6 Palavras Sagradas - Eu e o Pai somos Um

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Referências

As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Almeida – Edição Revista e Corrigida (ERC) de 1994, salvo menção específica: ERA - Edição Revista e Atualizada de 1997, NTLH - Nova Tradução da Linguagem de Hoje de 2006.

As citações bíblicas com “duplas” aspas são literais (como em “Persiste em ler” na ERC), enquanto as com aspas ‘simples’ são uma adaptação do texto original (como em ‘persistindo em ler’). Os textos demarcados por [colchetes] dentro das citações bíblicas são acréscimos do autor para uma melhor compreensão do texto. Os verbetes enfatizados foram consultados no Dicionário Brasileiro Melhoramentos, 4ª Edição, de 1968. O texto grego do Novo Testamento examinado foi o da “Trinitarian Bible Society, England – H KΑINH ΔIAΘHKH”.


Índice

Cenário Atual

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Nascer de Novo

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Jesus é Senhor por Dignidade Própria

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Jesus é Senhor pois é O Criador

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Jesus é Senhor por Sua Vitória na Cruz

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Santificai a Cristo

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Cenário Atual Vivemos dias trabalhosos. A simplicidade e a santidade das primeiras congregações cristãs, descritas em Atos, e simbolizadas pela “igreja que está em Éfeso” (Ap 2.1-7), perderam-se há muito. Se não, comparemos. “Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste” (Ap 2.2-3). “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia pois entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se por cada um segundo a necessidade que cada um tinha... E a multidão dos que cr iam no Senhor , tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais... Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espír ito Santo... E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no par tir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e 5


muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e fazendas, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo” (At 4.32-35; 5.14; 9.31; 2.42-47). Aqui sim temos o verdadeiro caráter da Igreja, o corpo de Cristo. Jesus é o mesmo Senhor sobre todos. Todos seguem ao mesmo Pastor, sob um mesmo Espírito. É bem verdade que os apóstolos se foram, mas suas doutrinas estão eternizadas nas Escrituras e temos o Espírito Santo que nos pode ‘guiar a toda a verdade’ (Jo 16.13). “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo” (Jd 17). “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra” (2 Tm 3.16-17 – ERA).

Não somos tolos ou idealistas. Sabemos que o fermento a tudo leveda. O que se perdeu no princípio, só será trazido à memória no dia do tribunal de Cristo. “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1 Pe 4.17). Enquanto isto, somos exortados a ministrar em meio a uma igreja em franca decadência. Se não, comparemos mais uma vez. “Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no 6


meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho; e que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (At 20.28-30). “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauter izada a sua pr ópria consciência” (1 Tm 4.1-2). “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos... tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te... E, como J anes e J ambr es r esistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2 Tm 3.1,5,8). “Amados,

procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd 3-4). “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou... E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio, com palavras fingidas” (2 Pe 2.1-3).

Tendo em mente o santo testemunho das primeiras congregações em oposição total ao que os apóstolos predisseram para os últimos dias em que vivemos, devemos lembrar 7


que há somente dois caminhos possíveis a se seguir: fazer a nossa vontade ou a vontade daquele que é Senhor; e isto vale tanto para o crente, individualmente falando, quanto para a Igreja como um todo. Somos crentes espirituais ou carnais. Fazemos parte de uma igreja Filadélfia ou de uma Laodicéia (compare Ap 3.7-13 com 3.14-22). Mas os resultados desta escolha vão depender da nossa atitude para com o Salvador Jesus. Podemos estar plenamente satisfeitos com Sua salvação oferecida e garantida na cruz – e glória a Deus por isto! –, mas não foi para isto que Ele morreu. “Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver: para ser Senhor, tanto dos mor tos, como dos vivos” (Rm 14.9).

