SALMOS em foco!

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2021

SALMOS em foco! Quem é Deus? E criou Deus... Quem é o homem? Quem é o Filho? Misericórdia e Graça Justiça final

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Todos os maravilhosos 150 salmos não terão alcance e efeito eterno ao espírito errante, se não forem validados pela fé em Jesus e seu sacrifício substitutivo.

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SALMOS em foco!

O livro dos salmos, do ponto de vista de sua aceitação e apreciação, é praticamente universal. Suas palavras de conforto, em praticamente todas as áreas da vida humana, são um refrigério para toda alma cansada e oprimida. Ensinos e exortações abrangendo vários interesses da vida humana, visando ajuda espiritual, são extraídos de suas páginas inspiradas por todas as denominações cristãs desde sempre. Além da ajuda espiritual, assuntos variados – justiça divina, castigo sobre os ímpios, normas de conduta para com Deus e os homens – complementam a força inerente deste livro. Ela ultrapassa em muito o que se relaciona ao povo de Israel, estendendo-se a todo tipo humano e religioso, e vai muito além do seu tempo. Salmos falam ao coração.

Mas não posso deixar de observar – de forma levemente crítica – o motivo desta profunda e estendida aceitação e que passa desapercebida pela maioria dos cristãos. Citemos o que talvez seja o mais conhecido dos salmos.


“O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos...” (24.1). Quem, por mais divergentemente religioso que seja, não apreciaria tais promessas? Ela não tem destinatário direto e explícito. Também não exige condições. É o que está escrito! É pegar e não largar a promessa! Além disso, este Senhor é universal e sem nome, visto que ‘Senhor’ não passa de um título. Não define ou nomeia este Deus. Mas trata da grandeza de um Deus único, universal, abrangente, falando a qualquer pessoa que queira se enquadrar na narrativa.

Vamos ser claros e contundentes agora. A fórmula normal e popular ouvida é aquela – ‘Só há um Deus’. Mas lembremos o restante. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). Aqui as coisas são mais definidas. Este Pastor que nada deixará faltar não poderá ser acessado se não pelo Filho em sua humanidade e seu sacrifício na cruz. Todos os maravilhosos 150 salmos não terão alcance e efeito eterno ao espírito errante se não forem validados pela fé em Jesus e seu sacrifício substitutivo.


Salmos foram escritos por judeus e para judeus que estavam debaixo da aliança mosaica, que tinham já um relacionamento com seu Deus vivo pela fé nos sacrifícios sacerdotais que apontavam para o verdadeiro Cordeiro de Deus. E somente aqueles, dentre os gentios, que aceitarem este cordeiro em sua vida, terão acesso ao teor mais profundo das revelações e promessas graciosas deste livro. Não estamos aqui jamais diminuindo o valor espiritual e canônico do livro. Estamos apenas enfatizando seu propósito específico dentro do contexto maior dos outros 65 livros da Escritura, aliás o propósito deste estudo sequencial e diferenciado. O objetivo maior de toda a Palavra de Deus é revelar seu Filho – morto e ressuscitado para nossa salvação. Embora Salmos não traga tal contradição, sua linguagem é menos incisiva e mais abrangente. A posição do livro e seu teor estão no curso da construção do entendimento da Pessoa divina e sua relação com os homens. A especificidade da graça soberana de Deus em Jesus Cristo é de responsabilidade do Novo Testamento. “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (Jo 1.18). Vamos então ressaltar alguns aspectos dentre os sal-


mos que enfatizam os assuntos mais importantes da Escritura, quais sejam – Deus, criação, pecado, misericórdia e graça, profecias messiânicas, justiça final. Nosso propósito será o mesmo de Paulo – ‘prepararvos para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’ (2 Co 11.2) – especialmente no findar iminente do período de sua Igreja.


Quem é Deus?

O Antigo Testamento tem como objetivo primário indicar a unidade absoluta de Deus, especialmente em um tempo quando a diversidade de deuses estava vinculada aos povos que os serviam. Mas Israel – povo retirado da escravidão do Egito por sangue – teria o privilégio e a obrigação consequente de adorar somente o único Deus – Vivo, Invisível e Santo – com seus atributos inerentes de onipotência, onisciência, onipresença, senhorio, glória, majestade, perfeição, justiça, juízo e tantos outros que não caberiam nesta página. Vamos testemunhar alguns deles, dispersos por entre as linhas sagradas deste livro, que testemunharão da pessoa e do caráter deste Deus incomparável e no mais das vezes incompreendido. “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade” (29.4). “A destra do Senhor se exalta; a destra do Senhor faz proezas” (118.16). “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!” (8.1).


