JEREMIAS em foco!

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Foco em JEREMIAS! A Oliveira verde Espada, peste e fome – o espelho O mal que vem e já está no Norte Israel e Igreja antes do fim Os figos bons e maus As lamentações de Jeremias
capa preliminar

“Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis... que estão assentados sobre os seus tronos, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes do mundo”

atualização de Jr 13.13

1. JEREMIAS em foco!

Jeremias, nosso segundo profeta maior quanto ao seu posicionamento no livro sagrado (após Isaías), talvez devesse ser considerado o primeiro, tanto se o analisássemos do ponto de vista do seu alcance profético, uma vez que o Senhor expande seu ministério –“às nações te dei por profeta” (Jr 1.5), bem como pelo sofrimento e amargura resultantes de sua atuação. Seu desabafo se iguala a outro grande sofredor –“Maldito o dia em que nasci... Maldito o homem que deu as novas a meu pai... Por que não me matou na madre? Por que saí da madre, para ver trabalho e tristeza, e para que os meus dias se consumam na vergonha?” (20.1418). Não lembram as palavras de Jó?!

Jeremias era filho de sacerdote, e de se esperar teria um ‘futuro pomposo e promissor’ que a lei mosaica lhe assegurava. Mas o chamado divino o tiraria da comodidade da vida no templo de Salomão, para castigar já do lado de fora – e antecipando a destruição física deste mesmo templo – os impenitentes, profanos e arrogantes de seu tempo.

“Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares [os alicerces do pecado e da corrupção]; e também para edificares e para plantares [os alicerces do reino de Deus em santidade e justiça]” (1.10).

É costume datar seu chamado pela infância, levando em conta suas palavras –“Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino” (1.6).

Mas proponho algo diferente, visto que o escritor de Hebreus também usou esta figura ao falar do seu povo.

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar... e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino” (Hb 5.12-13).

Acredito que ele já oficiava como sacerdote no templo ao ser separado por Deus, portanto desde que completou 30 anos, como a lei o requeria –“Da idade de trinta anos para cima, até aos cinquenta, contarás a todo aquele que entrar neste serviço, para administrar o ministério da tenda da congregação” (Nm 4.30).

Outro indício interessante está em certa diferença quanto ao seu chamado em relação ao profeta anterior, Isaías, que teve seus lábios purificados com uma tenaz tirada do altar celeste por um serafim (Is 6.6), enquanto Jeremias recebeu um toque diretamente das mãos de Deus em sua boca, não para purificação, mas para recepção de Suas palavras. Isto porque ele já estava devidamente purificado

pelo ministério que já exercia no templo terrestre, imagem do celestial. Quem pode garantir que ele não tenha sido chamado por Deus dentro do templo em pleno ministério, como Zacarias, pai de João Batista? (Leia Lucas 1 e veja o que pode ter acontecido como em espelho).

“E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (1.9).

Provavelmente então, sua alegada ‘meninice’ se referia ao pouco tempo em que servia ao tabernáculo. Sua imaturidade ministerial certamente o privava da experiência, como ponto negativo, mas também o salvaguardou da contaminação, como ponto positivo.

Seu alvo será quádruplo – primariamente os reis, sacerdotes e profetas, e secundariamente o povo. Pelo menos 5 passagens unem os 3 primeiros grupos (responsáveis pela direção do povo) sob uma mesma condenação (2.26; 4.9; 8.1; 13.13; 32.32), sem contar tantas outras que os encurralam separadamente. Basta um exemplo.

Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém” (13.13).

Jeremias é repleto de figuras que se enquadram perfeitamente ao período final da Igreja, uma vez que todo final de dispensação (no mesmo sentido de uma semeadura em que se espera pelos frutos), carrega os mesmos ingredientes contaminantes.

A famosa figura que o apóstolo Paulo usa para descrever o enxerto da oliveira brava sobre os ramos naturais, têm sua base típica aqui em Jeremias.

Por fim, suas palavras serão duras, perfurantes, não suavizadas ou maquiadas, apropriadas a um tempo rebelde como aquele. A resposta dos ouvintes soará em mesmo tom, mas levadas em conta por Deus para sua condenação final e cabal, “porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).

Há sempre um tempo limite em que o clamor dos ímpios não pode ser ouvido.

“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal” (11.14).

E há sempre um tempo limite em que mesmo o clamor dos justos por eles não será aceito.

“Tu [Jeremias], pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei” (7.16).

