DULCE PONTES REGRESSA Ao vivo em Lisboa, no Porto e com um disco na calha pág. 10
Sons de Vez Dois meses de música moderna Museus Louvre foi o mais visitado pág. 11 PUB
PORTUGAL quarta-feira 7 janeiro 2015 nº 2221 Lisboa 6° | 12°
Porto 7° | 14°
www.readmetro.com Diretor: Diogo Torgal Ferreira
Urgências sem capacidade de resposta Nacional. Acesso difícil, grandes tempos de espera e casos-limite. Críticas à organização e políticas de saúde pág. 04 Economia
Mundo EPA
Buscas na PT SGPS Regulador do mercado pediu investigação às instalações pág. 06
Sport
Sepp Blatter com oposição Príncipe jordano candidata-se à presidência da FIFA pág. 15
Cronista “Birdman” conta a história de um ator que em tempos representou um super-herói famoso e tenta regressar à glória. Michael Keaton é a estrela de um filme nomeado a sete Globos de Ouro págs. 12 e 13 DR
Sérgio H. Coimbra Ciclovias urbanas no bom caminho pág. 02
Alemanha. Movimento xenófobo contra imigração divide sociedade Grupo Pegida com condenação pública de várias personalidades. Manifestações e contramanifestações em diversas cidades do país pág. 08 PUB
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JORNAL
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Opinião
SÉRGIO H. COIMBRA JORNALISTA
Um português em Washington
Vamos lá começar o ano em tom positivo. A melhor notícia para vos dar sobre esta cidade? As ciclovias urbanas estão no bom caminho. Recordo que ainda há uns meses os biciclistas andavam em guerra aberta com os motoristas – os primeiros usam e abusam do facto de terem duas rodas, a meio caminho entre zero rodas como um peão e quatro rodas como um carro, e por isso calcorreiam ruas, passeios
e passadeiras como se o mundo fosse deles; os segundos usam e abusam da velocidade e do facto de estarem protegidos por cockpits para conduzirem manobras perigosas para os velocípedes. Mas esse mundo “Mad Max” está em vias de extinção graças ao avanço numérico das vias para ciclistas, bem demarcadas, com sinais luminosos e tudo. Deve ser a isto que chamam civilização.
Alberto João Jardim Nota: a pedido do cronista, este texto não segue as regras do novo Acordo Ortográfico.
“Os partidos precisam de ser financiados publicamente, cortar por cortar é pura demagogia” O presidente do Governo Regional e do PSD-Madeira defendeu ontem que os partidos precisam de financiamento público para não caírem na mão de interesses privados. “(...) Pôr os partidos na mão do financiamento privado, isso é subverter a partidocracia mas, como neste momento vai um grande entusiasmo em Portugal pelo neocapitalismo liberal, é natural também que se queira entregar os partidos à dependência privada, portanto, eu sou contra isso”, afirmou, citado pela agência Lusa.
Herge del Rio. No futuro é onde sou feliz!
OBJETO DE CULTO Máquina de escrever
1714 – Inglaterra A primeira patente para a “máquina artificial para impressão de letras” surgiu em 1714 a pedido do inglês Henry Mill. Mas o primeiro modelo funcional chegou mais tarde, em 1867, pelas mãos do americano Christopher Sholes. Além de outras questões, o seu teclado (por ordem alfabética) era pouco prático. Em 1872 chegou o teclado QWERTY, que surgiu após James Densmore ter estudado as palavras mais frequentes, tendo colocado as letras mais usadas distantes umas das outras. A última fábrica a produzir máquinas de escrever não elétricas fechou em 2011, na Índia, por falta de vendas. CATARINA PODEROSO
vídeo do dia Uma ema, ave corredora parecida com a avestruz, corre entre os carros numa estrada movimentada de Telavive, Israel. Venha escrever connosco. Entre em facebook.com/metroportugal
2014 foi bom e rápido. Foi um ano incrível em que vivi muito mais do que sonhei e em que vivi muito mais do que ousei escrever aqui. Mas 2014 foi também o ano em que errei. Errei no que não disse, no que ficou por dizer, nos silêncios apaixonados que para mim diziam tanto mas que não vos disseram o suficiente. O curioso é que foi justamente nesses silêncios que me fui descobrindo mais e melhor. 2014 trouxe-me novos amores, novos sonhos, novos amigos. Para 2015 espero poder continuar a contar convosco, que são a minha alegria, a minha inspiração e, na verdade, a única razão da minha existência! É na projeção de um futuro mágico convosco que eu sou verdadeiramente feliz! Enviem-me sugestões do que gostariam de ver aqui divulgado. Podem fazê-lo através do meu Facebook sendo certo que, felizmente, tenho a prerrogativa de só falar do que gosto! Experimentem-me! Bom Ano!
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PUBLIREPORTAGEM | 03
Comece o ano com uma viagem low cost à natureza VÍTOR MANIKE
E se lhe oferecessem uma viagem a uma das mais importantes reservas naturais da Europa... e se a experiência incluísse uma sessão guiada de interpretação da natureza? Teria oportunidade de ver milhares de aves em voo, de diversas espécies, tão perto, que conseguiria ouvir o bater das suas asas... O que lhe parece? E se conseguisse realizá-la com €12 ou menos? Parece-lhe impossível? No EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves poderá viver essa experiência. Localizado no coração de uma das 10 mais importantes zonas húmidas da Europa, o Estuário do Tejo, poderá usufruir de um riquíssimo património natural que ainda poucos conhecem.