Este é o segredo para uma vida cristã sadia e espiritual, assim como para o bom desenvolvimento e testemunho de nossas igrejas. Nossos corações e almas têm sido um, como o foram os primeiros cristãos? Não há entre nós necessitado algum? Reparte-se segundo a necessidade de cada um? Andamos no verdadeiro temor do Senhor? Perseveramos na doutrina dos apóstolos? Temos servido com singeleza de coração? Caímos na graça de todo o povo? Se assim não temos sido e agido, é porque Jesus tem sido nosso mero Salvador, faltando seu Senhorio sobre nossas vidas e sobre o ministério das nossas igrejas. Buscamos o Salvador Jesus, esquecendo o Senhor Jesus. Somente o Senhorio de Jesus poderá mudar o triste espetáculo que muitos crentes e denominações têm encenado e que temos assistido até pela televisão. E veremos coisas ainda piores. Pois “nada há encoberto que não haja de ser descober8


to; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porque tudo que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falares ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado” (Lc 12.23). Assim, podemos agora iniciar o propósito deste estudo: rever a principal doutrina da Palavra de Deus: a Divindade e Senhorio absolutos de Jesus, juntamente com Seu Pai. E eu posso garantir, com toda a convicção de minha alma, que somente a posse desta verdade em nossas almas poderá mudar o triste rumo que os cristão em todo o mundo tem tomado.

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Nascer de Novo Antes de adentrarmos ao assunto pelo qual nos motivou a escrever este livreto, faremos um parêntesis importante, porém resumido, a respeito de algo que está sendo paulatinamente negligenciado pelos pregadores modernos: o plano de Deus coerente para a nossa salvação. Entre tantos assuntos abordados pela Escritura, nada se compara – do ponto de vista de interesse humano – ao estado espiritual arruinado do homem e sua necessária salvação. E é esta salvação que nos abre a porta para o perfeito entendimento de todas as outras doutrinas ali existentes. O Senhor Jesus assim o declara: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus”, e “aquele que não nascer da água [ou da Palavra de Deus] e do vento [ou do Espírito], não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.3,5).

Sem o novo nascimento, não só perderemos a oportunidade de entrarmos no Reino de Deus, como também nem mesmo poderemos vê-lo, ou ainda antevê-lo.

E se devemos nascer de novo, é porque de alguma forma estamos mortos. Como? “Pelo que, como por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por que todos pecaram” (Rm 5.12 – ERA).

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“Porque o

salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

“Não há nem um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizer am inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.10-12). “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

Paulo afirma que todos nós estávamos “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1,5). Assim, se estávamos mortos (espiritualmente falando), somente nascendo de novo poderíamos ser vivificados para a vida eterna, pois aquele que “é nascido da carne é carne” (e ‘em nossa carne não habita bem algum’ - Rm 7.18), mas quem “é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).

Mas, “como um homem pode nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (Jo 3.4). Se era o pecado em nossas vidas que nos afastava de Deus, estando assim mortos, somente o perdão destes pecados poderia nos aproximar de Deus novamente. “A

este ressuscitou Deus ao terceiro dia... e nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este [Jesus] dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.4043). “Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu 11


amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Cl 1.12-15). “... também Cristo padeceu por nós... levando ele mesmo em seu cor po os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça, e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.21-24). “... e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1.7). “... mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado par a sempr e à destr a de Deus, daqui em diante esperando até que seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 9.1214).

Mas como podemos receber este perdão absoluto e perfeito, para sempre, de todos os nossos pecados? “Jesus pois lhes disse: Na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6.53-56).

E como se pode comer e beber deste corpo e sangue preciosos? “A

palavra está junto de ti, na tua boca, e no teu coração; esta é a palavra da fé que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que 12


com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor [J esus, é clar o] será salvo” (Rm 10.8-13). Paulo fala a todos os “chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co 1.2). “... seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo... em nome desse é que este está são diante de vós... E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.10-12). “E o testemunho é este: Que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida... E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.11-12,20). “E

agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor [Jesus, sem dúvida]” (At 22.16). Somente invocando, pela fé, o nome do Senhor Jesus, de uma vez por todas, teremos os nossos pecados completamente lavados e purificados, e isto, através do precioso sangue de Jesus. Mas, como dissemos, esta salvação perfeita e completa visa um objetivo ainda maior: seu Senhorio sobre nossas vidas. “Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver; para ser Senhor, tanto dos mor tos como dos vivos” (Rm 14.9).

