Edição 24

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RA NA TER AR E NO M DRA AN A SALAM OM DE E SEU D LAGEM CAMUF

BICHANO EXÓTICO

Igual ao persa, só que com menos pelo

Tutores superam o medo de animais e ganham um

CASA SEGURA PARA OS FELINOS

Protegida de riscos que você nem sabe que existem

MITO OU VERDADE

Cães se vingam de seus donos depois de levar uma bronca? A TEMIDA CINOMOSE

Identificar cedo a doença pode salvar seu peludo

MELHOR AMIGO

Entenda por que a dieta do cão tem que ser diferente da do gato CAPAS DIFERENTES COM CONTEÚDO IDÊNTICO

e b m a l e b m La achuca que m

ão, o ls u p m o c a m vira u a id ias. b e f m m la e a b o s d a n id a r Qu com fe e r f o s t e bito p á o h e s s e r a corpo d it ra ev Veja dicas pa


BENNY

Ana Paula Zanelli

FLUFY

Doris Pinheiro

MORA

Biara Mancioni

LUCKY

Elisabete Ribeiro Almeida

JUJU

Clara B. S. Severo

MILY

Fernanda Rodrigues

dO frio

meupet@escala.com.br

JOHNNY

Natalia Aith

4

MEG

Greicy Both

MARLEY

Paula Achiles

BOBY

Franciele Fin

Na próxima edição... No mês que vem, queremos ver você e seu pet juntos, para comemorar com a gente o aniversário de dois anos da Meu Pet. Mande pra gente o seu melhor clique com o seu companheiro de quatro patas!

Este espaço é para o seu pet, participe! Mande as fotos para:

SIMBA

NALA

Estela Teixeira

BIDU

Debora Anacleto

Aproveite este espaço! Mande as fotografias de seu mascote e deixe ele brilhar em nossas páginas. Nesta revista, o tema foi fácil: era só flagrar o peludo enroladinho no cobertor ou edredom, bem quentinho!

Pets protegidos

Gabriela Palhares

THOR

Daniela Marta Pereira Cordeiro

REBECCA

PUPPU

Ivan Gaiolli Bert

Karen Kuniyoshi

MARROM

ESTRELINHA

Re Scoralick

Silvinha Matias

DYDDÚ E ALVIN Kelly Missé

TOM

Tâmara Macedo


o i r á m u S

07 Faça você mesmo

Um porta-coleira para nunca mais perder a guia

08 Fala, leitor

Espaço para sugestões, críticas e elogios

09 Nossa rede

Confira o que está rolando em nosso site e também no Facebook, Twitter e Instagram

10 Horoscopet

Previsões para o seu peludo de estimação

11 Fofurices

Máscaras de dormir para a soneca com o pet

12 Mundo pet

Conheça as novidades do universo pet e alguns lançamentos de produtos

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Guia de fi lhotes: Gato Exótico

A raça dos felinos que são parecidos com os Persas, mas com bem menos pelos

18 Pet Celebridade: Rick Bonadio O produtor musical mostra como o Maltês Apollo é uma de suas paixões

20 Mito ou verdade

Cães se vingam dos donos após uma bronca?

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22 Bicho natural

Crie seu mascote de uma forma muito mais sustentável e em prol da natureza

24 Lambe-lambe que machuca

Veja o treino que evita o hábito que o pet tem de se lamber compulsivamente

30 Negócio animal: Pet Anjo

Empresa paulistana cria conceito de qualificação de cuidadores, além de plataforma online

33 Pôsteres

Peludos adoráveis para colar na parede

37 Pergunte ao vet

Leitores têm suas dúvidas respondidas

38 Nutrientes essenciais na dieta do cão e do gato

Entenda a função de cada um dos elementos da alimentação dos pets e suas diferenças

42 O perigo está dentro de casa

Medidas simples para livrar o local de riscos ao felino que você nem sabia que existiam

46 Melhores amigos

Tutores superam o medo de animais e ganham um companheiro sincero

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14

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Bastidores Confira alguns momentos exclusivos da produção desta edição da Meu Pet

o i r á m u S

52 Colônias de bichos

Com abrigos lotados, protetores cuidam dos pets em locais públicos

55 Adotar faz bem

Iniciativas em prol do bem-estar dos queridos mascotes

58 A temida cinomose

Entender a doença para identificá-la precocemente pode salvar seu peludo

61 Sinal de alerta

Fique atento quando a temperatura do pet aumentar no calor, a chamada hipertermia

62 Animais exóticos: salamandra

O colorido anfíbio vive em aquaterrários e tem o dom da camuflagem

64 Você treinador

Ensine ao seu cachorro o truque mais básico e útil de adestramento: o “fica”

65 Onde encontrar

Contatos de fornecedores e colaboradores

66 Isso é luxo!

Um hotel na Disney para o seu peludo relaxar enquanto você curte os parques

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Acima, Maiara Bazotti com as cachorras Malu e Bia e a gata Mona. A estudante de veterinária contou como é o desafio de alimentar as três sem uma roubar a comida da outra, na reportagem Cão x gato - Os nutrientes essenciais para cada um. Ao centro, o chefe de arte Bruno Miramontes ensina alguns truques à nova estagiária de arte, Gabriela Salina. Por fim, Tato Mansano mostra o hamster Humphrey, cuja história está na matéria Melhores amigos


OS EM SUA H IC B S O D IN A COM L DE DORMIR ADORMEÇM ÁSCARA

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Fala, leitor Resultado da enquete Envie seu e-mail para

Por que o seu cachorro se lambe?

meupet@escala.com.br

Sou mãe de primeira viagem de um Poodle Toy de 3 meses, por isso tenho algumas dúvidas sobre alimentação, banho e quais brincadeiras eles gostam. Vocês poderiam fazer uma reportagem especial sobre essa raça tão fofa? Juliana Martins, via Facebook Olá, Juliana! Fizemos um especial sobre Poodles na edição 20, com todas essas dicas. Você pode adquirir essa revista no site www.escala. com.br. Parabéns pelo novo companheiro!

50,8% 21,6% 9,3%

Para fazer a higiene pessoal

Aliviar o estresse

Quando está com alguma alergia

Para chamar atenção

Quando está sozinho

14, 8% 3,4%

Saiba mais sobre esse assunto na reportagem da página 24 Ficamos apaixonados pelo peludo da Juliana, que parece um urso de pelúcia!

“Adoro o Guia de Filhotes, principalmente a parte dos prós e contras das raças. Essas dicas me ajudaram a escolher um cão para fazer companhia para meu Max, um Beagle. Continuem com as ótimas reportagens!” Raquel Besen, via e-mail

“Gostaria de parabenizar a equipe pelo grande trabalho que vocês têm realizado com algumas matérias super-úteis. Adoro ler todas as repor-

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tagens. Estou sempre aprendendo novidades com a Meu Pet. Obrigada.” Alessandra Barreto, via e-mail

“Achei interessante a matéria Treine o cão grande dentro do apê (edição 23). Eu sempre quis ter um Labrador, mas achei que ele pudesse sofrer no meu apartamento, que é pequeno. Com essa reportagem, pude perceber que o pet pode crescer saudável.” Carolina Magalhães, via e-mail


nossa rede

sa Fabon okPadage itosPedtaAjudnos Osafoaálbvor a (no Face um Meu

Conheç peram adoção lindos animais que es revista), que divulga

Você está em busca de um peludo para chamar de seu? Pois fique ligado no Facebook da Meu Pet: estamos postando imagens de vários pets que aguardam adoção no álbum Meu Pet Ajuda. Por lá, além de ver imagens dos mascotes, você tem acesso às principais características deles e a forma de entrar em contato com os protetores para levá -lo para casa e fazê-los feliz. Se souber de algum animal abnadonado, envie os dados para o e-mail da redação: meupet@escala.com.br

REDES SOCIAIS

Curta, tuíte e compartilhe nossos conteúdos para saber o que há de novo no mundo pet e aprenda os segredos para cuidar melhor do seu cão ou gato.

Nosso site Gostou do que leu na Meu Pet? Então acesse o endereço de nosso site www.revistameupet.com.br, e encontre conteúdos exclusivos, fotos e muito mais!

@revistameupet Nossos seguidores têm a oportunidade de interagir, tirar dúvidas e comentar sobre a revista Meu Pet. Envie você também seu comentário.

Guia turístico

iPad

Você pode ler e assinar a Meu Pet também no seu iPad. É só visitar a App Store, digitar Meu Pet e baixar sua revista.

Sammy é um lindo Lulu da Pomerânia – ou Splitz Alemão – que adorar se aventurar pelas ruas de Nova York (EUA). O fotogênico peludo aparece em poses hilárias nos pontos turísticos da cidade, sempre com roupas típicas e uma carinha fofa. O Instagram do mascote já tem mais de 44 mil seguidores do mundo todo.