Workshop Personalizado de Fotografia de Natureza – Nova Oferta do EVOA Gostaria de desenvolver os seus conhecimentos sobre técnica fotográfica e aproveitar todo o potencial que o seu equipamento oferece? O biólogo e fotógrafo João Morgado preparará a sua sessão tendo em conta as temáticas que quer aprofundar e tirando o máximo partido dos abrigos fotográficos existentes no EVOA. A sessão poderá ser individual, mas se preferir poderá realizá-la em conjunto com um ou dois amigos. Poderá escolher um dia da sua conveniência, de terça a domingo, tudo isto desde €35.
FOTOS: JOÃO MORGADO
Visitas guiadas ao ritmo das marés Periodicidade: Diariamente. Fim de semana e feriados – 2 visitas Duração: 2 horas + 1 hora de visita à exposição Nº participantes: 1 a 15 por guia Percurso: Fácil, 3 a 4 Km Preço: €6 a €12/pax Como chegar: A1> Vila Franca de Xira> Ponte (N10 sentido Porto Alto)> 1ª saída à direita> Entrada EVOA (encerrado à segunda-feira e no mês de julho)
----------------------------------------------------Observação de Aves para Totós III – 10 de janeiro Propomos-lhe que comece o novo ano iniciando-se na observação de aves. Esta oficina promete ser bastante interativa e divertida, adequada dos 6 aos 96 anos, ideal para usufruir em família.
Faça “Like” no Facebook ou subscreva à newsletter e fique a par da programação: Mais informações: www.evoa.pt 926 458 963 | evoa@evoa.pt
Parceiros: Companhia das Lezírias, SA, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Instituto da Conservação da Natureza, Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, Aquaves e Liga para a Proteção da Natureza Patrocinador fundador: Brisa – Autoestradas de Portugal | Financiamento (2009-2012): PORLisboa/QREN
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Economia
Pires de Lima “muito confiante” para 2015 O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou-se ontem “muito confiante” de que a economia portuguesa vai crescer mais do que em 2014 e que o desemprego vai descer ao longo do ano.
Justiça
Edite Estrela e Mário Lino visitam Sócrates A antiga eurodeputada do PS Edite Estrela e o ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino, que ontem visitaram José Sócrates, defenderam que as provas contra este deveriam ser divulgadas e disseram acreditar na inocência do ex-primeiro-ministro.
Cantar as Janeiras para reivindicar 35 horas de trabalho Quase meia centena de sindicalistas da administração local cantaram ontem as Janeiras frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa, exigindo a publicação dos acordos que mantêm as 35 horas semanais de trabalho nas autarquias. Os trabalhadores e sindicalistas começaram o desfile no Rossio, descendo pela rua Augusta até ao Terreiro do Paço e avenida Infante D. Henrique, onde está localizado o Ministério. © MÁRIO CRUZ/LUSA ©
Natal. Mais levantamentos e mais compras O valor dos levantamentos nas caixas automáticas e dos pagamentos nos terminais automáticos Multibanco aumentaram 0,2% e 6,1%, respetivamente, nesta época natalícia face à anterior, somando 7.390 M€, segundo dados da SIBS. Entre 24 de novembro de 2014 e 4 de janeiro de 2015 foram efetuados nos caixas automáticos 49,2 milhões de levantamentos no valor de 3.285 M€.
Impostos. Estado deve ter arrecadado 43.000 M€ O Estado deve ter arrecadado cerca de 43 mil M€ em impostos em 2014, segundo as estimativas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), o que representa um acréscimo de 900 M€ face ao previsto. Este desempenho deveu-se sobretudo às receitas do IRS (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares) e do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado).
MANUEL AZEVEDO
Urgências que preocupam Saúde. O acesso às urgências complicou-se nos últimos dias, com tempos de espera a chegar às 18 horas. As elevadas horas de espera chegaram mesmo a resultar em mortes. Os sindicatos dos médicos e enfermeiros atribuem as dificuldades que se vivem em algumas urgências hospitalares à falta de organização e a algumas políticas desenvolvidas no setor, como a diminuição de profissionais e de camas nos hospitais. Aliás, de acordo com a Ordem dos Médicos, Portugal perdeu num só ano mais de 400 camas hospitalares. Segundo a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, muitos dos casos que são atendidos nas urgências hospitalares só são ali tratados porque encerraram extensões de centros de saúde. Guadalupe Simões alerta ainda para o estado de exaus-
tão em que se encontram os profissionais de saúde, que em muitos casos “trabalham em condições terceiro-mundistas”. Para o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, a situação que se vive em algumas urgências deve-se a uma má organização e à falta de profissionais. Entretanto, o grupo parlamentar socialista requereu, para amanhã, uma discussão em plenário sobre este tema. Durante a época das Festas, foram relatados vários casos. Em Lisboa e em Santa Maria da Feira, dois homens morreram depois de horas de espera para receberem cuidados médicos nas urgências.
Situação era previsível A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) diz que a falta de recursos humanos nos cuidados de saúde é um dos principais fatores para os problemas de congestionamento nalguns hospitais. A presidente da APAH, Marta Temido, defende que se trata de uma “situação cíclica”, já que há alturas do ano, como no inverno, em que é habitual haver relatos de elevadas esperas nas urgências. “Não se pode dizer que são situações imprevistas. São situações para as quais os serviços deveriam estar capacitados para responder, até porque não são grandes emergências nem situações de catástrofe, são apenas picos de afluência”, referiu.
