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Entrevista Salvador Martinha mostra que tem as respostas “Na Ponta da Língua” pág. 08

Cultura Livraria Lello celebra 110 anos com menos visitas, mas mais vendas pág. 09 PUB

PORTUGAL quarta-feira 13 janeiro 2016 ano 11, nº 2452 Lisboa 7° | 15°

Porto 8° | 15°

www.readmetro.com Diretor: Diogo Torgal Ferreira

Coração de Istambul alvo de terrorismo Mundo. Atentado que matou 10 pessoas em bairro histórico terá a autoria do autoproclamado Estado Islâmico pág. 06 Nacional

Focus

“Presidente” reina em 2015 Foi esta a palavra mais usada no ano passado pelos meios portugueses de comunicação, diz um estudo pág. 04

Economia

Preço do petróleo preocupa Presidente da OPEP marca reunião extraordinária do cartel para analisar queda do preço do ouro negro pág. 07

Sport Conversámos com a atriz Saoirse Ronan, o “cometa irlandês” que brilha como poucos na grandiosa adaptação ao grande ecrã do aclamado romance de Colm Tóibín, “Brooklyn” págs. 10 e 11 © REUTERS

Leão assim... só em 1969 Desde o final dos “swinging 60s” que o Sporting não estava tão bem pág. 14

EDUARDA ANDRINO

Teatro. Peça relata história e drama de um jovem que é vítima de bullying “Bullying – Uma História de Hoje” tem percorrido todo o País e está de volta a Lisboa, mais precisamente ao Centro Cultural de Carnide, já este sábado pág. 02 PUB


www.readmetro.com QUARTA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2016

FOCUS | 02

A peça de teatro da ContraPalco “Bullying – Uma História de Hoje” vai percorrer mais de 20 cidades portuguesas. © EDUARDA ANDRINO

Esta é uma história de hoje e de sempre Cultura. Peça “Bullying – Uma História de Hoje” estreou em outubro e está a correr o País. Sábado regressa a Lisboa e mantém o mesmo objetivo: tentar mudar mentalidades. Uma em cada três crianças em todo o mundo, com idades entre os 13 e os 15 anos, são regularmente vítimas de bullying na escola. A conclusão é de um estudo da Unicef realizado em 190 países. Contudo, os especialistas defendem que estes números são superiores. “[Em Portugal] o número pode ser superior a 240.000 vítimas”, defendia Susana Carvalhosa, do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE – Inst. Universitário de Lisboa, durante um seminário sobre “Estratégias e medidas de prevenção de bullying e do cyberbullying”, em Lisboa. Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais mostrava apenas um desses mais de 240.000 casos: um jovem agredido pelos colegas, com bofetadas e socos, durante quase 13 minutos. O vídeo, filmado há mais de um ano na Figueira da Foz, deu o mote e serviu de alerta para que nascesse esta peça: “Surgiu após vários acontecimentos de casos de bullying, sobretudo o último caso mais falado, dos jo-

vens adolescentes da Figueira da Foz. Achámos que devíamos fazer algo para mudar a mentalidade desses muitos jovens espalhados pelo País. O teatro tem essa função, a de chegar a todos e passar uma mensagem”, começa por explicar ao metro o ator e também encenador Ricardo Figueira. “Bullying – Uma História de Hoje” é o relato de um jovem vítima de bullying por um grupo de amigos. Com texto de David Carronha, a peça é interpretada por um conjunto de jovens atores composto por Ricardo Figueira, Marisa Carvalho, Tiago Pina, Inês Fragata, Nélson de Souza e Sara Monteiro.

Trata-se de uma obra forte que regressa agora a Lisboa – mais precisamente ao Centro Cultural de Carnide – e que não tem deixado o público português indiferente. “Têm aceitado este espetáculo de uma forma bastante boa, com muita emoção. Trata-se de uma realidade muito cruel, é difícil ficar indiferente”, diz o também co-fundador da ContraPalco Produções de Teatro, responsável pelo espetáculo. “Bullying – Uma História de Hoje” estreou-se no dia 30 de outubro no Centro Cultural de Carnide e seguiu viagem por todo o País. Passou por Portalegre, Castelo Branco, Viseu, Leiria e regressa agora a Lisboa, para depois voltar à estrada: Vila Real, Coimbra, Olhão, Torres Vedras, Braga, Porto, Guarda, Faro e Castelo Branco

estão na agenda. “Esta ‘descentralização’ permite que muito mais gente vá ao teatro, dado que os custos são minimizados. Ainda existem zonas do País que têm pouca oferta cultural, cabe-nos a nós, enquanto companhia, a missão de fazer mais e melhor e de chegar a todos”, argumenta Ricardo Figueira. E, por isso mesmo, o artista deixa o convite: “Venha assistir ao nosso próximo espetáculo ‘Bullying – Uma História de Hoje’ porque ficar calado não é soluPATRÍCIA TADEIA ção.”

Tome nota! 15/jan: Vila Real 16/jan: Centro Cult. Carnide (Lisboa) 20/jan: Auditório do IPJ (Coimbra) 4/fev: Sociedade Recreativa Olhanense, Olhão 12/fev: Cine Teatro (Torres Vedras) 13/fev: Centro Cult. Carnide (Lisboa) 16/fev: IPDJ (Braga) 19/fev: Junta Freg. Bonfim (Porto) 25/fev: Auditório do IPDJ (Guarda) 10/mar: IPDJ (Faro) 5/mai: IPDJ (Castelo Branco)


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JORNAL

O estudo teve como objetivo apurar as palavras que mais se destacaram na agenda mediática nacional no ano de 2015. © JOÃO FERRÃO

“Presidente” lidera ranking “Media”. Esta foi a palavra mais utilizada nos meios portugueses de comunicação durante o ano de 2015. A conclusão é de um estudo da Cision, a que o metro teve acesso. Paulo Rangel

“Apesar da toada crítica, muitas vezes dura e até impiedosa, da sua produção analítica, Marcelo revela sempre, relativamente ao statu quo nacional, uma capacidade de valorizar os pontos positivos, aqueles que podem servir de alavanca a uma melhoria da vida das pessoas” Excerto da crónica do eurodeputado do PSD no Público de ontem.

