CRÔNICAS em foco!!!

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Crônicas em foco! As atitudes dos outros também contaminam a gente! Raízes que se fincam O fim (in)evitável de Samaria e Israel Vai pondo água... Vai pondo mais água... O fim temporário de Jerusalém e Judá

2021 cristoescrito@hotmail.com


As duas frases usadas como título dos capítulos destacadas ao lado foram dadas à minha esposa pelo Espírito (quando ela foi direcionada a limpar minuciosamente toda nossa casa em todos os cantos, porém de fora para dentro, internamente da frente para o fundo, e de cima pa-

ra baixo no caso das paredes e janelas) em Setembro de 2019 – 3 meses antes do início da contaminação vigente


Crônicas em foco!

Tendo analisado os dois primeiros livros de Reis focando quase que exclusivamente o teor profético, e com vistas ao futuro tanto do ponto de vista de Israel bem como da oportunidade aos gentios na sua continuação de testemunho ao mundo pela negligência daqueles, passaremos agora a analisar os dois livros de Crônicas com foco nos reis de Israel e Judá propriamente. No entanto, uniremos os dois livros, como no original hebraico, escolhendo 3 personagens principais das duas nações que alteraram profundamente as condições dos seus reinos respectivos com seus desdobramentos espirituais. Talvez tenhamos que citar também os dois livros anteriores de Reis já esboçados, visto que estes falam mais profeticamente que Crônicas.

O destino das duas nações todos conhecemos – desterro para uma terra distante, separados do seu templo, do seu Deus, da Sua glória, mas não de Sua misericórdia, pois Deus não pode quebrar seu juramento a Abraão e seus filhos. Acho que a melhor passagem que descreve bem a situação espiritual destas duas nações se encontra em 2 Cr 36.15 -16.


“E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contr a o seu povo, que mais nenhum remédio houve”. Não obstante tanta incompreensão e desleixo de seu povo, a misericórdia do seu Deus os recolocaria na terra novamente, falando de Judá, pois Israel não teve a mesma sorte. “Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de Jeremias), desper tou o Senhor o espír ito de Ciro, rei da Pér sia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor seu Deus seja com ele, e suba” (26.22-23). A melhor passagem que define os motivos do castigo sem volta de Israel se encontra, entretanto, em 2 Reis capítulo 7, versículos 7 em diante. “Porque sucedeu que os filhos de Israel pecaram con-


tra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses... E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus... E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações, que o Senhor expulsara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o Senhor. E serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis estas coisas. E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guar dai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus. E rejeitaram os seus estatutos, e a sua aliança que fizera com seus pais, como também as suas advertências, com que protestara contra eles; e seguiram a vaidade, e tornaramse vãos; como também seguiram as nações, que estavam


ao redor deles, das quais o Senhor lhes tinha or denado que não as imitassem... Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocarem à ira. Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá... Por isso o Senhor rejeitou a toda a descendência de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da sua presença. Porque rasgou a Israel da casa de Davi... assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje.” Estas palavras tristes, mas contundentes, deveriam arrepiar os ouvidos de todo cristão que diz temer este mesmo Deus vivo, visto que nossa igreja Laodiceia predominante nestes últimos tempos, também anda por maus caminhos, tornando-se vãos, “avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de


Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (2 Tm 3.2-5), quando Paulo descreve o estado último de nossas igrejas. Passemos aos reis de Israel em nosso próximo assunto.


