Mergulho Diário 22/08 - 11ª edição

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Mergulho Diário Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 22 de Agosto de 2017 • N° 11

Foto: Fotos Públicas

Homens e mulheres de 15 a 26 anos já podem se vacinar contra o HPV

Vacinação vai até o dia 31 de agosto ou até acabar o estoqe dos postos de saúde. Pg. 4

Começa hoje evento sobre inovação e desenvolvimento

Professor Ricardo Bedendo abordará o tema “Violência entre jovens - uma análise contextual”, na próxima quinta-feira (24), no Plenário da Câmara. Pg. 7

Primeiro Conide será realizado no auditório do Gran Victory Hotel, a partir das 14h. Programação vai até amanhã. Pg. 9

Foto: Mário de Aratanha

Câmara Municipal organiza palestra de combate às gangues

Exposição “O Segundo Original” começa nesta terça-feira

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Terça-feira, 01 de Agosto

Editorial Cota para pessoas com deficiência é apenas o primeiro passo O Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (Consu) aprovou mudanças na resolução que regulamenta o sistema de cotas da instituição. A partir de agora haverá reserva de vagas para pessoas com deficiência que ingressarem através do PISM, Vestibular e EAD. Na últma entrada, do meio do ano pelo SISU, as cotas para pessoas com deficiência já estavam disponíveis. As mudanças na resolução foram feitas para se adequarem ao decreto publicado no fim de abril pelo governo federal que alterou a Lei de Cotas. É fundamental que esforços sejam feitos para garantir o acesso ao ensino superior público gratuito e de qualidade a todos os grupos da sociedade. Não há dúvidas que a instauração de cotas para pessoas com deficiência é um avanço nesse sentido. Apesar de sob a ótica do processo seletivo as pessoas com deficiência serem um grupo, a realidade é diferente. Cada um desses estudantes apresenta demandas específicas e que devem ser atendidas de forma adequada. Não só o acesso dessas pessoas ao ensino superior deve ser garantido, mas, mais importante, a permanência e a acessibilidade. Na edição do dia 04/08, o Mergulho Diário apurou que o prédio do Instituto de Artes e Design da UFJF, que recebeu uma aluna cadeirante, não dispõe de um elevador. O equipamento já teria sido comprado, mas a empresa contratada para instalação teria se recusado a realizar o serviço. É evidente que outros prédios da instituição talvez apre-

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sentem problemas semelhantes ou outras dificuldades de acessibilidade. Diante do aumento do número de pessoas com deficiência na UFJF e da consequente demanda, ajustes e obras terão que ser realizados. Em tempos de ajuste fiscal, crise econômica e dificuldades financeiras há dinheiro suficiente para realizar estes ajustes? É importante ressaltar que o orçamento do MEC sofreu contingenciamento de R$ 4,3 bilhões em abril deste ano, o que afetou diretamente o repasse às universidades federais. Dessa forma, fica claro o surgimento de um impasse. Já vivemos conflito semelhante na UFJF. Nos últimos anos, a instituição aumentou o número de vagas ofertadas à sociedade através do Reuni, programa de reestruturação e expansão das universidades federais. Porém, em 2015, faltou verba para garantir apoio estudantil para que esses estudantes pudessem se manter no ensino superior. Como resultado, houve a ocupação da reitoria e o surgimento do “Ocupa UFJF”, movimento que brigava por melhores condições de permanência e transparência no processo de concessão do apoio estudantil. Sendo assim, é de extrema importância que a Reitoria, o Consu e o MEC tenham consciência de que a inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior está apenas começando. A partir de agora se faz necessário a existência de um planejamento e ações concretas para que a história não se repita.

EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Alice Xavier, Ariadne Bedim, Bárbara Braga, Bárbara Delgado, Carolina Larcher, Érica Vicentin, Ezequiel Florenzano, Isadora Gonçalves, Juliana Dias, Letícia Silva, Sabrina Soares, Tatiane Carvalho Edição e Diagramação Christinny Garibaldi Pedro Augusto Figueiredo Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612


Terça-feira, 22 de Agosto

Artigo

Como se não bastasse, ainda tentam nos interromper Christinny Garibaldi nos que outros políticos americanos, mesmo que estes homens estejam em posição inferior a elas. Aqui está o ponto: mulheres conquistam o posto, mas ainda não são integralmente respeitadas. Os murmurinhos nas salas de café das empresas e nos corredores das universidades são “eu sei mais que ela”, “elas não sabem de nada”. O politicamente correto vai defender a presença das mulheres em cargos de poder. Mas, raramente, essa representação vai sair do simbólico. A tentativa de subestimar o potencial feminino não se resume apenas ao “manterrupting”. Existem outros termos ainda não publicados em português, mas que precisam se “aportugueisar” urgentemente para se tornar acessível a todas as brasileiras. Como o bropriating – bro (mano) + apropriating (apropriação), atitude de se apossar da ideia de uma mulher. Falar do raciocínio dela sem mencioná-la e adquirir o mérito para si. Outro: mansplaining: man (homem) + explaining (explica). Quando o homem quer nos explicar o óbvio. Quando quer nos ensinar a pensar em algo que já sabemos, que inclusive a mulher tem mais propriedade para falar do que ele. E, por último, gaslighting: assédio moral que nos define como loucas. O termo vem da peça teatral Gas Light, de 1938. No enredo, o marido tentar fazer com que sua esposa pareça louca ao apagar todas as luzes (que funcionavam a gás) e afirmar que a luz não estava apagada quando ela via o desligar das luzes. Fazê-la