NACIONAL | 05
Países podem vir a “desistir da Grécia” UE. Durão Barroso advertiu ontem a Grécia de que um incumprimento dos compromissos de reajustamento pode levar a que alguns países da Zona Euro “desistam” dela. O ex-presidente da Comissão Europeia disse concordar com a afirmação feita segunda-feira por uma porta-voz comunitária de que “a adesão ao euro é irrevogável”, mas acrescentou que “é importante que a Grécia não esqueça” que “o euro impõe certas regras e se as regras não forem cumpridas haverá consequências”. O responsável falava sobre a situação da Grécia, onde no próximo dia 25 se realizam eleições antecipadas, com o partido Syriza (esquerda radical) a liderar as sondagens. O responsável disse por outro lado desejar que Atenas não saia do euro e que está confiante de
que isso não vai acontecer, sublinhando que “a melhor maneira de o evitar é a Grécia cumprir os seus compromissos”. Já o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, considerou que a eventual saída da Grécia da Zona Euro não teria grandes consequências nefastas para a moeda única nem para Portugal, mas manifestou esperança de que tal não aconteça. “É uma situação preocupante, mas não é uma situação trágica para Portugal. Mantemos a nossa solidariedade com a Grécia e não desejaríamos que isso acontecesse”, considerou.
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Barroso qualificou como “processo de alto risco” o planeado referendo sobre a manutenção do Reino Unido na UE. © JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
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Presidenciais
Direita não se pode dividir “ainda mais” O social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou a direita a refletir para encontrar uma fórmula que não a divida “ainda mais”, sob pena de perder quer legislativas quer presidenciais. O comentador falava no debate sobre Portugal 2020 em Vila do Conde.
Solidariedade
Mais 50 M€ para resposta social em 2015 O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social anunciou ontem que durante este ano serão alocados mais 50 M€ para a resposta social. Mota Soares frisou que, com esta verba, o Governo pretende “comparticipar mais as respostas que existem” e dar “mais respostas que continuam a ser necessárias”.
Estado. Costa culpa Governo por “paralisia” O secretário-geral do PS manifestou-se ontem apreensivo com a situação de paralisia de serviços essenciais do Estado, como a saúde, sustentando que, “por incapacidade” do Governo, o mesmo antes sucedera nos setores da educação e justiça. “Gostaria de manifestar a minha preocupação com o facto de agora também o setor da saúde estar paralisado, tal como já tinha acontecido com a abertura do ano letivo, com a avaliação dos professores e com o sistema informático da justiça. Uma paralisia por incapacidade da ação governativa”, acusou o líder socialista, que falava aos jornalistas após ter estado reunido mais de uma hora com uma delegação da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).
Críticas
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Ficha técnica
MIGUEL A. LOPES/LUSA
“Não é possível que, em pleno séc. XXI, setores fundamentais como a justiça, a educação e a saúde, entrem em situações de rutura” António Costa, secretário geral PS
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ECONOMIA | 06
O dia a dia dos mercados Petróleo
Ouro
Psi-20
$51,10 (-3.78%)
1.192 (+0,65%)
4.640,26 (-1,33%)
Euro para: Dólar 1,189; Libra 0,785; Real 3,211
Aviação
TAP cresce 6,6% em 2014 A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado. © MÁRIO CRUZ/LUSA
Estado “não ficou lesado” Inquérito BES. O revisor oficial de contas e auditor do GES, Macedo Pereira, garantiu no parlamento que o Estado “não ficou lesado num cêntimo” com o RERT aplicado a Ricardo Salgado. Dizendo que a matéria está em segredo de justiça, Macedo Pereira, que fez assessoria da operação, frisou contudo que a Autoridade Tributária “teve sempre conhecimento de tudo” e “o Estado não ficou lesado num cêntimo” na operação. O RERT [Regime Extraordinário de Regularização Tributária] é um
regime excecional aplicável a património não localizado em Portugal numa certa data e que não foi declarado ao fisco, e que permitia aos seus detentores o pagamento de uma taxa única para repatriar esse património no estrangeiro. Ricardo Salgado, lembrou o revisor do GES, é o “responsável” úl-
timo e máximo pelas suas declarações fiscais, e quando voltar à comissão de inquérito poderá dar mais detalhes sobre o tema. Também ouvido na comissão de inquérito, o presidente executivo da Rioforte afirmou que não teve interação com a PT para o investimento de 900 M€ sobre a holding do GES e que a operação foi colocada pela direção do BES. “Não tive qualquer interação com a PT. Não porque não estivesse disponível, mas porque não nos foi pedida a nossa intervenção”, disse João Rodrigues Pena.
Justiça. CMVM pediu buscas às instalações da PT SGPS A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pediu a realização das buscas que se fizeram ontem nas instalações da administração da PT SGPS e tem elementos envolvidos na operação. Na base destas buscas estará o investimento realizado em abril pela Portugal Telecom SGPS em papel comercial da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo (GES), que deixou um “buraco” de 847 M€ na empresa
portuguesa, depois de não ter sido reembolsada em julho conforme o estipulado, e mudou o rumo do acordo inicial da fusão com a Oi. Em causa está ainda o relatório da auditoria da consultora PriceWaterHouseCoopers (PwC) sobre os empréstimos de tesouraria efetuados pela PT SGPS a empresas do GES, nomeadamente o investimento na Rioforte, ainda por entregar na CMVM.