A palavra “Presidente” foi a mais referenciada em artigos noticiosos, tendo surgido 712.486 vezes nos media no ano passado, conclui o estudo da Cision. “O papel ativo desempenhado pelo Presidente da República no período conturbado pós-legislativas, e ainda as eleições presidenciais cuja campanha se

Justiça

encontra a decorrer e que irão realizar-se a 24 janeiro de 2016, foram dois motivos fortes” para a escolha, explica a Cision. Nesta lista de palavra mais usada nos media nacionais em 2015 seguiram-se “País”, com 655.485 referências; “Euros”, com 560.577 referências; e “Equipa”, com 480.364. A pa-

Televisão DUARTE RORIZ/CM

Bragaparques: tribunal mantém a absolvição A Relação de Lisboa manteve ontem a decisão de absolver o antigo presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues e os ex-vereadores Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão, arguidos no processo Bragaparques. Recorde-se que os três ex-autarcas foram absolvidos em 2014 pelo tribunal de primeira instância de prevaricação de titular de cargo político, mas o Ministério Público interpôs recurso para o Tribunal da Relação.

lavra “Euros”, que havia sido a mais referenciada pelos media portugueses em 2014, foi desta forma substituída pela palavra “Presidente” no 1.º lugar deste ranking, no ano de 2015, lê-se neste estudo. A fechar o top 5 desta lista surge a palavra “Acordo”, com 467.293 referências apuradas em artigos noticiosos. A próxima palavra que consta deste ranking é “Governo”. Neste ranking de palavras seguem-se as palavras “Jogo”, “Empresa”, “Futebol” e, a fechar, a palavra “Iniciativa”.

Mais canais na TDT O presidente do Conselho de Opinião da RTP, Manuel Coelho da Silva, defendeu mais canais na televisão digital terrestre (TDT), pelo que devem ser feitos estudos sobre o tema tendo em conta o interesse público.

Cinema. Recorde de espetadores batido no ano passado O cinema português que se estreou em 2015 no circuito comercial foi visto por 940.063 espetadores, registando o valor mais elevado desde 1975, revelou à Lusa o ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual. Os portugueses foram mais vezes ao cinema e viram mais filmes portugueses em 2015 – dos 14,5 milhões de espetadores contabilizados, 940.063 (6,5%) viram cinema português.


NACIONAL | 05

Lisboa

Perfil do candidato MÁRIO CRUZ/LUSA

Porto

Ajuda externa

Pilotos de fora do projeto da Segunda Circular

Bolhão: Rui Moreira aguarda aprovação

Governo de Costa recebe troika a 27 de janeiro

A Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA) está “atónita” por a Câmara de Lisboa não ter ouvido as entidades aeronáuticas sobre os eventuais riscos para a segurança da aviação que o projeto da Segunda Circular pode acarretar. À Lusa, a Câmara assegura que o projeto não vai afetar o tráfego aéreo.

O presidente da Câmara do Porto disse ontem que aguarda a aprovação, por parte da Direção-Geral de Cultura, do projeto para requalificar o mercado do Bolhão, comprometendo-se a apresentá-lo ao Executivo quando receber o parecer e insistiu que o projeto avança mesmo sem a candidatura aprovada.

A troika regressa a Lisboa para a primeira visita desde a tomada de posse do Executivo de António Costa, que está a reverter medidas de austeridade impostas durante o resgate. A missão que junta o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu decorrerá de 27 de janeiro a 3 fevereiro.

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Cândido Ferreira, 66 anos “Aqui estou, sem qualquer apoio partidário nem financiamento de ninguém. Estou bem assim”, começa por dizer no seu site de candidatura. O médico Cândido Ferreira, e antigo presidente da Federação de Leiria do PS, apresentou a candidatura no dia 25 de abril de 2015. Tem 66 anos e é natural de Cantanhede (Coimbra). Em 1974 filiou-se no PS e, dois anos depois, foi mandatário-jovem de Ramalho Eanes, candidato à Presidência da República, tendo-se desvinculado do PS, ao qual voltou em 1982. O médico nefrologista dirigiu a bancada socialista na Assembleia Municipal de Leiria entre 1985 e 1989, tendo sido depois candidato a presidente da câmara local. Entre 1991 e 1995 foi presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, tendo sido ainda diretor de campanha do presidente Jorge Sampaio. Em 2002 integrou a lista à Assembleia da República do PS por Leiria em lugar não elegível. Já em 2011, contestou a liderança de José Sócrates, acabando por pedir a demissão do PS. Agora apresenta a sua candidatura às eleições presidenciais porque, como argumenta, “nunca tantos portugueses sofreram tanto às mãos de tão poucos e sem que o Presidente da República alguma vez tivesse tomado alguma atitude firme em prol do nosso povo”. Para Cândido Ferreira, “o exemplo tem de vir de cima e é altura de pôr fim ao despesismo insaciável e insustentável da atual classe política”.


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MUNDO | 06

Argentina

Máfia na polícia O presidente Mauricio Macri denunciou que as forças de segurança da Argentina estão infiltradas pelas máfias e admitiu que estão “longe” do profissionalismo necessário para derrotar o avanço do tráfico de drogas no país.

Alemanha

VW diz que não mentiu O presidente da Volkswagen (VW) disse à rádio NPR que não houve “mentira” no caso dos veículos com dispositivo no motor que contornava testes antipoluição. “Não fizemos a interpretação correta da lei dos EUA”, disse Matthias Müller, cuja defesa foi criticada pela imprensa do seu país.