acreditar que era louca. No âmbito da fala, quantas vezes nós, mulheres, já não fomos taxadas como loucas ao manifestar nossas percepções e opiniões? Ainda temos muitos problemas extremamente graves de machismo e sexismo, como assédios e violências físicas contra as mulheres. Principalmente àquelas que vivem à margem da sociedade financeiramente e porque também sofrem com o racismo. Como se não bastasse, temos que estar atentas e nos proteger do machismo que mora nos detalhes, mas eficientemente nos retrai, nos deixam inseguras e seguram nosso pé na caminhada pela liberdade. É um esforço a mais que temos de fazer em nossas relações sociais ao tentarmos impor nossas presenças. Além disso, é preciso nos policiar para não sabotarmos o próprio movimento praticando as mesmas ações com outras mulheres. É desgastante. É fardo. Mas, se não formos nós por nós mesmas, ninguém mais será. Foto: Pixabay

A diferença intelectual entre os sexos, antes defendida biologicamente, já foi cientificamente superada há muitas décadas. Nada mais poderia questionar nossa aptidão ao pensar, à retórica e à discussão. Mas, num dos pontos altos da nossa libertação, ainda nos deparamos com machismos pragmáticos, que se manifestam bem diante aos nossos olhos, que percebemos e sentimos quando nos expressamos oralmente. O termo “manterrupting” – man (homem) + interrupting (interrupção) –, um neologismo em inglês, define o hábito de interromper uma mulher, impedindo-a de falar e ser ouvida. Trata-se da prática de um homem de interromper a fala de uma mulher, principalmente quando ela está se expressando na frente de outras pessoas. O cara interrompe num ato de tamanho desrespeito com a desculpa do “deixa que eu explico melhor”. Ou, interrompe para discordar mesmo quando a mulher ainda não finalizou o argumento. Donald Trump, por exemplo, em um debate eleitoral com Hillary, no dia 26 de setembro de 2016, interrompeu a candidata durante 26 minutos do total de 90 minutos de debate. Um terço do debate foram interrupções. Os dados são do jornal americano “Vox Media”, publicados nacionalmente pelo jornal “Nexo”. O termo surgiu de observações de cenários políticos, em 2015, quando jornalistas do “The New York Times” citaram uma pesquisa da universidade de Yale demonstrando que senadoras estadunidenses se pronunciam me-

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Terça-feira, 22 de Agosto

Cidade

Postos de JF oferecem vacinas contra HPV para homens e mulheres de 15 a 26 anos

Foto: Fotos Públicas

Doses, com validade até setembro, serão distribuidas até o dia 31 de agosto ou até final do estoque

Para essa faixa etária, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses

Ariadne Bedim

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Por ser considerada uma doença sexualmente transmissível, a busca pela vacina do HPV (Human Papiloma Virus) tem sido constante. O papilomavírus é responsável por grande parte dos casos de câncer de colo do útero, sendo a quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil, e felizmente, o público-alvo destinado à prevenção dessa doença se tornou mais amplo. Desse modo, homens e mulheres, com idades entre 15 e 26 anos, podem ser vacinados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), iniciativa aprovada na última semana em Brasília, durante a reunião da CIT (Comissão Intergestores Tripartite), composta por representantes do governo federal, estados e municípios. Anteriormente, o público-alvo era restrito à adolescentes de 9 a 15 anos. Em Juiz de Fora, as vacinas

serão distribuídas até o dia 31 de agosto ou até o final das doses com validade em setembro. Com o término do estoque de doses que estão para vencer, a orientação do Ministério da Saúde é que a vacina volte a ser oferecida somente para a faixa de 9 a 15 anos. Além disso, apesar de todas as campanhas de divulgação e material educativo veiculado nas mídias sobre a importância da vacina HPV, as coberturas vacinais continuam abaixo da meta preconizada de 80%. A enfermeira do Pronto Atendimento Médico (PAM) Marechal, Tatiana Ferreira, afirma que a procura dos jovens de 18 a 26 anos tem sido considerável. João Brancato, mestrando de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, 24 anos, ficou sabendo da vacinação pelo Facebook e acredita que a importância da prevenção se dá por se tratar de uma DST

e ninguém deseja enfrentar uma doença. “Sendo assim, se estiver um meio de prevenir e sendo gratuito, por quê não?”. Para a faixa etária de 15 a 26 anos, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses, com intervalo de zero, dois e seis meses. As pessoas que tomarem a primeira dose neste período, excepcionalmente, terão as duas doses subsequentes garantidas no SUS. Mais informações Local: PAM Marechal, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente Documento: Carteirinha de vacinação


Terça-feira, 22 de Agosto

Cidade

Ação doa quatro mil pares de meia para 15 instituições juiz-foranas O inverno de instituições como Maria Mãe e Mãos Abertas foi menos gelado ao receber a contribuição

