Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF | Juiz de Fora, Setembro de 2016 | Ano 2016 | Nª 07 Foto: Luiza Dias
Manifestantes tomam as ruas após desfile de 7 de Setembro Grito dos Excluídos reuniu cerca de 300 pessoas que protestaram contra o governo Temer e fizeram alerta para risco de perda dos direitos trabalhistas. >>>P. 3 e 4 Cultura
Festa Alemã deve Economia receber 70 mil pessoas em 13 dias de evento P. 12
Consumidor juiz-forano já paga 10% a mais no gás de cozinha P. 5
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Opinião
Editorial S
ete de setembro. O agradável descanso no meio de uma semana de trabalho poucas vezes é lembrado em seu sentido real. Sentido esse que, no caótico cenário político brasileiro atual, pode vir a tornar-se motivo de reflexão. Em 1822, Dom Pedro I gritava “Independência ou Morte” às margens do Ipiranga. Era o marco da autonomia política e administrativa do Brasil em relação à Portugal. O Brasil, naquela época, deixava de ser colônia de Portugal para não mais ficar refém de pagamento de impostos àquele país. Na época do ciclo do ouro, Portugal cobrava 20% do que o Brasil produzia. Desfiles, homenagens e feriado. A festa nacional comemora uma independência que, em pleno 2016, torna-se turva. Na política, assistimos a um circo de interesses das elites, capazes de impedir uma presidente legitimamente eleita por voto popular, em nome de um Senado elitista e sedento por poder. Cerca de 54 milhões de brasileiros viram seu direito de voto ser deposto por um grupo de políticos arbitrários. Onde foi parar, então, nossa autonomia política e administrativa? Estamos, ainda hoje, subordinados à ta-
xações absurdas - a carga tributária do Brasil é uma das mais altas do mundo, em média 40% - e à governabilidade das classes econômicas mais elevadas, que são capazes de tolir o direito do brasileiro ao voto e a tão jovem democracia. Mas há ainda, esperanças para a democracia, nos ecos do 7 de setembro de 2016. Em Brasília, o Presidente Temer, que acaba de assumir o cargo após o impeachment da Presidente Dilma, sofreu com vaias e manifestos durante as festividades. Em sua primeira semana de governo, o Brasil foi marcado por intensos gritos de “Fora Temer” – talvez o independência ou morte contemporâneo. Em Juiz de Fora, o 7 de setembro foi marcado por gritos de independência. Com o tema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!” o ato iniciouse logo após o término dos desfiles. Os manifestantes carregavam cartazes e entoavam protestos contra o governo peemedebista. Embora o contexto político e econômico atual seja de extremo conflito com os valores da Independência do Brasil, ainda há o sentimento de luta. Que o feriado seja sempre motivo de luta pela tão sonhada saúde econômica e política.
Dos leitores Mergulho Diário
É interessante ver um projeto assim se desenvolver na Faculdade de Comunicação, capacitando os alunos para o mercado de trabalho de uma forma muito mais efeiciente. Não se trata apenas do desenolvimento de uma apuração completa e feita diariamente, mas de produção de conteúdo de qualidade. Isabel Senna Via messenger
Oficina de Drag Queen
Vivemos esse momento de aceitação do que é diferente. Sabemos que a aparência (cabelo, cor da roupa, estilo), diz muito sobre o que somos e o olhar sem reprovações faz com que também sejamos aceitos por aqueles que julgamos “esquisitos”. Essa troca traz liberdade, nobos amigos, pensamentos que ainda não haviam passado pela nossa mente Carla Cadinelli Via whatsapp
Expediente
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso.