“A glória do Senhor durará para sempre; o Senhor se alegrará nas suas obras” (104.31). “O teu nome, ó Senhor, dura perpetuamente, e a tua memória, ó Senhor, de geração em geração” (135.13). “O Senhor é homem de guerra; o Senhor é o seu nome” (15.3). “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices” (19.7). “O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam” (18.30). “SENHOR, tu me sondaste, e me conheces” (139.1). “Mas tu, Senhor, és o Altíssimo para sempre” (92.8). “Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (147.5).


“Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra!” (113.5-6). “Ó Senhor Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?” (89.8).

“Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras” (145.17). “Tu estás perto, ó Senhor, e todos os teus mandamentos são a verdade” (119.151). “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas” (72.18). “O Senhor é grande em Sião, e mais alto do que todos os povos. Louvem o teu nome, grande e tremendo, pois é santo... Exaltai ao Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, pois é santo... Exaltai ao Senhor nosso Deus e adorai-o no seu monte santo, pois o Senhor nosso Deus é santo” (99.2-9). “Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel” (22.3). “Louvai ao SENHOR. Louvai o nome do SENHOR; louvai-o, servos do SENHOR” (135.1).

“Deus é muito formidável na assembleia dos santos, e


para ser reverenciado por todos os que o cercam” (89.7). “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz” (36.9). “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos” (43.3). “Bom e reto é o Senhor; por isso ensinará o caminho aos pecadores” (25.8). “Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas” (148.1).

Um dia, e mais próximo do que se imagina, todo o Universo renderá graças a este Deus terrível e gracioso. “E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer. Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.13).


E criou Deus...

Ainda que ‘os céus declarem a glória de Deus e o firmamento anuncie a obra das suas mãos’, como poeticamente afirma o salmista, muitos não podem e muitos mais não querem ouvir. O problema não está certamente no enunciado – mas propriamente nos ouvidos. Quando se fecha os ouvidos à verdade mais óbvia de um criador sábio e Onipotente, nada mais resta que a falsa interpretação de uma evolução mal fundamentada. Porque na verdade nada evolui – antes tudo se adapta aos moldes de uma exigência exterior. Ou seja, não há força interior no objeto a não ser se render aos caprichos da natureza. Tudo na verdade involui – deteriora – corrompe. Aos que creem na criação e no caráter profético da Escritura, bem como entendem o propósito maior de todas as criaturas do reino de Deus, somos exortados a lutar tenazmente contra esta adaptação feroz. “E não sede conformados com este mundo [ou na versão NVI – ‘Não se amoldem ao padrão deste mundo’], mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).


Ouçamos então o que o Espírito diz sobre suas muitas obras criativas. “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados” (148.4-5).

“Teus são os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude tu os fundaste. O norte e o sul tu os criaste; Tabor e Hermom jubilam em teu nome” (89.11-12). “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios” (24.1-2). “Se eu tivesse fome, não te diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude” (50.12). “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do


mundo” (19.1-4). “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus” (90.2). “Sois benditos do Senhor, que fez os céus e a terra. Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu aos filhos dos homens” (115.15-16). “Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados” (102.25-26).

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?” (8.3-4). “O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (103.19). “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca” (33.6). “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (95.6).

“Escondes o teu rosto, e [os homens] ficam perturba-


dos; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó. Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra” (104.29-30). “Lembra-te de quão breves são os meus dias; por que criarias debalde todos os filhos dos homens?” (89.47).

Se alguém ainda questiona o testemunho divino de sua maravilhosa criação, clame humildemente com o salmista. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (51.10). “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão” (148.4-6).


Quem é o homem?

Vimos no tópico anterior os atos criativos de Deus, e dentre eles o homem. Vamos agora brevemente analisar seu estado espiritual e moral diante Dele. “Nós pecamos como os nossos pais, cometemos a iniquidade, andamos perversamente” (106.6). “Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados” (25.18).

“Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (51.4-5). “Disse o néscio [ignorante, que não tem aptidão ou competência; incapaz, inepto] no seu coração. Não há Deus. Têm-se corrompido, e cometido abominável iniquidade; não há ninguém que faça o bem. Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um” (53.1-3).

“Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice


[estupidez, insensatez]; e os meus pecados não te são encobertos” (69.5). “Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não entrem na tua justiça. Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos” (69.27-28).

“Acaso falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens?” (58.1). “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade” (94.11). “Quando castigas o homem, com repreensões por causa da iniquidade, fazes com que a sua beleza se consuma como a traça; assim todo homem é vaidade” (39.11). “Diante de ti puseste as nossas iniquidades [condição daquele


que não cumpre a lei de Deus], e os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto” (90.8). “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação” (146.3). “Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já as minhas iniquidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças. As minhas chagas cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura” (38.3-5). “Por que escondes a tua face, e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso ventre se apega à terra [ou vive escrava para esta terra se esquecendo do Senhor]” (44.24-25). Diante do estado espiritual calamitoso do homem e por extensão à toda humanidade, Davi lança em oração a mais simples e sincera petição a Deus, na busca de uma solução. “Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (51.2-3). Deus ouviu e sempre ouvirá.


“Bom e reto é o Senhor; por isso ensinará o caminho aos pecadores” (25.8). O segundo Salmo deixa claro O Caminho. “Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem aventurados todos aqueles que nele confiam” (2.12). Dele falaremos a seguir.


Quem é o Filho?

Findamos nosso último comentário citando parte do segundo Salmo – “Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira”. Mas como beijá-lo sem (re)conhecê-lo? Vamos então relembrar algumas profecias messiânicas atestadas pelos principais cumprimentos do Filho de Deus em sua primeira vinda – humana e fraca. “Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés. Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam. Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa” (22.16-18). “Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra” (34.20). “Por causa da voz do meu gemido os meus ossos se apegam à minha pele” (102.5). “Direi a Deus, minha rocha. Por que te esqueceste de mim? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo? Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem. Onde está o


teu Deus?” (42.9-10). “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo. Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer” (22.6-8). “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (22.1). “Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar” (41.9).

“Pois o inimigo perseguiu a minha alma; atropeloume até ao chão; fez-me habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito” (143.3) – falando de sua descida ao lugar dos mortos*. “Porque sem causa encobriram de mim a rede na cova, a qual sem razão cavaram para a minha alma” (35.7). “Eles me cercaram com palavras odiosas, e pelejaram contra mim sem causa. Em recompensa do meu amor são meus adversários; mas eu faço oração. E me deram mal pelo bem, e ódio pelo meu amor” (109.3-5). “Príncipes me perseguiram sem causa, mas o meu co-


ração temeu a tua palavra. Folgo com a tua palavra, como aquele que acha um grande despojo” (119.161-162). “Mas os meus inimigos estão vivos e são fortes, e os que sem causa me odeiam se multiplicam. Os que dão mal pelo bem são meus adversários, porquanto eu sigo o que é bom” (38.19-20). “Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno [original Sheol*], nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida” (16.9-11).

“Disse o SENHOR ao meu Senhor. Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. O Senhor enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo. Domina no meio dos teus inimigos” (110.12). “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (45.6-7) – citado textualmente em Hebreus 8.1-9 porém com a indicação da Pessoa retratada – “Mas, do Filho, diz”. “Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a


graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre [relação com a primeira vinda de Jesus]. Cinge a tua espada à coxa, ó valente, com a tua glória e a tua majestade [relação com sua segunda vinda]” (45.2-3). A trajetória humilhante porém vitoriosa do Filho de Deus, fica resumida na fórmula do apóstolo Paulo. “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef 4.10). Cantemos aquele velho e atual hino... Exultai, exultai, vinde todos louvar – A Jesus, Salvador, a Jesus, Redentor. A Deus demos glória, porquanto do céu, Seu Filho bendito por nós todos deu.

