Este salmo tem de acabar em nós!

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O Caminho da Graça

ESTE SALMO TEM DE ACABAR EM NÓS Caio Fábio

Vamos ler o Salmo 42:1-11 que diz assim: ''Como suspira a corça pelas águas...''

A primeira tem a ver com o sul, provavelmente com a região do Mar Morto, En-Gedi, Neguebe, Qumram, onde se encontram as cabras montesinhas e as corças que habitavam e habitam, até o dia de hoje, em grande abundância aquela região. Elas são nativas daquela região há milênios. E o salmista, provavelmente andando pela região do Neguebe ― ou se não estivesse andando pela região, por lá já

tivesse andado ―, tinha as imagens daquela cenografia, daquelas cabras montesinhas, das corças, e, sobretudo, do bramido, da angústia sedenta daqueles animais naquela região. Ele diz “assim como as corças suspiram pelas correntes das águas, suspiram por encontrá-las. Especialmente, porque, na região do Neguebe, existem rios perenes, fontes perenes, mas, sobretudo, rios invernais. Quando existem chuvas no deserto, águas se canalizam em abundância, em grande fluxo, e é quando muitos desses animais têm a sua sede atendida, especialmente quando estejam muito projetados para dentro de desertos distantes daquelas fontes perenes. Ele olha para estes animais ao sul de Israel e diz “Deus, a minha alma está assim, com esta sede horrorosa de Deus, e o tempo no qual borbulhava de mim aquela fonte de alegria e de louvor hoje é passado na minha memória, na minha existência, no meu pensamento, nas minhas recordações porque, de fato, hoje, não é assim que eu estou!” A segunda analogia, a segunda figura, vem do norte, conforme ele diz, das nascentes do Jordão, dos montes de Hermom, outeiro de Mizar, são todas geografias elevadas lá do extremo norte de Israel, das nascentes mais abundantes das águas, onde a experiência que ele narra já é oposta à experiência da sede.

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Este é um salmo que mostra com extrema clareza e simplicidade a luta da fé contra o domínio da emoção depressiva, quando ela se abate sobre a alma, sobre a Psiquê, sobre o coração da gente. Porque trata-se de um indivíduo que tem uma historia com Deus. Ele se lembra de tempos áureos na existência, quando ele guiava uma multidão em festa, em hinos de louvor, em ações de graças, quando ele se sentia o guia da alegria no meio daqueles que se identificavam e se chamavam Povo de Deus. É um passado rico de euforia, de entusiasmo, de fé, de intensidade, de referência de esperança para muitos. E, de repente, ele olha para si mesmo e não encontra mais as evidências dessas expressões acontecendo de maneira concreta, presentes na vida dele. É passado, é lembrança, eu me lembro, mas hoje já não é. Então, o que é para ele é expresso aqui através de duas analogias geográficas e uma questão que se repete. Nas duas analogias geográficas, uma tem a ver com o sul de Israel, a outra tem a ver com o extremo norte de Israel.


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Na secura ela se queixa e diante das muitas águas ela se afoga. A questão, que se repete durante o salmo, se vincula, algumas vezes, ao que terceiros dizem a ele: O teu Deus, onde está? Porque está oprimido, abatido, quebrado, depressivo, e as pessoas que antes estavam acostumadas a verem-no com outras atitudes, agora o veem totalmente quebrado. Podia até ser a pergunta do amigo, mas fazia mal; quanto mais a do inimigo, a do adversário, a do que a ele se opõe, e que, vendo-o naquele estado, agora brincava, dizendo: Onde está aquele homem da alegria, do folguedo, das danças, que andava diante do povo, que fazia assertivas veementes de fé acerca da

