte encefálica, é necessário fazer um exame gráfico complementar. O Doppler, um aparelho simples e portátil, é utilizado em 90% dos casos na capital e na Grande São Paulo. “O aparelho custa cerca de 40 mil dólares, não é um aparelho caro para a secretaria, mas não temos médicos capacitados para operá-lo. O profissional tem que ter, no mínimo, um ano de experiência”, diz ele. A solução encontrada pela secretaria foi contratar empresas para fazer esse exame tanto em São Paulo como, agora, no interior. r

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Esclerose lateral amiotrófica: uma doença ainda desconhecida

Divulgação

Por Raphaella B. Rodrigues

Dr. Marco Antonio Trocolli Chieia, chefe do ambulatório da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (AbrEla)

Peter Carmeliet, diretor do Departamento Neurovascular do VIB Centro de Pesquisas Vesalius, da Universidade de Leuven

Fraqueza muscular, cãibras, espasmos, reflexos exaltados, dificuldades para falar, engolir e respirar. Esses são os sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa conhecida também como mal de Charcot, doença de Lou Gehrig ou doença do neurônio motor

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o Brasil, a incidência fica em torno de 2,5 casos em cada 100 mil habitantes/ano e no mundo são 4 a 6 casos a cada 100 mil habitantes. O distúrbio atinge mais homens do que mulheres, entre os 40 e 70 anos. A ELA age sobre o primeiro e sobre o segundo neurônio motor, mas ainda não tem a origem desvendada. Sabe-se que está relacionada à mutação dos genes SOD1, ALS2, DCTN1, ANG, SETX e VAPB. Segundo o Dr. Marco Antonio Trocolli Chieia, chefe do ambulatório da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (AbrELA), o neurônio motor perde o mecanismo de controle de sua vida, ou seja, ocorre a morte celular programada. Esse processo pode acontecer de várias maneiras: através do acúmulo de glutamato nas terminações dos neurônios motores, que permite a entrada de cálcio na célula e desencadeia sua morte; do acúmulo de radicais livres na célula; ou em razão de uma perda de proteínas essenciais para a estrutura ou metabolismo celular. “São várias as causas da morte do neurônio motor. É uma mutação que ocorre e que descontrola esse neurônio e culmina em sua morte. E, por isso, temos diferentes tipos de doença para cada morte do neurônio motor, cada mecanismo de lesão cursa com seu correspondente

perfil clínico”, explica o Dr. Chieia. No que diz respeito à ELA familiar, forma hereditária que corresponde a 10% dos casos da doença, a mutação do gene SOD1 é responsável por 20% das ocorrências. Nesse episódio específico, a neurodegeneração tem início em uma falha na reciclagem de glutamato pelo axônio e, como consequência, há uma excessiva estimulação neuronal que resulta na propagação de enzimas degradativas. De acordo com o Dr. Chieia, o que existe é uma combinação de fatores: nascer com neurônios mais predispostos versus estilo de vida versus tempo. “Quem tem um neurônio com predisposição e tem um estilo de vida que pode contribuir para o surgimento da doença, é só uma questão de tempo”, afirma. O Dr. Chieia se refere ao estilo de vida de pessoas que exageram na prática de exercício físico; trabalhadores da indústria elétrica que têm contato com eletromagnetismo; ou pessoas com múltiplos traumas na vida – todas essas são constatações de estudos feitos em diversos países do mundo. “Jogadores de futebol têm cinco vezes mais chances de ter a ELA”, explica o médico. Fatores como poluição ainda não foram detectados como causadores da doença, no entanto, o cigarro pode ser um desencadeador.

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O que aguardamos é a liberação de terapias com células-tronco no País. Isso representa uma grande oportunidade para o tratamento, porque seria tratar a ELA com algo que interrompe a morte do neurônio motor

O tratamento medicamentoso ainda não representa muito para o paciente. “O medicamento neuroprotetor existente no mercado segura a evolução da ELA por, no máximo, três meses”, esclarece Dr. Chieia. Para ele, o mais importante no tratamento é o apoio multidisciplinar de especialistas de fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, entre outros. O pesquisador belga Peter Carmeliet, diretor do Departamento Neurovascular do VIB Centro de Pesquisas Vesalius, da Universidade de Leuven, esteve no Brasil para receber o Prêmio Paulo Gontijo para melhor pesquisa em ELA, oferecido pelo instituto de mesmo nome. A premiação foi oferecida a Carmeliet pelo estudo intitulado “Novel role for VEGF receptor 1 and VEGF in motor neuron degenaration”, publicado em 2008 no The Journal of Neuroscience. O estudo investiga a função neuroprotetora da proteína VEGF-B e sua ação variante na morte de neurônios motores. Em pesquisas com ratos com mutação no gene SOD1 e in vitro, a proteína conferiu maior sobrevida aos ratos e não provocou efeitos colaterais. Para o Dr. Chieia, a pesquisa aprovada na fase 1 – a fase experimental – é inovadora e tem um potencial terapêutico enorme, no entanto, o médico adverte que é necessário testar em um grupo maior de humanos. “Por enquanto apresentou um ótimo resultado, mas temos que aguardar novos testes em humanos para saber como será a evolução. Espero que seja realidade”, diz. No Brasil, existem poucas pesquisas em desenvolvimento em relação à doença. “O que aguardamos é a liberação de terapias com células-tronco no País. Isso representa uma grande oportunidade para o tratamento, porque seria tratar a ELA com algo que interrompe a morte do neurônio motor”, relata o chefe do ambulatório. Segundo ele, as pesquisas com célula-tronco já são realizadas em outros países, tanto na fase de testes com camundongos como com testes em humanos, mas ainda os resultados não foram divulgados. Outros medicamen-

tos para retardar a evolução da doença estão em fase de testes e aprovação na Food and Drug Administration (FDA). AbrELA A Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica é uma organização sem fins lucrativos, ligada à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que tem como objetivos dar apoio cultural, jurídico, médico e multiprofissional aos pacientes com ELA, e divulgar as informações sobre a doença. “Fazemos reuniões mensais e bimestrais com pacientes e profissionais de saúde para disseminar informações sobre a doença, inclusive para que seja mais bem diagnosticada”, explica o Dr. Chieia. Além disso, os estagiários de outros hospitais que trabalham com a AbrELa contribuem para a maior divulgação. “O que falta ainda é que a mídia fale mais sobre essa doença”, diz o médico. O Instituto Paulo Gontijo (IPG) Criado após a morte do físico e engenheiro Paulo Gontijo, o instituto idealizado por ele tem como objetivo divulgar e incentivar a ciência. Organização não governamental sem fins lucrativos, o IPG criou o Prêmio Paulo Gontijo para trabalhos em ciências, nas áreas de Física, Bioquímica, Matemática e Medicina. A primeira edição do prêmio aconteceu em 2007 e foi entregue à bióloga Agnes Nishimura. Este ano, na segunda edição do prêmio, Marcela Gontijo, vice-presidente do IPG, levou o prêmio ao âmbito internacional. “Divulgamos o prêmio em diversos congressos pelo mundo e foi por isso que recebemos inscrições de trabalhos internacionais e de alta qualidade”, afirma. Paulo Gontijo foi diagnosticado com ELA no ano de 2000 e promoveu uma campanha para procurar a causa e a cura da doença. Construiu, nessa mesma época, o templo da ciência com estrutura feita para durar mais de 2 mil anos. Falecido em 2002, o físico deixou para sua família todas as indicações sobre a criação do instituto. r

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Terapia biomolecular no equilíbrio do organismo

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Dr. Marcos Natividade, médico especialista em Medicina Ortomolecular

Dr. José de Felippe Júnior, que foi o fundador e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres (MBRL) e da Associação Brasileira de Medicina Complementar e Estratégias Integrativas em Saúde (ABMC)

O prefixo “orto” significa, na língua portuguesa, correto. E a Medicina Ortomolecular busca exatamente a correção no equilíbrio das moléculas do organismo. Criada na década de 1960, a terapia foi desenvolvida a partir dos trabalhos de Linus Pauling (1901-94), único cientista que ganhou duas vezes sozinho o Prêmio Nobel – de Química, em 1954, e da Paz, em 1962

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Por Nina Rahe

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terapia é uma espécie de monitoramento do combate que o organismo trava com os radicais livres, os subprodutos do organismo. É resultado da aplicação da Bioquímica e da Genética Molecular à Medicina. “Os rudimentos básicos da estratégia biomolecular deveriam ser conhecidos por médicos de todas as especialidades, porque o seu emprego aumenta a eficácia do tratamento convencional de todas as especialidades médicas. Um organismo com os 50 nutrientes essenciais em ordem vai responder muito melhor a uma cirurgia, ao tratamento da depressão, do diabetes, reumatismo etc. Se o paciente também não for portador de elementos tóxicos (agrotóxicos, pesticidas, metais tóxicos, excesso de ferro) e seus genes estiverem funcionantes, ele vai responder melhor ainda à terapêutica clássica”, explica o Dr. José de Felippe Júnior, que foi o fundador e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres (MBRL), em 1991, e também o fundador, no ano de 2000, e primeiro presidente da Associação Brasileira de Medicina Complementar e Estratégias Integrativas em Saúde (ABMC). Há cerca de 50 anos, a terapia foi proposta, nos Estados Unidos, por Linus Pauling. O cientista acreditava que a vitamina C evitaria o câncer de próstata. Porém, tomava uma quantidade exagerada, de 16 gramas, quando o recomendado é de um a dois gramas. Ao ser questionado por um jornalista que colocava em dúvida a eficácia da reposição de nutrientes, o químico respondeu que, no seu caso, o método havia funcionado, uma vez que acabou adiando o aparecimento de um mal ao qual ele já estava predisposto. Linus morreu aos 94 anos, quando foi acometido pela doença que combateu durante toda a vida. “Atualmente, quando um médico receita o mineral ferro contra a anemia, e o cálcio para combater a osteoporose, por exemplo, ele parte do mesmo princípio”, diz o Dr. Marcos Natividade, médico especialista em Medicina Ortomolecular. “No Brasil, a Medicina Ortomolecular teve início por volta da década de 1980. Na época, muitos especialistas julgaram a terapia como mero modismo. Com o passar dos anos, no entanto, a Medicina Ortomolecular tem se fortalecido, criando círculos de crescimento que englobam todos os conceitos convencionais hoje estabelecidos por consenso médico”, argumenta o Dr. Marcos. Atualmente, algumas associações e instituições optam por utilizar o termo “biomolecular”. Para o Dr. José de Felippe, “quem emprega o termo ‘ortomolecular’ desrespeita e se esquece dos descobridores das vitaminas, dos sais minerais, dos ácidos graxos e dos aminoácidos”. Ainda segundo o médico, o “nome biomolecular existe desde que a Bioquímica deu os seus primeiros passos e é o respeito e a gratidão unidos às bases científicas, datadas de mais de 150 anos, que fazem com que os especialistas prefiram empregar o termo ‘biomolecular’”. Já o Dr. Marcos Natividade acredita que os termos mudam de acordo com a instituição. “As nomenclaturas mudam m é d i c o repórter | número 103

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No Brasil, a Medicina Ortomolecular teve início por volta da década de 1980. Na época, muitos especialistas julgaram a terapia como mero modismo. Com o passar dos anos, no entanto, a Medicina Ortomolecular tem se fortalecido, criando círculos de crescimento que englobam todos os conceitos convencionais hoje estabelecidos por consenso médico

conforme a associação, mas possuem o mesmo significado. Faço parte da AMBO (Associação Médica Brasileira de Oxidologia), que trata como ortomolecular; já a ABMC – muito forte em Belo Horizonte, São Paulo e vários Estados da União – prefere tratar como biomolecular.” O tratamento biomolecular é uma terapia que tenta equilibrar as reações químicas do organismo por meio do controle e manutenção de nutrientes, como vitaminas, sais minerais, aminoácidos, ácidos graxos, entre outros. “Partimos da evidência de que, se houver algum desequilíbrio orgânico, isso irá gerar uma produção em excesso dos radicais livres, moléculas extremamente tóxicas, que, por sua vez, agirão como ferrugem, facilitando o aparecimento de doenças”, explica o Dr. Marcos. E continua: “A partir do momento em que se faz a reposição dos nutrientes adequados e em quantidades certas, o organismo será reestruturado. O equilíbrio das moléculas no organismo resultará em maior qualidade de vida e prevenção de doenças futuras.” Ainda segundo ele, a terapia tem mostrado bons resultados em pacientes com diabetes, artrose, depressão e estresse, entre outros casos. “Por ser um tratamento que equilibra o organismo, todas as pessoas se beneficiam com ele”, acrescenta. Apesar dos apontamentos, ainda hoje as terapias desse gênero provocam controvérsias. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por exemplo, condena a utilização da Medicina Biomolecular para fins de emagrecimento. A Associação Brasileira de Medicina (AMB) não reconhece a Medicina Biomolecular como especialidade médica, entretanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) a reconhece como estratégia terapêutica e não aprova sua utilização em alguns casos, como o combate ao envelhecimento, ou a administração de altas doses de vitaminas e sais minerais. O Dr. Marcos Natividade justifica

que, “há mais de 15 anos, a Associação Médica Brasileira não aceita novas especialidades”. A Medicina Biomolecular foi reconhecida como “estratégia médica” pelo CFM após quatro anos de discussão de um grupo de trabalho criado no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Em 1998, saiu a regulamentação para a prática da estratégia biomolecular/ortomolecular na Resolução nº 1.500/98 do CFM. Segundo o Dr. José de Felippe Júnior, “a controvérsia é por falta de conhecimento daqueles médicos que não têm tempo de estudar a questão. A grande maioria dos médicos sabe o quão importante são os nutrientes para o bom funcionamento das células. Eles entendem muito bem a proposta da Medicina Biomolecular, que objetiva não somente o tratamento das doenças atuais, como se preocupa em diminuir o risco das doenças que mais ceifam vidas. Sabem que o médico biomolecular, antes de tudo, é um bom clínico geral que utiliza todas as armas da Medicina convencional, acrescentando estratégias que estão escritas em milhares de trabalhos fundamentais e básicos a respeito da bioquímica e da fisiologia celular”, argumenta. “Nós não temos interesse em ser uma especialidade da Medicina, mas, sim, funcionar como uma terapia complementar para a prevenção e o tratamento de doenças. E nesse sentido já somos reconhecidos, de acordo com a Resolução nº 1.500 de 1998 do CFM”, explica o Dr. Marcos. O Dr. José de Felippe ainda argumenta sobre o fato de a Medicina Biomolecular ser fundamentada em milhares de trabalhos científicos inquestionáveis e, mesmo assim, ainda não ser considerada especialidade. “Cumpre salientar o enorme respeito que temos pela Homeopatia e Acupuntura, entretanto, é muito interessante saber que no Brasil ambas têm o status de especialidade médica, embora não apresentem estudos prospectivos, randomizados, duplo-cegos e cruzados de valor científico inquestionável.”r

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Simpósio na Escola de Medicina da Anhembi Morumbi discute pesquisas médicas e acadêmicas

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por Raphaella B. Rodrigues

Dr. Karl B. Kern, chefe de equipe do University Medical Center, em Tucson, Arizona

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O 2º Simpósio Internacional da Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, realizado em agosto, discutiu educação médica e pesquisas em saúde nas universidades brasileiras. Durante o evento, o Dr. Sergio Timerman, diretor das Escolas de Ciências da Saúde e da Escola de Medicina da Universidade, declarou que, antes de tudo, é necessário identificar o perfil da instituição na qual será realizada a pesquisa, além de definir a área que mais se assemelha aos projetos desenvolvidos na instituição e o tipo de pesquisa a ser realizada

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simpósio teve a apresentação da pesquisa experimental da Universidade do Arizona sobre emergência cardiovascular e, para isso, contou com a participação do Dr. Karl B. Kern, chefe de equipe do University Medical Center, em Tucson, Arizona, e considerado o pai da ressuscitação sem respiração boca a boca. O Dr. Kern declarou durante o debate que para realizar uma pesquisa é preciso encontrar uma área de interesse e descobrir o que ainda pode ser desenvolvido nesse tema. Sobre a discussão de se realizar pesquisas com animais e humanos, ele acredita não haver a possibilidade de aprovar técnicas na área cardíaca sem teste em humanos. No caso específico de sua pesquisa no Sarver Heart Center, foi necessário o teste em animais primeiramente. “Precisávamos de um modelo de coração não saudável. Engordamos um porco para criar uma astenose artificial, mas, no fim, o porco ficou tão gordo que não deu para ser utilizado. Esse é o protocolo que tem que simular a condição clínica perfeita.” Para ele, o desafio na pesquisa com pessoas é obter autorização para

testar um procedimento que interfere na sobrevivência dela. Para iniciar as pesquisas em relação à ressuscitação cardíaca no University Medical Center, o Dr. Kern e sua equipe procuraram primeiramente a resposta para um conceito básico: por que durante a ressuscitação pressionamos o tórax? A resposta “para que o sangue circule” levou a equipe a questionar a utilização de ventilação no procedimento de ressuscitação. Segundo ele, pareceu contraditório colocar mais ar no pulmão durante um mal súbito. Os estudos da equipe do Arizona mostraram que a interrupção da massagem cardíaca – como preveem os guias médicos – pode ser letal. A taxa de sobrevivência é maior mesmo quando o sangue tem menos oxigênio, mas é movido pelo corpo por meio de contínuas compressões torácicas, do que quando o sangue contém uma grande quantidade de oxigênio, mas que não é bem distribuída, porque as compressões torácicas são interrompidas por ventilações boca a boca. Em nenhum caso a ressuscitação com ventilação apresentou resultado melhor do que a compressão torácica. As pesquisas realizadas sobre res-

A taxa de sobrevivência é maior mesmo quando o sangue tem menos oxigênio, mas é movido pelo corpo por meio de contínuas compressões torácicas, do que quando o sangue contém uma grande quantidade de oxigênio, mas que não é bem distribuída, porque as compressões torácicas são interrompidas por ventilações boca a boca

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respiração boca a boca em uma pessoa desconhecida. O método de ressuscitação só com compressão, além de mostrar resultados mais eficazes, é mais bem aceito pelas pessoas. O segundo passo foi alterar os algoritmos das ações dos bombeiros. A ação dos paramédicos deve ser uma sequência de 200 compressões cardíacas – 100 por minuto – seguida de um único choque com um desfibrilador elétrico. Segundo o Dr. Kern, essa operação deve ser iniciada mesmo antes de se checar o ritmo cardíaco, principalmente quando o paciente não foi socorrido por nenhum leigo. Depois do choque, são necessárias mais 200 compressões antes de analisar o pulso, e esse ciclo é repetido por três vezes. Foi observado que, após a desfibrilação a espera prolongada quase nunca produzia o ritmo desejado. Quando as compressões são retomadas logo após o choque, a pressão arterial é restabelecida. O terceiro momento do programa é uma mudança no atendimento no hospital, mas ainda não foi aplicado. Os estudos ainda estão em curso e a conclusão, até o momento, é que esse novo protocolo pode salvar muitas vidas. De acordo com ele, desde o início do projeto com o Corpo de Bombeiros de Tucson, mais de 300 vidas foram salvas. r

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suscitação cardíaca foram postas à prova e investigadas em Kanto, região do Japão, em um estudo designado SOS-Kanto (2005) – primeiro estudo em larga escala comparando as taxas de sobrevivência de pacientes com parada cardíaca fora do hospital e que receberam o primeiro atendimento de pessoas no local. Do total de pacientes estudados, 712 foram atendidos com compressão torácica e respiração boca a boca, enquanto 439 pessoas receberam apenas massagem cardíaca. Depois de um mês, 11,2% dos que receberam respiração boca a boca sobreviveram sem sequelas; e 19,4% dos socorridos apenas com compressão cardíaca sobreviveram. Com isso, a ressuscitação somente com massagem cardíaca foi considerada a melhor opção. As pesquisas desenvolvidas pela Universidade do Arizona deram suporte ao programa “Be a Lifesaver with Continuous Chest Compression”, cuja implementação foi iniciada em 2003 na cidade de Tucson. A primeira fase do programa foi conscientizar a população da necessidade de fazer compressão torácica no paciente enquanto espera o resgate. Para isso, foi necessário ensinar como proceder em tais situações. Cursos mensais foram ministrados com média de 150 pessoas em cada e foram distribuídos folhetos para educar a população a prestar socorro a vítimas. O que se percebeu foi que muitas pessoas não prestavam socorro porque precisariam fazer

Dr. Sergio Timerman, diretor das Escolas de Ciências da Saúde e da Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi

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Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental vai avaliar a poluição do ar e seus efeitos na saúde humana

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por Raphaella B. Rodrigues

Dra. Thais Mauad, vicecoordenadora do INAIRA

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Os problemas de poluição causados por um desenvolvimento incontrolado atingem tanto os seres humanos quanto o meio ambiente. Alguns efeitos dessa poluição já podem ser sentidos no dia a dia das pessoas como, por exemplo, a alteração na temperatura e as instáveis estações do ano.