“El Chapo” sempre se movimentou no submundo Um jornalista passa num esgoto ligado a uma casa, em Los Mochis, México, para ser usado numa potencial fuga pelo barão da droga Joaquín “El Chapo” Guzmán, entretanto, recapturado. O presidente mexicano, Peña Nieto, disse ontem que 80% dos criminosos mais perigosos do país deixaram de ser ameaça e que a detenção de “El Chapo”, “o criminoso mais perigoso do mundo”, acredita a coordenação das instituições a favor da segurança e do Estado de Direito. © REUTERS RICHARD BARTZ

Conflitos. 24 milhões não vão à escola Uma em cada quatro crianças (quase 24 milhões) que vive em 22 países afetados por conflitos não frequenta a escola, diz um estudo realizado pela Unicef. No Sudão do Sul vive a maioria das crianças afetada, pois 51% das crianças com idade para frequentar o ensino primário e secundário não têm acesso à educação. Segue-se Níger (47%), Sudão (41%) e Afeganistão (40%).

Alemanha. Crimes levarão à expulsão de refugiados O governo alemão vai endurecer a legislação relacionada com os abusos sexuais, indicando que os refugiados condenados por estes crimes e por outros delitos graves serão expulsos daquele país. A decisão surge após a vaga de agressões sexuais em Colónia, na passagem de ano. Ato contínuo, as autoridades alemãs disseram temer mais atos de violência xenófoba contra estrangeiros.

Atentado mata dez em Istambul Turquia. Oito das dez pessoas que morreram eram turistas alemães. Atentado suicida foi perpetrado por um jiadista do autoproclamado Estado Islâmico, avançam autoridades turcas. O primeiro-ministro turco não perdeu muito tempo e, logo depois do ocorrido ontem de manhã em Istambul, telefonou à chanceler alemã, Angela Merkel, para lhe dar as condolências e garantir que “tudo será feito pelos alemães feridos” – houve pelo menos 15 no ataque. Um pouco mais tarde, Ahmet Davutoglu anunciou que o bombista suicida era sírio e “membro do Daesh”. Por sua vez, o presidente turco, Recep Erdogan, afirmou que o seu país “é o principal alvo dos grupos terroristas da região”, acrescentando que “combate todos de forma igual”. Já Merkel revelou-se “preocupada” com as vítimas alemãs e recor-

dou os atentados de Paris, Tunísia ou Ancara, capital turca, para lembrar a “crueldade do terrorismo”. Entretanto, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros pediu aos alemães na Turquia para evitar locais com muitas pessoas e atrações turísticas, temendo novos atentados. Sultanahmet, local do atentado, é, precisamente, um dos bairros turísticos mais visitados de Istambul. Apesar de tudo, Kursat Yilmaz, operador turístico de Sultanahmet, vendeu uma viagem a um turista uma hora após o atentado. “O terrorismo agora acontece em todo o lado... as pessoas estão habituadas”, referiu à agência Reuters. LUÍS CARMO

Um país fustigado O atentado que matou ontem dez pessoas, todas estrangeiras, na praça Sultanahmet – ponto turístico de Istambul com a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia –, não é caso único na Turquia, país que teve um ano especialmente violento. • Em Ancara, a capital, um atentado do Daesh matou mais de 100 pessoas em outubro passado; • A cidade de Suruc, perto da fronteira com a Síria, também foi alvo de atentado bombista em julho; • Curdos e turcos também terminaram as tréguas em julho passado: recorde-se que o partido PKK quer mais autonomia para os curdos.


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Mais de metade aceita cartões Consumo. Cerca de 54% das microempresas em Portugal aceitam pagamentos com cartão, revela um novo estudo.

ECONOMIA | 07

O dia a dia dos mercados Petróleo

Ouro

Psi-20

$31.79 (-4.07%)

1.104,70 (+0,66%)

5.134,66 (+1,75%)

Euro para: Dólar 1,085; Libra 0,751; Real 4,373

Segundo o “Barómetro Cartões Microempresas 2015” – estudo da Inmark feito para a Mastercard em 2015 –, 42% dos empresários inquiridos aceitam pagamentos eletrónicos porque “é importante para o cliente, por motivos de comodidade”. Dado importante: se o consumidor gasta em média €50 por compra em dinheiro, esse montante ascende aos €71 quando pago com cartão. Quanto aos 46% de microempresas que não aceitam pagamentos eletrónicos, o motivo prende-se essencialmente com o setor de atividade onde atuam. Razões mais apontadas? Os “custos de gestão” e “não ser solicitado pelos clientes”. AGÊNCIA LUSA

Mobilidade

Uber assina acordo com a Hainan Airlines

Estudo envolveu 400 entrevistas, número que para um intervalo de confiança de 95,5% tem uma margem de erro de 5%. © PEDRO CATARINO/CM

A empresa de serviço de transportes Uber e a companhia aérea privada chinesa Hainan Airlines (HA) anunciaram ontem um acordo de cooperação para oferecer em conjunto voos e serviços de táxi na China, informou a agência oficial Xinhua. Segundo a parceira, a Uber disponibilizará aos passageiros da HA desde o aeroporto até ao destino final.

Petróleo. OPEP quer reunião de emergência O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) disse ontem que vai marcar uma reunião extraordinária do cartel para o “início de março”, para analisar a queda dos preços do petróleo. Numa conferência em Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos, Emmanuel Ibe Kachikwu, também ministro dos Petróleos da Nigéria, divulgou que exigiu uma reunião extraordinária para debater os preços, que atingiram o seu nível mais baixo em 12 anos.

Número

31 Na semana passada, o preço do barril de light sweet crude (WTI) caiu abaixo de 31 dólares, o valor mais baixo em 12 anos, por causa do excesso de oferta, da valorização do dólar e de uma procura estagnada. PUB


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“O humorista escolheu esta fotografia porque o azul da camisola ia buscar os tons de azul do prédio lá atrás”, disse Salvador Martinha a propósito deste seu retrato. © JOÃO FERRÃO

SALVADOR MARTINHA O comediante vai estar de amanhã até sábado (21h30) no Teatro da Trindade a apresentar o seu espetáculo de “stand-up comedy”, “Na Ponta da Língua”. O metro conversou com Salvador sobre a sua arte, a sua escrita, a sua relação com os fãs e sobre as inevitáveis polémicas.

“A COMÉDIA É UM OFÍCIO, E É PRECISO ESTUDÁ-LA” Depois de se ter estreado na semana passada no Teatro da Trindade, “Na Ponta da Língua” regressa amanhã para a segunda semana. Como é que é o frenesim que antecede as suas subidas ao palco?