Foto: Prefeitura de Juiz de Fora

Érica Vicentin As secretarias de Comunicação Social (SCS) e de Atividades Urbanas (SAU), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), doaram quatro mil pares de meias para mais de 15 instituições filantrópicas da cidade, nesta última segunda-feira (21). A arrecadação foi feita atráves de ações realizadas pelo departamento de Fiscalização de Obras, Atividades Econômicas e Urbanas da SAU, que apreendeu a mercadoria de ambulantes irregulares, sem licença para comercialização. De acordo com a lei, quando o material de algum ambulante é apreendido, o responsável tem até dez dias para apresentar a nota fiscal e retirar seus produtos. Após esse prazo, os itens podem ser encaminhados para a doação. A importância para quem recebe as doações é imensa. A assistente social do Instituto Dom Orione, Jaine Guelber, disse que a doação veio em boa hora: “Atendemos 60 crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, que também têm atividades esportivas como o futebol. Será muito útil para os nossos meninos e meninas.” Fiscalização dos ambulantes ilegais De acordo com a assessoria de Comunicação da Secretaria de Atividades Urbanas da Prefeitura de Juiz de Fora, a fiscalização foi intensificada com o objetivo de coibir excessos e identificar irregularidades no comércio ambulante. O trabalho, que é ostensivo, garante o ordenamento urbano, e é realizado através de rondas por toda cidade. A fiscalização verifica os ambulantes sem autorização, o excesso de mercadorias no entorno das barracas, a disposição de produtos nas

A ação ajudou pessoas em situação de vulnerabilidade e de todas as idades

vias públicas que impeçam o livre acesso dos pedestres, bem como eventuais publicidades irregulares, entre outras questões. Além das rondas, há a presença da fiscalização da SAU da PJF no Centro de Controle e Monitoramento (CCM) e já vem trazendo resultados positivos, flagrando atividades irre-

gulares. Somente este ano a fiscalização apreendeu 17.132 itens de ambulantes irregulares. A assessoria informa ainda que comércio irregular é todo aquele que não tem licença da prefeitura para funcionar. Somente poderão receber permissão através de participação em procedimento licitatório.

Instituições beneficiadas • Sociedade “Eunice Weaver” - Carlos Chagas • Fundação Maria Mãe – Ladeira • Centro de Apoio Solidaried`aids - Vila Ozanan • Grupo Espírita de Assistência aos Enfermos (Gedae) - Lourdes • Associação Espírita Grupo Semente - Dom Bosco • Abrigo Santa Helena - Vila Ideal • Fundação “João de Freitas” - São Mateus • Associação Santa Luiza de Marilack - Furtado de Menezes • Associação da Caridade de São Vicente de Paulo - São Mateus • Instituto Bruno - 100 , Democrata • Casa de Passagem Para Mulheres em Situação de Rua – Centro • Centro de Promoção do Menor de Juiz de Fora - Vila Ideal • Associação Assistencial Criança Feliz - Jóquei Clube • Instituto “Dom Orione” - Dom Orione • Amigos Mãos Abertas (Ama) - Carlos Chagas

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Terça-feira, 22 de Agosto

Cidade

Moradores têm suas dúvidas esclarecidas sobre o projeto Aedes do Bem Mosquitos transgênicos serão liberados na Vila Olavo Costa, Monte Castelo e Santa Luzia para combater a dengue

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Agentes Comunitários de Saúde e profissionais treinados realizaram visitas de porta em porta nos bairros Vila Olavo Costa, Santa Luzia e Monte Castelo, em Juiz de Fora, nesta segunda-feira (21). Os agentes realizaram panfletagem e orientaram os moradores sobre o projeto “Aedes do Bem”, que contará com a liberação de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados nas três regiões da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, os bairros foram escolhidos por causa da alta incidência de casos das doenças provocadas pelo mosquito: zika, chikungunya, febre amarela urbana e dengue. Em 2016, somente no Santa Luzia foram notificados 925 casos de dengue, no Monte Castelo, 564, e no Olavo Costa, 152. “O trabalho tem início com a conscientização da população e a explicação de possíveis dúvidas que eles possam ter, foi o que realizamos nesta segunda-feira. A liberação dos mosquitos geneticamente modificados está prevista apenas para o mês de outubro.” O projeto é uma parceria com a empresa Oxitec, e Juiz de Fora é a segunda cidade do Brasil a utilizar esta tecnologia no combate ao Aedes aegypti. Segundo informações da assessoria, as pupas vêm de Piracicaba e já foram testadas em Juazeiro e Jacobina, na Bahia, onde a redução na quantidade do mosquito selvagem chegou a 99% em alguns bairros. O Aedes do Bem irá atingir, aproximadamente, 10 mil pessoas, entretanto, a popula-

Foto: Carlos Mendonça

Bárbara Braga

Agentes da PJF participam de palestras para divulgarem informações do projeto

ção juiz-forana apresenta dúvidas. A proposta da mobilização é esclarecer as pessoas antes da liberação dos insetos. “Quando minha filha me contou que o mosquito era modificado, fiquei com medo, porque pensei que ele podia trazer doenças piores. Mas os agentes vieram aqui e conversaram, mostraram os mosquitos, e já não estou mais com este receio. Espero que dê certo o projeto, porque a dengue é muito perigosa”, conta a aposentada Vera Nascimento, moradora do bairro Santa Luzia. O Aedes do Bem Os mosquitos geneticamente modificados pela Oxitec ficaram conhecidos como Aedes do Bem, e são machos que não picam. Eles apenas buscam copular com fêmeas selvagens, e seus descendentes herdam um gene autolimitante, morrendo antes de chegarem à fase adulta, na qual transmitem as doenças. Segundo a bióloga da empresa Oxitec do Brasil, Cecília Kosmann, “como o mosquito transgênico não pica, não há necessidade de temer o contágio de doenças. a prole do

Aedes do Bem herda um marcador fluorescente que facilita a detecção no laboratório do gene autolimitante. Assim, é possível rastrear e monitorar a reprodução dos mosquitos modificados e a eficácia do projeto.” A informação como aliada Para que os agentes de saúde da prefeitura possam orientar adequadamente a população, eles têm participado de ciclos de palestras com representantes da Oxitec, das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Defesa Civil, da Secretaria de Educação, da União de Bairros e Distritos de Juiz de Fora (Unijuf), das Promotorias de Meio Ambiente e de Saúde, entre outros órgãos. “Desde que o projeto foi anunciado em julho, a Secretaria de Saúde o tem divulgado entre a população, para ganhar seu apoio e engajamento. Os servidores da PJF, as associações de bairro e todos que são multiplicadores de informação sobre o Aedes do Bem estão sendo preparados para que possam divulgá-lo e incentivá-lo da forma correta”, diz a assessoria.