2. A oliveira verde

Só há duas passagens em toda a Escritura que usam esta expressão exata – Sl 52.8 e Jr 11.16. Comentaremos somente a de Jeremias que nos interessa.

“Denominou-te o Senhor [falando de Israel] oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos, mas agora à voz de um grande tumulto acendeu fogo ao redor dela e se quebraram os seus ramos” (Jr 11.16).

Como já mencionamos em notas anteriores, a oliveira sempre fala de testemunho, seja ele bom ou mal (basta lembrar o raminho de oliveira no bico de uma pomba que testemunhava o fim do juízo noético), portanto se relacionando ao Ministério Profético. Aquela nação de Israel, santificada e separada dos povos ao seu redor, tinha por premissa básica apresentar através de sua Lei, sua fé e justiça prática o Deus vivo e verdadeiro a todas as nações com que mantivesse contato. Já Abraão muito antes recebera esta incumbência.

“E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” (Gn 18.17-18).

O Salmo 67 fala exatamente deste ministério profético

de levar ao mundo gentílico o conhecimento da salvação poderosa e graciosa do Deus de Israel.

“Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós. Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a tua salvação...

Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. Então a terra dará o seu fruto...”

Mas Israel, infeliz povo, escondeu o seu Deus para si mesmos, e deixaram o resto do mundo nas sombras da morte. Esconderam (para não dizer ‘mataram’) o candeeiro celestial da salvação debaixo da cama, coisas que Jesus (falando primariamente de si mesmo) bem observou por parábolas.

“E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz” (Lc 8.16). Jesus não era a luz do mundo?!

Israel não só escondeu seu testemunho único e divino, como também impediu seus verdadeiros profetas de continuar falando, ao mesmo tempo em que abria suas

portas aos falsos e impostores.

“E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam” (Jr 14.14).

“Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5.31).

“Portanto, assim diz o Senhor acerca dos homens... que buscam a tua vida [de Jeremias], dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos” (Jr 11.21).

Obviamente, se a nação escolhida se calou, Deus não! Ele erguerá outros em substituição para esta tremenda responsabilidade.

“Portanto, eu [Jesus] vos digo que o reino de Deus vos será tirado [de Israel], e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.43).

Aqui entra então a famosa figura de Paulo, tirada do texto de Jeremias que iniciamos este texto.

“Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e

você [gentio de outras nações], sendo oliveira brava, foi enxertado no meio deles e se tornou participante da raiz e da seiva da oliveira, não se glorie contra os ramos. Mas, se você se gloriar, lembre que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz que sustenta você. Então você dirá: "Alguns ramos [naturais, os judeus] foram quebrados, para que eu [gentio] fosse enxertado” (Rm 11.17-19).

Não se deve portanto entender por esta figura que Deus quebrou definitiva e irremediavelmente a nação de Israel, mas somente que sua responsabilidade profética ou testemunhal foi passada a outro povo – aquele que viria a ser o corpo de Cristo.

Quando o testemunho da Igreja se tornar impuro como o foi daqueles – e já chegamos a este tempo – Deus novamente tornará a usar Israel como meio de salvação entre o mundo condenado. Paulo continua sua visão explanativa.

“Dirás, pois: Os ramos [naturais-Israel] foram quebrados, para que eu [gentio-Igreja] fosse enxertado. Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também” (Rm 11.19-21).

Estas palavras finais de soberba da oliveira brava enxertada, ‘bate’ precisamente com as de outro profeta não

menos iluminado.

E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve:.. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.14 -17).

Vivemos hoje, numa total inconsciência geral, nesta Laodiceia prevista. Muitos não admitirão, e outros tantos não crerão, mas a porta celeste em poucos meses mais se fechará: os que se mantiveram puros e incontaminados serão elevados aos céus – os demais serão vomitados neste mundo para receber a recompensa que lhes cabe na mais terrível era da humanidade.

Prepare-se!

3. Espada, peste e fome – o espelho

Terminamos nossa última nota em tom nublado, falando tanto da nação de Israel que escondeu seu Messias, bem como da Igreja, corpo de Cristo, que tem decepado, aviltado e corrompido seu testemunho. Aqueles não passaram impunes, e estes – nós – também não o passarão.