Reitor: Prof. Dr. Marcus Vinicius David
Projeto gráfico: Caio Gonzaga
Vice-Reitora: Profª. Drª. Girlene Alves da Silva
Diagramação: Amanda Cadinelli, Amanda Cordeiro Padilha e Ludmilla Azevedo
Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Comunicação Social diurno: Profª. Dra. Cláudia de Albuquerque Thomé Professores orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio de Carvalho Bonetti
Reportagem: Caio Gonzaga, Davi Carlos Acácio, Gabriella Weiss, Franco Ribeiro, Larissa Alves, Laura Conceição, Laura Sanábio, Luiza Dias, Maria Fernanda Pernisa e Matheus Soares Editores de texto: Cynthya Marangon e Matheus Soares Endereço: Campus Universitário de Martelos, s/n - Bairro Martelos 36036-900 - Telefones: (32) 2102-3601/21023602
Profa. Mestre Marise Baesso Tristão
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Setembro | 2016
Política 3
7 de Setembro em JF
Grito dos Excluídos leva 300 manifestantes às ruas contra o governo Temer Feriado da Independência foi marcado tanto por comemorações quanto por protestos. Por Laura Sanábio e Luiza Dias Foto: Luiza Dias
na Bolívia, em julho do ano passado. No evento, o Papa falou da necessidade de lutar por mudanças no sistema capitalista e da urgência em romper o silêncio para essas questões. “O maior motim nosso de manifestação é contra o Temer, não o aceitamos como governante legítimo. Nós temos a participação, partidos políticos, entidades sem fins lucrativos, sociedade civil organizada, sindicatos e movimentos sociais. Uma parte quer “Diretas Já”. A outra parte não aceita o Temer e quer a restituição mediada do governo democrático, em respeito aos 54 milhões de cidadãos”, afirma Agnaldo. Foto: Luiza Dias
Manifestantes aguardaram o fim do desfile para iniciar o protesto.
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m sua vigésima segunda edição, o Grito dos Excluídos teve como tema central em todo o país o protesto contra o presidente Michel Temer. Em Juiz de Fora, os manifestantes tomaram a Avenida Rio Branco, a principal da cidade, logo após o desfile cívico-militar do 7 de Setembro. Outros três protestos contra Temer já haviam acontecido no município, o que reforçou a participação no dia do feriado. Segundo os organizadores, cerca de 300 pessoas, vestidas de vermelho e carregando cartazes, seguiram em marcha da esquina da Rua Oscar Vidal até o Largo do Riachuelo, com gritos de“ “Temer Golpista”, “Vem pra rua, vem!” e“Olê olê olê olê! Fora! Temer!”. Apesar do protesto, iniciado por volta das 9h30 e encerrado às 10h50, não houve confrontos com os participantes do desfile
tradicional. “Todas as nossas manifestações são comunicadas à polícia, que vem cumprindo um papel importante. A gente tem que deixar claro que a polícia de Juiz de Fora não é uma polícia turbulenta, não tem mantido uma postura hostil. Pelo contrário, tem dialogado muito bem. A polícia daqui não é a de São Paulo. Apesar de entendermos que a polícia ainda tem um resquício de educadora da polícia da ditadura, que era turbulenta e feita para intimidar”, afirma Agnaldo Paiva, da Frente Popular Brasil, uma das organizadoras do movimento. Além do “Fora Temer”, o tema deste ano foi “Vida em primeiro lugar”,com o lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!”. A ideia foi fundamentada na fala do Papa Francisco, durante o Encontro Mundial dos Movimentos Populares,
A advogada Dulce Fanni apoia o ato “Fora Temer!”
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Política Foto: Luiza Dias
Durante desfile, Rio Branco aparece dividida entre militares e manifestantes.
Manifestantes criticam projetos de leis que reduzem direitos dos trabalhadores
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m dos movimentos sociais que compôs o ato foi o Movimento por Uma Alternativa Independente e Socialista (Mais). O integrante Felipe Fonseca comenta sobre o novo governo: “Esse ano, a nossa participação no Grito dos Excluídos tem uma importância maior por conta da manobra parlamentar que aconteceu no Congresso, que veio, na verdade, em resposta à crise econômica. E qual é essa resposta? Implementar projetos que retirem mais direitos dos trabalhadores. Por isso nós viemos aqui gritar “Fora Temer!” Felipe criticou a reforma da previdência e o risco da PEC 241, a PL 257. A primeira estabelece um teto para os gastos que não poderá ultrapassar o ao anterior, descontada a inflação oficial. Para os trabalhadores, a consequência será a aplicação de outras reformas, como Foto: Luiza Dias
Casal Evandro Medeiros e Marco Morais manifestam contra o governo Temer.
a da Previdência. Outra preocupação é a desvinculação dos gastos com a educação e a saúde. Já a segunda, PL 257, que tramita “em caráter de urgência constitucional”, determina a renegociação das dívidas dos estados e municípios com o governo federal. Neste caso, o medo dos trabalhadores é de que haja grande número de demissões de funcionários públicos e o fim da regra de valorização do salário mínimo. Agnaldo Paiva reforça que “os projetos que estão hoje na gaveta do Temer são de retirada de direito”. Para a professora aposentada Berenice Celeste Alves, o Grito dos Excluídos sempre foi importante para a classe trabalhadora. “Os excluídos desse momento são muitos. Excluídos da democracia, mulher, negro, LGBT, todos os que são contra o
Foto: Luiza Dias
Famílias curtem o feriado no desfile.
