mergulhodiário 23 de junho de 2016
Facom/ UFJF
Edição 17
Atleta mais completo do mundo vem a Juiz de Fora em julho
Ashton Eaton é campeão olímpico, recordista e especialista no decatlo p.9
Hospital do Ursinho
Economia Governo autoriza a importação de feijão da Argentina, Bolívia e Paraguai devido ao aumento do preço p. 5
Política Cientista política avalia que cenário nacional de corrupção deve influenciar eleições municipais Projeto auxilia crianças a perderem o medo de hospitais p. 6
p. 3
mergulhodiário
Editorial Como se a vida já não estivesse fácil, chega mais uma dificuldade para complicar o dia-a-dia do brasileiro. É aumento no preço do feijão, alimento fundamental na dieta do povo. Não era de hoje que o produto estava mais caro, assim como tudo o que a gente compra no supermercado, o feijão também subiu de preço. Mas nos últimos tempos, o que se viu foi um exagero total. De acordo com o Índice de Preços só Consumidor Amplo (IPCA), o grão já acumula uma alta de 40% neste ano, até o mês de maio. O feijão carioca chegou aos R$10,00 em vários estados. A disparada no preço foi justificada
pela pouca oferta do produto devido à seca em vários estados produtores de feijão. Para conter o problema, o governo anunciou a importação de feijão vindo de três vizinhos de Mercosul. E ainda existe a possibilidade de importação de grãos vindos do México e da China. O motivo é simples: aumentando a oferta do produto no mercado, o preço cai. O lado perverso dessa história é que quem mais sofre é a população de baixa renda. A corda sempre é mais fraca pra essa parcela da população. E ela arrebentou mais uma vez, para quem já sofre com a crise econômica, o desemprego e a inflação.
Crônica Larissa Garcia
EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso.
Reitor
Prof. Dr. Marcus David
Vice-Reitora
Profª. Drª. Girlene Alves da Silva
Diretor da Faculdade de Comunicação Social
Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira
Vice-diretora
Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes
Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral
Profª. Drª. Claúdia de Albuquerque Thomé
O susto do vovô
Em 2003, minha avó paterna infelizmente faleceu. Desde então, meu avô veio morar na minha casa. Para ser mais precisa, no meu quarto. Sim, eu disse aos meus pais para ele ficar comigo, e isso seria um prazer pra mim. Era um dia normal da nossa casa. Fomos todos dormir. nessa época eu não ficava tanto tempo online. Mas estava completamente sem sono e, então, resolvi fazer algumas orações. Eu já tinha rezado uns três pai nosso, duas ave marias, quando meu avô começou a gritar muito e bater as pernas na cama. “Aaaaaaaah, aaaaaah”. Eu levei muito, muito susto e comecei a gritar junto: “Paaaaapai, paaapai, paaaapai!!!!!”. Enquanto isso, no quarto deles, meu pai e minha mãe acordaram assustados: “Corre, Tadeu, corre que entrou um homem no quarto da Larissa”, alertou minha mãe. Meu pai ficou tão desesperado que, no escuro, errou o caminho e bateu o pé com tudo na porta da sala. Até
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que ele chegou no meu quarto, que é do lado do dele, e acendeu a luz: “Que que foi pai, que isso Larissa, o que tá acontecendo?” “O vovô começou a gritar muito, papai, eu fiquei com medo”, falei “Oh menina! Pra que isso, Larissa? Eu apenas sonhei que estava preso numa construção, e eu não conseguia sair. Mas acordei assustado com seus gritos”, calmamente o vovô explicou. “Filha, desse jeito você mata seu pai. Pensei que estavam roubando a casa”, disse o papai. Quando tudo se acalmou, passei a noite rindo. Depois, contei essa história infinitas vezes para minhas amigas, demonstrando como ele gritava. Esse foi apenas um dos grandes episódios que eu vivi ao lado do meu saudoso vovozinho. Em 2009, ele resolveu fazer companhia para vovó, é uma das perdas mais dolorosas pra mim. Desde então, fico apenas com as boas lembranças que sempre acabam em lágrimas, de choro e de riso.