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o Ártico, o ritmo da elevação da temperatura é o dobro da média global. A cada década, há uma redução de 8,5% do território ártico e, de acordo com os cálculos, o Polo Norte não deverá existir durante o verão já no ano de 2060. No Polo Sul, alguns lugares que antes eram gelo, hoje, são áreas verdes. Além disso, a destruição da camada de ozônio, que contribui com essas alterações climáticas, representa um risco direto para as pessoas por causa do aumento da incidência de raios ultravioleta B (UVB) na atmosfera. Estima-se que, a cada ano, surgem 116 mil novos casos de câncer de pele no Brasil – o que representa 25% do total dos casos da doença no País. E ainda, a poluição do ar aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e respiratórias. Cerca de 2 milhões de pessoas morrem prematuramente, por ano, por causa das altas taxas de substâncias tóxicas no ar. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), é necessário reduzir o nível de poluição de 70 para 20 microgramas por metro cúbico e, assim, se poderão diminuir as mortes em 15%. Para avaliar os riscos que a poluição causa, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com o apoio do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPq), criou o Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental (INAIRA), que conta com a participação de diversas instituições, como Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Universidade de Harvard e muitas outras. “A ideia do instituto surgiu como uma possibilidade de agregar os diversos pesquisadores interessados em estudar os efeitos da poluição do ar na saúde humana, podendo os resultados dessas pesquisas contribuir para a formulação de políticas públicas e na educação ambiental”, afirma a Dra. Thais Mauad, vice-coordenadora do INAIRA. Segundo ela, o interesse específico é avaliar os riscos da exposição a diferentes combustíveis, entre eles, o biodiesel, tendo por desfecho diversos parâmetros biológicos. O instituto vai avaliar quem produz a poluição, quais os efeitos, qual o custo e qual a dose emitida por três diferentes fatores: urbano, agroindústria e biocombustíveis. De acordo com a Dra. Mauad, os trabalhos serão de cunho epidemiológico, com estudos populacionais em diversas capitais do País e em cidades de queima de cana; de cunho clínico, para saber os efeitos da exposição à poluição urbana e à queima de biomassa em diversos parâmetros da saúde humana; e de cunho experimental, em que se medirão os

A ideia do instituto surgiu como uma possibilidade de agregar os diversos pesquisadores interessados em estudar os efeitos da poluição do ar na saúde humana, podendo os resultados dessas pesquisas contribuir para a formulação de políticas públicas e na educação ambiental

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efeitos da exposição ao diesel, biodiesel e particulado urbano em diversos parâmetros pulmonares, cardiovasculares e reprodutivos de animais de experimentação. O INAIRA é formado por uma rede com aproximadamente 90 pesquisadores de diversas instituições de todo o País, entre universidades, fundações e institutos de pesquisa. “Cada pesquisador-coordenador das diferentes instituições participantes é responsável pelo desenvolvimento de um projeto em seu local de trabalho, além de coordenar sua equipe e seu orçamento financeiro. No final de cada ano deverá prestar contas científicas e orçamentárias ao Comitê Gestor do INAIRA, que por sua vez prestará contas às agências de fomento”, detalha a Dra. Mauad. A coordenação do instituto é do professor Paulo Saldiva e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), mais especificamente do Laboratório de Poluição Atmosférica, e suas responsabilidades são coordenar o andamento dos trabalhos, controlar o cumprimento dos planos de metas de cada equipe e distribuir verbas conforme as planilhas orçamentárias de cada grupo de pesquisa. Em relação à verba para manter o instituto e as pesquisas, a vice-coordenadora explica que muitos pesquisadores já têm seus próprios financiamentos – individuais ou temáticos – usados em forma de bolsas para alunos ou na compra de equipamentos e materiais de consumo. “A Faculdade de Medicina e a USP têm nos apoiado com recursos humanos, que infelizmente ainda não são suficientes para a plena gestão do projeto. Mas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) tem nos agraciado com verba complementar para pesquisa e, em âmbito nacional, temos contado com o auxílio extra do CNPq.” Além dos pesquisadores e instituições brasileiras, o INAIRA mantém

Exposição de ratos Wistar ao ar filtrado e ar ambiente

parceria com centros de estudos internacionais, como a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e a Universidade de Boston. “Alguns dos pesquisadores internacionais farão o papel de conselheiros do INAIRA, orientando sobre os caminhos que as pesquisas devem seguir e ajudando na tomada de decisões. E alguns pesquisadores são colaboradores científicos das pesquisas que serão realizadas”, diz a Dra. Mauad. Algumas alterações que os poluentes atmosféricos podem causar na biologia humana já são conhecidas e, segundo a Dra. Mauad, dependem do tipo de poluente, do tempo de exposição, da variabilidade genética do indivíduo e das doenças de base anteriormente presentes. “Os mais conhecidos e estudados são os efeitos adversos à saúde pulmonar e cardiovascular, principalmente em grupos de risco, entre eles os idosos e as crianças. Sabemos também que a poluição atmosférica pode ter efeitos adversos na função reprodutiva humana”, diz. Para avaliar a associação entre a exposição aos poluentes atmosféricos durante a gestação, uma das pesquisas que está na pauta do instituto será feita com 400 gestantes durante a gravidez e até a criança completar três anos. “Vamos avaliar a associação entre a exposição aos poluentes atmosféricos durante a gestação e alterações no desenvolvimento e desfecho gestacional, bem como a associação entre a exposição da criança nos dois primeiros anos de vida e as alterações no desenvolvimento pulmonar e ocorrência de doenças em humanos”, explica a Dra. Mauad. A pesquisa ainda está na fase de aquisição de equipamento de ultrassom fetal de alta qualidade e depois iniciará o recrutamento das gestantes. As decisões tomadas pelos governos e pela sociedade visando o desenvolvimento econômico não levam em consideração o impacto que elas terão na saúde; as alternativas de energia e combustíveis deveriam ser analisadas com foco na sustentabilidade. As pesquisas do INAIRA deverão contribuir para uma melhor educação ambiental e a formulação de políticas públicas preocupadas com a saúde humana. r

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Inovação é estar sempre à frente na pesquisa e desenvolvimento de novas soluções para os cuidados com a saúde Calcijex (calcitriol). Apresentação: ampola de 1 mL contendo 1 mcg de calcitriol. Indicações: tratamento da hipocalcemia em pacientes submetidos a diálise renal crônica. Contra-indicações: Hipersensibilidade ao calcitriol ou a qualquer dos excipientes da fórmula; pacientes com hipercalcemia ou evidência de toxicidade por vitamina D. Precauções e Advertências: A vitamina D e seus metabólitos devem ser suspensos durante o tratamento. Um composto não alumínico deve ser usado para controlar os níveis séricos de fósforo em pacientes submetidos a diálise. Não permitir que o produto cálcio-fósforo exceda o valor de 70. No início do tratamento, os níveis de cálcio e fósforo devem ser obtidos pelo menos 2 vezes por semana. Em caso de hipercalcemia, a medicação deve ser descontinuada. Doença adinâmica óssea pode ocorrer se os níveis de PTH forem anormalmente suprimidos. Recomenda-se cautela em relação a pacientes digitalizados, pois, nestes pacientes, a hipercalcemia pode precipitar arritmias cardíacas. Gravidez e lactação: Não há experiência de uso de calcitriol em mulheres grávidas. Não há dados sobre a excreção do fármaco no leite materno. Uso pediátrico: Segurança e eficácia do calcitriol em crianças não foram estabelecidas. Uso em Transplantes: Recomendações para tratamento da perda óssea pós-transplante com calcitriol não foram estabelecidas. Uso na Osteoporose pós-menopausa: A eficácia não foi estabelecida nesta população de pacientes. Interações medicamentosas: Antiácidos contendo magnésio não devem ser usados concomitantemente com calcitriol. A administração concomitante de diuréticos tiazídicos e doses farmacológicas de análogos da vitamina D em pacientes com hipoparatireoidismo pode resultar em hipercalcemia, a qual pode ser transitória e auto-limitada, ou pode requerer a interrupção da administração dos análogos da vitamina D. O uso concomitante de análogos da vitamina D e glicosídeos cardíacos pode resultar em arritmias cardíacas. Os efeitos da vitamina D podem ser reduzidos em pacientes sob terapia com barbituratos ou anticonvulsivantes. Corticosteróides antagonizam os efeitos dos análogos da vitamina D. Reações adversas: Dor ou hipersensibilidade no local de injeção, reações similares a intoxicação por vitamina D (fraqueza, cefaléia, sonolência, náusea, vômitos, obstipação, boca seca, gosto metálico, dor muscular ou óssea; tardiamente, poliúria, polidipsia, anorexia, conjuntivite por cálcio, fotofobia, rinorréia, hipertermia, hipertensão, arritmias cardíacas, calcificações ectópicas, pancreatite, redução da libido, elevação de uréia, colesterol, enzimas hepáticas e albuminúria) Posologia: A dose inicial recomendada de Calcijex (calcitriol) é de 1,0 mcg (0,02 mcg/kg) a 2 mcg administrados três vezes por semana, aproximadamente em dias alternados, podendo ser administrada através de uma dose intravenosa em bolus. Se não for observada resposta satisfatória nos parâmetros bioquímicos e nas manifestações clínicas do estado da doença, a dose pode ser aumentada em 0,5 a 1,0 mcg, a intervalos de duas a quatro semanas. Redução de dose pode ser necessária à medida em que os níveis de PTH decresçam em resposta à terapêutica. Superdosagem: Pode causar hipercalcemia, hipercalciúria e hiperfosfatemia. Medidas de suporte, descontinuação de suplementos de cálcio e dieta pobre em cálcio geralmente são suficientes, mas medidas como diurese forçada, uso de corticóides e fosfatos podem ser necessárias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO RESTRITO A ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES E PARAHOSPITALARES. Registro no MS: nº : 1.0553.0116. Informações adicionais estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo/SP 04566-905 ou fone 0800 703 1050. ABBOTT CENTER - Central de Relacionamento com o Cliente 0800 7031050 www.abbottbrasil.com.br

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Ministério da Saúde

Dr. Romeu Krause, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)

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Cirurgia por navegação assistida já é realidade em Ortopedia Por Mariana Tinêo

Na área de desenvolvimento tecnológico a Medicina caminha mesmo a passos largos. Um bom exemplo disso é a chegada do método de cirurgia por navegação assistida por computador que há cerca de dois anos vem se tornando realidade em alguns serviços de Ortopedia. Desenvolvida pela academia alemã Aescullap, a técnica permite maior precisão cirúrgica, o que resulta em maior durabilidade de próteses e redução de custos a médio e longo prazo

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e acordo com o Dr. Romeu Krause, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o novo método utiliza um navegador, uma espécie de GPS, que é colocado em alguns pontos do membro que será operado. Os receptores ligados ao sistema de computador informam a posição exata do membro (o eixo) e mostram ao médico, com precisão, o quanto de osso deve ser ressecado e onde isso deve ser feito. “Quanto mais preciso for o corte e a colocação dos implantes, maior a probabilidade de duração dos implantes. Comparando com as próteses já existentes, notamos também menor ocorrência de sangramento durante a cirurgia, menor risco de trombose venosa profunda e embolia pulmonar (duas complicações frequentes). Além disso, a cirurgia é menos agressiva, o que pode, evidentemente, acelerar a recuperação do paciente”, comenta o especialista. Atualmente, no Brasil, a cirurgia por navegação

assistida tem indicação em casos de artroplastia de joelho, reconstituição do ligamento cruzado anterior do joelho e artoplastia de quadril. Segundo o Dr. Krause, a indicação do método para casos de osteotomia de tíbia está aguardando a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Por ser um método criado há pouco tempo, a cirurgia por navegação assistida por computador está disponível em poucos centros brasileiros. “Apenas hospitais de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro contam com o equipamento para essa cirurgia. Mas, no Ceará e na Bahia, o sistema já foi encomendado. Acredito que nos próximos anos o sistema poderá ser encontrado em dezenas de hospitais brasileiros”, diz o Dr. Krause. Para uso em larga escala, no entanto, há um outro item a ser providenciado: a capacitação dos ortopedistas em relação ao manejo da nova técnica. “A cirurgia por navegação veio para ficar. E como é uma inovação ainda, precisamos que os ortopedistas sejam atualizados. É preciso que o colega passe por um treinamento m é d i c o repórter | número 103

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“ para operar por navegação. Hoje temos centros de treinamento no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas para ampliar a divulgação dessa informação faremos um evento, um pré-congresso.” O Congresso Brasileiro de Navegação será realizado em outubro, na véspera do 41º Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (31 de outubro a 2 de novembro – no Riocentro, no Rio de Janeiro). O evento está sendo organizado pela Academia Aescullap, em parceria com a SBOT, considerando uma pesquisa realizada pela entidade no último congresso (em 2008), que revelou que apenas 28% dos ortopedistas presentes já tinham ouvido falar em artroplastia assistida por computador. O congresso de navegação assistida já foi realizado em várias cidades da Europa, entre elas Sevilha, na Espanha e em cidades dos Estados Unidos, como Washington. Para o Dr. Krause, a escolha do Brasil como sede do evento este ano é um reconhecimento da importância e da

credibilidade da Ortopedia nacional. “Teremos um dia inteiro de educação continuada, com mais de 300 profissionais inscritos. Nossa intenção é levar mais informação para a classe médica, resultando em benefício para os nossos pacientes”, acrescenta o Dr. Krause. O ortopedista lembra que o novo método pode ser usado em qualquer paciente, sem restrições. “Na realidade, quanto mais complicado for o caso do paciente, mais a cirurgia por navegação estará indicada. Por enquanto, só existe uma barreira, que é a liberação do procedimento pelos convênios e seguradoras de saúde. É preciso esclarecer que o que parece mais caro à primeira vista tem benefícios a médio e longo prazo. Os trabalhos científicos publicados mostram que a médio e longo prazo a cirurgia por navegação traz um bom resultado de custo/benefício. Além do mais, o que importa é o resultado final: o bem-estar do paciente”, conclui o presidente da SBOT. r

A cirurgia por navegação veio para ficar. E como é uma inovação ainda, precisamos que os ortopedistas sejam atualizados. É preciso que o colega passe por um treinamento para operar por navegação

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Devaney Baccarin assume direção da Astellas no Brasil

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por Raphaella B. Rodrigues

A empresa farmacêutica japonesa Astellas Pharma Inc. atua em 52 países e conta com 14 mil funcionários. De sua sede em Tóquio, a companhia anunciou a criação da Astellas Farma Brasil Importação e Distribuição de Medicamentos Ltda. A nova afiliada marca a consolidação da Astellas em todos os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Além disso, aparece como uma oportunidade de crescimento da empresa, já que em 2008 o mercado farmacêutico no Brasil cresceu 20%, somou quase US$ 12,5 bilhões em vendas (excluindo as vendas hospitalares) e se tornou o décimo maior mercado farmacêutico do mundo.

Para começar, gostaria que falasse um pouco sobre o início de sua carreira. Formei-me em Farmácia e Bioquímica na USP, em 1981,completei minha formação acadêmica com a gradução em Jornalismo pela Fundação Cásper Líbero em 1988 e com a conclusão de um MBA em Gestão de Negócios pelo ITA-ESPM, em 2004. No início da minha carreira, trabalhei por sete anos nas áreas de garantia de qualidade e manufatura e depois mudei para a área comercial. Fui representante de vendas, trabalhei com pesquisa de mercado. Tive uma experiência no setor de recursos hu-

manos em treinamento e desenvolvimento até que migrei para uma carreira em marketing. Fui gerente de produtos, gerente de marketing e diretor de assuntos corporativos e de unidade de negócios. Passei por várias áreas e várias companhias farmacêuticas importantes, como a Roche,Wyeth-Whitehall, Eli Lilly, Schering e Genzyme. Nesses 31 anos de carreira, adquiri muita experiência e muita vivência no mercado farmacêutico. Na Genzyme, por exemplo, tivemos um crescimento expressivo de vendas, estávamos entre as melhores empresas para se trabalhar, com um baixo turnover. Você foi presidente da Genzyme Brasil nos últimos três anos e meio (momento no qual a empresa melhorou suas vendas). O que o motivou a deixar esse cargo e assumir a direção geral da japonesa Astellas? Foi muito gratificante trabalhar na Genzyme, mas a motivação para assumir a Astellas foi exatamente o desafio de montar uma empresa do zero – o que eu ainda não havia feito na minha carreira. Passei por diferentes empresas, por diferentes culturas, mas não havia feito um start-up. Atraiu-me igualmente trabalhar numa companhia japonesa – nacionalidade com a qual eu nunca havia trabalhado, o que me pareceu extremamente relevante, pela visão estratégica e de longo prazo que a

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e acordo com Masafumi Nogimori, presidente da Astellas, a afiliada brasileira trará novos produtos e recursos para o País, vai mobilizar conhecimentos locais e criar um processo de capacitação. Para comandar esse novo projeto do laboratório, o farmacêutico Devaney Baccarin foi convidado para ser vice-presidente gerente geral da empresa no Brasil. Convite aceito, Devaney Baccarin conversa com a Médico Repórter sobre o desafio de assumir a Astellas, fala sobre seus 31 anos de carreira na indústria de medicamentos e as mudanças ocorridas no setor durante esse tempo.

Devaney Baccarin, vicepresidente e gerente geral da Astellas no Brasil m é d i c o repórter | número 103

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cultura japonesa demonstra; a prova disso é justamente o fato de terem decidido iniciar suas atividades no Brasil, mesmo num momento de crise mundial. Analisei como a Astellas é constituída mundialmente, seu pipeline, seu portfólio de produtos. Ter essa oportunidade de trazer uma empresa para o Brasil, formá-la e moldá-la, pareceu por todo esse conjunto de fatores um desafio bastante promissor. De que forma a experiência na indústria farmacêutica irá ajudar a construir a Astellas no Brasil? A experiência vai ser extremamente útil, porque eu transitei em diversos segmentos. Trabalhei desde produtos chamados hoje de isentos de prescrição (over the counter – OTC) até produtos

para doenças raras. Trabalhei com vendas no canal governo, canal varejo, com meios promocionais diversificados – a propaganda massiva e propaganda médica. A área corporativa me permitia um contato muito forte no campo de relações institucionais. Essa experiência, aliada ao fato de que já atuei na manufatura, nos recursos humanos e no setor comercial, está me ajudando muito a construir uma companhia do zero. O que mudou na indústria farmacêutica nesses 31 anos? Na área de garantia de qualidade – na qual comecei – os métodos evoluíram, mas o conceito fundamentalmente é o mesmo. Agora, em relação aos equipamentos, tudo evoluiu, obviamente.

Já na área de produtos, a lei de patentes incentivou muito o processo de medicamentos inovadores. Então o Brasil se tornou um polo importante nesse segmento, muito embora algumas alterações sofridas na lei de patentes original, uma das melhores do mundo, produzam algumas incertezas. Um ambiente regulatório estável, com o devido valor à inovação é fundamental para terapias inovadoras e para conseguirmos investimentos sólidos e de longo prazo. Existe alguma lei que atrapalhou a evolução da indústria farmacêutica no Brasil? Eu não diria que atrapalhou, diria que o ambiente regulatório poderia ser mais favorável à medida em exista maior

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muito emocionante, que foi a visita ao laboratório químico, onde iniciei minha atividade profissional. A Astellas tem cerca de 14 mil funcionários e está presente em 52 países. Qual é a proposta da empresa no Brasil? Fundamentalmente, nós vamos estabelecer uma operação comercial como temos na Europa e nos Estados Unidos. Vamos seguir a forma da Astellas de atuar nesses mercados e seguir um modelo semelhante ao que foi usado para expandir as operações nos outros países do BRIC. Buscar sempre desenvolver o portfólio, buscar o pipeline futuro, lançar uma operação local nos moldes em que a Astellas já a lançou em outros países. Nós temos produtos licenciados com parceiros e a ideia é retomar alguns desses produtos. estabilidade nas regras do jogo – essa perspectiva anima a possibilidade de crescerem nossos negócios no Brasil. Alguns exemplos geram inquietude: temos um controle de preços que no nosso entendimento não é a melhor maneira de ampliar o acesso aos medicamentos; a lista de medicamentos excepcionais do SUS não é incrementada há vários anos; e existem significativos entraves ao avanço da pesquisa clínica no País. Quero salientar, contudo, que sou otimista com relação à vontade de superação destas barreiras. A área de saúde tem se mostrado favorável a discutir com a indústria esses pontos e, sem dúvida, a médio prazo avançaremos. Quando fez 30 anos de carreira, recebeu uma importante homenagem. Poderia relatar como foi? É claro. Exatamente no dia em que completei 30 anos de profissão, visitei o laboratório onde comecei. A planta na Rodovia Anchieta antes pertencia à Fontoura Wyeth, indústria farmacêutica, e hoje é de higiene oral, de propriedade da Colgate. Recebi uma homenagem bacana com café da manhã e apresentação de vídeos, além de um momento

Em relação aos produtos, qual a área em que a Astellas atua e como será o início das operações no mercado brasileiro? A Astellas tem pilares básicos na área de urologia, na área de uroginecologia, infecção fúngica na área hospitalar, transplante e dermatologia. Começaremos pela área de urologia. Quando a Astellas começa a operar no Brasil? A ideia é que no começo do ano que vem tenhamos uma estrutura completamente operacional envolvendo as áreas comercial, regulatória e médica. Teremos 50 profissionais contratados para iniciar as operações já no final de 2009. Os diretores comercial, financeiro e médico já foram contratados e iniciaram conosco no mês de setembro. A sede do escritório será aqui no Edifício Rochavera, em São Paulo, onde funcionará a administração, ficarão os diretores, os assistentes, o setor de informática, o setor de recursos humanos e o setor jurídico, uma estrutura completa. A força de vendas deve completar o grupo, visitando médicos em todas as regiões do País. r

Um ambiente regulatório estável, com o devido valor à inovação é fundamental para terapias inovadoras e para conseguirmos investimentos sólidos e de longo prazo

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Oferta de pós-graduação preocupa AMB

por Mariana Tinêo

Permitidos pela legislação brasileira, alguns cursos de pós-graduação lato sensu em Medicina representam alternativa equivocada para os médicos que procuram qualificação

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os últimos anos, no intuito de garantir boa formação profissional, assegurando também a segurança da população, o combate à abertura indiscriminada de cursos de Medicina tem sido uma relevante questão para as entidades médicas. Outra grave situação é o rápido aumento da quantidade de cursos de pós-graduação. “Hoje, o grande problema é a falsa impressão de capacitação no exercício de especialidades médicas dada por alguns cursos de pós-graduação lato sensu. Na realidade, a única maneira de tornar-se especialista é cursar programa de especialização credenciado pelas sociedades de especialidade”, explica o Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB). Segundo ele, na teoria, os cursos de pósgraduação apresentam carga horária considerável – cerca de 60 horas por semana, durante período que varia de dois a quatro anos, em tempo integral –, mesmo assim, anunciam expectativas que não condizem com a realidade. “Os médicos assim iludidos inscrevem-se nesses cursos. Quando os concluem, tentam conquistar vagas no mercado de trabalho e não conseguem, pois esse tipo de pós-graduação não guarda equivalência com a especialização médica.” Para o presidente da AMB, o que causa maior confusão nesse caso é o fato de os cursos de pósgraduação serem covalidados pelo Ministério da Educação (MEC). “A situação é muito grave. O

que está por traz é um grande comércio. As pessoas pensam que são assistidas por especialistas e isso o diploma de tais cursos não atesta.” Nesse sentido, o Dr. Amaral comenta que a proliferação desse tipo de curso em Medicina é uma ameaça para a sociedade, um ato lesivo aos que investem tempo e recursos nessa atividade e um perigo aos que são atendidos por profissionais não especializados. “Nós já fomos ao Ministério da Educação e debatemos quais seriam os melhores caminhos para sanear esse problema. O MEC está bem alertado sobre essa questão. Infelizmente nossa legislação, sobretudo em relação ao ensino superior, é frouxa e dá brechas para que sejam cometidos abusos de toda sorte”, ressalta o Dr. Amaral. O presidente da AMB reforça que é preciso alertar a população sobre a necessidade de verificar se o profissional procurado detém realmente a especialização divulgada, garantida por um título de especialista, emitido pela AMB em conjunto a sociedade de especialidade correspondente. Dr. Amaral esclarece que, se o médico utilizar apenas o certificado de pós-graduação lato sensu para atuar como especialista, pode sofrer punição. “Divulgar uma especialidade sem a ter é uma grave falta ética. Esse problema, inclusive, é objeto de fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina. E no caso de algum resultado adverso, provocado por um médico sem título de especialista, procede acusação de erro médico por imperícia.” r

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ATITUDE

Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)

No dia 15 de julho, o Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, reuniu-se com Paulo Wollinger, diretor da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), para debater o problema da proliferação dos cursos de pós-graduação lato sensu em Medicina no Brasil, sobretudo nas áreas de cosmética e estética. Também participaram do encontro o Dr. Eleuses Paiva, deputado e ex-presidente da AMB, o Dr. José Tariki, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e o Dr. Omar Lupi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Além de representarem um risco para a população, os cursos de pós-graduação têm causado grandes transtornos aos médicos. Por isso a AMB, junto as suas sociedades de especialidade busca solução para a questão”, disse o presidente da entidade. No mesmo dia, o Dr. Amaral esteve reunido com Jeanne Liliane Marlene Michel, coordenadora geral de Residência de Saúde, e com Maria do Patrocínio Tenório Nunes, secretária-executiva da Comissão Nacional de Residência Médica, para discutir os problemas da especialização médica no País.

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Vacina nacional contra gripe A será produzida pelo Instituto Butantan Por Mariana Tinêo

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A vacina contra a gripe A é a grande aposta dos órgãos de saúde para conter a transmissão do vírus H1N1. Há alguns meses, depois do primeiro isolamento do vírus, começou uma espécie de corrida contra o tempo para o desenvolvimento e produção das primeiras doses de uma vacina, em todo o mundo.

