Mergulho Diário Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 03 de Agosto de 2017 • N° 02
Foto: Corpo de Bombeiros JF
Acidente com carreta espalha etanol nas margens do Paraibuna
Possível prejuízo ambiental ainda não foi avaliado Pg. 5
Calouros da UFJF são recebidos com festa no Campus
As pré-eliminatórias da Evento contou com a cidade e região valem uma presença de reitor e vicevaga para a etapa mineira, reitora, além de apresentações que garante um lugar no musicais e participação da embate que ocorre em Belo Drag Queen Femmenino. Horizonte. Pg. 14 Pg. 12
JF Vôlei se prepara para início de temporada Pg. 17
Foto: Reprodução JF Vôlei
Seletivas para o Duelo Nacional de MCs já acontecem em JF
Quinta-feira, 03 de Agosto
Editorial
EXPEDIENTE
A cidade é o palco das ações humanas. Criada a partir delas, é diariamente transformada e transformadora, e impõe sua presença aos que vivem e passam por ela todos os dias. A vida urbana se torna mais complexa a cada momento e nas teias traçadas pelas ruas, prédios, carros e pessoas encontramos espaço para as mais diversas manifestações do humano: liberdade, movimento, vida nova. Preocupações, horrores, tristeza. Andar pela cidade é esbarrar na feira livre e sentir o cheiro de hortaliças vindo das barracas dispostas em fileiras. Provar uma fruta fresca ao som dos gritos dos vendedores que chamam os fregueses, disputando na garganta a preferência da clientela. É encontrar toda semana as mesmas pessoas que não abrem mão do produto da feira, mesmo que os grandes mercados tentem ganhar a concorrência. Mas cidade também é conflito. E Juiz de Fora vive isso diariamente. A cidade vê o número de abuso e violência sexual contra crianças crescer: o crime, muitas vezes cometido por pessoas próximas às vítimas, teve um aumento de 36% em relação ao ano
passado. As brigas entre gangues de bairros se transformam em matéria de debate na câmara de vereadores e a segurança da população entra em pauta. Cidade é manifestação. E também vamos às ruas em busca de mais proteção para nossos amigos de quatro patas. Na esteira do crescimento da luta pelos direitos dos animais no Brasil, os juiz-foranos se manifestaram contra os maus tratos e pela aplicação de leis mais rigorosas para quem comete esse tipo de crime. Som e poesia. A cidade cede espaço para a as batalhas de rimas que acontecem nas ruas de Juiz de Fora, em uma prévia do Duelo Nacional de Mcs, que ocorre em Belo Horizonte. Seletivas regionais acontecem aqui e em outros lugares da Zona da Mata e a inspiração dos poetas ocupa o espaço público e devolve a posse das ruas à quem merece: o povo. A vida é urbana. Começos, fins, recomeços. É mudança e estabilidade. E aqui mergulhamos mais uma vez na cidade, que não para. Aproveitem a segunda edição do nosso Mergulho Diário.
Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Alice Xavier, Ariadne Bedim, Bárbara Braga, Bárbara Delgado, Carolina Larcher, Christinny Garibaldi, Ezequiel Florenzano, Isadora Gonçalves, Letícia Silva, Pedro Augusto, Sabrina Soares, Tatiane Carvalho. Edição e Diagramação Érica Vicentin Juliana Dias
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Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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Artigo
Uma jornada dupla não valorizada Érica Vicentin Foto: Pixabay
A luta de mulheres por seus direitos, equidade de gênero e por oportunidades é travada diariamente nas ruas, universidades, empresas e até mesmo dentro de casa. As raízes da indiferença e da sensação constante de inferioridade são profundas e históricas. Desde que o mundo é mundo, mulheres passam por situações constrangedoras, principalmente no mercado de trabalho. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, desde 2007 o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho foi de pouco menos de 4%, saindo de 40,8% para 44% em 2016. Ou seja, mesmo apostando em uma maior capacitação profissional, as mulheres ainda ficam atrás dos homens quando o assunto é a conquista de um emprego. Outro dado interessante é que as mulheres ainda representam minoria quando se fala da ocupação de cargos de liderança em organi-
zações privadas. De acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 90% a 95% das instituições são chefiadas por homens no Brasil, mesmo tendo diversas pesquisas provando que as lideranças femininas nas organizações fazem com que seu lucro aumente. Além da diferença de oportunidades, quando mulheres estão finalmente empregadas, a desvalorização continua em forma de salário. A diferença de remuneração entre homens e mulheres em 2015, ano com os dados mais recentes do indicador, era de 16%. Com base no salário mínimo vigente, os homens ganhariam quase R$150 reais a mais que as mulheres para executar exatamente a mesma função. Nesse cenário atual, as mulheres têm se mostrado verdadeiras heróinas. Muitas correm atrás do sonho da maternidade e o unem com o desejo da independência e da carreira profissional. Têm, por-
tanto, uma dupla jornada. E qual o valor que estão recebendo? É díficil entender porque o pensamento machista e misógino ainda não mudou, mesmo nos dias de hoje. Já sabemos que a mulher assumiu a função de além de mãe e esposa, profissional. Sua renda faz parte do sustento da família, e é portanto essencial. Seu trabalho é o mesmo realizado por homens, e assim deve ser visto e reconhecido. É tarefa de todos a busca por uma sociedade em que haja liberdade, igualdade e justiça. O ingresso da mulher no mercado de trabalho é uma transformação estrutural na composição da força de trabalho e é responsável por criar ambientes favoráveis para outras mudanças na situação de desigualdade de oportunidades. E um dos aspectos mais importantes para que esse cenário comece a mudar, é que a mulher entenda seu valor e principalmente valorize sua capacidade.