Graça e do Poder de Deus, onde está Deus na vida dele. Onde está aquele homem e onde está o seu Deus? E esta pergunta recorrente volta não apenas relacionada ao que terceiros dizem, mas, sobretudo, ela ganha sua recorrência relacionando-se ao que ele fala de si mesmo, consigo mesmo, de como ele diz, independentemente do que outros estejam perguntando: por que estais abatida minha alma, e por que tu te afliges e te perturbas dentro em mim, por quê? Ele tem a chance, quando pergunta a primeira vez, e nós temos a impressão de que ele vai concluir esta questão, mas ele faz esta pergunta depois de dizer que se lembra do tempo que ele andava em folguedos diante do povo. Aí ele diz: Porque estás abatida minha alma? E nós pensamos que ele vai estancar o fluxo e dar uma resposta; mas, não. Então ele viaja lá para as regiões do norte e se afoga todo nas águas da agonia e volta outra vez tomando fôlego sozinho e pergunta: “porque estás abatida, oh, minha alma, porque te perturbas dentro em mim? Espera em Deus pois ainda o louvarei , a ele, meu auxilio e Deus meu”. E acaba o salmo. Porque este salmo tem de acabar, tem de acabar! Este é o salmo que se nós não pusermos um ponto final nele, ele vira um Salmo do inferno para nós. Se nós entrarmos numa de adular a alma, 'minha alminha, porque estás abatida minha alma, porque te perturbas dentro em mim, minha alma? Eu me lembro de ti, minha alma, que saudade de ti, minha alma à frente do povo, cantando, louvando, em festas, minha alma, e agora, minha alma, aquela corça com sede és tu, minha alma, corça, pobre, corça alma minha...minha alma, ai, ai, é do Jordão, do Hermom, do

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No sul ele lembra que a alma dele está sedenta como a de uma corça; ao norte, ele vai a outro polo em que não falta água, mas ele associa aquela exuberância de água não à fartura e à satisfação, mas ao afogamento. É a bipolaridade da entrega da alma ao processo e à ciclotimia emocional. Se você está neste estado, a secura fará você se lembrar de que você é uma corça insatisfeita, e a abundância também não lhe satisfará. Pelo contrário, tudo isso fará você não ligar-se à possibilidade de ser atendido pelas águas, mas, sim, o perigo de ser por elas afogado. E aí ele diz que, ao ver aquela cenografia, o que lhe ocorre é que lá, naquela região, há muitas cachoeiras, com muitas quedas d'águas; e ele, que antes tinha dito “minha alma está sedenta como uma corça no sul”, no norte , ao invés de afirmar “aqui eu bebo, aqui eu me satisfaço”, ele diz “aqui eu também corro perigo, porque um abismo chama outro abismo”. Você escorrega e, quando você vê, você caiu na correnteza com a água, e vai se afogando, de modo que é impossível atender a alma nas suas demandas quando entregue a si mesma.


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E eu fico torcendo pelo indivíduo. Para, para, para, pelo amor de Deus, para, irmão, para! Aí, felizmente, ele parou agora: “espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxilio e Deus meu”. Eu fico aliviado. Somente faltava ele dizer: “lembro-me de ti nos folguedos de Jerusalém...” Isso não teria fim, “nos monumentais cetros do Líbano”, ele teria uma geografia inteira para se refestelar e metáforas, cenografias de insatisfação... Para, meu irmão! Você já foi do sul para o norte, PARA!!! Não viaje para o Leste nem para o Oeste. PARE aí! Este Salmo tem de acabar! Isso é o que a maioria de nos tem de fazer. A coisa mais fácil é nós transformarmos este salmo numa piedade adoecida, contínua, longa, renitente, perseverantemente intensa e devocionalmente patologizada dentro de nós. Eu vi, nestes quase quarenta anos de ministério, milhares de pessoas encarnarem a nostalgia piedosa deste salmo sem parágrafo; sem parágrafo jamais! E vocês sabem do que eu estou falando. Vocês sabem que os justos não vivem de adulações da alma, não vivem de culto de suas emoções, não vivem do amparo emocional que possam receber das manifestações empolgantes, não vivem das maneiras elevadas que ocorram dos seus surtos de euforia ou das contribuições que a existência, em acordos com a nossa vida, de vez em quando possa nos trazer.