Terça-feira, 22 de Agosto

Política

Câmara Municipal de Juiz de Fora propõe debate sobre violência entre jovens Evento acontece na próxima quinta-feira (24), no Plenário da Câmara Municipal Imagem: DivulgaçãoUFJF

Faculdade de Psicologia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), traçou durante dois anos um perfil sobre os jovens envolvidos com a criminalidade. A pesquisa ouviu 147 jovens de 15 bairros da cidade e mostrou que mais de 60% não moram com os pais biológicos. Além disso, 45,8% não possui Ensino Médio e 59,9% dos entrevistados afirmaram passar a maior parte do tempo nas ruas. Para o palestrante e professor Ricardo Bedendo, o debate é importante para mobilizar a sociedade em torno de um tema majoritário nas demandas sociais. Segundo ele “se a gente não preservar e não oferecer oportunidade, essencialmente de educação, para essa parcela estratégica da sociedade, certamente a gente vai ter problemas ainda maiores do que o que já estamos tendo.” Ele também aponta que os processos de educação são sempre essenciais na formação dos Palestra com o jornalista e professor Ricardo Bedendo é gratuita e aberta ao público jovens e que o investimento em prevenção é fundamental, pois Isadora Gonçalves lência entre jovens – uma análise os modelos reativos de segurança Apenas em 2015, 31.264 ho- contextual”. O debapública não atenmicídios de pessoas com idade te, organizado pela “Boa parte desses dem mais às neentre 15 e 29 anos foram registra- Vereadora Delegada cessidades sociais. dos no Brasil. Esse número, di- Sheila Oliveira, está casos que envolvem Para ele, “boa vulgado no último mês pelo Atlas marcado para às 10h violência entre jo- parte desses cada Violência 2017, revela uma no plenário da Câ- vens não são mera- sos que envolvem realidade que precisa ser debati- mara. violência entre mente de resolução da. A Câmara Municipal recebe, Em Juiz de Fora, jovens não são na próxima quinta-feira, dia 24 foi realizada uma policial” meramente de rede agosto, o jornalista e professor pesquisa acadêmica solução policial, (Ricardo Bedendo) da Faculdade de Comunicação da sobre atos de viode polícia, mas Universidade Federal de Juiz de lência entre gangues na cidade. muito mais de política.” Por isso Fora, Ricardo Bedendo, para uma Divulgada em 2016, o estudo, a importância do debate e da repalestra com o tema o tema “Vio- feito por alunos de graduação da flexão sobre o assunto.

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Terça-feira, 22 de Agosto

Política

Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos ganha nova comissão Imagem: Pixabay

Nova mesa diretora foi apresentada à população por meio de uma nota divulgada pela prefeitura no último sábado

Conselho tem objetivo de ajudar na fiscalização de diversas entidades que trabalham com idosos em Juiz de Fora

Tatiane Carvalho Foi apresentada à população, neste último sábado (19), através de uma publicação no Diário Oficial Eletrônico do Município de Juiz de Fora a nova composição da mesa diretora do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (CMDI), que é vinculada à Secretaria de Governo (SG) e a Prefeitura de Juiz de Fora. O envelhecimento da população é um fenômeno recorrente no mundo, é estimado que em 2050 22% da população mundial será composta por dois bilhões de idosos, e Juiz de Fora acompanha essa estatística. Diante desse contexto, o papel do CMDI é garantir os direitos dos idosos. Entre os membros do conselho há representantes tanto

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da sociedade civil quanto do poder público. A comissão foi criada em 2003 e busca fiscalizar as entidadees governamentais e não- governamentais de atendimento, além de zelar pelo cumprimento das normas constitucionais e legais referentes aos idosos. Para a atual presidente Lidiane Charbel, a comissão que compõe o conselho tem como objetivo fiscalizar as instituições que desenvolvem trabalhos voltados para idosos, sejam de atividades permanentes ou entidades que possuem projetos voltados para esta parcela da população. Para quem trabalha voluntariamente com idosos, comissões como essa são importantes para mostrar à população os trabalhos que são desenvolvidos para os juiz-foranos mais idosos. “Eu acho

que é valido. Porque com as pessoas sabendo que existe esse tipo de trabalho, o idoso pode recorrer a alguém e, assim, ele pode estar mais seguro. A maioria das pessoas pensam que esses tipos de leis não existem e que podem fazer o que quiserem com o idoso”, afirma a voluntária Célia Regina, que trabalha para uma organização cristã visitando idosos em casas de repouso. Ela considera que a existência dessa comissão é como uma garantia de proteção, já que prevê punições e assegura os direitos para esta parcela da população. “É importante a participação da população em um conselho, talvez as pessoas que entram possuem uma pessoa idosa em casa, então, eles passam a cuidar não só daquele que mora com ele mas indiretamente dos outros na cidade”, completa.