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Quinta-feira, 03 de Agosto
Cidade
Programa Feira Livre movimenta ruas da cidade Foto: Isadora Gonçalves
Com o apoio da prefeitura, programa busca o abastecimento e a oferta de produtos de alta qualidade à população
Feira do bairro São Matheus acontece toda quarta-feira e conta com mais de 150 barracas com produtos variados
Isadora Gonçalves
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As barracas de frutas e verduras fechando a rua, o pastel com caldo de cana e os gritos que chamam os fregueses ainda são comuns pelas ruas de Juiz de Fora. Com produtos diversificados e horários alternativos, as feiras livres são uma ótima escolha para quem quer comprar barato. De acordo com a Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA), na cidade já são 18 locais que recebem mais de 1500 barracas em uma programação que vai de terça a domingo. A maioria dos horários são na parte da manhã, mas Juiz de Fora conta também com uma feira noturna na Praça Antônio Carlos com mais de 70 barracas com frutas, verduras, doces e outros produtos. Regulamentados pela Prefei-
tura pelo programa Feira Livre, os produtores da região podem vender seus produtos direto para o consumidor. Para Sebastião de Assis, feirante há mais de dez anos, esses mercados a céu aberto são importantes para a população ter acesso a produtos frescos, de boa qualidade e com uma diversidade de preços entre as barracas. As feiras são uma forma de movimentar a economia local e contam com um público fiel mesmo com a concorrência dos grandes supermercados e atacados. Giovana Madeiros frequenta semanalmente a do bairro São Matheus, que acontece na rua Coronel Pacheco no período da manhã, e diz que busca sempre a boa qualidade dos produtos. Além disso, ela aponta a importância de se favorecer pequenos comercian-
tes.
Muitos dos produtos vendidos são oriundos de uma produção baseada na agricultura familiar e orgânica. A barraca da feirante Rose de Campos é montada três vezes por semana e todos os produtos são plantados e colhidos de forma familiar. Segundo ela, as feiras são a fonte de renda da família há 33 anos e, com as barracas, ela pode obter o lucro da plantação de forma autônoma sem precisar trabalhar para fora. Parte do cenário das cidades, as feiras de rua são mais que um simples local de compras, são um ponto de encontro, um espaço social tradicional que recebe pessoas de todas as classes e gerações. São parte da cultura e da identidade de um povo.
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Cidade
Carreta com carga de etanol cai às margens do Paraibuna e interdita BR-267 Produto químico vaza e deixa área interditada por risco de contaminação
Foto: Corpo de Bombeiros JF
Ariadne Bedim
Carreta tombada na Estrada União Indústria na madrugada de quinta
Nesta manhã, o tenente Clodoaldo Clemente assumiu a continuidade do processo de resfriamento e isolamento do local de acidente. Cerca de 70 a 80% da carga vazou, porém ainda há combustí-
vel no veículo e ele deve ser retirado por causa do risco de contaminação do solo e da água. Todos os procedimentos de segurança foram realizados. A via permanece interditada e não há previsão de liberação. Foto: Corpo de Bombeiros JF
Uma carreta que carregava cerca de 45 mil litros de etanol tombou na madrugada de quinta-feira (3), às margens do Rio Paraibuna, próximo da Estrada União Indústria. O Corpo de Bombeiros Militar fez o resfriamento da carga de combustível, que vazava para as margens do rio. Em seguida, realizou o isolamento da área pois havia risco de explosão. Segundo dados do boletim de ocorrência, o motorista, de 35 anos, dirigia rumo à rodovia BR 267, com destino ao estado do Espírito Santo. O condutor seguia atrás de um caminhão, que trafegava lentamente, e se assustou após este frear bruscamente. No momento que tentou desviar, ocorreu o acidente. O homem ficou levemente ferido, sendo levado pelo SAMU até a UPA Norte. A empresa responsável pelo transbordo foi acionada, com o guincho.
Cerca de 70 a 80% da carga vazou do veículo
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Cidade
A causa animal ganha ruas
Foto: Tatiane Carvalho
Manifestantes se reunem no centro de Juiz de Fora contra maus tratos aos animais e aplicação de leis mais rigorosas a quem comete o crime
No Brasil, luta pelos direitos dos animais vem ganhando cada vez mais espaço, abrindo margem para novas discusões
Tatiane Carvalho
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Devido ao crescimento dos maus tratos a animais registrados na cidade, aconteceu ontem (2) uma manifestação em busca de punições mais rígidas e mais eficazes, com julgamentos mais rápidos, contra o esse tipo de crime. O ato público, marcado através de uma rede social, aconteceu às 17h, no Parque Halfeld, e contou com a presença de simpatizantes e atuantes na causa animal. Segundo o artigo 32 da Lei Federal de nº 9.605, que trata dos Crimes Ambientais, praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime, com pena de três meses a um ano de prisão e multa, que pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer a morte do animal. Para os manifestantes, a punição demora a acontecer e acaba por ser branda frente à crueldade do
que é praticado. Para quem pensa que os maus tratos são apenas físicos, a veterinária Daniele Milione explica que vão além. “Temos efeitos psicológicos. Com certeza o animal na adoção futura terá muitos transtornos de comportamento que, muitas das vezes, fazem o adotante devolvê-lo. E para corrigi-los, muitas vezes, é necessário um profissional treinado nesta área e não é um serviço muito acessível financeiramente. Levando em conta que serão necessárias várias sessões.” Ela ainda acrescenta: “No Brasil, existe uma lei que não é cumprida. E quando alguém resolve denunciar, chamar polícia e levar adiante, a pena é irrisória perante os maus tratos. Precisamos de uma fiscalização mais eficiente e de uma lei mais rigorosa.” Nas ruas os relatos são diversos, abandonos é um dos mais comuns seguidos, claro, pelo crime mais cruel: aquele que acontece dentro de casa. A estudante
Adriele Clavilho presenciou um caso de perto: “É difícil ver um animal sofrer enquanto você fica de mãos atadas. Minha vizinha foi um caso. Ela possuía diversos gatos que estavam em condições precárias. Eles estavam doentes e machucados. Procurei ajuda com algumas pessoas que fazem parte de movimentos de proteção animal e então denunciei, mas nada aconteceu.” Quando se diz respeito à causa animal, o Brasil ainda tem muito que evoluir. A Organização Mundial da Saúde estima que existem cerca de 30 milhões de animais abandonados que vagam pelas ruas do país. No ano passado, só no estado de São Paulo, a Polícia Civil registrou 21 denúncias de maus tratos, enquanto no mesmo ano em Minas foram aplicados mais de R$ 2 milhões em multas por tráfico de animais a infratores. Para qualquer tipo de abuso à animais ligue 190 ou 181, a denúncia é anônima.
