Duro é esse discurso; quem o pode ouvir?!

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O Caminho da Graça

Duro é esse discurso; quem o pode ouvir?! Caio Fábio

Vamos ler João 6: 52-65 “Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua própria carne? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente. Estas coisas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum. Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.”

Porque todos os que aqui estão têm existências. Todo mundo aqui, existe; mas

não necessariamente todo mundo aqui, vive. Do ponto de vista do Novo Testamento existência é uma coisa, vida é outra. Se não nos suicidarmos, nós somos forçados a existir; mas viver é uma dimensão para além do existir. Vida, do ponto de vista de Deus, é a qualificação da existência que passa a acontecer com qualidade da vida que Deus chama vida. De modo que existência, todo mundo aqui tem. Vida, eu espero que todos aqui a alcancem. Então Jesus prossegue, dizendo: Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna. O que qualifica a existência é a penetração, a instalação, a instilação, o nascimento da vida eterna na mortalidade da nossa existência.

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Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este (referindo-se a Jesus) dar-nos a comer a sua própria carne? Porque Jesus lhes dissera: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”. Esta afirmação suscitou da parte dos judeus religiosos que a ouviram, a pergunta acima; e eles imaginaram um convite para um canibalismo, para um banquete antropofágico. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.


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Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo meu Pai, também todo aquele que de mim se alimenta (que come a minha carne, que bebe o meu sangue, que absorve a minha vida, o meu ser) esse também por mim viverá. Falou ele, botando a mão no peito, indicando a si mesmo para os que o ouviam: Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram (aquele maná, aquele pãozinho que Moisés trouxe ao povo); comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão, todavia, viverá eternamente. Estas coisas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum. Muitos dos seus discípulos (dos que andavam com ele até então, todos os dias), tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Duro é esse discurso; quem o pode ouvir? Isso é uma coisa absolutamente impensável – e observem que o significado não era o mesmo que é para nós, que quando pensamos em Jesus pensamos em Deus encarnado; esses discípulos pensavam nele como um mestre, um profeta, o profeta dos profetas, o maior

iluminado. Somente alguns, como Pedro, tinham tido o discernimento que dissera, com um grupo de outros: Para nós, para mim, tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo – o que é equivalente a dizer: Tu és Deus conosco. A maioria, no entanto, não tinha esse entendimento, e quando ouviram essas coisas disseram: Duro é esse discurso, quem o pode ouvir? Porque esse é um discurso impossível de ser ouvido, de ser acolhido, a menos que aquele que o ouça tenha, no coração, recebido a revelação de que Jesus é Deus. Do contrário, é um convite completamente impossível de que o bom senso, a razão e qualquer que seja a norma de reflexão e lucidez interior possa acolher no coração de quem quer que seja. Porque em qualquer ouvido e para qualquer percepção é um convite a um nível de comunhão absolutamente anticivilizada, inconcebível, irrealizável em qualquer mente lúcida. Só quem discerniu o fato de que Jesus é Deus é que diz: Eu quero comer e não farei restrições; e me alimentarei de tudo quanto tu me designes como alimento para a eternidade. Mas aqueles (e agora, já não os judeus, mas até discípulos dele), ouvindo isso disseram: Duro é este discurso, quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita. Isto vos escandaliza? É um escândalo para vocês, isto que estou dizendo (que vocês têm de comer a minha carne, têm de beber o meu sangue para poderem ter vida eterna em vocês, para deixarem de apenas existir e, então, receberem a qualificação da

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Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. É por esse alimentar-se da carne de Deus, do sangue de Deus, da carne de Jesus, do sangue de Jesus – que é Deus encarnado – que eu permaneço nele, ele permanece em mim; e, portanto, eu recebo a qualidade da vida de Deus em mim.


vida de Deus na existência de vocês)? Se isto vos escandaliza, que será, então, se virdes a mim, o Filho do Homem, subir para o lugar onde primeiro estava? Se falando isso com vocês aqui eu os choco, imaginem se vocês me vissem subir e atravessar todas as dimensões para a glória absoluta e indiscernível de onde eu vim e onde eu primeiro estava? Prestem atenção, ouçam o que eu estou dizendo e entendam: o espírito é o que vivifica.

no tempo-espaço, um corpo; um corpo que será abandonado daqui a mais alguns anos, quando esse espírito vai voar livre e vai ser revestido de um corpo celestial, imortal, incorruptível. Enquanto isso, eu sou apenas um espírito condicionado, no tempoespaço, ao aprisionamento, ao contêiner deste corpo, mas eu não sou o corpo que me envolve; eu sou um espírito que se utiliza do invólucro, e que se expressa a vocês.