As atitudes dos outros também contaminam a gente

Costumamos pensar em Salomão sempre em termos positivos – sua sabedoria e sua prosperidade material – no entanto ele foi o grande responsável pela divisão da nação de Israel, que tanto custou a seu pai Davi unir. “Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses... Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor; e não per severou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai... Assim disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu ser vo” (1 Re 11.4-11). Coube a seu filho, Roboão, na sua arrogância e total falta de tato, levar a cabo tal separação, e a Jeroboão o levantar dos alicerces (dois bezerros de ouro) que viriam a ser a causa constante da idolatria da jovem nação separada. Citemos apenas uma descrição. “Contudo não se apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, com que fez Israel pecar” (2 Re 13.6), fórmula esta


que se reprisará inúmeras vezes entre os reis de Israel. Mais à frente, outro rei ao norte se erguerá – Onri – que comprará por dois talentos de prata (como já dissemos antes, estes dois talentos significam o testemunho da divisão) o monte de Samaria, passando a ser capital de Israel, e já podemos ver a sua associação ao pecado de Jeroboão: “E fez Onri o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele. E andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos pecados com que ele tinha feito pecar a Isr ael, irritando ao Senhor Deus de Israel com as suas vaidades” (1 Re 16.25-26). Mas se Onri tornou Samaria capital de Israel, seu filho Acabe a dedicou a Baal. “E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1 Re 16.31-32). Os pecados vão se acumulando, se aperfeiçoando a tal ponto, que o profeta Miquéias é levantado para condenar toda aquela geração e as futuras que não se arrependerem. “Ouvi, montes, a demanda do Senhor, e vós, fortes


fundamentos da terra; porque o Senhor tem uma demanda com o seu povo, e com Israel entrará em juízo... Porque se observam os estatutos de Onri, e toda a obra da casa de Acabe, e andais nos conselhos deles; par a que eu te faça uma desolação, e dos seus habitantes um assobio; assim trareis sobre vós o opróbrio do meu povo” (Mq 6.2,16). O que Israel fazia, e muitos em nossas igrejas perpetuam agora, está claramente sinalizado pelo nosso Senhor em suas muitas parábolas. “E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” (Mt 7.26-27). João, em seu livro apocalíptico, traça um triste cenário para nosso mundo em rápido declínio moral, para os que estão sem Cristo, e espiritual, falando aos que dizem possuir Cristo. “Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar


aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro... E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo [e mais do que você imagina!]. Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.6-12). Veremos em nosso próximo capítulo um homem levantado pelo Senhor para tentar mudar o estado calamitoso de Israel, mas sua reforma não arrancou as raízes de todo o mal.


Raízes que se fincam...

O único rei de Israel que não teve seu nome associado à fórmula ‘e fez o que era mal’ foi Jeú. Sua entrada à vida nacional de Israel se deu pelo chamado triplo de Elias. “E o Senhor lhe disse [a Elias]: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu” (1 Re 19.15-17). Quando não andamos nos caminhos do Senhor, Ele levanta três poderosos indicadores de que algo vai mal em nossas vidas – o mundo que nos cerca, nossa própria casa e o testemunho dos irmãos. No caso de Israel, estes três argumentos proféticos não levaram a grande mudança. Jeú, no entanto, fará um verdadeiro reboliço em meio ao seu povo. Sua linguagem mostra bem que não estava disposto a negociar com os inimigos do


Senhor. “E saiu Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro, e saíram ao encontro de Jeú, e o acharam no pedaço de campo de Nabote, o jizreelita. E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?” (2 Re 9.21-22). Nem mesmo o rei de Judá foi poupado neste encontro, pois como ensinaria nosso Senhor, “se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mt 15.14). Cresci com um ditado de minha mãe e que conservo até hoje na vida prática – ‘Diga-me com quem tu andas, e eu te direi quem tu és”. Jeú prosseguiu em sua matança dos inimigos do Senhor e o texto sagrado não deixa de louvá-lo. “E assim Jeú destruiu a Baal de Israel” (2 Re 10.28).

Um grande feito certamente, mas o Senhor exigia que se fosse além, e o mesmo texto inspirado não deixará de alertá-lo. “Porém não se apartou Jeú de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel, a saber: dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em


Dã” (2 Re 10.29). A raiz de todo o problema continuava sem solução, e seria uma questão de tempo para que este fermento inicial se alastrasse novamente em contaminação.