Chefe do Departamento de metódos aplicados e técnicas laboratoriais
Profª.Drª. Maria Cristina Brandão de Faria
Professores Orientadores
Prof. Me. Guilherme Moreira Fernandes Profª. Me. Marise Baesso Tristão
Projeto Gráfico
Bruna Luz, Bruno Marangon, Bruno Paiva, Débora Alves, Isabella Gonçalves, Lucas Alves, Lucas Guedes, Moisés Fialho, Naiara Neves, Rafael Antunes, Prof. Me. Rodrigo Barbosa
Edição
Caroline Ferreira Igor Santos Larissa Garcia
Diagramação
Paula Breviglieri Raquel Cataldi Victor Ferreira
Repórteres
Carla Gonçalves Carolina Tosetti Carolina Leonel Leticya Bernadete Mariana Dias Mariana Meirelles Matheus Bertolini Pedro Soares Ruth Gonçalves
Contato
mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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POLÍTICA
mergulhodiário
23/06/2016
ELEIÇÕES 2016
Política nacional pode influenciar eleitores na hora da escolha de candidatos municipais Foto: JOSÉ CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL
Para cientista político, não há como se desvencilhar o quadro do país das situações regionais, porém, ainda é cedo para definir possíveis relações
Eleitores tendem a pesquisar mais sobre seus candidatos para as eleições de outubro
Pedro Soares Os escândalos de corrupção em série que vêm ocorrendo na política em nível nacional devem influenciar as eleições municipais de outubro deste ano. A avaliação é feita por cientistas políticos, que analisam, ainda, o posicionamento partidário em nível regional. Entre os últimos episódios de corrupção, está o que envolve o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ontem (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu ação penal contra Cunha pelo recebimento de R$ 5 milhões de propina em contas não declaradas na Suíça. Com a decisão, o político vai responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e passará à condição de réu em duas ações penais que tramitam na Corte, oriundas da Operação Lava Jato. Estes episódios acabam comprometendo a imagem da classe política em geral. Muitos eleitores admitem que estão analisando essas repercussões para escolher seus representantes municipais. Esse é o caso da estudante Kátia Ribeiro,
21 anos: “Eu não tenho um partido pelo qual milito, sempre avalio os candidatos individualmente. Mas desde as votações no Senado e, principalmente, na Câmara dos Deputados, tenho ficado atenta a certos partidos que têm protagonistas envolvidos em artimanhas, delações e denúncias”, comenta a eleitora juiz-forana. O cientista político Gustavo Paravi analisou os últimos acontecimentos e, desdobrando para a realidade do município, acredita que há grande possibilidade de uma “contaminação” do cenário político local com o nacional, sendo esse contágio verificado no fechamento das candidaturas, das chapas e de que formas eles estarão atrelados a políticos tanto no nível estadual quanto nacional. “É muito difícil especificar de que forma o cenário local vai ser influenciado pelo nacional, embora não tenha como se pensar numa política local desvencilhadas das temáticas nacionais”, afirmou. Em nível regional, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) não têm uma relação