Três castigos sombrios – espada, peste e fome –aparecem, juntas no mesmo versículo, 9 vezes (3x3) pelo texto de Jeremias (14.12, 24.10, 27.13, 27.8, 29.17, 29.18, 42.17, 42.22, 44.13). Mas se levarmos em conta termos que os substituem, como pestilência, enfermidades e guerra, somaremos 27 alertas (9x3) para a nação de então. E se buscarmos termos que ampliam e ressaltam estes castigos –como desolação, espanto, maldição, opróbrio, assobio, escárnio, provérbio – esse número chega a pelo menos 33 avisos. Se para Israel que estava posicionado no terreno, preso ao visível e ‘feitos segundo a lei do mandamento carnal’(Hb 7.16a), a justiça de Deus foi implacável – que se poderia esperar para aqueles que já foram posicionados no celeste, livres pelo invisível e feitos “segundo a virtude da vida incorruptível” (Hb 7.16b)?!

Poderíamos lembrar e parafrasear o escritor aos

Hebreus fazendo o mesmo questionamento, porém de forma mais contundente.

“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram...? (Hb 2.2-3).

Se o leitor se atentou bem para os 3 castigos acima, certamente lembrou que convivemos desde o início de 2020 com uma certa peste global, porém com um nome mais agradável (pandemia), que alterou profundamente todo o relacionamento humano e ainda limitou sua movimentação física. Nem vamos comentar de Igrejas de Cristo vergonhosamente fechadas.

Também deveria se lembrar que estamos presenciando uma guerra (termo abrandado para ‘operação militar especial’ por um dos lados) que já dura 10 meses (início em 24/02/2022), e que de forma indireta vários países têm fomentado o conflito, seja com armas, dinheiro e sanções comerciais que afetam não só os envolvidos, mas o globo inteiro. Temos acompanhado graves consequências energéticas para toda a Europa, e de alguma forma também dificultado a movimentação humana dos povos envolvidos. E seus efeitos mais nefastos ainda serão mais sentidos

conforme o conflito se estende.

E provavelmente você também já deve ter ouvido de uma fome (amenizada para ‘crise alimentar’) sem precedente que já se insinua no mundo, prevista por especialistas aparentemente sérios, decorrente destes dois ‘apertos’da chave de mão divina.

Não... não estamos falando da tribulação. Ela ainda não começou! Mas assim como Israel era avisado com estes 3 castigos do perigo iminente do seu cativeiro babilônico, também nós agora somos avisados, pela reprise destas desgraças, do cativeiro que em breve castigará o mundo.

Se você está acostumado à leitura apocalíptica, se lembrará de que estas 3 ameaças globais estão precisamente profetizadas na abertura daqueles tão temidos selos que invocam os (des)conhecidos 4 cavaleiros do Apocalipse. Vamos resumir bem o texto.

E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei... e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.

E, havendo aberto o segundo selo... saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi

-lhe dada uma grande espada.

E, havendo aberto o terceiro selo... eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro [altíssima inflação pela escassez do produto que culminará em fome extrema]; e não danifiques o azeite e o vinho.

E, havendo aberto o quarto selo... eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras [ou bestas] da terra” (Ap 6.1-8).

Apesar dos selos apocalípticos ainda não terem sido abertos, vemos que já estão em pleno desenvolvimento. Os castigos que temos presenciado são, de forma figurada, como uma imagem refletida no espelho do objeto real que sobrevirá em breve e com muito mais violência.

Partindo de uma data que me estava escondida até poucas semanas atrás – e devo frisar que se trata somente de uma proposição ou conjectura – poderia haver um período de carência ou espera (de três anos e meio, ou 42 meses de 30 dias judaicos ou 1260 dias) para os 3 selos apocalípticos, como em espelho ou reflexo da primeira metade da

tribulação, iniciando sua contagem em 20/01/2020, data oficial em que foi declarada pela OMS uma ‘emergência pública internacional’ (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandemia_de_COVID19).

Se somarmos a esta data os 1260 dias em espelho –como antecipação, preparação e alerta – da primeira metade da tribulação, chegaríamos em 03/07/23 (https://www.calendario365.com.br/calcular/20-01-2020_03-07-2023.html).

O período de 1260 dias já é bem conhecido dos cristãos, visto tratar de metade da tribulação (mencionado 2 vezes em Apocalipse 11.3 e 12.6), e que corresponde ao tempo da quebra do pacto que será estipulado por 7 anos entre Israel e o anticristo, mencionado por Daniel.

“E ele [o chifre pequeno que se levantará da Europa romana ou a primeira fase da besta que sobe do mar] firmará aliança com muitos por uma semana [uma semana de anos = 7 anos]; e na metade da semana [3,5 anos ou 1260 dias] fará cessar o sacrifício e a oblação [no futuro e breve templo a ser reconstruído em Jerusalém]; e sobre a asa das abominações virá o assolador [a segunda fase da besta que sobe do abismo], e isso até à consumação” (Dn 9.27).