Quando comecei, ficava nervoso um mês antes! Marcava o espetáculo, tinha um dia de alegria e ficava: “Ai, agora...” À medida que o tempo passa, fico nervoso cada vez mais perto da data do espetáculo. Como funcionam os ensaios?

Sou muito obsessivo com os textos: pego em post-its, escrevo cada piada num post-it e colo-o no espelho. Parece o espelho de um louco. O que é que muda de um espetáculo para o outro? Em comparação com o último “Cábula”, “Na Ponta da Língua”

é um texto completamente novo ou há uma reciclagem?

As pessoas têm sempre a expetativa de que o stand-up comedy deve ser sempre diferente. Ninguém pergunta aos atores do “Fantasma da Ópera”: “Na próxima semana é igual?” Há sempre um guião, muda é a interação com a plateia. É muito reativo?

Sim, estou atento a tudo. Se há alguém que na 8.ª fila que abre gomas, está tramada! Ou a malta que está ao telemóvel, que julga que não os vejo e que no escuro parecem a aparição de Fátima.

era jeito natural, mas que hoje se percebe que dá trabalho. Como os cozinheiros: “O senhor Abílio faz um bife incrível? Abre uma tasca!” Agora o senhor Abílio já é um chef! O stand-up é assim: malta que tinha o jeito e foi pesquisar. É um ofício e é preciso estudá-lo. É mais irritante um engraçadinho do que um cozinheiro de tasca?

É, de facto. Mas as pessoas irritam-se com facilidade. Dos médicos ninguém diz: “Para mim esse gajo não é médico!” Nos humoristas pode dizer-se: “Para mim não tem piada nenhuma!” Nem todas as opiniões são trigo: há muito joio.

O nosso público começa a perceber que o stand-up comedy não é só ser-se engraçadinho? Há uma ciência...?

Há uns dias o Rui Sinel de Cordes apanhou com a fúria do Facebook...

Há profissões que se pensava que

Foi? Nem sei.

A sério? Foi algo do género: da próxima vez que mandar um piropo a uma senhora e esta apresente queixa, vai violá-la, porque se é para ir parar à prisão que seja de barriga cheia.

Já sei. Vi a piada, mas nem vi que deu polémica. Mas defendo a piada! Qualquer piada, porque é apenas uma piada. As pessoas levam tudo a mal. Claro que sabemos que, ao tocar em determinados temas, vamos ter retorno... Arrepende-se de alguma piada?

Diariamente, tenho pessoas que gostam e não gostam. Estamos constantemente num coliseu [romano]. Vou responder assim: nunca na minha vida apaguei uma piada, nunca volto atrás nem peço desculpa. Mas não quero ser polémico só para crescer. Por um lado, há que ser espontâneo, alegre e anfitrião. Por outro, exige recato para a escrita. É difícil lidar com os dois lados?

Há uma frase, não sei de quem, que diz: “O humorista, tal como a fera, anda sempre sozinho”. É uma profissão muito solitária, porque o que digo em palco, se calhar passei um maior número de horas sozinho a escrevê-lo. Mas não gosto de intelectualizar esse lado porque, volto a dizer, é um ofício. Como os padeiros, que acordam às seis da manhã para fazer o pãozinho quentinho. É a minha profissão e, quanto mais escrevo, melhor BRUNO MARTINS me posso tornar.


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Lello com razões para comemorar Livros. A Livraria Lello, do Porto, celebra hoje 110 anos. Nos últimos seis meses registou um aumento de quase 300% na venda diária de livros... apesar de receber menos visitas. Em entrevista à agência Lusa no âmbito da celebração da especial data, o administrador José Manuel Lello mostrou-se satisfeito: “Vendemos mais livros. Tínhamos uma média diária de venda de livros de 190 e, neste momento, andamos numa média de 522 livros”, afirmou à Lusa, reconhecendo que é “incrível” o aumento de quase 300% nas vendas.

Celebração Em dia de aniversário, a Lello oferece 110 exemplares de “A Lágrima”, de Guerra Junqueiro, e vários momentos artísticos. Um deles é uma performance teatral com atores a fazer “renascer” as palavras de Florbela Espanca e Camilo Castelo Branco.

As entradas de hoje, em dia de aniversário, são grátis, mas desde julho que as visitas à Livraria Lello, considerada uma das mais belas do mundo (ver caixa), são pagas através de vouchers de €3 que são dedutíveis na compra de livros. Com a iniciativa de um controlo das entradas na livraria, o administrador reconhece que agora têm menos visitantes, mas, por outro lado, registam mais vendas de livros e é possível um melhor atendimento ao público. “Temos em média, no verão, à volta de 2.500 entradas – no verão incluo até outubro – e nestes últimos dois meses [novembro e dezembro], o tráfego baixou um pouco, numa média de 1.500 pessoas por dia”, adiantou José Manuel Lello, reiterando que são números que satisfazem “imenso” a gerência, porque com menos pessoas dentro da loja a Livraria Lello está AGÊNCIA LUSA a vender mais livros.

2 CULTO

Televisão

“Fear The Walking Dead” regressa em abril

George Miller

A segunda temporada de “Fear The Walking Dead”, o spin-off de “The Walking Dead”, vai estrar-se em Portugal – em simultâneo com os EUA – no dia 10 de abril no canal AMC. O primeiro episódio desta história pós-apocalítica está marcado para a madrugada desse domingo, às 02h30, para poder acontecer em simultâneo com os EUA.

Literatura

“Mein Kampf” aumenta tiragem em Portugal A versão portuguesa de “Mein Kampf” (“A Minha Luta”), de Adolf Hitler, vai ter uma reimpressão de 500 exemplares, pedida por livreiros. “Estamos a chegar aos 1.500 exemplares, em menos de um mês”, resumiu o editor Hugo Xavier, da E-Primatur, salientando que não se trata do total de vendas, mas de livros disponíveis nas livrarias.