Revista Meu Pet @meupet Sammy @Sammyandthecity

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Horoscopet

Os astros e seu cão! AS INFLUÊNCIAS DO SOL, DA LUA E DOS PLANETAS NA VIDA DOS PETS

Capricórnio 22 de dezembro a 19 de janeiro A ocasião é ótima para conquistar uma nova paixão peluda. Assim, a aparência e o charme do seu amigão serão essenciais para achar sua cara-metade. Para dar uma força ao pet, leve-o para um dia de tratamentos especiais no pet shop.

Saúde e diversão. Esses são alguns dos presentes que os astros separaram para os pets desse signo. Depois de um período bastante conturbado, vai começar um novo ciclo cheio de novidades e surpresas para o seu companheiro. Aproveite esta fase e proporcione momentos estimulantes e alegres para ele.

Peixes 19 de fevereiro a 20 de março Seu cão parece estranho? Para tirar essa dúvida da cabeça, vale levar o seu companheiro de quatro patas para uma consulta no médico veterinário. Além dos exames, carinho e dedicação ajudarão a mantê-lo saudável.

Virgem 23 de agosto a 22 de setembro Os astros mostram que os virginianos ficarão

Áries 21 de março a 20 de abril Mudanças radicais aparecerão na vida dos

Libra 23 de setembro a 22 de outubro Durante esta época, seu mascote vai preferir

Touro 21 de abril a 20 de maio Chega de bagunça! Está na hora de organizar a

Escorp ião 23 de outubro a 21 de novembro Neste mês, seu peludo tende a apresentar alguns

Gêmeos 21 de maio a 20 de junho Neste mês, os vaidosos geminianos vão pedir

Sagitário 22 de novembro a 21 de dezembro Aquele cachorro independente vai dar espaço a

Câncer 21 de junho a 22 de julho Para o pet de Câncer, este é um excelente

quietos e distantes do resto da família neste período. Mas calma! É só por causa do temido inferno astral. Não se assuste com esse temperamento mais introspectivo.

ficar bem longe da agitação do dia a dia. Para ajudar na fase de calmaria, ofereça alternativas zen, como sessões de acupuntura, massagens, além de terapias com óleos perfumados.

sinais de rebeldia: xixi fora do lugar e destruição podem ser recorrentes na rotina do seu amigão. Aproveite esta fase para adestrá-lo e ensinar comandos, que serão muito úteis.

um pet muito manhoso e dependente. Então, que tal dar uma dose extra de mimos e carinho para o seu companheiro de quatro patas? Afinal, todo mundo gosta de ganhar um chamego.

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donos. Eles não vão deixar ninguém chegar perto dos tutores sem emitir aquele latido estridente e chato. Para solucionar esse comportamento, nada como paciência e treinos regulares.

mascotes arianos. O pet trocará a soneca da tarde por um passeio agitado na casa. Para acalmar os ânimos, deixe os brinquedos favoritos do peludo espalhados pela residência.

rotina do seu amigão peludo. Estabeleça horários fixos para refeições e momentos de lazer. Fora essas medidas, dedique algumas horas do seu dia para passar mais tempo com ele.

uma atenção especial. Já pensou em levar seu amigão para fazer uma tosa diferente ou uma hidratação? Esses paparicos o deixarão mais bonito e radiante.

momento para começar um regime. Ofereça alimentos naturais ou com baixo teor calórico para ele. Além da alimentação, invista em exercícios diários para o peludão.

Texto: Camila Rodrigues/ Ilustrações: Leonardo Conceição

Leão

23 de julho a 22 de agosto

Aquário 20 de janeiro a 18 de fevereiro Neste mês os aquarianos vão enlouquecer seus


faça você mesmo

Porta-coleira

de osso

Montagem

APRENDA A FAZER ESTE MIMO E NUNCA MAIS PERCA A GUIA DO PET

1º Passo

Depois de cortar a madeira em formato de osso, passe cola branca em toda a superfície

2º Passo

Execução: Revista Mãos que Criam/Fotos: Alexandre Dotta/Shutterstock

Aplique o tecido, pressionando com a mão para que ele não enrugue. Deixe secar

3º Passo

Lixe todo o excesso de tecido em volta com a lixa de unha

Materiais Madeira MDF Tecido de algodão 2 ganchos de metal Lixa de unha Pincel Ferramenta rebitador Fita dupla-face Cola branca

4º Passo

Coloque os ganchos com o rebitador e grude o porta-coleira na parede com dupla-face 11


mundo pet

AMOR ANIMAL

Se você sempre quis criar um perfil nas redes sociais para seu mascote, corra para se inscrever no Pet Romance, uma mídia só para os bichos. Desenvolvido em janeiro pelo publicitário Luis Quadros, o site conta com mais de 5.000 usuários. Os donos, que escrevem interpretando seus animais, procuram por amigos ou mesmo parceiros para cruzá-los. Além disso, foi lançado em maio deste ano um aplicativo integrado à página que possibilita encontrar tutores próximos com os mesmos interesses por meio de um GPS. www.petromance.com

Tirinhas por uma boa causa

Direito Animal Animais no ambiente de trabalho: bom para quem? Muitos animais apresentam a chamada “Síndrome de Ansiedade de Separação”. Nesse caso, a possibilidade de levar o mascote para o trabalho parece boa. Em países como Canadá e Inglaterra, essa prática é bastante comum. No

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Brasil, já existem profissionais liberais que levam seus animais de estimação para o escritório. Porém, não há legislação pertinente: a empresa é que tem autonomia para permitir o acesso dos peludos no ambiente de trabalho desde que estejam devidamente vacinados e vermifugados. Algumas empresas brasileiras já instituíram o Pet Day, um dia da semana em que os empregados podem levar seus amigos para a firma. Isso porque foi comprovado por

meio de estudos científicos que pets no trabalho diminuem o estresse e a ansiedade do expediente. Contudo, o ambiente deve estar adaptado para receber os ilustres visitantes, caso contrário, eles ficarão estressados, incomodados e não aprovarão o passeio.

Rita de Cássia Furlan de Faria Pereira é advogada especializada em causas envolvendo animais de estimação. Mande sua dúvida para: meupet@escala.com.br

Texto: Samantha Melo/ Fotos: Shutterstock/ Divulgação/ Reprodução

A cartunista brasileira Caroline Zerbato acaba de lançar uma seleção especial de tirinhas sobre Carol, uma cachorra doce e esperta, que fala tudo o que vem à cabeça e sempre defende o que acha correto. A ideia dos quadrinhos é incentivar a adesão à causa animal, falando de assuntos como abandono, adoção e como é bom ter um pet . “A Carol surgiu para chamar a atenção para questões muito sérias, mas com a leveza e ternura que só os cachorros têm”, conta a desenhista.


Cachorro x Gato: Qual você prefere? De acordo com uma pesquisa da Universidade Carroll, nos Estados Unidos, a resposta pode dizer muito sobre a sua personalidade. Realizado com 600 estudantes universitários, o estudo aponta que pessoas que têm preferência por cães gostam de sair com seu animal, enquanto os indivíduos mais apegados aos gatos tendem a ser introvertidos, sensíveis e a optar por ficar em casa lendo um livro, por exemplo. Os autores da análise ainda acreditam que os amantes de cachorros tendem a ser ativos e sociáveis e a seguir mais regras, enquanto os que adoram felinos seriam retraídos e de mente aberta. E aí, você concorda?

Para seu coelho ou roedor perder o medo de interagir com você, faça-o se acostumar com sua voz. Para isso, sente-se próximo à gaiola dele e leia em voz alta, distraidamente Fonte: Luiz A. Schenato Jr., diretor clínico da Clinivet Hospital Veterinário

24 ANOS... É a idade da gata Poppy, que entrou para o Livro dos Recordes como a mais velha do mundo. Infelizmente, a bichana, que nasceu na cidade de Bournemouth, na Inglaterra, em 1990, faleceu pouco depois de ter a sua longevidade reconhecida.

TEM QUE LER Na história Um milagre chamado Grace, de Kristin Von Kreisler (Editora Gente), Lila Elliot, depois de sobreviver a uma tragédia em que vários amigos seus foram mortos, encontra forças por meio da cadela Grace, que sofreu maus-tratos. Nas livrarias. Por R$ 29,90


guia de filhotes

Exótico

O GATO PERFEITO O felino, que foi criado para reunir beleza e pelagem de fácil manutenção, está se tornando cada vez mais popular e requisitado pelos gateiros apaixonados

Quando se pensa em um animal exótico, logo vêm à mente características estranhas e “indesejáveis”, como espinhos, caretas ou cores esquisitas, como as salamandras. Porém, isso está bem longe de descrever como é de fato o gato Exótico, que, além das formas roliças, tem uma enorme (e fofa!) cara redonda com focinho achatado em formato de botão (ou seria bolacha?). Sem contar o olhar meigo que conquista qualquer um.