sistema estão excluídos. É por isso que o Grito dos Excluídos tem que ficar cada vez mais forte, porque as pessoas no poder são a classe dominante, nós somos outro povo. E o Brasil precisa ser desse outro povo, do povo que está participando do Grito dos Excluídos. Eles representam a grande parte da população brasileira.” Todos na rua Além do desfile e da manifestação, era possível observar diversas pessoas aproveitando o feriado para fazer propagandas políticas, carregando bandeiras, distribuindo panfletos ou portando adesivos de candidatos em seus peitos ou costas. Diversas famílias também foram para as ruas e havia cenas inusitadas, como a de um cão “carregando” uma bandeira do Brasil. Foto: Laura Sanábio
Cenas inusitadas: um cachorro como porta-bandeiras
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Geral
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Dia da Independência
Desfiles de 7 de setembro fecham Avenida Rio Branco no feriado
Cerca de 4.500 juiz-foranos participaram da cerimônia na principal via da cidade. Por Franco Ribeiro Foto: Luiza Dias
Militares em formação para cerimônia de 7 de setembro.
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s desfiles cívico e militar para a comemoração do 194º aniversário do Dia da Independência do Brasil tomaram a Avenida Rio Branco na manhã de ontem, 7, em Juiz de Fora. Cerca de 4.500 pessoas participaram da solenidade, número bem inferior aos quase oito mil juiz-foranos que fizeram parte do evento em 2015. A concentração teve início às 7h, e os integrantes seguiram pela principal avenida da cidade. O primeiro desfile do dia foi o dos militares. O grupo contou com a presença de homens do Exército, das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, totalizando aproximadamente 1.500 representantes, número menor em relação aos anos anteriores. Este desfalque tem explicação no fato de que parte do efetivo está trabalhando nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro. A parada militar começou às 8h30 com a revista da tropa. Posteriormente houve a entrada dos “pracinhas” e ex-com-
Foto: Luiza Dias
Colégio Militar foi uma das escolas a participar do evento.
batentes. Viaturas, bandas e fanfarras também fizeram parte da cerimônia. Após a apresentação militar, o desfile cívico reuniu cerca de três mil pessoas de 19 entidades filantrópicas, escolas municipais e estaduais, associações e motoclubes. Em seguida, houve o “Grito dos Excluídos” que, por tradição, ocorre após o desfile cívico-militar e é realizado em todo o país há 22 anos. Neste ano, a manifestação teve como tema “Vida em primeiro lugar” e lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!”. A mobilização contou com o apoio de grupos sociais e estudantis, sindicatos, partidos políticos e populares contrários ao governo de Michel Temer. De dentro da Avenida Em seu terceiro ano no Exército, o soldado Gustavo Faria, 21, foi um dos membros do efetivo militar a participar do desfile. Presente pela segunda vez na comemoração de 7 de setembro (parti-
cipou em 2014), o jovem esteve na cerimônia como símbolo do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), sendo identificado por meio de uma bandeira colocada na ponta do fuzil. O oficial mostrou-se muito contente com o evento, visto que, além de comemorar a Independência do Brasil, serve para apresentar à população algumas características do Exército: “É uma sensação muito boa poder mostrar um pouco da cultura militar, como os valores que seguimos: lealdade, cumprimento de dever etc. Em nosso cotidiano, nos preparamos para executar tudo da melhor maneira possível, seja em uma simples formatura ou até mesmo numa missão no exterior”. Para a realização dos desfiles, foi preciso a interdição da Avenida Rio Branco entre o Bairro Bom Pastor e Avenida dos Andradas, entre as ruas Silva Jardim e Benjamim Constant. Tais vias foram liberadas após o término das manifestações, por volta das 11h.