Até em nós – em mim, em vocês – é o espírito que vivifica. Vocês, olhando agora para mim, estão vendo o meu corpo, ano após ano baqueado. Mas quem fala com vocês é um espírito: eu sou um espírito, um espírito encarnado. Tem gente que diz que nunca viu um espírito, então, muito prazer, eu sou um espírito. E aqui diante de mim só tem espíritos; cada um de vocês aqui é um espírito, com um nome histórico mas que um dia vai ganhar um novo nome, que não será o nome que cada um aqui tem. Jesus vai dar o nome que será exatamente a cara de quem cada um de nós é como espírito; os nossos espíritos vão ganhar os seus nomes peculiares. O nome que cada um de nós tem agora nos foi dado porque alguém gostou, mas cada um de nós vai ganhar um nome que seja exatamente o nome da nossa identidade – é o que diz o Novo Testamento.

É o espírito que vivifica; a carne para nada aproveita. Se o meu espírito surtar, a carne acompanha. Se o meu espírito se iluminar, a carne acompanha. Se o meu espírito escolher, a carne vai. Se o meu espírito mergulhar em profunda depressão, a carne fenece. Eu não sou um boneco de carne, eu sou um ente espiritual, em Cristo; que estava morto em delitos e pecados e que foi vivificado pela palavra de Deus, de modo que hoje a minha mente, o meu cérebro, o meu corpo, todas as minhas funções orgânicas estão cada dia mais a serviço do espírito que eu sou e que foi iluminado pela palavra de Cristo, que disse: Desperta, ó Caio, que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. E quando essa palavra da vida me penetrou e eu cri, eu fui vivificado, eu, que vivia apenas a vida de um boneco de carne, com pulsões psíquicas e almais, e que tinha dentro de mim um espírito morto. Do contrário, eu não estaria nem aqui, vivo, lhes contando coisa alguma, porque o projeto de existência que eu vivia não teria me garantido muitos anos adiante de mim. Se eu estou hoje aqui é porque o espírito que estava morto em mim foi vivificado pela palavra eterna do Evangelho, que qualificou a minha existência. A carne para nada aproveita. Ela é circunstancial, temporária, contingência do tempoespaço, mas ela não é aquilo que, de fato,

O espírito é o que vivifica. Porque imaginem só: se o meu espírito sair deste corpo aqui, agora, vocês vão assistir a um desmaio sem volta. Aí, vai correr todo mundo, dizendo: Meu Deus, chamem uma ambulância! Porque o corpo sem espírito está morto; o espírito é o que vivifica. Quem fala com vocês hoje aqui é um espírito – e esta não é uma reunião espírita. Acreditem em espírito, porque eu sou um, um espírito que tem, circunstancialmente,

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Prossegue Jesus, dizendo: As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. A palavra dele. Quando você fica exposto à palavra de Jesus, ao Evangelho, ao ensino, e você o ouve, e ouve com fé; e o acolhe com temor e tremor, e o acolhe com amor, e se deixa constranger pelo amor de Deus no seu íntimo; quando essa palavra sai do livro, sai do texto, sai da boca, deixa de ser voz, deixa de ser apenas um elemento que impacte sonoramente o nosso cérebro; e, através dos códigos de comunicação, é entendida como linguagem e transcende a própria linguagem e nos penetra como verdade, como revelação, como caminho, como sabedoria eterna, como palavra criadora de Deus e palavra de Deus que pavimenta o chão do nosso caminho interior para que, a partir dele, nós construamos o nosso próprio andar exterior; essas palavras (que ele afirma “eu vos tenho dito”) elas é que são o espírito que vivifica você, que acorda você, que levanta você, que qualifica você, que se transforma em vida em você. Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido. Há duas coisas neste texto de João 6:52-65 que eu gostaria que observássemos. A primeira é esse convite de Jesus a que se coma a sua carne e se beba o seu sangue. E a segunda é: diante da interpretação tresloucada e equivocada que confundia a palavra metafórica de Jesus com um convite literal, literalista, para que se saísse comendo pedaços do corpo dele e