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o Brasil, a vacina contra o A (H1N1) será produzida pelo Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que já está com a cepa atenuada do vírus em questão, enviada da Inglaterra pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o Butantan, inicialmente, a cepa atenuada do A (H1N1) será injetada em ovos embrionados para a reprodução viral. A cepa é introduzida em ovos galados porque o vírus precisa de um ambiente vivo para se reproduzir. Essa primeira “safra” viral é denominada banco-estoque. Depois de feitos os controles, as doses são amplificadas para que possam ser trabalhadas. A previsão é de que no primeiro semestre de 2010 já sejam produzidos cerca de 30 milhões de doses

da nova vacina. No entanto, como medida emergencial, foi comprado da Sanofi Pasteur – empresa com a qual o Instituto Butantan mantém uma parceria de transferência de tecnologia – um milhão de doses prontas da vacina contra o A (H1N1). Além disso, outros 17 milhões de doses semiprontas da vacina também estão sendo importados da empresa, para serem purificados, formulados e envazados pelo Butantan, no Brasil. Essas sim estão sendo utilizadas para os testes clínicos que começaram a ser realizados esse mês com 500 voluntários adultos. Apesar de já ter ocorrido mutação no vírus A, como foi detectado pelo Instituto Adolfo Lutz, no Estado de São Paulo, a produção da vacina nacional não será afetada. Como os vírus da gripe modificamse constantemente, o Instituto Butantan

informa que as vacinas para essa doença devem ser adequadas e as pessoas devem ser vacinadas anualmente, pois existem órgãos da OMS responsáveis por analisar todas as possíveis variações dos vírus no mundo e atualizar as organizações produtoras de vacina. Em relação ao fator tempo, a instituição explica que em países do hemisfério norte, que estão entrando agora no inverno, a imunização é mais urgente, tanto contra a gripe sazonal como contra o A (H1N1). Mas aqui no Brasil, ainda há tempo para a preparação da vacina, já que um novo ataque do vírus está sendo aguardado pelos especialistas para o próximo mês de abril (2010). De acordo com o Ministério da Saúde, os processos de produção das vacinas contra as gripes são parecidos. Entretanto, os primeiros testes do produto para o combate m é d i c o repórter | número 103

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Recentemente, pesquisadores das Universidades de Yale e Clemson, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que concluiu que o foco das campanhas de vacina da nova gripe deveriam ser as crianças em idade escolar e os adultos entre 30 e 39 anos. Isso porque as crianças que vão à escola são agentes de transmissão importantes e seus pais acabam servindo como “pontes” de contágio para o resto da população

da nova gripe demonstram um rendimento menor. É provável que cada pessoa receba duas doses da vacina para ficar imunizada contra o vírus A. O ministério diz ainda que a formulação de vacinas contra a nova gripe não modificará o programa nacional de vacinação contra a gripe sazonal. O total de doses distribuídas para a população será mantido – cerca de 25 milhões por ano, para pessoas com mais de 65 anos. Triagem Segundo o Instituto Butantan, as primeiras doses importadas da vacina contra o A (H1N1), que estão previstas para chegar em dezembro, devem ser distribuídas para os grupos que apresentam maior risco para contaminação viral, como os trabalhadores da área da saúde, gestantes, idosos e crianças. Depois disso, as doses serão administradas conforme a decisão do Ministério da Saúde, com base na análise do cenário da transmissão viral do momento. Adelaide Embora poucos laboratórios no mundo trabalhem na produção de vacinas contra a nova gripe, a corrida pelo desenvolvimento do produto é um fato. Na Austrália, por exemplo, uma vacina já entrou em teste na cidade de Adelaide, onde 240 adultos, com idades entre 18 e 64 anos, passaram a receber, no Hospital Royal Adelaide, injeções da vacina contra o A (H1N1), desenvolvida pela empresa CSL Ltd. O inusitado é que lá 400 crianças (entre 6 meses e 9 anos de idade) também estão participando dos testes. Como em Adelaide a legislação é outra, os voluntários do estudo clínico ganharam R$ 300 de recompensa, e terão que fazer anotações durante os próximos seis meses, registrando a ocorrência de efeitos adversos. O objetivo dos cientistas da CSL é saber quantas doses de vacina serão necessárias para a imunização adequada. Por isso, o teste consistirá na aplicação de duas injeções da vacina em cada participante do estudo, em um intervalo de três semanas. Depois será comparada a aplicação de uma

dose comum com uma dose reforçada da vacina. Mesmo com o produto ainda em teste, o laboratório já tem uma encomenda de 21 milhões de doses do governo australiano. Outro laboratório farmacêutico da Austrália, a Vaxine, também começou nessa semana a testar sua vacina em 300 voluntários. A expectativa é de que outras companhias (Novartis AG, Glaxo Smith Kline Plc e Baxter International Inc.) comecem em breve os experimentos em humanos. Estudos complementares Recentemente, pesquisadores das Universidades de Yale e Clemson, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que concluiu que o foco das campanhas de vacina da nova gripe deveriam ser as crianças em idade escolar e os adultos entre 30 e 39 anos. Isso porque as crianças que vão à escola são agentes de transmissão importantes e seus pais acabam servindo como “pontes” de contágio para o resto da população. Publicado na revista Science, o estudo norte-americano analisou a recente transmissão da gripe A nos Estados Unidos, além das pandemias ocorridas em 1918 e 1957. A pressa na busca da vacina contra a gripe A também é motivo de preocupação. Isso porque a corrida pelo desenvolvimento do produto pode queimar algumas etapas importantes dos testes clínicos. Isso é o que afirma Wolfgang Wodarg, um pneumologista alemão, membro da Comissão de Saúde do Parlamento Europeu, que alerta a sociedade em geral para o potencial problema. Segundo ele, os testes clínicos das vacinas contra a gripe A estão sendo feitos num prazo mais curto que o habitual (um ano). Na verdade, alguns estão achando que a pressa no desenvolvimento dessa vacina é mais por interesse da indústria farmacêutica do que por necessidade, e lembram que, em uma tentativa de imunização às pressas contra uma possível pandemia de influenza H1N1 em 1976, nos Estados Unidos, surgiram relatos de síndrome de Guillain-Barré. A relação do fato com a vacina não foi provada, mas a imunização foi suspensa naquele país. r

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CTs adultas: aplicabilidade em tratamentos diversos

Por Mariana Tinêo

A capacidade de transformação das células-tronco em diferentes tecidos parece uma fonte infinita de pesquisas. Utilizadas especialmente em áreas nas quais as possibilidades de tratamento e cura são complicadas, as CTs adultas têm, felizmente, surpreendido. Os bons resultados, apesar de ainda serem apenas promessas para uso efetivo, estimulam a comunidade científica a continuar os trabalhos na busca da melhora do tratamento disponibilizado para seus pacientes 48 m é d i c o repórter | número 103 MATERIA ESPECIAL - CTs.indd 48

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á alguns anos as pesquisas com célulastronco (CTs) despertavam opiniões polêmicas. O problema era mais voltado para o uso de células embrionárias em pesquisa – neste ponto o debate girava em torno de considerar ou não embriões como forma de vida. Em relação às células adultas, os debates eram mais amenos e giravam em torno das possibilidades, ou seja, do que poderia de fato ser feito com o uso dessa descoberta da ciência. Apesar de ainda estarem em teste para o uso em larga escala, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), alguns trabalhos com CTs adultas obtiveram ótimos resultados nos últimos tempos, trazendo a expectativa de um futuro melhor para o tratamento de enfermidades de difícil manejo e sem previsão de cura. No caso do diabetes tipo 1, o grupo de pesquisa Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) conseguiu resultados promissores. No final de 2003, em associação com a Divisão de Endocrinologia e Metabologia da universidade, o grupo iniciou estudos clínicos, mundialmente inéditos, em pacientes com diabetes tipo 1. O tratamento realizado nos participantes da pesquisa consistiu basicamente na reprogramação do sistema imunológico, ou seja, em um “reset imunológico”. Na primeira fase do tratamento, houve a mobilização e a coleta, por veia periférica, de células-tronco hematopoéticas autólogas, que foram congeladas. Na segunda fase, foi feito o desligamento do sistema imunológico com drogas imunossupressoras, em altas doses endovenosas (como a ciclofosfamida e globulina antitimocitária) durante cinco dias. Após essa etapa, o sistema imunológico dos participantes foi “religado” com infusão, também endovenosa, das células-tronco autólogas, previamente coletadas. Os critérios de inclusão dos pacientes na pesquisa foram: diagnóstico de diabetes tipo 1 há menos de seis semanas, confirma-

do com a presença de anticorpos anti-GAD e idade entre 12 e 35 anos. As complicações agudas mais frequentes foram relativamente brandas, incluindo alopecia, náuseas, vômitos, rash cutâneo e febre. Felizmente, os benefícios clínicos do transplante de CTs mostraram-se superiores aos riscos apresentados pela terapia. No entanto, mesmo após os resultados promissores e inéditos da pesquisa com o transplante autólogo de célulastronco hematopoéticas, os especialistas consideram que esse é apenas um passo inicial na terapia celular em pacientes com diabetes tipo 1. Até porque o número de pacientes envolvidos no estudo até agora é pequeno. No Rio Grande do Sul, o Dr. Jefferson Braga da Silva, professor de Cirurgia da Pontifícia Universidade Católica (PUC– RS), vem utilizando, já há algum tempo, células-tronco adultas para reconstituir os nervos da mão e do braço de pacientes que sofreram lesões e não conseguiriam recuperar os movimentos com os tratamentos convencionais. As CTs utilizadas na cirurgia de reconstrução são retiradas da medula óssea do próprio paciente, por meio da coleta sanguínea de cerca de 120 ml. Esse material é depois centrifugado no laboratório duas vezes, até que seja feita a depuração adequada da amostra. As células mononucleares sem manipulação são colocadas então junto ao tecido do nervo a ser reconstituído, as CTs se transformam em nervo, melhorando o resultado funcional da cirurgia Na área de Cardiologia os experimentos estão avançando. O Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatia (EMRTCC) vem sendo realizado para comprovar a eficácia e avaliar a aplicabilidade da terapia cardíaca com CTs, além de avaliar a possível substituição dos tratamentos tradicionais por essas novas terapias no SUS. O EMRTCC avalia a eficácia do implante autólogo de células-tronco de medula óssea em 1,2 mil pacientes brasileiros com cardiomiopatia dilatada, cardiopatia chagásica, cardiopatia isquêmica e infarto agudo do miocárdio, envolvendo 40

centros de pesquisa nacionais. Os centros âncoras do estudo são: Instituto do Coração (INCOR), de São Paulo – que estuda a doença isquêmica; a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), da Bahia – que investiga a doença de Chagas; o Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro – que avalia o infarto agudo do miocárdio e o Instituto Nacional de Cardiologia (INCA), do Rio de Janeiro – que analisa a cardiopatia dilatada. “O EMRTCC está em andamento e os pacientes ainda estão entrando no estudo, por isso não é possível ainda emitirmos opinião a respeito dos resultados obtidos. No mês de setembro, o estudo de doença de Chagas teve a inclusão de pacientes fechada, e dentro de um ano esse braço do EMRTCC estará totalmente encerrado, no que diz respeito à divulgação dos dados obtidos”, informa o Dr. Bernardo Rangel Tura, chefe do Núcleo de Bioestatística e Bioinformática do INCA. O cientista comenta que os pesquisadores da área de CTs, em geral, estão cuidando de pacientes muito graves, e por isso, a comunidade científica deseja que as terapias com células-tronco sejam realmente eficazes. “Até agora não há motivos para pensarmos de forma diferente. O EMRTCC é o maior estudo de terapia celular em Cardiologia ocorrendo no Brasil atualmente, mas existem inúmeros grupos realizando diversos ensaios, desde básicos a clínicos, em diversas patologias. Em relação à aplicabilidade do nosso estudo, posso dizer que temos uma expectativa otimista. Entretanto, se os resultados do EMRTCC forem positivos, serão necessários mais dois ou três anos, após o término do estudo, para que a terapia torne-se uma realidade para a população.” O panorama de como está o andamento das pesquisas nacionais e internacionais em terapia com células-tronco foi traçado no início de outubro, com a realização do 4° Simpósio Internacional de Terapias Avançadas e Células-Tronco que aconteceu em Recife. Lá foram apresentados trabalhos com células-tronco adultas realizados em diversas especialidades médicas, incluindo Neurologia, Pneumologia, Reumatologia, Endocrinologia, Cardiologia, entre outras. r m é d i c o repórter | número 103

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Produtos naturais marinhos bioativos Por Dr. Eduardo de Oliveira Duque-Estrada*

Notáveis progressos na compreensão da vida marinha vêm fornecendo oportunidades de conhecer mais produtos naturais ativos biologicamente. Os oceanos têm uma rica diversidade biológica e química. Cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contêm mais de 300 mil espécies descritas de plantas e animais. Por isso, devem ser vistos como uma fonte potencial de drogas e medicamentos, e não só de petróleo e outros minerais. de ajudar de forma simples a preencher essa lacuna, a pouca atenção dada aos produtos naturais marinhos bioativos. Seria impróprio acreditar que poderíamos citar todos os compostos marinhos bioativos, ou mesmo não deixar de fora alguma classe de compostos. Produtos bioativos Os organismos marinhos elaboram não somente compostos úteis para nós na fabricação de fármacos, mas igualmente produzem substâncias tóxicas na forma de bioativos, que tanto podem repelir predadores por sua toxicidade como também agir de modo a atrair indivíduos da mesma espécie, favorecendo a reprodução. As pesquisas sobre as cadeias alimentares encontradas no ambiente marinho, que analisam desde os organismos mais simples até os mais complexos e suas relações, também proporcionam valiosas informações sobre a possível utilidade desses seres e seus compostos para o homem. Ou seja, os oceanos oferecem gigantescas fontes de produtos naturais ativos biologicamente – os bioativos marinhos. Apesar de a química e a biologia dos compostos

Arquivo

S

e considerarmos que todos os seres vivos estão sujeitos a uma competição pela sobrevivência, ainda que restrita a sua cadeia alimentar, exercendo assim seu papel na evolução da vida sobre a Terra, não nos surpreenderá que os organismos que vivem no mar produzam uma grande variedade de ativos biológicos, ou bioativos. Como resultado da busca de bioativos, podemos citar que mais de 16 mil elementos já foram isolados de organismos de origem marinha, e que mais de 6,8 mil citações em publicações internacionais afirmam que os compostos isolados de origem marinha exibem atividade biológica. Não obstante os sucessos notáveis e as promessas da grande diversidade química e biológica dos oceanos, a biotecnologia marinha não se consolidou ainda como um campo economicamente significativo. Diversos fármacos baseados nesses elementos estão em desenvolvimento, mas um número relativamente pequeno de plantas marinhas, de animais, e de micróbios tem rendido produtos novos. O texto que se segue é mais um esforço a fim

Dr. Duque, como é conhecido, é mergulhador autônomo, foi médico do corpo de saúde da Marinha do Brasil e professor universitário até 2007. Atualmente é gerente médico do laboratório farmacêutico Blausiegel Indústria e Comércio

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marinhos bioativos merecerem ser tratadas em publicações separadas, respeitando as diversas pesquisas desenvolvidas nas áreas de Química, Biologia, Farmacologia e Desenvolvimento Clínico, tentamos apresentar os principais grupos de compostos na Tabela 1. Tabela 1. Grupos de compostos bioativos

• Bioativos de algas, fungos e bactérias marinhas • Bioativos de invertebrados marinhos • Bioativos de toxinas marinhas • Bioativos de nucleosídeos marinhos • Bioativos de alcaloides marinhos • Bioativos de peptídeos marinhos • Bioativos de prostaglandinas marinhas

Compostos bioativos Bioativos de algas, fungos e bacterias marinhas As algas marinhas possuem diversos metabólitos bioativos com potencial biomédico. As bactérias marinhas produzem potentes toxinas, como a saxitoxina e a tetrodotoxina. Os polis-

sacarídeos obtidos são produtos economicamente importantes e extensivamente empregados em alimentos e na Medicina. As algas vermelhas são fontes de ágar e agarose. Cabe citar ainda o uso do alginato de sódio na manufatura de sorvetes. Entretanto, sua maior e mais importante propriedade biomédica é a capacidade de remover o estrôncio 85 e o estrôncio 87 do corpo sem afetar a disponibilidade de cálcio, sódio ou potássio. Bioativos de invertebrados marinhos Diversos metabólitos de estrutura incomum e que exibem atividades biológicas foram isolados de animais marinhos, principalmente das esponjas-do-mar, medusas, anêmonas, corais, moluscos e dos diversos crustáceos marinhos. Os metabólitos bioativos podem ser divididos em esteroides, terpenoides, isoprenoides, não isoprenoides, quinonas, compostos brominatados, compostos nitrogenados heterocíclicos e nitrogenados heterocíclicos sulfúricos. Bioativos de toxinas marinhas O envenenamento de mariscos e a mortandade dos peixes são problemas de interesse global. Oferecem graves ameaças à saúde pública, à pesca e à nossa existência. Um grande progresso tem m é d i c o repórter | número 103

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As pesquisas sobre as cadeias alimentares encontradas no ambiente marinho, que analisam desde os organismos mais simples até os mais complexos e suas relações, também proporcionam valiosas informações sobre a possível utilidade desses seres e seus compostos para o homem

sido feito nos últimos anos em identificar fontes toxigênicas, como a ciguatoxina e o tetrodotoxina. Observou-se que as microalgas exercem um papel importante no sistema biológico marinho, e seus muitos metabólitos têm estruturas próprias e são obtidos por rotas biossintéticas completamente diferentes daquelas seguidas na biossíntese dos organismos terrestres. Uma variedade de compostos com estruturas químicas originais e atividade biológica foi descoberta em organismos marinhos, especialmente em invertebrados marinhos. Embora muito progresso tenha ocorrido nos últimos anos, muitas perguntas permanecem não respondidas, como sobre os mecanismos de disparo das algas ou a toxigenicidade. Bioativos de nucleosídeos marinhos A esponja-do-mar até agora foi a melhor fonte de nucleosídeos. A porção heterocíclica do nucleosídeo marinho bioativa é uma pirimidina substituída (purina ou pirimidina) e a porção açúcar é composta pela D-arabinose, D-ribose ou

um açúcar substituído de xilose. Os nucleosídeos marinhos possuem ação antiviral, antineoplásica, vasodilatadora, relaxante muscular e hipertensiva. Alguns deles produziram bradicardia, e relaxam os músculos lisos. A atividade biológica dos arabinosídeos é a mais acentuada. O ara-A apresentou eficácia na terapia da ceratoconjuntivite herpética, da encefalite herpética e das infecções por varicela-zóster em pacientes imunossuprimidos. O ara-A pode ser considerado uma das melhores drogas antivirais. Diversos análogos de nucleosídeos marinhos bioativos foram sintetizados e avaliados em suas atividades, demonstrando que possuem elevada atividade antiviral, antineoplásica, antileishmaniose e antialérgica. Bioativos de alcaloides marinhos Mais de 75 alcaloides foram isolados das esponjas-do-mar e dos moluscos marinhos. Há pouca dúvida de que o número de substâncias isoladas irá aumentar no futuro próximo. Os alcaloides marinhos,

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particularmente com base no bromo ou cloro, têm características distintas em comparação aos alcaloides de origem terrestre. Há indícios que sugerem que alguns dos alcaloides marinhos sejam metabólitos de uma flora associada. Se considerarmos que a origem de inúmeros alcaloides é incerta, as tentativas da construção do sistema quimiotaxonômico baseado na análise secundária dos metabólitos devem ser vistas com cuidado. Embora inúmeros alcaloides marinhos indiquem uma elevada atividade antineoplásica e antiviral, uma droga final isolada dessa fonte é ainda muito distante. A biossíntese de alcaloides marinhos bioativos é muito singular e interessante, mas permanece inexplorada. Bioativos de peptídeos marinhos As atuais pesquisas por novos peptídeos investigam sua possível importância e uso medicinal. As algas verdes azuis (Cyanophyta) são rica fonte de peptídeos onde encontramos estrutura diversa e atividade biológica. Entre os animais marinhos, os peptídeos da esponja-do-mar são altamente modificados e acredita-se que sejam produzidos pela interação com microrganismos simbióticos. Inúmeros peptídeos bioativos identificados já foram sintetizados a exemplo do nazumamide A, empregado como droga antitrombina. A maioria dos peptídeos bioativos dos celenterados são neurotoxinas. Esses peptídeos apresentam um alto grau de sequências homólogas, e todos alteram a função dos canais de Na+ nas membranas excitáveis dos músculos e dos nervos. Essas toxinas são consideradas importantes nos testes dos canais de Na+ e das funções fisiológicas relativas. Diversos peptídeos foram isolados de ovas de ouriços-domar e possuem ação de estimulação respiratória. Bioativos de prostaglandinas marinhas As prostaglandinas (PGs) exercem papel regulador importante em muitas

funções celulares. As PGs são biossintetizadas a partir dos ácidos graxos poli-insaturados C20, e distribuídas em tecidos dos animais mamíferos. Ao contrário dos hormônios, as PGs não circulam no corpo nem são armazenadas nos tecidos. São sintetizadas localmente por demanda, executam função tecido-específica, e então são rapidamente inativadas por metabolismo enzimático. E já apresentam efeitos biológicos nas concentrações muito baixas. São também observadas em baixas concentrações no útero, pulmões, cérebro, íris, timos, pâncreas e rins. Os prostanoides marinhos são, assim, fonte rica para sintetizar prostaglandinas biológicas úteis e seus análogos. Os derivados das PGs são relatados igualmente em organismos marinhos, incluindo uma alga vermelha. Seu emprego medicinal vai desde a prevenção das úlceras gastroduodenais causadas por drogas antiinflamatórias não esteroidais, passando por ação antineoplásica, antiproliferativa e citotóxica em humanos, alcançando ação analgésica não opioide. Não obstante a biotecnologia marinha não ter despertado o interesse do público em geral ou a atenção das grandes companhias de produtos farmacêuticos, a busca

e identificação de bioativos têm se desenvolvido. E não só a partir de mergulhos em águas costeiras; a coleta de amostras em mar aberto e águas profundas, associada ao desenvolvimento de novos e melhores testes para material biológico têm colaborado para essa avalanche de descobertas e identificações de novos compostos. Existe um aspecto negativo nesse trabalho: esses compostos isolados são disponíveis por somente alguns minutos após sua colheita em diversos locais. Além disso, concorre que sua estrutura é complexa, sua conservação é muito difícil e quiçá impossível em meios naturais para o emprego direto em estudos clínicos. Nesse momento, a química de síntese pode ajudar a clínica, pois os produtos naturais marinhos podem frequentemente ser “copiados” pela síntese. Bem-sucedidas novidades em produtos “biomedicinais”, frutos da biotecnologia marinha poderão contornar os fatores que estão impedindo uma crescente aplicação e exploração comercial desses produtos; é certo que muito há de se fazer em pesquisa básica ou nas diversas fases de desenvolvimento clínico dos bioativos marinhos. r m é d i c o repórter | número 103

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O trabalho do psicólogo em regiões de conflito Por Nina Rahe

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“Hoje foi meu primeiro dia em Ruanda. Tivemos nossa primeira conversa sobre o plano de trabalho. Entrei na sala, encontrei Renata* e começamos a conversar. Eu disse que era importante ter um grupo etnicamente balanceado na reunião. Ela se levantou, fechou a porta, sentou-se novamente e passou a falar bem baixinho: ‘– Márcio, aqui não falamos sobre as diferenças étnicas desde o genocídio. É proibido por lei e as pessoas não revelam de qual etnia são.’ Ela contou que, à primeira vista, qualquer um pensa que o trauma foi superado, mas que, se prestar atenção, perceberá que o passado é muito presente.

