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A Fábrica Antarctica .4

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4.1. Surgimento da Cia Antarctica em São Paulo

Osurgimento da Fábrica Antarctica atrela-se ao contexto das alterações urbanísticas e sociais do século XIX da cidade de São Paulo. Devido a isso, percebe-se que a presença de imigrantes alemães tem papel significativo no surgimento das primeiras cervejarias, uma vez que, trata-se de uma bebida culturalmente forte nos países europeus.

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Em relação à Companhia Antarctica Paulista, sua formação é compreendida em dois momentos: o primeiro no bairro da Água Branca e o segundo no bairro da Mooca (local da área de estudo).

Desse modo, data-se seu início em meados dos anos 18851 por Joaquim de Salles em um complexo localizado na Rua Turiassu no bairro da Água Branca (próxima a estrada de ferro SPRW e Sorocabana). A Fábrica funcionava como abatedouro de suínos, conservação de carne, fabricação de presunto, gelo e banha. (SANTOS,2004, p. 24)

A fabricação de cerveja inicia-se a partir de 1882 em sociedade a Louis Bucher (filho de cervejeiros alemães) que detinha de uma cervejaria que utilizava milho, arroz e outros cereais. E no ano de 1888 nasce da associação de Bucher e Salles a “Antarctica Paulista – Fábrica de Gelo e

Acesso

2020

Conforme demonstrado na Figura 15, observa-se que se trata de um complexo fabril imponente, de acordo com a reportagem retirada de “A Província de São Paulo de 13 de julho de 1886, sendo composto de câmaras frigoríferas, espaços para fabricação de latas, salsichas e presuntos, máquinas para produção de gelo, escritórios e moradias de empregados. Além disso, identifica-se uma característica predominante das primeiras indústrias brasileiras: a localização próxima às ferrovias, no caso da Companhia Antarctica, adjacente as estradas de ferro Inglesa Cia. São Paulo Railway e sorocabana (Figura 16).

Segundo Sergio de Paula Santos em “Os Primórdios da Cerveja no Brasil”, no ano de 1891 a Cia Antarctica

Paulista tornou-se uma sociedade anônima com mais de 50 acionistas, dentre eles pode-se citar: João Carlos Antônio Zerrenner, de origem alemã e Adam Ditrik von Bullow, dinamarquês. Foi graças a posse desses como sócios majoritários com a compra das ações da fábrica que se impediu a crise da Cia Antarctica. Foi a partir dessa nova direção que a fábrica cresceu consideravelmente, visto que além de possibilitarem a importação de máquinas para produção de cerveja, Zerrenner e Bullow abriram o complexo industrial ao público no ano de 1902 conhecido por “Parque Antarctica” composto de vilas operárias, casas para gerentes, áreas de lazer, etc. Formando assim, “um agradável e vistoso conjunto no bairro da Água Branca” (Bandeira, 1901, p.35).

4.2. Surgimento da Cia Antarctica na Mooca

Osurgimento da Cia Antarctica mooquense data-se do ano de 1904 com a compra da Cervejaria Bavária pela Companhia. Isso possibilitou a transferência da sede para o bairro da Mooca na Rua Bavária1, permanecendo até a criação da Ambev nos anos 2000 por meio da sua fusão com a Cervejaria Brahma. Identifica-se um fato em comum entre as duas sedes da Companhia, conforme a Figura 17 e Figura 18, a continuação de localização privilegiada da fábrica no bairro: próxima a linha férrea e ao rio Tamanduateí.

Essa transferência da sede do bairro da Água Branca para o da Mooca permitiu a expansão do complexo tanto territorialmente quanto arquitetonicamente.

Atualmente, o edifício que foi desativado em 1995, quando a fábrica foi transferida para o interior de São Paulo, encontra-se tombado pela Resolução 19/2016 (CONPRESP, 2016). Desde a sua fusão com a Brahma nos anos 2000 (criação da Ambev), o complexo tem sido palco de abandono, descaso e subutilização como ocorre em muitos terrenos e edificações históricas do bairro da Mooca.

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