vampirescamente chupando o seu sangue, ao corrigir a interpretação tão literalista, embrutecida, entupida, daqueles que o ouviram, ele disse: Vocês não entenderam nada, eu não estou falando que vocês comam partes de mim e bebam o meu sangue. Ao falar que vocês têm de comer a minha carne e beber o meu sangue, o que eu estou dizendo é que vocês precisam absorver a minha vida. Porque eu tenho vida eterna; quem comer de mim internalizará vida eterna, qualificará sua existência para a eternidade e começará hoje a viver uma qualidade de vida que já é eterna na sua essência. Mas isso não é um convite antropofágico, é um convite para que vocês comam pelo coração. Comam não pelos ouvidos, mas comam com a mente. Comam com a alma, comam com o espírito, comam com a fé, apropriem-se. Não existe nada material nisso; é um banquete invisível, porém absolutamente real, se vocês se apropriarem dele pela fé, entendendo que é o meu Espírito que vivifica vocês. Assim como é o espírito de vocês que mantém a carne viva, e a carne para nada aproveita, o que de fato vivifica o espírito de vocês é o meu Espírito. E o meu Espírito não é carne e não é sangue. O meu alimento, que eu ofereço a vocês, é a minha palavra; porque a minha palavra é espírito e é vida. A palavra de Jesus é espírito e é vida. Ele não está se referindo a este livro aqui, a Bíblia, como se fosse uma biblioteca de Espírito de Jesus. Pelo amor de Deus, o livro é somente um livro; mas a palavra dele existia antes de haver livro e continuará a existir depois que todos os livros se acabarem. A palavra dele é caminho, é conceito, é verdade. A palavra dele é comida abstrata. A palavra dele é aquilo que forja o nosso olhar, o nosso interpretar, o nosso sentir, o nosso agir, o nosso reagir.

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caracteriza a minha existência; ela é um casulo que um dia será abandonado.


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“Bem-aventurados os humildes de espírito”. Essa é palavra eterna que ninguém muda: só será feliz em Deus quem for humilde de espírito. “Bem-aventurados os mansos”. Esses é que são felizes. Quem não for manso, se despeça. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça” – não de justicismo, mas os que buscam viver uma vida que estenda justiça para os outros e que se alimenta desse bem que podem espraiar, realizar e compartilhar. Quem não for assim, jamais terá vida em si. “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” – aqueles que existem para fazer pontes, as mentes que estão em processo pontífice o tempo todo: reconciliando, aproximando, calando fofoca, afastando malquerência, matando e quebrando as setas malignas de envenenamento da alma do próximo. Esses

são felizes, são filhos de Deus, se qualificam para viver. “Bem-aventurados os limpos de coração”. Esses serão felizes, disseram “sim” a uma mente limpa; com um olhar limpo, com interpretação limpa que afasta a malícia da mente, a maledicência da boca, o juízo perverso do coração. Esses têm um coração puro, esses serão felizes, verão a Deus todos os dias, verão a Deus em tudo e em todas as coisas. Serão felizes já, aqui e agora, e para todo o sempre. Amém. “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça (porque vivem em justiça, não em injustiça)”. Esses serão felizes até perseguidos. “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos, e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Quando isso deixa de ser o Sermão do Monte e passa a ser palavra de Jesus para o meu olhar, para o meu agir, para o meu reagir, para o meu interpretar; quando isso vai virando carne, vai virando sangue, vai se corporificando, vai se encarnando, vai virando o meu espírito (ele vai ficando possuído por essa consciência) eu vou crescentemente sendo alimentado pela vida eterna. “Vós sois o sal da terra” – isso faz de mim um ser que escolhe viver para carregar o gosto e o sabor de Deus na vida. “Vós sois a luz do mundo” – isso faz de mim alguém que escolhe viver não na sombra, nem nos mistérios, nem nos segredos, nem nos ocultamentos, nem nas dissimulações, nem nas manipulações; mas, ao contrário, escolhe viver uma vida sincera, íntegra, limpa, aberta e absolutamente exposta no