Por que será que ele se chama Exótico, então? A raça surgiu nos EUA, na década de 1960, do cruzamento de Persas com Americanos de Pelo Curto. A ideia era unir os melhores atributos de cada um: a personalidade e beleza dos Persas, e o fácil manejo e manutenção dos Americanos. Ou seja, o bichano foi criado pelos homens com o objetivo de obter um animal dócil, de bom temperamento e que fosse tão

a

nic c é T a h c i F

cm O: Até 30 TAMANH a 6 kg se 4 os, macio PESO: De Os pelos são curt : ais, além PELAGEM nsos máveis e le a s, e o d lm te a n São c basta as MENTO: ue os Pers TEMPERA os e brincalhões q os diferentes de p tiv de mais a stem mais de 95 ti a preta, branca, xi o E sã : S s E n R u O m C mais co s s a , o ã ç ente claro e colora lás e crem redondos e geralm ersas, li , m o rr a s, m P ão grande os com os acto e OLHOS: S GERAL: Parecid mp o c o rp IA o C c APARÊN pelo curto. Têm m porém co o e andar pesado d arredonda

Vencedor da batalha

Exótico x Bengal Agora você pode escolher os assuntos que quer ler na nossa revista. A próxima enquete é Bernese x Dobermann. Vote em nosso site (revistameupet.com.br) e Facebook (revistameupet). revistameupet). ). 14

bonito quanto o Persa, mas demandasse menos cuidados. Não é à toa que as taxas de popularidade do felino são incrivelmente altas para uma raça criada tão recentemente, e ele já rivaliza com o irmão mais peludo em várias partes do mundo. No Brasil, contudo, a raça, que foi reconhecida em 1967 na América e em 1971 na Europa, ainda é considerada rara – embora esteja sendo criada aqui há algumas décadas.

Fotos: Shutterstock/Arquivo pessoal

Texto: Samantha Melo


ricado Tony é papa da, to a íli m fa la pe te pela principalmen que dona, Aline, pia tera diz ser uma to afagar o ga

Gato de ferro Ternura Tony Stark, que recebeu esse nome por conta do personagem Homem de Ferro, é um Exótico de apenas 4 meses. Recém-adotado pela bancária Aline Viana, o gato já mostra que foi uma escolha acertada. Embora tenha escolhido a raça por achar um charme a carinha achatada do bichano, hoje a grande vantagem para ela é a sua docilidade. “Minha filha pequena não é tão jeitosa, pega o gato de forma errada. Mas ele fica bem quietinho, e ela o trata como um bebê. Estamos encantados aqui em casa”, conta. Até seu marido, que teve de ser convencido a aceitar o felino, já acredita que não há melhor animal de estimação. “O Tony não dá trabalho algum. Além dos cuidados básicos, só precisa de alguém disposto a fazer muito carinho, pois procura a nossa mão e fica passando a cabeça, deita de barriga pra cima...”, ri. Tony divide a casa com um Poodle e, até agora, a adaptação está correndo bem, sempre com supervisão.

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guia de filhotes

Temos muita energia, mas não trocamos um bom colo por nada no mundo!

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Prós Além da aparência e da docilidade, eles são gatos que não demandam tantos cuidados de manutenção nem de limpeza no ambiente, pois não soltam muito pelo.

Contras Por conta do focinho curto, podem ter problemas respiratórios, principalmente em climas quentes e secos. O corpo robusto pode fazê-los ganhar peso facilmente.


VIDA SOCIAL Para Marly Serena Casciano, do Gatil Thiffany, de São Paulo (SP), uma das grandes graças dos Exóticos é a sua inteligência. Por isso, embora um pouco teimosos, são fáceis de educar, contanto que o dono seja firme. Outra vantagem é sociabilidade. “Eles gostam de interação com pessoas e animais, amam colo e dormir com os donos”, exalta a também criadora Pat Canheti, do Gatil Ternura, de Londrina (PR). CUIDADOS E HIGIENE Os Exóticos exigem menos cuidados que os peludos Persas, mas ainda assim pedem atenção com o focinho, pele e olhos. O banho (que pode ser quinzenal ou mensal) deve ser feito de forma a não cair água no rosto do pet e a secagem, com toalha limpa e, depois, secador. E a sua escovação deve ser feita duas vezes por semana no máximo. Já os olhos demandam limpeza com produto indicado pelo veterinário.

SAÚDE Por conta do focinho curto, os Exóticos costumam lacrimejar excessivamente. Além disso, o achatamento do nariz pode provocar dificuldades respiratórias. Marly complementa: “Evite que o bichano tome correntes de ar e permaneça em ambientes muito secos.” Outros problemas relacionados à raça são os distúrbios renais, como cálculos e o PKD (doença dos rins policísticos), transmitido geneticamente. ALIMENTAÇÃO Os Exóticos não são mais comilões do que qualquer gato castrado e sedentário, mas, como todos eles, têm propensão à obesidade. “Por isso, deve-se distribuir o alimento em porções moderadas e observar as recomendações na embalagem”, indica Pat. Outra dica preciosa são as rações específicas para Persas (que têm o mesmo biótipo do Exótico), porque apresentam formato e tamanho planejado para o tipo de mastigação desses bichanos. ENERGIA PARA BRINCAR A notícia boa é que a raça é brincalhona e tem períodos de bastante atividade. Mas isso não elimina a necessidade de enriquecer o ambiente com prateleiras e brinquedos. A veterinária Cláudia indica dois tipos de brincadeira: com o dono, incentivando a caça de objetos, e na ausência dele, com bolas recheados com petiscos ou a erva catnip.

Você sabia? Embora o gato Exótico tenha sido criado como uma alternativa aos peludos e belíssimos Persas, e por isso seja reconhecido como um felino de pelagem curta, nos EUA – seu país de origem – ainda é considerado um bichano de pelo longo e que demanda cuidados excessivos de escovação. Isso acontece por conta da comparação com a raça mais comum americana, o American Shorthair (Gato Americano de Pelo Curto), que possui uma estrutura compacta e pelos rentes ao corpo. O Americano de Pelo Curto é um dos gatos mais populares nos EUA

Foto: Reprodução

COMPORTAMENTO Prepare-se para ter um gato apegado a você, superdócil. Diferentemente dos Persas, os Exóticos adoram brincar e seguir os donos. Ou seja, são dependentes, embora não sofram com a ausência dos tutores. “Por sua natureza de fácil trato, são ótimos gatos para apartamento”, assegura Cláudia Terzian, médica veterinária comportamentalista, de Curitiba (PR) e consultora da Cão Cidadão.

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Pet e celebridad

Rick Bonadio

e seu inseparável amigo O CORAÇÃO DO PRODUTOR DIVIDE-SE ENTRE A PAIXÃO PELA MÚSICA, A FAMÍLIA E O MALTÊS BRINCALHÃO

Texto: Jéssica Presença

Ficha Técnica

TE: Apollo NOME DO MASCO RAÇA: Maltês IDADE: 2 anos : Come apenas ração COMIDA FAVORITA : O mascote adora PASSEIO FAVORITO do prédio caminhar na garagem : Apollo não tem fresRITUAL DE BELEZA pelo normalmente ao cura: toma banho e tos E PORQUE: EL R PO O SOU LOUC ercarinhoso Ele é um cachorro sup MIM PORQUE: ELE É LOUCO POR e brinco com ele Eu dou muita atenção

Quem está acostumado a ver o badalado produtor musical Rick Bonadio com as estrelas do cenário fonográfico brasileiro mal sabe que, além de ter alavancado a carreira de artistas emblemáticos como Mamonas Assassinas e Charlie Brown Jr., também convive desde pequeno com cachorros, papagaios, coelhos e tartarugas. Mas nem sempre o amor incondicional pelos animais lhe trouxe alegria. 18


Fotos: Paula Bonadio e Arquivo Pessoal

Quando jovem, Rick era grudado com Protheus, um cão da raça Weimaraner. “Ele era meu companheiro em meu primeiro estúdio, quando tinha 25 anos. Era na Serra da Cantareira (SP)”, lembra. Infelizmente, o mascote comeu ração contaminada por produtos tóxicos e não pôde ser salvo. Morreu aos 8 anos de idade. A tristeza foi tanta que o produtor ficou sem coragem de ter outro mascote por dez anos. Porém, recentemente, o peludo Apollo chegou à família para preencher o vazio deixado por Protheus. O simpático Maltês foi escolhido a dedo: “Eu já havia dado uma cadela da raça, chamada Mel, para minha filha e todos gostavam muito dela.” Apollo, claro, logo entrou na rotina da casa e tornou-se o rei do pedaço. Para garantir o bem-estar do peludo, Rick conta com a ajuda de sua mulher, Paula Bonadio. “Minha esposa cuida da alimentação, banho, entre outros. Eu, como pai, dou remédio e, quando precisa,

Apollo adora roubar o lugar do produtor na cama depois do café da manhã para ficar perto de Paula Bonadio, esposa de Rick

as broncas para educar”, revela. Bonadio conta, aos risos, sua suspeita de que esse é o motivo do espevitado peludo preferir Paula a ele. Mas o empresário assume que, no geral, o companheiro de quatro patas não dá trabalho nenhum. “Apollo é muito dócil, sempre pronto para as brincadeiras.