A TAP transportou 11,4 milhões de passageiros em 2014, um crescimento de 6,6% face ao ano anterior, o que representa um acréscimo de 710.000 passageiros, anunciou a companhia aérea. Em comunicado, a TAP informou que ultrapassou, pela primeira vez, os 11 milhões de passageiros.
FMI
Moçambique enfrenta desafio do crescimento O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a combinação entre crescimento económico e sustentabilidade fiscal e da dívida é o principal desafio de curto prazo para Moçambique, estimando que a economia do país continuará robusta em 2015. As conclusões são da Terceira Revisão do Instrumento de Apoio a Política.
INE
Taxa de desemprego aumenta para 13,9%
As buscas foram a menos de uma semana dos acionistas da PT SGPS decidirem sobre a venda da PT Portugal. © PEDRO ELIAS
A taxa de desemprego estimada para novembro é de 13,9%, mais 0,3% do que o estimado para outubro, divulgou o INE. A população desempregada ajustada de sazonalidade foi estimada em 713,7 mil pessoas em novembro, o que representa um aumento de 2,5% face a outubro de 2014 (mais 17,4 mil).
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MUNDO | 08
Personalidades ‘atacam’ Pegida Alemanha. Ex-chanceleres Gerhard Schröder e Helmut Schmidt ou o ex-futebolista Oliver Bierhoff estão entre os signatários que condenam movimento xenófobo contra a imigração.
O que é o Pegida?
Cuba. Presos políticos foram libertados Cuba libertou ontem “alguns” presos políticos incluídos numa lista que os EUA entregaram a Havana, numa decisão que confirma o início da aproximação diplomática entre os dois países, declarou a porta-voz da diplomacia norte--americana, Jennifer Psaki. Não se sabe quantos presos saíram em liberdade, mas a lista que Washington submeteu a Havana tem 53 nomes.
O Pegida foi fundado por Lutz
Políticos, desportistas, atores ou atrizes estão entre as 80 personalidades alemãs que desde ontem aderiram à campanha lançada pelo jornal Bild contra o movimento Pegida – em alemão significa Patriotas europeus contra a islamização do ocidente –, que, na segunda-feira, fez outra manifestação na cidade de Dresden. O Pegida “apela a preconceitos como xenofobia e intolerância”, escreveu o ex-chanceler social-democrata Helmut Schmidt, acrescentando: “Um olhar sobre o nosso passado diz-nos que a Alemanha não deve desprezar os refugiados nem os que precisam de asilo.” Helmut Schmidt é apenas uma das vozes da política alemã que se
Holanda
ergue contra o Pegida. Gerhard Schröder, também ex-chanceler, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, ou a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, estão “na luta” contra o Pegida. O ex-futebolista Oliver Bierhoff bem como a atriz Karoline Herfurth também mostraram a sua indignação com testemunhos no Bild, cuja campanha pede “um país aberto e tolerante”. Na segunda-feira decorreu a 11.ª manifestação do movimento Pegida, tendo atingido o número recorde de 18.000 participantes. Ao mesmo tempo houve diversas contramanifestações de vários milhares de alemães em cidades como a capital Berlim, Colónia ou LUÍS CARMO Hamburgo.
1Bachmann, em Dresden (leste
da Alemanha), em outubro de 2014. Desde o final desse mês que o movimento anti-islão organiza manifestações semanais contra a imigração.
2
Juntam-se neste movimento
3a extrema direita alemã, neonazis, algumas alas conservadoras e também “hooligans”. Os dirigentes do Pegida alegam
4não serem racistas nem xenófo-
bos. A sua luta, dizem, é contra a islamização dos países da Europa. Criticam a imigração em geral, os meios de comunicação e as elites políticas.
EUA. Cápsula da SpaceX fica em Terra mais uns dias O lançamento da cápsula Dragon, da empresa norte-americana SpaceX, para a sua quinta missão de abastecimento da Estação Espacial Internacional foi adiado ontem minutos antes da hora prevista, devido a um problema técnico no foguetão. A próxima tentativa no Cabo Canaveral, Florida, não será antes de sexta-feira. A missão vai tentar pela primeira vez pousar o “primeiro andar” do foguetão numa plataforma no Atlântico após o lançamento.
Síria
Autoridades pressionam serviço secretos
Ataques a escolas mataram 160 menores
A Holanda quer saber se os seus serviços secretos avisaram as companhias aéreas do perigo de sobrevoar a Ucrânia, envolvida num conflito com a Rússia, antes de o avião MH17 ter sido abatido em julho, indicaram ontem as autoridades. A Ucrânia e a Rússia trocam acusações, negando ambas a responsabilidade pela queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas.
Pelo menos 160 menores foram mortos e outros 343 ficaram feridos em 2014, em ataques a escolas em todo o território da Síria, indicou ontem o porta-voz da UNICEF em Damasco. Razan Rashidi precisou, citado pela agência espanhola EFE, que em 2014 foram atacados 68 estabelecimentos de ensino.
Turquia
Polícia morreu em ataque suicida em Istambul Uma mulher bombista suicida fez-se explodir no interior de uma esquadra da polícia no bairro histórico de Sultanahmet, em Istambul, matando um polícia e ferindo outro, anunciou o governador da maior cidade turca. A mulher entrou na esquadra a falar inglês, dizendo que tinha perdido a carteira, antes de acionar o dispositivo. Ainda não se sabe a nacionalidade da bombista suicida.