de apoio mútuo. Além disso, o que se desenha no cenário local é uma aproximação entre o PMDB do atual prefeito Bruno Siqueira e o PSDB do chefe do Legislativo, Rodrigo Mattos. Com a possibilidade de os tucanos apoiarem a candidatura à reeleição de Bruno, ficando com o nome do vice na chapa. Sobre a disputa local, Gustavo Paravi acredita que ela irá ganhar nuances particulares em função das características regionais, da própria disposição dos partidos, especialmente em Juiz de Fora, já que, historicamente, a cidade apresenta partidos relativamente já consolidados. A participação política da população de Juiz de Fora nos últimos meses tem sido bastante significativa. O cientista político acredita que essas manifestações, apesar de inicialmente não estarem relacionadas à participação de partidos, houve uma grande fidelização dos próprios partidos, crendo, portanto, que o cenário político irá se desenhar de forma mais clara ainda mais próximo das eleições. Para os eleitores, resta uma análise crítica dos acontecimentos nacionais, mas, principalmente, os locais. “Perceber como alguns representantes se unem em torno do que o partido ordena me fez pensar também nesse outro lado mais crítico, além da pesquisa sobre o candidato separadamente. Nessa eleição, vou procurar entender mais o contexto que esses candidatos se inserem”, expôs a eleitora Kátia Ribeiro. 3
SAÚDE
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23/06/2016
CONSCIENTIZAÇÃO
Especialistas alertam para risco de diabetes em pessoas sedentárias e acima do peso
Má alimentação também contribui para aumento do perigo da doença, que hoje atinge 7,4% da população no país, segundo Ministério da Saúde Foto: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM / aGÊNCIA BRASIL
Cuidados no dia a dia
52,5% dos brasileiros estão acima do peso. A diabetes também está ligada à obesidade
Leticya Bernadete Dia 26 de junho é conhecido como o Dia Nacional de Combate ao Diabetes, uma doença silenciosa que atinge 7,4% dos brasileiros, de acordo com a última pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Em Juiz de Fora, 8.531 das pessoas registradas na Atenção Primária do SUS são diagnosticadas com a doença, sendo 1.565 registradas no Serviço de Controle da Hipertensão, Diabetes e Obesidade (Schdo) da Secretaria de Saúde. Em 2006, o Ministério da Saúde apontava que 5,5% dos brasileiros haviam sido diagnosticados com diabetes. Segundo o endocrinologista Felipe Esteves, o crescimento no número de pessoas com a doença está relacionado a três fatores: má alimentação, sedentarismo e falta de prevenção. “Cada vez mais, as pessoas estão ficando menos ativas e fazendo pouca atividade física, além de não manterem uma alimentação saudável. O não conhecimento sobre a doença e o histórico familiar também podem ser causas, já que é uma doença dita como silenciosa”, explica.
Ainda de acordo com Felipe Esteves, tais valores não representam a realidade brasileira. Há muitas pessoas que têm a doença, mas ainda não foram diagnosticadas. “Acredito que o número de brasileiros com diabetes deve estar entre 20% a 30%. A maioria da população hoje ainda não sabe que é diabético, então, na verdade, quem faz parte desses 7,4% é quem tem o conhecimento que é diabético, mas o valor é muito maior”, explica. A dona de casa Edna Botelho descobriu que tinha diabetes por acaso. Ela passou mal por conta de problemas pessoais, e sua glicose subiu. Na época, pensou que era algo emocional, mas logo foi diagnosticada com a doença. Enfrentando diferentes problemas no dia a dia, Edna procura manter o controle sobre a doença. “Eu tomo remédios todos os dias, mas a glicose tem consequências. Por exemplo, se ela está muito alta, a gente transpira tanto que molha a roupa em um segundo, como se você entrasse debaixo de uma ducha. Se ela cai muito, você chega a desmaiar. Eu já passei pelas duas situações. É uma doença sem cura, mas que tem tratamento e é possível controlar”.