Minha esposa cuida da alimentação, banho, entre outros. E eu dou remédio e, quando precisa, as broncas para educar Apollo sabe que é o dono da casa, e por isso abusa! O cão adora ocupar o espaço de Rick na cama, e ainda late quando o som do carro está muito alto

Adora subir na minha cama e pedir um chamego. Ele gosta mesmo é de um bom carinho”, descreve. Entre cuidados, brincadeiras e xodó, é preciso também driblar a pompa do bichinho. É que, apesar de ser um amigão extremamente fácil de lidar, o pequeno Maltês já percebeu que domina o lar e o coração dos Bonadio. “Ele sabe que, depois do café, gosto de deitar um pouco na cama para conversar com a Paula. Apollo, sabendo disso, vai antes e rouba meu lugar todos os dias. Ele se acha o dono da parada”, gargalha o produtor. Contudo Rick não se incomoda com a pose do cão, quer mesmo é brincadeira: “A gente costuma brincar de luta. Nos divertimos juntos.” E se engana quem pensa que a relação entre Apollo e Rick reserva-se a dentro de casa apenas. O produtor leva o cachorro para cima e para baixo: os passeios são constantes, tanto a pé como de carro. E filho de peixe, peixinho é. O Maltês também vive em meio à música. Para animar as saídas, Bonadio coloca uma canção para ouvirem, mas com cautela. “Ele curte música somente em volume baixo. Se aumento o volume no carro, ele fica ‘bolado’”, entrega. 19


Mito oeu ? Verdad

Os cachorros costumam se vingar de seus donos depois de uma bronca?

Texto: Camila Rodrigues/ Ilustração: Débora Lopes Serralheiro/ Fonte: Marcel Perez Pereira, médico veterinário

MITO

20

Se depois de dar uma bronca no seu pet você encontra o sofá mordido ou xixi fora do lugar, provavelmente pensa que o peludo fez de propósito, só para se vingar. Porém, esse tipo de pensamento é equivocado, pois a vingança é uma atitude premeditada e totalmente racional, algo que os cães não são capazes de fazer. “Essa interpretação ocorre porque as pessoas aplicam a psicologia humana para compreender os comportamentos dos animais”, desmitifica Marcel Perez Pereira, médico veterinário especialista em comportamento canino (SP). Ainda de acordo com o especialista, a vingança é uma ação exclusiva dos seres humanos e atribuir essa característica aos peludos é uma forma de humanizá-los, o que não é tido

como saudável para a sua criação. “Cachorros apresentam comportamentos indevidos por conta de uma má socialização quando são filhotes. A falta de regras e limites claros ajuda na fixação dessas atitudes incômodas”, complementa.

COMO CORRIGIR

Não adianta bater ou gritar com o seu pet: ele não vai obedecer nem entender o que está acontecendo. Para educá-lo de maneira correta, os tutores devem ficar atentos a algumas atitudes. “Jamais aplique uma

correção se o comportamento indevido foi finalizado há muito tempo, uma vez que o cão não vai associar a bronca com a atitude do passado, além de isso causar prejuízos na relação com o dono”, ensina Pereira. Um erro comum entre os donos é bater ou berrar com o mascote quando é pego no flagra. “Não precisa gritar. Cães se comunicam de forma diferente e o que vai caracterizar uma correção é a intensidade do som, a postura corporal e o olhar fixo do tutor. Por isso, um firme ‘não’ ou um ‘shhhh’ pode ser suficiente”, enfatiza.

Outros supostos vingadores Vingança felina - Em 2007, durante um passeio no zoológico de São Francisco (EUA), três jovens provocaram uma tigresa que estava presa dentro de uma jaula. Depois que os rapazes saíram, o animal conseguiu escapar e foi atrás deles.

Antes tarde do que nunca - Depois de atirar e roubar a caça de um tigre, o russo Vladimir Markov teve sua cabana destruída pelo animal. O felino se escondeu na floresta, e mesmo machucado, encontrou o caçador pelo cheiro.

Atire a primeira pedra - Santino, um chimpanzé de um zoológico sueco, guardou pedras que foram jogadas nele para atirar de volta em seus agressores.

Mudança de hábitos - Para acabar com a atitude tida como “vingativa”, os tutores podem espalhar brinquedos e petiscos pela casa.


Leia com seus filhos.

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bicho natural Lixeira inteligente

As ruas do bairro dos Jardins, em São Paulo, podem comemorar a chegada de um sistema de limpeza inovador. As Big Bellys, como são chamadas, são lixeiras inteligentes com sensor que avisa via SMS a quantidade de resíduos já depositada. Essa nova tecnologia minimiza os transtornos das lixeiras cheias, sendo uma excelente notícia para os moradores que passeiam com seus pets.

Eu preciso! DURMA BEM O colchão Bio Pet, da Americanflex, é fabricado em tecido tecnológico, com fibras naturais de bambu biodegradáveis que possuem propriedades hipoalergênic as. Além disso, proporciona uma sens ação de refrescância ao pet. Na Colchão e Cama. De R$ 139 a R$ 189

82%

dos felinos com dermatite apresentam melhora clínica depois de tratamentos homeopáticos, segundo um estudo feito pela médica veterinária Carla Cristina Marcondes Gimenes, da Unifeob, de São João da Boa Vista (SP)

Como se livrar dos ácaros

Nem mesmo os higiênicos felinos estão livres dos ácaros. Mas não os inofensivos presentes no pó, mas sim os “de orelha”, da espécie Otodectes cynotis. O parasita se aloja no canal auditivo dos pets, provocando coceira. Para ajudar, os donos podem pingar gotas de óleo de amêndoas (com vitamina E) e massagear a parte externa do ouvido do animal.

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ALIMENTAÇÃO NACIONAL A linha Purina Revena, da Nestlé Purina, foi criada especialmente para os cães brasileiros, pois é feita de ingredientes naturais, como frutas tropicais, fibras e arroz integral. No Pet Center Marginal. Por R$ 16,50 (para cães adultos de raças pequenas) MÁXIMA LIMPEZA O Sabão de Coco Tribal, da Ecovet, tem em sua composição pH neutro e óleo nutritivo essencial de coco, ótimo para realizar a “pré-lavagem” dos pelos do seu companheiro de quatro patas. Na PetLove. Por R$ 8,90


BEM PROTEGIDOS

Você sabia que o óleo de coco pode ajudar a manter o seu pet longe dos fungos e bactérias? Segundo Karen Becker, veterinária e proprietária do Natural Pet Animal Hospital, em Illinois (EUA), essa substância contém ácido láurico, que possui ação anti-inflamatória, antimicrobiana e estimula o sistema imunológico que protege a pele do seu companheiro. Para aproveitar esse óleo, basta aplicar pequenas porções na pele e deixar agir por 5 minutos. Após esse procedimento, use o xampu de sua preferência para dar banho no mascote. Fonte: Healthy Pets

A acupuntura funciona do mesmo modo para os cachorros e para nós. As reações são estimuladas pelas agulhas posicionadas nas terminações nervosas, que conduzem o estímulo ao cérebro Fonte: Fábio Toyota, médico veterinário do portal CachorroGato

Texto: Camila Rodrigues/ Fotos: Divulgação/ Reprodução/ Shutterstock/ Fonte nota Como se livrar dos ácaros: www.ehow.com.br/formas-naturais-cuidar-acaros-orelha-gatos-como_184693

Vet Zen Meu cachorro sempre faz xixi na roda do carro. Como evitar isso?

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Maria Luísa Ferraz, de Porto Real-RJ

O hábito do cão (especialmente o cachorro macho) de urinar em locais específicos torna-se muitas vezes um problema difícil de resolver. Essa dificuldade acontece porque o animal já está completamente habituado a fazer xixi nesses locais determinados. Uma dica interessante é a colocação de capas de roda nos pneus e a borrifação sobre elas de uma solução de vinagre (diluído em água) na tentativa de neutralizar parte do odor da urina, que estimula o animal ainda mais a praticar o ato. O objetivo principal é a neutralização do cheiro, pois cães apresentam cerca de dez vezes mais células olfativas que o homem. Outra opção é a utilização, por exemplo, de um spray de água, que se pode borrifar sobre o animal todas as vezes que ele urinar nas rodas do carro, como punição. Marcos Eduardo Fernandes, veterinário homeopata, mestre em Saúde Pública pela USP, psicanalista, comunicador da Rádio Mundial e apresentador do Programa Open Pet. Mande sua dúvida para: meupet@escala.com.br

www.editoralafonte.com.br 23


comportamento O lindo SRD Marx, mascote da adestradora Tarsis Ramão, ajudou a ilustrar as nossas dicas contra a compulsão de se lamber

Lambe-lambe

QUE MACHUCA QUANDO A LAMBIDA VIRA UMA COMPULSÃO, O CORPO DO PET SOFRE COM FERIDAS. VEJA O TREINO QUE EVITA O HÁBITO TEXTO: CAMILA RODRIGUES • FOTOS: LUIZ GUSTAVO GONÇALVES

F

rank é um carente (e fofo) Maltês, de 9 anos de idade, que não consegue conter a lambedura excessiva nas patas quando não recebe atenção dos donos. “O Frank tem costume de se lamber mais quando meu marido está em casa, mas não pode brincar com ele. Nunca sabemos o que fazer nessa situação”, conta a empresária Thaís Posselt Furlan, de São Paulo (SP).