Mas há outras duas contagens em Daniel que ultrapassam estes 1260 dias como que em uma extensão do tempo, talvez para purificação dos judeus de então.

E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado [sacrifícios no novo Templo restaurado em Jerusalém], e posta a abominação desoladora [a entronização do anticristo neste templo conforme predito por Jesus em Mt 24.15], haverá mil duzentos e noventa dias [1260+30]. Bemaventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias [1260+75]” (Dn 12.11-12).

Se esta contagem refletir como num espelho (partindo de 20/01/2020 quando do início da peste) a preparação para o início da tribulação, teríamos a data limite de 16/09/2023 contados 1260 dias mais os 75 de bem-aventurança, como um tipo para a Igreja para a libertação de uns e para cativeiro de outros (https://www.calendario-365.com.br/ calcular/20-01-2020_16-09-2023.html).

Ocorre que precisamente este dia (16/09/23) será a comemoração do novo ano judaico de 5784. Haveria então uma coincidência estranha quando exatamente o período de 1335 dias tivesse seu início numa pandemia que alterou os rumos deste planeta e um ano novo judaico (https:// www.google.com/search? q=ano+novo+judaico+5784&client=opera&hs=maV&ei=RF6XY4rMMpvW1sQPw

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QHIAQnAAQE&sclient=gws-wiz-serp).

Resumindo tudo: SE o que propus acima estiver correto, o período tribulacional de que falou o profeta Daniel poderá começar por volta do ano novo judaico 5784 (16/06/23). Isto implicaria (partindo do princípio de que o arrebatamento da Igreja seja pré-tribulacional) no arrebatamento até 75 dias anteriores à data limite acima (03/07/23 a 16/09/23).

O tempo se aproxima e brevemente saberemos se tudo se cumprirá neste período ou não. Uma coisa é certa – Jesus prometeu voltar, e certamente voltará. Devemos estar prontos para sua vinda praticamente iminente, e muito mais a cada dia que passa e diminui seu prazo de retorno.

Enquanto isto, comentaremos sobre o segundo castigo – o mal que vem e que já está no Norte.

4. O mal que vem e já está no Norte

Dedicamos nossa nota passada descrevendo 3 castigos – espada, peste e fome – que antecederam o cativeiro babilônico do povo de Israel, mas que também estão sendo reprisados desde o início de 2020, e que ainda mais se intensificarão até a tribulação que breve se abaterá sobre o globo, representados nos primeiros 4 selos apocalípticos. Daremos atenção agora ao segundo castigo– a espada.

Em 24/02/22 começou aquilo que se denominou pelo atacante uma “operação militar especial” (https:// www.cnnbrasil.com.br/internacional/putin-autoriza-operacao-militar-especial-emregiao-separatista-da-ucrania/).

Temos acompanhado em praticamente todo curso deste ano de 22, uma guerra que, enquanto ainda regional, tem avançado em outras frentes – um crescente número de países escolhendo e ajudando um dos lados (com armamento, efetivo humano, dinheiro e propaganda ideológica) e uma crise energética e econômica que já se abateu sobre boa parte dos países do mundo. Situação esta que agravou o que já vinha agravado pela peste global.

Analisando as passagens neste livro de Jeremias que convocam um certo povo ‘do norte’ para castigo de várias nações, temos pelo menos 7 textos indicando castigo exclusivo sobre Israel (1.15, 4.6, 6.1, 6.22, 10.22, 15.12,

13.20), e pelo menos 4 que indicariam uma abrangência ampliada (1.13, 1.14, 25.9, 47.2). Vamos ao primeiro caso restrito e praticamente microscópico sobre Israel, que servirá de tipo para o global ou macro.

“Portanto assim diz o Senhor: Eis que armarei tropeços a este povo; e tropeçarão neles pais e filhos juntamente; o vizinho e o seu companheiro perecerão... Eis que um povo vem da terra do norte, e uma grande nação se levantará das extremidades da terra. Arco e lança trarão; são cruéis, e não usarão de misericórdia; a sua voz rugirá como o mar, e em cavalos virão montados, dispostos como homens de guerra contra ti, ó filha de Sião. Ouvimos a sua fama, afrouxaram-se as nossas mãos; angústia nos tomou, e dores como as de parturiente” (6.21-24).

