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O BAILE DO HAWAII DO BANDEIRANTE

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MENOS ´E MAIS

MENOS ´E MAIS

Me desculpem os indecisos e os irresolutos, mas para mim não houve e não haverá em terras brusquenses uma festa tão icônica e absoluta como o Baile do Hawaii do Bandeirante. Todos os anos quando veiculavam os clássicos outdoors da festa pela cidade, algo começava a acontecer! Preciso contextualizar as gerações atuais que estamos falando em um tempo pré-internet, onde tudo se comentava no "boca a boca" ou no máximo através das linhas de telefone fixo girando número por número. E quando eu escrevo "algo começava a acontecer" é neste ponto incrível que eu gostaria de tecer minha crônica. O Baile do Hawaii do Bandeirante tinha o poder de mexer com as almas mais pacatas, assim como saciar à vontade por uma boa festa das almas mais efusivas, resumindo: a cidade inteira de fato se encontrava e se preparava especialmente para essa festa. E o grande barato realmente antecedia ao baile. As mulheres passavam horas pensando e conversando sobre como iriam vestidas e produzidas, os homens pensavam em seus trajes, mas também como seriam os seus esquentas, onde estacionariam o carro, quem colocaria o som. Era bonito assistir o envolvimento de toda a cidade em torno do evento. Para muitos, o Baile do Hawaii foi a primeira festa da vida, o debutar das atividades noturnas, o início de uma vida social, uma das poucas festas em que os pais deixavam seus filhos irem de olhos fechados, ou semiabertos, mas deixavam, devido a tradição e ao renome do clube. Não menos importante, começavam semanas antes da festa as paqueras, aquela pergunta que parecia inocente, mas estava cheia de segundas intenções: Tu vai no Baile do Hawaii? A resposta era óbvia e a gente já sabia que sim, mas escondida na pergunta estava a vontade de quase todo mundo: dar um bom beijo tendo como testemunha algum cantinho do clube, quem nunca né? Eu poderia afirmar que realmente o que antecedia ao baile seria mais legal do que o próprio baile, mas eu seria muito injusto com a minha própria memória e, é claro, com a própria festa, pois ela sempre cumpria o que prometia! Fechando os olhos eu consigo facilmente me transportar, subindo o morro do Bandeirante, vendo ao longe as luzes da festa e aquele som meio distante, os amigos ao redor do carro conversando e tomando Bacardi Lemon com Sprite, as meninas chegando em grupo, muitas trazidas por seus pais, sempre muito bonitas, e os pais sempre muito mal encarados, a tradicional mesa de frutas, os palcos, a boate, todo mundo se cumprimentando e se alocando em suas mesas pré reservadas, trocando abraços e sorrisos, dançando ao som da banda Estatura Mediana, enfim, uma saudade boa que só quem teve o privilégio de estar presente nessa festa entende do que eu estou falando. É com um carinho enorme que escrevo essas palavras e agradeço demais o pedido para escrevê-las. Pois tive que praticar um exercício muito gostoso de reviver e acessar algumas memórias que se encontram em um lugar muito especial dentro em mim. Um lugar rodeado de alegria, de amigos especiais, pessoas que fizeram e fazem parte da minha história e que tive a sorte de serem cúmplices, assim como as piscinas do Bandeirante, de momentos incríveis da minha vida.

Tenho certeza que não sou só eu que guardo em um cantinho especial as histórias do Baile do Hawaii do Bandeirante e, se como eu, você também possui as suas queridas histórias desta icônica festa da nossa cidade, podemos ter a certeza que ela cumpriu com todo o mérito o seu devido papel! Viva o Baile do Hawaii do Bandeirante!

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Calinho Luminoso

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