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Cidade
Aumentam os abusos sexuais contra vulneráveis Até agora já foram registrados mais de 50 casos, mas este número pode ser maior
Foto: Getty Images
Projeto de lei prevê palestras em escolas, para que as crianças possam identificar possíveis agressores perto de si
Bárbara Braga
Em Juiz de Fora, 56 casos de abusos e violência sexual contra menores de 14 anos foram registrados desde o início do ano. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) entre as denúncias, 31 são de estupros e 25 de abusos sexuais, totalizando 36% de ocorrências a mais que o mesmo período do ano passado. De acordo com a conselheira tutelar Andreia Moreira, o aumento de registros pode significar duas coisas: “as vítimas começaram a denunciar mais os abusos que sofrem, ou a incidência deles aumentou. È díficil saber qual das hipóteses é a verdadeira, porque a vítima sempre sente vergonha, é coagida pelo agressor ou não tem como denunciar”. Ao constatar a prática do crime, a vítima deve ser encaminhada a um hospital, à delegacia mais próxima, ou ao Conselho Tutelar. Alguns abusos são praticados contra crianças em idade pequena, o que dificulta detectá-los. A conselheira orienta os pais a pres-
tarem atenção no comportamento da criança, que tende a ficar agressiva, arredia e teme o contato físico com adultos. O acompanhamento das vítimas é feito no Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), que coloca a disposição psicólogos e pedagogos, para se certificar de que elas se recuperarão do trauma. A assistente social do Creas, Márcia Fonseca, explica que esta medida tem a finalidade de garantir que a criança não sofrerá futuras agressões. “Em muitos casos, quem as violenta são pessoas próximas, como vizinhos, parentes e, infelizmente, os próprios pais. Então, tentamos nos assegurar de que as vítimas não se reaproximarão deles”. Segundo a pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em conjunto com o Ministério da Saúde, na qual um mapeamento do perfil dos agressores foi feito, 32,2% deles são conhecidos das vítimas. Enquanto 24,1% têm algum grau de parentesco com elas e 12,6% são desconhe-
cidos. Para reduzir a quantidade de casos na cidade, a Câmara Municipal de Juiz de Fora aprovou o Projeto de Lei contra o crime de pedofilia, que propõe o fortalecimento do Conselho Tutelar e do Creas, bem como melhorias em suas infraestruturas e corpo técnico. O projeto prevê também a realização de palestras sobre o assunto em escolas, para que as crianças possam identificar potenciais agressores.
Dois casos esta semana
Nesta terça-feira (1º), uma garota de 3 anos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, com uma verruga na região genital. Funcionários suspeitaram de se tratar de uma doença sexualmente transmíssível e acionaram a Polícia Militar e o Conselho Tutelar. O caso está sendo investigado. No último dia 25, um homem de 54 anos foi preso após ser flagrado abusando de duas irmãs. Já pesam contra ele oito denúncias de abuso de vulneráveis. Uma delas foi confirmada em 2006, e ele foi condenado a sete anos de prisão.
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Política
PJF sanciona lei que dispõe sobre a dedução dos créditos do cartão Passe Fácil comum
A lei aprovada começa a vigorar daqui a 45 dias, após adequações nas empresas
Foto: Reprodução PJF
Ezequiel Florenzano
Passageiro que perder seu Cartão Passe Fácil na modalidade comum poderá ter crédito anterior reembolssado
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A prefeitura de Juiz de Fora(PJF) aprovou, nesta terça-feira (1º), a Lei de Dedução de créditos, número 13.546. A lei regulamenta que, em caso de perda, roubo ou furto, ao retirar a segunda via, o passageiro possa recuperar os créditos do seu Cartão Passe Fácil. O custo para a emissão do cartão pode ser abatido do valor contido na primeira via. Essa emissão é feita na Associação Profissional de Empresas de Transporte de Juiz de Fora (Astransp). Segundo a nova norma, o requerimento de recuperação do crédito, durante a emissão da segunda via do cartão, será feito somente mediante a apresentação de um boletim de ocorrência, revelando a perda do mesmo. É necessário também a apresentação da Carteira de Identidade(RG) e do Cadastro de Pessoa Física(CPF) do requerente. Segundo a Secretária de Transporte e Trânsito (Settra), a aplicação da lei só será possível após algumas adequações necessárias nos sistemas dos consór-
cios. Isso porque, atualmente, só é possível ser feita no local a transferência na forma de crédito. A Settra explicou a necessidade de um tempo hábil para a implamentação de mudancas, como por exemplo a transferência por débito. Por tal motivo, o Art.3º, que previa entrada em vigor na data da publicação da lei previstos na Introdução às normas de Direito Brasileiro (Decreto-Lei Nº4657/1942), foi vetado pelo Prefeito de Juiz de Fora Bruno Siqueira. Dando assim um prazo minímo de 45 dias para a adequação das empresas. O projeto de Lei Nº43/2017, foi proposto pelo vereador Vagner de Oliveira do Partido Social Cristão(PSC). Ele comentou sobre a importância desta aprovação e sobre a vantagem que ela irá trazer aos passageiros: ‘‘Em um tempo em que temos altas taxas de desemprego na cidade, a possibilidade de usar o crédito do Cartão de Passe Fácil perdido para fazer a segunda via é um grande grande benefício para os
passageiros de Juiz de Fora’’. O passageiro Roberto Araújo, 39 anos, que já o perdeu o Cartão Passe Fácil deu sua opinião sobre a nova lei: ‘‘Agora essa questão de resgatar o valor dos créditos acho que vai muito do uso da pessoa, cada um analisa se é bom ficar andando com o dinheiro para pagar a passagem ou a praticidade e rapidez do cartão pra passar na roleta.’’ Roberto mostrou um pouco de receio diante da proposta de lei, mas disse acreditar na importância: “Independente de qualquer coisa, essa iniciativa de reembolso do crédito é válida sim’’. A lei vem ao encontro de uma demanda antiga da população,já que é comum entre os passageiros a perda do Cartão. É importante salientar que a lei só vale para a modalidade comum, ou seja, os outros cartãos não se enquadram na nova legislação. Endereço Astransp: Rua Espírito Santo, 296 - Poço Rico, Juiz de Fora - Minas Gerais.