Comício prevê eleições no Sri Lanka Apoiantes de Maithripala Sirisena, candidato a presidente do Sri Lanka, exultam em Kalutara, a 45 kms de Colombo, a capital do país que vai a eleições amanhã. Sirisena, 63 anos, é o grande oponente de Mahinda Rajapaksa, 69, que procura ser reeleito pela terceira vez consecutiva. © EPA
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2 CULTO
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Dulce Pontes de volta ao palco Ao vivo. Nem abandono nem hiato. Os últimos anos de Dulce Pontes foram passados a trabalhar, em Bragança, com a família a seu lado. A preparar o regresso ao palco e aos discos.
Ócio criativo com...
Rafinha, dos Glockenwise BRUNO MARTINS
Um disco: “‘Memphis’ dos Magic Kids. Tinha tudo para rebentar, mas isso não aconteceu. Uma bela homenagem ao ‘Pet Sounds’ e é uma pena que não esteja no MP3 de toda a gente.”
Um livro: “Infelizmente não sou de todo a pessoa mais indicada para falar de literatura. Mas admito que vou tentar mudar já esse mau hábito em 2015.”
Um filme: “‘Os Suspeitos do Costume’, de Bryan Singer, é, sem dúvida, um dos meus filmes favoritos. Para todos aqueles que são amantes de filmes ‘anos 90/ação/crime’ este é daqueles que não pode estar por ver nas vossas vidas.”
São dois concertos a abrir o ano: hoje e amanhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e depois, no dia 17 de janeiro, no Coliseu do Porto. Dois espetáculos dedicados ao “fado, ao folclore, à música popular, à galaico-portuguesa, à de compositores como Martin Codax, Artur Paredes ou Mikis Theodorakis”, com “poemas de Fernando Pessoa, Horácio Ferrer ou João Linhares Barbosa”. Há um disco novo na calha, com edição prevista para este ano, “Peregrinação”, nome escolhido por ser um trabalho equivalente a “uma verdadeira odisseia”, diz ao metro. Dulce decidiu mudar-se para Bragança há cerca de quatro anos. “Nunca me identifiquei com as cidades, com o urbanismo”, confessa. “Preciso de silêncio, porque gosto de natureza e do povo transmontano: diretos, trabalhadores”, acrescenta. Estes quatro anos permitiram à cantora ganhar “qualidade de vida, a todos os níveis”. Uma maior paz na vida profissional e também pessoal: “Os meus filhos também estão melhores”, sorri. “Sempre procurei a tranquilidade ao longo dos anos. Hoje posso ter o meu estúdio em casa, numa antiga adega, com uma acústica muito boa – onde gravo muita coisa.” Há já quatro anos que Dulce Pontes não cantava nem em Lisboa, nem no Porto. “Não me afastei. Sempre estive por cá. Esse afastamento não foi uma opção minha, mas antes uma consequência do trabalho”, conta. “Foram-me aparecendo propostas de trabalho e de concertos na Roménia, na Hungria, em Itália, na Grécia... Por cá os concertos confirmam-se muito em cima da hora, mas fora de Portugal agenda-se tudo com quase um ano de antecedência. E
Nasceu no Montijo, mas há quatro anos decidiu mudar-se para Bragança: “Preciso de silêncio, porque gosto de natureza e do povo transmontano: diretos, trabalhadores.” © DR
No palco
“Cantar para Portugal e para o povo português é muito especial. Há um entendimento e uma saudade daquele abraço...” Dulce Pontes
não posso estar a dizer que não à espera que aconteça alguma coisa em Portugal. Não me posso dar a esse luxo: tenho contas para pagar e filhos para criar como toda a gente!” Os concertos de Lisboa e do Porto vão servir já para apresentar alguns novos temas. Mas é impossível deixar fora do alinhamento “a revisitação de alguns temas” mais clássicos da discografia de Dulce Pontes: “Lágrima”, “Laurindinha” ou “Canção
do Mar” entre tantas outras “que as pessoas estão à espera de ouvir”. A “Peregrinação” de Dulce Pontes representa “um caminho, de descobertas pessoais”. Na base da música de Dulce Pontes continua a estar o fado e o folclore, para depois partir para outras viagens que tem feito pelos quatro cantos do mundo. “Mas cantar para Portugal e para o povo português é muito especial. Há um entendimento e uma B.M. saudade daquele abraço...”
Agenda • Lisboa: Hoje e amanhã, às 21h, no Centro Cultural de Belém. Bilhetes esgotados. • Porto: 17 de janeiro, no Coliseu, 21h30. Bilhetes entre €12,5 e €30.
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Humor
Nuno Artur Silva leva “A sério?” ao São Luiz O dinheiro, o humor, Portugal e as obsessões dos portugueses, tudo isto cabe no espetáculo “A sério?”, que Nuno Artur Silva apresenta a partir de hoje, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa. O argumentista fará stand up comedy, acompanhado com música ao vivo dos Dead Combo e ilustração de António Jorge Gonçalves.
Calçada Portuguesa
Petição em discussão no Parlamento A petição “Pela Manutenção da Calçada Portuguesa”, lançada pelo Fórum Cidadania LX em novembro de 2013, é discutida amanhã no Parlamento. Os signatários consideram a calçada portuguesa um “ex-libris da cidade de Lisboa”, alertando que “desde há décadas se assiste à má colocação e à pior manutenção (...) um pouco por toda a cidade”.