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É a palavra dele que cria escala de significados para a nossa vida, é a palavra dele que diz o que é essencial, o que é fundamental, o que é importante, o que é periférico. É a palavra dele que separa o bem do mal. É a palavra dele que nos dá discernimento, juízo, bom senso. É a palavra dele que quer se transformar em mente, em nós, de tal modo que pela sua palavra nós tenhamos a mente de Cristo, os pensamentos de Cristo, que não são pensamentos mágicos, nem são pensamentos em código e nem são apenas lógicas cerebrais; porque a palavra dele não é uma lógica de encadeamento humano, é sabedoria eterna que penetra o nosso ser contra o fluxo das lógicas mundanas e planetárias que nos cercam. É a palavra dele. Por exemplo:


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que é, no que crê, e no que crê acerca de Jesus, e se torna, assim, luz para o mundo.

imediato. As minhas palavras são espírito e são vida.

As minhas palavras são espírito e são vida. Por exemplo, quando ele diz: Se tu vieres trazer ao altar a tua oferta e lembrares que um irmão foi profundamente ofendido por ti, deixa no altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; e depois que te reconciliares com ele, e o ganhares enquanto estás com ele no caminho, então volta e, pela misericórdia de Deus, faze a tua oferta; mas primeiro vai resolver aquilo que não sendo resolvido colocará o teu espírito, a tua alma, o teu ser, numa carceragem espiritual e psicológica da qual ninguém sai.

“Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também”. As minhas palavras são espírito e são vida.

Aí, vai entrando, penetrando a vida. Primeiro penetra em você, vai penetrando os outros, vai se impregnando em tudo. A eternidade vai habitando você, você vai deixando de ser um pit bull raivoso das tramas desse mundo e vai passando a ser um ser transcendente, para além do sequestro que pratiquem contra você no

“Não joguem as suas pérolas para porcos”, porque senão eles, que não apreciam pérolas, vão pisá-las. Porcos gostam é de babugem, não adianta você dar um diamante para eles; eles vão pisar no seu diamante e vão sair atrás de babugem; e não achando babugem, se for um javali vai comer você. As minhas palavras são espírito e são vida. “Não adulterarás”. Não sejas infiel, não traias a tua mulher, nem o teu marido, nem o teu amigo, nem o teu próximo – conhecido ou desconhecido. Porque aquele que assim faz estará cavando para si uma sepultura presente, estará matando em si o seu próprio espírito. Antes, vivam para a fidelidade, que começa no coração e que tem a sua expressão de fidelidade

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“Não resistais ao perverso” – palavra que carrega espírito e vida. Ele está vindo contra ti, ele quer te fazer mal? Não vires lobo contra o lobo, não vires tirano contra o tirano; mas, ao contrário, se ele te ferir numa face, dá-lhe também a outra [você não gosta disso, mas essa é a palavra da vida, de Jesus]. Se ele te pedir a tua capa, dá-lhe também a tua túnica. É como um indivíduo que lhe pede a capa e você diz: Quer a camisa também? Pode levar, pode levar. É chocante, não é? Fica todo mundo escandalizado, mas é o que Jesus está dizendo. Pediu a capa? Dá também a túnica; fica de cueca, deixa ele levar. Ele te obrigou a andar com ele uma milha? Vai com ele duas. As minhas palavras são espírito e são vida.

“Quando você der uma oferta, ignore a sua mão esquerda o que a direita fez” – não conte nem para você mesmo isso como vantagem, que é para não se desenvolver uma banda piedosamente narcisística, na sua existência. Ao contrário, pratique toda obra de amor com a espontaneidade de um ser grato, que está apenas estendendo à vida aquilo que nem em bilhões de eternidade ele conseguiria compensar, tão grande foi a densidade de glória eterna que o alcançou gratuitamente. Por isso, não se jacte nem entre o cérebro esquerdo e o direito, acerca do que você fez. Não conte o lado racional ao lado emocional, o que você acabou de fazer. As minhas palavras são espírito e são vida, disse Jesus.


