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Cronologia

4.3. Cronologia dos edifícios do Complexo Antarctica

Acronologia da antiga Cia Antarctica na Mooca é primordialmente composta pelos edifícios da cervejaria Bavária do ano de 1892, conforme observado nos documentos projetuais encontrados no Departamento do Arquivo Histórico Municipal (DPH) e textos referentes à cidade de São Paulo no século XIX, pode-se afirmar que o Complexo sofreu diversas modificações com reformas e demolições.

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4.3.1. Primeiros edifícios - 1892

1982 nasce a fábrica de cerveja Bavária composta de um edifício de tijolo aparente com 5 pavimentos.

“O prédio não tem estylo; é, porém, alto, vasto, vistoso e todo construído de tijolos. Em frente, fica-lhe o escritório, em bonito chalet e nos fundos passa-lhe a Estrada de Ferro Ingleza, com a qual tem communicação. A fábrica ocupa uma extenção de 250 metros de frente por 100 metros de fundos e os escritórios e mais dependecias uma extensão de 80 metros por 120. A parte mais alta do edifício tem 30 metros e a chaminé 36” (PINTO,1979. p. 216)

Além disso, havia na fábrica dois poços artesanais que forneciam água para fabricação de cerveja e gelo. Com a boa localização que tinha (próxima a linha férrea) conseguiu um desvio da linha para facilitar o transporte de seus produtos para fora da cidade e abastecer-se de maquinários, cevada, garrafas e carvão.

4.3.2. Expansão dos limites - 1910 a 1912 possível identificar no período de 1910 uma das implantações em relação as edificações dentro do terreno (Figura 21).

Ainda nesse ano, a Companhia expande seus limites com a compra do terreno adjacente, ao norte destinado as construções de oficinas, serraria, fábrica de licores, oficina de ferreiros, de carros e carpintaria.

No ano de 1911 tem-se o registro da construção de uma residência com sete quartos e uma loja a frente voltada à Avenida Bavária (Figura 22); e um novo projeto de fábrica de gelo (Elemento da Figura 23).

Processo:

No ano de 1912 é anexado outro terreno adjacente, ao sul do lote original, que mais tarde serviria de abrigo para outros edifícios. Além disso, nesse ano é realizada a ampliação do prédio das adegas (Figura 24), uma torre de elevador e um girador.

Ressalta-se que as construções realizadas nesse ano estão remanescentes até os dias atuais, algumas delas sofreram modificações ao longo do tempo, todavia destacam-se na paisagem da linha férrea.

4.3.3. Construções e demolições - 1913 a 2021

Conforme demonstra a Figura 25, são nos anos de 1913 e 1914 que se constroem os edifícios no terreno anexado ao sul do lote original, que até atualmente destacam-se na paisagem: nova casa de máquinas, uma nova chaminé, casa de fabricação, casa das caldeiras, banheiros, depósito de cevada, local de fermentação, laboratórios e fábrica de gasosa.

Percebe-se nas Figuras 26, 27 e 28 projetos e características referentes a nova casa de máquinas, a um dos portões da Fábrica no ano de 1913 e da nova casa de depósito e fabricação de cevada do ano de 1914 (Figuras 29 e 30).

Figura 26: Vista de um dos portões da Fábrica em 1913

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico.

Processo: OP1913_000660_PR001 do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo

Fonte:

Processo: do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo

Figura 28: Projeto da casa de máquinas de 1913

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico.

Processo: OP1913_000634_PR002 do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo

Figura 29: Projeto da casa de fabricação e depósito de cevada em 1914

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico.

Processo: OP1914_000596_PR002 do Arquivo Histórico Municipal

Figura 30: Projeto da casa de fabricação e depósito de cevada em 1914

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico.

Processo: OP1914_000596_PR003 do Arquivo Histórico Municipal

O próximo registro encontrado sobre novas edificações é do ano de 1929 (Figura 31): depósitos, tanques, câmara frigorífica, área de descarga e a ampliação da casa de máquinas.

A ampliação da casa de máquinas seguiu a modulação do edifício original, porém em estrutura metálica, já que a original era em concreto. Sua fachada manteve-se também com o mesmo estilo, exceto pelo acabamento que ficou em tijolo aparente. Nesse ano também é construída no mesmo terreno ao sul, a portaria que servia para acesso principal e comportava escritórios administrativos da Companhia com mesmo estilo arquitetônico das adegas de 1912 e da casa de máquinas de 1913.

Em 1930 é projetado um novo local para o processo de fermentação e uma ampliação da casa de máquinas construída em 1914.

Em relação as demolições, é a partir dos anos 1949 que se iniciam (Figura 33), para dar lugar a: 4 silos, galpões maiores que serviriam para abrigar as oficinas mecânicas, novas máquinas e outros processos como os de engarrafamento e caixotaria dos produtos (Figura 34). São demolidos, assim, a primeira chaminé do complexo, a casa das caldeiras (quando ainda era a Cervejaria Bavária), e edifícios de descarga e depósitos localizados próximo a linha férrea.

Mais tarde, em 1953, foram demolidos: o depósito, o girador, oficinas e escritórios para construção de um outro prédio que serviu de depósito de vasilhames e processos de engarrafamento.

Em 1972 são demolidos: a fábrica de gelo do ano de 1911, a fábrica de ácido carbônico dos anos de 1929, alguns galpões e a portaria, assim dando espaço para dois galpões que serviram de depósito e processo de engarrafamento.

No ano de 1983 são datados os últimos registros de projetos novos na prefeitura de São Paulo, as novas obras eram compostas de adegas e silos. Para isso foram demolidos alguns edifícios, a exemplo do despacho, fábrica de gasosa e dos 4 silos de 1930.

A partir do apresentado, em 2021, tem-se uma composição de edifícios construídos em diferentes tempos e muitos desses descaracterizados pelas intempéries e reformas no período que a fábrica ainda funcionava. Enfatiza-se, no entanto, que as fachadas da portaria (Figura 39); construções dos anos de 1892 que comportavam os escritórios e laboratórios, alguns edifícios dos anos 1913/1914 localizados ao lado da linha férrea da estação CPTM Juventus-Mooca, a exemplo da torre e dos três prédios de tijolo (que serviam de depósito); mantiveram, ainda que mal conservados, características imponentes destacando-se na paisagem do bairro da Mooca e no entorno da linha férrea que abriga as estações da região.

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