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Política
CPI de combate às gangues de JF continua em processo para discutir a criminalidade Vereadores buscam as causas da violência e estudam como combatê-la Foto Divulgação Câmara
Alice Xavier A criminalidade tem sido presenciada frequentemente pela população de Juiz de Fora. A insegurança e o medo fazem parte da vida dos moradores, por viverem no meio das gangues de bairro e serem reféns da violência. A rivalidade entre esses grupos, que antes era restrita aos bairros, estende-se pela cidade, causando um caos, no que se refere à segurança e a qualidade de vida. É comum a presença de conflitos em casas de festas, saídas de escolas e em ruas de grande circulação, na região central da cidade. A consequência de tais atos implica no aumento do número de homicídios e na sensação de impunidade, que faz com que a população cobre dos órgãos públicos medidas protetivas, para aumentar a segurança. De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), até o mês de julho, já foram registrados 51 assassinatos em Juiz de Fora. Para investigar o porquê do aumento da violência na cidade, vereadores criaram, na Câmara Municipal, as ações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Combate às gangues, com prazo até o próximo dia 22 de agosto, para entrega dos resultados. Segundo a vereadora Ana Rossignolli (PMDB), presidente da CPI, a ideia é que esse prazo seja estendido, pois os integrantes da comissão estão em recesso, retornando no dia 16 de agosto, sem tempo hábil para concluírem o trabalho. A vereadora disse ainda que, mesmo assim, há um progresso nas
Vereadores discutem a CPI das gangues
tramitações da CPI das gangues, com diversos eventos, abertos à comunidade da cidade, como palestras, que discutem a criminalidade, com a presença de figuras importantes como o delegado da Polícia Civil Rodrigo Rolli e o atual secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Armando da Silveira. A comissão ainda vai promover encontros com outros profissionais que podem trazer para a CPI considerações importantes como: professores, jornalistas, promotores, pesquisadores, policiais, investigadores e psicólogos. Ana Rossignoli destaca que a intenção da CPI não é tirar conclusões com base apenas no que vem sendo discutido nas reuniões pelos profissionais, mas sim abrir espaço para o diálogo com as pessoas que presenciam esse cenário de violência no dia a dia, como moradores de bairros conhecidos pelo alto índice de violência, com objetivo de trabalhar na causa e não apenas na consequência, que, segundo ela, é o que a população da cidade presencia rotineiramente nos noticiários locais. Pretende-se, com a conclusão da CPI das gangues, verificar a atuação dos projetos sociais já existentes em Juiz de Fora, e, com um trabalho conjunto com a sociedade, pensarem em quais projetos poderiam ser criados, como forma de atuar
em cima dos problemas pontuais que envolvem a violência e a insegurança da população juiz-forana. A secretária, Cristiane Mello, moradora do bairro Dom Bosco, localizado na região central da cidade, presencia frequentemente atos praticados pelas gangues do seu bairro, o que, segundo ela, “preocupa bastante, pois quem tem filho pequeno sempre está preocupado com o que ele está fazendo e com quem ele está andando”. A moradora ressalta que as gangues sempre organizam festas no bairro e abusam do barulho até altas horas, com consumo a céu aberto de drogas, o que intimida os demais moradores, ficando receosos com esses eventos, que na maioria das vezes, termina em conflitos violentos. A conclusão da CPI das gangues deverá ser encaminhada para o Ministério Público e, a partir dela, espera-se a criação de medidas para diminuírem os conflitos recorrentes na cidade, com ações sociais e apelo de toda a população. Além da vereadora Ana Rossignolli (PMDB), integram a CPI os vereadores Charlles Evangelista (PP), como redator, André Mariano (PSC), Sargento Mello (PTB) e Marlon Siqueira (PMDB). A Delegada Sheila (PTC), idealizadora do projeto, faz parte da Mesa Diretora.
