Expediente
Aos Mestres Que grande responsabilidade escrever sobre tão nobre profissão. Professores são especiais, escolhidos a dedo por Deus para transmitir valores e conceitos, trocar experiências e guiar as mais diversas gerações no vasto campo do conhecimento.
Direção Geral: Ana Amélia Piuco Márcio Sequeira Paulo Pizzolotto
Professores marcam a vida da gente para sempre. Impossível encontrar alguém que não tenha, no mínimo, uma história para contar. Eu mesma, por exemplo, jamais vou esquecer da minha professora de Geografia do extinto Primeiro Grau, que, a cada nova leitura, solicitava: “Leia alto, bom tom e sem erros”.
Sérgio Cezimbra Direção de Marketing Jurídico: Rodrigo Bertozzi Direção Editorial: Ana Lúcia Zotto
Ou do professor de Matemática, que me fez gostar da matéria pelo jeito sábio com que conduzia o assunto e pelo respeito que impunha. Ao entrar na sala, todos ficavam em pé para cumprimentá-lo. Bons tempos aqueles...
Direção de Arte e Design: Caio Savaris Redação: Ana Carolina Paiva e Ana Lúcia Zotto Para notícias, informações e sugestões de pautas: contato@mestresmais.com.br Fones: (51) 3930.6530
A cada reunião de pauta, ideias foram sendo formatadas, conceitos idealizados e matérias criteriosamente construídas.
Revisão: Professor Adão Lenartovicz
Apresentaremos reportagens voltadas aos professores da rede pública e privada do Estado do Rio Grande do Sul, através de uma leitura ágil, dinâmica, repleta de informações atualizadas e cuidadosamente elaboradas por nossa equipe.
Ana
Carol
Caio
Rodrigo Bertozzi
Márcio
Ana
Sérgio
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Valorizar o professor. Este foi o tema-chave que levou à construção desta nova publicação: Revista Mestres +. Estudamos as dificuldades enfrentadas pela classe, suas lutas e o orgulho de ser professor.
Em nossa primeira edição, traremos uma entrevista com o Secretário de Estado da Educação, Jose Clovis de Azevedo, que abordou temas como segurança nas escolas, concurso público, desafios enfrentados pelos gestores, e investimentos. Voltamos o olhar para a saúde do professor, discutida na matéria sobre o stress pré-aposentadoria. Iremos apresentar também uma abordagem esclarecedora sobre o pagamento de precatórios e requisições de pequeno valor. O escritor gaúcho Altair Martins nos presenteou com sua entrevista, falando de sua nova obra e de como administra a vida de escritor e professor, atividades que o encantam e de que diz não abrir mão. Acompanhamos o dia a dia de três mestres. Suas lutas, sonhos, metodologia de trabalho e o que pensam sobre a Educação, e a falta de interesse dos jovens de hoje por uma profissão que merece todo o respeito e admiração de todos nós.
Boa leitura. Apoio:
SELEM BERTOZZI CONSULTORIA
Ana Lúcia Zotto Diretora Editorial
Sumário
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OAB-RS 2055
entrevista
Secretário da Educação discute sobre investimentos, concurso, carga horária e gestão escolar
Há 10 anos no mercado, somos especialistas em Direito Público e Administrativo
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tecnologia
Áreas de atuação voltadasLousa a professores digital amplia possibilidades em sala de aula na esfera pública e privada Servidor Público | Previdência | Relação de Consumo | Família
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capa
Professores falam de sua paixão pela profissão
SCPC Crediscore Ferramenta gera polêmica
Rua da República, 493 conj. 405/406 CEP 90050-321 Porto Alegre/RS Fone: 51 3930.6500 ppcs@ppcs.com.br
foto: Camila Domingues
COM A PALAVRA
Secretário de Estado da Educação Jose Clovis de Azevedo 4
COM A PALAVRA
Como está a situação dos concursos públicos no Estado? Haverá novos? Quando? Realizamos em 2012 um concurso para 10 mil vagas, mas só foram aprovados 5.600. Em função disso, abrimos um novo edital, também para 10 mil vagas, que já conta com mais de 60 mil inscritos. Temos como objetivo abrir vagas para substituir contratos temporários – pois esta forma contratual causa instabilidade na rede. Então, até o fim de 2014, queremos todos esses professores nomeados para acabar com contratos temporários.
constante formação. Temos uma política permanente de capacitação e atualização para o professor. Um exemplo: em 2012 investimos R$ 18 milhões e para 2013 está previsto um investimento de R$ 30 milhões. Por isso, posso dizer que nossos professores estão sempre em movimento de estudo. Somente dias 25 e 26 de fevereiro deste ano, 40 mil professores participaram de uma formação para a abertura do ano letivo. O aprimoramento envolve desde o Ensino Fundamental ao Ensino Médio e Técnico.
Sou um otimista porque posso dizer que estamos em um processo
Qual o principal desafio de um gestor escolar atualmente? Como avaliar o que é essencial? O principal desafio do Rio Grande do Sul e do Brasil é a melhoria da aprendizagem. A não aprendizagem tem como consequência altos índices de reprovação e evasão. Aqui no Brasil, a não aprendizagem é naturalizada, ampliando a exclusão social. Se analisarmos, há uma exclusão social natural e quando um aluno é reprovado, a escola está legitimando essa exclusão. Como professor de História, posso dizer que os 400 anos de escravização gravaram no país a exclusão como algo normal. Mas não podemos aceitar isso, pois são projetos de vida que se diluem, e isso é muito grave.
Quais são os valores do piso salarial? É possível fazer um comparativo com os demais pisos do país? Hoje ninguém ganha menos do que o piso nacional, R$ 1.570. Em quatro anos de Governo, haverá um reajuste de 76,68%. Assim, deduzindo a inflação, podemos considerar um aumento real de 50%. Os reajustes são integralizados a cada ano, e o último será em novembro de 2014.
O que tem sido feito em termos de capacitação dos professores? Aí entra a importância das novas tecnologias para acelerar o processo de capacitação. Embora o professor não tenha uma cultura de estar sempre estudando, sabemos que ele é o profissional que mais precisa se atualizar, viver em
de resgate da Educação no RS Como o senhor avalia o desenvolvimento da Educação no Estado? O que pode ser melhorado? Estamos apostando que todo o processo em que trabalhamos vai abrir um novo período de ascensão no Rio Grande do Sul. Todas as medidas que estão sendo tomadas fundamentam uma fase de retomada da boa Educação, e não só no nosso Estado, mas no Brasil todo. Sou um otimista porque posso dizer que estamos em um processo de resgate da Educação no RS.
Como o Estado fiscaliza se estão sendo cumpridos os padrões curriculares e as metas de desempenho nas escolas? Isso é fiscalizado não só pelo Estado, mas também pelo Governo Federal por meio de provas e avaliações. Mas acho importante dizer que, além de saber se os conteúdos trabalhados cumprem os padrões curriculares, precisamos saber se eles são contextualizados com a realidade. Não podemos apenas reproduzir o conteúdo, encher o caderno e pronto. O que interessa é saber se o professor faz links com o dia a dia, se ensina o aluno a usar as informações como ferramentas para a construção do conhecimento. Os educadores devem fazer a mediação entre a informação existente e o desenvolvimento de novas competências para que o educando aprofunde suas percepções da realidade. Não basta repetir o conteúdo do livro didático; temos que trabalhá-lo a favor do aluno.
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COM A PALAVRA
Quais as diferenças de carga horária na rede de ensino público e privado? Existe uma legislação que estabelece a carga horária e todos precisam cumprir 200 dias letivos. Para o Ensino Fundamental, são 800 horas por ano, segundo a legislação. Para o Ensino Médio, são previstas 2.400 horas, embora a rede pública estadual do Rio Grande do Sul, em função da reforma curricular, cumpra uma grade de 3.000 horas.
O que é possível fazer para resgatar a autoestima do professor? Trabalhamos com três bases: primeiro, é ter a oportunidade de crescer intelectualmente. Também apostamos na melhoria de salários e na política de formação permanente.
Falando sobre segurança, está sendo implantado o PPCI - Plano de Prevenção Contra Incêndio? De que forma? Mais de 1.000 escolas já contam com o Plano de Prevenção Contra Incêndio. Inúmeras estão em reforma, e outras estão em processo de implantação. Gradativamente, queremos ga-
Os educadores devem fazer a mediação entre a informação existente e o desenvolvimento de novas competências para que o educando aprofunde suas percepções da realidade
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rantir que até o fim de 2014 todas as escolas passem a contar com o PPCI. Além disso, trabalhamos muito com Comitês de Prevenção à Violência nas Escolas (Copreves) em parceria com diversos órgãos, desenvolvendo ações educativas que contribuam com a formação de nossos alunos.
Estão sendo feitas obras emergenciais em decorrência das chuvas? Quais cidades foram mais atingidas? No ano passado, em outubro, novembro e dezembro, tivemos aproximadamente 200 escolas atingidas por eventos climáticos no Estado, principalmente na região de Santa Rosa, mas todas foram prontamente atendidas.
Sobre investimentos nas escolas. O que tem sido feito? O que deverá ser concretizado em 2013? De janeiro de 2011 até agora já realizamos mais de mil obras de caráter emergencial, represadas pelas gestões anteriores, somando investimentos de R$ 114 milhões. Além disso, instituímos o PNO – Plano de Necessidades de Obras – que prevê uma intervenção global nas escolas, inserindo um novo conceito para o ambiente escolar. O PNO é composto por 17 itens, que incluem refeitório, sala de estudos para professores, climatização e paisagismo. Na primeira etapa serão contempladas 524 escolas. As obras devem iniciar até dezembro deste ano.