O

governo simplesmente decreta que todos são um só povo, mas o coração não entende assim, pois carrega o trauma, a dor. Cita uma colega que teve TODOS da família mortos e hoje é obrigada a conviver com o assassino no bairro onde mora. Existe um sistema judicial tradicional, a Gacaca, que prevê para aqueles que confessam os crimes cometidos – e não são organizadores dos crimes – a pena mínima (como ocorreu nesse caso). Cerca de 60 mil pessoas estão nas cadeias (95% por conta do genocídio). Existem poucos crimes comuns em Ruanda, já que é um lugar extremamente pacífico.” Márcio Gagliato, psicólogo e mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), escreveu o relato acima quando iniciou suas atividades em Ruanda, em 2008. Desenvolvendo um trabalho na CARE Internacional, uma das mais antigas agências humanitárias de atuação global, ele atuou na região central e leste da África como coordenador de suporte psicossocial. Márcio já desen-

volveu projetos na periferia de São Paulo e em países como Estados Unidos, Tailândia e Timor-Leste. Recentemente esteve em regiões de conflito como Somália, Sudão, Congo, norte do Quênia, Ruanda e Etiópia, com foco em atenção psicossocial em experiências traumáticas. Na época do depoimento acima, o profissional estava em Ruanda atendendo um antigo pedido de apoio para atenuar as consequências e o trauma do genocídio de 1994. “Eu vi o horror! O genocídio realmente aconteceu. Vi o que a humanidade toda tem que ver e se envergonhar. Em menos de 24 horas, pessoas choraram comigo ao falarem sobre o genocídio. O genocídio está VIVO. Visitei hoje apenas um dos locais do genocídio: é uma igreja católica para onde as pessoas correram para se proteger como última esperança – a casa de Deus –, crendo que o sobrenatural pudesse se revelar e protegê-las da morte, mas não foi isso que aconteceu. Todos foram cruelmente assassinados e mais de 4 mil corpos foram aglomerados dentro da igreja. Ainda se veem os buracos de bala, a toalha do altar toda manchada m é d i c o repórter | número 103

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Assim como o Brasil, Timor foi uma experiência extraordinária e que me tocou muito. Foi ali que o humanitarismo internacional se tornou uma questão urgente e aberta para ser trabalhada

de sangue, centenas de milhares de crânios e ossos. Havia um túmulo com certo destaque. Perguntei o que era aquilo e disseram que era uma jovem que foi dezenas de vezes e por dezenas de homens violentada e que ao final foi morta de um jeito que não ouso contar”, relata Márcio por e-mail aos amigos e colegas psicólogos que o ajudavam a pensar a intervenção. O primeiro contato com a CARE foi em 2007 através de um programa de direitos humanos promovido pela Universidade de Colúmbia, em Nova York, no qual foi selecionado como primeiro representante da América Latina. O interesse em trabalhar com uma organização não governamental (ONG) de grande porte e atuação global tem na brasilidade suas raízes, pois foi no Brasil que Márcio iniciou sua atuação em projetos sociais, onde inclusive viveu situações de risco como ameaça de morte a ele e à equipe. Foi ainda nos tempos de estudante que ele fez o primeiro contato com o mundo humanitário internacional no Timor-Leste, no contexto de pós-guerra. “Assim como o Brasil, Timor foi uma experiência extraordinária e que me tocou muito. Foi ali que o humanitarismo internacional se tornou uma questão urgente e aberta para ser trabalhada”, conta. E foi nesse percurso que chegou à sede da CARE em Atlanta, nos Estados Unidos e depois acabou indo para o campo de trabalho propriamente dito, o escritório regional do centro-leste africano da CARE, no Quênia. Lá, era responsável pelo suporte psicossocial para nove países, entre eles, Somália, Sudão e República Democrática do Congo. O serviço prestado tinha enfoque no suporte psicológico aos trabalhadores humanitários nacionais e internacionais. Afinal, é preciso cuidar também de quem cuida. “Era responsável por dar suporte para nove países, mas na prática 90% do meu tempo se destinou ao atendimento de várias emergências como sequestros, assassinatos, acidentes etc. Metade do tempo viajava atendendo os países mais complicados da região, como Somália, Sudão, Ruanda, Etiópia e o próprio Quênia, isso quando o nível de segurança permitia. Na Somália, por exemplo, pelo menos cinco viagens minhas foram

canceladas na noite anterior ao embarque por conta dos riscos”, relata. Segundo ele, a Somália é hoje o país mais perigoso do mundo para o trabalhador humanitário, ultrapassando o Iraque e Afeganistão. “Diferente de outros países em crise, na Somália, o trabalhador humanitário é considerado um alvo político. Sua morte ou sequestro agrega valor aos objetivos de captação de recurso ou simplesmente de terrorismo. Somente em 2008, mais de 50 agentes humanitários foram assassinados na Somália, e o dobro disso ainda permanece sequestrado. Muitas regiões estão inacessíveis pelas ameaças da milícia Al-Shabab”, explica. As dificuldades em fornecer apoio psicológico aos trabalhadores humanitários eram muitas. Uma semana após a última viagem para o norte da Somália (região considerada relativamente segura se comparada com o restante do país), três carros-bombas explodiram simultaneamente na cidade em lugares estratégicos, matando mais de cem pessoas, entre funcionários nacionais e internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU). “Dá para imaginar a tensão a que os trabalhadores humanitários estão expostos. São muitas coisa juntas: temos deslocamento cultural, exposição a dilemas morais, culturais, doenças, e a maior dificuldade de todas que é a de testemunhar atrocidades naturais ou provocadas, além de sofrer ameaças diretas e constantes. Quando estive no Sudão, por exemplo, em uma única viagem peguei malária e febre tifoide de uma só vez e, para completar, fui roubado no último dia, perdendo laptop, dinheiro, telefone e tudo mais. Minha sorte foi que meu passaporte não estava comigo.” O psicólogo explica que não é somente ao trauma direto que o agente humanitário está sujeito. Ele, por ser testemunha do horror, se torna vítima de segunda onda do choque traumático: o trauma secundário. “Por testemunhar a dor de outros, o trabalhador humanitário pode sofrer o estresse pós-traumático, na mesma intensidade da vítima direta, mesmo que ele mesmo não tenha sofrido absolutamente nada diretamente”, explica. Seu trabalho nas agências humanitárias

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abrange duas dimensões: a intervenção clínica e a clínica social. A primeira acontece sob o contexto do atendimento do sofrimento psíquico, mas sob um setting nada convencional, atendendo quando, onde e como possível. “Já fiz atendimentos por telefone usando tradutores locais para atender um somali em surto numa remota região do centro-sul da Somália. Já atendi por e-mail e chat pessoas no Congo, sul do Sudão, Ruanda e até Etiópia.” Quando o deslocamento era possível, Márcio atendia individualmente e em grupos, procurando identificar as necessidades para propor intervenções adequadas, que podiam variar de cursos temáticos sobre resiliência ou estresse a conversas orientadas sobre os medos que afligem as pessoas, tentando abordar até aqueles não ditos sufocantes. Na sua experiência, boa parte da atuação era criar espaços de expressão, acolhimento e simbolização de sofrimento e perdas. No segundo caso, a intervenção clínico-social, ou clínico-política, trata-se de trazer a temática da subjetividade para a mesa de discussões dos projetos (ou desejos) de intervenções humanitárias, isto é, fazer a tematização da subjetividade, do laço social e do jogo simbólico, no e do trabalho humanitário. Para Márcio, é o aspecto de maior desafio e de maior importância. Para

ele, como qualquer instituição, as agências humanitárias não são neutras de valores, muitas vezes incompatíveis com sua finalidade. “Muitas vezes, as práticas estão encharcadas de valores do mundo corporativo que foram incorporados e que não se encaixam nas propostas do trabalho humanitário, configurando uma crise.” Segundo ele, essa atitude de consideração da subjetividade se torna um modo de constatar e denunciar mecanismos de controle e, assim, construir práticas de resistência às manipulações para que não se exclua ou silencie a dimensão subjetiva. Essa prática proposta se tornou uma modalidade de resistência que permite resgatar condições fundamentais do trabalho humanitário. Os problemas de atuação do psicólogo costumavam variar de um lugar para outro. No Sudão, o problema era com as doenças; em Ruanda, trabalhar com o trauma do genocídio poderia resultar até mesmo em cadeia; e no caso da Somália, era a insegurança. “Nunca a Somália passou por uma situação de absoluto caos e miséria como agora. Visitei um dos imensos campos de refugiados no norte da Somália, a maioria deles vinha da capital Mogadishu e do centro-sul da Somália.

Divulgação

Fotos tiradas nas passagens por Ruanda, Somália e Sudão

Márcio Gagliato, psicólogo e mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

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Os problemas de atuação do psicólogo costumavam variar de um lugar para outro. No Sudão, o problema era com as doenças; em Ruanda, trabalhar com o trauma do genocídio poderia resultar até mesmo em cadeia; e no caso da Somália, era a insegurança.

O pessoal do escritório central, responsável pela Somália e pelo sul do Sudão, está angustiado. Toda distribuição de comida foi interrompida desde umas duas semanas atrás quando a milícia Al-Shabab fez ameaças abertas às agências humanitárias. Isso significa que, agora, neste exato momento, centenas de milhares de pessoas não têm o que comer. Fui para a única região da Somália onde ainda é possível visita estrangeira, Hargeisa. O resto do país está mergulhado no caos e na violência indiscriminada. Fiz dois breves treinamentos sobre estresse e trauma. Minutos depois da apresentação, muitos locais vieram me procurar e então ouvi: ‘– Toda vez que fecho meus olhos e escuto qualquer barulho, penso que é tiro.’ Ou ainda outra: ‘– Estou aqui por um golpe de sorte, uma bala vinha em minha direção e alguém que por acaso passou na minha frente naquele exato momento levou o tiro e morreu no meu lugar... Agora vivo com medo em qualquer ambiente público. O que eu faço?’”, contou Márcio a amigos por e-mail na época da atuação. Outro desafio, segundo ele, foi o fato de termos interiorizado e naturalizado preconceitos em relação aos povos africanos. “Quando falamos na África, logo associamos com pobreza e ainda pensamos como se fosse uma coisa só, e mal percebemos que esta-

mos falando de um continente com 53 países, e cada país completamente diferente do outro, com incomensuráveis riquezas sociais, culturais e com muito a ensinar ao mundo.” Uma surpresa foi a diversidade cultural, que se tornou um grande desafio para Márcio, pois em uma semana estava na Etiópia e na semana seguinte já estava em Ruanda envolvido com o trauma do genocídio de 1994. “Não são tão distantes geograficamente falando, mas são dois mundos completamente diferentes, seja historicamente, seja culturalmente. Esse deslocamento foi, internamente, um exercício fatigante”, conclui. A experiência nesses países, de certa forma, fez com que Márcio passasse a valorizar as políticas públicas brasileiras. “Falta muito, é claro, mas temos muito de que nos orgulhar. O Brasil é um bom país, e referência em muitos setores nas políticas públicas, mas infelizmente só nos damos conta disso quando saímos daqui e vemos outros países em situações caóticas.” Após o retorno recente ao País, Márcio tem feito palestras em universidades e prestado consultorias. Decidiu permanecer aqui por algum tempo e contribuir com sua bagagem internacional em projetos no Brasil. r Email para contato: marcioscj@gmail.com * O nome foi alterado para preservar a fonte.

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Dr. José Mário Teles, presidente da Comissão de Defesa do Exercício Profissional da AMIB

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Medicina Intensiva carece de especialistas no Brasil por Nina Rahe

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) lançou a campanha “Orgulho de Ser Intensivista” em celebração ao Dia do Intensivista, comemorado em 10 de novembro. Desta vez, o slogan é “No passado, UTI era sinônimo de medo. Hoje é sinônimo de proteção”. A opção pela frase se deve à evidente necessidade de desmistificar a ideia de que os pacientes vão para a unidade de terapia intensiva (UTI) para morrer e, assim, afastar o medo da internação

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unidade é destinada para os doentes críticos ou aqueles que correm o risco de apresentar quadros mais graves. “Tento, na minha abordagem inicial, tirar da cabeça dos pacientes e familiares essa ideia de morte, porque a UTI é lugar de vida. Somente um de cada cinco (ou menos) é que vai morrer. Temos que ter uma relação de confiança para explicar todas as etapas de evolução. Em breve, espero que as pessoas vejam de forma diferente. Outro ponto importante que cria essa confusão é o encaminhamento de pacientes terminais sem indicação de UTI, onde não irão se beneficiar dos cuidados”, explica o Dr. José Mário Teles, presidente da Comissão de Defesa do Exercício Profissional da AMIB. O objetivo principal da campanha é valorizar o profissional que atua na Medicina Intensiva e conscientizar a população sobre o trabalho desse médico e de sua equipe, bem como a sua importância dentro da UTI. Na opinião do Dr. José Mário, existe pouco reconhecimento, principalmente porque a maioria da população leiga nem sabe o que significa a palavra “intensivista”, muito menos da

sua importância. “Os profissionais que encaminham pacientes para UTI conseguem identificar que os melhores cuidados são oferecidos por especialistas em Medicina Intensiva, mas seguramente não conhecem quais os trabalhos que demonstram os melhores desfechos para pacientes tratados por intensivistas. A própria literatura é confusa na definição do intensivista e os modelos de funcionamento da UTI no mundo são tão distintos que a interpretação dos dados pode ser difícil.” Segundo o médico, um dos intuitos da campanha “Orgulho de Ser Intensivista” é oferecer informações para essas duas populações (leiga e médica), com um texto de fácil compreensão e com as melhores evidências científicas. A terapia intensiva iniciou-se como atividade médica na década de 1950, com o suporte ventilatório prolongado proporcionado às vítimas da epidemia de poliomielite, na Escandinávia. A partir de 1960, com a ressuscitação cérebro-cardiorrespiratória, passou a constituir uma especialidade, a Medicina Intensiva. Em 1977, foi criada a Society of Critical Care Medicine nos EUA e, em 1980, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). m é d i c o repórter | setembro 2009

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Há estudos que indicam que uma UTI que conta com um médico intensivista qualificado, aquele que tem o título de especialista, apresenta menor tempo de internação, menor mortalidade e proporciona melhor qualidade de vida pósalta para o paciente

No Brasil, a Medicina Intensiva é especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM – Resolução nº 01/92). Mesmo assim, os números não são os mais animadores. Atualmente, há aproximadamente 29 mil leitos de UTIs (somando unidades para adultos, pediátricas, neonatais, para queimados e intermediárias), mas apenas 53% das unidades brasileiras contam com pelo menos um médico intensivista titulado. Segundo um levantamento recente da Subcomissão de Estudo e Avaliação das Necessidades de Médicos Especialistas no Brasil, instituída por portaria da Secretaria Superior de Educação/Ministério da Educação (SESU/MEC) e pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde/Ministério da Saúde (SGTES/MS), a Medicina Intensiva está entre as seis especialidades mais carentes de especialistas no Brasil. O documento apontou ainda desequilíbrios regionais na oferta de especialistas; novas necessidades decorrentes da transição sociodemográfica/epidemiológica; dificuldades no recrutamento de médicos especialistas; e distribuição inadequada de vagas de residência médica no País. De acordo com o estudo da subcomissão, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam os maiores índices, respectivamente, 2,42 e 2,18, de médicos da especialidade para cada grupo de 100 mil habitantes. O Norte e o Nordeste, por outro lado, apresentam até um médico por 100 mil habitantes, e o Sul, 1,41. De acordo com o Dr. José Mário, a falta de especialistas é justificada pela falta de perspectiva da profissão que o médico residente tem. “Ele acha que vai ser plantonista pelo resto da vida se escolher Medicina Intensiva e ninguém quer ser plantonista por muito tempo, trabalhando sábados, domingos e feriados. Outra coisa é que qualquer médico consegue dar plantão em UTI, sem precisar fazer residência em Medicina Intensiva. Não acho que o problema seja baixa remuneração. Proporcionalmente em relação às

outras especialidades estamos melhores e a impressão é que, se aumentarmos o valor do plantão, não vamos conseguir mais candidatos.” Dentro desse cenário, a AMIB, que faz parte do grupo do estudo da subcomissão, tem como uma de suas prioridades reverter a situação. Em uma reunião recente no Ministério da Saúde, apresentou uma proposta para o enfrentamento das necessidades apontadas no estudo, como aumentar e melhorar a formação do médico intensivista e sua fixação no mercado de trabalho. A estratégia é baseada em quatro pontos fundamentais: ampliação da formação por meio da residência médica em Medicina Intensiva oferecendo, além do programa de quatro anos (dois anos de pré-requisito e dois anos na especialidade), um programa de três anos com entrada direta; uma remuneração extra para os residentes de Medicina Intensiva; um financiamento para a reestruturação das UTIs, que hoje são campos de formação, mas estão com seus recursos materiais aquém dos necessários para uma boa formação; e uma remuneração para o diarista intensivista dos hospitais públicos, acoplados com um plano de cargos e carreira. “Estamos em pleno crescimento do número de leitos de UTI em todo o Brasil, caso tenhamos mais especialistas com residência, teremos mais diaristas e coordenadores de unidades. Temos falta de pessoas capacitadas para serem instrutoras em cursos, onde a remuneração é bem mais alta do que qualquer plantão, consultoria especializada para empresas, governo etc. Existem inúmeras oportunidades para viver da profissão, além de ser plantonista. Mas tem que se dedicar a elas. Não é possível crescer na profissão fazendo apenas o plantão de UTI como complementação de renda”, argumenta o Dr. José Mário. Há estudos que indicam que uma UTI que conta com um médico intensivista qualificado, aquele que tem o título de especialista, apresenta menor tempo de internação, menor mortalidade e propor-

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ciona melhor qualidade de vida pós-alta para o paciente, que volta mais rápido ao trabalho, com melhor preservação de suas atividades neurológicas. Em contrapartida, uma UTI sem profissionais capacitados tende a apresentar gastos maiores e menor resolutividade, acarretando taxas mais baixas de sobrevida e maior mortalidade. No último Fórum de Defesa do Exercício Profissional em Medicina Intensiva, realizado em abril de 2009, em São Paulo, foram identificados os principais

problemas que afetam a especialidade. Entre eles, estão: a falta de uma legislação adequada que regulamente o funcionamento técnico das UTIs e de boas condições de trabalho; a baixa remuneração; a alta carga de trabalho; a perspectiva de uma profissão feita em plantões; as longas jornadas de trabalho; e, por fim, a falta de profissionais capacitados. Em relação ao estresse provocado pela alta carga de trabalho e pelos fatores emocionais por conta dos pro-

blemas apresentados pelos pacientes, o Dr. José Mário afirma que a melhor forma de lidar é discutindo tais problemas em reuniões interdisciplinares, nas quais o objetivo não é administrativo ou científico e sim de ouvir as questões de sofrimento psíquico desses profissionais diante da sua rotina de trabalho. “Normalmente o serviço de psicologia é que coordena essas reuniões, mas elas podem ser dirigidas pelos coordenadores da unidade ou de enfermagem. Esse ambiente criado dá o suporte necessário para que o profissional consiga enfrentar os casos mais difíceis. Estamos acostumados a lidar com a morte, mas um momento para desabafar, ouvir o outro colega falar sobre o que sente, faz com que o apoio social seja visto como fundamental”, explica. Ainda segundo ele, embora o ambiente da UTI seja, de maneira geral, muito harmonioso pela integração entre as equipes. “Precisamos trabalhar como um time unido, mas com certeza o estresse prolongado, que leva à síndrome de Burnout, a qual envolve três dimensões: a exaustão emocional, a despersonificação e a ineficácia, é a situação que deve ser combatida. Os coordenadores devem estar atentos para aqueles profissionais que estão fazendo longas jornadas de trabalho, que não se dedicam ao lazer, a sua família, aos esportes. Todas essas atividades são protetoras para que o intensivista tenha uma boa saúde mental. Quando os profissionais têm controle do que estão fazendo, porque tiveram uma boa formação e a demanda do trabalho não é superior a sua capacidade de atendimento, também não há estresse. Pequenos conflitos podem ocorrer, mas são resolvidos sem maiores problemas.” Após as ações de comemoração do Dia do Intensivista, em outubro, acontecerá o 14º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, maior evento da especialidade na América Latina, que será realizado em São Paulo (SP), de 11 a 14 de novembro. r m é d i c o repórter | setembro 2009

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Livro resgata aspectos históricos e a evolução dos métodos da anticoncepção Resgatar aspectos históricos da anticoncepção e entender a evolução dos métodos através dos tempos. Essa é a proposta do livro História da Anticoncepção, lançado pela editora Casa Leitura Médica. Quatro renomados ginecologistas mostram um panorama da anticoncepção ao longo dos séculos. A obra, além de contribuir para o aprimoramento cultural e técnico do ginecologista, atinge também o público leigo por ser uma leitura fácil. Dividido em três partes, o livro contempla considerações históricas sobre a anticoncepção desde a civilização egípcia até o século 20; discute os diferentes métodos anticonceptivos; e, por fim, os autores discorrem sobre a história da interrupção da gravidez, infanticídio e esterilizações feminina e masculina. Autores: Angela Maggio da Fonseca, professora associada e livre-docente em Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo; Wilson Maça Yuki Arie, doutor em Ginecologia pela Universidade de São Paulo; Vicente Renato Bagnoli, professor associado e livre-docente em Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo; Edmundo Chada Baracat, professor titular de Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

História da Anticoncepção Editora: Casa Leitura Médica Preço: R$ 50,00

Psiquiatra aponta em livro que toda criança é um gênio em potencial Inspirado no trabalho de Glenn Doman, fundador do Instituto para o Desenvolvimento do Potencial Humano, o psiquiatra Dr. José Angelo Gaiarsa, em seu livro Educação Familiar e Escolar para o Terceiro Milênio (Editora Ágora), contrapõe-se à ideia de que o indivíduo nasce com aptidões mínimas de aprendizado, estando pronto somente por volta dos 4 ou 5 anos para frequentar a escola. A principal conclusão do livro é que toda criança é um gênio em potencial, portanto, a escola e a família deveriam repensar as bases da educação, oferecendo aos indivíduos na infância a oportunidade de desenvolver completamente suas capacidades. Para o autor, usar as potencialidades do cérebro corretamente possibilita um desenvolvimento integral do ser humano, que estará mais bem adaptado ao dinamismo dos novos tempos. Pela publicação, o psiquiatra recebeu a Estatueta com Pedestal – prêmio oferecido anualmente pela Academia Internacional para o Desenvolvimento do Cérebro Infantil a uma personalidade de destaque mundial na área de valorização e desenvolvimento do ser humano.

Educação Familiar e Escolar para o Terceiro Milênio Editora: Ágora Preço: R$ 57,40

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O conforto é o reflexo da ciência. Quando se trata de conforto, a solução OPTI-FREE® REPLENISH® SDMP é a sua melhor opção.1 • É a única solução Multi-Propósito com dupla desinfecção biocompatível e mínima coloração corneana.2 • Capacidade de limpeza clinicamente comprovada.3 • Exclusivo sistema de recondicionamento TearGlyde®, que prolonga a hidratação das lentes.4,5

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Outubro/2009

Reg. ANVISA nº 80147540148

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Pesquisa inédita da SBC revela comprometimento pulmonar por poluição A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou recentemente os resultados de um levantamento feito durante o Dia Mundial do Meio Ambiente, sobre o comprometimento pulmonar em pessoas não fumantes. A pesquisa foi realizada com 228 pessoas que passaram pela tenda da SBC, montada no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), no último dia 5 de junho. De acordo com o trabalho, 4% das pessoas que fizeram o teste de monóxido de carbono e declararam não fumar apresentaram um índice de comprometimento pulmonar semelhante ao de um tabagista, devido à poluição. O levantamento constatou que 20% das pessoas que se declararam não fumantes apresentaram resultado negativo para a presença de monóxido de carbono nas hemoglobinas, sendo que 76% tiveram registrada alguma presença de monóxido de carbono, mas de uma forma baixa, sem risco de doenças cardiovasculares. Para a SBC, a poluição ambiental se tornou um fator de risco, que contribui para os eventos cardíacos da mesma forma

Cursos avançados para o Nordeste Com o objetivo de levar informação de ponta para colegas de áreas mais remotas que atuam no sistema público de saúde da Região Nordeste, o Instituto SírioLibanês de Ensino e Pesquisa promoveu dois Cursos Intensivos Avançados de Mastologia; um em Aracaju (SE) e outro em Maceió (AL). Os eventos foram desenvolvidos sob a coordenação do Núcleo de Mastologia e do Centro de Oncologia do Hospital SírioLibanês (HSL), contando ainda com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe e da Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Entre os assuntos abordados em Aracajú estavam as mastites crônicas, fatores de risco para o câncer de mama, terapia redutora de risco, radioterapia intraoperatória em dose única, além de estudos de casos clínicos. Já em Maceió, o programa abordou os princípios da cirurgia oncoplástica, bases moleculares da quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo e o tratamento atual do câncer metastático, entre outros assuntos.

que o fumo, a obesidade e o excesso de colesterol no sangue. A preocupação dos cardiologistas com a poluição ambiental levou a entidade a promover, no último dia 14 de setembro, o Fórum de Discussão sobre as Doenças Cardiovasculares e o Meio Ambiente, com a presença de renomados especialistas no assunto e convidados internacionais como o professor norte-americano John Godleski, do Departamento de Saúde Ambiental da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. Também foram convidados para o evento o embaixador Rubens Ricupero, que tem vivência internacional nas discussões sobre o problema, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, e representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Petrobras, Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente.

Bolsas para estudantes da Santa Casa Dois estudantes do sexto ano do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) receberam bolsas de estudos para a Universidade de Miami. As bolsas “Tide Setúbal”, concedidas dentro do Programa Pesquisadores do Futuro, incluem passagem aérea, estadia, transporte, seguro viagem e ainda uma taxa para subsistência. Os alunos beneficiados foram Carlos André Minanni e Valquíria Garcia Diniz. O patrocinador foi o pediatra José Luiz Egídio Setúbal, ex-aluno da Faculdade da Santa Casa e filho de Tide Setúbal. As bolsas indiretamente beneficiam todos os estudantes da faculdade, já que o critério para escolha dos alunos é o desempenho curricular. Assim, todos os estudantes buscam melhorar seu aproveitamento, o que cria uma competição positiva.

Apoio para o fumante paulista Agora o Programa de Saúde da Família (PSF) de São Paulo atenderá também o fumante paulista. A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que as 3,1 mil equipes que realizam atendimento de porta em porta no controle de problemas básicos como hipertensão e diabetes, serão treinadas para oferecer auxílio aos tabagistas. Além disso, o trabalho das equipes de saúde da família nos centros urbanos ganhará um reforço de US$ 166,9 milhões a partir deste mês. O Ministério da Saúde e o Banco Mundial firmaram um contrato de financiamento relativo à segunda etapa do Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (PROESF). O objetivo é ampliar o acesso à atenção primária nessas regiões, com o desenvolvimento da Estratégia Saúde da Família, que está voltada às ações de prevenção de doenças, promoção da saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação.