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Geral
6 UFJF
Inscrições para o Pism 2017 têm início nesta quinta-feira Edital reúne requerimento de isenção de taxa e extinção da prova de habilidade específica para um curso Por Gabriella Weiss
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stá disponível desde esta quarta-feira, 7, o edital do Pism (Programa de Ingresso Seletivo Misto) da UFJF, que será realizado nos dias 11 e 12 de dezembro. As inscrições para o Processo devem ser realizadas até o dia 7 de novembro. O Pism é uma das principais formas para ingressar na UFJF através de um concurso realizado ao final de cada um dos três anos do Ensino Médio, somando as três notas com seus respectivos pesos. O documento prevê um total de 1439 vagas para a graduação para os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares (1189 e 250 vagas, respectivamente). A inscrição no Pism só será efetuada mediante o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$110 até o dia 7 de novembro. No entanto, podem reque-
rer a isenção da taxa alunos de escola pública e alunos que tiverem cursado algum ano do Ensino Médio em escola particular com bolsa integral e possuírem renda familiar bruta per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio. O requerimento, contemplado pelo mesmo edital, terá seu resultado divulgado online a partir de 7 de outubro. “Eu estava esperando com muita ansiedade o edital, sempre queremos que esteja tudo certinho para a inscrição para não ter nenhum problema com a prova”, explica o estudante Bernardo Alcântara, que fará seu PISM 1. “Acho o Pism mais uma chance de entrar na Universidade Federal, que é nosso sonho pra ele. Se tem, ele tem que tentar, ainda mais sendo a matéria que ele acabou de ver, e
não aquele volume todo do vestibular”, avalia sua mãe, Lúcia Alcântara. O edital também prevê a extinção do exame de habilidade específica para o curso de Arquitetura e Urbanismo, embora seja mantido o exame para os cursos de Música. “A demora no edital acaba prejudicando os estudantes. Quero estudar arquitetura e venho me dedicando a aulas de desenho para a prova de habilidade específica durante todo o ano. Só agora descobrimos que isso não vai ser necessário”, desabafa a estudante do terceiro ano Júlia Moura. As inscrições para o Processo devem ser realizadas através do preenchimento do formulário no site da Universidade. Outras Informações: (32) 2102-3738/ ( 3 2 ) 2 1 0 2 - 3 7 5 5 / h t t p : / / w w w. u f j f. b r Foto: Divulgação/UFJF
Pism será realizado nos dias 11 e 12 de dezembro
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Setembro | 2016
Geral
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Ensino a distância
UFJF abre vagas para programa de graduação a distância Edital com mais de 1.200 vagas para ensino a distância já pode ser acessado Por Larissa Alves
Edital já está disponível no site da COPESE e as incrições vão até 16 de setembro. stá disponível, desde o dia 5 de Distância da UFJF (Cead), os intesetembro, o edital de seleção ressados podem ingressar através para mais de 1.200 vagas de do Processo Seletivo Específico de graduação em 16 polos de apoio Provas, que corresponde a 70% das presencial da Universidade Aber ta vagas disponíveis ou por meio da do Brasil (UAB). A Universidade Fe- pontuação alcançada nas duas últideral de Juiz de Fora (UFJF) é uma mas edições do Exame Nacional do das unidades par ticipantes. Há va- Ensino Médio (Enem), para onde gas nas licenciaturas em Compu- são direcionados os outros 30% das tação, Educação Física, Física, Ma- vagas. Além disso, 50% das vagas temática e Pedagogia, distribuídas de cada curso são reser vadas para entre os campus de Araxá, Barroso, candidatos provenientes de escolas Boa Esperança, Cataguases, Conse- públicas. lheiro Lafaiete, Coromandel, Du- O exame será aplicado, no dia 16 randé, Governador Valadares, Ipa- de outubro, nas cidades de Governema, Juiz de Fora, Lagoa Santa, nador Valadares, Juiz de Fora, LaLavras, Salinas, Sete Lagoas, Timó- vras e Sete Lagoas, das 9h às 12h teo e Ubá. A disponibilidade dos para a primeira prova presencial e cursos e vagas, no entanto, varia de 14h às 18h, na segunda prova conforme o polo. presencial. A primeira avaliação reOs candidatos que desejarem re- úne os conteúdos de Biologia, Físiquisitar a isenção da taxa de ins- ca, Geografia, História e Química e crição no processo de seleção po- a segunda exige os conhecimentos dem fazer a solicitação durante o de Língua Por tuguesa, Literaturas cadastro online da inscrição, que e Matemática, além de uma redaficará disponível entre os dias 5 e ção. O candidato pode realizar as 16 de setembro, até às 15h, no site provas exclusivamente na cidade da Comissão Permanente de Sele- para a qual está inscrito. Os locais ção (Copese). de prova estarão descritos no comSegundo o Centro de Educação a provante definitivo de inscrição,
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Foto: Divulgação/UFJF
que poderá ser obtido, exclusivamente, pela Internet. O resultado final do Processo de Seleção para Ingresso nos Cursos de Graduação a Distância 2016 será divulgado no dia 16 de novembro, a par tir das 15h, no site da Copese, pelo endereço www.ufjf.br/copese.