Como é a procura de jovens para ingressar na carreira da docência? Há incentivos do Estado para isso? O maior incentivo que o jovem pode ter é a sociedade assumir a importância da Educação, pois, quando a Educação for prioridade para além do discurso, significará que a sociedade realmente entendeu que ela é o fator fundamental para a formação de cidadãos competentes. Se isso acontecer, certamente a juventude se sentirá motivada ao exercício da profissão de educador. O grande número de inscritos para o próximo concurso significa que as nossas politicas educativas estão de certa forma animando os jovens a ingressarem no magistério.
Diálogos com o Direito
Mais decência A frase é contundente e verdadeira. O autor, o advogado Sérgio Cezimbra, que atua na área de Direito Administrativo, em conversa com a revista Mestres +, apresenta uma realidade acerca da Lei do Piso Nacional do Magistério. Além de ter criado um padrão para a uniformização e melhora dos salários dos professores do país, trouxe importante alteração que, na visão do advogado, não está recebendo a devida atenção em relação à limitação da carga horária para o trabalho direto com os educandos. Para tanto, a Lei do Piso limitou a jornada de trabalho do professor para 2/3 do total das horas trabalhadas em sala de aula, e o terço restante reservou para preparação e elaboração de aulas e para a formação do docente. O que busca a Lei do Piso, com esta inovação, é proporcionar ao professor espaço necessário e de qualidade para complementação da sua formação. “Somente assim, com a redução da carga horária, haverá oportunidade para que o professor possa aperfeiçoar-se e enfrentar as rápidas mudanças que o ensino atual exige”, pontua. Conforme Cezimbra, a reorganização da estrutura pedagógica do ensino público passa por alguns fatores determinantes, dentre os quais podemos destacar: o aperfeiçoamento dos educadores e o seu maior envolvimento com a comunidade escolar, pontos essenciais na busca de uma Educação com qualidade. A modernização do ensino - acompanhando as necessidades atuais - deve ser buscada permanentemente, e isso somente será possível se o professor tiver tempo para planejar suas atividades.
“A Lei do Piso é muito mais abrangente do que, simplesmente, o aumento de salário que vem sendo discutido entre professores e governantes. Esta lei inovadora deu aos docentes, também, oportunidade para avanço na sua formação profissional, entregando-lhes tempo para que se aperfeiçoem pedagogicamente e envolvam-se com o meio estudantil”, defende. E conclui: “Resta saber se os nossos governantes, que hoje discutem o índice de correção do Piso Nacional do Magistério, cumprirão a redução da carga horária a que todos os professores têm direito.”
Para Cezimbra, a alteração não está recebendo a devida atenção em relação à limitação da carga horária
Sobre a Lei • sancionada em 2008, estabeleceu que nenhum professor deveria receber menos do que R$ 950 para 40 horas semanais • permitiu que, ao longo de 2009, vantagens de carreira fossem incluídas no cálculo para atingir esse valor • a partir de 2010, o valor teria de ser pago como vencimento básico, sem contabilizar gratificações e outras vantagens • para conseguir isso, os governos poderiam fazer ajustes nos planos de carreira do magistério • governos estaduais, inclusive o gaúcho, entraram com ações na Justiça argumentando que a lei era inconstitucional por interferir no orçamento dos Estados, e obtiveram uma liminar • em abril de 2011, o STF concluiu que a lei era válida • o acórdão com essa decisão foi publicado em agosto de 2011 • alguns governos, como o gaúcho, entraram com embargo pedindo esclarecimento sobre a partir de qual data começou a vigorar o piso do magistério como vencimento básico da categoria • o STF decidiu que vale a data em que a lei foi considerada constitucional: 27 de abril de 2011 • a decisão do STF livrou os governos de pagar o piso como salário-base durante todo o ano de 2010 até abril de 2011. Mas estabelece que, a partir desta data, tem validade retroativa.
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SAÚDE
Aposentadoria: hora de viver para você, não para os outros São anos dedicando-se ao próximo. Atividades extracurriculares, horas extras, correção de provas nos sábados pela manhã e dilemas de pensamento no domingo à noite sobre como abordar tal assunto na manhã seguinte. Certo, a rotina pode até não ser esta, mas o sentimento de estranheza é o mesmo quando se pensa em aposentadoria. Direito de todo cidadão, a aposentadoria não deve ser encarada como uma vilã. No entanto, o período de descanso que deveria ser visto como mais uma fase boa da vida, pode trazer dores de cabeça antes mesmo de começar e acarretar problemas ainda maiores: o stress pré-aposentadoria. A psiquiatra Raquel Heep Bertozzi explica que o stress é toda situação que deixa o corpo, físico ou mental, em uma situação que foge do habitual. Como a aposentadoria é uma situação nova uma vez que passamos parte da vida adulta trabalhando - nosso corpo só
Professor Francisco Boscatto, que se dedicou à poesia para expressar suas alegrias, sofrimentos e fantasias.
conhece o que estava relacionando ao ambiente de trabalho, como amizades, atividades e lazer. “É um paradoxo, pois ele sempre sonhou com este dia, mas, quando chega, traz muitas incertezas, gerando o stress pré-aposentadoria”. O professor aposentado Francisco Boscatto sabe bem o que é isso. Docente desde 1974, começou sua vida acadêmica na antiga 5ª Delegacia de Educação/ Pelotas (RS), hoje 5ª CRE, dividindo sua rotina entre sala de aula, graduação e pós-graduação. Boscatto conta que na época foi contratado para a elaboração de gráficos educacionais, mas também passou a fazer parte de outras funções, como almoxarifado, financeiro, serviços gerais, informática, Censo Escolar, dentre outros. Permaneceu na Coordenadoria de Educação até 1993, com 40 horas semanais, porém, como havia sido aprovado em um novo concurso, solicitou sua ida para uma única escola com 60 horas semanais, o Colégio Estadual Dom João Braga, onde assumiu a disciplina de Geografia. A preocupação com a aposentadoria começou logo após o falecimento dos pais, no ano 2000. “Já bastante abalado não me passava pela cabeça o que fazer na aposentadoria. As leis começaram a mudar e eu, preocupado em ter que trabalhar por muito mais tempo, solicitei a aposentadoria proporcional em 40 horas em 2003, continuando com 20 horas semanais no educandário”. Debilitado pelo falecimento dos pais e preocupado por ter perdido 15% da aposentadoria, que foi proporcional, come-
Dra. Raquel Heep Bertozzi, psiquiatra çou a sentir os primeiros sintomas do stress pré-aposentadoria. “Nunca havia me preocupado com aposentadoria e na realidade estava sem saber o que fazer”. Os sintomas foram os mais diversos possíveis: desde insônia à úlcera duodenal. Junto a isso, havia também remédios para depressão e Síndrome do Pânico, medicação que permanece até hoje. “Chorava com a maior facilidade e as licenças se acumulavam, até que certo dia por pouco não agredi um aluno do Ensino Médio.” Após o episódio, a psicóloga da escola sugeriu o afastamento da sala de aula, desde então está com Delimitação de Função. “Não entro mais em sala de aula, só executo funções burocráticas”. Com o apoio da família e dos dirigentes da escola, Boscatto recebeu o suporte necessário para enfrentar o problema e se reestabelecer. “Dediquei-me à poesia e possuo um site no Recanto das Letras onde coloco minhas alegrias, meus sofrimentos, minhas fantasias etc.” (www.franciscoalbanoboscatto.com)
SAÚDE
Recomeço Em 2010, quando se divorciou, mudou para sua cidade natal, Flores da Cunha (RS), trabalhando na Escola Estadual de Ensino Médio São Rafael, com Delimitação de Função. Como não estava em sala de aula e ainda apresentava sintomas depressivos, Boscatto solicitou sua licença-prêmio de três meses e posteriormente licença de interesse por dois anos. Hoje, reside em Niterói (RJ). “Eu e minha nova companheira caminhamos quase todos os dias no calçadão, vamos a algumas peças de teatro e já estou matriculado para aulas de natação”.
Aposentadoria, e agora? Não há um momento ideal para começar a pensar na aposentadoria, mas é importante ter consciência que um dia ela chegará. De acordo com Raquel, com essa nova fase, ocorre uma mudança no papel da pessoa na sociedade, mas isso não significa que seja menos importante ou descartável. Ela recomenda que se deve evitar sentimentos de inutilidade, improdutividade e baixa autoestima, pois a vida depois da aposentadoria é uma fase com muitas alegrias. “Cuidar dos netos, viajar quando quiser, cuidar mais da saúde e fazer coisas que gostamos é o que todos sonham fazer quando se aposentam. E é o que devem fazer”, complementa.
Como preencher o tempo Raquel orienta que ter uma atividade física diária, acordar um pouco mais tarde, ter atividades sociais e de trabalho (fazer atividades profissionais iguais ou diferentes da anterior, mas num ritmo e tempo bem menores), ter atividades intelectuais (ler, voltar a estudar, dar aulas) e dar mais tempo a seus laços familiares e de amizades são ótimas dicas para preencher o tempo da aposentadoria.
Gozando a aposentadoria com sabedoria A psiquiatra explica que, nesta fase da vida, as pessoas são naturalmente mais sábias. Já adquiriram experiência de vida, viram tantas situações, pessoas e passaram por tantas dificuldades que trazem uma linda bagagem de sabedoria. “Porém, e isso costuma ocorrer em todas as fases da vida, não utilizamos muito nossa sabedoria em favor próprio. Adoramos aconselhar os outros, mas esquecemos de aplicar os mesmos conselhos à nossa própria vida. Então, trate de si como se estivesse dando um conselho à pessoa mais importante da sua vida”.