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Recorde de medicamentos cados MS e Sírio-Libanês formam 860 especialistas falsifi Este ano o Brasil registrou um recorde de apreensões de remédios em Gestão para SUS falsificados. Somente no primeiro O Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês firmaram uma parceria para formar 860 especialistas em Gestão da Clínica nas Redes de Atenção do Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais qualificados atuarão em todos os níveis de atenção à saúde, desde as medidas preventivas nos postos de saúde até os tratamentos mais especializados, e também apoiarão projetos de reestruturação dos serviços de 86 redes de atenção no Brasil. Com investimento de R$ 10 milhões, a proposta da parceria é melhorar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes, difundir conhecimentos em gestão da clínica e melhorar a qualidade da relação entre profissionais de saúde e usuários do SUS. Entre os ensinamentos do curso está o emprego da auditoria clínica. Quando houver uma morte ou complicação inesperada, os profissionais estudarão o caso para evitar problemas semelhantes no futuro. Essa orientação já existe para casos de mortalidade materna e infantil. A ideia é que seja usada em outros momentos. O curso de especialização tem 360 horas/aula e está organizado em quatro encontros presenciais (cada um com três dias de duração), encontros regionais e períodos de educação a distância. Ao final da pós-graduação, os estudantes desenvolverão um projeto com foco na gestão da clínica a ser aplicado nas redes em que atuam, levando em conta as especificidades de cada região. A seleção dos 860 alunos foi realizada pela Secretaria de Estado da Saúde, pelos Conselhos Estaduais de Secretários Municipais de Saúde e pelos Colegiados de Gestão Regional. Além desses, outros 86 profissionais capacitados anteriormente atuarão como facilitadores, nas turmas divididas em grupos de dez alunos.

Novas regras para as bulas Uma portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicada no Diário Oficial da União no último dia 9 de setembro, estabelece novas regras para tornar mais claras as informações referentes à quantidade, características, composição, qualidade e preço disponibilizadas nas bulas dos medicamentos. A principal norma diz respeito ao tamanho das letras e dos espaçamentos usados nas bulas, que passam a ser maiores. Os textos também terão informações mais claras, linguagem objetiva e conteúdos padronizados. A ANVISA definiu, ainda, formas de acesso aos textos dos medicamentos para deficientes visuais. Segundo a agência, as bulas serão disponibilizadas numa linguagem técnica – para médicos e profissionais de saúde – e em texto mais simples, com informações mais didáticas voltadas aos pacientes. A bula do paciente continuará dentro da caixa do remédio, enquanto a dos médicos será eletrônica, disponível no site de ANVISA – mas os pacientes também poderão acessá-la.

semestre, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Polícia Federal recolheram 316 toneladas desses medicamentos. No ano passado inteiro foram apreendidas 45,5 toneladas. A maior parte dos lotes de remédios apreendidos é de produtos contra disfunção erétil, analgésicos e antiinflamatórios. A comercialização, que até então era feita por camelôs e pela internet, passou também para as farmácias. O Conselho Regional de Farmácia do Estado (CRF-SP) afirma já ter aberto processos éticos contra farmacêuticos flagrados na venda de remédios falsos. Para tentar conter a venda dos falsos medicamentos foi colocado em teste um sistema de rastreamento, numa parceria da ANVISA com o setor farmacêutico – um mesmo código trará o nome do laboratório, a distribuidora para a qual o remédio foi vendido e para qual farmácia foi repassado. Nas fiscalizações realizadas neste ano foram fechados 81 locais que fabricavam remédios falsos. A lista dos produtos sem registro é grande e apresenta diversos fitoterápicos. Entre os produtos falsificados, os mais encontrados são os medicamentos voltados para disfunção erétil (Viagra e Cialis). Já o Cytotec é trazido com frequência do Paraguai. Desta vez até o Tamiflu entrou na pauta dos falsificadores.

Tabagismo preocupa futuros médicos O tabagismo é uma das maiores preocupações dos estudantes de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Tanto que eles resolveram incluir perguntas e informações sobre tabagismo na primeira consulta com seus doentes. A informação levantada pelos alunos do primeiro ao sexto ano impressiona. Segundo eles, apenas 55% dos docentes do curso de Medicina que têm contato com pacientes os questionam sobre o tabagismo e os orientam a abandonar o vício. A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Educação Médica, foi feita com base na proposta das faculdades norte-americanas, que querem que o tabagismo seja incluído como uma cadeira específica, nas faculdades de Medicina. O trabalho “Estudo do Nível de Inclusão da Problemática do Tabagismo no Currículo da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo” foi feito com 80 professores do curso de Medicina, 20 docentes de Enfermagem, 120 alunos de graduação em Medicina e 25 alunos de graduação em Enfermagem. m é d i c o repórter | número 103

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Pílula de tomate para o coração Durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, um laboratório de biotecnologia de Cambridge, na Grã-Bretanha, apresentou uma nova pílula com benefícios antioxidantes típicos da dieta mediterrânea, que pode ser uma solução para fortalecer o coração. A cápsula do remédio Ateronon tem como principal ingrediente o licopeno do tomate. Os cientistas envolvidos no desenvolvimento da pílula conseguiram reduzir o tamanho das moléculas de licopeno para que sejam absorvidas pelo organismo com mais facilidade. Até agora, segundo os pesquisadores, os testes para comprovar e investigar as propriedades dessa pílula, realizados em 150 pacientes de doenças cardíacas, foram promissores. Os estudos mostraram que, além de prevenir o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, em oito semanas o tratamento desfaz a gordura já acumulada.

Academia Brasileira de Neurologia realiza Simpósio Euro-Brasileiro O simpósio vai reunir médicos europeus e brasileiros para discutir temas científicos na área de Neurologia, como neuropatias periféricas, esclerose múltipla, Parkinson e doença vascular cerebral. Sete convidados internacionais já estão confirmados, são eles: Andreas Steck (Suíça), Giancarlo Comi (Itália), Gérard Said (França), Heinz Reichmann (Alemanha), José Ferro (Portugal), Martin Brown (Inglaterra) e Violaine Planté-Bordeneuve (França). Além dos debates abertos para a plateia, o evento contará com uma exposição sobre novas tecnologias, medicamentos, instrumental e publicações na área. O simpósio será realizado nos dias 27 e 28 de novembro, no Hotel Windsor Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e as inscrições já podem ser feitas pelo site www.interevent.com.br.

Biossegurança no Brasil não é suficiente Durante o 6º Congresso Brasileiro de Biossegurança, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no mês de setembro, Leila Oda, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e presidente do Grupo Internacional de Biossegurança (IBWG), afirmou que o cuidado que os laboratórios brasileiros têm com a biosseguridade é insuficiente e representa um risco para o próprio País e para o mundo. Segundo ela, de acordo com agências de inteligência internacionais, pode haver um ataque terrorista com armas biológicas de proporções alarmantes. Para a pesquisadora, um dos problemas é que os laboratórios brasileiros permitem a entrada indiscriminada de alunos sem avaliar os antecedentes criminais ou as propensões psicológicas desses alunos. Além disso, acredita que o material biológico perigoso costuma ser dispensado sem cuidados especiais. Foi dado o exemplo do Reino Unido, onde ocorreram casos de febre aftosa em consequência de contaminação de animais por material dispensado indevidamente; e do Brasil, com o manejo da ricina, que é um resíduo da produção de energia através da mamona – substância altamente letal que não pode ser queimada, porque libera gases nocivos no ar. Desde os ataques terroristas com antrax, em 2001, vários países aumentaram a biossegurança para tentar impedir que indivíduos de perfil criminoso tenham acesso a material biológico potencialmente letal.

Novo Código de Ética Médica fica pronto O novo Código de Ética Médica – manual para orientar os médicos sobre o que podem ou não fazer no exercício da profissão – tem como objetivo atualizar as informações sobre os deveres dos profissionais e, também, os direitos dos médicos. Uma das alterações é em relação à autonomia do paciente – só poderá ser tratado se der consentimento por escrito. Sobre os direitos dos médicos, o novo código aborda seu papel como agente social para garantir mais qualidade no atendimento do sistema público de saúde. O código de ética atual está em vigor há mais de 20 anos.

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Instituto de Saúde oferece cursos gratuitos de aperfeiçoamento e 35º Congresso atualização para os trabalhadores do SUS Brasileiro de A série CurSUS promovida pelo Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Endoscopia Digestiva Saúde de São Paulo terá oito cursos de curta duração para que profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) atualizem seus conhecimentos. terá curso interativo Os cursos oferecidos são: Promovendo e incentivando a amamentação em um Hospital Amigo da Criança: um curso de 20 horas; Aconselhamento em de atualização de alimentação de lactantes e crianças de primeira infância: um curso integrado; Fortalecendo e sustentando a iniciativa Hospital Amigo da Criança: um curso procedimentos ao vivo para gestores; Iniquidades em Saúde; Práticas integrativas e complementares em saúde, medicina tradicional e medicina tradicional chinesa; Desenvolvimento científico e tecnológico em dermatoses para as ações dos trabalhadores do SUS; Curso de avaliação das práticas de alimentação infantil em campanhas de vacinação; e A saúde pública e seu compromisso com a efetivação da garantia de direitos de crianças e adolescentes. As datas de início variam de acordo com o curso e as inscrições devem ser feitas on-line, na página do Instituto de Saúde: http://www.isaude.sp.gov.br Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3293-2273 / 2243 ou pelo e-mail cursos@isaude.sp.gov.br

Movimento Outubro Rosa alerta para o diagnóstico do câncer de mama Durante outubro, mês mundial da luta contra o câncer, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Shopping Iguatemi, em São Paulo, além de outros monumentos públicos e edifícios privados de várias capitais brasileiras estarão iluminados de rosa para alertar a sociedade e gerar discussão sobre o diagnóstico precoce e a importância do exame de mamografia. O “Outubro Rosa – Mulher Consciente na Luta contra Câncer de Mama”, realizado pela Roche com o apoio da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), surgiu a partir da ação homônima criada nos Estados Unidos, na Califórnia, em 1997, que foi marcada pela iluminação de monumentos históricos com luzes rosa. Além da iluminação dos monumentos, o movimento realizará um tour por todo o País com o “Rosamóvel”. O carro é um espaço itinerante com conteúdo informativo sobre a doença e sobre a importância da realização do exame de mamografia, como o exame de prevenção. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Porto Alegre (RS) e Brasília, as voluntárias do “Rosamóvel” abordarão o público e prestarão um serviço à população. O itinerário completo do “Rosamóvel” e a Revista Mulher Consciente estarão disponíveis no Portal Mulher Consciente (www.mulherconsciente.com.br)

Acontece entre os dias 24 e 28 de outubro, em Salvador (BA), o 35º Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva. Com o tema “Neoplasias precoces do sistema digestório”, o evento vai discutir as aplicações das novas tecnologias, a detecção de todo tipo de câncer e os limites do endoscopista, assim como formas de diagnósticos e terapêuticas mais eficientes. Promovido pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), o congresso terá mesas-redondas, oficinas de aprendizado e cursos hands-on para promover o intercâmbio de conhecimento médico. Terá atividades que permitirão aos participantes vivenciar procedimentos endoscópicos, ao vivo. Especialistas nacionais e internacionais transmitirão, de quatro salas de procedimentos diagnósticos e terapêuticos, suas atividades, como a colocação de prótese em esôfago. Entre os temas discutidos estarão: neoplasia precoce do estômago, abordagem atual no sangramento de varizes gástricas e esofágicas, novas tecnologias de imagem, rastreamento do carcinoma colorretal, hepatite autoimune, utilização do plasma de argônio, próteses do trato gastrointestinal e obesidade mórbida. 35º Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva Data: 24 a 28 de outubro de 2009 Local: Centro de Convenções da Bahia – Salvador Mais informações: www.endoscopia2009. com.br

Número de transplantes no País cresce 24% em seis meses Os transplantes de órgãos no País com doador falecido subiram 24,3% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2008, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Foram 2.099 cirurgias realizadas em 2009, contra 1.688 no ano passado. Os órgãos mais transplantados foram rim, com 30,28% do total, e fígado, com 23,17%. Em contrapartida, houve queda de 15,38% nos transplantes de pulmão, de 2,33% nos de córneas e de 2,04% nos de coração. Com 988 transplantes realizados – cerca de 50% mais do que no primeiro semestre de 2008 –, o Estado de São Paulo registrou o maior índice de crescimento do Brasil. m é d i c o repórter | número 103

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Médicos intensivistas discutem a evolução dos tratamentos em UTI e o conceito de humanização De 11 a 14 de novembro, no Palácio das Convenções do Anhembi & Holiday Inn Parque Anhembi, em São Paulo (SP), acontecerá o 14º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, promovido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). O evento reunirá os mais importantes profissionais de Medicina Intensiva do País e renomados representantes das principais instituições de saúde do mundo. Antes do evento principal, o congressista poderá também se inscrever nos cursos pré-congresso que acontecerão nos dias 7, 8, 10 e 11 de novembro. Outra grande novidade é a sessão de “Hot Topics”, que trará convidados internacionais com seus estudos inéditos, vindos dos Estados Unidos, França, Itália e Canadá. Temas como terminalidade, eutanásia, infecção generalizada, cuidados na H1N1, delírio, humanização e qualidade e segurança nas unidades de terapia intensiva (UTIs) serão apresentados durante os quatro dias do evento. Informações e inscrições antecipadas pelo telefone: (11) 5042.1616 ou site: www.cbmi.com.br.

Hospital das Clínicas ganha aparelho de eletromiografia A Unidade de Eletromiografia da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) ganha mais um aparelho de eletromiografia – totalizando cinco – e, com isso, aumenta em 25% a capacidade para o atendimento de pacientes com suspeita de anormalidade funcional do sistema nervoso periférico. O exame de eletromiografia permite uma análise funcional das lesões do sistema nervoso periférico, fornecendo um diagnóstico topográfico e quantitativo, com importante implicação terapêutica medicamentosa ou cirúrgica reparadora. Com a doação – uma parceria entre a Clínica Neurológica do HC e o Laboratório SanofiAventis – será possível realizar 400 procedimentos/mês, 80 a mais que os oferecidos pela clínica atualmente. O processo consiste na introdução de agulha com um eletrodo através da pele até o músculo. As correntes elétricas geradas são exibidas em um osciloscópio e podem ser ouvidas por meio de um alto-falante. O formato da onda produzida indica informações sobre a habilidade que o músculo possui de responder ao estímulo nervoso. E, assim, será possível o diagnóstico de neuropatias, miopatias, radiculopatias, distúrbios da junção neuromuscular e moléstias degenerativas crônicas da ponta anterior da medula.

Crianças com obesidade abdominal têm maior risco de problemas cardíacos A obesidade abdominal é um risco para a saúde cardíaca não apenas dos adultos, mas também das crianças, segundo estudo americano publicado no International Journal of Pediatric Obesity. De acordo com os autores, a obesidade abdominal está associada a um menor nível de colesterol “bom” (HDL), maior nível de triglicérides e maior resistência à insulina – fator de risco para o diabetes. Avaliando 188 crianças obesas aparentemente saudáveis com idades entre 7 e 11 anos, os pesquisadores descobriram que, comparadas a crianças com menor circunferência da cintura, aquelas com maior obesidade abdominal eram 27 vezes mais propensas a se tornarem severamente obesas, tinham 3,6 vezes mais chances de ter baixos níveis de “bom” colesterol, três vezes mais probabilidade de ter taxa de triglicérides alta, e 3,7 vezes maior risco de ter altos níveis de insulina de jejum. Para essas crianças, os autores recomendam mudanças no estilo de vida, adotando uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas.

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Diagnóstico de apendicite aguda é feito por história e exame clínico Pesquisa cubana mostra que o diagnóstico clínico continua sendo o método mais importante para o médico identificar a apendicite aguda e salvar vidas. Esse é o resultado de pesquisa publicada em artigo da ultima edição (julho a setembro de 2009) da Revista Cubana de Cirurgia. No estudo, o Dr. Zenén Rodríguez Fernández, cirurgião geral e professor do Hospital Provincial Docente Saturnino Lora, em Santiago de Cuba, investigou prospectivamente 560 pacientes operados, que tiveram alta com o diagnóstico histopatológico de apendicite aguda estabelecido. De acordo com o artigo, “entre os resultados mais importantes obtidos, sobressaíram o predomínio do quadro em homens jovens com média de idade de 25,5 anos e a predominância de diagnóstico clínico”. Além disso, os pacientes que ficaram mais tempo internados foram aqueles que tiveram algum tipo de complicação, como as variedades gangrenosa e perfurada da apendicite. “Entre os óbitos, foram detectadas as formas histopatológicas mais graves, que atingiram mais idosos com manifestações atípicas da doença”, diz o texto. O Dr. Fernández reforça, no trabalho, que o método clínico “continua tendo uma importância capital, pois é através do mesmo que os profi ssionais podem diagnosticar de forma precoce a apendicite e reduzir o tempo de pósoperatório”.

Maioria de casos de câncer colorretal é diagnosticada em fase avançada Uma pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, baseada em dados da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), aponta que 55% dos casos de câncer do cólon e do reto diagnosticados no Estado são detectados nas fases mais avançadas da doença. A partir de dados obtidos junto ao Registro Hospitalar de Câncer (RHC)– que armazena informações dos casos de câncer diagnosticados e tratados em um grupo de hospitais públicos do Estado –, foram analisados 2.636 casos novos de câncer colorretal em 2007, número que corresponde a 6,9% do total de casos de câncer computados no RHC. A faixa etária com mais de 50 anos foi responsável por 81,3% dos registros. Os números apontam que apenas 13% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados na fase 1; São 32% dos registros são detectados no nível clínico 3 e outros 23%, no nível 4 da doença.

USP testa novo medicamento contra câncer cerebral Cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) testam uma nova droga contra o glioma. Os resultados obtidos através de testes em ratos mostraram que o lipídio extraído de óleos vegetais, principalmente o da prímula, diminui o tamanho e a quantidade de vasos sanguíneos do tumor, o que pode enfraquecê-lo. Os pesquisadores esperam que, ao reduzir sua extensão, a cirurgia de remoção seja mais eficaz. Atualmente, a operação surte pouco efeito porque o glioma cresce rapidamente e não responde bem aos tratamentos de quimioterapia ou radioterapia.

Osteoporose atinge igualmente homens e mulheres O Instituto Ortopedia & Saúde realizou pesquisa para descobrir a incidência da doença entre homens e mulheres. Segundo o estudo, feito com 250 homens e 250 mulheres, a ocorrência da osteoporose no fêmur é de 15% entre os homens e de 18% nas mulheres. Os índices de ocorrência da doença na coluna são de 35% e 43%, respectivamente. A pesquisa mostrou que no primeiro estágio da doença (osteopenia) os homens superam as mulheres quando o mal acomete a coluna (50% e 43%). Segundo a pesquisa, os exames preventivos são ignorados pelos homens: 80% dos 250 entrevistados mediram pela primeira vez a densidade óssea durante o estudo. Entre as mulheres, somente 18% estavam na mesma situação.

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Avanços na busca por uma vacina contra aids Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco anunciaram um avanço na busca para uma vacina terapêutica contra o HIV. O grupo identificou genes capazes de reforçar a imunidade do organismo, após a análise de genoma de soropositivos vacinados em um teste. A pesquisa teve origem em 2001, quando alguns voluntários no ensaio clínico da vacina experimental tiveram redução de carga viral de até 80%. Segundo os integrantes da equipe, a explicação para o resultado é a presença de dois genes que codificam proteínas de células dendríticas do sistema imune. Nas pessoas com baixa produção proteica desses genes, o resultado da vacina foi fraco. O imunizante, que não previne infecção, é uma opção ao tratamento com coquetéis antivirais, que são responsáveis por inúmeros efeitos colaterais.

Instituto seleciona voluntários para tratamento de depressão O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) seleciona voluntários com depressão e sem distúrbio bipolar para participar de tratamento e projeto de pesquisa, que procura saber se o aumento do mineral selênio no sangue ajuda a tratar depressão. Os voluntários passarão por uma triagem por telefone. Depois, serão examinados por um psiquiatra e vão receber antidepressivos comuns. Caso não apresentem melhora, depois de dois meses receberão antidepressivos e cápsulas de selênio. Os voluntários devem ter de 18 a 65 anos. Triagens devem ser agendadas pelo telefone (11) 3069-7804 ou e-mail apgarini@hotmail.com.

Pesquisa traça perfil dos pacientes de psoríase O primeiro levantamento epidemiológico sobre a psoríase no Brasil revela que os portadores são predominantemente mulheres (56%), têm idade média de 43 anos e apresentam o problema há mais de dez anos (43%). A pesquisa se baseia em questionários respondidos por 687 pacientes entre 2003 e 2009. Desses, 77% afirmam que a doença prejudica sua qualidade de vida e 51% evitam certas atividades por conta dela, como ir à praia. Do total, 18% já foram afastados do trabalho.

8º Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar acontece em novembro O Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) promoverá em novembro o 8º Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar (CIAD 2009), no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, nos dias 6, 7 e 8 de novembro. Durante o evento, palestras, mesas-redondas e painéis dissertarão sobre os cuidados domiciliares e paliativos na infância, na vida adulta e na velhice. O evento, aprovado pela Comissão Nacional de Acreditação da Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina, tem pontuação para títulos nas especialidades: Geriatria, Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica e Pediatria. A conferência de abertura abordará o assunto “Cuidados fotografados: perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo”, por André François, fotógrafo profissional ganhador do Prêmio Fundação Conrad Wessel 2009.

Número de prematuros cresce 27% Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que o número de nascimentos de bebês prematuros no Brasil cresceu 27% em dez anos (entre 1997 e 2006), saltando de 153.333 (5,3% do total de nascimentos) para 194.783 (6,7% do total). Apesar de o aumento anual parecer discreto, o crescimento dos casos é contínuo em todo o mundo. No entanto, os especialistas afirmam que os dados do Brasil ainda são subnotificados. Por isso, um estudo será iniciado no País. Nele serão avaliadas cerca de 14 mil crianças (em Ribeirão Preto e em São Luiz, no Maranhão) para descobrir se fatores como poluição, estresse, violência social e doméstica e infecções podem causar prematuridade.

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O tratamento A mais nova evolução no tratamento da asma. 400 mcg

400 mcg

30 CAPS. + INALADOR

30 CAPS. REFIL

200 mcg 30 CAPS. + INALADOR

Ação antiinflamatória máxima2,4

200 mcg

Mínimos efeitos colaterais*,2,5,7-9

Potencializa a capacidade pulmonar2,3,6

Maximiza índices de qualidade de vida10-11

da ASMA

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30 CAPS. REFIL

Apresentações com inalador e refil - maior economia e praticidade para o paciente. * em relação ao impacto na função do eixo HPA.

CONTRAINDICAÇÕES: contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao furoato de mometasona ou à lactose. Houve relatos de casos de reação alérgica, edema facial, urticária, hipersensibilidade e aperto na garganta. A terapia com OXIMAX® é contraindicada no tratamento primário do estado asmático ou outros episódios agudos de asma nos quais há necessidade de medidas intensivas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A coadministração de OXIMAX® com o cetoconazol, um potente inibidor da enzima CYP3A4, pode aumentar os níveis plasmáticos de furoato de mometasona durante administração concomitante. Referências Bibliográficas: 1. Bula do produto. 2. D’Urzo A. Mometasone furoate dry-powder inhaler for the control of persistent asthma. Expert Opin Pharmacother 2007;8: 2871-84. 3. Sabatini F, Silvestri M, Sale R et al. Concentration-dependent effects of mometasone furoate and dexamethasone on foetal lung fibroblast functions involved in airway inflammation and remodeling. Pulm Pharmacol Ther 2003; 16: 287–97. 4. Hauri H P. Glucocorticoid receptor activation by long acting steroids and its modification by inflammation. Thesis. Philosophisch-Naturwissenschaftlichen Fakultät, Basel, 2007.5. Bousquet J, D’Urzo A, Hebert J, et al. 2000. Comparison of the effi cacy and safety of mometasone furoate dry powder inhaler to budesonide Turbuhaler. Eur Respir J, 16:808–16). 6. Corren J, Berkowitz R, Murray JJ, et al. 2003. Comparison of once-daily mometasone furoate versus once-daily budesonide in patients with moderate persistent asthma. Int J Clin Pract, 57:567–72). 7. Meltzer EO, Wenzel S. 2006. The efficacy and safety of mometasone furoate delivered via a dry powder inhaler for the treatment of asthma. J Asthma, 43:765–72).8. (Mortimer KJ, Harrison TW, Tattersfi eld AE. 2005. Effects of inhaled corticosteroids on bone. Ann Allergy Asthma Immunol, 94:15–21). 9. Affrime MB, Kosoglou T,Thonoor CM, et al. 2000. Mometasone furoate has minimal effects on the hypothalamic-pituitary-adrenal axis whendelivered at high doses. Chest, 118:1538–46). 10. Hochlaus G. New developments in corticostiroids. Proc Am Thorac Soc 2004; 1: 269-274. 11. Fish JE, Karpel JP, Craig TJ, Bensch GW, Noonan M, Webb D ET al. Inhaled mometasone furoate reduces oral prednisone requirements while improving respiratory function and health-related quality of life in patients with severe persistent asthma.J Allergy Clin Immunol. 2000 Nov;106: 852-60).