Eu particularmente creio que a atitude mais acertada e espiritual deste vingador, seria destruir estes dois concorrentes do tabernáculo do Senhor em Jerusalém e conduzir todo o povo para voltar ao Senhor via Judá, inclusive reunificar a nação que estava dividida. Jesus, em suas tantas parábolas, advertia sobre o perigo de reformas que não derrubassem os alicerces. Pois Deus não constrói nada sobre o velho e contaminado, mas faz tudo uma nova criação. “E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha” (Lc 5.36).


Por isto que aqueles que – hoje – quiserem construir sua vida cristã nas bases da lei do Antigo Testamento, terão que sofrer por não viver pela fé unicamente. “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé [em J esus mor to e ressuscitado, em novidade de vida pela atuação constante do Espírito Santo de Deus]” (Gl 3.10-11). Nestes dias terminais de acomodação e negligência espiritual, somente uma reforma íntima, desde a base do que somos, pensamos e atuamos, poderá vencer os desafios terríveis que sobrevirão a este mundo maligno e que não poupará nossas incapazes igrejas. “Assim diz o Senhor Deus: Um mal, eis que um só mal vem. Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem. A manhã vem para ti, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia da turbação, e não mais o sonido de alegria dos montes” (Ez 7.5-7).


O f i m ( i n) evi t ável de Samaria e Israel

A partir de Jeú (cerca de 841 a 814 a.C.), uma sequência de reis inúteis avança com rumo certo para o cativeiro. Com Jeoacaz (814 a 798), a Síria oprime Israel por muitos dias, levando ao seu enfraquecimento militar. Mesmo clamando ao Senhor, e Deus levantando um libertador da opressão furiosa daqueles, não traz a reforma necessária para uma nova esperança.

Jeoás (798 a 782), apesar de retomar as cidades que seu pai perdera para a Síria após consultar Eliseu, também despreocupou-se com o bem espiritual de seu povo. Restava sempre a misericórdia de nosso Deus. “Porém o Senhor teve misericórdia deles, e se compadeceu deles, e tornou-se para eles por amor da sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e não os quis destruir, e não os lançou ainda da sua presença” (2 Re 13.23). Com Jeroboão (793 a 753), “a miséria de Israel era muito amarga” (2 Re 14.26). As injustiças sociais eram graves, mal que rendeu ao profeta Amós duras repreensões (leia Amós 2 e 7).


Quatro reis se sucedem – Zacarias, Salum, Menaém e Pecaia – os dois primeiros e o quarto sob conspiração em governos curtíssimos, e o terceiro sofre invasão da Assíria, tendo que pagar grande fortuna retirada dos nobres para que o inimigo se retirasse. Depois se levanta Peca (740 a 732), que sofrerá a primeira deportação para a Assíria (733 a.C.), e que ficou bem retratado em 2 Re 15.29. “Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia, e a toda a terra de Naftali, e os levou à Assíria.” O último rei de Israel toma seu trono em conspiração – Oséias (732 a 722), que presenciará a deportação final e definitiva de seu povo, cumprindo uma profecia de Aías feita cerca de duzentos anos antes deste evento, logo que se separou Israel em duas nações, pelo pecado de Jeroboão.

“Vai, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te levantei do meio do povo, e te pus por príncipe sobre o meu povo de Israel, e rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti, e tu não foste como o meu ser vo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos, antes tu fizeste o mal, pior do que todos


os que foram antes de ti...Também o Senhor ferirá a Israel como se agita a cana nas águas; e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio [Assír ia]; porquanto fizer am os seus ídolos, provocando o Senhor à ira. E entregará a Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel” (1 Re 14.7-16). Citaremos novamente a causa deste terrível flagelo pela ótica divina, visto que temos o costume de lançar nossas próprias culpas aos ombros de terceiros. “No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala e em Habor junto ao rio de Gozã, e nas cidades dos medos, porque sucedeu que os filhos de Israel pecaram contra o Senhor seu Deus, que os fizer a subir da ter r a do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses. E andaram nos estatutos das nações que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel, e nos dos reis de Israel, que eles fizeram. E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contr a o Senhor seu Deus... E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Conver tei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e


os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.

Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus... Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá... Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles; até


que o Senhor tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje” (2 Re 17.6-23). Temos o triste conceito de que Deus nos perdoará todas as nossas transgressões sem maiores problemas. E glória a Deus! Ele certamente perdoará se confessarmos em nome de seu Filho Jesus. Mas não removerá suas consequências na medida exata da proporção do erro e do pecado. Elas nos servirão de sinal da desaprovação de nosso Senhor, e para que pensemos sete vezes antes de infligirmos sua santidade em nossas vidas.


Vai pondo água...

Vinte reis são mencionados no governo de Judá – desde Roboão, filho de Salomão, até Zedequias, em seu desterro final para Babilônia. Destes, oito atuaram de acordo com aquela máxima – ‘e fez o que era reto aos olhos do Senhor’, ou seja, somente quarenta por cento do total. Josafá (870 a 848), o quarto rei, teve como grande trunfo o ensino da lei do Senhor em todas as cidades. “E exaltou-se o seu coração nos caminhos do Senhor e, ainda mais, tirou os altos e os bosques de Judá. E no terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, a Bene-Hail, a Obadias, a Zacarias, a Natanael e a Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá. E com eles os levitas, Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e TobeAdonias e, com estes levitas, os sacerdotes, Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; e foram a todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2 Cr 17.6-9).


Somente a água da Palavra de Deus, sem retoques ou retóricas, simplesmente lida e relida entre o povo, podem transformar almas ressecadas em espíritos vivos. E seus resultados não se restringem apenas aos que ouvem, mas afetam também aqueles que nos cercam. “E veio o temor do Senhor sobre todos os reinos das terras, que estavam ao redor de Judá, e não guerrearam contra Jeosafá” (17.10).

Seu governo teria sido provavelmente inigualável, mas algo manchou sua marcha. Aliou-se e aparentou-se ao profano Acabe de Israel. A mistura, em qualquer época e sobre qualquer ponto de vista espiritual, será sempre o maior dos empecilhos à vida da fé, nesta ou noutra qualquer época. O Senhor sempre advertiu e advertirá. Tanto o princípio espiritual como a ordem divina ficam bem notados em Levítico. “Guardarás os meus estatutos; não permitirás que se ajuntem misturadamente os teus animais de diferentes espécies; no teu campo não semearás sementes diversas, e não vestirás roupa de diversos estofos misturados” (Lv 19.19).


“Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus. E guardai os meus estatutos, e cumprios. Eu sou o Senhor que vos santifica” (Lv 20.7-8). O termo ‘santo’ não fala tanto em não pecar nunca, mas no distanciamento de tudo que nos possa contaminar espiritualmente. O melhor termo que o representaria seria – separação. Assim como estamos sendo democraticamente obrigados a nos distanciar socialmente ante um agente contaminante e nocivo, também aqueles que se colocam ao lado do Senhor em Cristo Jesus devem se distanciar de tudo o que o possa contaminar espiritualmente. O apóstolo Paulo, inspirado pelo mesmo Espírito, aprofundará este ensino. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis [isto é santidade!]; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu


Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei par a vós Pai, e vós sereis par a mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6.14-18). Ao final, todos deveremos escolher de quem vamos nos distanciar. Uma pergunta calma mas incisiva ainda ecoa desde que pronunciada pelo bom pastor das ovelhas. “Quereis vós também vos retirar?” (Jo 6.67).


Vai pondo mais água...

Outro grande rei de Judá – Josias (640 a 608 a.C.) – último dentro dos oito que fizeram a vontade do Senhor, como mencionamos em nossa última nota, também passará por uma experiência similar à de Josafá. “E fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda. Porque no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar a Judá e a Jerusalém, dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultur a e de fundição” (2 Cr 34.2-3). Passamos eu e minha esposa, há algumas semanas antes de escrever esta nota (meados de Agosto/20), por uma experiência interessante. Fomos visitar uma querida prima, e num certo momento em que minha esposa brincava com a Micaela (de apenas 4 aninhos) fazendo ‘comidas’ num modelador de massas, antes de ‘comerem’, minha esposa fez uma oração muito simples agradecendo ao Papai do céu por aquele alimento – em nome de Jesus.