Economia

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Terça-feira, 22 de Agosto

Evento discute desenvolvimento econômico e social da região A cidade vai reunir profissionais com experiência de mercado e outros acadêmicos para discutir estratégias de solução e investimentos Carolina Larcher região e expanda seu mercado para além do município. Segundo ele, “governo, academia e iniciativa privada são os vetores do processo de inovação” e cabe ao governo garantir um ambiente favorável e financiar pesquisas e compras públicas. A palestra de abertura contará com a presença de Paulo Roberto Haddad, Ministro da Fazenda durante a presidência de Itamar Franco. O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) é uma das seis entidades que compõem o GDI-Mata. De acordo com a gerente de inovação do setor de transferência de tecnologia do Critt Débora Marques, a participação acadêmica é importante para pen-

sar em conjunto como fazer inovação e formar estratégias para o setor econômico. Segundo ela, os trabalhos analisam a situação regional e geram reflexões através de estudos. Para Débora, os debates também colaboram com o meio universitário, pois atualizam o próprio ensino com tendências da área. Os alunos passam a pensar em pesquisas além do básico ideológico e aplicam à realidade de Juiz de Fora, criando soluções e estratégias de desenvolvimento. Ela afirma que a presença de gestores públicos é muito importante, principalmente para pensar na área legislativa, onde serão postas em prática as metodologias atuantes no ambiente socioeconômico.

22 de Agosto (Terça-feira)

23 de Agosto (Quarta-feira)

14h - Painel 1: Inovação na esfera pública e na iniciativa privada 15h30 ÀS 15h45 - Intervalo 15h45 - Sessões paralelas Sala 1: Bionergia: área emergente ou já superada? Os desafios da inovação sustentável Sala 2: Inovação e tendências no comércio Sala 3: A Nova Medquímica: tecnologia, práticas e processos no segmento farmacêutico na Zona da Mata Sala 4: Saúde financeira no setor de serviços Sala 5: Turismo e Inovação: uma equação possível 17h15 às 17h45 - Intervalo 17h45 - Painel 2: A nova economia e os impactos no mercado de trabalho 19h15 ÀS 19h30 - Intervalo 19h30 - Solenidade de abertura 20h - Palestra de abertura: Ciclos de Inovação e Desenvolvimento Regional

14h - Painel 3: Smartcities e as parcerias público-privadas 15h30 às 15h45 - Intervalo 15h45 - Sessões paralelas Sala 1: Agronegócio e Inovação Sala 2: Desenvolvimento no setor de comércio: case BAHAMAS Sala 3: Políticas de inovação para o complexo econômico e industrial da saúde Sala 4: De um consultório médico até a Bovespa: case CEDIMAGEM Sala 5: De um consultório médico até a Bovespa: case CEDIMAGEM 17h15 às 17h45 - Intervalo 17h45 - Painel 4: Inovação e desenvolvimento na Zona da Mata mineira 19h15 - Painel 5: Startups e Tecnologia 20h45 - Encerramento

Arte: Carolina Larcher

A Conferência de Inovação e Desenvolvimento para a Zona da Mata Mineira (Conide), projeto que visa convergir diversas visões sobre o desenvolvimento econômico e social dentro do contexto regional, começou hoje e segue até amanhã. A Conferência será realizada no auditório do Gran Victory Hotel, tendo início às 14h, nos dois dias, contando com a participação de órgãos públicos e privados. As inscrições ainda estão disponíveis na Secretaria da CONIDE, à partir do meio-dia de hoje, sendo cobrada uma taxa de participação. O evento reúne palestras de empreendedores e acadêmicos de destaque no cenário nacional, além de sessões de Grupos de Trabalho com temáticas, como agronegócio, comércio, indústria, serviços, turismo e startups. A Conide é realizada por iniciativa do Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Inovação na Mata Mineira (GDI Mata), contando com a colaboração entre universidades, instituições de pesquisa e empresas da Zona da Mata. Segundo o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), João de Matos, que também faz parte da Coordenação-Geral do GDI-Mata, a prefeitura procura estar presente em todos os eventos que reúnam empreendedores da cidade e momentos como esse que favoreçam a construção de políticas públicas de forma a melhorar o ambiente de negócios e se aproximar do mundo acadêmico. O Diretor de Inovação da UFJF Ignacio Delgado aponta que é importante sensibilizar e intensificar a colaboração entre os agentes participantes da economia, para que JF volte a ser uma grande potência da

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Terça-feira, 22 de Agosto

Economia

Após adiamento, Cisdeste abre inscrições para Concurso Público Foto: Divugação

Incrições começaram ontem, com 499 vagas para 26 municípios da região

São 470 oportunidades para livre concorrência e 29 para deficientes, com salários de até R$ 7.050

Sabrina Soares

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Com a crise econômica e a atual fragilidade do país, os concursos que já eram vistos como um plano de estabilidade se fortaleceram mais ainda. O concurso público do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) teve suas inscrições adiadas para o dia 21 de agosto devido a falta de pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) quanto ao edital da seleção. As inscrições, que começaram ontem, vão até o dia 22 de setembro de 2017. No total, são 499 vagas, 470 para livre concorrência e 29 para deficientes, com salários de R$ 970 a R$ 7.050. Os selecionados terão direito a vale alimentação, no valor de R$18,95 por dia de trabalho e seguro de vida. As vagas ofertadas para 17 cargos são: auxiliar de regulação, operador de frota, auxiliar administrativo, condutor socorrista, auxiliar em farmácia, técnico de enfermagem, motorista, assistente administrativo, técnico em segu-