OXIMAX® (furoato de mometasona). INDICAÇÕES: indicado para o controle e na profilaxia da asma de qualquer intensidade, inclusive no tratamento dos pacientes asmáticos dependentes de corticosteróides inalatórios ou sistêmicos, e de pacientes asmáticos não-dependentes de corticosteróides, porém inadequadamente controlados com outros esquemas de tratamento. CONTRAINDICAÇÕES: contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao furoato de mometasona ou à lactose. Houve relatos de casos de reação alérgica, edema facial, urticária, hipersensibilidade e aperto na garganta. A terapia com OXIMAX é contra-indicada no tratamento primário do estado asmático ou outros episódios agudos de asma nos quais há necessidade de medidas intensivas. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Durante os estudos clínicos, ocorreu o desenvolvimento de infecções localizadas de boca e faringe com Candida albicans. Desta forma, deve ser recomendado aos pacientes que enxaguem a boca depois da inalação do OXIMAX. Assim como em outros medicamentos inalatórios para a asma, poderá haver o desencadeamento de um episódio de broncoespasmo com aumento imediato de sibilos após a dose. É necessário cuidado especial com pacientes em processo de transição de corticosteróides sistemicamente ativos para OXIMAX, pois ocorreram óbitos decorrentes de insuficiência adrenal em pacientes asmáticos durante e após a mudança dos corticosteróides sistêmicos para os corticosteróides inalatórios com menor biodisponibilidade sistêmica. Embora o OXIMAX possa melhorar o controle dos sintomas de asma durante esses episódios, ele fornece nas doses recomendadas menos que as quantidades fisiológicas normais de corticosteróide por via sistêmica e NÃO proporciona a atividade mineralocorticóide necessária para enfrentar essas emergências. Durante os períodos de estresse ou de ataque grave de asma, os pacientes que fizeram a transição para os corticosteróides inalatórios devem ser instruídos a reiniciar imediatamente os corticosteróides orais (em grandes doses) e a entrar em contato com seus médicos para pedir instruções adicionais. Além da monitoração dos sinais e sintomas de asma, os pacientes devem ser observados quanto aos sinais e sintomas de insuficiência adrenal, como fadiga, lassidão, fraqueza, náuseas e vômitos e hipotensão. Em pacientes tratados com corticosteróides sistêmicos, a transferência para OXIMAX poderá precipitar condições alérgicas preexistentes, anteriormente suprimidas pela terapia com corticosteróides sistêmicos, por exemplo, rinite, conjuntivite, eczema, artrite e afecções eosinofílicas. OXIMAX não é um broncodilatador e não é indicado para o alívio rápido do broncoespasmo ou de outros episódios agudos de asma. Durante esses episódios, os pacientes poderão precisar de terapia com corticosteróides orais. Deve-se tomar um cuidado especial na observação dos pacientes em período pós-operatório ou durante períodos de estresse para detectar evidências de resposta adrenal inadequada. É possível que os efeitos de corticosteróides sistêmicos como hipercorticismo e supressão adrenal possam surgir em um pequeno número de pacientes, particularmente quando o OXIMAX é administrado em doses maiores que as recomendadas por períodos de tempo prolongados. As pessoas que estão utilizando drogas que suprimem o sistema imune são mais suscetíveis a infecções que indivíduos saudáveis. Varicela e sarampo, por exemplo, podem ter uma evolução mais séria ou até fatal em crianças ou adultos suscetíveis que estejam em tratamento com corticosteróides. Em tais crianças ou adultos que não tiveram essas doenças ou que não foram corretamente imunizados, é necessário ter um cuidado especial para evitar uma exposição. Corticosteróides inalatórios devem ser usados com cautela ou, dependendo do caso, devem ser evitados em pacientes com tuberculose ativa ou latente do trato respiratório, em infecções fúngicas, bacterianas, sistêmicas virais ou parasitárias não-tratadas ou em herpes simples ocular. Os pacientes com importantes fatores de risco para conteúdo mineral ósseo reduzido, como imobilização prolongada, história familiar de osteoporose ou uso crônico de drogas que podem reduzir a massa óssea (por exemplo, anticonvulsivantes e corticosteróides) devem ser monitorados e tratados com padrões estabelecidos de assistência. É justificável uma monitoração rigorosa em pacientes com uma alteração na visão ou com uma história de pressão intra-ocular aumentada, glaucoma e/ou catarata. Concentrações de furoato de mometasona parecem aumentar com a gravidade do comprometimento hepático. Os pacientes devem ser advertidos em relação à descontinuação abrupta da terapia com OXIMAX. Não foram observadas diferenças globais em segurança ou efetividade entre pacientes idosos e pacientes mais jovens, embora não possa ser descartada uma maior sensibilidade de alguns indivíduos mais velhos. Como em outras preparações inalatórias de corticosteróides, OXIMAX não deve ser utilizado durante a gravidez, nem por mães que estejam amamentando, a menos que o benefício justifique o risco potencial à mãe, ao feto ou ao bebê. Crianças nascidas de mães que receberam corticosteróides durante a gravidez devem ser observadas com cuidado quanto ao hipoadrenalismo. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A co-administração de OXIMAX com o cetoconazol, um potente inibidor da enzima CYP3A4, pode aumentar os níveis plasmáticos de furoato de mometasona durante administração concomitante. REAÇÕES ADVERSAS: As reações adversas mais comuns são cefaléia, rinite alérgica, faringite, infecção do trato respiratório superior, sinusite, candidíase oral, dismenorréia, dor músculo esquelética, dor lombar e dispepsia. Os efeitos colaterais sérios podem incluir: Infecções fúngicas de boca e garganta. POSOLOGIA: OXIMAX destina-se ao uso em adultos e em crianças a partir de 12 anos. A dose inicial recomendada na terapia com OXIMAX para a maioria dos pacientes, independentemente de terem sido anteriormente tratados apenas com broncodilatadores ou corticosteróides inalatórios, é de 400 μg uma vez por dia, aplicados com o dispositivo. Alguns pacientes podem ser mais adequadamente controlados com 400 μg administrados em duas doses diárias (200 μg duas vezes por dia). A redução da dose para 200 μg uma vez por dia pode ser uma alternativa para a manutenção eficiente em alguns pacientes. MS 1.0093.0211. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Mais informações à disposição da classe médica no departamento científico da Mantecorp. Distribuição exclusiva à classe médica. (MB-OXI5) Material produzido em agosto/09.

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INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: GASTRIUM. omeprazol. MS - 1.0573.0216. Indicações: GASTRIUM é indicado para o tratamento de úlcera duodenal; úlcera gástrica; esofagite de refluxo; síndrome de Zollinger-Ellison; tratamento de manutenção para prevenção de recidiva em pacientes com úlcera duodenal, pacientes pouco responsivos com úlcera gástrica e tratamento de manutenção para pacientes com esofagite de refluxo cicatrizada. É indicado, também, para pacientes que apresentam risco de aspiração de conteúdo gástrico durante anestesia geral (profilaxia de aspiração ácida) e na erradicação de H. pylori associado à úlcera péptica. Contraindicações: GASTRIUM É CONTRAINDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA. Precauções e Advertências: NA PRESENÇA DE ÚLCERA GÁSTRICA A POSSIBILIDADE DE MALIGNIDADE DA LESÃO DEVE SER PRECOCEMENTE AFASTADA, UMA VEZ QUE O TRATAMENTO COM GASTRIUM PODE ALIVIAR OS SINTOMAS E RETARDAR O DIAGNÓSTICO DESTA PATOLOGIA. GASTRIUM SÓ DEVE SER ADMINISTRADO SOB ORIENTAÇÃO MÉDICA, DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO EM CASO DE EXTREMA NECESSIDADE, COMO POR EXEMPLO, QUANDO ESTAS PACIENTES APRESENTAREM DOENÇA DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO. ATÉ O PRESENTE MOMENTO NÃO EXISTEM ESTUDOS CLÍNICOS DE GASTRIUM EM PEDIATRIA. NÃO SÃO CONHECIDOS EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE DIRIGIR VEÍCULOS OU OPERAR MÁQUINAS. A SEGURANÇA E EFICÁCIA EM CRIANÇAS AINDA NÃO FOI ESTABELECIDA. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. Interações medicamentosas: GASTRIUM pode aumentar o tempo de eliminação de fármacos metabolizados por oxidação hepática, tais como: diazepam, varfarina e fenitoína. Especialmente naqueles pacientes em tratamento com varfarina ou fenitoína, recomenda-se monitorização destas, tendo em vista a necessidade da redução da dose. Não foram observadas interações com propranolol, metoprolol, teofilina, lidocaína, quinidina ou amoxicilina, mas poderão ocorrer interações com outros fármacos metabolizados pelo sistema enzimático do citocromo P450. Não foram evidenciadas interações de GASTRIUM e antiácidos ou alimentos administrados concomitantemente. Reações adversas: GASTRIUM É BEM TOLERADO E AS REAÇÕES ADVERSAS SÃO GERALMENTE LEVES E REVERSÍVEIS. REAÇÕES CUTÂNEAS: RARAMENTE OCORRERAM ERUPÇÕES E/OU PRURIDO; EM CASOS ISOLADOS, FOTOSSENSIBILIDADE, ERITEMA MULTIFORME E ALOPECIA. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO: CASOS ISOLADOS DE ARTRALGIA, FRAQUEZA MUSCULAR E MIALGIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO: CEFALÉIA. RARAMENTE TONTURA, PARESTESIA, SONOLÊNCIA, INSÔNIA E VERTIGEM. EM CASOS ISOLADOS OCORRERAM CONFUSÃO MENTAL, AGITAÇÃO, DEPRESSÃO E ALUCINAÇÕES, PRINCIPALMENTE EM PACIENTES EM ESTADO GRAVE. GASTRINTESTINAIS: DIARRÉIA, CONSTIPAÇÃO, DOR ABDOMINAL, NÁUSEA, VÔMITOS E FLATULÊNCIA. RELATOS ISOLADOS DE ESTOMATITE E CANDIDÍASE GASTRINTESTINAL. HEPÁTICAS: RARAMENTE OCORRE AUMENTO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS. EM CASOS ISOLADOS PODE OCORRER ENCEFALOPATIA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA GRAVE PREEXISTENTE, HEPATITE COM OU SEM ICTERÍCIA E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA. ENDÓCRINAS: RELATOS ISOLADOS DE GINECOMASTIA. HEMATOLÓGICAS: RELATOS ISOLADOS DE LEUCOPENIA E TROMBOCITOPENIA. OUTRAS: RARAMENTE MAL-ESTAR. PODEM OCORRER REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE, POR EXEMPLO, RARAMENTE URTICÁRIA E, EM CASOS ISOLADOS, ANGIOEDEMA, FEBRE, BRONCOESPASMO. CASOS ISOLADOS DE AUMENTO DA TRANSPIRAÇÃO, EDEMA PERIFÉRICO, TURVAÇÃO DA VISÃO, ALTERAÇÃO DO PALADAR. Posologia: GASTRIUM destinase apenas para o uso em adultos. Úlcera duodenal, úlcera gástrica e esofagite de refluxo é de 20 mg por via oral antes do café da manhã. O alívio dos sintomas é rápido e a cicatrização ocorre no prazo de 2 semanas na maioria dos casos. Para aqueles pacientes que não obtiveram cicatrização neste período de tempo, recomenda-se um período adicional de 2 semanas, dentro do qual geralmente ocorre a cicatrização. Nos pacientes com úlcera gástrica ou esofagite de refluxo, o alívio dos sintomas é rápido e a cicatrização ocorre no prazo de 4 semanas na maioria dos casos. Para aqueles pacientes que não obtiveram cicatrização neste período de tempo, recomenda-se um período adicional de 4 semanas, dentro do qual normalmente ocorre a cicatrização. Nos doentes pouco responsivos com úlcera (gástrica ou duodenal) e pacientes com esofagite de refluxo grave, recomenda-se a dose diária de 40 mg, uma vez ao dia; por um período de 4 semanas para aqueles com úlcera duodenal e de 8 semanas para os casos de úlcera gástrica ou esofagite de refluxo grave, dentro dos quais usualmente ocorre a cicatrização. Erradicação do H. pylori associado à úlcera péptica: Tratamentos com esquema triplo: • GASTRIUM 20 mg, amoxicilina 1 g e claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, por uma semana. • GASTRIUM 20 mg, claritromicina 250 mg e metronidazol 400 mg (ou tinidazol 500 mg), duas vezes ao dia, por uma semana. Tratamento de manutenção: Para prevenir a recidiva em pacientes pouco responsivos com úlcera gástrica, recomenda-se a administração diária de 20 mg de GASTRIUM. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 40 mg, uma vez ao dia. Para prevenção de recidiva em pacientes com úlcera duodenal e para o tratamento de manutenção de pacientes com esofagite de refluxo cicatrizada, a dose recomendada é de 10 mg uma vez ao dia. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 20 - 40 mg uma vez ao dia. Profilaxia de aspiração: Recomenda-se 40 mg na noite anterior à cirurgia, seguida de 40 mg na manhã do dia da cirurgia. Síndrome de Zollinger-Ellison: Recomenda-se uma dose inicial de 60 mg, uma vez ao dia, que deverá ser ajustada individualmente e por um período de tempo que será determinado pela evolução clínica do paciente. Doses acima de 80 mg diárias devem ser divididas em duas tomadas. Não é necessário o ajuste das doses em idosos e em doentes com função renal comprometida. Não existe experiência clínica suficiente com o uso de GASTRIUM em crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO CPD 2083700(A) BU 07 05/08 INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: DIGEPLUS (cloridrato de metoclopramida + dimeticona + pepsina). MS: 1.0573.0365. Indicações: é indicado em patologias dispépticas funcionais, manifestadas como: eructações, flatulência, empachamento pós-prandial, distensão abdominal epigástrica. Contraindicações: hipersensibilidade aos componentes do produto, nos casos de hemorragia e obstrução ou perfuração gastrintestinal e em pacientes com doença de parkinson e com história de epilepsia. Advertências e Precauções: A pré-medicação com metoclopramida antes da anestesia local ou regional deve ser evitada em crianças, jovens e pacientes idosos, pois o medicamento pode causar depressão do sistema nervoso central e provocar reações extrapiramidais. Nas doses preconizadas não são referidos fenômenos de intolerância ou efeitos adversos. Evitar o uso no primeiro trimestre da gestação. A classificação da metoclopramida pelo fda americano em 2002 para risco na gravidez foi de categoria B (estudos em animais não indicaram riscos para o feto, não havendo, entretanto, estudos bem controlados em mulheres grávidas ou estudos animais mostraram efeitos adversos ao feto, mas estudos bem controlados em humanos não obtiveram os mesmos resultados. Apesar de achados em animais, os riscos em humanos parecem remotos na gestação). A dimeticona também foi classificada como categoria B. a pepsina não apresenta tais riscos estudados. ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA. DIGEPLUS pode comprometer as habilidades mentais e/ou físicas nos pacientes com história de depressão, devendo ser utilizado com cautela neste caso. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. Interações medicamentosas: As interações medicamentosas que ocorrem devido ao componente cloridrato de metoclopramida: cabergolina: diminuição do efeito terapêutico de ambas as drogas. cimetidina: redução da biodisponibilidade da cimetidina. ciclosporina: aumento do risco da toxicidade por ciclosporina. digoxina: diminuição do efeito terapêutico da digoxina. kava-kava: aumento dos efeitos antagonistas dopaminérgicos da kava-kava. levodopa: elevação da biodisponibilidade da levodopa. morfina: aumento da ação sedativa da morfina. tacrolimus: elevação da toxicidade pelo tacrolimus. sertralina: aumento do risco do desenvolvimento de sintomas extrapiramidais. deve ser evitada a terapia concomitante do DIGEPLUS com antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAO) e tricíclicos e com aminas simpaticomiméticas. Reações adversas: Sistema nervoso central: sintomas parkinsonianos como discinesias, tremores, coréia e bradicinesia podem ocorrer com o uso prolongado de DIGEPLUS e o desaparecimento dos sintomas pode levar meses após a interrupção do tratamento. Outros sintomas incluem tontura, depressão e ataxia. Endócrino-metabólicas: retenção hídrica, galactorréia, porfiria, hiperprolactinemia podem ocorrer e desaparecem com a interrupção do tratamento. Gastrintestinais: constipação intestinal e diarréia. Dermatológicas: urticária. DIGEPLUS é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas. Posologia: Em média 1 a 2 cápsulas após as principais refeições. Não há limite intrínseco na duração do tratamento. A dose deverá ser individualizada e ajustada de acordo com a severidade da insuficiência enzimática ou gravidade da doença. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA Data de impressão “Material técnico-científico de distribuição exclusiva à classe médica” CPD 2433200 (A) 01/07 BU 04 INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: PARASIN. albendazol. MS - 1.0573.0218. Indicações: PARASIN é indicado no tratamento das infecções por parasitas intestinais simples ou mistos, causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Taenia spp e Strongyloides stercoralis. PARASIN também tem demonstrado ser eficaz no tratamento de infecções por Giardia duodenalis e Giardia lamblia. Contraindicações: PARASIN É CONTRAINDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA. COMO OCORRE COM OS DERIVADOS BENZIMIDAZÓLICOS, O ALBENDAZOL É TAMBÉM TERATOGÊNICO E EMBRIOTÓXICO NOS ANIMAIS, PORTANTO, DEVE-SE EVITAR O USO DE PARASIN DURANTE A GRAVIDEZ OU EM MULHERES COM POSSIBILIDADE DE ENGRAVIDAR. ACONSELHA-SE ASSEGURAR, ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM PARASIN, DE QUE NÃO HÁ PROCESSO DE GRAVIDEZ. A DROGA NÃO ESTÁ BEM ESTUDADA EM CRIANÇAS COM MENOS DE 2 ANOS. Advertências: ESTE PRODUTO CONTÉM O CORANTE AMARELO DE TARTRAZINA QUE PODE CAUSAR REAÇÕES DE NATUREZA ALÉRGICA, ENTRE AS QUAIS ASMA BRÔNQUICA, ESPECIALMENTE EM PESSOAS ALÉRGICAS AO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. Precauções: PARA MULHERES EM IDADE FÉRTIL (15-40 ANOS), RECOMENDA-SE A ADMINISTRAÇÃO DE PARASIN NO PERÍODO DE 7 DIAS APÓS O INÍCIO DA MENSTRUAÇÃO, COM O OBJETIVO DE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO DURANTE O INÍCIO DE UMA EVENTUAL GRAVIDEZ. PARASIN COMPRIMIDOS MASTIGÁVEIS E SUSPENSÃO ORAL PODEM SER UTILIZADOS POR PACIENTES DIABÉTICOS COMPENSADOS. Interações medicamentosas: Não existem evidências suficientes que confirmem a ocorrência de interações clinicamente relevantes. Reações adversas: PARASIN É BEM TOLERADO, MAS PODEM OCORRER DOR EPIGÁSTRICA, DIARRÉIA, VÔMITO, CEFALÉIA, “RASH” CUTÂNEO E SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON. FOI OBSERVADA ELEVAÇÃO DOS NÍVEIS ENZIMÁTICOS DE CÉLULAS HEPÁTICAS, QUE COM A SUSPENSÃO DO TRATAMENTO, RETORNARAM AOS SEUS VALORES NORMAIS. Posologia: Adultos e crianças maiores de 2 anos: Dose usual: 1 comprimido de 400 mg ou 10 ml da suspensão oral, tanto para adultos como crianças acima de 2 anos, em dose única. Nos casos de infecção confirmada ou suspeita de Strongyloides stercoralis ou Taenia spp, a dose deve ser repetida por três dias consecutivos. Infecção por Giardia duodenalis ou Giardia lamblia: Uma dose de 400 mg (1 comprimido de 400 mg ou 10 ml da suspensão oral), diariamente, por 5 dias. Os comprimidos podem ser mastigados, triturados e misturados a alimentos. Porém, recomenda-se que PARASIN seja administrado durante o jejum, uma vez que grande parte de sua ação anti-helmíntica é realizada nos intestinos, e os alimentos, principalmente se for uma alimentação rica em gorduras, aumentam a absorção sistêmica do albendazol. Nota:Se o paciente não se curou após três semanas, um segundo tratamento está indicado. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSITIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2243206 (A) BU 07 09/08 CPD 2076906 (A) BU 07 09/08