A interpretação primária e simples trata do império babilônico que logo sairia para conquistar toda a Palestina como castigo principal sobre Israel, e mais precisamente Jerusalém (fato ocorrido cerca de 586 a.C.). Ainda que Babilônia não estivesse localizada precisamente ao norte, geograficamente falando, contudo a invasão se deu a partir do norte das fronteiras de Israel, que é o ponto de vista profético do início do ataque.

Mas observe que já há uma cláusula acrescentada ao primeiro castigo “um povo vem da terra do norte” – uma grande nação se levantará das extremidades da terra. Ou seja, em tempo mais avançado, outra nação, de um ponto ainda mais distante ao norte, se levantaria como castigo, não só sobre Israel, mas sobre uma área muito mais ampla, ‘rugindo como o mar’. Este tempo avançado está atrelado à ‘angústia das dores de parto’, que lembram as palavras de Jesus no último e mais terrível cerco descrito em Mateus 24.

Vamos ampliar agora esta invasão primária de Babel (sob Nabucodonosor) sobre Israel, analisando aquelas 4 passagens mais acima mencionadas.

E veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo: Que é que vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja face está para o lado do norte. E disse-me o Senhor: Do norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra. Porque eis que eu convoco todas as

famílias dos reinos do norte, diz o Senhor; e virão, e cada um porá o seu trono à entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os seus muros em redor, e contra todas as cidades de Judá (1.13-15).

“Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras, eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra [Israel], e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de perpétuas desolações” (25.8-9).

“Assim diz o Senhor: Eis que se levantam as águas do norte, e tornar-se-ão em torrente transbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, a cidade, e os que nela habitam; e os homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão; ao ruído estrepitoso dos cascos dos seus fortes cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos filhos, por causa da fraqueza das mãos; por causa do dia que vem, para destruir a todos os filisteus, para cortar de Tiro e de Sidom todo o restante que os socorra” (47.2-4).

Observe a linguagem sempre crescente: Lado do norte – todas as famílias do lado do norte

águas do norte – torrente transbordante que alagará a terra e sua plenitude

Portas de Jerusalém – todas as cidades de Judá – sobre esta terra – todas as nações ao redor – todos os moradores da terra

A linguagem usada não permite uma interpretação meramente local, mas avança em direção do mundo, sobre todos os homens, como uma reprise global do que já foi local. E Jeremias pontuará esta narrativa com acento mais agudo, tentando acordar os sonolentos de hoje.

“Porque, eis que na cidade que se chama pelo meu nome [Jerusalém] começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos.

Tu, pois, lhes profetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor desde o alto bramirá, e fará ouvir a sua voz desde a morada da sua santidade; terrivelmente bramirá contra a sua habitação, com grito de alegria, como dos que pisam as uvas [o mesmo lagar de Ap 14.18-20], contra todos os moradores da terra.

Chegará o estrondo até à extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com

toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz o Senhor.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra” (Jr 25.29-32).

Poderia haver linguagem mais clara, contundente, precisa? E por que insistimos no povo do norte, do extremo norte, das extremidades da terra? Porque a Rússia, neste exato momento em que ataca seu vizinho, será – e já é – a porta de entrada para todo o resto da profecia.

Sua capital, Moscou, localiza-se geograficamente numa linha quase reta como o extremo norte de Jerusalém. E sabemos, por outra profecia do final dos tempos em Ezequiel, que Gogue invadirá Israel. Trarei, se nos restar tempo, um resumo de interesse dos capítulos 38 e 39 de Ezequiel quando analisarmos seu livro.

O que importa entender por ora é que, assim como uma invasão vinda do Norte – sob Babilônia, já cumprida sobre Israel – levou muitos ao cativeiro e à destruição do restante, também hoje, no limiar desta era da Igreja corpo de Cristo, esta moderna invasão do Norte servirá tanto para cativeiro de uns quanto destruição de outros, além do que culminará na invasão futura de Israel. Tudo se repetirá. Temos o privilégio – ou o castigo? – de ver as profecias finais se cumprindo diante de nossos olhos.

Provavelmente, esta guerra iniciada com seu vizinho se ampliará drasticamente, mas sendo interrompida por um breve momento naquele pacto de sete anos que muitos farão com a besta que sobe do abismo e os enganará com sua falsa paz. No entanto, após a quebra deste pacto na metade da semana, este povo da extremidade do Norte será trazido de volta a Israel, tanto para seu castigo quanto para o povo de Deus. “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue... E dize: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue... E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército... muitos povos contigo... Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos [período tribulacional] virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos [Israel desde 1948], junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos... (Ez 3.2-8).