rança do trabalho, mecânico, analista administrativo, enfermeiro, contador, estatístico, psicólogo, farmacêutico e médico. De acordo o secretário-executivo do CISDESTE, Denys Arantes Carvalho são oportunidades de integrar um serviço que é fundamental para o atendimento de urgência e emergência na nossa região. O Cisdeste é um consórcio que reúne 94 municípios da Macrorregião Sudeste em prol do atendimento regionalizado de Urgência e Emergência. A sede está localizada em Juiz de Fora, onde estão distribuídas oito unidades móveis de atendimento. Os 26 municípios da região com vagas são: Juiz de Fora, Carangola, Leopoldina, Lima Duarte, Muriaé, Santos Dumont, Ubá, Espera Feliz, Fervedouro, Andrelândia, Bicas, Bom Jardim de Minas, Goianá, Matias Barbosa, Rio Preto, São João Nepomuceno, Além Paraíba, Astolfo Dutra, Cataguases, Laranjal, Miraí, Patrocínio do Muriaé, Ervália, Rio Pom-

ba, Senador Firmino, Visconde do Rio Branco. Somente para Juiz de Fora serão 191 oportunidades. As incrições serão feitas somente pela internet, através do site da organizadora do concurso – www.ibgconcursos.com.br. As taxas para se inscrever variam de R$ 45 a R$ 150, dependendo do cargo escolhido. Há vagas para pessoas com ensino médio, técnico, especialista e superior. As provas serão realizadas nas cidades de Juiz de Fora, Muriaé e Ubá, com seleção de três etapas. Serão aplicadas provas objetivas e avaliação de títulos para todos os cargos. Condutores, socorristas, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos passarão por exames práticos. Sendo socorrista a função com mais vagas, são 161. Todas as informações sobre os cargos oferecidos por município e as formas de seleção podem ser obtidas no edital, disponível no site da organizadora. O Cisdeste fica na Rua Coronel Vidal, n°800, Bairro São Dimas, Juiz de Fora.


Terça-feira, 22 de Agosto

UFJF

Conselho Superior aprova resolução que muda a distribuição de vagas para processos de ingresso

Agora PISM e SISU terão a mesma porcentagem para admissão de candidatos

Foto: Divulgação UFJF

A decisão já começa a valer para o próximo Processo de Ingresso Seletivo Misto III

Letícia Silva A resolução sobre a mudança na distribuição de vagas para o ingresso na Universidade Federal de Juiz de Fora foi aprovada ontem pelo Conselho Superior (CONSU). Agora ao invés de 70% da vagas serem destinadas ao SISU e 30% ao PISM, cada processo seletivo vai contar com 50%. A decisão já começa a valer para o próximo Processo de Ingresso Seletivo Misto (PISM) III. Anteriormente, foi discutido pelo Conselho de Graduação (CONGRAD), em reunião extraordinária, a regulamentação de cotas para pessoas com deficiência, no SISU e no PISM. Já haviam sido criadas novas modalidades dessas cotas de ingresso pelo Governo Federal. Em decorrência disso, o Conselho Superior da UFJF se reuniu para aprovar a alteração de

suas Resoluções nº 13/2012 e nº 05/2013, que regulamentam o preenchimento de vagas nos cursos de graduação. Segundo a assessoria do Diretório Central dos Estudantes, para quem está prestando vestibular agora, principalmente candidatos da ampla concorrência, o número de vagas ficou maior. Para os cotistas, o número de vagas varia a depender do curso. Algumas cotas vão ter mais vagas, outras menos. “Nos cursos que têm menos vagas por semestre para o PISM, isso teve um impacto maior. Porque a ideia de ajustar foi para que todas as cotas tivessem ao menos um candidato, então boa parte das cotas só tem uma vaga”, afirma a assessoria. Antes eram cinco divisões de cotas, agora serão nove para distribuir as vagas. Até o edital

do ano que vem, a decisão que foi tomada vai permanecer, mas os ajustes em números de vagas distribuidas entre as cotas vai ser revisto. No que diz respeito aos alunos com deficiência, que já ingressavam na Universidade, foi apontado nos dois Conselhos que agora a questão da infraestrutura para receber essas pessoas é de fundamental importância. “Se antes tinha essa preocupação, mas não era prioridade, agora vai precisar ser, justamente porque existem vagas especiais”, comenta a assessoria do DCE. O Diretório Central enfatiza que deve haver a preocupação com a acessibilidade desses alunos, com recursos como rampas, elevadores, intérpretes, comunicação em braile, permitindo uma infraestrutura fisica acessível em todo o campus.

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Terça-feira, 22 de Agosto

Cultura

Luiz Gonzaga é homenageado em Roda de Sanfona, esta noite, no Bar da Fábrica Foto: Juliana Dias

Mestres e aprendizes do acordeão se reúnem para evento idealizado por DJ Kalango

Estrela da noite, a sanfona é um instrumento caro: seu preço pode ultrapassar os R$ 30 mil, dependendo do modelo e marca

Juliana Dias

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Quem for hoje ao Bar da Fábrica vai ouvir muito forró e grandes sucessos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, interpretados por diversos sanfoneiros de Juiz de Fora e região. Essa é a proposta da primeira Roda de Sanfona do Kalango, organizada por Danilo Santos (o DJ Kalango) e que acontece a partir das 20h no tradicional bar no Centro de Juiz de Fora. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente por R$15, pelo telefone (32) 99965-9375, ou na porta, por R$20. A homenagem acontece no aniversário de 70 anos da música Asa Branca (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), baião que canta as dificuldades decorrentes da seca no Nordeste brasileiro. “A cervejaria Schin fez um clipe dessa música para promover a cultura nordestina. São vários sanfoneiros tocando Asa Branca, em frente a uma igreja, onde

a imagem de Luiz Gonzaga é projetada. Foi a partir disso que eu pensei no tributo”, explica Danilo. Os sanfoneiros se apresentam em duplas ou trios e, ao final, a ideia é que todos toquem juntos Asa Branca. A primeira parte do evento terá discotecagem do próprio DJ Kalango e a roda de sanfona começa a partir das 22h.