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“Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações” (1 Pe 3.15). “... anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos)” (At 10.36).

Tudo isto que acabamos de ver, resumidamente, faz parte do novo nascimento, sem a qual não se verá o Reino de Deus. Somente cumprida esta exigência imposta por Cristo mesmo, é que poderemos adentrar no conhecimento pleno de todas as doutrinas paralelas encontradas espalhadas pela Bíblia. E aqui começa a nossa verdadeira jornada pelo nosso deserto, à semelhança de Israel que, para sua tristeza, falhou em se submeter ao Senhorio daquele que os havia já libertado da escravidão do Egito pelo sangue da Páscoa. “Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitador es dos que pela fé e paciência herdam as promessas” (Hb 6.11-12).

Isto dependerá das nossas reações diante daquele que quer exercer agora seu Senhorio sobre aqueles que foram recebidos por filhos. Acompanhemos então os motivos pelos quais podemos e devemos nos prostrar obedientemente ante o Senhorio de Cristo.

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Jesus é Senhor por Dignidade Própria

“O Filho brilha com o brilho

da glória de Deus e é a perfeita semelhança do próprio Deus...”


O próprio Senhor, através de seu servo Isaias, faz a seguinte declaração. “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador... Ainda antes que houvesse dia, eu sou... Eu sou o Senhor , vosso Santo... vosso R ei... Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas tr ansgr essões por amor de mim, e dos teus pecados me não lembro” (Is 43.3,10-11,13 -15,25). Isaias 44.6 diz mais: “Assim diz o Senhor , Rei de Israel, e seu Redentor , o Senhor dos Exér citos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”. Vejamos como a Palavra de Deus iguala Jesus nestas mesmas qualificações. “Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida” (At 3.14). “... pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.36). Assim, Jesus também é o Santo. “Nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42). “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13). 17


Assim, Jesus também é o Salvador. Se o Pai, o Senhor, havia dito que fora dele não há Salvador, e Jesus é o Salvador, entendemos obrigatoriamente que Jesus, o Filho, tem a mesma natureza do Pai, pois deve estar dentro dele. O Pai é uma pessoa, o Filho é outra. Mas, assim como um pai e um filho em nosso mundo natural, sendo duas pessoas distintas entre si, possuem a mesma e absoluta natureza, ou seja, o filho não é em nada inferior a seu pai que o gerou, pois ambos carregam obrigatoriamente as mesmas características humanas, o Pai Celeste e seu Filho são absolutamente idênticos quanto à sua divindade, ou natureza Divina. O próprio Senhor Jesus declarou isto: “... quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?... Cr ede-me que estou no Pai, e o Pai em mim” (Jo 14.9-11). Jesus Salvador está inquestionavelmente dentro da esfera divina do Pai, pois Jeová disse que não há Salvador fora dele. Ele também disse que nenhum deus se formou antes nem depois dele mesmo. Se Jesus é “Deus bendito eternamente” (Rm 9.5), significa claramente que Ele é Eterno como o Pai, visto que nenhum outro deus se formou antes ou depois de Jeová. Também o Pai disse: “antes que houvesse dia, eu sou”. Jesus disse o mesmo: “antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58). A mente natural poderia acrescentar qualquer adjetivo para o que Jesus é. Poderia dizer que ele se referia à salvação, ou à sua união com o Pai. Mas a Palavra de Deus diz que “se alguém lhe acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro” (Ap 22.18). Tanto os judeus entenderam a que Jesus se referia – dizendo: “Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mes18


mo” (Jo 10.33) –, que pegaram pedras para o matarem. Se o Pai é um Deus separado do Filho em essência, ou natureza, então temos dois deuses e dois senhores. Também o Pai disse que “ele mesmo”, ou seja, sua própria pessoa apagaria as transgressões de Israel por amor dele mesmo. Mas o que diz Hebreus 9.14-17?