As últimas homenagens a Bowie Milhares de pessoas, por todo o mundo, prestam as últimas homenagens a David Bowie, falecido no domingo vítima de cancro no fígado. Em Brixton, são vários os fãs que têm feito celebrações espontâneas: desde murais pintados até ajuntamentos de multidões a cantar êxitos do “camaleão”. © REUTERS

“Não volto a fazer mais filmes de ‘Mad Max’. ‘A Estrada da Fúria’ demorou uma eternidade. Filmei na Austrália, a chover sem parar. Tínhamos de fazer paragens de 18 meses nas filmagens e cada viagem de volta aos EUA são 27 horas” O realizador australiano confirmou ao New York Post que não volta aos universos de “Mad Max”.

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“Os irlandeses são uma nação de gente que parte” 7ª arte. “Brooklyn”, a adaptação cinematográfica de John Crowley (escrita por Nick Hornby) baseada no livro de Colm Tóibín, traz-nos uma interpretação de sonho para um papel corajoso da atriz irlandesa Saoirse Ronan. JOHN-MIGUEL SACRAMENTO EM HOLLYWOOD

Mesmo que não tenham visto a atriz Saoirse Ronan no passado domingo tal como ela apareceu nos Golden Globes toda alta e cívica no meio de um vestido branco e longo moldado em estilo grego clássico, certamente sabem quem ela é. Foi a miúda britânica que, no filme “Expiação”, diz uma mentira que causa ondas mortíferas no seu passar.

A enorme expressividade ficou logo enaltecida, aquela capacidade de mexer nas grandes feridas e de compreender as tragédias que ainda deviam estar escondidas para lá da inocência. Os olhos dela, azuis transparentes para que melhor fique exposto o poder que escondemos por trás da capa mais angélica, deram-lhe uma carreira no grande ecrã. Desde o cinema mudo que

não se viam olhos tão importantes. Foi à Saoirse que o cinema entregou, esta semana, outra grande responsabilidade: em história escrita por escritor famoso (ai, o peso intelectual e os ataques viperinos ao virar da esquina!) representa a jovem irlandesa que sucumbe à pressão financeira da depressão económica e vai viver para Nova Iorque no tempo em que as vagas da emigração europeia para o Novo Mundo atingiam recordes e a está-

tua da Liberdade ainda era sinal de esperança. O filme chama-se “Brooklyn” e é uma pequena obra-prima. Se a quiserem ver ao vivo, a Saoirse vai estar em breve nos palcos da Broadway ao lado do grande Ben Whishaw, recriando os tempos da grande perseguição religiosa que Arthur Miller escreveu em “The Crucible”. Resumindo, a moça tem conhecimento e graciosidade. Foi durante o festival de Toronto que falou ao metro.

Voltar a casa

“Partimos, mas estamos sempre a regressar. Partimos, mas o nosso coração está sempre na Irlanda. Saímos do ninho, mas regressamos sempre a casa. Não tenho dúvida nenhuma disso”


CINEMA | 11

Sair de casa e ir viver para um sítio novo que fica do outro lado do mar é sempre um grande desafio. Há em Hollywood muita gente que sabe isso. Para si, casa significa o quê? Precisa de quê para se sentir em casa?

Preciso da minha mãe, acho. (risos) Mas agora mesmo a sério! Sem dúvida que a resposta é: a minha mãe. Neste enquadramento, não há mais nada que se compare, realmente, o que não deixa de ser muito interessante. A minha mãe acompanhou-me sempre ao longo da minha carreira, até eu completar 18 anos, e por isso nunca tive que me sujeitar a emoções menos bonitas como sentir saudades, ou sentir uma falta enorme daquilo que faz de mim uma pessoa inteira. Lembro-me que, depois de fazer 18 anos, não ter a minha mãe ao meu lado constantemente foi a grande adaptação que me senti obrigada a fazer. Tinha estado sempre ali, comigo, a chávena de chá pronta e a meu gosto. Mas não faz mal. Sempre vivi uma vida de adaptação constante. Não sou grande fã de mudanças bruscas ou radicais, mas, uma vez feita a mudança, instalo-me na nova situação sem problemas. Há muita gente que tem de ir viver para outro sítio, longe de casa. Noto muita gente por aí que teve a coragem de dar esse passo enorme. Felizmente, há sempre uma maneira de o viajante levar a casa consigo onde quer que vá.

O filme fala de uma jovem irlandesa que se vê obrigada a tentar a sorte na América. Mas, no seu caso, é uma irlandesa que viveu em Nova Iorque, verdade? É mesmo. Nasci no Bronx.

Aliás, vê-se mesmo, não é? (risos). Nota-se logo que eu e a J-Law nascemos no mesmo quarteirão. Fora de brincadeiras: sim, nasci em Nova Iorque, mas os meus pais são de Dublin – e foi para Dublin que se mudaram quando eu tinha três anos. Até aos 18 anos cresci na Irlanda, no condado de Carlow. No filme fiquei com a impressão de que a sua personagem, Eilis Lacey, gosta mais do tipo irlandês. Não

posso acreditar. A sério? O que o levou a ficar com essa impressão? Deu-me a ideia que o tipo americano tinha sido apenas a primeira paixoneta, importante numa determinada fase da vida. Depois disso, fiquei a pensar que ela tinha amadurecido. Como viu a coisa? O percurso dela é o de

uma mulher que tem o poder de fazer uma escolha. Trata-se de uma escolha que ela não poderia ter feito no início da história. Fecha-se o círculo, no fim. Ela tinha ido para Nova Iorque porque foi enviada para lá. Trata-se de uma pessoa que tem de se moldar à circunstância, mas, a partir de um certo ponto, ela apodera-se da circunstância e molda-a às suas necessidades. Estuda. Arranja emprego. Apaixona-se. Sim, é possível que entre ela e o To-