Uma pessoa com diabetes deve ter um maior cuidado com a alimentação, principalmente no que diz respeito a alimentos ricos em açúcar. “Não misturo alimentos da terra, como por exemplo, inhame e cenoura, por causa do açúcar. Não como nada doce, e minhas refeições são feitas diferentes e separadas”, explica Edna. Para quem ainda não foi diagnosticado, a prática de atividades físicas e cuidados também com a alimentação ajudam na prevenção da doença que, segundo Felipe Esteves, pode se desenvolver devido à má nutrição. “Quanto mais você se alimentar com doce ou fizer refeições ruins, com muita gordura trans e carboidrato, se a pessoa tiver o histórico de diabetes na família, principalmente, ou for sedentário e não tiver uma vida regrada, está chamando a doença para si. Essa pessoa tem a tendência muito grande de realmente ficar diabética”, informa. O endocrinologista também alerta para outra pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2015, que apontava que 52,5% dos brasileiros estavam acima do peso, e, destes, 17,9% eram considerados obesos. “As gerações futuras, com trabalho mais “intelectual”, fazendo menos atividade física e se alimentando erroneamente com fast foods, com carboidratos e gordura em demasia, têm a tendência de ficar diabéticas precocemente. Por isso a gente acredita também que, no futuro, a diabetes estará muito ligada à questão da obesidade. Hoje você vê que mais da metade da população brasileira não está no seu peso ideal. Isso já colabora para a questão do diabetes”, finaliza. 4
ECONOMIA
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23/06/2016
ALIMENTAÇÃO
Preço do quilo do feijão dispara e Governo Federal libera importação do produto FOTO: MARCOS SANTOS/FOTOS PÚBLICAS
Queda na oferta e aumento da demanda fizeram os valores do alimento subir em vários estados; em JF, o tipo carioquinha chegou a R$ 10,00 da vai ficar mais caro, e, no caso do Brasil, o combinado ‘arroz com feijão’ faz parte da casa de praticamente todas as famílias”. Segundo ele, a tendência é de que as classes mais pobres comprem menos feijão, por não haver um produto similar que possa fazer uma substituição. O item é considerado essencial na mesa do brasileiro, e a alta no preço atinge todas as famílias. A jornalista Letícia Nery observa as dificuldades que vieram com a crise atual: “Está difícil fazer compras, ir no supermercado. A gente está Juiz de Fora registou uma variação de 59,2% no preço do produto na última semana tendo que economizar em outras coisas que também são fundamencausadores dessa alta. Ruth Gonçalves Para Fernando, a liberação da tais no nosso dia a dia para a gente O Governo Federal anunciou conseguir fazer compras e se susque vai liberar a importação de fei- importação do feijão é uma ação tentar. Mas não só o feijão, todos os jão vindos de Argentina, Paraguai positiva, porque assim aumentará a outros alimentos. Percebemos uma e Bolívia, como forma de evitar o oferta. A concorrência do importaalta muito grande no preço.” Letícia preço elevado dos supermercados do com o nacional forçará uma queconsume normalmente brasileiros atualmente. A medida da no preço, dando o feijão vermelho, mas foi anunciada ontem pelo Palácio então mais liberdade diz que trocaria por do Planalto, que vai estudar ainda para o consumidor, Para economista, o causa da situação atual. a possibilidade de ampliar essa au- um leque maior de feijão é essencial na “Não dá muito pra ficar torização para países como China e opções. mesa do brasileiro escolhendo, a preferênEm Juiz de Fora, México. e a alta vai afetar cia acaba sendo o mais O aumento ocorreu devido à seca segundo dados da diretamente no valor barato.” que atingiu grande parte dos estados última pesquisa do do prato. O economista Ferprodutores de feijão. O economista Guia do Consumidor nando finaliza, alertanFernando Agra explica que o tipo do realizada pela Secredo que, se houver outros feijão que apresentou mais aumento taria de Agropecuáproblemas com a produção, o preço foi o carioquinha, ultrapassando até ria e Abastecimento da Prefeitura, pode voltar a subir. “Já chegou num o valor de R$10,00. Ele observa a o feijão preto tipo 1 mais barato patamar tão alto que a gente fica até relação que ocorre com os produ- custava, em média, R$ 5,23, com pensando, vai subir para onde mais? tos in natura: “São produtos muito o mais caro podendo chegar a R$ Eu espero que a oferta normalize, e sensíveis à lei de oferta e deman- 6,99; sendo assim, a variação enque a liberação momentânea dos da, se há um excesso de demanda, tre o menor e o maior preço foi de produtos importados, para poder a tendência do preço é subir, se há 59,2%. O economista Fernando Agra fala aumentar a oferta interna, traga um excesso de oferta, o preço cai.” Ele preço mais acessível para o consuaponta que problemas climáticos do impacto que esse aumento causa midor”, conclui. e prejuízos na safra são possíveis ao consumidor: “O prato de comi5