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Economia
8 Gás mais caro
Consumidor juiz-forano já paga 10% a mais pelo gás de cozinha Este é o segundo reajuste do produto este ano. Justificativa é o aumento no custo de produção. Por Caio Gonzaga
O
gás de cozinha (GLP) já está mais caro para os juiz-foranos. Desde a última segunda-feira, 5, a mudança no valor começou a ser aplicada. A justificativa do reajuste se dá pelo aumento de custo das companhias para os revendedores. Segundo dados divulgados pelo Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP do Estado de Minas Gerais (Sirtgas-MG), o preço do botijão de 13kg em Juiz de Fora pode oscilar entre R$ 55,20 e R$ 74,75, com o valor médio em R$ 64,29. A última remarcação do preço do produto aconteceu em março deste ano. Segundo os revendedores, este segundo reajuste já estava previsto para o início de setembro. “Meus consumidores já perceberam a diferença”, conta César de Souza Leão Filho, revendedor de gás da cidade. “Aumentamos em 5% para o consumidor não tomar muito susto. Mas deverá subir mais, porque o Consumidor já paga até R$ 74,75 pelo botijão. custo de produção subiu também”. do a Petrobras sobe R$1,00 no valor, pela experiência que tivemos no ano Custos O reajuste levou em considera- passado, o reajuste chega ao revenção o novo preço de compra do dedor em R$ 5,00, porque aumentam gás, o aumento de custos rela- todas as taxas e os impostos ao redor tivos aos novos salários das ca- e o valor pesa para o consumidor ”. tegorias e a margem de lucro. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Revendedores de GLP (Asmirg-BR), Alexandre Borjaili, é possível que a Petrobras, empresa que atualmente produz todo o gás de cozinha consumido no Brasil, aumente o preço do produto na refinaria, e o consumidor pode pagar mais caro ainda. “Se isso ocorrer, nós teremos uma elevação drástica no valor do gás”, antecede. “Quan-
Foto: Pedro Ventura/ Agência Brasília
Segundo Borjaili, não há nenhum órgão que fiscalize os preços. “O gás deveria ser um produto de utilidade pública. Hoje está se tornando um produto de luxo” Ferramentas para o revendedor e consumidor Borjaili orienta que os consumidores devem sempre pesquisar bastante os preços Orçamento doméstico e ficar atentos a possíveis abusos ou exPara a dona de casa Jussara Souza, cessos nestes reajustes pelas revendedoras. o reajuste irá fazer diferença no orçamento doméstico. “Consideran- Planilha do que as contas de luz, água, te- A Asmirg, em conjunto com o Sirtgas-MG, lefone e internet vêm aumentando disponibilizou uma planilha de avaliação também, o orçamento de casa fica de custos para que todos os revendedocomprometido”, afirma. “Um botijão res de gás de cozinha possam refazer suas de gás na minha casa dura, em mé- análises do impacto deste aumento nos dia, um mês e meio. O preço já es- custos de produção. Ela pode ser acestava caro, mas, infelizmente, não sada em www.asmirg.com.br/legislacao/. tem como ficar sem gás em casa”.