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INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: LABEL. cloridrato de ranitidina. MS - 1.0573.0333. INDICAÇÕES: LABEL (cloridrato de ranitidina) é indicado para: Tratar de úlcera no estômago ou no duodeno, incluindo as úlceras associadas ao uso de agentes antiinflamatórios não esteroidais – em alguns casos seu médico pode prescrever LABEL com antibióticos; Prevenir úlceras causadas como efeito colateral pelo uso de agentes antiinflamatórios não esteroidais, tais como alguns medicamentos para tratamento de artrite; Prevenir úlceras que podem sangrar; Tratar problemas causados pelo refluxo de ácido do estômago para o esôfago (esofagite), e outros problemas como este, que podem causar dor ou desconforto, algumas vezes conhecido como indigestão, dispepsia ou azia; Tratar úlceras pós-operatória; Tratar uma doença conhecida como Síndrome de Zollinger – Ellison, caracterizada por úlceras graves, extrema hiperacidez gástrica e tumores das células do pâncreas secretoras de gastrina; Tratar a dispepsia episódica crônica, doença caracterizada por dor (epigástrica ou retroesternal) associada às refeições ou distúrbios do sono; Prevenir úlceras causadas por stress em pacientes graves; Prevenir uma doença conhecida como Síndrome de Mendelson, caracterizada por desordens pulmonares por broncoaspiração de secreção gástrica. CONTRAINDICAÇÕES: Se você responder “sim” a qualquer uma das perguntas abaixo, avise seu médico a respeito ANTES de usar este medicamento. Já lhe disseram que você é alérgico a Label, ranitidina ou qualquer outro ingrediente de Label (veja em composição)? Você tem doença nos rins, ou já lhe disseram que seus rins não estão funcionando adequadamente? Você apresenta carcinoma gástrico? Você tem uma doença rara chamada porfiria? Você está grávida, ou pretendendo ficar grávida logo? Você está amamentando? PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: O tratamento com cloridrato de ranitidina pode mascarar sintomas associados com carcinoma do estômago e por essa razão, retardar o diagnóstico da doença. Consequentemente, quando houver suspeita de úlcera gástrica, a possibilidade de malignidade deve ser excluída antes de iniciar o tratamento. A ranitidina é excretada por via renal. Assim sendo, seus níveis plasmáticos estão aumentados nos pacientes com insuficiência renal grave. Neste caso, a dose deve ser ajustada conforme descrito em “Posologia e Administração”. O cloridrato de ranitidina atravessa a barreira placentária e é também excretado no leite materno, que pode possivelmente, suprimir a acidez gástrica, inibir o metabolismo da ranitidina e causar estimulação do sistema nervoso central do bebê. Portanto, não se recomenda a utilização de cloridrato de ranitidina na gravidez e lactação, embora doses terapêuticas administradas a pacientes obstétricas em trabalho de parto ou que iriam se submeter à cesariana não provocaram qualquer efeito adverso durante o trabalho de parto ou período neonatal. É recomendada a regular supervisão de pacientes com úlcera péptica que estejam utilizando medicamentos antiinflamatórios não esteroidais, especialmente idosos. O produto deve ser administrado com cautela a pacientes portadores de disfunções hepáticas e discrasias sangüíneas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A ranitidina, usada até 400 mg/dia, não inibe o citocromo hepático P450 relacionado ao sistema oxigenase de função mista. Consequentemente, a ranitidina não potencializa as ações de medicamentos que são inativados por este sistema enzimático, como por exemplo: diazepam, lidocaína, fenitoína, propranolol, teofilina e varfarina. A administração conjunta de ranitidina e antiácidos ou doses altas de sucralfato pode reduzir a absorção da ranitidina. Este efeito não é observado caso o sucralfato seja tomado após um intervalo de 2 horas. A administração conjunta de ranitidina e cetoconazol diminui a absorção deste último. Deve-se usar a ranitidina 2 horas após a administração de cetoconazol. REAÇÕES ADVERSAS: A maioria dos pacientes que usa este medicamento, não encontra problemas. Mas como pode ocorrer com todo medicamento, algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais. Se você apresentar algum dos sintomas abaixo logo após ter feito o uso de LABEL, pare o tratamento e procure seu médico imediatamente: Respiração ofegante, dor e aperto no peito repentinos; Inchaço das pálpebras, face, lábios, boca ou língua; Erupções cutâneas ou fissuras na pele, em qualquer lugar do corpo; Febre; Sensação de fraqueza, especialmente ao ficar em pé. Comunique seu médico o quanto antes, caso sinta qualquer dos sintomas abaixo: Náusea e perda do apetite (pior do que o normal), ou icterícia (pele e olhos amarelados) isto pode ser devido a hepatite (inflamação do fígado); Redução dos batimentos cardíacos, ou batimento irregular, vertigem, cansaço ou fraqueza; Visão turva; Reação na pele, ocasionalmente severa (placas roxas/vermelhas ou erupções); Queda de cabelo; Impotência. Dor severa no estômago, ou mudança no tipo de dor que costuma sentir; Diarréia; Falta de ar e fatiga; Infecções recorrentes; Hematomas. Avise seu médico na próxima consulta caso experimente algum dos efeitos abaixo: Dor de cabeça; Dores musculares ou nas juntas; Problemas nos rins (sintomas que indicam isto são: mudança na quantidade de urina e sua cor, náusea, vômito, confusão, febre e erupções); Sensação de depressão; Alucinações; Movimentos musculares anormais, ou tremor; Se você é homem, crescimento ou alargamento das mamas. Se em algum momento você experimentar sintomas que não consiga entender, consulte seu médico. ALTERAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS: Exame de proteinúria: reação falso-positiva pode ser produzida durante terapia com ranitidina. Exame de secreção gástrica: a ranitidina pode antagonizar o efeito da pentagastrina e histamina; recomenda-se não utilizar a ranitidina durante as 24 horas precedentes ao exame. Teste cutâneo com antígenos: a ranitidina pode produzir resultado falso-negativo; recomenda-se interromper o tratamento com ranitidina antes da realização do exame. POSOLOGIA: LABEL Comprimidos revestidos e Xarope: Tratamento agudo: A dose usual padrão para tratamento agudo da úlcera gástrica benigna e úlcera duodenal é de 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite. Na maioria dos casos de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna, a cicatrização ocorre dentro de 4 semanas. Naqueles pacientes em que a cicatrização não ocorre nas primeiras 4 semanas, a úlcera geralmente cicatrizará após mais 4 semanas de terapia. Na úlcera duodenal, 300mg duas vezes ao dia, durante 4 semanas, resulta em taxas de cicatrização maiores do que aquelas com ranitidina 150 mg duas vezes ao dia (ou 300 mg à noite durante 4 semanas). O aumento da dose não tem sido associado ao aumento da incidência de efeitos colaterais. Tratamento a longo prazo: No tratamento a longo prazo, a dose geralmente utilizada é de 150 mg à noite. O tabagismo está relacionado com uma freqüência maior de reincidência de úlcera duodenal. Em pacientes fumantes que não conseguem evitar fumar durante o tratamento, uma dose de 300 mg à noite proporciona um benefício terapêutico adicional sobre o regime de dose de 150 mg. Úlcera péptica associada ao uso de antiinflamatórios não esteroidais: No caso de úlceras que se desenvolvem durante a terapia com antiinflamatórios não esteroidais ou associadas ao uso continuado destas drogas, podem ser necessárias de 8 a 12 semanas de tratamento. Para a prevenção de úlceras duodenais associadas a drogas antiinflamatórias não esteroidais, 150 mg de ranitidina duas vezes ao dia podem ser administrados concomitantemente com estas drogas. Para o tratamento agudo desta condição, deve ser usado 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite. Úlcera duodenal associada a infecção por H. pylori: 300 mg ao deitar (ou 150 mg duas vezes ao dia), podem ser administradas com 750 mg de amoxicilina oral, três vezes ao dia, e 500 mg de metronidazol, três vezes ao dia, por duas semanas. A terapia deve ser continuada por mais duas semanas com LABEL. Esse regime de doses reduz significativamente a recidiva de úlcera duodenal. Úlcera pós-operatória: A dose padrão usual é de 150mg duas vezes ao dia. Na maioria dos casos a cicatrização ocorre dentro de 4 semanas. Naqueles pacientes em que a cicatrização não ocorre nas primeiras 4 semanas, a úlcera geralmente cicatrizará após mais de 4 semanas de terapia. Refluxo gastroesofágico: Tratamento agudo: na esofagite de refluxo a dose recomendada é de 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite durante 8 semanas, podendo se estender até 12 semanas, se necessário. Em pacientes com esofagite moderada ou grave, a dose pode ser aumentada para 150 mg quatro vezes ao dia por até 12 semanas. Tratamento a longo prazo: a dose oral recomendada é de 150 mg duas vezes ao dia. Alívio dos sintomas: o regime recomendado é de 150 mg duas vezes ao dia durante duas semanas. O tratamento pode ser continuado por mais duas semanas adicionais nos pacientes que não respondem adequadamente a terapia inicial. Síndrome Zollinger – Ellison: A dose inicial recomendada é de 150 mg três vezes ao dia. Esta dose pode ser aumentada, se necessário. Doses de até 6 g por dia têm sido bem toleradas. Dispepsia episódica crônica: A dose padrão recomendada é de 150 mg, duas vezes ao dia, por até 6 semanas. Qualquer paciente que não responda ou que tenha recidiva logo após o tratamento, deve ser investigado. Profilaxia da Síndrome de Mendelson (pneumonite por broncoaspiração): 150 mg duas horas antes da anestesia e, preferivelmente, 150 mg na noite anterior. Em pacientes com trabalho de parto, a dose recomendada é de 150 mg a cada 6 horas. Porém, se for necessário o uso de anestesia geral, recomenda-se que adicionalmente seja administrado um antiácido (ex: citrato de sódio). Insuficiência renal: Em pacientes com insuficiência renal severa (clearance de creatinina abaixo de 50 ml/min) poderá ocorrer acúmulo de ranitidina, como resultado de elevadas concentrações plasmáticas, em pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina abaixo de 50 ml/minuto). Recomenda-se uma dose diária de 150 mg, à noite, por quatro a oito semanas. Em pacientes sob diálise peritoneal crônica ambulatorial ou hemodiálise crônica, 150 mg de ranitidina devem ser tomados imediatamente após a diálise. Crianças: A dose oral recomendada para o tratamento de úlcera péptica em crianças é 2 mg/kg a 4 mg/kg, duas vezes ao dia, até no máximo 300 mg de ranitidina por dia. A dose oral recomendada para o tratamento de esofagite de refluxo em crianças é de 4 mg/kg, duas vezes ao dia. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO BU 06 SAP 4086407(A) 10/08

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INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: OMEPRAMIX. omeprazol. claritromicina. amoxicilina triidratada. MS - 1.0573.0282. Indicações: Erradicação de H. pylori para Reduzir o Risco de Recorrência de Úlcera Duodenal. Os componentes em OMEPRAMIX (omeprazol, amoxicilina e claritromicina) são indicados para o tratamento de pacientes com infecção por H. pylori e doença ulcerosa duodenal (ativa ou história de um ano de úlcera duodenal) para erradicar o H. pylori. A erradicação do H. pylori mostrou reduzir o risco de recorrência de úlcera duodenal. Contraindicações: OMEPRAMIX é contraindicado em pacientes que apresentem hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua fórmula. A administração concomitante de OMEPRAMIX com cisaprida, pimozida ou terfenadina é contra-indicada. Houve relatos de interações medicamentosas quando claritromicina é co-administrada com cisaprida, pimozida, ou terfenadina, resultando em arritmias cardíacas (prolongação do intervalo QT, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular e “torsades de pointes”) mais provavelmente devido à inibição do metabolismo hepático destas drogas pela claritromicina, casos graves foram relatados. Deve-se dedicar atenção à possível sensibilidade cruzada com outros antibióticos betalactâmicos, como por exemplo, cefalosporinas. Precauções e Advertências: Omeprazol: Na presença de úlcera gástrica, a possibilidade de malignidade da lesão deve ser precocemente afastada, uma vez que o tratamento com omeprazol pode aliviar os sintomas e retardar o diagnóstico desta patologia. O omeprazol só deve ser administrado durante a gravidez e a lactação em caso de extrema necessidade. Não são conhecidos efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Amoxicilina: Antes de iniciar o tratamento com amoxicilina, deve-se fazer uma investigação cuidadosa com relação a reações prévias de hipersensibilidade a penicilinas ou cefalosporinas. Reações de hipersensibilidade (anafilactóides) graves e ocasionalmente fatais foram relatadas em pacientes recebendo tratamento com penicilinas. Estas reações são mais prováveis de ocorrer em indivíduos com um histórico de hipersensibilidade a antibióticos betalactâmicos (vide “contra-indicações”). “Rash” eritematoso (morbiliforme) foi associado à febre glandular em pacientes recebendo amoxicilina. O uso prolongado ocasionalmente também pode resultar em supercrescimento de microrganismos não-suscetíveis. A dose deve ser ajustada em pacientes com insuficiência renal. Estudos em animais com amoxicilina não demonstraram efeitos teratogênicos. A substância tem estado em extensivo uso clínico desde 1972 e sua adequabilidade na gravidez humana foi bem documentada em estudos clínicos. Quando o tratamento com antibióticos for necessário durante a gravidez, a amoxicilina pode ser considerada apropriada, quando os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais associados ao tratamento. A amoxicilina pode ser administrada durante a lactação. Com exceção do risco de sensibilização associado à excreção de quantidades mínimas de amoxicilina pelo leite materno, não existem efeitos nocivos conhecidos para o lactente. Claritromicina: A claritromicina não deve ser usada em mulheres grávidas exceto em circunstâncias clínicas onde nenhuma terapia alternativa é apropriada. Se ocorrer gravidez enquanto tomando claritromicina, a paciente deve ser informada do risco potencial ao feto. A claritromicina é excretada pelo leite materno e a segurança durante a lactação não foi ainda estabelecida. Colite pseudomembranosa foi relatada com quase todos os agentes antibacterianos, incluindo claritromicina, e pode variar em severidade, de moderada a potencialmente grave. Portanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que apresentam diarréia subsequente à administração de agentes antibacterianos. O tratamento com agentes antibacterianos altera a flora normal do cólon e pode permitir supercrescimento de clostrídios. Estudos indicam que uma toxina produzida pelo clostridium difficile é uma causa primária da “colite associada a antibióticos”. Após o diagnóstico da colite pseudomembranosa ter sido estabelecido, medidas terapêuticas devem ser iniciadas. Casos moderados de colite pseudomembranosa usualmente respondem à descontinuação da droga. Somente em casos moderados a severos, consideração deve ser dada ao tratamento com fluidos e eletrólitos, suplementação protéica e tratamento com uma droga antibacteriana clinicamente eficaz contra colite causada por clostridium difficile. Gravidez: Efeitos teratogênicos. Categoria c de gravidez. OMEPRAMIX deve ser usado durante a gravidez somente se o benefício potencial justificar o risco potencial ao feto. Uso na nactação: OMEPRAMIX é composto de omeprazol, amoxicilina e claritromicina, substâncias que são excretadas no leite materno. OMEPRAMIX só deve ser usado durante a lactação, após análise do risco/benefício, pois a segurança do uso na lactação ainda não foi estabelecida. Uso pediátrico: A SEGURANÇA E A EFICÁCIA DO OMEPRAMIX EM PACIENTES PEDIÁTRICOS INFECTADOS COM H. PYLORI NÃO FORAM ESTABELECIDAS. Uso geriátrico: Pacientes idosos podem sofrer de disfunção hepática e renal assintomáticas. cuidado deve ser tomado quando administrar OMEPRAMIX a esta população de pacientes. Atenção diabéticos: contém açúcar. Interações medicamentosas: omeprazol: O omeprazol pode aumentar o tempo de eliminação de fármacos metabolizados por oxidação hepática, tais como: diazepam, varfarina e fenitoína. Especialmente naqueles pacientes em tratamento com varfarina ou fenitoína, recomenda-se monitorização destas, tendo em vista a necessidade da redução da dose. Entretanto, em pacientes sob tratamento contínuo com fenitoína o uso concomitante com omeprazol na dosagem de 20 mg/dia não alterou a concentração sanguínea da fenitoína. Não foram observadas interações com propranolol, metoprolol, teofilina, lidocaína, quinidina ou amoxicilina, mas poderão ocorrer interações com outros fármacos metabolizados pelo sistema enzimático do citocromo P450. Não foram evidenciadas interações de omeprazol e antiácidos ou alimentos administrados concomitantemente. amoxicilina: A probenecida reduz a secreção tubular renal de amoxicilina. O uso concomitante com amoxicilina pode resultar em níveis de amoxicilina no sangue aumentados e prolongados. Em comum com outros antibióticos de amplo espectro, a amoxicilina pode reduzir a eficácia de contraceptivos orais e as pacientes devem ser apropriadamente advertidas. A administração concomitante de alopurinol durante o tratamento com amoxicilina pode aumentar a probabilidade de reações alérgicas da pele. O prolongamento do tempo de protrombina foi relatado raramente em pacientes recebendo amoxicilina. A monitorização apropriada deve ser realizada quando anticoagulantes forem prescritos simultaneamente. Recomenda-se que ao realizar testes para verificação da presença de glicose na urina durante o tratamento com amoxicilina, métodos de glicose-oxidase enzimática devem ser usados. Devido às altas concentrações urinárias de amoxicilina, leituras falso-positivas são comuns com métodos químicos. claritromicina: O uso da claritromicina em pacientes que estão recebendo teofilina, pode ser associado com um aumento das concentrações séricas da teofilina. O monitoramento das concentrações séricas da teofilina deve ser considerado para pacientes recebendo doses elevadas de teofilina ou com concentrações de linha basal na faixa terapêutica mais alta. A administração concomitante de doses únicas da claritromicina e carbamazepina mostrou resultar em concentrações plasmáticas aumentadas da carbamazepina. O monitoramento do nível sanguíneo da carbamazepina pode ser considerado. Quando a claritromicina e a terfenadina foram co-administradas, as concentrações plasmáticas do metabólito ácido ativo da terfenadina foram três vezes mais elevadas, em média, que os valores observados quando a terfenadina foi administrada isolada. A farmacocinética da claritromicina e da 14-hidroxi-claritromicina não foi significativamente afetada pela co-administração da terfenadina uma vez que a claritromicina atingiu condições do estado de equilíbrio. A administração concomitante da claritromicina com a terfenadina é contra-indicada. A administração concomitante da claritromicina e de anticoagulantes orais pode potencializar os efeitos dos anticoagulantes orais. Os tempos de protrombina devem ser cuidadosamente monitorados enquanto os pacientes estão recebendo claritromicina e anticoagulantes orais simultaneamente. Concentrações séricas elevadas de digoxina em pacientes recebendo claritromicina e digoxina concomitantemente, foram também observadas. Alguns pacientes mostraram sinais clínicos consistentes com a toxicidade da digoxina, incluindo arritmias. Os níveis séricos da digoxina devem ser cuidadosamente monitorados enquanto os pacientes estão recebendo digoxina e claritromicina simultaneamente. A administração oral simultânea de claritromicina e zidovudina a pacientes adultos infectados com HIV resultou em concentrações diminuídas do estado de equilíbrio da zidovudina. A administração simultânea de comprimidos de claritromicina e didanosina não resultou em nenhuma alteração estatisticamente significante na farmacocinética da didanosina. A administração concomitante de fluconazol e claritromicina aumentou o estado de equilíbrio da claritromicina. A administração concomitante de claritromicina e ritonavir (resultou em importante inibição no metabolismo da claritromicina). A claritromicina pode ser administrada sem ajuste de dosagem a pacientes com função renal normal tomando ritonavir. Contudo, para pacientes com comprometimento renal, os seguintes ajustes de dosagens devem ser considerados. Para os pacientes com CLcr de 30 a 60 ml/min, a dose de claritromicina deve ser de 50%. Para os pacientes com CLcr < 30 ml/min, a dose de claritromicina deve ser diminuída em 75%. O uso concomitante da claritromicina e ergotamina ou diidroergotamina foi associado em alguns pacientes com toxicidade aguda do ergot caracterizada por severo vasoespasmo periférico e disestesia. A claritromicina diminui o “clearance” do triazolam e, desta forma, pode aumentar o efeito farmacológico do triazolam. Houve relatos de interações medicamentosas e efeitos sobre o SNC (ex. sonolência e confusão) com o uso concomitante da claritromicina e triazolam. Houve relatos de uma interação entre a eritromicina e o astemizol resultando em prolongação do intervalo QT e “torsades de pointes”. A administração concomitante da eritromicina e astemizol é contra-indicada. Devido à claritromicina ser também metabolizada pelo citocromo P450, a administração concomitante da claritromicina com o astemizol não é recomendada. O uso da claritromicina em pacientes tomando concomitantemente drogas metabolizadas pelo sistema citocromo P450 pode ser associado com elevações nos níveis séricos destas outras drogas. Houve relatos de interações da eritromicina e/ou claritromicina com a carbamazepina, ciclosporina, tacrolimo, hexobarbital, fenitoína, alfentanila, disopiramida, lovastatina, bromocriptina, valproato, terfenadina, cisaprida, pimozida, astemizol e colchicina. As concentrações séricas das drogas metabolizadas pelo sistema citocromo P450 devem ser monitoradas cuidadosamente em pacientes recebendo concomitantemente estas drogas. A claritromicina e a colchicina não devem ser prescritas concomitantemente, especialmente para pacientes com insuficiência renal; visto que a claritromicina aumenta o risco de toxicidade fatal da colchicina. Reações adversas: Omeprazol: O omeprazol é bem tolerado e as reações adversas são geralmente leves e reversíveis. As seguintes reações foram relatadas; entretanto, na maioria dos casos não foi possível estabelecer relação consistente com o tratamento. Reações cutâneas: raramente ocorreram erupções e/ou prurido; em casos isolados fotossensibilidade, eritema multiforme e alopecia. Sistema músculo-esquelético: casos isolados de artralgia, fraqueza muscular e mialgia. Sistema nervoso central e periférico: cefaléia. Raramente tontura, parestesia, sonolência, insônia e vertigem. Em casos isolados ocorreram confusão mental, agitação, depressão e alucinações, principalmente em pacientes em estado grave. Gastrintestinais: diarréia, constipação, dor abdominal, náusea, vômitos e flatulência. Relatos isolados de estomatite e candidíase gastrintestinal. Hepáticas: raramente ocorre aumento das enzimas hepáticas. Em casos isolados pode ocorrer encefalopatia em pacientes com insuficiência hepática grave preexistente: hepatite com ou sem icterícia, insuficiência hepática. Endócrinas: relatos isolados de ginecomastia. Hematológicas: relatos isolados de leucopenia e trombocitopenia. Outras: raramente mal-estar. Podem ocorrer reações de hipersensibilidade, por exemplo, raramente urticária e, em casos isolados, angioedema, febre, broncoespasmo. Casos isolados de aumento da transpiração, edema periférico, turvação da visão, alteração do paladar. Amoxicilina: Assim como para outras penicilinas as reações adversas são incomuns e principalmente de natureza leve e transitória. Reações de hipersensibilidade: se ocorrer qualquer reação de hipersensibilidade, o tratamento deve ser descontinuado. Ocasionalmente, foram relatados erupções de pele, prurido e urticária. Raramente, reações de pele, tais como: eritema multiforme e síndrome de stevens-johnson, necrólise epidérmica tóxica e dermatite bolhosa e esfoliativa foram relatadas. Assim como com outros antibióticos, raramente foram relatadas reações alérgicas graves, incluindo edema angioneurótico, anafilaxia (vide “precauções e advertências”), doença do soro e vasculite de hipersensibilidade. Pode ocorrer raramente nefrite intersticial. Reações gastrintestinais: os efeitos incluem náusea, vômito e diarréia. Foram raramente relatadas candidíase intestinal e colite associada a antibióticos (incluindo colite pseudomembranosa e colite hemorrágica). Efeitos hepáticos: um aumento moderado em ast e/ou alt foi ocasionalmente observado, mas a significância do fato não está clara. Assim como com outros antibióticos betalactâmicos, hepatite e icterícia colestática foram relatadas raramente. Efeitos hematológicos: da mesma forma que para outros betalactâmicos, leucopenia reversível (incluindo neutropenia grave ou agranulocitose), trombocitopenia reversível e anemia hemolítica foram relatadas raramente. O prolongamento do tempo de sangramento e do tempo de protrombina também foram relatados raramente. Efeitos sobre o snc: os efeitos sobre o snc foram observados raramente. Eles incluem hipercinesia, vertigem e convulsões. Podem ocorrer convulsões em pacientes com função renal prejudicada ou naqueles recebendo altas doses. Efeitos diversos: descoloração superficial dos dentes foi relatada raramente e em sua maioria, com a suspensão oral. Geralmente pode ser removida pela escovação. Claritromicina: A maioria das reações adversas observadas em estudos clínicos foram de natureza moderada e transitória. Menos que 3% dos pacientes adultos sem infecções causadas por mycobacterium descontinuaram a terapia devido às reações adversas relacionadas com a droga. Os eventos mais frequentemente relatados em adultos foram diarréias (3%), náusea (3%), paladar anormal (3%), dispepsia (2%), dor/desconforto abdominal (2%) e cefaléia (2%). A maioria destes eventos foram descritos como leves ou moderados em severidade. Dos eventos adversos relatados, somente 1% foi descrito como severo. Posologia: Erradicação do H. pylori: Tratamento com esquema triplo: Tomar 1 cápsula de omeprazol, 2 cápsulas de amoxicilina e 1 comprimido revestido de claritromicina, compondo 4 unidades de manhã e 4 unidades à noite antes das refeições, por uma semana, conforme critério médico. Caso seja necessário, após o tratamento tríplice, tomar 1 cápsula de omeprazol de manhã por 14 dias ou 28 dias. Se o paciente mantiver-se Helicobacter pylori positivo, um esquema quádruplo poderá ser empregado, a critério médico. Não existe experiência clínica suficiente com o uso de omeprazol em crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BU 08 SAP 4097004 10/08

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Fitomedicina C i e n t Ă­ f i c a A n o 8

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Berberine: uma promessa?


Diretora Geral Ana Maria Sodré Diretora Administrativa Fernanda Sodré Consultoria Científica Dr. Cezar Bazzani Conselho Editorial Dra. Ceci Lopes, Dr. Dagoberto Brandão, Dr. Eduardo Pagani, Dr. José Roberto Lazzarini, Dra. Mônica Menon e Prof. Dr. Paulo Chanel D. Freitas Jornalista Responsável Nina Rahe - DRT 509-MS Redação Jornalistas: Nina Rahe, Raphaella B. Rodrigues, Mariana Tinêo Revisora: Isabel Gonzaga redacao@medicoreporter.com.br Criação e Diagramação Hudson Calasans Tiragem 40.000 exemplares As matérias assinadas não refletem a opinião da Fitomedicina Científica. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000, a revista Fitomedicina Científica não se responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. Fitomedicina Científica é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888

Editorial

Ano 8 r n. 68 r 2009

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Mais um ano já está andando a passos largos! Este tem sido um ano de consolidação e reprogramação. A quarta turma do Curso de Aperfeiçoamento em Fitomedicina, em associação com a UNIFESP, já vai a todo vapor. Para essa turma, não dá mais para aceitar matrículas, mas os interessados em aderir à próxima turma podem ir agendando seus nomes desde já. Os Workshops de Atualização em Fitomedicina continuam pontualmente às 12 horas de todas as primeiras segundasfeiras, todos os meses. Só mudou o anfiteatro, que agora é no décimo andar do Hospital das Clínicas. E não há inscrição prévia, nem custo: é só chegar e aproveitar. Mas já estamos programando para 2010. O principal evento será o 5º Congresso Brasileiro de Fitomedicina, em novembro. Incluindo assembleia e eleição de nova diretoria. Queremos que seja interessantíssimo. Mas pensamos em mais um ou dois cursos no decorrer do ano. Há várias ideias, só teremos de definir quais serão postas em prática. Até gostaríamos (e gostaríamos muito!) de sugestões. Que podem ser feitas pelo endereço sobrafito@sobrafito.com. br, sempre. Sabendo do interesse, fica mais fácil agirmos em consonância com o nosso público. Enfim, vamos caminhando! Juntem-se a nós!