Nosso próximo assunto tem a ver com as similaridades entre o fim de Israel no passado e a Igreja sob esta nova invasão.

5. Israel e Igreja antes do fim

Seguindo o raciocínio do que foi exposto na nota anterior, e se estivermos certos de que o ataque da Rússia ao seu vizinho é o boot ou pontapé inicial do que se ampliará até a invasão de Israel durante a tribulação (e podemos já adiantar que este evento possa se dar em 2 fases – uma nesta era final da Igreja e como uma preparação do que virá na tribulação), podemos entender aquele ataque-castigo de Babilônia sobre Israel no passado como um tipo deste ataque da Rússia para esta era da Igreja e do mundo secular. Jeremias vai alicerçar o assunto.

“E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o SENHOR, até que a consuma pela sua mão” (27.8). Assim, havia esperança para Israel e as nações vizinhas se se submetessem ao castigo daquele grande rei e reino. Seriam certamente deportados para lá como castigo, como o foram, mas teriam suas vidas como resgate.

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, os quais fiz transportar de

Jerusalém para Babilônia: Edificai casas e habitai-as; e plantai jardins, e comei o seu fruto... Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazervos a este lugar” (29.4-5,10).

De um lado, castigo sem misericórdia aos que não se submeteram e insistiram em ficar na terra lutando contra os caldeus – de outro, castigo com misericórdia e vida para os que foram levados cativos e prisioneiros.

Podemos e devemos tirar uma lição singular deste caso. Assim como a vinda daquele grande rei trouxe castigo a todos – uns julgados com morte e destruição e outros com a perda de seu lar em terra estranha – também agora, guardadas as devidas proporções e peculiaridades de cada povo, a Igreja de Jesus Cristo vai passando por 3 castigos tremendos – a peste, a espada e a fome – como comentamos nas notas anteriores.

Os que se submeterem ao Rei dos reis que virá, serão levados cativos para outra pátria para o seu devido julgamento.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com

eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).

“Porque todos [nós, cristãos] devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5.10).

Mas os que não se submeterem (tanto o joio escondido na Igreja quanto o mundo impenitente) àquele Jesus que virá buscar seus eleitos, todos indistintamente ficarão na terra para experimentar o julgamento mais terrível da humanidade.

Assim como aqueles tinham a esperança de retornarem à sua terra após 70 anos de cativeiro, nós também, depois de 7 anos das bodas após nosso arrebatamento, voltaremos com nosso Senhor para o dia da vingança do Todo-Poderoso.

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça... E estava vestido de veste tingida em sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro” (Ap 19.11-14).

Desnecessário lembrar que Israel voltou para a sua

terra que foi dada a eles para sempre, e nós voltaremos para cá no caráter da noiva que está ligada ao Noivo, quem tem o direito de julgar o mundo e os anjos. Aqueles têm e terão uma habitação terrena – nós fomos comprados do mundo para sermos eternamente celestiais.

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?...Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? (1 Co 6.23).

Mas continuemos as similaridades.

Assim como Jeremias, e outros tantos profetas anteriores e mesmo contemporâneos a ele, profetizaram durante várias décadas a ruína futura de Israel, há pelo menos 2000 anos a Igreja profetiza da tribulação que assombrará o globo debaixo do poder do anticristo.

E assim como aqueles não creram na mensagem dos profetas, mas se obstinaram em seguir seus próprios caminhos, também agora o mundo que nos cerca, bem como o cristianismo morno em que estamos inseridos, desprezam e desdenham nosso testemunho.

Amensagem de Jeremias não poderia ser mais atual.

“Também vos enviou o Senhor todos os seus servos, os profetas, madrugando e enviando-os, mas vós não

escutastes, nem inclinastes os vossos ouvidos para ouvir, quando diziam: Convertei-vos agora cada um do seu mau caminho, e da maldade das suas ações... Porém não me destes ouvidos, diz o Senhor, mas me provocastes à ira com a obra de vossas mãos, para vosso mal” (25.4-7).

Como responde o Senhor dos Exércitos de anjos?!

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazemvos desvanecer [ou vos enchem de vãs esperanças]; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor. Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós” (23.16-17).

O mal já veio! Quem tem ouvidos...

6. Os figos bons e maus

Quem não conhece esta intrigante passagem com sua estranha simbologia? Uma imagem simples com significados profundos, tão profundos que desdobraremos seu significado primário a partir de Israel até nós em nossos dias, estes mesmos em que você vive.