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23/06/2016
Foto: Mariana Dias
CIDADE
Segundo a orientadora da iniciativa, a comunicação é ampliada tanto nas crianças quanto nos acadêmicos de medicina
Relação médico-paciente
Projeto incentiva crianças a perderem medo de hospital com atividades lúdicas Iniciativa de saúde pública, realizada na UFJF e na Faculdade Suprema, faz parte de ONG internacional de estudantes do curso de medicina Mariana Dias
Foto: Mariana Dias
O projeto “Hospital do Ursinho” tem como proposta reconstruir o ambiente hospitalar de forma lúdica em creches e escolas públicas. A iniciativa faz parte da ONG International Federation of Medical Students Associations e é realizada em diversos países. Em Juiz de Fora, é desenvolvido pelos comitês locais da organização na UFJF e Faculdade Suprema. O medo de hospitais é comum nas crianças e, segundo a pediatra e orientadora do projeto na Suprema,
Patrícia Boechat, “o objetivo é modificar a forma com que a criança lida com o hospital e com a consulta médica. Queremos desmistificar esse medo e modificar a relação com o médico”. As salas das creches se transformam em consultórios, salas de cirurgia, raio-x, farmácia e enfermaria. Cada criança ganha um bicho de pelúcia e passa por todas as seções cuidando do ursinho como se fosse um paciente. “Elas acham que os bichinhos que elas ganham estão realmente doentes, falam as queixas dos bichinhos e querem fazer os
Projeto atende crianças de até 12 anos e prioriza escolas e creches públicas
curativos. Elas realmente entram no universo que a gente cria”, comenta Patrícia. Mas não são só as crianças que ganham com a iniciativa. A estudante de medicina, Mariana Gazolla, argumenta que o projeto propicia maior contato como o público infantil. “Normalmente muitos alunos de medicina têm um certo receio em lidar com crianças por uma percepção de que são difíceis e também por insegurança. Depois de participar, a gente acaba perdendo esse medo, estimulando essa relação médico-paciente”. A estudante de medicina, Carolina Delgado, diz perceber uma mudança nas crianças. “Elas chegam com um certo receio, mas depois de um tempo se soltam e entram na brincadeira. É algo que realmente modifica o comportamento delas”. A organização recebe durante todo o ano doações de bichos de pelúcia que serão repassados às crianças. Para saber como doar, basta enviar e-mail para: ifmsa.suprema@gmail. com ou entrar em contato através do link facebook.com/ifmsasuprema. 6
CIDADE
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23/06/2016
sEGURANÇA PÚBLICA
Quatro acusados pela morte de Matheus Goldoni vão a júri popular em Juiz de Fora Jovem foi morto em novembro de 2014 próximo a uma casa noturna; data do julgamento ainda será marcado no Fórum Benjamin Colucci Acusados pela morte de Matheus Goldoni vão a júri popular por homicídio triplamente qualificado. O jovem foi encontrado morto em novembro de 2014, próximo a uma casa noturna . Foram indiciados o gerente operacional da boate, dois seguranças e um ex-segurança. A denúncia foi aceita pelo Tribunal do Júri da Comarca de Juiz de Fora. O juiz Paulo Tristão Machado Júnior proferiu a sentença nesta quartafeira (22) . A data do júri ainda não foi divulgada A primeira audiência do caso aconteceu no Fórum Benjamin
Colucci, no dia 18, e durou cerca de 14 horas. Foram ouvidas 28 testemunhas e os quatro réus indiciados pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEA) da Polícia Civil. A denúncia informa que a vítima estava no interior da boate quando se envolveu em uma briga com clientes e seguranças, sendo expulso do local. A vítima ainda entrou em conflito do lado de fora da casa noturna com um dos acusados e saiu correndo, sendo perseguido por dois homens, também indiciados. Também foi denunciado um ambulante, que
teria dado carona de moto a um denunciado, perseguindo a vítima e alcançando-a em uma trilha que dá acesso a uma cachoeira, próxima do local. O Ministério Público, em denúncia, declara que dois dos indivíduos acusados mataram a vítima por meio de asfixia por afogamento na cachoeira, enquanto os outros dois vigiavam a entrada da trilha. O corpo da vítima foi encontrado três dias depois em uma mata no Bairro Vale do Ipê, próximo à cachoeira.