O justo vive integralmente e tão somente pela FÉ, e a fé não tem nada, absolutamente nada, a ver com nossas emoções, nada! Pelo menos com as minhas não tem nada a ver. E está decretado: a fé, na minha vida, existe com emoção, sem emoção, apesar de emoção! Se eu estiver eufórico, ótimo; se eu estiver deprimido, é para ser atropelada a depressão, porque o justo viverá tão somente pela FÉ! E o apóstolo Paulo diz, escrevendo aos Romanos, que nós vivemos de uma esperança que não vê o que espera, porque se alguém vê o que espera, já não é esperança; mas se não vemos o que esperamos, com paciência, o aguardamos. Do contrário, não decorre de Fé e, sim, de vista. E se for o resultado das visibilizações, das concreções existenciais e emocionais de uma satisfação de alguma forma de adrenalina ou de química orgânica elevada, ou de injeções hormonais e de químicas orgânicas de estímulos ao cérebro, não será pela fé que estarei vivendo. Não que todas essas medicinas não tenham utilidade, mas eu apenas as reconheço como úteis a um determinado momento de fragilidade da minha vida, tanto quanto reconheço fragilidade do meu fígado, do meu baço, rins, nos ossos, mas elas, em momento algum, podem ser relacionados ao estado de minha fé, porque o justo viverá pela FÉ! Quando a gente vê toda a caminhada de quem quer que tenha andado com Deus nas Escrituras, e que tenha sido alguém que perseverou e venceu, vemos que foram pessoas que dissociaram a emoção dos tempos, dos momentos e das circunstâncias da sua fé; e, apesar das circunstâncias, venceram-nas, atravessaram-nas, por vezes arrombaramnas, encararam-nas, enfrentaram-nas,

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Jordão, não, tu estás com sede, não, estás afogada, oh, não, afogada! Num abismo, noutro abismo, outro abismo, outro abismo, ao fragor das suas catadupas... ai,ai,ai, por que estás abatida, oh, minha alma?


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Se na alma., eu não fizer parar o salmo do lamento, que diz : “O teu Deus onde está? Ai de ti, pobre corça sedenta, ai de ti, náufrago nas catadupas do norte, ai de ti ser de emoções inconsoláveis, o teu Deus onde está? Ai de ti que no passado eras tão feliz, e hoje estás aqui, esmagado pela vida”. Se eu não fizer este salmo parar ele me mata; se eu privilegiar as minhas emoções, eu sucumbo. A fé que vence é aquela que trata as emoções como um bônus, mas que não se sente defraudada pela ausência da emoção positiva ou animadora que surja no coração em razão das conspirações da vida em nosso favor. Ao contrário, Jesus mandou a gente ter bom ânimo. E quando Ele disse que nós deveríamos ter bom ânimo foi num contexto em que o vento era contrário, a noite era escura, Pedro tinha acabado de olhar mais para as circunstâncias do que fixar o olhar na Palavra de Jesus que dissera 'vem', e por cuja Palavra ele andara passos sobre as águas, até se fixar mais nas