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Assim como Thaís, muitos tutores não sabem a razão desse comportamento tão delicado, a compulsão. Para Ricardo Fontão de Pauli, comportamentalista da Comporvet Medicina Veterinária Comportamental, em Florianópolis (SC), essa atitude surge como uma “consequência de manter os peludos confinados ou sem estímulos, mentais e físicos, durante sua criação”, explica.

No entanto, a adestradora Tarsis Ramão, da empresa Cão Cidadão, de São Paulo (SP), afirma que, além disso, cachorros com personalidade mais enérgica e bem ativa, como os fofos Golden Retriever, Border Collie e Labrador, possuem uma predisposição genética para ter comportamentos compulsivos, não só a lambedura, como correr atrás do rabo ou bater a cabeça na parede.


A compulsão é diferente de mania, pois, além de ir contra a vontade do animal, engloba aspectos mais sérios. Um deles é o desequilíbrio químico dos neurotransmissores do cérebro.

“Os animais, principalmente os cachorros, têm uma força hereditária que, se não for bem utilizada, pode gerar compulsões e outros problemas comportamentais. Porém, o mais importante é não rotular”, enfatiza. COMPORTAMENTO NATURAL Sendo uma ação natural, a lambida está presente desde a higienização dos filhotes, feita pela mãe, até como demonstração de afeto, os famosos beijinhos molhados. “Quando direcionada, é

Susto disfarçado

Use algum objeto barulhento para chamar a atenção do pet, de forma que ele associe a lambida a algo ruim como o som.

uma forma de limpeza e faz parte do repertório higiênico normal dos cães. Esse hábito, em nível saudável, pode ajudar a prevenir coceiras e odores”, explica Joice Peruzzi, comportamentalista animal, da Pet Estar (RS). Por isso, quando o pet começa a reproduzir esse comportamento de maneira repetitiva, o ideal é não brigar ou castigar, como se fosse culpa do próprio peludo. Mas sim educá-lo com treinos certeiros e encarar uma mudança de postura séria, para

que ele não dê continuidade a esse hábito, que pode causar transtornos psicológicos e lesões perigosas pelo corpo todo. PRIMEIROS SINAIS De acordo com Mauro Lantzman, médico veterinário, especialista em comportamento animal (SP), há alguns meios de descobrir se o peludo está passando dos limites. “Quando o cachorro se lambe em excesso, a coloração dos pelos sofre uma mudança. Isso acontece devido à acidez contida na saliva, que deixa a pelagem na cor de ferrugem”, esclarece. Certos aspectos psicológicos também contribuem para a manifestação dessa atitude no animal. “Cães que tiveram trauma físico, como fraturas ou fissuras, podem continuar lambendo a região afetada mesmo depois da sua recuperação, por aprendizado”, complementa Joice. COMPULSÃO X MANIA Antes de classificar seu pet como compulsivo por lambidas, é importante diferenciar compulsão e mania. A compulsão, além de ir contra a vontade do próprio indivíduo, engloba aspectos mais sérios. Um deles é o desequilíbrio químico dos neurotransmissores do cérebro. 25


comportamento

bia? VoPescêquisa sadores

da Escola de Medicina Veterinária Cummings, da Universidade Tufts, em Massachusetts, descobriram que cães das raças Dobermann e Pinscher compartilham um gene responsável por desenvolverem transtornos compulsivos, como a lambedura excessiva.

Fora essa deficiência química, os “comportamentos compulsivos podem também estar associados ao estresse e ansiedade, provocados pelo próprio ambiente onde o animal reside e pelas relações humanas que ele tem”, completa a adestradora. Já as manias são atos peculiares (como arrastar a cama pela casa, correr atrás da vassoura, entre outros), mas não repetitivos e que, por isso, não apresentam perigo à saúde do seu amigo peludo. Mas Tarsis faz uma ressalta: “Pequenas manias podem se transformar em compulsão quando não há intervenção dos donos ou a interferência é inadequada”, alerta. Por isso, a empresária Thaís acompanha de perto o hábito do seu peludo, e comenta que às vezes chega a ser tão forte que o

Acima, um cã o Pinscher e ab da raça aixo um Dobermann, ambos com predisposiçã o a compulsõe

s

Espaço rico

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Para manter o animal entretido e sem impulso de lambedura, espalhe brinquedos simples ou recheados de petiscos pela casa, principalmente quando tiver de deixar o mascote sozinho por longos períodos.

pet passa por cima de sensações desagradáveis: “Já tentamos espirrar spray com gosto amargo nas patas, para ver se ele parava de se lamber, mas não adiantou. Ele continuou depois de um tempo”, explica a especialista. ALÍVIO IMEDIATO De acordo com Pauli, a lambedura excessiva e a automutilação – nos casos mais graves, quando o cão morde ou arranca pedaços do próprio corpo – promovem a liberação de endorfina, substância química produzida pelo organismo que provoca uma sensação de relaxamento nos animais. “Esse é o principal motivo para repetirem esse tipo de ação, pois, além de gerar prazer, causa relaxamento imediato”, atesta. Essa sensação de bem-es-


tar, produzida pelo cérebro, faz com que a situação estressante seja amenizada ou esquecida momentaneamente. Os especialistas alertam que, nesses quadros mais alarmantes e claramente demasiados – que passam da mania e da compulsão simples –, é imprescindível um acompanhamento médico e tratamento medicamentoso. Contudo, nos casos amenos, há medidas que você pode tomar para evitar que seu cão se lamba sempre, desde comandos básicos de treinamento até mudanças de postura e no ambiente. AMBIENTE ESTIMULANTE Nem todo tutor pode ficar junto de seu peludo 24 horas por dia, não é verdade? E quem tem cachorro sabe como eles podem

ficar ansiosos em casa com a nossa ausência. Por isso, para que ele não sinta a sua falta e não fique se lambendo, há alternativas que ajudam a minimizar a solidão e diminuir os níveis de estresse. Segundo Tarsis, “deixar brinquedos interativos espalhados pela morada pode ser uma opção para mantê-lo ocupado”. Foi o que fez a empresária Thaís. Pensando em sanar o problema do seu peludo, ela encontrou um jeito de entretê-lo. “Ofereço brinquedos que liberam petiscos conforme ele brinca. Isso o distrai por alguns momentos”, revela. Além das novidades no mercado pet, a adestradora lembra que objetos corriqueiros do nosso dia a dia podem colaborar na distração do nosso amigão, como as garrafas de plástico.

S E DOS GATO

B L AMBE-L AM

Todo gateiro sabe que esses peludos de longos bigodes adoram se lamber por horas. Apesar de ser uma atitude natural, os tutores devem ficar atentos a esse hábito, que, mesmo tão higiênico e instintivo, pode passar dos limites e se transformar em compulsão – nada agradável para o felino. A lambedura excessiva, geralmente, é uma resposta para a falta de estímulos e o estresse do pet. “Para minimizar esse problema, o ideal é oferecer encorajamentos, como brincadeiras, prateleiras pela casa para que o bichano possa se exercitar, além da mudança de postura do dono”, indica. Fora essas atitudes, que podem ser resolvidas em casa, alguns gatos precisam de acompanhamento médico e até tratamentos medicamentosos quando o ato passa da conta. “Quando o animal apresenta falhas no pelo ou demora muito se limpando, esse pode ser um sinal de que não está bem”, aponta Naila Fukimoto, da Cão Cidadão (SP).

Faça você mesmo

Além dos brinquedos comprados em pet shop, é possível inventar novos objetos com materiais que já temos em casa, como garrafas plásticas que podem ser furadas para conterem petiscos ou ração.

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comportamento

Treinos básicos

Para incentivar o autocontrole, use o comando “fica” quando ele se lamber, que pode ser ensinado com petiscos e repetição, assim como o “dá a pata” – que faz com que o cão tire automaticamente a patinha da boca. Recompense os dois com reforços positivos como carinhos e snacks.

