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A escola não será mais a mesma

A pandemia afetou diretamente todos os espaços de sociabilidade, especialmente a escola, exigindo respostas rápidas, provocando alterações e reestruturações. De uma hora para outra, sem estarmos preparados, a tecnologia ganhou centralidade na comunicação e se tornou ferramenta essencial para a aprendizagem. Dessa forma, foi necessário repensar estratégias para responder com agilidade e, acima de tudo, garantir sentido às demandas provocadas pela disrupção inesperada do cotidiano escolar.

Ao agir frente a essa realidade sem precedentes, fomos profundamente modificados na forma de planejar as aulas, na diversificação de estratégias de aprendizagens e na relação das escolas com as famílias. A máxima de que a forma muda o conteúdo se tornou ainda mais pertinente. E, embora tenha sido um período intenso e doloroso, é consenso que tanto na perspectiva de suas práticas quanto de sua intencionalidade a escola foi compelida a avançar em pelo menos cinco anos. São mudanças que transformam os processos de ensino, aprendizagem e modo como as interações e relações passarão a acontecer.

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Numa interatividade nunca antes experimentada, os encontros virtuais evidenciaram a importância de um trabalho consistente relacionado às competências socioemocionais, o papel da escuta e do acolhimento. Fomos subvertidos no conceito de presença, e é certo que a maior interação com a comunidade escolar reafirmou a parceria e nos aproximou.

Numa projeção tangível, após uma experiência tão marcante e transformadora, a escola não será a mesma. Os desafios ganham outros contornos e trazem para o centro do debate questões essenciais que devem ser contempladas nos projetos em toda a escolaridade, a exemplo da sustentabilidade socioambiental, da importância e da valorização do conhecimento científico e da cidadania digital, traduzida pela formação crítica e pelo discernimento no campo das ideias que circulam nos meios digitais.

Um novo tempo

É importante dizer que a incorporação de práticas digitais no cotidiano escolar trará também novas trilhas de aprendizagem, novos modelos avaliativos e, sobretudo, um maior protagonismo de professores e alunos. A aprendizagem cooperativa, que se desenha quando os estudantes são convidados a usarem as redes digitais para criarem seu próprio conteúdo, colabora entre si e participa de comunidades virtuais de aprendizagem, pois será uma poderosa ferramenta de engajamento e auto-organização.

Nesse amplo universo de ensino e aprendizagem mediado pela tecnologia, há um grande repertório de modalidades organizativas disponíveis, pois inaugura-se um novo tempo numa perspectiva de harmonizar as atividades virtuais e presenciais – blended learning –, um campo fértil para inovação e ver a escola como um lugar sem distâncias entre professor e aluno.

*Teresa Brasileiro, diretora pedagógica do Módulo Criarte

www.portalmodulo.com.br/criarte/

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