Bairro Santo Antônio recebe Base Móvel da PM Ação visa a aproximação da comunidade com a corporação
Foto: divulgação PmMG
A unidade da Base Comunitária Móvel da Polícia Militar vai reforçar a segurança no Bairro Santo Antônio, Zona Leste, por um período de 30 dias. O anúncio foi feito pela corporação nesta quarta-feira (22). A finalidade da ação é aproximar a comunidade da PM e criar confiança junto aos moradores do bairro. De acordo com o capitão Teixeira, da 135ª Cia da PM, a incidência criminal na área é recorrente, enquanto o número de denúncias é baixo. A proximidade com os militares é uma forma de incentivo ao uso do Disque Denúncia 181. Anteriormente, a Base Comunitária estava no Centro da cidade, em uma ação para dar apoio à população em situação de rua.
JF possui apenas uma base móvel, que atua em bairros da cidade para reforçar a presença da PM
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UFJF
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23/06/2016
Espaço de conversa
Colóquio Narrativa e Textualidade Hoje é realizado pela primeira vez na UFJF Foto: Mariana Meirelles
Evento, já sediado em universidades como PUC-Rio e UnB, reúne pesquisadores de Letras e Comunicação, nos 23 e 24 de junho
O evento será espaço para discussão e mostra de pesquisas nas temáticas narrativa e textualidades contemporâneas
Mariana Meirelles Matheus Bertolini A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) sedia pela primeira vez o Colóquio Narrativa e Textualidade Hoje. O evento, que terá programação nos dias 23 e 24 de junho, reúne dois grupos de pesquisa interinstitucional formados pelas universidades UFMG, UnB, PUCRio e UFJF e tem como objetivo estudar o texto nas suas mais diversas expressões na cena contemporânea. De acordo com o professor da Faculdade de Letras e um dos organizados do evento, Fernando Fábio Fiorese Furtado, “o projeto foi criado há dois anos na Universidade de Brasília, com o nome Textualidades Contemporâneas.Os eventos acontecem a cada seis meses. O primeiro foi no Rio e o segundo em Brasília. Agora, realizamos esse pela primeira vez na UFJF. O próximo, provavelmente, será na UFMG. Além disso, a proposta é que os trabalhos apresentados se transformem em
um livro.” Fiorese comenta também sobre a integração entre as faculdades de Letras e Comunicação, que para ele, têm muitos pontos em comum. “Essas duas faculdades conversam entre si, no que diz respeito à temática e aos interesses. Temos uma maior participação da Comunicação, tanto em questão de palestrantes, quanto dos alunos. Acredito que isso se dá muito devido à grade horária. Como é um evento que traz palestrantes de fora, tentamos uma data e um horário que fossem melhores
para a maioria. Mas, infelizmente, nem todos podem comparecer.” Para a mestranda em Comunicação Laura Gomes, “um evento como esse é importante para os estudantes e interessados terem contato direto com pessoas que trabalham nessa área, além de um panorama das oportunidades desse tipo de estudo”. Laura ainda acredita que os mestrandos possuem maior interesse por esse tipo de realização. “Vejo maior procura pelo mestrado tanto o da Letras como o da Comunicação, provavelmente pela busca por referências nos seus trabalhos, inspirações, autores relacionados e gente que já está mais à frente nesse tipo de estudo. Ambas as áreas convergem com o propósito do evento: narrativas, estrutura textual, produção de sentido, escrita, estilo.” Para quem se interessar em participar, o evento acontece até amanhã, 24, no auditório da Faculdade de Letras. A inscrição é gratuita e confere certificado a quem tiver 75% de frequência.
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ESPORTE
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23/06/2016
OLIMPÍADAS
JF recebe atleta mais completo do mundo Medalhista de ouro no decatlo pelos Estados Unidos, Ashton Eaton deve chegar à cidade no próximo mês para treinar na UFJF Carolina Leonel tlo, com sete provas. Os atletas inscritos no declato competem num programa de dois dias. e somam pontos de acordo com seu desempenho em cada prova. Vence o que conseguir mais pontos ao final da disputa O declato é uma competição importante porque o vencedor dessa modalidade é considerado o atleta mais completo do mundo, ou seja, um superatleta. Isso porque o conjunto de provas exige, ao mesmo tempo, resistência e desenvolvimento de diferentes aptidões físicas.
