A Conciliação entre o
divino
eo
humano Marcio Bertachini
É sempre bom relembrarmos as condições necessárias para nossa perfeita salvação. Não somente do lado humano houve reconciliação, mas também no divino algo teve de ser conciliado. Comecemos daqui. Partindo do pressuposto que Deus é santo e não pode contemplar a iniquidade, pois ‘justiça e juízo são a base do seu trono’ (Sl 89.14), não haveria solução para nosso caso se dentro dEle mesmo não partisse algo que pudesse suplantar esta Santidade condenadora. Sabemos que o Filho se incumbiu de liberar Sua graça salvadora aos pecadores que se arrependessem, mas este ato gracioso foi intermediado pela ação conciliatória do Espírito Santo, como podemos ler: ‘Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?’ (Hb 9.14). Esta ação conciliatória dentro das Pessoas di-
vinas só é possível ‘porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus’ (1 Co 2.10).
Nota-se claramente a ação conciliatória do Espírito entre Pai e Filho – pois este se ofereceu em primeiro lugar ao Pai – como conciliação entre a justiça absoluta de um e a graça irrestrita de outro. Assim, Deus pode ser ‘justo e justificador daquele que crê em Jesu’s (Rm 3.26).
Unidos agora os Dois no propósito da salvação humana, será novamente o mesmo Espírito que atuará na reconciliação entre as partes, como está escrito: ‘E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo’ (Jo 16.8). ‘Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações’ (Hb 3.7-8). Pela ação reconciliadora do Espírito Santo, o Pai pode perdoar o pecador, retirando todas as suas ofensas, ao mesmo tempo que o Filho imputa sobre aquele que crê toda sua justiça, transformando-o em um novo homem. ‘Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele [Jesus] se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles’ (Hb 7.25). ‘Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça’ (Rm 4.5).
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