Revista Minaspetro nº 132 - Setembro de 2020

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Nº 132 – Setembro 2020

Sérgio Eustáquio Pires Consultor de Finanças Corporativas e Professor da Fundação Dom Cabral

Quem não mensura não gerencia

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o campo da administração de empresas, há uma máxima que afirma que quem não mensura não gerencia. Gosto sempre de complementá-la com outra frase: quem não tem informações não mensura. A gestão de uma empresa se dá, em quaisquer de suas áreas, por meio do acompanhamento sistemático da operação, e isso só é possível quando se dispõe de sistemas de informação capazes de fornecer, em tempo hábil, dados confiáveis que possam ser transformados em indicadores. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda há muitos proprietários de empresas, especialmente no segmento das pequenas e médias, que enxergam os valores aplicados em sistemas de gestão exclusivamente como despesa, como mais uma conta a pagar, quando, na verdade, esses desembolsos devem ser encarados como investimento na qualidade gerencial. Ter informações tempestivas e confiáveis é poder tomar decisões com maior assertividade, com mais tranquilidade e segurança, minimizando, assim, os riscos. No que diz respeito à gestão econômico-financeira, é fundamental acompanhar a performance da empresa o tempo todo e não deixar para verificar os seus “números”, seus resultados, apenas uma vez a cada 30 ou 40 dias, quando a contabilidade disponibiliza os relatórios contábeis mensais – o balanço patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). A gestão econômico-financeira de uma empresa deve estar baseada em indicadores que permitam acompanhar, diariamente, sua situação econômica (lucro) e financeira (caixa), especialmente no cenário atual, em que a queda no nível da atividade econômica obriga as empresas a se tornarem ainda mais competitivas, até mesmo por uma questão de sobrevivência.

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Buscar melhorias na qualidade de seus produtos e serviços, no atendimento aos seus clientes, em sua comunicação com o mercado, em seus processos de organização interna e na gestão das suas operações passou a ser obrigatório para as organizações. A expressão “diferencial competitivo” tornou-se “palavra de ordem” e objetivo a ser alcançado. No entanto, esse diferencial competitivo, em qualquer área que seja alcançado, logo é igualado ou superado pelos concorrentes, pois eles também estão, o tempo todo, trabalhando com esse mesmo objetivo. Então, em pouco tempo, as organizações se deparam novamente com o mesmo problema: como ganhar espaço em mercado tão disputado, com volumes e margens sendo reduzidos continuamente? Muitas vezes, o foco da gestão está voltado “para fora”, para a relação da empresa com o mercado (clientes e fornecedores), e é preciso que elas dirijam seus olhares também “para dentro”, para seus processos internos, para sua gestão. Com redução de margens e custos fixos passando a representar, cada vez mais, uma fatia maior da receita, comprometendo, dessa forma, a lucratividade e a rentabilidade do negócio, por que não investir na gestão econômico-financeira? O diferencial competitivo pode estar em uma gestão mais eficiente, preparada para lidar com momentos de crise como este, minimizando riscos, adequando custos e melhorando resultados. Para tanto, os gestores da área financeira das organizações precisam, além de estar tecnicamente bem preparados, de informações confiáveis e tempestivas. Investir em sistemas de gestão e de informação pode ser a solução para muitos problemas que a empresa vem enfrentando. Quem sabe não está aí o diferencial competitivo que sua empresa tanto almeja e precisa?

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