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Economia
Oportunidade de alavancar os negócios é oferecida pelo Sebrae Minas Capacitação promovida desperta novos olhares do pequeno empreendedor Bárbara Delgado Foto: Bárbara Delgado
Microeempreendedores participam de palestras e debates durante o evento
tradas diversas palestras e instruções. No final do dia, cerca de 15 microempreendedores puderam oferecer os seus produtos e assim foram selecionados para a participação da feira. Diversos produtos foram apresentados, como: doces, cervejas artesanais, fubá, entre outros. “O Sebrae tem total interesse nessa capacitação pois promove o desenvolvimento da região, gerando renda e desenvolvendo empregos para a cidade e região da Zona da Mata”, diz analista. A capacitação contou com a presença do superintendente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado do Estado de
Foto: Bárbara Delgado
O Sebrae promoveu nesta quarta-feira (02), uma capacitação para microempreendedores na cidade de Juiz de Fora e região, contando com a participação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais e da Associação Mineira de Supermercados. A capacitação foi uma oportunidade que o Sebrae disponibilizou para uma seleção através da amostra dos produtos dos micro empreendedores. A participação dos selecionados para a 16º Edição Zona da Mata do Super Encontro Varejista (Sevar), que acontecerá nos dias 16 e 17 de agosto, é promovida pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) e será realizado no Centro de Eventos Capitólio, localizado na Avenida Deusdedith Salgado, 4.088, bairro Teixeiras. O analista do Sebrae, Paulo Veríssimo, relata que em parceria com o Governo do Estado, está realizando a capacitação de empresários de pequeno e micro porte que têm interesse de comercializar seus produtos para supermercados varejistas. A programação das atividades para a capacitação foi elaborada e divulgada para todas as pequenas empresas, foram minis-
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Demonstração dos produtos à base de bata doce da participante Vera Lúcia
Minas Gerais, Fernando Passalio de Avelar. O Sebrae disponibiliza um edital que demanda todas as orientações para a participação e seleção da feira. “Nessa fase, o empreendedor deve vender sua marca de forma objetiva e sucinta, se preparando para o grande evento que é a feira”, ressaltou o superintendente, reforçando a importância da participação efetiva dos microempreendedores. “Eles saem com uma visão ampliada dos negócios, e as ideias para um produto melhor surgem a partir desse evento.” Segundo o superintendente, é uma oportunidade para o desenvolvimento do Estado que acarreta uma rede de empregos nos mais diversos níveis. Uma das participantes da capacitação, Vera Lúcia, estava empolgada com a seleção e a aproximação com o mercado externo. Os produtos fabricados são artesanais: sorvetes, doces, cupcakes, entre outros. “Nossa empresa agora tem oportunidade ímpar”, conta a microempreendedora.
Quinta-feira, 03 de Agosto
Economia
Comércio se prepara para Dia dos Pais
Foto: Sabrina Soares
Data serve como termômetro de vendas para o resto do ano
Calçadão de Juiz de Fora é considerado shopping a céu aberto
Sabrina Soares Este ano o Dia dos Pais será comemorado no dia 13 de agosto. A data é a primeira que mais movimenta o comércio no segundo semestre do ano. De acordo com estimativa do Ebit (Medidor de reputação de lojas virtuais), o comércio eletrônico brasileiro deverá faturar R$ 1,94 bilhão, 10% a mais em comparação com o mesmo período do ano passado. No ranking dos itens mais comprados no e-commerce para presentear os pais estão: celular e smartphone, livros, calçados, vinho, tênis, perfume, DVDs e CDs, camisa masculina, relógio de pulso e cafeteira. Mesmo com um volume menor de vendas do que outras datas como Dia das Crianças e Natal, o Dia dos Pais é considerado um termômetro de vendas para o resto do ano. Em Juiz de Fora, segundo pesquisa realizada recentemente pelo Sindicato do Comércio (Sindicomércio-JF) em parceria com a Masci Consultoria Jr., apenas 35,29% dos 221 entrevistados pretendem presentear os pais, com intenção de gastar entre R$ 50 a R$100. A opção de presente da maioria dos entrevistados foi vestuário, 63,35% dos
orienta para que os consumidores exijam sempre a nota fiscal, pesquisem os preços dos produtos que almejam adquirir, evitem compras por impulso e antecipem a ida às lojas. A exigência do comprovante fiscal garante os direitos de quem comprou e os deveres de quem forneceu o produto ou serviço. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) só garante troca quando o produto apresentar defeito ou vício oculto. O prazo para reclamações varia de acordo com mercadorias duráveis e não duráveis. Para os não-duráveis (bebidas, cosméticos e produtos de consumo imediato), o consumidor tem até 30 dias para reclamar. E 90 dias para produtos duráveis (eletrônicos, telefones celulares, vestuários etc). Em caso de dúvidas ou reclamações, o consumidor deve procurar atendimento no Procon/JF mais perto. Há um Procon em cada região do município. O Procon/JF Centro fica na Avenida Presidente Itamar Franco, 992. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, Procon orienta consumidores das 8h30 às 17h30. O telefone para contato é o (32) 3690-7611 / 3690A Agência de Proteção e De8438. fesa do Consumidor (Procon/JF) juiz-foranos. Cosméticos aparecem como a segunda opção, sendo escolhido por 9,5%. Os sapatos ficaram em terceiro lugar, escolha de 7,24% das pessoas ouvidas. Ainda em relação à pesquisa, o pagamento à vista, em dinheiro, é a primeira opção dos consumidores em Juiz de Fora na hora da compra, opção apontada por 61,99% dos entrevistados. O cartão de crédito, pagamento parcelado, aparece como a segunda opção (29,41%), seguido do cartão de crédito, pagamento à vista (8,60%). O universitário Júlio Nascimento, 21, vê a data como um momento único para retribuir, mas ressalta que poupará no presente: “Diante da situação econômica do país, não dá para comprar nada caro. A opção é um vestuário mesmo, uma camisa no cartão de crédito”. Na contramão da tradicional compra de presentes, a vendedora Gabriela Alvim, 32, considera o dia ideal para se passar com a família “Nós aproveitamos para fazer uma viagem curta. Mais que um presente