“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é Mediador de um Novo Testamento, para que, intervindo a morte [de Jesus] para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro Testamento [o Antigo Testamento feito com a nação de Israel pela lei], os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou ter á ele algum valor enquanto o testador vive?” Não foi Jeová quem fez o Testamento Antigo com Israel, através da lei? Como ele poderia morrer para dar força ao Testamento? Pois o testamento só vale com a morte do Testador. Mas não foi o Filho quem morreu? O Senhor também disse que era o primeiro e o último, e fora dele não há Deus. Se Jesus se declara Deus, é porque também está dentro da mesma essência do Pai. Jesus disse claramente que também o era. “Eu sou o primeiro e o último. E o que vivo e fui morto” (Ap 1.18). Jeová também declarou: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória pois a outrem não darei” (Is 42:8) e “Por amor de mim o farei, porque como seria profano o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Is 48.11). 19


Se o Pai declarou que sua glória não seria dada a mais ninguém, como Jesus pôde declarar? “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.1-5). “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória...” (Tg 2.1). “... para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre” (1 Pe 4.11). Como pode Jeová dar honra e glória a Jesus, se Ele mesmo declarou que não a daria a mais ninguém? “Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me tenho comprazido” (2 Pe 1.17). “A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Co 2.8). “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo 5.23). E por que podemos e devemos honrar primeiramente o Filho, para dar a devida honra ao Pai? Porque o Filho é “o resplendor da glória e a expressa imagem da pessoa” do Pai (Hb 1.2). O termo ‘expresso’ significa: explícito, manifesto por palavra, por escrito ou por outros sinais inequívocos. É por isto que Jesus pôde dizer: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9). Se o Filho não for absolutamente igual ao Pai em todas as suas características 20


santas e atributos divinos, não poderíamos ter a visão perfeita do Pai, visto que seria defeituosa. Por isto, o apóstolo Paulo acerta ao revelar que Jesus “é a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Ambos devem ser iguais quanto à sua natureza divina, chamada Jeová. Resta perguntar: Jesus é a imagem perfeita ou defeituosa do Pai? Se fosse defeituosa, o Pai não poderia dizer a respeito de seu Filho: “Este é o meu filho amado; a ele ouvi” (Mc 9.7). Mas se é perfeita, podemos seguramente concluir que “o Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer” (Jo 1.18), pois é igual a seu Pai. A figura do relógio de sol que compõe a capa fala desta necessidade. Assim como a luz depende do ponteiro para declarar seu movimento, o tabuleiro numerado também depende do ponteiro para indicar suas 'estações'. “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer” (Jo 1.18). “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2 Co 4.6). “E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). “Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3). Poderíamos também analisar a questão sob o ponto de vista de que o Pai é o Senhor, e Jesus também é declarado o 21


Senhor. Qual escolheremos? Jesus mesmo não declarou que ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo? “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11). Aliás, sobre esta mesma glória, podemos também comentar.

Jeová havia dito: “Não há outro Deus senão eu... Por mim mesmo tenho jurado, saiu da minha boca a palavr a de justiça, e não tornará atrás: que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua” (Is 45.21-23). Mas a resposta é “para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10-11).

O que parece confundir alguns é a posição em que Jesus se coloca, em total submissão à vontade de seu Pai. Por exemplo: “Meu Pai... é maior que todos” (Jo 10.29) – embora João Batista, falando do Filho, diga o contrário: “Aquele que vem de cima é sobre todos... Aquele que vem do céu é sobre todos” (basta ler o contexto de Jo 3:28-36). Também: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Temos só duas alternativas: ou Jesus realmente não tinha poder, e então lhe foi dado por seu Pai; ou Ele o tinha, entregou, e teve que reconquistá-lo. Mas o que diz a Palavra de Deus? “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros [eis o contexto: algo que se possui realmente, mas que deve ser abandonado em prol dos outros]. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que, sendo 22