Exatamente agora, pouco antes de escrever estas palavras, recebi uma mensagem desta prima dizendo estas palavras textualmente, e que mudaram drasticamente o teor desta nota – ‘Ela quer orar sempre e ainda cobra o pai!’. Que posso mais dizer?

“Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo [comigo juntamente], e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve” (Lc 10.21).

Josias é aquele rei que encontra o livro da lei perdido no templo, e que, graças à sua leitura, levará a uma grande e última reforma ao seu povo antes do seu exílio final.


Onde houver a Palavra de Deus, de forma honesta e humilde, haverá transformação do espirito e da alma, alcançando medula e ossos. Possamos nós também encontrar o verdadeiro livro da lei – não de ordenanças vazias e carnais – mas da liberdade em Cristo pela fé exclusivamente, em espírito de santidade, mansidão e devoção sinceras, pois o fim se aproxima rapidamente!


O fim temporário de Jerusalém e Judá O fim de Judá como nação livre chegou. Ouviram seus falsos profetas que pregavam o que eles queriam ouvir, como hoje muitos querem ouvir palavras agradáveis de bênção, mas não de arrependimento e confissão do pecado. Jeremias, contemporâneo de Josias que acabamos de comentar, e que profetizará duramente contra uma nação rebelde de ouvidos, anunciava: “E vós não deis ouvidos aos vossos profetas, e aos vossos adivinhos, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei de babilônia. Porque mentiras vos profetizam, par a vos mandarem par a longe da vossa ter r a, e para que eu vos expulse dela, e pereçais” (Jr 24.9-10). Amós, “nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto” (Am 1.1), também viveu a dureza daquele povo. “Mas vós, aos nazireus, destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizareis. Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aper ta um car ro cheio de feixes” (Am 2.12-13).


Jeremias novamente dirá mais. “Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o Senhor” (Jr 23.32). Multiplicaríamos páginas e páginas com tais testemunhos de rebeldia, egoísmo, ganância, mentiras, confusão. Mas tudo isto é apenas sombra do que nosso próprio Senhor já indicava para este final de era. “Eu [Jesus] vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro [o falso messias] vier em seu próprio nome, a esse aceitareis. Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honr a que vem só de Deus?” (Jo 5.43-44). O cerco final e o exílio preditos com detalhes se encontram bem descritos no capítulo 25 do Segundo livro dos Reis, mas cito a passagem que indica o tempo deste exílio em Babilônia e seu motivo. “Para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da assolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21).


Aliás, esta palavra de Jeremias cumpre cabalmente a palavra de outro servo bem anterior a ele – Moisés. “Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na ter r a dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela” (Lv 26.3435). Não obstante este terrível exílio prometido desde Moisés, também a promessa graciosa de retorno ficou registrada. “Então confessarão a sua iniquidade, e a iniquidade de seus pais, com as suas transgressões, com que transgrediram contra mim; como também eles andaram contrariamente para comigo... Também eu me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei” (Lv 26.40-42). É sempre bom saber que se formos maus a ponto do Senhor nos castigar à altura do nosso pecado, Deus também


é gracioso para nos perdoar à altura de Sua graça infinita. “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1.8-9).

O caminho da restauração plena passa pela confissão integral do pecado e do abandono dele. Mas não antes de um tempo de justiça e castigo de Deus. Saibamos entender os caminhos deste trâmite celestial, pois nossa comunhão com Deus dependerá desta sabedoria. A paz do verdadeiro Cristo – Jesus – seja com todos até nos encontramos na análise do próximo livro inspirado – Esdras (se Deus assim o determinar!).


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