Louvre, de novo, o museu mais visitado O Museu do Louvre, de Paris, foi o mais visitado do mundo em 2014, com 9,3 milhões de visitantes, 70% dos quais estrangeiros, segundo dados divulgados ontem. Apesar de ter registado praticamente o mesmo número de entradas de 2013, o Louvre continua a ser o museu com mais afluência em todo o mundo, sustenta a publicação Le Figaro. A maioria dos visitantes são estrangeiros: norte-americanos, chineses, italianos, britânicos e brasileiros. © 123RF
Propostas de música moderna Festival. O Sons de Vez, que vai decorrer entre 7 de fevereiro e 28 de março, em Arcos de Valdevez, aposta numa programação que vai do pop rock ao hip hop. A 13.ª edição deste festival de música moderna portuguesa, que decorre no auditório da Casa das Artes daquela localidade minhota, vai apresentar dez propostas musicais abrindo com a atuação de The Legendary Tigerman. No fim de semana seguinte, a 14 de fevereiro, atua Rita Redshoes,
no dia 21 é a vez do Mundo Segundo. A fechar aquele mês, dia 27, atuam os Dirty Coal Train e os Salto. O mês seguinte, março, começa com o concerto de Capicua no dia 6 e prossegue dia 14 com a prestação de Tiago Bettencourt, que se faz acompanhar em palco de Pedro Gonçalves dos Dead Combo, Tiago Maia e João Lencastre. A 20 de março, sobem ao palco da Casa das Artes os Big Red Panda e os Bizarra Locomotiva. A edição do ano de 2015 do festival de música moderna portuguesa encerra a 28 de março com os Scream4Revolution e com Pedro & Os Lobos.
Documentário
O programa de 14 de fevereiro incluirá a projeção do documentário intitulado “Uivo”. • A obra do realizador Eduardo Morais é sobre a vida do radialista António Sérgio.
Para o diretor da Casa das Artes e programador do festival, Nuno Soares, o “primeiro festival do ano é uma original mostra de música moderna portuguesa”, traduz a “simbiose entre consagrados e iniciados, o que faz de cada cartaz, e das suas oito datas repartidas por todos os fins de semana de fevereiro e março, um momento único”. Segundo Nuno Soares, citado pela agência Lusa, “os diferentes projetos musicais atravessam sonoridades profundamente diversas e alinhadas no sentido de um público abrangente e heterogéneo, que reconhece, cada vez mais, o cariz diferenciador e único deste evento”. PUB
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“Sempre fui atraído por aquilo que nunca vi feito antes” 7ª arte. Michael Keaton regressa em “Birdman”, comédia de humor negro sobre um ator, famoso por ter interpretado um super-herói, e que planeia uma peça de teatro para tentar recuperar os tempos de glória. Estreia amanhã. JOHN-MIGUEL SACRAMENTO EM HOLLYWOOD
Michael Keaton começou por fazer comédia em palco, frente a um público sem paciência para misericórdias. Perante tanta intensidade, o cinema deu-se conta de que tinha à disposição um enorme reservatório dramático. O indivíduo estava a ferver, tanta era a ansiedade civilizacional e a inquietude de pensamentos própria dos finais de século. Saltou
para a fama com o “Night Shift”, sobre os segredos fascinantes de uma morgue, e com a comédia “Mr. Mom”, versando as tarefas pouco comuns do homem moderno. Depois disso Tim Burton veio, naturalmente, bater-lhe à porta. O resto é História. Do “Beetlejuice”, em que fez de fantasma perverso, até ao “Batman” mais pessimista e magoado de que há memória, o ator subiu
ao panteão das figuras únicas. Esta semana aparece melhor que nunca. Na pele do homem que arrisca tudo para provar que é relevante por si só e não apenas uma peça na engrenagem. Está rodeado do melhor grupo dramático do ano e, domingo talvez ganhe um Globo de Ouro. O metro foi falar com o rebelde que, sorte nossa, acabou por regressar. A sua carreira conseguiu, em muitos pontos, antecipar o que iria acontecer
mais tarde na indústria. Aceitou riscos, tem uma assinatura muito pessoal na comédia, tem experiência de stand up. Que leitura faz de Hollywood, atualmente? Não sei se sou a pessoa
certa para aferir o estado da indústria do cinema. Não sou como a minha personagem no filme, obcecada, lendo os jornais diários de Hollywood com muita avidez. Sou mais pessoa para ter todo um leque variado de interesses. Desde o início da minha carreira que a apos-
Colaboração
“De repente apareceu-me um mexicano louco, vindo sei lá de onde, e pôs-me à frente uma travessa linda de comida suculenta, um banquete. Comi deliciado”
CINEMA | 13
ta sempre foi uma: confia no teu sexto sentido. Vai por instinto. Eu, por instinto, sempre fui atraído por aquilo que nunca vi feito antes. É uma caraterística que tem as suas desvantagens. Aborreço-me com facilidade. Regra geral, gosto de peças que são originais, interessantes, excitantes. Mas acho que tenho tido a sorte de encontrar as pessoas certas no momento adequado. Falemos um pouco disso. O Tim Burton, por exemplo, teve grande relevância na sua carreira por causa da reformulação do “Batman” mas também por causa do sucesso “Beetlejuice”, hoje uma comédia absolutamente clássica. Que achou do Tim, no início? Um
ator que consiga ligar-se ao que o Tim Burton faz tem logo uma vantagem enorme: o Tim é um artista total. Não há ninguém que olhe para as coisas como ele. Ninguém pensa como ele. Para um ator isso é incrível porque, de repente, vai ganhar ares de original quando até pode não merecer. (risos). E no caso desta colaboração com Alexandro Iñarritú, como explica a associação? Gosto de explicar a coi-
sa desta maneira: de repente apareceu-me um mexicano louco, vindo sei lá de onde, e pôs-me à frente uma travessa linda de comida suculenta, um banquete. Comi, deliciado. Mas só porque estava cheio de fome naquela altura. Apareceu mesmo no momento certo.