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Setembro | 2016
Comportamento 9
Entretenimento
Netflix e YouTube estão entre os canais preferidos dos juiz-foranos
Plataformas de vídeo atraem usuários da internet e chegam a ocupar o lugar da TV Por Laura Conceição
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Foto: Divulgação
House of Cards está entre as séries de maior acesso da Netflix. Foto: Divulgação/Netflic
Netflix e o YouTube correspondem a quase 50% do consumo de internet no horário de pico da América do Norte, segundo relatório Fenômenos da Internet Global. No Brasil, essas plataformas também detêm o favoritismo do público. A democratização da internet contribuiu para uma mudança do consumo de produções audiovisual dos brasileiros, que estão assistindo cada vez menos a TV tradicional. Os juiz-foranos não ficam atrás desses dados. “Preciso assistir à Netflix ao menos uma vez por dia. Já criei o hábito de acompanhar séries através da plataforma. Além disso, as produções originais (do canal) são ótimas. Já o YouTube utilizo mais para ouvir músicas no trabalho”, esclarece Larissa Portela, estudante de Jornalismo. A youtuber Vanessa Oliveira, administradora do vlog “Olha uma Vanessinha”, acredita que estamos vivendo um período de alto fluxo comunicativo. O número de pessoas que se expressam por meio de vídeos do YouTube está em crescimento. Os vlogs são responsáveis pelo aumento de acessos ao site. “Além de ser uma plataforma através da qual eu posso contar minhas histórias, o YouTube me
oferece informação e lazer. Não tenho mais TV em casa e não sinto falta. Acredito que estamos diante de uma nova era da comunicação, mais flexível e dinâmica”, pondera Vanessa. A psicóloga Regina Lima estuda os hábitos de adolescentes na internet e aponta que a Netflix e o YouTube são duas das plataformas mais utilizadas pelos jovens. Segundo Regina, há pessoas que preferem ficar imersas na internet à socialização pessoal. “Muitos jovens se encontram para assistir a séries juntos, por exemplo. Nesse caso, temos um conjunto de hábitos de convivência que começam a girar em torno de sites e conteúdos da internet. Há pessoas assistindo filmes no ônibus, em sala de aula, em festas e em diversos lugares de socialização”, explica. Séries renomadas Entre as séries mais renomadas atualmente está House Of Cards e Stranger Things, duas produções próprias da Netflix. A primeira é reconhecida, desde 2014, com diversos prêmios Emmy e Globo de Ouro. Já Stranger Things acaba de ser renovada para a sua segunda temporada, após o estrondoso sucesso em 2016. A Netflix
não tem o hábito de revelar os números de audiência de suas produções, mas seu CEO Reed Hastings, afirmou que seria muita falta de inteligência não renovar a segunda.“Muitos jovens se encontram para assistir séries juntos, por exemplo. Nesse caso temos um conjunto de hábitos deconvivência que começam a girar em torno de sites e conteúdos da internet. Se vê pessoas assistindo filmes no ônibus, em sala de aula, em festas e em diversos lugares de socialização”, explica. A ascensão do acesso a internet contribui para que as pessoas adquiram hábitos diferentes e é capaz de modificar os relacionamentos interpessoais. Entre as séries mais renomadas atualmente está House Of Cards e Stranger Things, duas produções próprias da Netflix. A primeira é reconhecida, desde 2014, com diversos prêmios Emmy e Globo de Ouro por Melhor Elenco, Melhor Atriz e Melhor Ator. Já Stranger Things acaba de ser renovada para a sua segunda temporada, após o estrondoso sucesso em 2016. A Netflix não tem o hábito de revelar os números de audiência de suas produções, mas seu CEO Reed Hastings, afirmou que seria muita falta de inteligência não renovar a segunda.
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Esportes
Periquito centenário
Sport completa cem anos de história com desafios pela frente
Clube busca aval do Corpo de Bombeiros para realizar melhorias na infraestrutura Por Matheus Soares Foto: Matheus Soares Futebol profissional: sonho distante
A falta de recursos é o principal entrave para que o Periquito da Avenida volte ao nível profissional nos gramados. “Se continuarmos na administração por mais dois anos, não vamos ter condição de trabalhar o futebol profissional. A gente vê o Tupynambás tentando voltar, o Tupi tendo dificuldades com patrocinadores. Porque, se não tiver recursos financeiros, você não consegue chegar. O futebol profissional é muito difícil”, lamenta Jorge Ramos.
Sport procura melhorar estrutura visando sócios e eventos.