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UFJF
Calouros são recebidos com evento de integração Além do evento de integração, a universidade conta com outros programas de apoio aos novos estudantes Carolina Larcher
Foto: Nayara Martins
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Na noite dessa terça-feira (02), calouros e veteranos que voltavam às aulas puderam participar de um evento que contava com a participação de diretores, pró-reitores e o reitor da UFJF Marcus David para dar as boas vindas com um evento informativo e de integração. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também participou, questionando os alunos sobre seus cursos e passando informações extras. Foram exibidos também vídeos, que davam as boas-vindas aos estudantes e mostravam um pouco sobre a instituição. A proposta era promover a interação entre novos alunos e veteranos em uma festa conjunta, ao som da banda convidada, Alquimia, composta por ex-alunos da UFJF. No final do evento foram ainda sorteados quatro ingressos para estudantes irem ao show da banda. Além disso, a drag queen Femmenino, interpretada pelo estudante do Bacharelado em Artes e Design, Nino de Barros, apresentou de forma descontraída questões sobre o funcionamento da universidade e as oportunidades de bolsas que a ela oferece aos estudantes. O diretor de Imagem Institucional da UFJF Márcio Guerra ressaltou a importância desse modelo que foi escolhido para o encontro entre estudantes. “Preparamos o evento, conforme orientação da reitoria, para que os calouros sejam recepcionados de uma forma descontraída. A ideia é acolhermos os estudantes, mostrando que a UFJF é um espaço de respeito à diversidade, de respeito a todas as orientações. É fundamental que os ingres-
A drag queen Femmenino condziu o evento
santes percebam isso desde já”. Para Nino de Barros, esse espaço que a universidade está dando, de visibilidade a questões da comunidade LGBTTI, promove um diálogo mais eficaz entre a diversidade de pessoas com pensamentos diferentes que existe na UFJF. “É muito gratificante ver meu trabalho como Drag Queen ser reconhecido e fomentado dentro da instituição, além de envolver as discussões em relação a gênero e dar oportunidade de mostrar arte e cultura pro público”.
Outros projetos de apoio ao estudante
A Diretoria de Imagem da UFJF também lista alguns outros programas que visam acolher os novos estudantes. O Grupo ‘Fora de Casa’ é destinado àqueles que estão passando por uma mudança de localidade, longe da família e tendo que arcar com responsabilidades financeiras e as exigências da vida universitária. O Grupo ‘De Boas’
apresenta discussões e trocas de experiência para o aluno lutar contra a ansiedade. Há também ‘Oficinas Pedagógicas’ que trabalham a gestão de tempo e organização dos estudantes. A Pró-Reitoria de Assunto Estudantis (Proae) também é responsável pela recepção dos alunos. Ela fornece informações em relação a bolsas, programas e atividades desenvolvidas pela pró-reitoria, além de promover Seminários de Integração, que colaboram com a sensação de pertencimento dos estudantes. A Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) é uma entidade criada para a implementação de políticas públicas, recebendo a participação de discentes, docentes e técnico-administrativos. A universidade também conta com a Ouvidoria Especializada, que recebe demandas de pessoas vítimas de discriminação, violências ou opressões vivenciadas na universidade, oferecendo também assistência psicopedagógica.
Quinta-feira, 03 de Agosto
Cultura
Júlia Pessôa lança livro de crônicas e poesias “Heteronímia” é o primeiro livro da autora que será lançado nesta quinta-feira Ariadne Bedim
Foto: Marcelo Ribeiro
Inspirada em Fernando Pessoa, grande escritor e poeta português que escrevia com diversos heterônimos, Júlia, que também é Pessoa, deu título ao seu primeiro livro: “Heteronímia”. O lançamento do livro acontece nesta quinta-feira (3), no espaço cultural Oandardebaixo, onde recebe o público com entrada gratuita. A publicação foi contemplada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes, mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Funalfa. Como livro de crônicas e poesias, a autora, com suas várias faces, apresenta um cotidiano muito presente e comum entre os juiz-foranos e juiz-foranas. Júlia pontua que a crônica tem uma importância siginificativa em sua vida. “A crônica é um formato de escrita que sempre me identifiquei mais por permitir maior poesia e liberdade criativa. Há sempre a possibilidade do dia a dia estar cheio de histórias”. E por meio desse processo, Júlia conclui que pôde se encontrar como, de fato, uma escritora em um meio cotidiano e informal. Júlia Pessôa nasceu em Três Rios, Rio de Janeiro, e se mudou para Juiz de Fora para fins acadêmicos. Ingressou na Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente é mestre pela instituição. Com isso, foi amadurecendo e descobrindo a cidade. Júlia começou a trabalhar como repórter do jornal Tribuna de Minas no ano de 2010, e em 2014 nasceu a coluna “Antes que eu me esqueça”. Com a coluna,
Livro foi publicado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura
a escritora começou a exercitar sua escrita da forma que mais se identificava, por meio da crônica e da narração de fatos cotidianos. “Heteronímia” é um compilado de escritos da coluna, trabalhos mais recentes, escritos inéditos e no, fim do livro, há um texto em formato diferente com poética e haikai, sem métrica. Fernanda Castilho é aluna de Comunicação Social da UFJF e conhece Júlia por meio de sua coluna com os posts de “viagens, reflexões e amor por drags”, assim definidos por ela. Além disso, está animada
para o lançamento do livro. “Estou muito ansiosa para conhecer um pouco mais do que tem naquela caixola com seu livro”. O livro será distribuído pela Funalfa e pela autora, de forma gratuita, para a população e instituições de ensino. E após o lançamento, será disponibilizado em plataforma digital. O Oandardebaixo fica na Rua Floriano Peixoto, 37. O lançamento vai começar às 20h e, no local, estará funcionando um bar com cerveja artesanal e petiscos d’O Trem: Culinária e Artesanias.