Citação

“Gostei muito de ver como o coração da Elis se divide. Mas gostei de ver, sobretudo, que o final é pouco típico de Hollywood. A escolha A não é pior do que a escolha B” ny haja diferenças. Desde logo, ele parece avançar com maior rapidez, a um ritmo diferente do dela. Mesmo assim, ela consegue ver o amor e o futuro que o Tony lhe preparou. Há um momento em que ela tem de enfrentar os segredos e as verdades, mas nota-se nela a determinação de aceitar as escolhas lúcidas que fez. Gostei muito de ver como o coração dela se divide. Mas gostei de ver, sobretudo, que o final é pouco típico de Hollywood. A escolha A não é pior do que a escolha B. Uma não é melhor ou pior que a outra. O importante é que ela teve o poder de tomar uma decisão. E tomou-a. Que relação tem agora com esta situação de quase dupla nacionalidade? Trabalha nos Estados Unidos, mas sente-se ainda irlandesa? Estou sempre a festejar

e a homenagear o meu lado irlandês. Creio que o facto de ter nascido em Nova Iorque, que continua a ser de certa maneira a cidade mais cosmopolita e importante do mundo, me permite dividir alianças entre uma identidade e outra. Serei sempre irlandesa, mas Nova Iorque está a transfor-

mar-se numa parte importante de mim. Os irlandeses são, como diz o realizador John Crowley, uma nação de gente que parte. Partimos, mas estamos sempre a regressar. Partimos, mas o nosso coração está sempre na Irlanda. Saímos do ninho, mas regressamos sempre a casa. Não tenho dúvida nenhuma disso. Dito isto, tenho planos para me mudar definitivamente para Nova Iorque em 2016 e mal posso esperar por esse momento. Noto que está sempre cheia de vida e que não se importa de partilhar essa energia com todos nós, sempre que aparece no ecrã. Há algo que a deixe especialmente em baixo, tristonha e murcha?

Claro que há. Todo o tipo de coisas. Quando estou com fome, fico triste, mesmo carrancuda. Também tenho uma grande dificuldade em gerir a minha nostalgia, estar longe de casa. Uma pessoa tem de passar por várias fases de aceitação e recuperação quando está a sobreviver a um caso sério de saudades.


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LAZER | 12

OBJETO DE CULTO

Herge del Rio. Cacilda Sena

Cotonete

Ficha técnica METRO PORTUGAL Título licenciado à Cofina Media, S.A. pertencente à PROPRIEDADE Metro International, S.A., EDITORA Cofina Media, S.A. Capital Social €22.523.420,40 Contribuinte 502 801 034, registada na C.R.C de Lisboa nº 502 801 034, Principal acionista Cofina, SGPS, S.A. (100%) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Paulo Fernandes (Presidente), João Borges de Oliveira, Luís Santana, Alda Delgado, Pedro Araújo e Sá, António Simões Silva DIRETOR GERAL COMERCIAL Hernani Gomes DIRETORA GERAL DE MARKETING Isabel Rodrigues DIRETOR DE PRODUÇÃO António Simões da Silva DIRETOR COMERCIAL ONLINE José Frade DIRETOR DE INFORMÁTICA Rui Taveira DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS Nuno Jerónimo DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Alda Delgado DIRETOR DE CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS João Ferreira de Almeida DIRETORA RESEARCH Ondina Lourenço SEDE: Administração, Redação, Publicidade Rua Luciana Stegagno Picchio, 3, 1549-023 Lisboa Tel. 210 494 000 E-mail: geral@metroportugal.com N.º registo ERC: 124635, Depósito Legal: 220825/04, ISSN 2183-7228, Periodicidade Diária Distribuição Gratuita Impressão Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas S.A. Rua Consiglieri Pedroso 90, Casal de Santa Leopoldina, 2730-053 Queluz de Baixo DEPARTAMENTO COMERCIAL DIRETOR COMERCIAL Ricardo Branco Diretora-adjunta Ana Silveira Agências Adriana Macedo, Daniel Barata, Margarida Rego, Paula Tavares, Raquel Pinto; Diretos João Pedro Rodrigues (Team Leader), Filomena Mestre, Helena Sanhudo, Joana Almeida, Luís Farinha Planeamento Maria da Luz Veiga Tel. 210 494 204/210 494 815; Fax 210 493 134 PORTO Tiago Medeiros (Coordenador), Gabriela Raposo Tel. 225 322 309 Fax 225 322 399 E-mail publicidade@metroportugal.com Ativações e Eventos Tânia Sant’ Ana (Team Leader), Carlota Montenegro, David Fernandes, Mafalda Esteves, Maria Barbosa DESIGN GRÁFICO Joana Pio, Rui Gonçalves DIRETORA MARKETING Isabel Rodrigues Diretor-adjunto João Aleixo Gestor de Produto Manuel Aleixo Passatempos Célia Carmo, Marta Tavares (info@clubedepassatempos.pt) CHEFE DE DISTRIBUIÇÃO José Magalhães Distribuição António Caldeira, Orlando Lopes (Porto) DIRETOR Diogo Torgal Ferreira Editor Executivo Magalhães Afonso Coordenador Bruno Martins Redação Luís Carmo, Patrícia Tadeia, Rui Alexandre Coelho, Raquel Madureira (Porto) Editora gráfica Sónia Santos Grafismo Rita Alves, Túlio Vasco Fotografia João Ferrão Assistente Ana Rodrigues Revisão Catarina Poderoso. ESTATUTO EDITORIAL O METRO é um jornal diário de informação geral, publicado de segunda a sexta-feira, com distribuição gratuita, de âmbito regional com enfoque maior nas áreas de Lisboa e Porto. No METRO a informação é independente de forças sociais, políticas ou religiosas, com a opinião restrita às colunas devidamente assinaladas como tal. Procuramos um jornalismo objetivo em que a imparcialidade seja evidente. O METRO dará todas as notícias relevantes no âmbito da sociedade, economia, política nacional e internacional, embora esteja particularmente focado nos assuntos regionais que afetam as populações da Grande Lisboa e do Grande Porto, e ainda nas áreas do desporto e da cultura. No METRO prometemos não escrever de mais, e a não nos esticarmos num texto quando a informação relevante não o obrigue. Escrever curto e claro é uma exigência para os nossos jornalistas de modo a simplificar a vida do leitor. O METRO usa maioritariamente conteúdos pesquisados e escritos pelos seus jornalistas, gráficos e fotógrafos, mas também recorre a agências de informação nacional e internacional.