circunstancialidades, na ilogicidades dos movimentos que o faziam começar a naufragar. Foi justamente neste momento que Jesus disse: ' tende bom ânimo'! Jesus determina assim que eu não devo esperar que o bom ânimo me alcance. Até o bom ânimo tem de ser uma decisão de fé em mim, uma decisão do Espírito sobre a Alma, uma decisão da consciência sobre as emoções, uma decisão do mandamento sobre a afetividade, uma decisão das certezas mais elevadas apesar do fluxo das subjetividades afogantes ou das sedes e carências sufocantes. Mas é um salmo que eu preciso aprender a fazer parar na minha vida sem permitir-lhe recorrências, recorrências e recorrências. É fácil a gente cultuar a poesia dessa dor, a gente vira poeta nessa dor, a gente escreve blogs e blogs nessa dor, a gente escreve músicas desgraçadamente lindas, a gente vai de namorado em namorado, namorada em namorada, casamento em casamento, nas agonias dessa depressividade, e que nos deixa dizer “é uma pena”, mas não adianta, a gente não se levanta nunca. Chegou uma hora que eu cansei da 'babação das corças no sul', e de ficar ao lado dessa pessoa de dia e de noite sob socas e mais socas, sob vagalhões sem fim, num salmo contínuo que vai virando um 119 existencial do ser de tais pessoas. Chega, acaba, põe um ponto final neste salmo! E aí, para nós não fazermos aquela viagem genealógica nesta história e também na corroboração dela, e também para não irmos a Hebreus 11― onde aquela lista inteira é de pessoas que enfrentaram circunstâncias, o tempo, a demora, as décadas, o silêncio, a falta de resposta, que esperaram promessas que nem sempre se

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tornaram-se adversários de toda a contraesperança pela fé. Como é Abraão, que espera contra a esperança. E alguém esperar contra toda esperança significa que está esperando contra toda emoção, está esperando contra toda e qualquer possibilidade de euforias, está esperando contra toda lógica, está esperando contra toda circunstância. A fartura de exemplos que vemos, durante as manifestações de vida de todos esses homens nas Escrituras, nos garante que assim é, e se assim não for a gente sucumbe mesmo. Se eu tivesse tempo era o que eu faria agora, mostrando para vocês dezenas de exemplos que corroboram o que eu estou afirmando a vocês.


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A primeira, está naqueles dois discípulos que vão caminhando de Jerusalém para Emaús, no domingo depois que Jesus ressuscitará de entre os mortos, carregando exatamente esse salmo. Pensávamos que seríamos Ele quem haveria de redimir a Israel, (enterrados lá no passado), e nós andamos com ele, e Ele fez coisas extraordinárias, eles dizem. Daí, encontram com Jesus no Caminho, e não reconhecem a Jesus porque este estado mental não reconhece nem quando Deus dá de cara com a gente na viagem. Não reconhece a Jesus! E fica fazendo perguntas: Oh meu Deus, onde estás? É, discípulo foram fazer salmo 42 para Jesus entre Jerusalém e Emaús, quando eles iam discutindo acerca das coisas que tinham sucedido: “meu Deus onde estás, e agora...? E Jesus diz: “Do que ides tratando enquanto caminhais?”Aí eles param chateados: “És tu o único?” Também esse salmo faz o cara se sentir o centro absoluto do universo; a minha questão é absolutamente a Wall Street existencial do planeta, a ex-Torres Gêmeas da existencialidade sou eu e a minha dor; 'és tu' o único que tendo estado em Jerusalém ignoras praticamente o que nos aconteceu, as ocorrências dos nossos últimos dias? Eles só não nos disseram o que lhes aconteceu explicitamente, mas vejam a sequência: o que aconteceu a Jesus, Nazareno, o Varão Poderoso em obras e palavras, diante de todo o povo.