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Quinta-feira, 03 de Agosto
Cultura
Duelo Nacional movimenta mais de 100 MCs em Juiz de Fora e cidades do entorno Seletivas acontecem durante o mês de agosto em oito cidades da Zona da Mata
Foto: JV Medeiros Fotografias
Letícia Silva
“Hoje meus melhores amigos são fruto dessa forma de expressão, que é o freestyle, o rap improvisado”, conta Reset
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Improviso, concentração, energia da rua. Nas batalhas, os MCs disputam quem tem a rima mais afiada e fluência no ritmo da mensagem que quer passar. O Duelo Nacional de MCs é uma batalha que reúne representantes de todo o país em Belo Horizonte, uma vez por ano, para uma disputa de quem se sai melhor no freestyle. A cidade conta com uma cena de hip hop forte, com visibilidade nacional e rodas acontecendo todos os dias. Ao todo serão realizadas 13 batalhas classificatórias na região da Zona da Mata, sendo seis em Juiz de Fora e sete nas cidades do entorno. Os MCs já estão participando das seletivas pré-eliminatórias. Ao final delas, vão restar 16 MCs que disputarão, em setembro, a vaga para batalhar em Belo Horizonte na etapa mineira. Em seguida acontece o Duelo Nacional.
Pedro Santos, conhecido como Reset, faz parte do Encontro de MCs, coletivo de hip hop da cidade, e já participa das seletivas por três anos. Ele conta que esse ano elas estão sendo organizadas de maneira diferente, já que têm a participação de cidades do entorno, na Zona da Mata, que também têm uma cena estabelecida. Além disso, cada roda de Juiz de Fora, são seis ao todo, tem uma eliminatória. Segundo Reset, o nível da competição está mais difícil, porque conta com mais gente envolvida, mas considera positiva a participação de outras cidades: “Além de dar mais chance pro pessoal, a gente também faz esse encontro com outras pessoas, outras culturas e conhece a região no geral”. Em Juiz de Fora, o Encontro de MCs, que atua desde 2011, promove rodas de rimas em praça pública que acontecem de forma
quinzenal. Aos poucos, foram surgindo rodas em outros bairros, o que começou a movimentar mais o hip hop na cidade. Reset batalha há três anos e destaca que o treino e a leitura são fatores fundamentais para a preparação de um MC: “É a busca de conhecimentos gerais num todo, leitura, absorção de arte no geral. Assistir muito filme também é bom. A gente vai ter o conhecimento e a desenvoltura pra batalhar.” Mesmo tímido, Reset conta que depois que começou a se envolver com o rap, fazer freestyle passou a ser algo natural. “Hoje, isso representa muito pra mim, depois do primeiro dia que eu batalhei parecia que tinha morrido e nascido de novo. Não consigo viver sem, tenho até medo de parar uma hora”. Munir, que já está classificado para a final antes da fase mineira
Quinta-feira, 03 de Agosto
Foto: JV Medeiros Fotografias
Munir acredita que sem prática não existe evolução
conhecida, é mestre de cerimônias em Barbacena, cidade onde vai acontecer uma eliminatória no dia 16 de agosto. Ela conta que a batalha já está sendo divulgada na cidade e que o público está bem animado. “Acompanho de perto todo o processo já há alguns anos em BH. Pela participação do pessoal, é notável a importância de um movimento desta grandeza para a maioria dos MCs”, destaca. Kaká, considera que o Duelo Nacional é um espaço visado por muita gente que participa da
Foto: JV Medeiros Fotografias
em Juiz de Fora, também é MC de batalha, e é ativo na cena há um ano e sete meses. Para ele, esses espaços são de extrema importância para a cultura regional, sendo uma forma também de trazer entretenimento gratuito. “Muita gente começa a se envolver com a cultura hip hop pelas batalhas, então é fundamental que o MC tenha essa responsabilidade ao rimar.” Tanto Munir quanto Reset afirmam que é importante manter o hábito de rimar. Para os novos na cena, Munir dá algumas dicas: “Onde existir a possibilidade de ter batalha esteja presente, observe os outros MCs, tente não cometer os mesmos erros que eles cometem, a observação vem em primeiro no ensino aprendizagem”. Suas expectativas estão bem altas e positivas, principalmente por acompanhar o movimento de vários MCs. “A evolução de rimas e do pensamento rápido vai fazer com que esse seja o melhor duelo nacional até o momento, sem contar que já está sendo o mais disputado nas eliminatórias regionais”. Karina Nezio, ou Kaká, como é
Cultura
As rodas enquanto intervenção e ocupação do espaço público, tem atraído um grande público em Juiz de Fora
cena: “Acredito que a vontade da maioria dos MCs, nao só daqui, é de participar de um campeonato como o nacional de freestyle” As regras para participação nas batalhas serão as mesmas utilizadas no duelo em Belo Horizonte. Qualquer forma de discriminação leva à desclassificação do MC. Rimas envolvendo família ou pessoas que não estão participando da batalha também vão contar como desclassificatórias. Próximas batalhas Batalha da Praça Santo Antônio 03/08/2017 Roda de Sexta 04/08/2017 Batalha da BFC Benfica 19/08/2017 Batalha RCN Praça CEU 20/08/2017 Batalha da Praça de Santa Luzia 27/08/2017 Zona da Mata Bicas 06/08/2017 Barbacena 16/08/2017 Ubá 18/08/2017 Viçosa 25/08/2017 São João Nepomuceno 26/08/2017
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Quinta-feira, 03 de Agosto
Esporte
Após problemas no Estádio do Time, Tupi treina no Mário Helênio Foto: Leonardo Costa /site oficial Tupi
Segundo o técnico, o treinamento durou mais de duas horas para aproveitar o bom campo
Vitória contra o Joinvilhe no Estádio Municipal Mário Helênio
Christinny Garibaldi
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O Estádio Municipal Mário Helênio foi o local do treino da equipe alvinegra na última quarta-feira, dia 02. Segundo o técnico do time Aílton Ferraz, em entrevista para imprensa na segunda-feira, o Estádio Salles Oliveira, casa do time localizada no bairro Santa Terezinha, não está com o campo totalmente adequado para os treinos. Segundo ele, esse fator pode ter sido prejudicial para o desempenho do time no último jogo de sábado, dia 29. Apesar da vitória, Ailton declarou pontos de insatisfação com o desempenho na partida contra o Joinvilhe. De acordo com o técnico, apesar de a equipe estar mais equilibrada, a atuação não foi das melhores. Para o time atingir maior nível de desempenho é preciso melhorar o toque de bola. “Acho que a gente errou muito nisso, o time ficou muito espaçado”. Entre os dois momentos de jogo, Ailton comentou sobre a maior satisfação
com a atuação do segundo tempo. “Tivemos mais posse de bola, fechamos mais os setores que a gente treina. O segundo tempo me agradou mais pela parte tática do que o primeiro”.