Ilustração / Google Imagens
O atleta estadunidense Ashton história a superar a marca de 9 mil James Eaton é da delegação de pontos nas Olimpíadas e, ainda, atletismo dos Estados Unidos, co- quebrou seu próprio recorde no missão que será uma mundial de Pequim, em das nove que treinarão 2015 - mundiais de atleAtleta nortena UFJF para os Jogos tismo são disputados de americano Olímpicos do Rio de dois em dois anos. foi segundo Janeiro. Eaton tem 28 esportista a anos, é especialista na A competição superar a marca competição decatlo, Decatlo é uma comde 9 mil pontos campeão olímpico e bipetição de atletismo nas Olimpíadas. campeão mundial. Ele composta por dez proé um esportistas confirvas. Nos Jogos Olímmados para estar em Juiz de Fora, picos, é exclusivamente pratia partir do próximo mês. O norte- cada por homens. O equivalente americano foi o segundo atleta na feminino desta prova é o hepta-
JF receberá 330 profissionais olímpicos Juiz de Fora será a cidade de Minas Gerais com o maior número de delegações devido a sua proximidade com a cidade sede dos Jogos Olímpicos e infraestrutura. A presença, não só de Ashton Eaton, mas dos mais de 330 profissionais envolvidos diretamente nas atividades esportivas entre equipe técnica e atletas, “trará um poten-
cial de interações acadêmicas muito forte nesse período”, conforme afirmou o reitor da UFJF, Marcus David, em entrevista coletiva realizada no último dia 15. Além disso, em contrapartida, a instituição prevê a realização de oficinas e a participação de alunos, técnicos e professores em atividades para intercâmbio de conhecimento.
De acordo com informações do site da universidade, a Faculdade de Educação Física planeja a realização do Congresso de Ciências do Esporte, com os profissionais das delegações, nos dias 3 e 4 de agosto. Também estão previstos workshops para crianças e jovens dos projetos de extensão de Atletismo e parcerias com outros cursos da UFJF. 9
CIDADE
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23/06/2016
Cinema em JF
Inscrições abertas para Primeiro Plano 2016 Foto: DIVULGAÇÃO PRIMEIRO PLANO
Evento é uma produção do Luzes da Cidade, Grupo de Cinéfilos e Produtores Culturais de Juiz de Fora; inscrições vão até dia 5 de agosto
Organizado por um grupo de cinéfilos em Juiz de Fora, ao longo de suas 14 edições ininterruptas, o Festival foi visto por cerca de 70.000.
Matheus Bertolini As inscrições para a 15ª edição do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades já estão abertas e vão até o dia 5 de agosto, exclusivamente pelo site www.primeiroplano.art.br. O evento está previsto para acontecer entre os dias 24 e 29 de outubro. As inscrições podem ser feitas para duas competições. A Mostra Competitiva Regional, que reúne os curtas-metragens realizados por cineastas residentes em Juiz de Fora e Zona da Mata, e a Mostra Competitiva Mercocidades, que exibe os filmes dirigidos por cineastas estreantes dos países da
América do Sul. Em ambos os casos, as produções precisam ter sido finalizadas a partir de janeiro de 2015 e ter duração máxima de 20 minutos. Na Mostra Competitiva Regional, os participantes que são universitários ainda podem concorrer ao Prêmio Incentivo Primeiro Plano, que concede ao vencedor um valor de R$ 7 mil para realizar uma nova produção. Para a Mostra Mercocidades, o festival é voltado exclusivamente para diretores que estão estreando na função. O Festival realiza há quatro anos, sessões em Benfica e tem plano de ampliar as exibições nos bairros periféricos da cidade.
