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MENOS ´E MAIS

Insistimos em preencher a vida com muitas coisas desnecessárias. Quanto mais temos coisas, mais tempo precisamos dispor para cuidar delas. Tem gente que tem muito dinheiro e se cerca de montanhas de coisas inúteis. Gasta energia e tempo para não perder nada. A gente escuta muito as pessoas falarem: eu conquistei isso, conquistei aquilo. Não dormem preocupadas que alguém possa roubar suas conquistas. O verão nos ensina coisas simples. Aliás, a vida seria muito mais simples não fosse nossa cabeça complicada. O que precisamos para, por exemplo, passar uns dias na praia, no campo? Não fosse o preço absurdo da alimentação, quase nada. Há alternativas que com organização e previsão podemos concretizar. Uma barraca, um barraco, um lugarzinho simples, uma bicicleta e um pouco de disposição já é um bom começo. Muitos jovens ficam “apressando o tempo” para completarem 18 anos para ter uma moto ou um carro.

Sem problema. Mas poderiam ter, antes de tudo, uma bicicleta e fazer muitas coisas boas com ela. Infelizmente isso não está no horizonte de uma sociedade consumista. O verão que nos dá a sensação de liberdade, da gente se contentar com sol, mar, cachoeira, uma bebida gelada, deveria ser parâmetro para todos os momentos de nosso ano, de nossa vida. Não precisamos de muito para viver. A bicicleta ensina isso. Precisamos de muito pouco quando viajamos de bicicleta para a praia, para o campo ou para qualquer lugar: uma barraca, uma pousada, um alforje e estamos com tudo. Não percebemos o bem que faz a liberdade de nos livrar de muitas coisas que nos amarram, tomam o nosso tempo. Uma sociedade que incentiva o ter, as aparências, concentradora de renda, consumista, impede que muita gente possa ter essa vida mais simples e repleta de dignidade. Estamos numa pandemia. Talvez ela nos ensine que precisamos de muito pouco para viver. Esse acúmulo de muitos é o que falta para o pouco que todos precisam para viver. É uma “sobra” que daria uma vida decente para todos. A pandemia nos impede de fazer até as coisas mais simples, mas nos mostra o tamanho que temos. Com muitas ou poucas coisas o vírus não pede licença, não avalia nossos bens, nosso poder, nossa visibilidade na sociedade. Aprendamos que todos os seres humanos querem ser felizes. A felicidade acontece nas coisas simples que aprendemos a valorizar e que deveriam ser uma realidade na vida de toda gente! Lembremos que o momento exige que cumpramos todos os protocolos em relação ao Covid-19. Cuidemos de nossas vidas e da vida de todos.

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Valmir Ludvig

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