Dicas para aproveitar esta nova fase • alimente-se bem e com qualidade • mantenha sua saúde física e cuide das doenças próprias da idade • vá sempre ao médico • faça exercícios físicos com regularidade: eles ajudam seu corpo e sua mente • tenha independência econômica e seu próprio espaço físico ou moradia, se sua saúde permitir, pois isso o fará se sentir com muito mais autonomia • tenha laços de amizade e vínculos fortes com a família; eles precisam de você • mantenha um relacionamento íntimo com um(a) companheiro(a), pois isso preenche o sentimento de solidão • tenha um vínculo com a comunidade, fazendo atividades voluntárias, grupos de lazer • mantenha sempre planos para o futuro (lazer, empreendimentos, viagens), afinal, você só se aposentou, mas os sonhos e planos devem continuar
Sintomas do stress pré-aposentadoria Os sintomas podem ser os mais diversos possíveis, variando de pessoa para pessoa. Sentimentos de ansiedade, insônia, irritabilidade, preocupações financeiras, isolamento social e pensamentos exagerados sobre o que fará são os mais comuns. Para Raquel, algumas pessoas irão sentir mais efeitos do que outras, pois é uma situação nova, e por si só gera o stress. A psiquiatra diz que, caso os sintomas sejam de difícil controle e estejam atrapalhando a rotina diária, é necessário buscar auxílio médico. “O tratamento deve incluir medidas de acordo com o tipo de doença que a pessoa apresenta. Psicoterapias, uso de medicamentos, ampliar ações para reduzir stress (atividade física, fazer uma nova atividade, voltar a estudar, viajar etc.) são atitudes eficientes”.
Você só se aposentou, mas os sonhos e planos devem continuar 9
TECNOLOGIA
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Considerada mola propulsora, a tecnologia tornou-se uma aliada da Educação, sendo quase impossível pensar em uma sem pensar na outra. Cada vez mais presente, a era digital oferece um mundo muito mais fascinante aos estudantes, proporcionando um aprendizado interativo e facilitando o entendimento, além do acesso a diversas fontes de pesquisa oriundas da internet. Dentre as novidades presentes no campo educacional, destaca-se a lousa digital, metodologia usada com e para os alunos. Ela é parecida com uma tela grande de um computador e funciona como tal, mas com recursos como interação e sensibilidade ao toque. Além disso, dispõe de uma solução que poucos equipamentos contam: a magia de prender a atenção de alunos em uma sala da aula. Com o equipamento é possível preparar aulas em programas comuns do computador, como apresentações em Power Point por exemplo. A novidade é poder complementar o conteúdo didático com outras fontes, como: navegar na internet com estudantes, utilizar atividades ou jogos interativos e permitir que o aluno participe mais ativamente da aula. Implantada tanto em escolas públicas quanto particulares, a lousa digital é vista como mais uma aliada da Educação. Para o Secretário de Estado da Educação do Rio Grande do Sul, Jose Clovis de Azevedo, a nova tecnologia em escolas da rede pública ainda é instrumento restrito, mas que está ganhando cada vez mais adeptos. “Estamos em um processo de construção. Há uma boa aceitação, mas também há certo
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temor por parte dos professores por não saberem usar. É um processo desafiador, mas estamos trabalhando nele”. Na rede particular não é diferente. Quando implantada no Colégio Anchieta, a orientadora pedagógica, Maria Isabel Xavier, conta que os professores ficaram entusiasmados, embora alguns julgassem que não saberiam manusear os recursos ou que demorariam a aprender. Para o professor de Geografia do Colégio Farroupilha, Diego Salvagni, a implantação gerou muita expectativa quanto ao uso e também às possibilidades que o equipamento traria. “Com certeza é uma novidade que permite desenvolver novos processos e aproximar a sala de aula do dia a dia dos alunos, pois eles estão convivendo a todo o momento com novas tecnologias, e a sala de aula, como um espaço de produção do conhecimento, não poderia ir em sentido contrário”. A professora de Física, Cláudia Jraige de Andrade, também do Colégio Farroupilha, conta que a implantação de novas tecnologias em sala de aula representa um ganho para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem. No entanto, como toda a mudança, a colocação de projetores interativos provocou um misto de expectativa e de receio aos professores. “Se fosse possível fazermos um vídeo dos sentimentos despertados no momento da instalação desses aparelhos, talvez encontrássemos muitas interrogações passando pela mente de cada professor”.
TECNOLOGIA
O diretor de marketing da BRAOX – empresa de tecnologia, Douglas Vitto Gomes, reflete que a tecnologia faz parte do dia a dia das crianças, mas que novos equipamentos só funcionam quando aliados a um profissional capacitado. “O que essas tecnologias educacionais necessitam fazer é criar uma solução, como as salas de aulas inteligentes. Um produto isolado nunca irá modificar o ensino. E o mais importante, a tecnologia deve ser uma aliada do professor, uma ferramenta, e não algo que irá substituí-lo”.
Resultados As primeiras lousas foram instaladas em 2008, 2011 e 2012 nos Colégios Marista Rosário, Anchieta e Farroupilha, respectivamente. No começo, Adriana conta que os alunos ansiavam por utilizá-las, pois poucas salas dispunham do recurso. “Os estudantes ficavam na expectativa de que os professores os levassem a tais salas, utilizassem objetos digitais interativos e que pudessem ir à lousa”.
foto: Caco Argemi
A novidade também chamou a atenção dos alunos do Colégio Anchieta. “Os estudantes gostaram muito do recurso, porque eles pertencem a uma geração que transita com muita desenvoltura no universo digital, virtual e interativo”, explica Maria. Para a diretora pedagógica do Colégio Farroupilha, Marícia Ferri, a qualidade da aprendizagem dos alunos subiu, pois o professor disponibiliza de uma ferramenta que pode tornar suas aulas mais interativas e atrativas. “Além da internet que fica disponível, a utilização de diferentes softwares auxilia na aprendizagem”. Mesmo recente, o Secretário conta que a aquisição do material foi positiva, não só para os alunos mas também para os docentes, uma vez que manter-se atualizados às tecnologias é fundamental. “Eu costumo dizer que hoje, o computador está para alunos e professores como estava a caneta esferográfica nos anos 50”, brinca o Secretário da Educação do Estado. A implantação dos projetores interativos possibilita a escolha de novos materiais didáticos, como livros digitais que podem ser acessados na sala de aula, além da busca de recursos e referências em tempo real, o que contribui para prender a atenção dos alunos.
Tablet que o Governo do Estado forneceu aos professores
Dispõe de uma solução que poucos equipamentos contam: a magia de prender a atenção de alunos em uma sala de aula
Interação dos alunos de escola pública com a lousa digital foto: Eduardo Seidl
Já no Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre, a doutora em Informática na Educação e Vice-Diretora, Adriana Justin Cerveira Kampff, diz que já havia uma cultura de uso de tecnologias educacionais, o que tornou a disponibilização das lousas interativas nas salas de aula mais do que uma oferta institucional, um recurso desejado pelos professores.
TECNOLOGIA
Capacitação
Aula interativa no Colégio Farroupilha
Essencial para que os educadores sintam segurança durante a utilização, todas as escolas oferecem treinamentos quando adquirem novos equipamentos. O Secretário de Educação também afirma que não é distribuído nenhum equipamento sem capacitação. “Depois do treinamento, ainda oferecemos cursos de continuação”. Já quando uma instituição adquire um produto BRAOX, é oferecido todo o projeto da sala e a montagem total. A única preocupação da escola é deixar um ponto de energia e outro, de internet. “Hoje temos parceria com a PUC-PR, onde a capacitação é feita por eles e entregue um certificado de conclusão de cursos. Havendo a necessidade dos professores, mais capacitações poderão ser feitas. O mais importante é que o professor esteja apto a dar aula com todos os recursos que forem necessários”, conta Douglas.
Outras tecnologias Além das lousas digitais, os alunos podem contar com laboratórios de informática, computadores e tablets. No Colégio Marista Rosário, são cinco laboratórios, com projetos para todos os segmentos, bem como recursos nas bibliotecas, nos demais laboratórios e auditórios. “Em breve iremos disponibi-
lizar acesso sem fio à internet para os estudantes”, afirma Adriana. No Colégio Farroupilha não é diferente. “O Colégio também conta com laboratórios de informática e na Educação Infantil e nos anos iniciais usamos tablets no processo de ensino e aprendizagem. Se considerarmos todos os recursos tecnológicos disponibilizados pela instituição, temos mais de 2.400 alunos beneficiados”, revela Marícia. Além de todas as salas terem lousas digitais, no Colégio Achieta os professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio também foram beneficiados: rece-
beram tablets para utilizar no ambiente educacional. “Os alunos podem acessar os livros digitalizados em sala de aula, usando tablets ou notes, mas essa possibilidade é pessoal e livre. Muitos preferem trazer o livro físico e trabalhar nele”, explica a orientadora pedagógica. No Estado, aproximadamente 1.650 escolas públicas contam com a tecnologia das lousas digitais, além de laboratórios de informática móveis, que vão até os alunos. Para 2013, o Governo também pretende entregar cerca de 40 mil laptops para alunos em regime de comodato e 22 mil tablets para professores.
Eu costumo dizer que, hoje, o computador está para alunos e professores como estava a caneta esferográfica nos anos 50 Aula interativa no Colégio Marista Rosário
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TECNOLOGIA
BRAOX Localizada em Caçador (SC), a marca BRAOX pertence à Sul Brasil, líder no Brasil na área de produção de plásticos e metais, e é fruto de uma parceria entre fábricas líderes no setor da América, Ásia e a Sul Brasil. Responsável pela produção de equipamentos tecnológicos, a BRAOX oferece um conjunto de soluções e ferramentas que agregam valor para todos os alunos e professores. Além das lousas digitais, disponibiliza a “sala de aula inteligente”, produto focado principalmente para alunos do Ensino Fundamental e Médio. “Cada aluno possui seu computador acoplado em sua carteira, onde cada um pode interagir com os colegas ao mesmo tempo com o professor. E o professor consegue controle total da sala de aula”, explica Douglas.