Dra. Ceci M. C. Lopes ceci.lopes@hcnet.usp.br anasodre@lopso.com.br Rua Vieira de Morais, 420, cj 86 CEP 04617-000. SãoPaulo - SP Fone: (11) 5096-2456 assinante@lopso.com.br

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Berberine: uma promessa? Muitas plantas têm sido, historicamente, utilizadas como verdadeiras panaceias, ou seja, “remédios para tudo”. Na grande maioria dos casos, esse uso se baseia em impressões e observações, sem muito fundamento. No entanto, pode ocorrer, de fato, que um produto seja atuante em mais de um processo metabólico

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Isso não é raro, porém tem de ser muito bem elucidado a fim de não se induzirem falsas conclusões. O berberine é um alcaloide extraído principalmente de duas plantas, a Hydrastis canadensis (botão de ouro, goldenseal, hidraste) e a Coptis sinensis. Existe em outras plantas, também. O hidraste era utilizado pelos indígenas norte-americanos e seu uso foi reportado em 1798 para tratar câncer e olhos inflamados(1). O uso da Coptis sinensis era referido na China há mais de 1,4 mil anos, para tratamento de diarreia(4). É um composto interessante, pois encontramos na literatura médica referências a que exerça várias atividades diferentes, atuando sobre vários processos orgânicos. O berberine pode influir beneficamente no controle glicêmico. Quando prescrito em associação a metformina e a tiazolodinediona, drogas utilizadas para o tratamento de diabetes, mostrou um efeito sinergístico(8). O mecanismo pelo qual controla a glicemia é enzimático, tendo sido descrita ação inibidora sobre a dipeptidil peptidase (DPP) IV. Experimentalmente, mostrou inibir o DPP IV recombinante humano, in vitro(2). A atividade antidiabética já foi descrita desde a década de 80, e parece ser muito eficaz, porém os estudos se contam na casa de algumas dezenas, apenas. Pode ter uma atuação benéfica na prevenção do quadro de Alzheimer, que já foi descrita com esse e com outros alcaloides do rizoma da Coptis sinensis(5). Revisão sobre sua ação no sistema nervoso central mostra múltiplas propriedades, como neuroproteção, antiapoptose neuronal, melhora circulatória e anti-Alzheimer. No entanto, os autores relatam não ser facilmente absorvido pelo intes-

tino humano e que é essencial serem feitos mais estudos, mas que pode vir a ser uma droga muito útil no tratamento de processos isquêmicos cerebrais(10). Também é descrita uma ação importante como antidepressivo, como modulador sigma-1, porém não há estudos pré-clínicos nem clínicos que permitam seu uso, ainda (6). Os

estudos sobre as várias facetas da sua atuação sobre o sistema nervoso são numerosos, e existem há cerca de 50 anos. Também tem atividade metabólica sobre o metabolismo lipídico. A sua ação sobre a redução do colesterol total (15% a 20%) e do LDL-colesterol (15% a 30%) ocorre por aumento da expres-

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são do receptor de LDL nos hepatócitos, porém de modo diferente do que fazem as estatinas. Estas atuam pela regulação da steroid regulatory element binding protein e estimulando o gene do receptor LDL. O berberine estabiliza o RNA mensageiro desse receptor por um mecanismo pós-transcripcional, dependente da ERK quinase (3). Em camundongos, demonstrou que reduziu a aterosclerose pela ação sobre os macrófagos(7). Os estudos sugerem uma atuação bastante eficaz, e já existem desde a segunda metade da década de 80, embora não sejam muito numerosos. Ainda tem sido descrita uma ação antioxidante, que reduz a apoptose celular, potencialmente útil em futuros esquemas de terapia celular (12). A ação antioxidante pode explicar ainda a hepatoproteção que foi descrita com

extratos da Coptis sinensis, segundo estudo em ratos(11). E também uma ação antineoplásica (9), estudada inclusive em células cancerosas humanas. Essa propriedade vem sendo estudada em vários tipos de câncer, desde a década de 70. Apesar de seus resultados parecerem muito promissores, a carência de estudos clínicos não encoraja seu uso na prática diária, e não existem medicamentos padronizados disponíveis. Porém tudo indica que breve ouviremos falar desse produto que parece tão útil. r Referências bibliográficas 1. Abidi P, Chen W, Kraemer FB, Li H, Liu J. The medicinal plant goldenseal is a natural LDL-lowering agent with multiple bioactive compo-

O berberine pode influir beneficamente no controle glicêmico. Quando prescrito em associação a metformina e a tiazolodinediona, drogas utilizadas para o tratamento de diabetes, mostrou um efeito sinergístico

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Fotos: divulgação

Também tem atividade metabólica sobre o metabolismo lipídico. A sua ação sobre a redução do colesterol total (15% a 20%) e do LDL-colesterol (15% a 30%) ocorre por aumento da expressão do receptor de LDL nos hepatócitos

nents and new action mechanisms. J Lipid Res. 2006;47:2134-47. 2. Al-Masri IM, Mohammad MK, Tahaa MO. Inhibition of dipeptidyl peptidase IV (DPP IV) is one of the mechanisms explaining the hypoglycemic effect of berberine. J Enzyme Inhib Med Chem. 2009 Jul 29. [Epub ahead of print] 3.Cui G, Qin X, Zhang Y, Gong Z, Ge B, Zang YQ. Berberine differentially modulates the activities of Erk, p38 MAPK and JNK to suppress Th17 and Th1 T cell differentiation in type 1 diabetic mice. J Biol Chem. 2009 Aug 6. [Epub ahead of print] 4. Fernandes SC. Dislipidemias: tratam-se com plantas? Ars Cvrandi Fitoterápica. 2008;1(4):13-5. 5. Jung HA, Min BS, Yokozawa T, Lee JH, Kim YS, Choi JS. Anti-Alzheimer and antioxidant activities of coptidis rhizoma alkaloids. Biol Pharm Bull. 2009 Aug;32(8):1433-8. 6. Kulkarni SK, Dhir A. Sigma-1 receptors in major depression and anxiety. Expert Rev Neurother. 2009 Jul;9(7):1021-34. 7. Li K, Yao W, Zheng X, Liao K. Berberine promotes the development of atherosclerosis and foam cell formation by inducing scavenger receptor A expression in macrophage. Cell Res. 2009 Aug;19(8):1006-17. 8.Prabhakar PK, Doble M.Synergistic effect of phytochemicals in combination with hypoglycemic drugs on glucose uptake in myotubes. Phytomedicine. 2009 Aug 4. [Epub ahead of print] 9. Tsang CM, Lau EP, Di K, Cheung PY, Hau PM, Ching YP, Wong YC, Cheung AL, Wan TS, Tong Y, Tsao SW, Feng Y.Berberine inhibits Rho GTPases and cell migration at low doses but induces G2 arrest and apoptosis at high doses in human cancer cells. Int J Mol Med. 2009 Jul;24(1):131-8. 10. Ye M, Fu S, Pi R, He F. Neuropharmacological and pharmacokinetic properties of berberine: a review of recent research. J Pharm Pharmacol. 2009 Jul;61(7):831-7. 11. Ye X, Feng Y, Tong Y, Ng KM, Tsao S, Lau GK, Sze C, Zhang Y, Tang J, Shen J, Kobayashi S. Hepatoprotective effects of Coptidis rhizoma aqueous extract on carbon tetrachloride-induced acute liver hepatotoxicity in rats. J Ethnopharmacol. 2009 Jul 6;124(1):130-6. 12. Zhang W, Su X, Gao Y, Sun B, Yu Y, Wang X, Zhang F. Berberine Protects Mesenchymal Stem Cells against Hypoxia-Induced Apoptosis in Vitro. Biol Pharm Bull. 2009 Aug;32(8):1335-42.

Dra. Lucia de Fátima Cahino da Costa Hime, professora titular da Universidade de Santo Amaro (UNISA), São Paulo

Dra. Ceci Mendes Carvalho Lopes, professora assistente-doutora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO) – 2007-2010

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INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: OMEPRAMIX. omeprazol. claritromicina. amoxicilina triidratada. MS - 1.0573.0282. Indicações: Erradicação de H. pylori para Reduzir o Risco de Recorrência de Úlcera Duodenal. Os componentes em OMEPRAMIX (omeprazol, amoxicilina e claritromicina) são indicados para o tratamento de pacientes com infecção por H. pylori e doença ulcerosa duodenal (ativa ou história de um ano de úlcera duodenal) para erradicar o H. pylori. A erradicação do H. pylori mostrou reduzir o risco de recorrência de úlcera duodenal. Contraindicações: OMEPRAMIX é contraindicado em pacientes que apresentem hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua fórmula. A administração concomitante de OMEPRAMIX com cisaprida, pimozida ou terfenadina é contra-indicada. Houve relatos de interações medicamentosas quando claritromicina é co-administrada com cisaprida, pimozida, ou terfenadina, resultando em arritmias cardíacas (prolongação do intervalo QT, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular e “torsades de pointes”) mais provavelmente devido à inibição do metabolismo hepático destas drogas pela claritromicina, casos graves foram relatados. Deve-se dedicar atenção à possível sensibilidade cruzada com outros antibióticos betalactâmicos, como por exemplo, cefalosporinas. Precauções e Advertências: Omeprazol: Na presença de úlcera gástrica, a possibilidade de malignidade da lesão deve ser precocemente afastada, uma vez que o tratamento com omeprazol pode aliviar os sintomas e retardar o diagnóstico desta patologia. O omeprazol só deve ser administrado durante a gravidez e a lactação em caso de extrema necessidade. Não são conhecidos efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Amoxicilina: Antes de iniciar o tratamento com amoxicilina, deve-se fazer uma investigação cuidadosa com relação a reações prévias de hipersensibilidade a penicilinas ou cefalosporinas. Reações de hipersensibilidade (anafilactóides) graves e ocasionalmente fatais foram relatadas em pacientes recebendo tratamento com penicilinas. Estas reações são mais prováveis de ocorrer em indivíduos com um histórico de hipersensibilidade a antibióticos betalactâmicos (vide “contra-indicações”). “Rash” eritematoso (morbiliforme) foi associado à febre glandular em pacientes recebendo amoxicilina. O uso prolongado ocasionalmente também pode resultar em supercrescimento de microrganismos não-suscetíveis. A dose deve ser ajustada em pacientes com insuficiência renal. Estudos em animais com amoxicilina não demonstraram efeitos teratogênicos. A substância tem estado em extensivo uso clínico desde 1972 e sua adequabilidade na gravidez humana foi bem documentada em estudos clínicos. Quando o tratamento com antibióticos for necessário durante a gravidez, a amoxicilina pode ser considerada apropriada, quando os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais associados ao tratamento. A amoxicilina pode ser administrada durante a lactação. Com exceção do risco de sensibilização associado à excreção de quantidades mínimas de amoxicilina pelo leite materno, não existem efeitos nocivos conhecidos para o lactente. Claritromicina: A claritromicina não deve ser usada em mulheres grávidas exceto em circunstâncias clínicas onde nenhuma terapia alternativa é apropriada. Se ocorrer gravidez enquanto tomando claritromicina, a paciente deve ser informada do risco potencial ao feto. A claritromicina é excretada pelo leite materno e a segurança durante a lactação não foi ainda estabelecida. Colite pseudomembranosa foi relatada com quase todos os agentes antibacterianos, incluindo claritromicina, e pode variar em severidade, de moderada a potencialmente grave. Portanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que apresentam diarréia subsequente à administração de agentes antibacterianos. O tratamento com agentes antibacterianos altera a flora normal do cólon e pode permitir supercrescimento de clostrídios. Estudos indicam que uma toxina produzida pelo clostridium difficile é uma causa primária da “colite associada a antibióticos”. Após o diagnóstico da colite pseudomembranosa ter sido estabelecido, medidas terapêuticas devem ser iniciadas. Casos moderados de colite pseudomembranosa usualmente respondem à descontinuação da droga. Somente em casos moderados a severos, consideração deve ser dada ao tratamento com fluidos e eletrólitos, suplementação protéica e tratamento com uma droga antibacteriana clinicamente eficaz contra colite causada por clostridium difficile. Gravidez: Efeitos teratogênicos. Categoria c de gravidez. OMEPRAMIX deve ser usado durante a gravidez somente se o benefício potencial justificar o risco potencial ao feto. Uso na nactação: OMEPRAMIX é composto de omeprazol, amoxicilina e claritromicina, substâncias que são excretadas no leite materno. OMEPRAMIX só deve ser usado durante a lactação, após análise do risco/benefício, pois a segurança do uso na lactação ainda não foi estabelecida. Uso pediátrico: A SEGURANÇA E A EFICÁCIA DO OMEPRAMIX EM PACIENTES PEDIÁTRICOS INFECTADOS COM H. PYLORI NÃO FORAM ESTABELECIDAS. Uso geriátrico: Pacientes idosos podem sofrer de disfunção hepática e renal assintomáticas. cuidado deve ser tomado quando administrar OMEPRAMIX a esta população de pacientes. Atenção diabéticos: contém açúcar. Interações medicamentosas: omeprazol: O omeprazol pode aumentar o tempo de eliminação de fármacos metabolizados por oxidação hepática, tais como: diazepam, varfarina e fenitoína. Especialmente naqueles pacientes em tratamento com varfarina ou fenitoína, recomenda-se monitorização destas, tendo em vista a necessidade da redução da dose. Entretanto, em pacientes sob tratamento contínuo com fenitoína o uso concomitante com omeprazol na dosagem de 20 mg/dia não alterou a concentração sanguínea da fenitoína. Não foram observadas interações com propranolol, metoprolol, teofilina, lidocaína, quinidina ou amoxicilina, mas poderão ocorrer interações com outros fármacos metabolizados pelo sistema enzimático do citocromo P450. Não foram evidenciadas interações de omeprazol e antiácidos ou alimentos administrados concomitantemente. amoxicilina: A probenecida reduz a secreção tubular renal de amoxicilina. O uso concomitante com amoxicilina pode resultar em níveis de amoxicilina no sangue aumentados e prolongados. Em comum com outros antibióticos de amplo espectro, a amoxicilina pode reduzir a eficácia de contraceptivos orais e as pacientes devem ser apropriadamente advertidas. A administração concomitante de alopurinol durante o tratamento com amoxicilina pode aumentar a probabilidade de reações alérgicas da pele. O prolongamento do tempo de protrombina foi relatado raramente em pacientes recebendo amoxicilina. A monitorização apropriada deve ser realizada quando anticoagulantes forem prescritos simultaneamente. Recomenda-se que ao realizar testes para verificação da presença de glicose na urina durante o tratamento com amoxicilina, métodos de glicose-oxidase enzimática devem ser usados. Devido às altas concentrações urinárias de amoxicilina, leituras falso-positivas são comuns com métodos químicos. claritromicina: O uso da claritromicina em pacientes que estão recebendo teofilina, pode ser associado com um aumento das concentrações séricas da teofilina. O monitoramento das concentrações séricas da teofilina deve ser considerado para pacientes recebendo doses elevadas de teofilina ou com concentrações de linha basal na faixa terapêutica mais alta. A administração concomitante de doses únicas da claritromicina e carbamazepina mostrou resultar em concentrações plasmáticas aumentadas da carbamazepina. O monitoramento do nível sanguíneo da carbamazepina pode ser considerado. Quando a claritromicina e a terfenadina foram co-administradas, as concentrações plasmáticas do metabólito ácido ativo da terfenadina foram três vezes mais elevadas, em média, que os valores observados quando a terfenadina foi administrada isolada. A farmacocinética da claritromicina e da 14-hidroxi-claritromicina não foi significativamente afetada pela co-administração da terfenadina uma vez que a claritromicina atingiu condições do estado de equilíbrio. A administração concomitante da claritromicina com a terfenadina é contra-indicada. A administração concomitante da claritromicina e de anticoagulantes orais pode potencializar os efeitos dos anticoagulantes orais. Os tempos de protrombina devem ser cuidadosamente monitorados enquanto os pacientes estão recebendo claritromicina e anticoagulantes orais simultaneamente. Concentrações séricas elevadas de digoxina em pacientes recebendo claritromicina e digoxina concomitantemente, foram também observadas. Alguns pacientes mostraram sinais clínicos consistentes com a toxicidade da digoxina, incluindo arritmias. Os níveis séricos da digoxina devem ser cuidadosamente monitorados enquanto os pacientes estão recebendo digoxina e claritromicina simultaneamente. A administração oral simultânea de claritromicina e zidovudina a pacientes adultos infectados com HIV resultou em concentrações diminuídas do estado de equilíbrio da zidovudina. A administração simultânea de comprimidos de claritromicina e didanosina não resultou em nenhuma alteração estatisticamente significante na farmacocinética da didanosina. A administração concomitante de fluconazol e claritromicina aumentou o estado de equilíbrio da claritromicina. A administração concomitante de claritromicina e ritonavir (resultou em importante inibição no metabolismo da claritromicina). A claritromicina pode ser administrada sem ajuste de dosagem a pacientes com função renal normal tomando ritonavir. Contudo, para pacientes com comprometimento renal, os seguintes ajustes de dosagens devem ser considerados. Para os pacientes com CLcr de 30 a 60 ml/min, a dose de claritromicina deve ser de 50%. Para os pacientes com CLcr < 30 ml/min, a dose de claritromicina deve ser diminuída em 75%. O uso concomitante da claritromicina e ergotamina ou diidroergotamina foi associado em alguns pacientes com toxicidade aguda do ergot caracterizada por severo vasoespasmo periférico e disestesia. A claritromicina diminui o “clearance” do triazolam e, desta forma, pode aumentar o efeito farmacológico do triazolam. Houve relatos de interações medicamentosas e efeitos sobre o SNC (ex. sonolência e confusão) com o uso concomitante da claritromicina e triazolam. Houve relatos de uma interação entre a eritromicina e o astemizol resultando em prolongação do intervalo QT e “torsades de pointes”. A administração concomitante da eritromicina e astemizol é contra-indicada. Devido à claritromicina ser também metabolizada pelo citocromo P450, a administração concomitante da claritromicina com o astemizol não é recomendada. O uso da claritromicina em pacientes tomando concomitantemente drogas metabolizadas pelo sistema citocromo P450 pode ser associado com elevações nos níveis séricos destas outras drogas. Houve relatos de interações da eritromicina e/ou claritromicina com a carbamazepina, ciclosporina, tacrolimo, hexobarbital, fenitoína, alfentanila, disopiramida, lovastatina, bromocriptina, valproato, terfenadina, cisaprida, pimozida, astemizol e colchicina. As concentrações séricas das drogas metabolizadas pelo sistema citocromo P450 devem ser monitoradas cuidadosamente em pacientes recebendo concomitantemente estas drogas. A claritromicina e a colchicina não devem ser prescritas concomitantemente, especialmente para pacientes com insuficiência renal; visto que a claritromicina aumenta o risco de toxicidade fatal da colchicina. Reações adversas: Omeprazol: O omeprazol é bem tolerado e as reações adversas são geralmente leves e reversíveis. As seguintes reações foram relatadas; entretanto, na maioria dos casos não foi possível estabelecer relação consistente com o tratamento. Reações cutâneas: raramente ocorreram erupções e/ou prurido; em casos isolados fotossensibilidade, eritema multiforme e alopecia. Sistema músculo-esquelético: casos isolados de artralgia, fraqueza muscular e mialgia. Sistema nervoso central e periférico: cefaléia. Raramente tontura, parestesia, sonolência, insônia e vertigem. Em casos isolados ocorreram confusão mental, agitação, depressão e alucinações, principalmente em pacientes em estado grave. Gastrintestinais: diarréia, constipação, dor abdominal, náusea, vômitos e flatulência. Relatos isolados de estomatite e candidíase gastrintestinal. Hepáticas: raramente ocorre aumento das enzimas hepáticas. Em casos isolados pode ocorrer encefalopatia em pacientes com insuficiência hepática grave preexistente: hepatite com ou sem icterícia, insuficiência hepática. Endócrinas: relatos isolados de ginecomastia. Hematológicas: relatos isolados de leucopenia e trombocitopenia. Outras: raramente mal-estar. Podem ocorrer reações de hipersensibilidade, por exemplo, raramente urticária e, em casos isolados, angioedema, febre, broncoespasmo. Casos isolados de aumento da transpiração, edema periférico, turvação da visão, alteração do paladar. Amoxicilina: Assim como para outras penicilinas as reações adversas são incomuns e principalmente de natureza leve e transitória. Reações de hipersensibilidade: se ocorrer qualquer reação de hipersensibilidade, o tratamento deve ser descontinuado. Ocasionalmente, foram relatados erupções de pele, prurido e urticária. Raramente, reações de pele, tais como: eritema multiforme e síndrome de stevens-johnson, necrólise epidérmica tóxica e dermatite bolhosa e esfoliativa foram relatadas. Assim como com outros antibióticos, raramente foram relatadas reações alérgicas graves, incluindo edema angioneurótico, anafilaxia (vide “precauções e advertências”), doença do soro e vasculite de hipersensibilidade. Pode ocorrer raramente nefrite intersticial. Reações gastrintestinais: os efeitos incluem náusea, vômito e diarréia. Foram raramente relatadas candidíase intestinal e colite associada a antibióticos (incluindo colite pseudomembranosa e colite hemorrágica). Efeitos hepáticos: um aumento moderado em ast e/ou alt foi ocasionalmente observado, mas a significância do fato não está clara. Assim como com outros antibióticos betalactâmicos, hepatite e icterícia colestática foram relatadas raramente. Efeitos hematológicos: da mesma forma que para outros betalactâmicos, leucopenia reversível (incluindo neutropenia grave ou agranulocitose), trombocitopenia reversível e anemia hemolítica foram relatadas raramente. O prolongamento do tempo de sangramento e do tempo de protrombina também foram relatados raramente. Efeitos sobre o snc: os efeitos sobre o snc foram observados raramente. Eles incluem hipercinesia, vertigem e convulsões. Podem ocorrer convulsões em pacientes com função renal prejudicada ou naqueles recebendo altas doses. Efeitos diversos: descoloração superficial dos dentes foi relatada raramente e em sua maioria, com a suspensão oral. Geralmente pode ser removida pela escovação. Claritromicina: A maioria das reações adversas observadas em estudos clínicos foram de natureza moderada e transitória. Menos que 3% dos pacientes adultos sem infecções causadas por mycobacterium descontinuaram a terapia devido às reações adversas relacionadas com a droga. Os eventos mais frequentemente relatados em adultos foram diarréias (3%), náusea (3%), paladar anormal (3%), dispepsia (2%), dor/desconforto abdominal (2%) e cefaléia (2%). A maioria destes eventos foram descritos como leves ou moderados em severidade. Dos eventos adversos relatados, somente 1% foi descrito como severo. Posologia: Erradicação do H. pylori: Tratamento com esquema triplo: Tomar 1 cápsula de omeprazol, 2 cápsulas de amoxicilina e 1 comprimido revestido de claritromicina, compondo 4 unidades de manhã e 4 unidades à noite antes das refeições, por uma semana, conforme critério médico. Caso seja necessário, após o tratamento tríplice, tomar 1 cápsula de omeprazol de manhã por 14 dias ou 28 dias. Se o paciente mantiver-se Helicobacter pylori positivo, um esquema quádruplo poderá ser empregado, a critério médico. Não existe experiência clínica suficiente com o uso de omeprazol em crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BU 08 SAP 4097004 10/08 Julho/09


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