em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a for ma de ser vo [porque nunca fora servo], fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte” (Fp 2.4-8). O Filho não atentou para o que era propriamente seu, ou seja, sua igualdade com Deus. Ele não usurpou ser igual a Deus. ‘Usurpação’ significa: “Apoderamento insólito, em proveito próprio, por meio da força, fraude ou artifício de uma coisa, de um título, de um direito, ou de uma dignidade pertencente a outrem”. Jesus não fez isto, porque esta dignidade, este título (Jeová), este direito e esta igualdade com o Pai lhe são próprios. Ele não poderia cobiçar uma coisa que já era dele por natureza. Houve alguém que buscou usurpar esta posição: Satanás intentou ser “semelhante ao Altíssimo” (ler Is 14.1220). Além de Jesus não se apegar egoisticamente ao seu estado divino em igualdade com o seu Pai (com aquela glória que ele tinha com o Pai antes que o mundo existisse), ele se aniquila e se humilha em prol do homem. Quando Ele desce do céu esvaziado de sua forma divina, deixa para trás sua condição de exercer autoridade, e, achado na forma de homem, se coloca na posição do servo submisso. É neste contexto que Jesus coloca seu Pai como seu Deus, seu Senhor, seu Pai. Está na posição de um servo: não pode mais usar seu direito ao trono. Portanto, tem que reconquistá-lo. Mas mesmo quando Jesus se esvazia de sua forma divina, não quer dizer que abandonou sua divindade. Há diferença entre ser e estar. Apesar de ainda Jesus ser Deus, na mesma proporção de seu Pai, como veremos, não está mais na forma de Deus, que é Espírito, mas está na forma humana. 23


“Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo: não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica; porque o Espírito é a verdade [Jesus não disse que Ele era a verdade? – Jo 14:6]. Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra [ou Verbo, do grego Logos, que é Jesus] e o Espírito Santo; e estes três são um [não em propósito ou concordância, pois a continuação da passagem fará esta diferença usando outra expressão]. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num” (1 Jo 5.6-8). Não se poderia dizer que estes três últimos elementos fossem um, mas apenas que concordam ou convergem para um ponto. O sangue, a água e o Espírito são elementos completamente distintos. De forma contrária, o Pai, a Palavra e o Espírito não concordam num, mas são um. Se o apóstolo tivesse em mente dizer que eles têm o mesmo propósito, teria usado a mesma expressão “concordam”. Concordar é completamente diferente de ser. “Porque nele [em Jesus, no contexto] habita corporalmente toda a plenitude da divindade... Por que foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 2.9; 1.19). Plenitude significa: Estado ou qualidade do que é pleno, cheio ou completo. Totalidade. Perfeito. Absoluto. Apesar de toda e plenitude serem palavras sinônimas (com o mesmo significado), parecendo um exagero de linguagem, ou uma repetição desnecessária, contudo é necessário para que não restem dúvidas. A repetição é cheia de significado. Se o apóstolo tivesse dito que em Jesus habita somente a plenitude de Deus, alguém poderia alegar que todas as características e dons de Deus estão em Jesus, mas não necessariamente na sua totalidade. Então ele repete a palavra para dar o entendimento de que todas as características, personalidade, 24


atributos e dons estão em sua totalidade ou plenitude em Jesus na sua nova forma corporal. Tudo o que se refere a Deus, o Pai, está em plenitude, na sua totalidade e perfeição absolutas, em Jesus. Tudo o que se relaciona ao Deus Vivo está pleno em Jesus. Assim, Jesus é Senhor, pois é um com seu Pai. É “Deus bendito eternamente”. É a sua própria essência. Ele mesmo confirmou esta realidade, ainda que não parecesse aos olhos carnais. “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou” (Jo 13.13).

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Jesus é Senhor pois é o Criador

“Ele sustenta o Universo com a sua palavra poderosa...”


Além da igualdade ‘essencial’ em relação ao Pai, como vimos acima, Jesus é Senhor por direito de propriedade. Tudo que vemos e não vemos foi criado por Ele, juntamente com o Pai e o Espírito. E não somente as criou na eternidade passada, mas as mantém em pleno funcionamento até hoje. Nada está largado como propõe o Teísmo. “Porque nele [em Jesus, observe o contexto anterior] foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16-17). “No princípio era o Verbo [ou Palavra], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [o original grego é mais enfático: ‘e Deus era o Verbo’]. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida” (Jo 1.1-4). “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). “... a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem também fez o mundo... e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.1-3). Assim, Jesus é Senhor pois, além de ser um com Deus, o Pai, é Criador e Mantenedor de todas as coisas, juntamente com Ele.