Investimento
Estado
22 mil tablets
R$ 10,5 milhões 39.531 laptops
R$ 30 milhões Escolas particulares
De 6 a 10 mil reais por sala
Hoje, a BRAOX está presente em Santa Catarina e Paraná. “Estamos ampliando para o Rio Grande do Sul também”.
Modelo de sala de aula inteligente da BRAOX
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GESTÃO
s e õ ç a s a n e u s q e e d P n a r eg s e õ ç a m r o f s n a tr Ela é responsável pela superação de desafios dentro da instituição de ensino e é imprescindível para garantir melhores condições de ensino aos alunos.
A escola deve ter conhecimento da realidade de seus alunos a fim de oferecer ao professor subsídios para interagir com essa realidade
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Engana-se quem pensa que gerir uma escola é tarefa fácil. Muito além do que contratar professores e passar conteúdos na sala de aula, administrar uma instituição de ensino é como administrar uma empresa: é preciso andar lado a lado com a organização e construir um ambiente democrático. Aliado a isso, ainda há a responsabilidade da educação dos alunos. E para que isso aconteça da melhor forma, há um segredo simples: a gestão escolar. Ela é responsável pela superação de desafios dentro da instituição e é imprescindível para garantir melhores condições de ensino aos alunos. São pequenas ações no dia a dia que garantem grandes transformações dentro do ambiente escolar. A diretora do Sindicato dos Professores Municipais de Cachoeira do Sul (RS), Elaine Netto Paz, explica que, para existir uma gestão escolar
de sucesso, o gestor precisa estar ciente do seu papel, bem como, ter a capacidade de líder para mobilizar sua equipe em prol dos objetivos a serem atingidos. “A gestão deve ter por base a democracia, respeitando as instâncias da comunidade escolar, buscando a participação e valorização de todos os segmentos e suas diversidades, mostrando o compromisso com a construção de uma escola justa e acessível a todos”, aponta. E uma boa gestão escolar não só traz melhorias para a escola - atingindo professores e alunos - como também abrange a comunidade na qual está inserida. Um exemplo é o Colégio Martin Luther, situado em Estrela (RS). Reconhecido como um dos melhores colégios do Estado pelos índices de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a instituição de ensino aplica no dia a dia a prática da gestão, colhendo bons frutos com isso.
GESTÃO
Estratégia de sucesso A diretora do Colégio, Andréa Desbessel, conta que a receita está no diferencial da instituição: a qualidade de ensino que mantém em todos os níveis de Educação, o cuidado com a qualificação do corpo docente, a disciplina e a exigência do aprendizado constante. Tudo sem deixar de ser uma escola que se preocupa com o bem-estar dos alunos. Como o Colégio Martin Luther é uma escola evangélico-luterana, orienta-se por ensinamentos cristãos. “Temos consciência de que educar é um ato político que, num processo participativo, contribui na construção de uma sociedade mais fraterna e humana, em que os direitos fundamentais do Homem sejam respeitados e seus deveres vivenciados.” Mas, segundo a diretora, a estratégia do sucesso também está baseada na gestão participativa. A escola possui uma equipe diretiva composta pela direção, vice-direção, administração, coordenação pedagógica de Educação Infantil e Anos Iniciais, coordenação pedagógica de Ensino Fundamental II, coordenação pedagógica de Ensino Médio e coordenação pedagógica dos Cursos Técnicos. Segundo Andréa, todas as ações da escola são discutidas neste grupo e são levadas propostas para os professores e então novamente discutidas e finalizadas. A escola possui ainda uma mantenedora, onde muitas ações de médio e longo prazo são trabalhadas.
para interagir com essa realidade, pois o pouco tempo que o professor permanece na escola não é o suficiente para deter todas essas informações. “Poderia haver, na escola, um banco de dados com todas as informações disponíveis”. Também deve oferecer diferentes materiais didáticos e atualizados (sala digital, biblioteca, laboratório de ciências, material de Educação Física, entre outros), disponibilizar reforço escolar, oficinas diversas, atividades interativas com a comunidade e atrair a família para a escola com o objetivo de responsabilizá-la também pela educação do aluno.
A gestão deve ter por base a democracia, respeitando as instâncias da comunidade escolar
Sobre as estratégias para estar entre os melhores colégios do Rio Grande do Sul, Andréa ressalta: “não há segredo: professores qualificados, pais presentes e alunos dedicados. Um trabalho sério, que é realizado desde a Educação Infantil até os Cursos Técnicos”. A proximidade com a comunidade também favorece a instituição quando o assunto é marketing. “Não possuímos uma estratégia de comunicação, pois nosso principal marketing é a satisfação das famílias que estão conosco”, salienta. Para as escolas que desejam implantar ou melhorar sua gestão escolar, Elaine explica que a instituição deve ter conhecimento da realidade de seus alunos, a fim de oferecer ao professor subsídios
Equipe diretiva do Colégio Martin Luther – Da esquerda para a direita: diretora Andréa Desbessel; coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental II, Mônica Nunes; vice-diretor Werner Hilgemann; coordenadora pedagógica da Educação Infantil e Anos Iniciais, Karin Kern; administradora Isabel Scherer e coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Celita Wachholtz
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GESTÃO
Colégio Martin Luther A história do Colégio Martin Luther iniciou no ano de 1863, e é embasada em muita luta pela própria sobrevivência. Esta sempre foi uma característica marcante. Apesar de todas as dificuldades, o século XXI encontra a escola ativa, na busca dos ideais arquitetados ao longo da sua trajetória, mas atenta às novas dimensões que assume o ensino no mundo. Atualmente, o Colégio conta com 93 colaboradores, entre professores e funcionários, cerca de 700 alunos, divididos em Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Técnicos de Alimentos, Contabilidade, Mecânica, Recursos Humanos entre outros. De acordo com Andréa, a instituição investe forte, tanto em recursos pedagógicos como na infraestrutura, sempre oferecendo o que há de melhor para os alunos. Quanto aos projetos de inclusão social e escolar, o Colégio possui dois: Menina Moça, que atende meninas carentes do município, no contraturno da aula, oferecendo aulas de atividades manuais como pinturas e patchwork; e Criança Esporte Clube, que também atende meninas, oferecendo escolinhas de voleibol. “Além disso, como instituição filantrópica, oferecemos bolsas de estudos com desconto de 50% e 100% para alunos carentes.” Andréa ainda explica que no município de Estrela não há muitas situações de violência, mas nem por isso o Colégio deixa de trabalhar a questão do bullying e a responsabilidade que cada aluno tem com o seu grupo. Para o futuro, a diretora conta que deseja ampliar o atendimento educacional oferecido para a comunidade local,
Uma boa gestão escolar não só traz melhorias para a escola, atingindo professores e alunos, como abrange a comunidade na qual ela está inserida
abrindo mais um turno de aulas. “Como Escola Comunitária, valorizamos o trabalho solidário e participativo com diferentes órgãos e segmentos da sociedade”. Já para a capacitação e reciclagem dos professores, existe um planejamento anual de formação continuada para professores, coordenadores e direção escolar, por meio da Rede Sinodal de Educação, da qual fazem parte.
Colégio Martin Luther, que adota a gestão participativa como uma das estratégias da gestão escolar
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GESTÃO
Sindicato Fundado em 1989, o Sindicato de Cachoeira do Sul possui hoje 800 sócios. A diretoria é formada por professores municipais, sócios, eleitos por uma gestão democrática, transparente, tendo foco na valorização do profissional de Educação. O tempo da gestão é de três anos, com direito à reeleição. A instituição realiza anualmente a Jornada Nacional de Educação, um curso de aprendizagem e aperfeiçoamento com 41 horas, totalmente gratuito para o sócio. De acordo com Elaine, o Sindicato possui aproximadamente 74 convênios que podem ser desfrutados pelos sócios, através do desconto no dia do pagamento. Para quem é sindicalizado, há ainda, médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, aulas de dança e atividades físicas, além de assessoria jurídica totalmente gratuita, entre outros.
Equipe diretiva da gestão 2011/2014 A presidente conta ainda que a sindicalização reflete na gestão escolar, pois o professor encontra apoio e respaldo para situações inusitadas. “É um amparo a todos os professores. Sendo sócio do sindicato, o profes-
sor tem a certeza de que não estará sozinho. E, através da vivência sindical, ele passa a ter uma experiência do que é um verdadeiro espaço democrático, que é primordial para uma gestão escolar de sucesso”.
p a ra u m a ia d a ia d o n r a c li D ic a s p a ra a p ucesso: s e d r la o c s e o tã s e g Calendário escolar la atrativo e aprovado pe comunidade escolar Evitar o bullying e assédio moral o Trabalhar com previsã orçamentária ade Priorizar a qualid educacional e ssional valorização profi
oficializar Reivindicar, cobrar e as à mantenedora todas la co es necessidades da
Promover a união e participação de todos te Resolver imediat amen mas as situações e proble nto Não acomodar-se a po de concordar com tudo que o sistema exige rar o Questionar, sugerir e filt escola que é de interesse da lar e da comunidade esco or Ser um empreended com visão de futuro
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PRECATÓRIOS
Pagamentos de Precatórios e Requisições de Pequeno Valor Um dos assuntos mais importantes nas rodas de conversas de servidores públicos é a forma de recebimento dos valores oriundos dos processos judiciais, ou seja: pagamento por RPV – Requisição de Pequeno Valor? Ou por meio de Precatório? Durante muito tempo, as dívidas dos governos não eram pagas, de modo que os credores, muitas vezes, faleciam sem receber o tão esperado
crédito ou negociavam e vendiam os valores por quantias irrisórias para “intermediadores” que, por conseguinte, vendiam o crédito para empresas. No entanto, após a publicação da Emenda Constitucional 62/2009, a realidade de pagamento das dívidas dos governos mudou por completo. Tanto as RPVs – Requisições de Pequeno Valor1 como os Precatórios2 , estão sendo pagos pelos Municípios, Estados e pela União Federal.