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“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira... Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isso, amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça.”. Porque as minhas palavras são espírito e são vida. Quem quiser ter vida tem que comer essas palavras, tem que tomar a ceia e a comunhão dessas palavras. Elas têm que deixar de ser textos, elas precisam virar gente. Elas têm que virar pensamento, elas têm que se tornar escolha, elas têm que se transformar em arbítrio. Elas têm que se transformar no fluxo da nossa existência, elas têm que ser as nossas qualificações para viver, elas têm que se transformar em caráter. Elas têm que se transformar em alegria de ser, elas têm que se tornar, em nós, não obrigação, nem mandamento, mas privilégio da vida. Elas têm que se transformar em galardão, para nós, elas têm que se transformar em coroa, em prêmio, elas têm que se transformar em alegria de compreensão. Perdoem sempre – disse ele. Quantas vezes, Senhor, o meu irmão pecará contra mim e eu perdoarei, até sete vezes, num dia? Ele respondeu: Eu não vos digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Em outras palavras: perdoem sempre, perdoem o mundo inteiro, digam: Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem. Porque as minhas palavras são espírito e são vida.

Quem ganhar essa mente, quem desenvolver esse espírito, quem subjugar a alma, as suas pulsões, emoções e subitezas, para obedecerem a essa superioridade espiritual, a essa qualificação eterna; esse que de mim se alimentar assim – porque as minhas palavras é que são pão, as minhas palavras é que são espírito e são vida – esse por mim viverá. Viverá assim na conjugalidade, tratará assim sua mulher, tratará assim seu marido, tratará assim seus filhos, tratará assim seus empregados, tratará assim seu patrão, tratará assim o namorado, tratará assim a namorada, tratará assim os conhecidos e desconhecidos, tratará assim aquele que seja o mais indigente dos homens. Eu sou o pão da vida. E o pão que eu vos darei, que eu darei para vida do mundo, é a minha carne. Quem comer a minha carne, beber o meu sangue, tem a vida em si mesmo. E não se assustem, porque eu não estou convidando vocês para saírem me mordendo; o meu convite é para que vocês entendam a metáfora do que eu lhes digo. A minha carne e o meu sangue são equivalentes ao que seja vida. Vida é comunicada pelo Espírito, tanto em vocês quanto em qualquer outra dimensão. E no que tange ao que eu disse a vocês, o que qualificará a existência de vocês para que a existência atual seja penetrada pela qualidade do que eu chamo vida – e como vida, a vida eterna; e, já hoje, vida abundante – é vocês entenderem que são as minhas palavras que geram espírito em vocês. Não palavras no papel, não palavras num livro, mas palavras que penetrem em vocês, que se transformem em pensamentos, que se transformem em sinapses neurais, que se transformem em respostas, que se transformem em propostas, que se transformem em

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exterior porque no coração está bem assentado o desígnio de fidelidade na subjetividade, no amor que se vigia para não dar lugar aos devaneios da fantasia. As minhas palavras são espírito e são vida, disse o Senhor Jesus.


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Sejam discretos, sejam simples, sejam amorosos, sejam genuínos no amor. Não julguem, não se toguem para estabelecer critérios contra uns em favor de outros. Andem gratos por estarem perdoados e exerçam o privilégio de perdoar a todos, e perdoar sempre. Porque as minhas palavras são espírito e são vida. E por ele viverá quem as encarne, quem dia a dia diga: Eu não sou mais o livro, o livro entrou em mim; não como valor estático, não como memorização, entrou em mim

como espírito, como vida; e agora eu olho com o Espírito de Cristo, agora eu ouço com o Espírito de Cristo, agora eu decido com o Espírito de Cristo; a palavra de Cristo é espírito em mim. E esse espírito não vem sem conteúdo, ele vem carregado do que Jesus disse, fez, ensinou, encarnou e me chamou a encarnar de tal modo, que é equivalente a comer a sua carne e beber o seu sangue, ou seja, a me metamorfosear na sua palavra, a me celularizar dela, a me molecularizar dela, a que até as minhas partículas subatômicas fiquem tomadas por ela – do meu espírito aos movimentos de concreção histórica e perceptível do meu ser. Esse é o convite. E a palavra dele diz: Aquele que de mim se alimenta, por mim viverá. Aquele que de mim se alimenta, por mim viverá. Em nome de Jesus. É isso que queremos? Há alguém escandalizado com essas palavras? Se é o que queremos, então, o processo é simples. Hoje vocês me ouviram aqui. E a fé vem pelo ouvir, e ouvir a palavra de Deus (tão certo como vive o Senhor, vocês não ouviram a minha palavra, vocês ouviram a palavra de Deus. Eu sou um repetidor, e o serei até o último dia da minha vida; tudo o que eu tenho a dizer a vocês é repetir Jesus, até o último dia da minha vida. Então, quem quiser ouvir Jesus, pode vir me ouvir, porque eu não tenho nada a dizer a não ser o que Jesus disse e ensinou, cada dia, com simplicidade maior). Você ouviu, essa palavra alimentou fé no seu coração. Eu vi, daqui, alguns olhinhos marejados. Eu vi gente dizendo: Meu Deus, me salva da subiteza da minha raiva, da minha vingança, tira esse espírito de rancor, eu quero perdoar. Eu vi olhos aqui dizendo: Arranca a sujeira desse juízo de dentro de mim, ou dessa arrogância que se