Porém, essa atitude pode ser interpretada pelo cachorro como um sinal de aprovação, ou seja, como se estivesse sendo recompensado por causa daquela postura”, explica Tarsis. Os especialistas dizem que ainda pior que recompensar de maneira errônea é repreender o cão com broncas e gritos, sem considerar que aquele ato é mais forte que a consciência do ani-

Pior que recompensar de maneira errônea é repreender o cachorro com broncas e gritos, sem considerar que a lambedura é mais forte que a consciência do animal 28

mal. “Dependendo de como for aplicada a reprimenda, o mascote pode ficar ainda mais ansioso e piorar o quadro”, completa a adestradora da Cão Cidadão. APRENDIZADO DESDE CEDO Para a treinadora, o melhor remédio para evitar problemas comportamentais é educar o peludo desde cedo, de preferência na fase da socialização – que acontece nas primeiras semanas de vida. “Uma educação adequada também ajuda em caso de mudanças na rotina do cão, troca de residência ou introdução de um novo membro na família. Dessa forma, ele não terá conflitos, pois já foi familiarizado com diversos estímulos e situações”, diz.

Fotos: Luíz Gustavo Gonçalves/ Shutterstock/ Divulgação

EDUCAÇÃO PARA O DONO Por não entender de forma clara o que está acontecendo com seu companheiro de quatro patas, por vezes o tutor escolhe o caminho mais fácil: dar agrados em forma de petiscos ou carinho para que o cão pare de fazer algo que está causando incômodo. “Os donos usam brinquedos e petiscos para distrair o cachorro quando ele está se lambendo.


PROCURE UM VETERINÁRIO Ignorar a ação obsessiva do seu melhor amigo não é a melhor saída para acabar com o lambe-lambe. Isso porque a estratégia pode causar mais estresse no bicho e intensificar a tendência, já que eles usam desse artifício para chamar a atenção dos donos quando acreditam que foram esquecidos. Portanto, caso os tutores decidam colocar em prática essa medida, pouco ortodoxa, a compulsão pode não só não acabar, como evoluir para um estágio mais grave. Por isso, siga as nossas dicas de treinos simples e adequados, e não deixe de encaminhar seu mascote para um médico veterinário especializado em comportamento se suspeitar que o hábito incômodo não cessará tão facilmente assim. “Só um profissional capacitado pode estabelecer um tratamento, que envolve desde a mudança de postura dos donos do animal, como mencionado, até uma prescrição com a manipulação de remédios”, finaliza o veterinário especialista Mauro Lantzman.

Diversão do bem

Para diminuir a ansiedade do pet e deixá-lo mais calmo e distraído, invista em longos passeios.

MBIDAS!

CHEGA DE LA O FLORAL

GOSTO RUIM

Lambedura e Automutilação, da marca Bio Florais, ajuda a conter esse hábito que alguns pets desenvolvem. Isso porque o cheiro proporciona uma agradável sensação de bem-estar ao animal. No PetLove.

O Bitter Lime é específico para animais que se lambem muito devido a ansiedade e estresse. Com sabor amargo de limão, o pet acaba evitando o local em que o produto foi aplicado. Na BitCão. Por R$ 44,90

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DIVERSÃO SEM PARAR

O Big PetBall, da Pet Games, feito de polipropileno atóxico, é um brinquedo interativo que vai deixar o seu cachorro longe da tentação de lamber as patas. No Pet Center Marginal. Por R$ 29,90

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Negócio animal

Seu pet precisa de

um anjo da guarda Empresa paulistana cria conceito de qualificação de cuidadores e contratação online de serviços TEXTO: SAMANTHA MELO

A

njos, assim são chamados os profissionais vinculados à empresa Pet Anjo que passeiam, visitam, hospedam e dispensam os cuidados necessários aos mascotes. O objetivo do empreendimento, que foi lançado em junho de 2014, é atuar em todas as etapas: selecionar os cuidadores, capacitálos no campo de qualidade de vida animal e ainda colocar os clientes em contato com esses Anjos, por meio de uma plataforma online, em que o tutor escolhe e contrata quem ele prefere que fique com seu peludo. A ideia, inovadora no Brasil (área que a empresa pretende abranger inteiramente até agosto), surgiu da mente de dois sócios com profissões diferentes – mas que se completaram perfeitamente. Thiago Petersen é engenheiro da computação e elétrico e Carolina Rocha, cuja entrevista você confere a seguir, é veterinária especialista em comportamento animal. Como surgiu o conceito da empresa Pet Anjo? Como médica veterinária, percebi que muitos dos problemas comportamentais dos animais são intensificados ou até ocorrem devido ao fato de passarem por tédio, falta de exercício e falta de atenção. Além disso, reparei que

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os tutores têm uma dificuldade enorme quando precisam ficar muitas horas fora de casa ou mesmo viajar, especialmente se possuem um pet menos convencional, como um coelho, ou um animal idoso ou doente que demanda cuidados especiais. Para ambos os problemas, eles não se sentiam seguros com as opções que o mercado oferecia. Existia, então, uma necessidade de mercado? Sim, notei que a qualidade do que já existia realmente podia melhorar, ouvi diversas histórias e também passei por algumas experiências com meus mascotes. Enquanto via muitos profissionais de adestramento se aperfeiçoando, utilizando metodologias mais científicas para o treino animal, também observava que os serviços de dog walker, pet sitter e até hospedagem em geral precisavam melhorar bastante, ter um embasamento técnicocientífico por trás, sem contar que a capacitação que existia no Brasil era fraca e sem nenhuma base ou certificação.

E como foi decidido o formato final? Pensamos que, para elevar a qualidade, oferecer cursos para cuidadores não seria suficiente, pois o cliente queria mais: queria modos mais fáceis de encontrar e avaliar os profissionais, queria modos mais práticos de agendar os serviços, queria uma logística e um atendimento que não seriam alcançados apenas ministrando um curso. Então, depois de algumas pesquisas de mercado, conversas e conselhos de pessoas da área, pudemos desenhar todo o nosso modelo de negócio até chegar a essa plataforma online exatamente do jeito que desejávamos e todo o programa de certificação dos Anjos. De onde surgiu o nome? Tínhamos algumas opções em mente, mas nenhuma delas nos agradava por completo. Buscávamos um nome em português, simples, fácil, que mostrasse todo o cuidado que temos com os bichos. Então, em uma conversa com amigos, surgiu

Observei que os serviços de dog walker, pet sitter e até hospedagem precisavam melhorar, ter um embasamento técnico-científico por trás


o nome Pet Anjo. Na hora vimos que esse deveria ser o eleito, pois transmite nossa relação de respeito e amor pelos animais. E como funciona a plataforma para o cliente? A pessoa se cadastra em nosso site e pesquisa, de acordo com seu endereço, um Anjo que atenda em sua região. Depois de encontrar um candidato com o perfil desejado, é preciso reservar as datas de sua preferência e fazer o pagamento direto no sistema. Quais serviços vocês oferecem? Oferecemos três serviços. O passeio tem uma hora de duração. Temos a visita, que também dura uma hora, na qual o Anjo vai à casa do cliente e alimenta o animal de estimação, troca a água, limpa os dejetos, troca a areia... E, por fim, a hospedagem, em que o pet fica na casa de um dos Anjos durante o período em que precisa de cuidados especiais ou durante alguma viagem do tutor. É possível conhecer o Anjo antes de deixar o pet com ele? Sim! Nós queremos que o dono se sinta seguro, por isso, sempre que ele for contratar um serviço

com um Anjo diferente, será necessário marcar uma visita inicial para conhecê-lo. Essa visita pode ser na casa do candidato, na residência do cliente, em algum café ou por telefone ou Skype mesmo (esses últimos são apenas possíveis para o serviço de passeio; para visita e hospedagem o encontro deve ser presencial).

“A meta é dar segurança para as pessoas, de forma que elas fiquem tranquilas quando seus pwta estiverem sob nossos cuidados”, explica a empresária Carolina Rocha

Acima, os sócios Thiago Petersen e Carolina Rocha. Na foto, eles estão com Chaninho, gato de Thiago. Abaixo, os primeiros Anjos capacitados pela empresa em treinamento

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Negócio animal Como são selecionados os funcionários? Os Anjos não são funcionários, são autônomos. Os interessados passam por uma avaliação de perfil e currículo. Se selecionados, participam de duas entrevistas e, uma vez aprovados em ambas, fazem o curso de formação com 32 horas de duração. Ao final do curso realizam uma avaliação e, se aprovados, se tornam Anjo e são indicados como profissionais capacitados em nossa plataforma online, assim como contam com todo o suporte.

aprendem primeiros socorros. Além disso, as contratações são realizadas online, podendo o cliente fazer uma busca de profissionais pelo CEP. Todos os Anjos também contam com suporte veterinário 24 horas.