N
o próximo dia 24, o Sport Club Juiz de Fora completará cem anos de história. O clube de tanta tradição e passado glorioso procura olhar para frente e vislumbrar um caminho de sucesso. Para isso, é preciso manter a estrutura da entidade e valorizar os sócios, como afirma o presidente, Jorge Gonçalves Ramos, que está à frente da diretoria no biênio 2015/2016. “Cem anos não são cem horas, nem cem dias. Não se constrói um presente e nem pensa num futuro se não tiver um passado”, diz Ramos. E para pensar no futuro, é necessário valorizar aqueles que colocam o clube em funcionamento. “Temos que manter o nosso maior patrimônio, que são os sócios, os funcionários, os parceiros.”. O olhar da atual administração está totalmente voltado para manter a estrutura e a condição financeira do clube em bom estado. “Estamos muito tranquilos em termos financeiros, mas não está sobrando. A única pendência - que não é da nossa administração -, é uma dívida com a Fazenda Nacional,
que, a meu ver, é impagável. Está na ordem de R$ 4,5 milhões”. O desafio do centenário O clube pretende realizar algumas obras, e para isso, precisa receber uma autorização dos Bombeiros. “O nosso grande desafio é a realização do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O projeto já está pronto e está em uma segunda fase junto ao Corpo de Bombeiros. Isso dá a condição de fazer o uso de todas as instalações: fazer eventos, aluguel de ginásio, promover campeonatos”, explica o presidente. “Temos que buscar parceiros, mas para isso, temos que ter a vistoria dos Bombeiros. Já tivemos grandes eventos aqui como show do Roberto Carlos, mas sem o AVCB, não podemos fazer”. “O nosso grande compromisso é deixar o AVCB pronto para iniciar. Acredito que nós já possamos começar algumas obras com relação ao projeto, mas não seria leviano e irresponsável com o patrimônio do clube no sentido de iniciar uma obra sem ter o aval final do Corpo de Bombeiros”.
Além do futebol Se o futebol profissional não é uma realidade para o Sport, o presidente defende que o clube precisa dar atenção a outras modalidades e investir nos jovens. “Precisamos vocacionar o esporte. Tenho saudade de quando o Sport disputava o vôlei e o basquete. Não tivemos como fazer, pois pegamos um clube que ainda tinha dívidas com terceiros, pagamento de fornecedores atrasados. Nós temos projetos sociais, concedemos bolsas. Temos que incrementar a questão das escolinhas”. Foto: Matheus Soares
Presidente, Jorge Ramos está à frente do clube no ano do centenário.
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Setembro | 2016
Esportes
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Futebol
Clássico juiz-forano tem vitória do Tupynambás sobre o Sport Leão do Poço Rico venceu por 3x0 o time da Avenida em amistoso comemorativo do centenário do Sport Por Davi Carlos Acácio
O
O Tupynambás venceu o Sport por 3 a 0 na manhã da última quarta-feira, 7, em jogo amistoso para comemorar o centenário do Sport Clube Juiz de Fora, no estádio Radialista Mario Helênio. Vavá, Ademílson e Ives, no segundo tempo, marcaram os gols do Leão do Poço Rico. Cerca de 100 pessoas acompanharam o clássico juiz-forano. O jogo As equipes fizeram um primeiro tempo truncado, com muita marcação no meio-campo e poucas chances de gols. No segundo tempo, o técnico Gerson Evaristo mudou algumas peças no Tupynambás. Os alvi-rubros precisaram de menos de um minuto para abrir o placar no segundo tempo. Em cobrança de escanteio de Juninho, Vavá subiu mais que a defesa do Sport e testou para o gol. Na casa dos cinco minutos do segundo tempo, Ademílson recebe cruzamento da esquerda e marca o segundo gol do Baeta na partida. Aos 15, Ives, em boa jogada individual,
invade a área e chuta na saída do goleiro, marcando o terceiro gol e dando números finais à partida. Gerson Evaristo, parabenizou a equipe do Sport e destacou a importância do amistoso: “foi um bom jogo, no primeiro tempo estávamos meio dispersos, mas no segundo conseguimos nos encontrar e marcar os gols para vencer a partida. Além disso, foi importante treino, já que ficamos 15 dias parados no campeonato que estamos disputando, o amistoso foi importante para manter o ritmo.” O atacante Ademilson, capitão e autor do segundo gol do Leão do Poço Rico, também falou sobre o jogo: “o time fez um primeiro tempo muito ruim, acomodado. No segundo tempo conseguimos acertar e fazer os gols. Mas não é esse futebol que temos mostrado no campeonato, o time vem apresentando mais pegada, mais jogadas de qualidade do que foram vistas no jogo de hoje.” Para o técnico do Sport, Paulo Sérgio Oliveira, a equipe tem qualidade, mas por questões de logística os
jogadores ficam impedidos de treinar juntos, o que atrapalha um pouco no desenvolvimento do conjunto. “O Sport tem um time muito bom, trouxe bons jogadores de fora, mas por questão de logística não tem como eles treinarem juntos. A equipe não tem um projeto de alojamento e transporte, os jogadores são voluntários, então não tem como exigir que eles venham treinar, eles chegam somente horas antes dos jogos. Fora isso, temos uma equipe de muita qualidade, muita vontade e estamos indo para o regional para dar trabalho e brigar pelo título”. Próximos desafios Os dois times voltam a campo neste final de semana. O Tupynambás recebe o Venda Nova no domingo, às 11h00, no estádio Radialista Mario Helênio. A equipe precisa somar um ponto nos dois últimos jogos restantes, para garantir a classificação para o hexagonal final. Já a equipe do Sport viaja até Santo Antônio do Aventureiro, para jogar também no próximo domingo, dia 11, contra a Seleção de Aventureiro, às 15h00. Foto: Davi Carlos Acácio
Jogadores do Baeta comemoram o segundo gol, marcado por Ademilson.