Correio do leitor

vídeo do dia Uma aula de condução tendo como professores Ice Cube, Conan O’Brien e Kevin Hart?!? Sim, caros leitores, o impensável aconteceu e a vítima foi uma estagiária de Conan... Venha escrever connosco. Entre em facebook.com/metroportugal

ARISTIDES TEIXEIRA

As cartas dos leitores devem ser enviadas para Metro/Rua Luciana Stegagno Picchio, n.º 3, 1549-023 LISBOA, ou por e-mail para: leitores@metroportugal.com. As opiniões desta página não vinculam as do METRO nem traduzem a opinião do jornal. O METRO reserva-se o direito de editar as cartas que não devem exceder os 400 caracteres..

@PaulaNevesD [Paula Neves] “Bom, vou fazer os meus prognósticos para a segunda volta da Liga, a primeira volta até me correu bem :)”

Horizontais: 1. Mata vedada. Voz imitativa do sino, do

Palavras cruzadas

Sudoku

nome para “Q-Tips baby gays”, sendo o “Q” de qualidade. Em português, o nome, apesar de há muito incorporado nos dicionários, é uma marca registada da Johnson & Johnson. CATARINA PODEROSO

twitter do dia

choque de moedas, etc. 2. Carta de jogar. Transpiração. Além disso. 3. Designação genérica das rochas de textura foliada ou laminar, como a ardósia. Abalar. 4. Enfurecer. Assalta. 5. Mistura de substância resinosa com uma matéria corante, para fechar garrafas, cartas, etc. Composição poética de assunto elevado e destinada ao canto. 6. Contr. da prep. de com o art. def. a. Sexta nota da escala musical. Caminhava. Alternativa (conj.). 7. Aqui está. Pessoa servil por tudo o que está em voga. 8. Relativo a vós. Dar asas a. 9. Figura mais exaltada em um poema épico. Que tem bastante idade. 10. Repercussão. Popularidade. A si mesmo. 11. Movimento periódico do nível das águas do mar. Assinalar. Verticais: 1. Viatura automóvel provida de taxímetro. Preposição. Como assim? (interj.). 2. Empunhar. Peça do arado que serve para afastar a terra do rego. 3. Substância utilizada para condimentar os alimentos. Tratamento dado às freiras. 4. Sideral. Isolado. 5. Composição musical para duas vozes ou instrumentos. Canela silvestre. 6. Contr. da prep. a com o art. def. o. O espaço aéreo. Noroeste (abrev,). A unidade. 7. Distribuição proporcional. Cólera. 8. Lantânio (s.q.). Prover de abade. 9. Doido. Gavinha. 10. Matizado. Dizia-se dos filhos de negros que eram alvos e de cabelos louros. 11. Grande massa de água salgada. A minha pessoa. Cortar e triturar com os dentes.

Horas Na segunda metade do século passado, o horário de trabalho, salvo as óbvias exceções, era das 9h às 13h e das 15h às 19h, de segunda a sexta. Depois foi sendo alterado e hoje não existe uma referência. Casos de trabalhadores obterem apenas folga semanal e 30m para comer (...). Até sei de casos em empresas semipúblicas que impõem a jornada laboral das 8h às 24h, como se fosse razoável exigir a mesma capacidade produtiva após uma dezena de horas no desempenho de tarefas. Gente exausta não é rentável. Verdade absoluta e universal. E os empregadores sabem-no. Ou será uma manigância para despedir por incompetência?

JOÃO FERRÃO

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Solução cruzadas Horizontais: 1. Tapada, Tlim. 2. Ás, Suor, Ora. 3. Xisto, Aluir. 4. Irar, Ataca. 5. Lacre, Ode. 6. Da, Lá, Ia, Ou. 7. Eis, Snobe. 8. Vosso, Alar. 9. Herói, Idoso. 10. Eco, Aura, Se. 11. Maré, Marcar. Verticais: 1. Táxi, De, Hem. 2. Asir, Aiveca. 3. Sal, Soror. 4. Astral, Só. 5. Duo, Cássia. 6. Ao, Ar, NO, Um. 7. Rateio, Ira. 8. La, Abadar. 9. Louco, Elo. 10. Iriado, Assa. 11. Mar, Eu, Roer.

Cresceu em Arrouquelas, uma simpática aldeia do distrito de Santarém. Em criança sonhava ser cantora de ópera e, não obstante cantar ser uma das suas paixões, acabou por se licenciar em Direito. Depois de ter percorrido várias comarcas do Norte ao Sul do País, foi colocada em Leiria, cidade que adotou como sua e onde exerceu funções como Juíza de Círculo até 2001, data em que tomou posse como Juíza Desembargadora no Tribunal da Relação de Coimbra. Gosta de caminhar, de poesia, de azul e, apesar de achar que os cães gostam dela, prefere as aves aos mamíferos. Pássaros são o seu animal preferido, e quanto mais coloridos melhor. Não costuma sonhar a dormir, já acordada são muitos os sonhos que ainda quer realizar. Prefere salgados a doces e perde-se por um bom arroz de cabidela de lampreia. Considera a alegria em fazer coisas o maior dom que uma pessoa pode ter e espera que essa alegria nunca lhe falte. Já percorreu o mundo e viveu várias aventuras, mas hoje, estar numa esplanada em frente ao mar é a sua melhor ideia de luxo.