Quem procura o serviço? Em sua maioria são mulheres, em idade e classe social bastante variadas. Em comum, o jeito como veem os bichos: como filhos ou amigos, parte da família.

Como é trabalhar com animais? É a melhor coisa do mundo! O pior dia atendendo um cão, por exemplo, é mil vezes melhor do que um bom dia em um escritório.

O que diferencia a Pet Anjo dos outros serviços de pet sitters? A confiança e a segurança são nosso foco e diferencial: os profissionais são selecionados com rígidas regras, passam por um treinamento sobre passeio, cuidados de saúde e bem-estar com base nas diversas espécies com que atuamos, inclusive

Todos os cachorros são aceitos ou há restrições? Dependendo do serviço, atendemos diversas espécies, não apenas cães, como gatos, miniporcos, ferrets, aves, pequenos roedores, coelhos, répteis e anfíbios.

Vocês têm pets? O Thiago e eu sempre tivemos bichos, desde pequenos, são uma parte muito importante das nossas vidas. Hoje eu tenho dois cães, a Olga e o Cássio, e duas gatas, a Ísis e a Boneca. E o Thiago tem quatro cães, o Fox, a Belinha, a Sofia e o Pretinho, e quatro gatos, a Jade, a PutiPuti, o Chaninho e a Branquinha.

Virando Anjo

Os Anjos são treinados para saber lidar com todos os animais domésticos, até furões e anfíbios

Como Carolina tem certificação internacional de dog walker e pet sitter, o curso é bem embasado

Os candidatos só se tornam Anjos após capacitação, com emissão de nto certificado de 32 horas de treiname

Serviço

É possível contratar passeios de uma hora, cujos preços partem de R$ 25. Já o valor das visitas, que também duram uma hora, inicia em R$ 33. As diárias de hospedagem custam a partir de R$ 55. A empresa atua no estado de São Paulo, mas em agosto de 2014 passará a abranger o Brasil inteiro. petanjo.com

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PÔSTER



Foto: Shutterstock

PÔSTER

Tá olhando o quê? Nascemos lindos assim mesmo, é de família


Foto: Shutterstock

Para de drama, mĂŁe, ĂŠ mordidinha de amor!


Pergunte ao vet NADA DE REMÉDIOS!

Posso dar algum antibiótico ou anti-inflamatório ao meu cachorro quando ele estiver coçando o ouvido ou com otite? Ou existe um remédio especial para esse problema? Juliana Alencar, São Paulo-SP

Não é indicado dar nenhum tipo de medicamento ao seu mascote, porque a otite, infecção no ouvido, pode ter diversas origens: bacteriana, fúngica ou parasitária, por exemplo. Em cada situação existem tratamentos e medicamentos específicos. Um antibiótico pode funcionar se a questão do cachorro tiver origem bacteriana, mas sem um exame não tem como saber a verdadeira causa. O ideal, portanto, é sempre consultar um médico veterinário, pois cada tipo de problema requer um tratamento diferente.

CUIDADO COM O FRIO

O que posso fazer quando meu cachorro começa a tossir? Isso é normal ou pode significar alguma doença mais séria?

Texto: Camila Rodrigues/ Fotos: Shutterstock/ Arquivo pessoal

Maria Fátima Medeiros, São Paulo-SP

DE OLHO NAS FRUTAS

Gostaria de saber se posso oferecer para o meu cachorro frutas como melão, mamão e abacate. Caso não, quais são as frutas permitidas?

A tosse nos cachorros tem diversas causas. Pode indicar problemas de origem pulmonar ou uma gripe, comum em épocas com baixas temperaturas. Além disso, o alto índice de animais com gripe nos canis faz com que o vírus seja transmitido pelo ar ou por contato direto. O sintoma de tosse pode ainda estar ligado a outras doenças graves, como insuficiência cardíaca ou tumor no pulmão. Por isso, é importante levar seu companheiro de quatro patas para uma consulta com um médico veterinário para realizar um exame apropriado. Mesmo que seja uma simples gripe, por exemplo, o especialista pode evitar que ela se transforme em uma pneumonia.

Eliete Biondi, São Paulo-SP

O abacate deve ser evitado, pois a fruta contém uma toxina chamada persina, que é inofensiva para os humanos, mas muito tóxica para os animais. Além do risco que a polpa traz, o caroço pode provocar acidentes sérios, caso seja engolido. Ofereça ao seu mascote frutas não ácidas, como banana, maçã, pera, já que são alimentos ricos em vitaminas (C, E e B) e ajudam a fortalecer o sistema imunológico do animal.

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alimentação

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ocê já leu o rótulo da ração do seu cão ou gato? Proteína bruta, extrato etéreo, matéria mineral, umidade, vitaminas. Esses e outros componentes fazem parte da ração que você dá ao seu pet todos os dias, e muitos deles também da alimentação natural. Para a maioria dos donos, entender a constituição do alimento que está sendo oferecido ao seu cão ou gato é um desafio, mas se mostra essencial para a saúde dos animais. Quer entender melhor? Para escolher com maior segurança uma dieta que atenda às necessidades nutricionais do seu animal, é preciso compreender o que são os nutrientes. De acordo com

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Carla Cattapan, médica veterinária e responsável pelo Serviço de Nutrição do Hospital Veterinário Pompéia, de São Paulo (SP), os nutrientes são os elementos necessários para o organismo funcionar que constituem um alimento.“Eles desempenham papel fundamental para a sobrevivência dos seres vivos, controlando os processos biológicos essenciais para a sobrevivência”, explica. NOME AOS BOIS Entender a diferença entre um nutriente e um alimento é fácil. Como esclarece Carla, um alimento como a carne bovina, por exemplo, pode fornecer vários

nutrientes, entre eles proteínas, vitaminas, minerais e água. Mas um único nutriente, como a proteína, pode ser encontrado em muitos ingredientes distintos, como carnes, peixes, ovos, queijos e iogurtes. Para uma dieta ideal, ingredientes certos e de qualidade devem ser selecionados e combinados. “É o equilíbrio dos nutrientes que garante um bom manejo nutricional”, afirma Carla. “Uma refeição adequada deve fornecer todos os nutrientes essenciais, nas quantidades e proporções corretas, a fim de conservar a saúde do cão e do gato ao longo das fases de sua vida”, acrescenta.


Você sabia?

Os gatos não comem espontaneamente quase nenhum alimento de origem vegetal, o que significa que não ingerem carboidratos ou fibras. “Sendo assim, não há grandes problemas em um cão consumir a ração de um felino. Porém, se o contrário acontecer, os gatos logo apresentarão sinais de deficiência de nutrientes”, alerta Leonardo Lara.

DIETA INDIVIDUAL Os nutrientes servem tanto ao cão como ao gato. “Mas devemos pensar nas diferentes espécies, raças, fases de vida, no ambiente em que os animais vivem e até no objetivo do proprietário”, explica Leonardo Boscoli Lara, professor de Nutrição de Cães e Gatos da UFMG. “Para os organismos, o que importa são as gramas ingeridas. Portanto, basta aumentar a ração que todos os nutrientes serão oferecidos em maior quantidade também”, completa. As necessidades aumentam durante os períodos de crescimento, reprodução e atividade física. Em

contrapartida, quando os animais atingem a idade adulta e envelhecem, ocorre uma diminuição da demanda de certos nutrientes. NUTRIÇÃO EM TODAS AS FASES Por exemplo, filhotes devem consumir maiores teores de energia, proteínas e vitaminas que os adultos e, ainda, menores teores de fibras e carboidratos. As rações para filhotes disponíveis no mercado já possuem essa diferenciação. Segundo Lara, o filhote de gato pode se alimentar de ração de adultos que seja de qualidade, uma vez que a composição nutricional entre as dietas felinos adultos e filhotes é semelhante.

O mesmo cuidado é preciso ter com as fêmeas gestantes ou em fase de amamentação, que devem manter o tipo de alimento consumido e a quantidade habitual nos primeiros dois terços da gestação (cerca de 40 dias). “Nos últimos 20 dias recomenda-se aumentar de 30% a 50% a porção de comida oferecida ou deixar a alimentação à vontade, sempre evitando o acúmulo de gordura”, orienta Leonardo Boscoli Lara. Já se o seu mascote está ficando velhinho, logo ele vai começar a gastar menos energia e comer menos e, por isso, tem de ingerir alimentos com alta concentração de nutrientes. 39


Cosãneutrsienxtesgesasetncioasis Cães e gatos possuem necessidades diferentes. Porém, ambos precisam ser alimentados com os mesmos nutrientes, a porcentagem é que varia.