Ora, nós esperávamos! Não foi nem tanto o que aconteceu com Jesus, mas foi a decepção que nos abateu que é um negócio que não tem perdão, pelo amor de Deus! Morrer na cruz está bom, o que não podia é ter deixado a gente nessa decepção tão horrorosa. Nós esperávamos que fosse Ele quem haveria de redimir a Israel, mas já é este o terceiro dia, desde que tais coisas aconteceram... É bem verdade que umas das mulheres que conosco estavam, tendo ido hoje ao sepulcro voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que Ele vive, mas a gente está aqui andando para o pôr-do-sol ― Emaús significa literalmente o lugar onde o sol se põe―, estavam indo para o ocaso da existência com esse salmo no coração. E Jesus vem e pergunta: Quais as notícias? E eles dão essa explicação irritadamente e não o reconhecem. Vão reconhecer mais adiante quando Jesus começa a dizer: Oh, néscios e tardos de coração para crer em tudo que os profetas disseram... E enfrenta a emoção deles com a Profecia, com a Palavra, com a Verdade, com o que estava dito e se cumpriria, com o mandamento de Deus contra a morte; e aí o coração deles começa a arder pela Palavra, não havia nenhuma consubstanciação, Jesus não trouxe nenhum lenço da tumba, nenhuma evidência, nenhuma relíquia, nenhuma prova, nenhuma documentação, só Palavra! Palavra para os doídos que cultuam a emoção e se fazem o centro emocional da Criação. E foi quando eles disseram, constrangeram Jesus para não seguir adiante, 'fica conosco, porque é tarde, o dia já declina', e Jesus entrou para ficar com eles, e entrando na casa, tomou o pão e o partiu e

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materializaram, ou não se materializaram logo, e algumas delas não se materializaram nunca; mas eles creram que elas teriam a sua materialidade na posteridade deles e prosseguiram pela fé ―, eu queria, no entanto, deixar tudo isso para lá,e apenas que a gente lembrasse de duas outras imagens, ou três, para ilustrar esse salmo que precisa parar.


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Naquela mesma manhã cedo, Maria Madalena, lá no sepulcro, ela foi cedo com outras mulheres e tiveram uma visão de anjos na forma de relâmpagos que removeram a pedra e disseram: Porque buscais entre os mortos os que vivem, Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito... As outras saíram correndo, mas ela ficou por razões absolutamente pessoais, íntimas, de uma emocionalidade que se retardou nas angústias, que nem palavra de anjo estava adiantando, se ela não visse a materialização de Jesus diante dela. E diz o texto de João 21, que ela fica parada, olhando para tumba, e chorando. E Jesus passa diante dela, e ela com aquele véu de lagrimas. É, a emoção é um negócio poderoso, minha gente. O anjo vem com formato de relâmpago, move a pedra de toneladas, diz 'Ele não está aqui', mas olha o poder da emoção! Umas saem correndo, mas ela está ali, afogada nas catadupas das emoções, ela tinha planejado passar aloés, e perfumes no defunto, e beijar-lhes os pés, lavá-lo todo, cuidar dele: está morto, eu vou cuidar dele. Então passa Jesus diante dela, e ela pensa ser o jardineiro! Aí, o jardineiro tem de fazer este filme ― não é „o jardineiro afinal é fiel'―, 'o Jardineiro ressurreto'. Passou o jardineiro: mulher, porque choras, a quem procuras? Aí ela, supondo ser ele o jardineiro, disse: se tu levaste o meu Senhor, se tu o levaste, dizeme, e eu o levarei! Ela ia virar carregadora de andor. Onde é que está o defunto, o defunto é meu, onde o senhor colocou o defunto que eu vou lavar todinho, e depois

eu vou sair por aí carregando e depois leválo, ele é meu, ele é meu, ele é meu... Aí Jesus diz: Maria! (Chama-a pelo nome, aquela voz absolutamente rasgante, pessoal, íntima, de tantas outras vezes...) A pedra foi removida, o anjo relampejante falou, até Jesus arrasou com ela: Porque choras? A quem procuras? A lógica lacrimal é diabólica, o véu de lágrimas das emoções é um negócio poderoso, espesso, não há material mais impenetrável do que esse. Então, Jesus tem de vir por trás, porque pela frente não deu. É, pela frente. Jesus perguntou: a quem procuras? Ela com um véu de lágrimas não viu nada. O anjo apareceu, removeu a pedra, ela não viu nada. Jesus diz: vou atacar pela retaguarda! O texto é que diz que foi por trás, diz: 'voltando-se, viu Jesus em pé! Pela frente não dava! Assim, podia ser que, na virada, as lágrimas saíssem! Raboni, Mestre! Então, ela queria já segurar; não posso levar o defunto, vou levar o 'salmo' para casa... Queria pegar nEle, é meu Senhorzinho, aleluias1 E Ele disse: 'não me toques, este 'salmo' tem de acabar, porque não vai ser mais assim Maria. Vai dizer aos meus irmãos que eu ressuscitei, mas não será mais assim, não será mais assim. Eis que subo para Meu Pai, vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus; não será mais assim! Agora temos João, lá em Apocalipse 5, podem imaginar aquela coisa? Como esse 'salmo' é forte quando ele não quer parar, quando ele quer se 119nizar = cento e dezenovenizar = em nós. João, lá no Apocalipse, ouve uma voz que diz: sobe para aqui. O homem é arrebatado, vê o trono de Deus e Aquele que está sentado