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Jesus é Senhor por Sua Vitória na Cruz

“E, depois de ter purificado os seres humanos dos seus pecados...”


Vimos nas páginas anteriores que o Filho, ao se tornar o homem-servo, esvaziou-se em humilhação. Assim humilhado, “feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte”, por causa desta mesma morte vergonhosa, porém vitoriosa, seria “coroado de glória e de honra” (Hb 2.9). Em outras palavras, aquilo de que Ele se esvaziou, Ele reconquistou com todas as honras celestes pela excelência do seu trabalho voluntário na cruz. Agora Ele é Senhor porque cumpriu toda a vontade de Seu Pai, satisfazendo todas as exigências Divinas. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o r esplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa e sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou nome mais excelente do que eles... E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra até que eu ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? (Hb 1.1-4,13). “Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef 4.9-10). “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. E agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.4-5). “Ora a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da 29


majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.12). Assim que, sendo Cristo reconduzido ao trono de seu Pai, Ele recebe de volta, como prêmio pela sua vitória, todo o poder que Ele havia escondido em sua humanidade servil. “E, chegando-se Jesus, falou-lhes dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). “... que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1.20-22).

“Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, par a glór ia de Deus Pai” (Fp 2.9-11).

“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis... E no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 17.14; 19.16). Sendo agora Senhor sobre todas as coisas por direito readquirido, acrescenta-se ainda o peso bendito de que uma ‘assembléia de primogênitos’ foi formada à custa de um pa30


gamento infinito e incalculável, dando-lhe um direito superior e inigualável sobre este novo corpo. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver... mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18-19). “Mas vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.11-12). “Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).

Este pagamento precioso e insubstituível lhe deu o direito de compra e posse desta Igreja. “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20). “E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?... E disse-me um dos anciãos: Não chores: eis aqui o Leão da tribo de Judá, a r aiz de Davi, que venceu, par a abr ir o livr o e desatar os seus sete selos... E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos: porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tr ibo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.2,5,9). Chegará o bendito e glorioso dia em que ouviremos “a 31


toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.13).

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Santificai a Cristo

“Sentou-se no céu...”


Fizemos um breve estudo sobre a Divindade e Senhorio de Jesus. Nesta centena de versículos citados, e poderíamos citar muitos mais, como também outras muitas razões, temos motivos mais que suficientes para nos dobrarmos ante aquele que nos exorta “à obediência de Cristo” (2 Co 10.5), ‘para que sejamos irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa’ (Fp 2.15). “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conser var mos fir me a confiança e a glória da esperança até ao fim” (Hb 3.1-6). A ordem é simples, embora complexa diante das fraquezas da carne. “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações” (1 Pe 3.15). Esta santificação, imprescindível para o perfeito desenvolvimento do caráter cristão e do corpo de Cristo, é o único remédio contra os males, defeitos e vícios que têm envergonhado o bom nome de Jesus. “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, 35


e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e medulas, vai crescendo em aumento de Deus” (Cl 2.18-19). Devemos estar ligados à cabeça, numa cooperação mútua para o aumento de Deus, caso contrário teremos de ouvir uma triste sentença: “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: Oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.15-16). “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver; para ser Senhor, tanto dos mortos, quanto dos vivos” (Rm 14.7-9). 4.7-10.

Se necessário for, suportemos a admoestação de Tiago

“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai: convertase o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.”

“... que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação [ou do seu chamado], e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos 36


mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1.17-23).

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“O Filho brilha com o brilho da glória de Deus e é a perfeita semelhança do próprio Deus. Ele sustenta o Universo com a sua palavra poderosa. E, depois de ter purificado os seres humanos dos seus pecados, sentou-se no céu, do lado direito de Deus, o Todo-Poderoso.” (Hb 1.3 - NTLH)




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