Em muitos casos, mesmo que o pagamento seja realizado com atraso, uma onda de esperança alcança os credores de RPVs e Precatórios, em todo o território nacional, num horizonte totalmente distinto do que havia antes. No Estado do Rio Grande do Sul, desde 2009, os pagamentos de precatórios vêm sendo efetuados em obediência a dois critérios:
PAGAMENTO DE PRECATÓRIO 1:
PAGAMENTO DE PRECATÓRIO 2:
ORDEM CRONOLÓGICA
ORDEM CRESCENTE
Assim são classificados os precatórios que respeitam a ordem de ingresso no Tribunal de Justiça do Estado para serem pagos, ou seja, o pagamento ocorrerá quando todos os outros anteriores a ele forem quitados.
São os precatórios cujo valor não ultrapassa R$ 56.000,00 (cinquenta e seis mil reais). Eles são pagos, independentemente da idade do credor ou de seu estado de saúde. Segundo informações da SPP - Setor de Pagamentos de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado do RS, esses precatórios da ordem crescente devem ser quitados até o final de 2013.
Na Ordem Cronológica, existe a preferência no pagamento de precatórios de natureza alimentar, quando o credor tiver mais de 60 (sessenta) anos ou possuir alguma moléstia grave.
Em ambas as modalidades de pagamento, a Emenda Constitucional 62/2009 exigiu que o credor do precatório declarasse que é o legítimo titular do crédito. Tal declaração (que será anexada ao precatório) deverá informar que o credor NÃO CEDEU, NÃO VENDEU e/ou NÃO NEGOCIOU qualquer forma de repasse do crédito. A Requisição de Pequeno Valor (RPV) é a forma pela qual a Fazenda Pública
Já o Precatório é o expediente administrativo no qual a Fazenda Pública (União,
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2
(União, Estados e Municípios) efetua os pagamentos das dívidas que não ultra-
Estados e Municípios) efetua o pagamento das dívidas que ultrapassem os valo-
passem: 30 salários mínimos – Municípios; 40 salários mínimos – Estados; 60
res acima descritos. É lançado no orçamento do Ente Público sempre até o mês
salários mínimos – União Federal.
de julho do respectivo ano, para pagamento no exercício subsequente.
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PRECATÓRIOS
No Estado do Rio Grande do Sul, desde o ano de 2009, é disponibilizado 1,5% (um e meio por cento) da receita corrente líquida para o pagamento de precatórios. Com essa destinação mensal, houve uma reserva de aproximadamente R$ 400 milhões, exclusivamente destinados para o pagamento dos precatórios. Ocorreu que, em 14 de março de 2013, o Supremo Tribunal Federal julgou parcialmente procedente as Ações Diretas de Inconstitucionalidade números 4357 e 4425. Esse julgamento trouxe novas modificações quanto aos pagamentos de precatórios, voltando a valer as regras da Constituição de 1988 (que determinava o pagamento integral dos precatórios, sem qualquer parcelamento).
com isso, os pagamentos pela Ordem Cronológica e, também, os pagamentos na modalidade da Ordem Crescente. Assim, em razão deste último julgamento, o Tribunal de Justiça do Estado do RS retomou os pagamentos de precatórios. De tudo isso, concluímos que basta aos credores de precatórios aguardarem o pagamento. Pois, com um pouco de paciência, receberão seus valores para gozar em vida o que é seu de direito, não havendo necessidade de vender ou ceder o crédito. Na dúvida, sempre procure um advogado de sua confiança.
Uma reviravolta ocorreu em 12 de abril de 2013, quando o Ministro Luiz Fux, do STF, determinou que todos os Tribunais de Justiça dessem continuidade ao pagamento dos precatórios na forma como já vinham sendo realizados, garantindo
Paulo Cezar Pizzolotto Advogado, graduado pela PUC-RS em 1998. Especialista em Direito Empresarial pela PUC-RS.
Orientações sobre a compra e venda de precatórios A demora no pagamento dos precatórios faz surgir um ótimo negócio para alguns especuladores: a compra de créditos. O Juiz Coordenador da Central de Precatórios do Tribunal de Justiça do RS, Luiz Antonio Alves Capra, explica que existem pessoas que muitas vezes se aproveitam de servidores que estão descrentes quanto ao recebimento de seus créditos e procuram comprar os precatórios por valores que, muitas vezes, estão em torno de 10 a 20% do valor total.
receber e ela nem sabe. Por isso peço para que se oriente antes de vender seu crédito”.
Como a procura para a compra de precatórios é muito comum, Capra orienta caso um servidor receba essa proposta: “o que eu sugiro é consultar o seu advogado ou sindicato, caso seja vinculado a algum, e também buscar informações junto ao setor de precatórios, pois muitas vezes a pessoa está incluída para
Leão
O juiz também faz um alerta para que o servidor mantenha seu advogado sempre informado com os dados básicos, como endereço e telefone, pois é o profissional quem faz todo o acompanhamento do processo. “Salvo um pedido expresso do credor, a ordem de pagamento é endereçada ao advogado, por isso é importante manter contato”.
Outro fator relevante que merece atenção, de acordo com o juiz, é a declaração dos valores pagos no Imposto de Renda, mesmo que o servidor seja isento. “É importante declarar no IR, porque o próprio devedor, quando faz o empenho, apon-
ta o valor à Receita Federal. Se houver discrepância entre a informação do devedor e a informação do credor, isso pode ser apontado na malha fina da Receita Federal”, finaliza.
Dr. Luiz Antonio Alves Capra Juiz Coordenador da Central de Precatórios do Tribunal de Justiça do RS
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IMPOSTOS
A Lei 7.713, de 22 de dezembro de 1988, complementada pelas Leis 8.541, de 23 de dezembro de 1992, e Lei 11.052, de 29 de dezembro de 2004, elenca quais doenças são consideradas graves para que o contribuinte seja isento do pagamento de Imposto de Renda.
concomitantemente, com os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão; com rendimentos de outra natureza, tais como alugueres e resgates de entidade de previdência privada, pelo Programa Gerador de Benefícios Livres e pelo Fundo de Aposentadoria Programada Individual.
No entanto, a lei exige que o contribuinte esteja aposentado e comprove ser portador de doença grave, apresentando laudo pericial emitido por serviço médico oficial, seja da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios junto à fonte pagadora, requerendo a suspensão da retenção sobre os seus rendimentos. Entre as moléstias graves, estão consideradas: HIV, alienação mental, cardiopatia grave, cegueira, contaminação por radiação, doença de Paget em estados avançados, doença de Parkinson, esclerose múltipla, espondiloartrose anquilosante, fibrose cística, hanseníase, nefropatia grave, hepatopatia grave, neoplasia maligna, paralisia irreversível e incapacitante, e tuberculose ativa.
Por fim, estão isentos do pagamento do IR, pessoas que percebam rendimentos mensais de até R$ 1.638,11 (um mil seiscentos e trinta e oito reais e onze centavos). Também estão isentos os ganhos com lucros e dividendos que já tenham sido tributados na fonte, ganhos com poupança, letra de crédito imobiliário, letra hipotecária e certificados de recebíveis imobiliários, benefícios concedidos pela Previdência Social em caso de morte ou invalidez permanente, parcelas isentas apuradas na atividade rural, recebimento de aviso prévio, FGTS e indenizações trabalhistas.
Os proventos de aposentadoria ou reforma de portadores de moléstia grave, recebidos pelo espólio ou por seus herdeiros, estão sujeitos à incidência do IR, devendo ser tributados na fonte e na Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física ou na Declaração Final de Espólio. No caso de moléstia passível de controle, o laudo deverá ter prazo de validade. Para doenças que podem ser controladas, o laudo deverá mencionar o tempo de tratamento, já que a isenção só será válida durante este período. Por outro lado, não estão isentos do pagamento do tributo em questão, rendimentos auferidos em decorrência de quaisquer atividades laborais, como aqueles, oriundos de atividade empregatícia ou de atividade autônoma, recebidos,
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Também fazem parte, auxílio-doença e auxílio-funeral, recebimento de seguro-desemprego, recebimento de aposentadoria por parte de pessoas com mais de 65 anos, desde que não supere R$ 1.638,11 mensais, benefícios do Programa de Demissão Voluntária (PDV), recebimento de aposentadoria por acidente de serviço ou doença grave, bem como ganhos obtidos pelo cidadão com ações e em operações com ouro em bolsa de valores, cujo valor mensal seja igual ou inferior a R$ 20 mil, para o conjunto das ações e para o ouro.
Ana Amélia Piuco Advogada, graduada pela PUC-RS. Especialista em Direito Internacional (2002) e em Direito Empresarial pela UFRGS.