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deu Graças. Foi no ato de dar Graças e partir o pão que eles reconheceram que era Jesus. Então, Jesus acabou o salmo para eles, desapareceu na presença deles, porque o justo vai ter de aprender a viver pela Fé.


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presente e o futuro. Ouve uma pergunta: Quem é digno de abrir o livro e desatarlhes os selos? A esta altura era para ele dizer: e daí? Tem Alguém assentado no trono! Mas a alma, quando ela se quarenta e doisniza, ela vai chorar diante do trono, e é preciso que um dos Vinte e quatro Anciãos – que um dia vou querer ser apresentado a esse irmão – chegue para João e diga: Pare de chorar João, psiu, que isso meu? Literalmente, Apocalipse diz que foi um ''psiu, pare de chorar''! É uma ordem assim, quase que de raiva celestial: aqui não, né, pelo amor de Deus pare de chorar! E João diz : eu chorava muito, 'oh meu Deus, onde estás, porque estás abatida, oh, minha alma? Mas se a gente der mole, a gente vai para diante de Deus com o salmo 42, e o 119niza, para nossa existencialidade, sem ponto final para os poderes reclamadores, adoecidos da alma. Eu sei que a maioria esmagadora que está aqui, dos que nos veem ali na Vem&Vê TV são pessoas que privilegiam a alma à fé, privilegiam as emoções à fé, que se tudo estiver indo bem elas até acham que exista alguém sobre a terra, que seja digno suficiente de abrir o Livro e desatar-lhe os selos: EU! Mas se tudo estiver indo mal, ainda que se ele estiver diante do trono de Deus explicitamente, ele vai chorar muito. Ou pode estar como Maria, com a tumba vazia, com o Anjo falando, com o relâmpago dando testemunho angelical, com Jesus rodando à volta dela e dizendo: o que é isso mulher? Não é nem dizendo “o teu Deus onde está”, é ''por que tu choras?”Porque ela vai dizer: ''o meu Deus, onde está?” Se não tiver alguém dizendo “o teu Deus onde está?'', a gente diz: “o meu Deus, onde está?”

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ao trono. É uma glória extraordinariamente indescritível, transoviniana, é uma coisa de doido, safiras, pedras, brilho, luzes, indescritibilidade, não há efeito especial que crie aquilo ali, é totalmente para além de tudo, e ele está lá vendo, uns querubins que são umas bolas de olhos, que olham para dentro e para fora, e que voam, e que dizem: Santo, Santo, Santo, vinte e quatro anciãos, seres viventes, anjos. Dentro deste teatro cósmico, supracósmico, multicósmico é que ele está, com todas as camadas de criação, se manifestando em adoração ao Senhor, e o homem diante do trono! Aí vem a história de quem é digno de abrir o Livro e de desatar-lhe os selos. O livro da história humana e da redenção humana. Era um rolo, semelhante a um rolo no dia de um jubileu, de resgate de uma terra, neste caso, da restauração da terra aos humanos, e não de uma gleba a uma família, como acontecia no Antigo Testamento. É o livro do Jubileu dos Jubileus, quando a terra é tirada da mão do usurpador, quando em Lucas 4 diz: Todo este poder me foi dado, e eu dou a quem eu quiser. Quem é que é digno de pegar e tirar este Livro, de desatar estes selos, e colocar isto na mão da humanidade ressurreta glorificada? E aí foi dito, que não se achava nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, ninguém que fosse digno de desatar-lhe os selos. Então, João começa a se ''quarenta e doisnizar'' na alma dele. Olha, diante do trono, com toda essa cenografia descrita e se diz: e eu chorava muito! Já pensou o que é o cara ser arrebatado para essa glória, para ficar ''chorando muito''? É o poder da alma, que é um negócio monumental, diante do trono de Deus, da glória de Deus, daquele que está assentado, o indivíduo foi atirado da bagaça de Patmos para a Glória das glórias. Ele está vendo o passado, o