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caminho interior que construa estrada exteriores; que se transformem em decisão, que se transformem em escolha; que se transformem em escolhas humildes, em escolhas mansas, em escolhas limpas, em escolhas pacificadoras, em escolhas justas, em escolhas nobres; em escolhas fortes, firmes até sob perseguição, em escolha de exultação para além das circunstâncias e das contingências; em escolha por sabor de vida que vocês queiram viver e manifestar como sal, escolha de viver uma vida estratégica como a luz; carregando a qualidade do perdão em tudo e para com todos, a qualidade da reconciliação, tão somente a consciência de vocês acorde para perceber a machucadura causada no coração de alguém – vão lá, andem enquanto vocês estão com ele a caminho, deixem qualquer coisa, abandonem qualquer hora, deixem de lado o santo, santidade é andar na direção da reconciliação. E não briguem por nada, não virem bicho entre os bichos, constranjam os monstros, os perversos, deem o que eles querem – eles jamais quererão quem vocês são, vocês são para além do que eles conseguem ambicionar; eles, no máximo, quererão espoliar o que vocês têm, eles não terão mecanismos para desqualificar quem vocês são.


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nega a ser humilde, se nega a aprender, a ser ensinável. Eu vi olhares que brigaram contra a infidelidade, contra a fantasia erótica que corrompe toda expressão de amor, de vínculo e de afeto leal. Eu vi. Faz quarenta anos, gente, que eu não faço outra coisa; a sensação que me dá, a cada dia, é que eu vejo, cada dia eu vejo mais. E o que eu tenho a dizer a vocês, com toda ternura do meu coração, com a simplicidade de quem já experimentou e experimenta essa felicidade do Evangelho tanto quanto já experimentou as durezas e as espadas da vida em relação à desobediência ao Evangelho; e que já experimentou a graça de todas as reconciliações possíveis criadas pelo Evangelho, e que dia a dia experimenta essa paz que excede a todo entendimento, que é parte da qualificação da vida que, em Jesus, eu ganhei no Evangelho, é o discernimento de que quando a gente diz “sim” para o que Deus diz “faça”, a gente é totalmente bem-aventurado, e quando a gente diz “não; eu farei, eu enfrentarei aquilo a que Jesus diz não”, a gente se torna totalmente desgraçado. É simples assim, e é sublime assim.

Nenhum juiz do próximo será feliz. Nenhum vingador e vingativo será feliz. Nenhum amargurado será feliz. Nenhum sujo de mente, de alma e de espírito jamais será feliz. Nenhum malicioso será feliz. Nenhum mentiroso jamais será feliz. Felizes são os que aprendem todo dia, porque deles é o reino dos céus. Felizes são os que se controlam, que são mansos, eles vão acabar herdando tudo; porque os outros matar-se-ão por tudo, e eles herdarão tudo pelo que não brigaram. Felizes são os que dizem “deixa para lá, deixa para lá”; eles serão chamados filhos de Deus. Felizes aqueles que por andarem a pureza da sua vida são perseguidos, em razão da justiça do reino de Deus; deles é o reino dos céus – não no futuro, o céu os invade hoje, no presente, já. Aquele que se alimenta dessas minhas palavras torná-las-á espírito no seu espírito, pensamento nos seus pensamentos, olhar no seu olhar, decisão nas suas escolhas. Aquele que de mim se alimenta, esse, por mim, enfim, viverá. Em nome de Jesus.

“Aquele que de mim se alimenta por mim viverá”. Nenhum adúltero será feliz.

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Mensagem ministrada em 04/12/2011 Estação do Caminho - DF

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