*se quiser saber um pouco mais sobre o lugar dos mortos durante a vigência do Antigo Testamento e agora do Novo, acesse gratuitamente o livro https.//issuu.com/ministerioescrito/docs/ o_mundo_dos_mortos


Misericórdia e Graça

Interessante notarmos que, em contagem destes dois termos pelo livro de Salmos que ora analisamos, ‘misericórdia’ e suas derivações aparece 63 vezes, enquanto ‘graça’ surge apenas 6 vezes. E destas 6 vezes, somente duas podem ser classificadas como graça realmente, visto que as demais denotam o sentido de render ‘graças’. Ainda mais interessante é sabermos que esta diferença gritante entre os termos, analisando todo o Antigo e o Novo Testamentos, permanece. Conquanto a misericórdia pudesse ser exercida pelo Pai em suas relações com a humanidade durante o Antigo Testamento e ainda antes, ela foi atrelada à graça que só poderia ser desimpedida pelo Filho em sua morte substitutiva na cruz, já no Novo Testamento no seu sangue. Pois misericórdia é quando Deus não dá o que merecemos, numa linguagem bem simplória, e graça é quando Deus dá exatamente o que menos merecemos. Vamos citar duas passagens no Novo Testamento que ilustram nosso pensamento acima de forma bem resumida. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar,


que se arrependam” (At 17.30). “E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (Jo 1.16-18). Passemos aos conceitos do inspirado livro de Salmos que demonstram esta boa vontade de Deus em salvar o que se havia perdido. “O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os livramentos da morte” (68.20).

“Louvai ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade dura para sempre” (136.2). “A ti, ó fortaleza minha, cantarei salmos; porque Deus é a minha defesa e o Deus da minha misericórdia” (59.17). “Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus” (62.7). “Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará” (55.16). “Piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia” (116.5).


“O Deus da minha misericórdia virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos” (59.10). “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto” (89.14).

“Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça” (51.14). “Mas a misericórdia do Senhor é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos” (103.17).

“Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, e concedenos a tua salvação” (85.7). “Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por amor das tuas misericórdias” (44.26). “Tem misericórdia de mim, ó Senhor, pois a ti clamo todo o dia. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, levanto a minha alma. Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam” (86.3-5). “Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção. E ele remirá a Israel


de todas as suas iniquidades” (130.7-8). “Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto. que o poder pertence a Deus. A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra” (62.11-12).

“Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade. Não te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor” (25.6-7). “Eu, porém, faço a minha oração a ti, Senhor, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação” (69.13). “Tu [antecipando a vida perfeita de Jesus] és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre” (45.2). “Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão. Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança” (84.11-12). Por que não findarmos com aquele belo hino?


Em Jesus amigo temos mais chegado que um irmão, Ele manda que levemos

tudo a Deus em oração...


Justiça final

Que a justiça final e definitiva está reservada a Deus em tempo específico e futuro a toda a humanidade, não deveria ser algo duvidoso ou estranho. Somente àqueles que não interessa tal julgamento, poderiam desdenhar e duvidar de algo que nossa própria sociedade civil e moral exige a todo tempo. Bastam algumas palavras que denotam claramente este caráter santo e justo de Deus.

“O Senhor se assenta como Rei, perpetuamente” (29.10). “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (7.11). “Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente. Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá a paga aos soberbos. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios saltarão de prazer?” (94.1-3). “O meu escudo é de Deus, que salva os retos de coração” (7.10).


“Mas Deus é o Juiz, a um abate, e a outro exalta” (75.7). “O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos” (103.6). “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto” (89.14). “Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do Senhor” (33.5). “A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo” (36.6).

“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (119.142). “A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus” (85.11). “Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos” (11.7). “Com trombetas e som de cornetas, exultai perante a face do Senhor, do Rei. Brame o mar e a sua plenitude; o mundo, e os que nele habitam. Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas, perante a face do Senhor, porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e o povo com equidade” (98.6-9).


“O Senhor é Rei eterno; da sua terra perecerão os gentios. Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles; para fazer justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem da terra não prossiga mais em usar da violência” (10.16-18). “Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos” (119.137). “Tu, tu és temível; e quem subsistirá à tua vista, uma vez que te irares? Desde os céus fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou, quando Deus se levantou para fazer juízo, para livrar a todos os mansos da terra” (76.7-9). “Porque o Senhor ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a semente dos ímpios será desarraigada” (37.28). “Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações” (82:8). “O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio. Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra” (58:10-11). “Tenha já fim a malícia dos ímpios; mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os


rins” (7:9). “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas” (85:10-13). Aguardemos pacientemente por este grande dia, pois ele é tão certo quanto todos os desígnios de Deus. E ele está mais próximo do que se espera ou deseja. Mas enquanto este dia não chega, peço que me acompanhe na análise do próximo livro inspirado – Provérbios.

Até lá!


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