“Fez-me o SENHOR ver, e eis dois cestos de figos, postos diante do templo do SENHOR, depois que Nabucodonosor, rei de Babilônia, levou em cativeiro a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, e os príncipes de Judá, e os carpinteiros, e os ferreiros de Jerusalém, e os trouxe a Babilônia. Um cesto tinha figos muito bons, como os figos temporãos; mas o outro cesto tinha figos muito ruins, que não se podiam comer, de ruins que eram” (Jr 24.12).

Esquecendo por um pouco o significado do símbolo em seu contexto, a dualidade simples atesta o que Deus só vê. Para Ele não há figos meio-bons, nem figos meio-ruins. Ou eles são bons, ou são extremamente ruins. Em toda a Escritura, de Gênesis aApocalipse, assim o Criador nos vê.

“Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz

frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” (Mt 7.16-19).

Poderíamos então, em nossa presunção maligna, achar que alguns poderiam ser classificados como bons ou melhores por seus próprios méritos. Qual a resposta do Senhor? “

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.10-12).

A velha questão da eleição ainda é um problema grave para o perdido, e não menos para o cristão. Sempre imaginamos que possuímos alguma coisa boa que Deus possa aproveitar. Deus não elege pelo nosso mérito, mas pela Sua incompreensível misericórdia e graça.

Voltando ao contexto, os figos ‘bons’ examinados por Jeremias se referem aos judeus que foram aprisionados e levados cativos para Babel, enquanto os maus eram os ‘sortudos’que ficaram na terra para um castigo ainda maior. Não havia diferença aos olhos de Deus em relação àquele povo – todos foram condenados e receberam a justa retribuição. Adiferença estava na atitude salvadora de Deus.

Jesus ensinaria mais a frente sob outro ângulo falando deste mesmo povo e assunto.

“E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13.4-5).

A diferença gritante entre os figos não significava, não indicava uma diferença de caráter entre eles. Mostrava antes o que o Senhor faria, ou o destino que traçaria, para cada grupo. Os que foram condenados pela deportação para Babel provariam a grata misericórdia de Deus de retornarem para sua terra. Mas os que ficaram ou restaram em Israel, seriam irremediavelmente condenados à destruição.

Também agora, uma diferença peculiar há entre o povo de Deus e o mundo que nos cerca. Todos estavam igualmente condenados aos olhos de Deus – mas somente os eleitos pela fé seriam alvo da salvação final que os separa do mundo.

Os que estiverem vivos pelo tempo da volta do Senhor, serão agraciados com seu encontro nos ares para estarem sempre com Ele. Os demais que restarem do mundo e dos que forem vomitados da igreja morna de Laodiceia, serão profundamente atormentados nos sete anos de

tribulação que se seguem ao arrebatamento, assim como os figos.

Quanto ao povo judaico simbolizado pelos figos, devemos lembrar que a figueira representa o ministério de Governo dado a Israel. Ou seja, os figos bons representavam o governo que seria restaurado quando da volta dos do cativeiro, e os figos maus o governo que seria totalmente interrompido e aniquilado.

Como exemplo do que estamos tentando nortear, tanto o rei Jeoiaquim que havia sido deportado vários anos antes de Zedequias, e o próprio Zedequias como último rei de Judá, foram devidamente sentenciados pela mesma fórmula que a Palavra de Deus os condenava.

“E [Jeoiaquim] fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizeram seus pais” (2 Re 23.37).

“E [Zedequias] fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Jeoiaquim” (2 Re 24.19).

A condenação era a mesma, mas a graça alteraria os resultados.

“No ano trigésimo sétimo do cativeiro de Jeoiaquim...

Evil-Merodaque, rei de Babilônia... levantou a cabeça de

Jeoiaquim... e tirou-o do cárcere... e pôs o seu trono acima dos tronos dos reis que estavam com ele... E lhe fez mudar as vestes da sua prisão; e passou a comer pão sempre na presença do rei, todos os dias da sua vida” (Jr 52.31-33).

Quanto a Zedequias, “ prenderam o rei, e o fizeram subir ao rei... E o rei de Babilônia degolou os filhos de Zedequias à sua vista... E cegou os olhos a Zedequias, e o atou com cadeias; e o levou para Babilônia, e o conservou na prisão até o dia da sua morte” (Jr 52.9-11).

Paulo resume e arremata a questão de forma inequívoca.