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Cultura
12 Festa Alemã
Festa Alemã deve receber 70 mil pessoas em 13 dias de evento Com comida típica, cervejas artesanais e apresentações de dança, a festividade movimenta o Bairro Borboleta Por Maria Fernanda Pernisa Foto: Maria Fernanda Pernisa
Com nova localização, a 22ª edição da Festa Alemã mantém o ritmo de alegria das outras edições.
C
erca de 70 mil pessoas devem passar pela Festa Alemã, um dos mais tradicionais e o maior evento de rua realizado em Juiz de Fora. As festividades seguem até o próximo dia 18 no Bairro Borboleta. A novidade deste ano é que a estrutura foi montada em um novo local. Antes acontecia na praça do bairro e agora passou para a Rua São Lourenço. A festa, que está na sua 22ª edição, é parte do calendário oficial de eventos da cidade e reúne comidas típicas, apresentações culturais e resgate da memória da colônia alemã de Juiz de Fora . Um contratempo marcou o primeiro dia do evento, no último dia 6, quando problemas com a iluminação impediram que a abertura fosse realizada. No entanto, a programação seguiu normalmente no feriado. De acordo com Matheus Gomes, integrante da equipe organizadora, o tempo para a montagem da estrutura não foi suficiente, o que culminou no cancelamento da abertura. Ele também explica o motivo da mudança de local onde é realizada a festa: “Aqui (rua São Lourenço) era o caminho entre as colônias alemãs que existia antigamente.
Por isso, resolveram trazer a festa para cá”. Como estudante de Turismo e presidente da Rumos, empresa júnior da Faculdade de Turismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Matheus conta que: “É muito bacana, até mesmo para a Rumos, porque a nossa especialidade é realmente trabalhar com gestão de eventos e ter a responsabilidade participar da organização de um evento como a Festa Alemã, tão tradicional na cidade, é um desafio para a gente. Temos que nos programar para 13 dias de evento é muita coisa, tivemos que recrutar voluntários na faculdade, tem gente de diversos cursos trabalhando com a gente. São 30 pessoas se revezando para poder cobrir um evento diário”. Das 70 mil pessoas esperadas, cerca de cinco mil devem passar pelo local nos dias de semana, enquanto nos finais de semana, a expectativa sobe para dez mil. Essa estimativa é baseada na participação do público na edição anterior. Tradição de família Estar na Associação Alemã e viver a cultura da sua origem é tradição na vida de Micaele Oliveira. A jovem estudante de Farmácia da UFJF integra a equipe de dança alemã há 15 anos e, hoje, é coordenadora de
dança infantil. “Eu sou uma das únicas integrantes atualmente que já passou por todas as categorias, menos essa que eu coordeno atualmente, que é o Kindergarten. Nós ensaiamos o ano inteiro porque a gente não se apresenta só na festa. Ser coordenadora das crianças é um privilégio.” Sobre a mudança do lugar, Micaele conta que, apesar do formato diferente e mais extenso, o local ficou mais limpo, por não envolver o comércio do bairro. Julia Wertz, que há dois anos participa da festa com a família, diz que, mesmo com todo seu parentesco não sendo de descendência germânica, ela gosta de se envolver com a festa. “Por a gente sempre ter morado no Borboleta, eu nasci aqui e sempre morei aqui, a participação foi muito natural”. A nova localização da festa também agradou a jovem: “ Eu achei melhor. Lá no centro (do bairro), tinham muitos moradores e nem sempre quem estava lá queria ir para a festa. Todo mundo que está aqui, vem para a festa.” Confira a programação completa na página da Associação Alemã, através do link https://www.facebook.com/ abajf/?fref=ts
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