O ator, no filme, sente-se um pouco vulnerável face às críticas e à perceção geral do público. No seu caso, contudo, parece que nunca lhe interessou ser validado por Hollywood. Nunca o vi nos jornais de escândalos. Nunca o vi a procurar filmes de alto perfil. Como foi o seu percurso depois do “Batman”? O “Batman” foi uma
“Recusei convites estando consciente de que havia outros atores a recusar convites. Não sou pessoa que procure avidamente uma oportunidade, mas, ao mesmo tempo, não sou estúpido”
questão de sorte e coincidência. No primeiro momento, ter feito aquele filme foi importante porque dali em diante não me senti obrigado a fazer outras coisas só para pagar as contas. Possibilitou que me mantivesse marginal. Também havia outras realidades. Por exemplo, o meu filho. Queria estar com ele o mais tempo possível numa altura em que eu e a mãe já nos tínhamos separado. Mas digo-lhe já que esses tais filmes recusados não eram nada de especial. Recusei convites estando consciente de que havia outros atores a recusar convites. Não sou pessoa que procure avidamente uma oportunidade, mas, ao mesmo tempo, não sou estúpido. Gosto de ganhar a vida, claro, mas também gosto de fazer aquilo que me agrada. O “Batman” foi um fenómeno, sim. Abriu-me muitas portas. Quando o filme obteve aquele sucesso internacional – lembro-lhe que foi mesmo uma mudança radical a nível dos super-heróis – tudo mudou, tudo ficou diferente. Foi uma bênção. Não olho para a herança Batman como uma maldição. Obrigou-me a trabalhar mais, a
Tem casa em Los Angeles, não tem? Só pergunto porque não parece fazer parte da galáxia Hollywood… Sim,
Trabalho
ter mais certezas, a colocar a minha convicção naquilo que realmente queria fazer. A carreira continuou. Não se ficou por aí. Fazia coisas antes e, logo depois do “Batman”, fui fazer um thriller chamado “Pacific Heights”. Para o “Birdman” percebi que a minha personagem, embora também tivesse feito outros filmes, se mantinha assombrado por aquele primeiro sucesso popular. Comigo foi diferente. Não havia vulto assombrado pairando sobre mim. Sentia-me perfeitamente satisfeito.
tenho. Passo aqui uma boa parte do tempo. Adoro a Califórnia, em geral. Uma loucura. Os norte-americanos gostam de estar sempre a dizer mal dos californianos mas, a meu ver, é um sítio fascinante e cheio de ideias que mais tarde ou mais cedo são adotadas noutras partes do mundo. Há tantas franjas étnicas e ideias malucas. Adoro. Mas vive num rancho longe de tudo o que tem ar cosmopolita, não é? Como é o seu dia típico? Sim, ainda passo lá
muito tempo. Venho da Pensilvânia. Da parte mais ocidental do estado. Havia muitas comunidades industriais, mineiras, trespassadas pela constante linha de caminho de ferro. A minha mãe vem de um segmento mesmo duro dessa vida industrializada. E o meu pai, esse, era rapaz do campo. Toda a nossa infância foi passada assim. Vivíamos no campo. Ainda hoje não sei, literalmente, se consigo estar muito tempo fechado num compartimento. Adoro ir aos sítios a pé. Ter à volta muito espaço físico faz parte do meu código genético. Vivo numa comunidade rural que inclui muitos artistas. Escritores, pintores, fotógrafos. Um dia típico? Custa-me sempre acordar. Faço café. Abro a porta aos cães, vou com eles dar um passeio. Se calhar ainda faço jogging. Depois, porque o sítio é tão remoto que não consigo ter entrega de jornais ao domicílio, vou à Internet consultar os noticiários. Quando me dou conta há um vizinho à porta a dizer que vai ser preciso consertar uma cerca.
3 SPORT
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Futebol internacional
“Juve” empata com Inter e deixa aproximar Roma Juventus e Inter empataram a um golo em Turim, em jogo a contar para a 17ª ronda da Liga italiana. O anfitrião Tevez e o visitante Icardi marcaram os golos. Ao perder dois pontos, a líder “Juve” vê reduzida para um ponto a vantagem sobre a Roma – ganhou em Udine (1-0).
NBA
Nowitzki, sétimo melhor marcador de sempre O alemão Dirk Nowitzki tornou-se o sétimo melhor marcador de sempre da NBA com 15 pontos na vitória dos Dallas Mavericks sobre os Brooklyn Nets, por 96-88. O extremo-poste alemão destronou Moses Malone (27.409 pontos) e soma agora um total de 27.412 pontos na carreira.
Rio Ave qualifica-se na festa do golo Imperou a lei do mais forte em Vila do Conde, com o Rio Ave a seguir para as meias-finais da Taça de Portugal à custa do Gil Vicente, num triunfo gordo (5-2). Finalista vencido da época passada, o Rio Ave vai defrontar, num duelo a duas mãos, o vencedor do Sp. Braga-Belenenses. © ESTELA SILVA/LUSA
Sérgio Conceição
“Vivo intensamente a minha profissão e garanto que a minha maldade perante o adversário é zero” Técnico do Sp. Braga, sobre as críticas que recebeu do presidente do Marítimo, Carlos Pereira, relativamente à sua conduta em campo. Sérgio Conceição falava no lançamento do Sp, Braga-Belenenses de hoje (19h00, SPTV 1), no Minho, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal. Também hoje se joga o Sporting-Famalicão (21h00, SPTV 1), ficando para amanhã o Marítimo-Nacional (20h00, SPTV 1).