Além da programação envolvendo os filmes, há a preocupação de realizar atividades culturais gratuitas oferecidas ao público por meio de oficinas. Na edição passada, o evento recebeu cerca de 250 inscrições, exibiu longas e 50 curtas-metragens, além de promover debates e oficinas. O curta juiz-forano “Marlene – Historias de um forró”, de Jéssica Ribeiro, levou os prêmios Incentivo Primeiro Plano e Voto do Público na Mostra Competitiva Regional. Na Mostra Competitiva Mercocidades, o curta vencedor de melhor filme foi “Verão 98”, da diretora chilena Valentina Azúa. 10
CULTURA
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23/06/2016
Balé
Corpus Núcleo de Dança apresenta “Pique” e “Peter Pan”, no Teatro Pró-Música Temáticas distintas serão mostradas no palco pelos bailarinos da companhia juiz-forana no dia 2 de julho Foto: DIVULGAÇÃO/CORPUS
se Milward, explica a iniciativa. “Avaliamos que a reapresentação alcançaria um público do perfil que tivemos na Bienal e proporcionaria um amadurecimento do trabalho. Assim, nossa expectativa é dar uma maior visibilidade ao trabalho de dança contemporânea desenvolvido na Corpus”.
Peter Pan
Para as apresentações em julho a companhia traz nova roupagem em cenários e integrantes
do, ficamos muito satisfeitos, pois o público se sentiu liberto deixanA Corpus Núcleo de Dança re- do suas imaginações livres”, exapresenta os espetáculos “Pique” plica Ana Paula. e “Peter Pan” em Juiz de Fora no dia 2 de julho, no Teatro Pró-Mú- Um outro “Pique” sica, às 20h. Ambos foram apreA apresentação estreou em ousentados em 2015 pela primeira tubro do ano passado e foi um dos vez e voltam ao palco com novas espetáculos de dança contempomontagens depois do sucesso de rânea contemplados pela Funalfa público. por meio do Edital de Incentivo “Pique” se originou de estudos à Criação e Pesquisa em Dança e reflexões sobre a obra “A Poéti- para artistas e grupos locais. Este ca do Espaço” do filósofo Gaston ano, a apresentação vem com Bachelard. A partir de observa- nova montagem como conta a ções acerca da narrativa poética, coreógrafa e criadora do espetáa professora e coreógrafa, Ana culo, Ana Paula Neves. “ReaprePaula Neves, propõe a cada intér- sentar o ‘Pique’ é acima de tudo prete “tomar o espaço”, de acordo instigante, nos permite uma nova com suas percepções. “‘Pique’ é reflexão da alma humana, já que um trabalho que fala de contem- metade do elenco foi modificado. plação. Hoje em dia não se con- Outros corpos, habilidades e initempla quase nada. O mundo ace- ciativas foram propostos, fazendo lerado em que vivemos nos cega com que se chegasse a uma nova e nos cala. ‘Pique’ se divide em construção cênica, no entanto, a dança, imagem, música, sons, essência do trabalho se mantém. fala... é um jogo que permite ao É, com certeza, um outro ‘Pique’! público se divertir e escolher pra Uma nova poesia!” onde ir. Na estreia, no ano passaA diretora da Corpus, DeniCarolina Tosetti
Em releitura do clássico infantil, o espetáculo “Peter Pan” traz o núcleo infantojuvenil de bailarinos da Corpus e bailarinos profissionais nos papéis principais da trama. Dentro da temática, serão apresentadas coreografias de balé clássico. Denise Milward fala sobre a escolha do tema e as expectativas para a próxima apresentação. “Foi um dos espetáculos mais empolgantes que fizemos, daí a vontade de reapresentar. Tanto para os alunos quanto para o público, será uma oportunidade de aproveitar a magia de Peter Pan”. Com público ainda em expansão, a dança em Juiz de Fora tem experimentado novos olhares, principalmente, a partir de espetáculos e cursos oferecidos pelas academias da cidade. Sobre estes eventos, a diretora comenta: “O retorno é sempre a divulgação do nosso trabalho e, consequentemente, o seu reconhecimento. A cada ano, temos contado com maior público e também mais alunos.”
Serviço
Os ingressos podem ser adquiridos na secretaria da Corpus Núcleo de Dança, Avenida Rio Branco, 4.491. A inteira custa R$ 20,00, e a meia entrada, R$ 10,00. 11