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Em qualquer dimensão da vida do justo, do amor conjugal ao amor pelo inimigo, em qualquer que seja o escopo da existência e do enfrentamento, o justo viverá pela fé. E eu não estou dizendo que isto nos desromantiza, pelo contrário, o que estou dizendo é que quando a alma nega a nós as esquinas ou as praças, ou os jardins do romance, a gente olha para própria alma e diz: este salmo para aqui! Eu sei quem é o meu marido, eu sei quem é a minha mulher, ou os meus filhos podem ter se desfigurado, mas eu não gerei para calamidade, ou, estas circunstâncias de saúde podem me ser totalmente adversas, mas 'a vida é mais do que o corpo, e o corpo mais do que as vestes' e eu não me entregarei, e mesmo que a figueira não floresça, e nem haja fruto na vide, e o

produto das oliveiras mintam, e os campos não produzam mantimento, todavia, eu me alegro no Senhor, no Deus da minha salvação, ponto. E não dê a você mesmo nem um outro motivo de argumentação emocional ou psicológica. Pare este salmo aí, dizendo: espera em Deus, oh, minha alma! Coma da esperança, alimenta-te da Verdade, espera em Deus; tu ainda não estás vendo, mas o justo vive pela fé; se alguém vê o que espera, já não é pela fé nem na esperança que vive. Espera em Deus, pois ainda o louvarei, não a Ele que foi, mas a Ele que É, meu auxilio e ponto, acabou, acabou, acabou, acabou, Amém?!!! Em nome de Jesus acabou, acabou, Chega. Pronto! Meus amigos, há tempo em todo propósito debaixo do sol. Há tempo para começar e para fazer terminar o salmo 42 na nossa vida; e há tempo para declarar, pela fé, que a dor súbita não será perpetuamente alimentada por nós, nem pelas emoções, nem a sede e a carência, nem os afogamentos de alma, por que a nossa alma vai aprender a confiar, e a não ser guiada, nem tangida, nem pastoreada por emoções, por sentimentos nem por sensações. Nós não somos daqueles que retrocedem. Tristezas todos têm, desapontamentos, euforias, depressões fazem parte; “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo'' é um mandamento de fé. Ergam a cabeça com bom ânimo, deem ordem às emoções,à mente não se entreguem em nome de Jesus.

Mensagem ministrada em 11/06/2011 Estação do Caminho - DF

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Eu e vocês, meus irmãos, precisamos tomar hoje uma decisão: é saber que existem dias bons, e muitos dias maus, e que basta a cada dia o seu mal! Há dia dos namorados extremamente floridos, e há dia dos namorados extremamente espinhosos. Se você for se entregar, por exemplo, ao dia dos namorados que tenha porventura produzido alguns espinhos, você não terminará esse dia vivendo a experiência do amor, porque até a decisão de amar tem de ser uma decisão que a gente tem de fazer prevalecer em fé; do contrário, a gente entra naqueles ciclos de catadupas do norte, ou das carências do sul, do salmo 42.


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