Pior estreia era impossível, Nadal Ténis. Rafael Nadal entrou em 2015 como fechou 2014, a perder. Carrasco: o alemão Michael Berrer, nº 127 do mundo. Número três do ranking, o espanhol até começou bem o torneio ATP 250 de Doha, no Catar, cujo título defendia, e venceu o primeiro set por 6-1. Contudo, Nadal ficou para trás no segundo set (6-3) e sofreu o knock-out no terceiro e decisivo (6-4), isto perante um rival vindo do qualifying. Aos 34 anos, Michael Berrer tinha apenas duas vitórias na carreira contra tenistas top 10. Até ontem. O último encontro oficial de singulares de “Rafa” remontava a 24 de outubro, quando perdeu no Open de Basileia com o jovem Borna Coric, então com 17 anos. Será, por isso, um Nadal fora de forma a chegar ao Open da Austrália (19 janeiro
Sem café... nada a fazer Serena Williams (EUA) foi batida na Taça Hopman pela canadiana Eugenie Bouchard, por pesados 6-2 e 6-1. • No fim da partida realizada em Perth, Austrália, Bouchard, que nunca vencera Serena, ‘meteu-se’ com a nº 1 mundial. “Talvez ela precisasse de outro café”, disse, aludindo ao café que Serena pediu e tomou na véspera, durante o encontro com a italiana Flavia Pennetta – na altura perdia por 6-0, mas deu a volta e venceu confortavelmente.
a 1 de fevereiro), o primeiro major do ano de 2015. Bem diferente foi o primeiro jogo oficial da nova temporada para o líder do ranking: Novak Djokovic cedeu apenas três jogos contra o compatriota sérvio Dusan Lajovic (6-2 e 6-1) na sua estreia em Doha. O encontro só durou 59 minutos, o que pode ser explicado, por exemplo, com a eficácia da estrela sérvia no aproveitamento dos pontos de quebra de serviço (5/6) do adversário. Outro torneio em andamento é o Brisbane International, na Austrália, e já há uma notícia relevante: o australiano Lleyton Hewitt, campeão em título, foi afastado logo à primeira pelo compatriota Sam Groth (6-3 e 6-2). Roger Federer é o primeiro cabeça de série e joga hoje contra o anR.A.C. fitrião John Millman.
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Andebol
Portugal vence Bósnia no torneio do Catar A seleção portuguesa de andebol derrotou a Bósnia-Herzegovina, por 26-22, na segunda ronda do torneio de andebol do Catar, a disputar em Doha, com a participação daquelas duas seleções e a do país anfitrião. Na primeira ronda, Portugal perdeu por 25-22, diante do Catar. A classificação final será definida depois de Bósnia e Catar se defrontarem.
Liga
Rui Costa arbitra Benfica contra V. Guimarães O portuense Rui Costa vai dirigir no sábado o Benfica-Vitória de Guimarães, jogo “grande” da 16ª jornada da Liga, que opõe o líder ao terceiro classificado. No mesmo dia, o bracarense Manuel Mota vai ajuizar o FC Porto-Belenenses. Outro jogo de cartaz na ronda, o Sp. Braga-Sporting de domingo terá como árbitro o lisboeta Hugo Miguel.
Todo o terreno. Gonçalves continua no segundo lugar
Um príncipe em Zurique?
O estreante austríaco Matthias Walkner (KTM) venceu a sua primeira etapa num rali Dakar, no dia em que o português Paulo Gonçalves (Honda) manteve o segundo lugar na geral das motos. Antigo campeão de motocrosse, o austríaco precisou de apenas três etapas para conseguir o feito. Depois de duas presenças no pódio nas etapas inaugurais, Paulo Gonçalves foi apenas quinto, a 2m49, mas manteve a segunda posição, a 5m33 de Joan Barreda (Honda).
FIFA. O príncipe da Jordânia anunciou a sua candidatura à presidência do organismo que tutela o futebol mundial. Ali Bin al-Hussein, de 39 anos, é o líder da Associação de Futebol da Jordânia, cargo que acumula com o de vice-presidente da FIFA desde 2011, e propõe-se tirar a cadeira do poder em Zurique ao suíço Sepp Blatter – este vai em 17 anos de presidência e procura a eleição para um quinto mandato. Via Twitter, o príncipe jordano explicou que concorre ao cargo porque acredita ser “tempo de tirar o foco das polémicas internas e voltar a colocá-lo no desporto”. A três semanas do fim da entrada das candidaturas (29 de janeiro), perspetiva-se uma corrida a três no pleito de 29 de maio. O francês Jérôme Champagne, antigo vice-secretário-geral da FIFA, também está RUI ALEXANDRE COELHO na corrida.
Carros
17.º Ali Bin al-Hussein coloca-se no caminho do presidente cessante e candidato a um quinto mandato, Sepp Blatter. © PAULO CALADO
foi o melhor lugar de um português na terceira etapa da prova de carros, no caso por Ricardo Leal Santos (Nissan), sendo agora 22º da geral, a 1h35m45s. Na geral, Carlos Sousa (Mitsubishi) manteve-se em 9º. PUB
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