O Caminho da Graça
A Ceia do Senhor não é o banquete dos fariseus! Caio Fábio
Vamos ler Lucas 14:1-33 “Aconteceu que, ao entrar ele (Jesus) num sábado na casa de um dos principais fariseus para comer pão, eis que o estavam observando. Ora, diante dele se achava um homem hidrópico (com barriga d’água). Então, Jesus, dirigindo-se aos intérpretes da Lei e aos fariseus, perguntou-lhes: É ou não é lícito curar no sábado? Eles, porém, nada disseram. E, tomando-o, o curou e o despediu. A seguir, lhes perguntou: Qual de vós, se o filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado (e ainda que a circunstância seja de um banquete, de uma ceia)? A isto nada puderam responder.
Disse também ao que o havia convidado (agora, portanto, ao dono da festa): Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos. (Ou seja, se tu queres uma recompensa não apenas horizontal, social e de troca relacional e imediata, vinculada também a ambições veladas e vaidosas e tolas, que carregues no teu coração, num toma lá dá cá fraterno; se dentro de ti o desejo de dar uma ceia for um desejo que transcenda o elemento que pode estar presente nas nossas ceias, a menos que nós queiramos fazer ceia que transcenda à própria ceia, se o caso for este, se tu estás procurando recompensa, Jesus aconselha a não te recompensares nos mecanismos, nas engrenagens da horizontalidade, onde quem convidou será convidado, de acordo com o status daquele que um dia convidou: vai ser remunerado, nessa troca na horizontalidade dos vínculos. Mas se tu estás querendo, de fato, recompensa superior, antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás bem aventurado com o fato de
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Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola (e o fez de maneira audível, à medida que todos estavam fazendo aquele movimento de pegar os melhores lugares. Jesus entra falando alto, em meio a esse espírito de positioning, naquele lugar que deveria ser de um encontro fraterno e tinha se transformado num desfile de importâncias e de pseudo significados, de aparências, de reputações e de status): Quando por alguém fores convidado para um casamento (ou para qualquer outra circunstância que carregue pompa, solenidade, e onde as aparências forem valorizadas), não procures o primeiro lugar; para não suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga: Dá o lugar a este. Então, irás, envergonhado, ocupar o último lugar. Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas. Pois todo o que se exalta (e que vive buscando essa finalidade, essa prioridade) será humilhado; e o que se humilha será exaltado (na perspectiva de que não busca para si, por deliberação, lugares excelentes em razão da motivação da vaidade, das imposições das aparências e do status, antes, deixa que o fluxo natural e simples das coisas aconteça; ele já está no lugar, não precisa, no lugar, eleger-se, despoticamente, para as importâncias premeditadas e impostas. Portanto, seja isso no ambiente mais corriqueiro, seja aplicado à existência e à sublimidade da consciência, saiba que o que se humilha será, paradoxalmente, exaltado. Quem é, é; que não é corre o risco de por um tempo aparentar ser e, de repente, ser desconstituído, porque nunca foi, nunca carregou dentro de si aquilo que pretendia aparentar).