Estratégias de treino
O treino contou com a mesma escala de jogadores da última partida: Paulo Henrique no gol, Lucas na lateral direita, Fernando e Edmário como zagueiros, Bruno Santos na lateral esquerda, Marcel e Leandro Brasília como volantes, Diego Luís e Andrey no meio de campo, e Romarinho e Marcinho no ataque. Na segunda parte da preparação, Patrick entrou no lugar de Marcinho na zaga e Ítalo substituiu Romarinho no ataque. Ailton simulou pressão ofensiva e determinou tempo para que as jogadas fossem executadas. Em entrevista coletiva, o técnico comentou sobre o crescimento de desempenho de alguns jogadores, como o de Andrey e Diego que “chegaram sem
intensidade e hoje correm e produzem” com mais eficácia. Em atividade lúdica realizada após o aquecimento da preparação, Aílton reforçou a importância da união da equipe. Nos últimos jogos, o número de gols tem se mantido bem distribuído entre os jogadores. Diego Luís, Andrey e Ítalo marcam os últimos gols da vitória. Para o técnico, o espírito de união “é o mais importante dentro do grupo”. É preciso “estar fechado, com foco num norte, para conseguir o primeiro objetivo” que é manter o time na série C. O Tupi joga no próximo sábado, dia 05, contra o São Bento. A partida será em Sorocaba-SP no campo do time adversário, Estádio Municipal Walter Ribeiro. A equipe carijó ocupa o segundo lugar do grupo B da série C na 13° do Brasileirão. Em primeiro lugar, está o Botafogo-SP, com um ponto de vantagem sobre o time juiz-forano.
Quinta-feira, 03 de Agosto
Esporte
JF Vôlei realiza primeiro amistoso da temporada
Com dificuldades financeiras, o objetivo da equipe é não ser rebaixado na Superliga Após boa campanha na Superliga na temporada passada, quando terminou na 7ª posição, o JF Vôlei enfrenta o Botafogo/RJ nesta sexta-feira (4), às 11h, no ginásio da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF. A partida é parte da preparação da equipe para a disputa do Campeonato Mineiro e da Superliga. A entrada será gratuita. O grande nome do time carioca é o levantador Marcelinho, prata nos Jogos Olímpicos de Pequim. O jogador de 42 anos acumula passagens por times como Pinheiros, Minas e Sesi-SP. A realidade financeira do JF Vôlei é delicada. Até o momento o clube conseguiu cerca R$ 300 mil através de patrocinadores, apenas 40% do orçamento estipulado pela direção para a temporada 2017/2018. O diretor esportivo do JF Vôlei, Maurício Bara, acredita ser muito difícil repetir a campanha da temporada passada diante das dificuldades enfrentadas. “Não tenho problema nenhum em dizer que nosso primeiro objetivo é não ser rebaixado. Temos que ser realistas”. Atualmente, o JF Vôlei conta com 11 jogadores no elenco (ver quadro ao lado), dos quais dez estão emprestados pelo Sada Cruzeiro. As novidades são o líbero Athos e o ponta Leozinho. O restante dos jogadores emprestados já haviam atuado na equipe na última temporada. O ponteiro Raphael Marcarini é um desses jogadores. Emprestado pela segunda vez ao JF Vôlei, ele vê a manutenção da
Foto: Reprodução JF Vôlei
Pedro Augusto Figueiredo
JF Vôlei estreia no Campeonato Mineiro dia 08/09 contra o Sada Cruzeiro em Juiz de Fora
base como positiva: “O entrosamento faz uma grande diferença. Esse grupo já trabalha a muito tempo junto e todo mundo se conhece bem dentro da quadra.” Apesar disso, o ponteiro lamenta a perda de algumas peças mais experientes, como o oposto Renan Buiatti e o levantador Rodrigo Ribeiro, que se transferiram para o Sesc/RJ e o Corinthians, respectivamente.
Time precisa de reforços
O elenco atual do JF Vôlei não conta com um oposto. De acordo com o diretor esportivo, Maurício Bara, a contratação de um atleta para suprir essa necessidade está condicionada à entrada de recursos. Segundo o diretor, o plantel precisaria de um segundo oposto e um central para fechar o elenco. “Apesar da necessidade, essas contratações estão totalmente fora de cogitação no momento. Vamos com um grupo reduzido”,
afirma Bara. O JF Vôlei contratou apenas um jogador para essa temporada: o levantador Felipe Hernandez, que atuava pelo Canoas/RS.
Elenco JF Vôlei Temporada 2017/2018 Felipe Hernandez (levantador) Henrique Adami (levantador) Felipi Rammé (ponteiro) Vitor Lopes (ponteiro) Raphael Marcarini (ponteiro) Leonardo Nascimento (ponteiro) Bruno Amorim (central) Frango Drago (central) Matheus Faustino (central) Juan Mendez (líbero) Athos (líbero)
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