Apaixonante, mas caro

A sanfona, também chamada de acordeão e, em algumas partes do Brasil, gaita, é um instrumento de origem alemã que se tornou popular por aqui desde o início do século XX, quando foi trazido pelos imigrantes europeus. “O instrumento fica entre o folclórico e o clássico. Em geral, associamos aos ritmos do Nordeste, mas ele também tem uma presença muito forte na cultura do Sul do país”, explica Marcio Guelber que se apresenta hoje na roda de sanfona e é instrumentista e professor de mú-

sica. Há mais de oito anos, inspirado pelo gosto pela música, Marcio toca acordeão e admite que a maior dificuldade para aprendê-lo é o acesso, já que poucas pessoas ensinam e é um instrumento muito caro: o preço de um exemplar pode variar de R$5 mil a R$30 mil. Mesmo assim, o professor de educação física e zabumbeiro do Trio Só Forró, Maurício Martins não deixou a paixão pela sanfona de lado. O interesse pelo instrumento surgiu ao final dos anos 1990, quando foi a um show de forró em Belo Horizonte. Por causa do preço, só adquiriu e começou a estudar o acordeão recentemente. Há um ano, pratica quase todo dia e quando não consegue fica chateado. Essa é a primeira apresentação como sanfoneiro e ele está ansioso. “Vai ser muito bacana. Além de atrair o público, vai ser bom para reunir os amantes da sanfona. É uma oportunidade de estar com os amigos.”


Terça-feira, 22 de Agosto

Cultura

Juiz de Fora recebe nesta terça a exposição “O Segundo Original” Mostra apresenta releitura de obras do pós-impressionismo produzidas com tecido Fotos: Mário de Aratanha

Os quadros são de pintores pós-impressionistas, final do século XIX e trazem um remix de cores Bárbara Delgado O Espaço Cultural dos Correios recebe nesta terça-feira, 22, às 19 horas, a exposição “O Segundo Original: influências do pós-impressionismo”, da artista têxtil Venina Sparano. São 16 quadros expostos e uma projeção de alguns trabalhos da artista, que ficam em cartaz até o dia 22 de setembro. Venina Sparano trouxe para o espaço um trabalho que iniciou há 11 anos. Começou com a ideia de fazer um quadro como memória de sua pizzaria localizada em Pedro do Rio, na região serrana no Estado do Rio de Janeiro. As obras são produzidas a partir de uma mistura de tecidos, que é a mídia de trabalho da artista e demoram alguns meses até a finalização. “Eu compro todos os meus tecidos e ferramentas para os quadros aqui em Juiz de Fora, então estou trazendo de volta aquilo que uso como recurso, tudo tem uma história”, ressalta artista. O Segundo Original é feito por meio de interpretação e releitu-

ra da artista em relação as obras de Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Gauguin, Matisse, entre outros. Entre essas telas, ela destaca uma obra da pintora brasileira Anita Malfatti. “É a maneira que eu acho que o pintor estava vendo quando pintou o quadro”, comenta Venina. “Eu quero tornar meu trabalho conhecido, quero divulgar essa técnica diferente, nunca vi em outros lugares”, diz. Essa é a primeira exposição do trabalho feito por meio de interpretação das obras. A curadora da exposição Jeanne Duarte, contou ao Mergulho Diário: “Nós costuramos toda a exposição do pós-impressionismo, os quadros mostram uma visão subjetiva do mundo”. Os trabalhos dão vida nova às obras e dão a oportunidade de novas criações. “Eu acho que tem um apelo, mostra aquilo que difere um original de uma cópia, porque é uma interpretação, vai além do que o quadro mostra, cada pedaço de pano tem um motivo de estar ali”, afirma Jeanne.

Espaço Cultural dos Correios Há dez anos o espaço recebe exposições com as mais variadas vertentes das artes. Juiz de Fora está entre as seis cidades brasileiras com essa proposta, as demais são capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a gestora do Espaço Cultural dos Correios, Ana Lúcia Magalhães, a exposição é de grande importância para o lugar, uma vez que o estilo nunca tinha sido exibo no local. “Para nós é muito bom mostrar esse tipo de trabalho, vale à pena mostrar para a sociedade esse atrativo diferente e que vai divulgar o trabalho dela”, acrescenta Ana Lúcia. Espaço Cultural dos Correios Exposição “O Segundo Original” Rua Mal. Deodoro, 470, Centro Juiz de Fora Segunda a sexta-feira, de 10h às 18h e, aos sábados, de 10h às 14h. Entrada Franca.. Tel: (32)3690-5715

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Terça-feira, 22 de Agosto

Esporte

Esportes radicais em Juiz de Fora são opções de atividade para diversão em meio a natureza

O Ratfing (descida em corredeira) é praticado pelo grupo de amigos Confrataria da Aventura no Rio Parabuina