“Que diremos pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer -me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Rm 9.14-16).

7. As lamentações de Jeremias

Era nosso intuito comentar em separado as Lamentações de Jeremias, mas visto sua pequena dimensão e o assunto tratar das corriqueiras misérias em que se encontrava Israel, achei por bem encerrar a presente análise com uma releitura do seu segundo capítulo, como uma atualização interpretativa.

Substituiremos alguns nomes e termos (em negrito) com o intuito de provocar um auto exame e– quem sabe?! –arrependimento do corpo cristão. Não peço perdão pelas minhas amargas comparações, a não ser por minhas próprias fraquezas!

“Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ‘repreensão’o ‘anjo da igreja de Laodiceia’! Derrubou do céu à terra a glória da ‘igreja dos primogênitos’, e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua‘correção’.

Devorou o Senhor todos ‘os vossos deleites’, e não se apiedou; derrubou no seu furor as fortalezas das ‘doutrinas’, e abateu-as até à terra; profanou ‘seus ministérios’e os seus ‘líderes’.

No furor do seu ‘castigo’ cortou toda a força da ‘igreja gloriosa’; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra os ‘filhos de adoção’, como

labareda de fogo que consome em redor.

Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua destra como adversário, e matou tudo o que era formoso à vista; derramou a sua indignação como fogo nos ‘palanques’ da ‘cristandade’.

Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou as ‘igrejas’, devorou a todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na ‘cidade do Deus vivo’ a lamentação e a tristeza.

E arrancou o seu ‘castiçal’ com violência, como se fosse o de uma ‘oliveira brava’; destruiu o lugar da sua congregação; o Senhor, em ‘sua morada’, pôs em esquecimento a festa solene e o sábado ‘e o domingo’, e na indignação dos seus ‘açoites’ rejeitou com desprezo o ‘pregador’e o ‘ouvinte’.

Rejeitou o Senhor o seu altar, detestou o seu santuário; entregou na mão do inimigo os muros dos seus palácios; deram gritos na casa do Senhor, como em dia de festa solene.

Intentou o Senhor ‘vomitar’ o ‘castiçal de Laodiceia’; estendeu o cordel sobre ele, não retirou a sua mão destruidora; fez gemer o antemuro ‘da fé’e o muro ‘da esperança’; estão eles juntamente enfraquecidos.

As suas portas caíram por terra; ele destruiu e quebrou os seus ferrolhos; o seu ‘pastor’ e os seus ‘membros’ estão entre os ‘pagãos’, onde não há lei, nem os seus profetas acham visão alguma do Senhor.

Estão sentados na terra, silenciosos os anciãos da ‘universal assembleia’; lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram sacos; ‘a nação santa, o povo adquirido’abaixa a sua cabeça até à terra.

Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do quebrantamento da‘glória’ do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de peito pelos ‘bancos de seus templos’.

Ao desfalecerem, como feridos, pelos ‘bancos de seus templos’, ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães, perguntam a elas: Onde está o ‘dízimo’e a ‘oferta’?

Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó ‘pobre e nua Laodiceia’? A quem te assemelharei, para te consolar, ó ‘igreja do Deus vivo’? Porque grande como o mar é a tua quebradura; quem te sarará?

Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti ‘riquezas’vãs e motivos de ‘soberba’.

Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre os ‘participantes da vocação celestial’, dizendo: É esta a ‘geração eleita, o sacerdócio real’ que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?

Todos os teus inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam e rangem os dentes; dizem: Nós a ‘contaminamos’; certamente este é o dia que esperávamos; nós a achamos, e a vimos.

Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários.

O coração deles clamou ao Senhor: Ó ‘cega Laodiceia’, corram as tuas lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanso, nem parem as meninas de teus olhos. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todos os ‘teus templos’.

Vê, ó Senhor, e considera a quem fizeste assim! Hão

de comer as mulheres o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços? Ou matar-se-á no santuário do Senhor o ‘pastor’e o profeta?

Jazem por terra pelas ‘denominações’ o moço e o velho; as minhas virgens e os meus jovens vieram a cair à ‘aguda’ espada ‘de dois fios’; tu os ‘vomitaste’ no dia do teu ‘julgamento’; mataste e não te apiedaste.

Convocaste os meus temores em redor como num dia de solenidade; não houve no dia do ‘juízo’ do Senhor quem escapasse, ou ficasse; aqueles que eu trouxe nas mãos e sustentei, o ‘maligno’os consumiu” (Lamentações 2.1-22). ...

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