CAPA
O bom professor deve ser como uma “boa rapadura de leite”: firme, mas doce
É preciso gostar e saber lidar com as intempéries que a profissão impõe. Talvez mais. É preciso acreditar. E, por sorte do mundo, há quem o faz. Desdobrar-se em dois, até três turnos diários. Trabalhar com jornadas cansativas e estar ciente que o retorno financeiro nem sempre é compatível com o esforço – este também dividido entre atividades dentro e fora da sala de aula, como correções de provas, elaboração de aulas e inúmeras outras tarefas. Mais do que por dinheiro, reconhecimento ou facilidade, escolhe-se a profissão de professor por amor. É preciso gostar e saber lidar com as intempéries que a profissão impõe. Talvez mais. É preciso acreditar. E, por sorte do mundo, há quem o faz.
A professora Maria de Fátima Quedi Martins acredita na transformação de sua profissão há 25 anos. Mas o desejo de lecionar começou ainda quando criança. “Durante uma brincadeira com colegas quando estava na segunda série do Ensino Fundamental, em que tínhamos que dizer o que você iria ser quando crescesse, e eu já respondi: “professora”. E toda a minha caminhada foi nesta direção. O exemplo de casa foi importante; sou filha de educadores, herança de pai e mãe para filha; meus irmãos também são professores. Orgulhamo-nos muito disto”. Emprestando as palavras da autora Antonia da Silva Medina, a professora define como deve ser o bom professor: “como
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CAPA
ano está na sua m u h r se o d es d a d quali Uma das maiores cionar entre si la Içami Tiba capacidade de se re
uma “boa rapadura de leite”: firme, mas doce”. Segundo ela, esse é o caminho para atingir até aqueles alunos que já estão descrentes com a escola. Na instituição na qual atua, trabalha com a inclusão, tanto de alunos especiais quanto de crianças e jovens que, a partir de reprovações, tendem a se excluir do processo educativo. “A ideia é trabalhar com o resgate destes, dentro de uma proposta pedagógica que respeita as diferenças e foca nas capacidades de cada um”.
há 30 anos. Segundo ele, essas são as qualidades imprescindíveis para ser um professor.
Com o vasto currículo voltado à carreira escolar, atuando na secretaria da escola, biblioteca, vice-direção, além de docente nas aulas de Educação Física, dança e teatro, atualmente Maria de Fátima exerce a função de Coordenadora Pedagógica de todo o Ensino Fundamental (Séries Iniciais e Finais) e do Ensino Médio (em extinção e o Politécnico) – há quatro anos, ela conta que os maiores desafios hoje, para os professores é sair da zona de conforto e confrontar as mudanças. “O saber está sempre em transformação, nunca ficamos prontos”.
Baixa procura
À frente da escola como Coordenadora Pedagógica, entende que sua função é, dentre outras, articular, coordenar, acompanhar, supervisionar, orientar e subsidiar os professores no desenvolvimento do trabalho pedagógico. “Não somos fiscais ou carrascos, mas facilitadores do trabalho do professor que visa, em suas ações, agregar qualidade na atividade docente”. A paixão pela profissão é compartilhada também por Geraldo Maus, professor de Ensino Fundamental de História e Geografia
O saber está sempre em transformação, nunca ficamos prontos A professora Maria de Fátima trouxe de casa o exemplo para seguir a profissão
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O entusiasmo pela docência começou aos 22 anos, quando retornou aos estudos, apaixonando-se pelas matérias de História e Geografia. Sabendo que a dinamicidade era a maneira mais atrativa de prender a atenção dos alunos, adotava como método de gestão dentro da sala de aula, além da teoria, mapas e globos para localizações.
Se antes o curso de Pedagogia era um atrativo frente a outras profissões, hoje os jovens já não veem o mesmo encanto pelo magistério como antes. Segundo Maus, essa baixa procura pela docência tem a ver com o baixo salário em relação a outras profissões. E Maria de Fátima completa: “O baixo retorno financeiro proporcionado hoje pelo magistério afasta essa escolha dos jovens”.
CAPA
Pequenos Quatorze anos de dedicação à Educação Infantil. Este é um belo capítulo da vida da professora Sílvia Regina da Silva Guimarães. Assim como Maria de Fátima, desde pequena, sempre quis ser professora. “Quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, a resposta era a mesma: professora. Minhas brincadeiras eram sempre de “professora” e eu, claro, desempenhava o papel de profe. Minha mãe conta que, quando eu era pequena, chorava, porque não conseguia fazer a letra igual à da professora. Tentava várias vezes, até conseguir”, recorda. Na Educação Infantil, trabalha com projetos inovadores, conforme os interesses e necessidades dos alunos. As atividades são desenvolvidas de acordo com as áreas do conhecimento, ou seja, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Sociais, Ciências Naturais, Motricidade Ampla e Fina, Artes Plásticas e socialização do grupo. Inicialmente, Sílvia fez o curso de educador assistente. Depois o Magistério, Gestão da Educação Infantil e a graduação em Pedagogia. A professora valoriza o trabalho em equipe, trocando ideias constantemente com a pedagoga, psicóloga e diretamente com sua auxiliar. “Com a orientação direta da minha pedagoga, Cátia Belmonte, com base no interesse dos alunos e faixa etária, planejamos o nosso projeto. Este é
A professora Sílvia aposta no lúdico para prender a atenção dos alunos trabalhado, através de planejamentos semanais e deste, colhemos dados para a avaliação do aluno através dos portfolios”, explica.
Imaginação
praticidade, para não ficar envolvido o tempo todo com o trabalho. “Durante a semana, procuro planejar as atividades a serem desenvolvidas para a semana seguinte, bem como os instrumentos a serem aplicados.”
Sílvia acredita que na Educação Infantil, a melhor forma de prender a atenção dos alunos é através do lúdico. Instigar a imaginação, a criatividade, o interesse e o relacionamento do grupo. Para administrar o tempo entre as atividades escolares, a professora sugere dois ingredientes: organização e
Sobre ações voltadas à comunidade, a educadora inclui em seus projetos anuais, ao menos uma atividade voltada à comunidade fora da escola. Como exemplo, a que realizou numa escola carente. “Usei como instrumento a história da Margarida Friorenta de Fernanda Lopes de Almeida.
nder, nada pode re p a a a d n re p a ça n Uma vez que a cria A essência do ensino é fazer da . estreitar sua mente iosa para que contagie outros g aprendizagem conta Marva Collins 23
CAPA
tro lado, há jovens que ainda apostam e acreditam na Pedagogia. Nasceram educadores. Como diz o autor Rubem Alves, um conhecedor da alma dos educadores.
a a p en a s A a le g r ia n ã o ch eg a d o, m a s n o en co n tr o d o a ch es s o d a fa z p a r te d o p r oc e a p r en d er b u s ca . E en s in a r ra da n ã o p od e d a r - s e fo b on it ez a e p r oc u r a , fo r a d a d a a le g r ia Paulo Freire
Confeccionamos uma flor de almofada e cada criança levou-a para casa. A flor retornava com um agasalho para ser doado à escola. Com essa atividade, reforçamos que ajudar o próximo é um ato de carinho. Aguçar, nas crianças, desde cedo esse sentimento é muito importante. A inclusão hoje faz parte do nosso conceito de uma sociedade sadia. Há dois anos, venho adquirindo experiência em inclusão do Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, revela. Quanto aos desafios para os profissionais da Educação, Sílvia considera um estímulo diário. “Lidar com pessoas que estão construindo o conhecimento é uma responsabilidade muito grande. É preciso ver o aluno como um todo, ou seja, um ser humano, com as suas dificuldades, seus desafios, interesses. Com suas emoções e sentimentos.”
Jovens de hoje Ao responder à pergunta se os jovens hoje ainda têm o encanto pelo magistério como os de gerações anteriores e se o curso de Pedagogia continua sendo um atrativo frente a outras profissões, Sílvia acredita que alguns o têm. Ela acredita que a maioria dos jovens quer seguir uma profissão mais reconhecida financeiramente. Por ou-
Cátia Belmont, Jéssica Brandão e Sílvia Guimarães
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Professores há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.
Qualidades apontadas por Sílvia para ser um bom professor: 1
ver-se como um educador
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amar sua profissão
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ser muito criativo e dinâmico
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ser organizado
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saber lidar com situações difíceis
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ser paciente
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estar aberto ao novo
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respeitar o próximo como um ser único
CAPA
“Lidar com pessoas que estão construindo o conhecimento é uma responsabilidade muito grande”, afirma Sílvia
Panorama da Educação na Rede Pública do Rio Grande do Sul Piso nacional:
Educação
R$ 1.567,00
Valor pago pelo município (Porto Alegre)
Valor pago pelo Estado do Rio Grande do Sul
R$ 2.187,00
R$ 977,05
(40 horas semanais)
(40 horas semanais)
É considerado o Estado com menor piso salarial do Brasil, com quase metade do valor estipulado pelo Ministério da Educação. Mas, de acordo com a Secretaria Estadual da Educação, um acordo garante que todos os professores recebam um completivo para que o salário alcance o exigido. 78 Instituições de Ensino Superior credenciadas junto à Secretaria da Educação do RS* 9.912 Escolas entre rede municipal, estadual e particular* *Fonte: Secretaria da Educação do Estado do Rio Grande do Sul
r a alma no ta en fr en e d ça ea m penas a a Mas pensar não é a as varandas de si mesmo e olhar em espelho: é sair para nalmente respirar fi torno, e quem sabe Lya Luft 25
Finanças Pessoais
Score Crédito:
benefício ou armadilha? O tema é polêmico e as opiniões diversas. Para entender melhor o assunto e esclarecer os leitores sobre seus direitos, conversamos com o Desembargador Tasso Caubi Soares Delabary, da Nona Câmara Cível, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Em entrevista à Mestres + ele aponta regras deste sistema e apresenta os direitos a que o consumidor deve estar atento.