Ezequiel Florenzano Esportes radicais são rodeados de incertezas e riscos. Em nossa região (Zona da Mata mineira), há vários locais para a prática desta modalidade, devido as formações rochosas e às varias cachoeiras da região. Seja para superar os medos, da água ou altura, arriscar-se ou sentir o prazer das emoções e expectativas, a busca por práticas esportivas extremas são cada vez mais comuns. Apesar dos riscos, os benéficios adquiridos são muitos. Em Juiz de Fora, os mais comuns são o paraquedismo, o rapel, as trilhas na natureza, as escaladas, as tirolesa, por fim, o rafting (descidas em corredeiras). No AeroClube de Juiz de Fora, o paraquedismo é uma das atividades oferecidas ao público, por meio de curso de treinamento para realizar o salto, para maiores de 15 anos. Há também escolas de esportes radicais, como o Cimo Adventure e o Esportes Radicais

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de Aventura(ERA), que utilizam vários pontos da cidade para suas práticas, como o morro do Cristo, o Rio Paraibuna e a Trilha da Pepsi, entre os municípios de Simão Pereira e Juiz de Fora. O guia de escalada José Rogério disse que esse tipo de exercício envolve várias nuances: “É um esporte que requer vários movimentos do corpo, desde a trilha. Escalar depende mais da mente e técnica, do que das condições físicas do corpo, por isto indico este esporte. Além do mais, são atividades que criam uma rede de amigos bem singular.” Além disso, ele ressaltou que Foto: Confrataria da Aventura

Foto:Grupo Confrataria da Aventura

Cidade reúne grupos de amigos e escolas preparatórias para a prática de atividades radicais, além de vários eventos para testar a superação dos alunos

Grupo se reúne na trilha da Pepsi

os esportes radicais são bem complexos, pois neles é preciso um trabalho em grupo é muito respeito diante do desenvolvimento e superação de um praticante. Claudia Jacobsen, diretora executiva da empresa Arkive Assessoria, participa de um grupo de amigos (Confraria da Aventura) que se reúne todos os finais de semana atrás de aventura. Ela pratica vários esportes, como o rapel e o rafting, e disse que o contato com a natureza é único neste momento: “A sensação de euforia e satisfação é demais, além disso, a proximidade que temos com a natureza é muito prazerosa”. Para o instrutor de esporte e ginástica,Fabio Fernandes, o que mais lhe surpreende em sua escola de instrução (Cimo Adventure) é a superação das pessoas. Segundo ele, a grande maioria que o procura vem com a perspectiva de superar os limites e o medo e muitas das vezes se surpreende com os resultados obtidos.


Terça-feira, 22 de Agosto

Esporte

Xbody: nova tecnologia fit faz 1h30 de musculação em apenas 20 minutos

Foto: Arquivo Pessoal

JF é uma das primeiras cidades de MG a contar com a novidade

O colete utilizado no Xbody otimiza o treino movimentando até 350 fibras musculares ao mesmo tempo

Alice Xavier A musculação sempre foi um dos métodos mais utilizados para adquirir o chamado corpo perfeito. Com o fim do inverno, muitas pessoas começam a procurar as academias, para iniciarem o projeto verão. É comum encontrar, nesses espaços, alunos com as fichas de musculação, com atividades com peso, levando em torno de 1h30, no mínimo, com uma rotina frequente de treinos, para o tão sonhado corpo. Se, numa rotina de academia as pessoas gastariam no mínimo 1h30 para completar o seu treino, agora com o Xbody - um colete com eletroestimuladores que aciona as fibras mais profundas do corpo, enquanto associado à exercícios físicos como o agachamento e a flexão - em apenas

20 minutos é possível exercitar cerca de 350 músculos de uma única vez. Esta atividade pode ser realizada, no máximo, até três vezes na semana. O pacote mensal, que além do Xbody envolve outras atividades físicas, sai em torne de 400 a 800 reais mensais. A personal Monise Glatz trouxe a tecnologia do Xbody para Juiz de Fora. Segundo ela, o colete tem eletrodos e transmite uma corrente elétrica que, em contato com o corpo, faz uma contração involuntária na musculatura. Monise também apresenta os benefícios do Xbody, como a tonificação muscular, perda de gordura, ganho de massa magra, ganho de força e redução da celulite, com contraindicação apenas para pessoas com marca passo e mulheres grá-

vidas. A técnica também deve ser o único exercício realizado no dia, uma vez que os músculos necessitam de pelo menos 24 horas para descansar, evitando uma lesão ou sobrecarga. Nos dias atuais, é comum falar na moda fit, que corresponde à alimentação saudável, balanceada, com atividades físicas frequentes. Porém, para a otimização do tempo, resultados rápidos e treinamento personalizado são requisitos desejados pelas pessoas que querem associar praticidade a uma vida saudável, e é dentro desse contexto que surgem as chamadas tecnologias fit, que contribuem para agilizar a prática de exercícios. Foi em busca dessa praticidade que a aluna Paula Lessa, cansada de realizar inúmeros exercícios físicos tradicionais, decidiu, após o parto, conhecer o Xbody e afirma que nunca obteve tantos resultados positivos em seu corpo, em um curto período de tempo. Paula pratica essa atividade desde que ela começou a ser oferecida na cidade, em abril deste ano, permitindo que ela ganhasse bastante resistência física e alterações visíveis no corpo. Para o nutricionista Gilson Chagas, realizar atividade física é fundamental, para manter-se em forma. Porém, ele ressalta que para alcançar os resultados que a atividade promete, também é necessário associá-los à alimentação saudável, com a suplementação adequada e a disciplina. Ele destaca que, nos dias atuais, é comum as pessoas investirem muito dinheiro para o corpo perfeito, em atividades diferenciadas que surgem todos os dias, mas se esquecem que a alimentação é crucial.

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