1922 – EUA Apesar de não ser visto com bons olhos pela comunidade médica – o uso incorreto pode danificar o canal auditivo –, o surgimento do cotonete nasceu de uma ideia “inocente” e higiénica: Leo Gersternzang, um polaco naturalizado norte-americano, queria algo que servisse para limpar os ouvidos da sua filha quando esta saísse do banho. Colocou assim um algodão na ponta de um palito. Mas havia o risco de a madeira poder ferir o ouvido, por isso, decidiu criar um estilete flexível, logo, mais seguro. Por ser um produto destinado a fazer os bebés felizes, inicialmente ganhou o nome de “baby gays”. Em 1926 muda de

Solução sudoku


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3 SPORT

www.readmetro.com QUARTA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2016

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Leão a rugir desta maneira? Só em 1969 Liga. Sporting foi o mais forte na primeira volta. Além de deixar rivais Benfica e FC Porto a quatro pontos, leão bateu ambos na primeira metade da prova, algo inédito em quase meio século. Na ciência, 1969 foi o ano em que Neil Armstrong (EUA) se tornou no primeiro homem a pisar a lua; na música, David Bowie lançava o seu segundo disco, homónimo; no desporto, o Sporting fechava a primeira volta da Liga 1969/70 com vitórias sobre FC Porto e Benfica – algo que nunca mais aconteceu... até agora. Nota: na referida época o Sporting sagrou-se campeão. Este é um dos feitos que Jorge Jesus já alcançou no Sporting, clube que lidera à 17.ª ronda, com 44 pontos, tendo cedido apenas sete (dois empates; um desaire). Bicampeão, o novo Benfica de Rui Vitória foi de menos a mais: as

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águias averbaram três derrotas até à 8.ª ronda, mas desde então só vacilaram uma vez – empate fora com o União da Madeira – em dez jogos. Hoje somam 40 pontos, com o melhor ataque (45 golos) da prova, e estão vivos na luta pelo “tri”. Com os mesmos 40 pontos, embora a viver tempos mais agitados, surge o FC Porto. Os dragões lideravam à 14.ª ronda, mas um desaire em Alvalade e um empate caseiro com o Rio Ave custaram perda da liderança, a queda para o terceiro lugar (com um atraso de quatro pontos para o Sporting) e o cargo de treinador a Lopetegui (procura-se substituto). RUI ALEXANDRE COELHO

Arbitragem

Força do Sporting de Jesus, crescimento do Benfica e potencial portista perspetivam luta a três até ao fim da Liga. © DAVID MARTINS

Prémios

Manuel Oliveira arbitra FC Porto em Guimarães

Xavi elogia Messi, “o melhor da história”

O juiz portuense Manuel Oliveira vai dirigir o V. Guimarães-FC Porto, jogo de cartaz da 18ª ronda. Luís Ferreira (AF Braga) estará no Sporting-Tondela; Vasco Santos (Porto) no Estoril-Benfica.

Num artigo publicado no El País, Xavi considera o ex-colega Leo Messi “o melhor jogador da história”. Agora no Al-Sadd (Catar) de Jesualdo Ferreira, Xavi frisou: “não voltaremos a ver nada parecido” com o argentino.

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A nuvem não larga Louis van Gaal O Man. United empatou a três golos, fora, com o Newcastle, num jogo da Liga inglesa em que a equipa de Louis van Gaal esteve a vencer por 2-0 e 3-2. O golo do empate final surgiu aos 90m (Dummett). O United cai para o sexto lugar, com 34 pontos, a oito do líder Arsenal (menos um jogo). © REUTERS


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Futsal

Portugal quer melhorar e aponta à final do Euro O selecionador português de futsal assumiu a ambição de chegar à final do Euro 2016, que se disputa no próximo mês na Sérvia (2 a 13 de fevereiro), e frisou que Portugal não teme os principais adversários na prova. “Ficámos nos quartos de final no meu primeiro Europeu como selecionador [2012] e depois nas ‘meias’ [2014]. Queremos melhorar.”

Râguebi

Novo selecionador quer fazer “um bom trabalho” Ian Smith, novo selecionador de râguebi XV de Portugal, manifestou ontem o desejo de fazer “um bom trabalho” nos “lobos”, acreditando poder trazer qualidade à Seleção. “Quero ser pragmático e prático. Penso que posso trazer alguns benefícios, juntamente com a equipa técnica”, disse o escocês de 50 anos, na sua apresentação, em Lisboa.

E depois da “manita”? Taça de Portugal. Boavista e FC Porto reeditam no Bessa duelo para a Liga de há três dias, que deu goleada azul e branca. Um, dois, três, quatro, cinco golos separaram as duas equipas no passado domingo, mas nenhum dos treinadores está à espera que a história se repita hoje, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal. “O resultado de 5-0 para o campeonato já passou. Agora é outra competição. É um jogo da Taça, a eliminar, em que eles, se calhar, também vão estar mais fortes, mas nós vamos ter mais concentração ainda”, referiu Rui Barros, que assumiu interinamente o comando técnico da equipa principal do FC Porto – acontece pela segunda vez na sua carreira. Por seu turno, o técnico do Boavista, Erwin Sánchez, destacou que “nos jogos da Taça [de Portu-

TAÇA DE PORTUGAL GIL VICENTE-NACIONAL, 16H00 (SPTV 2) RIO AVE-ESTORIL PRAIA, 16H30 (SPTV 1) SP. BRAGA-AROUCA, 20H30 (SPTV 2) BOAVISTA-FC PORTO, 20H30 (SPTV 1)

gal] nem sempre a equipa mais forte sai vencedora”. Ao derby da Invicta precedem os outros três duelos da eliminatória. Nesse sentido, realce para o Sp. Braga, o atual finalista vencido da competição, que recebe o Arouca. Um encontro em que Paulo Fonseca espera um adversário bem fechadinho no seu último reduto. “Não é preciso ser bruxo para adivinhar o que R.A.C. vai acontecer...”, disse.

Dakar 2016. Gonçalves deixou a prova e... voltou Primeiro chegou a má notícia: Paulo Gonçalves teria desistido do Dakar 2016, devido a uma avaria na sua Honda, no segundo posto de controlo da nona etapa, segundo informações da sua equipa. Contudo, altas temperaturas em Fiambala (Argentina) levaram a organização a cancelar o resto do percurso. Assim, o piloto português terá pelo menos a hipótese de reparar a sua mota e voltar à corrida em que é segundo classificado, a 2m05s do líder, o australiano Toby Price.

Organização “amiga”

2 Foi a segunda vez que a organização “deu a mão” a Gonçalves. Na primeira, premiando o seu fair-play na sétima etapa, descontou os 10m que permaneceu junto a Matthias Walkner (KTM), que sofrera uma queda. PUB


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