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Finanças Pessoais
Qual a sua opinião sobre o SCPC Score Crédito? Quais são as regras que regulamentam o seu uso? O SCPC Score, assim como outras ferramentas utilizadas pelo mesmo segmento de controle de crédito, constitui-se em um serviço disponibilizado aos associados de bancos de dados para avaliar o risco na concessão do crédito. Em princípio, até onde se tem conhecimento pelos documentos que instruem os processos judiciais, as regras que devem nortear esse tipo de serviço são reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor, haja vista estes bancos de dados terem caráter público e serem submetidos ao regimento do CDC.
Que limites devem ser estabelecidos no uso dessa ferramenta? Os limites para a utilização dessa ferramenta devem ser aqueles previstos no código de regência. Ou seja, as informações disponíveis sobre qualquer consumidor e armazenadas no banco de dados - enfatize-se, de caráter público - devem obedecer ao prazo de disponibilização de cinco anos, ou até que a obrigação seja atendida mediante o pagamento ou outra forma que determine a baixa do dado. A partir daí, conforme regra expressa do CDC, esse dado não pode ser utilizado mais pelo banco de dados para qualquer outro tipo de serviço que implica restrição de crédito.
já deveriam ter sido baixadas, porque regularizada a situação, quer pelo pagamento, quer por qualquer outra forma, inclusive por ordem judicial, porque a dívida era inexistente, por exemplo, pode gerar o dever de indenizar porque a atividade, ao meu senso, torna-se ilícita e contraria frontalmente regra de defesa do consumidor que impede a divulgação de dados já regularizados para qualquer outro fim. Nesse caso o responsável e suscetível à indenização é o prestador do serviço, não o comerciante ou o lojista.
Quando as empresas podem negar crédito ao consumidor? O crédito ao consumidor é uma liberalidade do comerciante. Ninguém está obrigado a conceder o crédito dentro de uma política ditada pela própria empresa, desde que essa negativa não se constitua em uma maneira de exposição do consumidor que extrapole a mera análise da condição para o crédito. Qualquer outro tipo de discriminação na concessão do crédito que não esteja restrita à análise econômico-financeira, como reprimenda por qualquer outra atitude, como, por exemplo, anterior ingresso judicial para discutir o débito, que constitui direito do consumidor, uma vez comprovado, poderá gerar direito à indenização.
Em caso de constrangimento, o consumidor pode ser indenizado por danos morais? Os processos envolvem os lojistas ou apenas os bancos de dados? Uma vez sendo prestadas informações através dessa ferramenta que utiliza dados armazenados no banco que
Desembargador Tasso Caubi Soares Delabary
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Finanças Pessoais
Qual o limite temporal autorizado pela lei para a manutenção de informações em bancos de dados de crédito como o SCPC Score? A previsão do CDC é a de que os registros negativos devem permanecer ativos no sistema pelo prazo máximo de cinco anos, devendo ser baixados depois desse prazo, não podendo o dado ser utilizado para qualquer outra finalidade. Por isso é que entendemos que o serviço do SCPC Score e similares, prestados por banco de dados - que surgiram com publicidade de que eram analisadas multiplicidades de variáveis provenientes de dados acumulados no banco por período superior ao previsto no CDC - constitui prática ilegal e sujeita o banco ao dever de indenizar. Ainda mais, porque, igualmente, essa atividade vem sendo reconhecida como infratora do CDC, porque não tem a transparência que o serviço exige. Invariavelmente, as avaliações e prognósticos sobre provável inadimplência do consumidor não são formuladas através de regras claras, inclusive com proibição de divulgação mediante disposição contratual, conforme se tem visto em documentos processuais.
As informações disponíveis sobre qualquer consumidor e armazenadas no banco de dados devem obedecer ao prazo de disponibilização de cinco anos
Advogado Márcio Sequeira
Pontuação Na visão do advogado Márcio Sequeira, esses novos sistemas que qualificam o consumidor de acordo com um escore-padrão e baseiam-se no comportamento de terceiros para atribuir uma pontuação média a determinada pessoa, não parecem respeitar algumas regras básicas do Direito do Consumidor e certas garantias constitucionais. “A maioria das pessoas não sabe, mas trata-se de sistema oferecido a fornecedores de produtos e serviços, sigiloso e inacessível ao consumidor pelas vias normais, que avalia o histórico de crédito do consumidor e atribui-lhe uma pontuação, utilizada como fator decisivo na concessão (ou não) de crédito”, alerta. Por ser sigiloso, não se tem muita clareza sobre as regras de funcionamento desse sistema, uma vez ser utilizado à margem da legislação aplicável. Tanto que, em alguns casos, este sistema aponta que “grupo de pessoas com escore semelhante” tende à inadimplência no período de um ano. “Ora, tanto a Constituição quanto o Código de Defesa do Consumidor não permitem que a análise de crédito seja baseada em estatística de certo “grupo de pessoas”, observa.
Defesa do consumidor Assim como explica o Desembargador, Sequeira comenta que o Código de Defesa do Consumidor regulamenta a forma de uso e as regras de funcionamento de bancos de dados de consumidores. “Requisito indispensável para
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Finanças Pessoais
abertura de qualquer cadastro é a comunicação prévia, anterior à publicização do cadastro, a fim de oportunizar ao consumidor conferir as informações que serão veiculadas. O motivo para que conste tal determinação no Código Consumerista é para a correção ou exclusão de informações incorretas ou inverídicas.” No caso dos sistemas por escore, por ser sigiloso e em razão de os consumidores não terem sido informados de sua existência, eventuais correções ou inverdades não podem ser retificadas. O objetivo do sistema SCPC Score Crédito, segundo o advogado, é municiar os fornecedores de produtos e serviços com uma segunda forma de análise de risco na concessão do crédito, além da tradicional “lista de pagadores impontuais”. Logo, a ferramenta também tem por objetivo restringir o acesso ao crédito.
Qualquer outro tipo de discriminação na concessão do crédito que não esteja restrita a análise econômico-financeira, como reprimenda por qualquer outra atitude, poderá gerar direito á indenização
Divulgação Sequeira defende que, como o sistema é utilizado na decisão para a concessão ou negativa de crédito, deveria, sem dúvida, ser amplamente divulgado. Mais; o consumidor deveria ter amplo acesso ao seu próprio escore, a fim de oportunizar a impugnação de dados incorretos ou inverídicos e, mais importante, informar ao consumidor os critérios utilizados para o cálculo da pontuação e as regras do sistema, de forma clara e objetiva. “Caso haja a inscrição indevida em um órgão restritivo de crédito, o consumidor deve verificar, em primeiro lugar, se foi comunicado previamente acerca da inclusão de seu nome no cadastro de inadimplentes. Se descumprido esse requisito, a empresa mantenedora do cadastro (SPC, Serasa etc.) agiu ilicitamente e, por essa razão, causou danos ao consumidor.” Em segundo lugar, revela, deve conferir a origem do registro negativo, ou seja, quem solicitou a inclusão do seu nome nesse registro de inadimplentes, que, a título de exemplo, pode ter sido um banco, uma loja ou uma companhia telefônica. “O consumidor que teve seu nome injustamente negativado deve procurar seu advogado de confiança, pois poderá, judicialmente, contestar o débito apontado, pleitear a exclusão de seu nome do cadastro e buscar, ao final, uma indenização por danos morais”, aconselha.
O ato ilícito está na ausência de notificação prévia, ou seja, se a pessoa for surpreendida com um registro negativo, a empresa mantenedora do cadastro possivelmente deixou de comunicá-la previamente da abertura de cadastro. Logo, se não comunicou o consumidor de que seria inscrito no rol de devedores impontuais, possibilitando a este quitar a dívida antes de entrar nesta lista, é a causadora do dano. “Dessa forma, eventual pleito de indenização deverá ser dirigido à empresa que mantém o cadastro.” Sequeira conclui afirmando que, caso o registro seja indevido, ou seja, a dívida nunca existiu ou já foi quitada, o consumidor terá direito a ser reparado pela empresa que fez a inclusão do cadastro e pela empresa responsável pela divulgação do cadastro, caso não tenha remetido a carta comunicando a inclusão.
Constrangimento Imaginando-se uma situação em que o cliente vá até uma loja e tenha seu crédito negado por estar incluso no SCPC por outra empresa, o advogado explica que a empresa que nega crédito pela existência de pendência financeira, ou fundada na pontuação do consumidor, não age ilicitamente.
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ENTRETENIMENTO
Livros Livros Livros Livros Livros Minha vida como traidora (Zarah Ghahramani – 2009) Neste livro, Zarah Ghahramani conta a história de sua aterrorizante tribulação e descreve como a dolorosa experiência a transformou em uma mulher corajosa e determinada. Uma autobiografia poderosa e lindamente escrita sobre a vida em um regime opressor.
O gosto da guerra (José Hamilton Ribeiro – 2005) Livro-reportagem sobre a Guerra do Vietnã (1961-1975), para onde o jornalista brasileiro foi enviado como correspondente internacional. Na narrativa, o leitor acompanha tudo o que Hamilton Ribeiro viveu e sentiu no Vietnã, com o drama do acidente em que perdeu sua perna.
FILMES fILMES fILMES fILMES fILMES A Sociedade dos Poetas Mortos (1990) Em 1959, um ex-aluno (Robin Williams) retorna para Welton Academy, tradicional escola preparatória, para ser o novo professor de Literatura. No ambiente lutuoso da respeitada escola, os métodos de incentivo aos alunos para pensarem por si mesmos implantados pelo novo professor são vistos como polêmicos, principalmente quando fala sobre a “Sociedade dos Poetas Mortos”. Indicado a quatro Oscars, sendo vencedor de melhor roteiro original.
As Sessões (2012) Mark O’Brien (John Hawkes) é um escritor e poeta que, ainda criança, contraiu poliomielite. Devido à doença, ele perdeu os movimentos do corpo, com exceção da cabeça. Mark passa os dias entre o trabalho e as visitas à igreja, onde conversa com o padre Brendan (William H. Macy). Sentindo-se incompleto por desconhecer o sexo, Mark passa a frequentar uma terapeuta sexual. Ela lhe indica os serviços de Cheryl Cohen Greene (Helen Hunt), uma especialista em exercícios de consciência corporal, que o inicia no sexo.
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ENTRETENIMENTO
APRESENTAÇÕES APRESENTAÇÕES APRE Rock in Rio O evento, que chega à 13ª edição, tem início na sexta-feira, 13 de setembro de 2013, e segue pelos dias 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na Cidade do Rock, Rio de Janeiro. Serão mais de 12 horas diárias de festa, com apresentações de nomes nacionais e internacionais no Palco Mundo, encontros musicais especiais no Palco Sunset, manifestações artísticas na Rock Street e Djs consagrados na Eletrônica, além da novidade Street Dance, entre outras atrações preparadas pela organização do festival. Confira a programação completa do festival no site: http://rockinrio.com/rio/line-up/
Espetáculo Corteo – Cirque du Soleil Assistido por mais de 6,5 milhões de pessoas desde a primeira estreia no Canadá em 2005, a turnê brasileira de Corteo do Cirque du Soleil começou estreando em São Paulo. A temporada deve passar por seis cidades brasileiras até abril de 2014, entre elas: Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Confira a programação completa no site: http://www.cirquedusoleil.com
DESTINOS DESTINOS DESTINOS DESTINOS Serra do Rio do Rastro Para quem deseja um pouco de aventura, a Serra do Rio do Rastro é uma excelente opção. Cartão postal da Serra Catarinense, a serra fica encravada na montanha entre Lauro Müller e Bom Jardim da Serra. São 15 km de estradas em concreto, escavadas na rocha natural. Ela é considerada uma das estradas mais bonitas e desafiadoras do Brasil, mas seu percurso proporciona paisagens inesquecíveis. A região possui ainda pousadas belíssimas, ideais para passeios a dois, família e amigos.
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LITERATURA
Escritor gaĂşcho
Altair Martins
foto: Valmir Michelon
apresenta nova obra
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LITERATURA
Pedro Vicente é assaltado e tem roubados os documentos. A partir daí, tranca-se, solitário, num apartamento do centro de Porto Alegre. Trata-se de um documento sobre a renúncia ao Brasil e a criação de um país com 65m2, no qual Pedro convive com os objetos domésticos (trata-se de uma população de “sertanejos” na república provisória que no seu apartamento se instala), mergulhado numa inveja crescente da vocação revolucionária da Nicarágua e em paralelos de cultura híbrida com outras realidades culturais, além do remanejo do próprio passado histórico brasileiro. Este é o início da narrativa do romance Terra Avulsa, sexto livro a ser publicado este ano pelo escritor gaúcho Altair Martins. Nascido em Porto Alegre, em 1975, é bacharel em Letras e mestre em Literatura Brasileira pela
UFRGS. O primeiro livro foi publicado em 1999, totalizando cinco obras, com destaque para A parede no escuro (romance) e Enquanto água (contos). O doutorado, que versa sobre teoria da literatura, tem relação com o novo romance. O texto já está revisado junto à editora Record. Tem relação com Guaíba, adianta o autor, cidade em que ele viveu muitos anos – apesar de ter nascido em Porto Alegre. “Penso que me tornei escritor por ser muito mentiroso. Queria canalizar essa capacidade de invenção de histórias para algo útil (se é que a literatura possa ser assim caracterizada). Penso que é uma maravilha poder tirar, das sucatas do dia a dia, um mundo autêntico que se ergue a partir de um desejo”, afirma.
A escola e a família devem ser parceiras. Jogamos no mesmo time
Prêmios Tanto talento rendeu ao escritor o título de novo papa-prêmios da literatura brasileira. A Parede no Escuro, seu primeiro romance, foi vencedor do segundo Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria primeiro romance, em 2009. Com seus livros anteriores, Martins também foi vencedor do Prêmio Guimarães Rosa da Radio France Internationale, em 1999, do Prêmio Luiz Vilela e do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães, em 2001, e do Prêmio Açorianos na categoria Contos.
meu doutorado. Agora sinto melhor isso de que se fala que é a profissionalização. A literatura me parece mais natural, mais adequada ao meu dia a dia. Está mais tranquilo escrever.”
Foi ainda finalista do Prêmio Jabuti na categoria crônicas em 2001 com o livro Como se Moesse Ferro. A Parede no Escuro foi o vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2009 na categoria melhor romance de estreia.
Realizado no Rio Grande do Sul, pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Instituto Estadual do Livro e da Associação Lígia Averbuck, o Prêmio Moacyr Scliar entrega R$ 150 mil ao autor brasileiro do melhor livro de contos, num ano, e de poesia, no outro. Em 2012, temporada dedicada à poesia, o vencedor foi Em Alguma Parte Alguma, de Ferreira Gullar. Agora, em 2013, Enquanto Água, de Altair Martins.
“O pessoal brinca que fiquei milionário, mas é uma questão de investimento. Com o Prêmio SP, pude ter mais tempo para o
O prêmio mais recente foi o Moacyr Scliar (2013). Da mesma forma que A Parede no Escuro (2008), foi consequência de sua dissertação de mestrado, sobre o narrador na literatura, Terra Avulsa tem relação com o doutorado, sobre teoria literária.
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LITERATURA
Escola moderna é aquela que não subestima o aluno e busca ensinar o que a humanidade vem considerando os bens da cultura
Sala de aula
Tecnologia
Em paralelo à literatura, da dedicação ao magistério, já são 19 anos de jornada. Dá aulas em dois cursos pré-vestibulares. Um deles, em Caxias do Sul, e no Ensino Médio do Colégio Rosário, na capital. É responsável pela cadeira de Conto no Curso de Formação de Escritores da Unisinos, em São Leopoldo. E quanto a administrar o tempo entre a sala de aula e a literatura?
Para Martins, a tecnologia interfere nos mecanismos de leitura. “Sou, quase secretamente, um inimigo da tecnologia. Mas é preciso esclarecer: não sou contra a inserção tecnológica na Educação.” O que Martins quer dizer é que alguém deve se opor ao canto da sereia, à ideia magnífica de que as fantasias coloridas de uma tela, as ferramentas de toque, tudo o que pouco acrescenta, são novidade.
“Cada vez fica mais difícil conciliar o professor e o escritor. Às vezes penso que um é o descanso do outro. Na escola encontro a matéria humana de que a literatura é feita. Na escrita, encontro a forma panorâmica de vislumbrar a realidade. Hoje, contudo, o tempo do professor é demasiado em relação aos poucos momentos em que o escritor pega no lápis”, confessa.
“Escola moderna é aquela que não subestima o aluno e busca ensinar o que a humanidade vem considerando os bens da cultura. Por exemplo: sou professor de Literatura; meu propósito é abrir as possibilidades de leitura do livro, seja ele em qual meio for. Então, se me sugerem passar um filme ou qualquer recurso visual em substituição ao livro, tenho de dizer que não posso fugir da minha missão.”
Você duvida que alguma das atividades exerce maior encantamento do que outra? Altair Martins comenta que não as vê como duas profissões, por isso não se sente dividido. “Temo largar a sala de aula como temo não ter mais o que escrever. Meu encantamento é a coletividade: oferecer o melhor de mim nas condições que me são possíveis. Minha frustração é ter de entregar, seja aos alunos, seja a uma editora, o que não passou pelo meu controle pessoal de qualidade.”
Estamos num momento de transição em que o livro eletrônico é ainda muito estranho. Ele virá, com certeza, a ocupar nossos espaços, e quanto a isso, o escritor não vê maiores problemas. O que teme é que as possibilidades tecnológicas venham a massacrar ainda mais a literatura. Por exemplo: há plataformas em que o sujeito está lendo e pode clicar no nome do personagem que aí aparece seu rosto, sua roupa, seu cabelo.
Os contos de Como se Moesse Ferro e Enquanto Água, foram lidos por alunos do Ensino Médio, com ênfase à estrutura do conto, as significações – o conto como ilustração de nossa época. Falando sobre a administração do tempo entre as duas atividades, Martins é enfático ao afirmar que não abrirá mão de dar aula. “Tenho muito orgulho do trabalho de formação de leitores a partir dos clássicos que aplico com os alunos do Rosário. Apresentar Shakespeare para a gurizada, discutir Shakespeare com eles é algo muito marcante.” Sobre sua relação com os estudantes, o escritor diz se comunicar bem com os alunos, sempre com o cuidado que a profissão vai ensinando. “Tropeço, como todos. Sinto-os, contudo, cada vez mais “órfãos”. Quando falo de orfandade, quero discutir o papel dos pais na Educação dos filhos. Um dos problemas da Educação hoje, sem dúvida, é o fato de os pais considerarem a escola um adversário. Não: a escola e a família devem ser parceiras. Jogamos no mesmo time”, alerta o escritor.
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“Isso é literatura? Não, é videogame. Literatura é uma arte que exige que o leitor imagine o rosto do personagem, sua roupa, seu cabelo e até mesmo o que nem foi citado. Alguns colegas argumentam: disseram que o cinema mataria a literatura e não matou. Não matou mesmo? Um livro de sucesso (falo de literatura) vende em torno de sete mil exemplares no Brasil (de quase 200 milhões de habitantes). A literatura vive?”
Meu encantamento é a coletividade
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Cora Coralina