18%

28%

PROTEÍNAS São constituídas de aminoácidos, essenciais para formar os tecidos corporais (como pele, músculo e pelo), anticorpos e hormônios. Alimentos: todos os tipos de carnes, ovo e leguminosas

4,5%

EXTRATO ETÉREO

8%

É conhecido como a “gordura” de uma ração. Tem a mesma função dos carboidratos, ou seja, fornecer energia. Alimentos: milho, farinhas de peixe, carne e farelos

FIBRAS

6,5%

4,5%

São carboidratos que auxiliam no trânsito intestinal. Alimentos: grãos, algumas frutas, polpa de beterrab e farelo de trigo

0,4%

FÓSFORO

0,8%

É constituinte dos tecidos e dos ossos, juntamente com o cálcio. Alimentos: carne bovina, aves, peixes, ovos, frutas, legumes e grãos

12%

10%

MINERAIS

40

SÓ PARA OS CÃES

SÓ PARA OS GATOS

Vitaminas Auxiliam no metabolismo do animal. Alimentos: frutas não ácidas, cereais, fígado, leite e ovos Betacaroteno Poderoso antioxidante que previve várias doenças. Alimentos: cenoura, brócolis e alface

Taurina Aminoácido antioxidante que ajuda a evitar doenças cardíacas. Alimentos: de origem animal Ácido araquidônico Esse ácido graxo não sintetizado pelos gatos ajuda a criar os lipídios. Alimentos: carne vermelha

Fotos: Shutterstock/ Divulgação

Possuem função reguladora, contribuindo para os estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. Alguns estão presentes em maior quantidade, como o cálcio, fósforo e potássio. Alimentos: fígado, ovos e verduras


Para os cães PARA OS DIMINUTOS A Royal Canin Mini Indoor contém nutrientes que ajudam a manter a saúde da pele e da pelagem de cães de pequeno porte. Na Cobasi Por R$ 31,90 (1 kg)

HAJA ENERGIA! A ração Golden Power Training Cães Filhotes Frango e Arroz, da Premier Pet, é indicada para filhotes ativos, desde o desmame até 1 ano de idade. Na Meu Amigo Pet, Por R$ 106,90 (15 kg)

DUAS ESCOLHAS Para os gatos indecisos, a ração Duoda Premier Pet vai agradar em cheio. Isso porque ela tem dois sabores, salmão e peru, embalados separadamente. Na DogWorld. Por R$ 67,10 (2 kg)

PROTEÇÃO NA COMIDA O alimento Proplan Adult Gato Salmão e Arroz, da Nestlé Purina, potencializa o correto funcionamento do sistema imunológico do felino. No Shop4Pets. Por R$ 94,75 (2 kg)

PETISCO MOLHADO Para agradar seu felino, aposte na ração úmida Sabor & Vida em Lata para Gatos Carne e Fígado, um alimento Premium e completo. Na Pets & Bichos. Por R$ 3,77 (330 g)

Assim, mesmo comendo uma porção reduzida, o peludo estará bem nutrido. “É importante oferecer uma quantidade extra de antioxidantes como vitamina E, vitamina C, selênio, carotenoides e isoflavonoides”, afirma Boscoli.

E atenção: os bichanos idosos, em especial, requerem uma dieta bem mais cautelosa. “Isso porque é preciso ocorrer o equilíbrio entre os minerais e aminoácidos, pois podem interferir no pH da urina”, explica o especialista.

ANTIVELHICE Da marca Pedigree, a ração Junior Filhotes possui vitamina E e selênio, ingredientes com ação antioxidante que colaboram na proteção das células. Na Pet Center Marginal, Por R$ 14,90 (1 kg)

Para os gatos

DE OLHO NA UTRO COMIDA DO O

Maiara Scapini Bazotti, estudante de veterinária e moradora de Lages, São Paulo (SP), tem três pets: as cachorras Malu (4 anos) e Bia (5 anos) e a gatinha Mona (1 ano). Alimentar as três é um desafio, pois Malu e Mona adoram “roubar” comida uma da outra. “Acredito que a troca ocorre pelo fato de a ração de gato ser mais atrativa”, reflete.

Para evitar problemas, no horário da alimentação, a tutora fica por perto para tentar proibir que elas troquem de potinho. “De vez em quando é necessário colocar o pote de comida da Mona num lugar mais alto, em que só um gato consegue subir”, conta. Maiara garante que as três nunca apresentaram problemas sérios devido a essa peculiaridade. “No máximo uma diarreia. Normalmente, tomo cuidado para que isso não ocorra”, afirma.

CASOS ESPECÍFICOS Os animais obesos devem ingerir os mesmos teores de nutrientes dos animais saudáveis, naturalmente, só que em quantidade menor. “Uma boa dica é reduzir 10% do alimento oferecido a cada dez dias até que o mascote volte ao peso ideal”, ensina Boscoli. Já para os gatos, a orientação dos profissionais é nunca oferecer maiores quantidades de fibras na alimentação, pois o organismo dos bichanos não lida nada bem com esse nutriente. “Os cachorros podem receber mais fibras, desde que a dieta seja formulada por um profissional”, afirma o veterinário. Por sua vez, os pets com problemas nos rins devem receber alimentação equilibrada, principalmente em relação aos minerais e aminoácidos. 41


cuidados e higiene

O perigo está

em casa

COM MEDIDAS SIMPLES E PREVENTIVAS, É POSSÍVEL LIVRAR O LOCAL DE POTENCIAIS RISCOS INDESEJADOS QUE VOCÊ NEM MESMO SABIA QUE EXISTIAM Texto: Juliana Almeida

C

om fama de independentes, os felinos se viram muito bem em qualquer ambiente. Verdadeiros escaladores, curiosos e principalmente exploradores, descobrem lugares que nem os próprios donos da casa sabem que existem – e, infelizmente, riscos também! Para nossos amigos bigodudos, que preferem a caixa ao brinquedo que vem nela, uma cortina vira uma montanha a escalar, um fio elétrico se transforma num novelo de lã e as janelas – um dos lugares preferidos dos bichanos – podem ser a passagem para um

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mundo novo e inexplorado. Porém, todos esses atrativos são extremamente perigosos. Por isso, ao escolher criar um feliz e saudável gato em casa, é importante tomar providências para tornar a residência o mais segura possível para o pet. HABILIDADE FELINA “A primeira coisa a ter em mente é que nunca se pode subestimar a capacidade de um gato. Se para você aquela prateleira lá no alto parece um lugar impossível, tenha a certeza de que ele irá subir. Se você

acha que ele não irá pular do parapeito, tenha certeza de que cedo ou tarde irá pular”, alerta Ana Gabriela de Toledo, médica veterinária e fundadora do PEA (Projeto Esperança Animal), de São Paulo (SP). E isso não se aplica só aos gatos adultos: em poucas semanas de vida os bichanos já começam a dar os seus pulinhos. Ou seja, não podemos dar “sorte” ao azar e esperar que eles se machuquem. Dessa forma, a Meu Pet montou um guia sobre como deixar a sua casa segura e sem perigos para a chegada do novo morador.


PERIGO: ELETRICIDADE Fios soltos e tomadas podem representar risco de choque para os gatos, que possuem patas e unhas pequenas, mas potentes. Solução: Não deixar fios desencapados é uma medida essencial em qualquer residência. Mesmo que você não tenha em casa um felino que goste de mordê-los, o melhor a fazer é encapá-los com protetores próprios para isso, além de tentar não deixá-los à vista. “Pode acontecer de os peludos conseguirem desencapar, morder, levar choques e até comer parte dos fios”, alerta Naila Fukimoto, adestradora da Cão Cidadão (SP). Já em relação às tomadas, invista nos plugues protetores. “Se o gato já mostrou interesse, vale a pena passar nos fios sprays repelentes especiais para isso”, indica Naila. PERIGO: JANELAS E VARANDA Janelas, varandas, sacadas, portões e muros podem representar risco de queda ou de acesso do animal à rua, expondo-o a inúmeros perigos. Solução: Todas as saídas devem ser protegidas com telas de segurança semelhantes às usadas para crianças, com material resistente. A única diferença é que a trama deve ser mais fechada. Janelas basculantes (aquelas que abrem pra cima, presentes em banheiros e cozinhas) também devem ser teladas. E isso serve para quem mora em casa ou apartamento: no primeiro caso, evita fugas e no segundo, evita quedas. Afinal, os bichos podem escorregar ou se empolgar com insetos ou passarinhos. Porém, Naila ressalta que o problema de telar a casa e não deixar seu animal ir pra rua é não dar a ele os estímulos necessários. “Por isso, invista em enriquecimento ambiental, como prateleiras, brinquedos que simulem caça, varinhas com fios, caixas de papelão...”, explica.

A ajuda da castração Um gato castrado, além de não ter o impulso de sair por aí para cruzar, é menos ativo e desbravador. Dessa forma, a simples medida de castrá-lo já reduz (e muito!) o risco de acidentes indesejados em casa ou no apartamento. Ter outro gato no mesmo espaço também tende a minimizar as brincadeiras potencialmente perigosas.

Na hora de adaptar a casa, os donos nunca devem esquecer das habilidades de “escalada” dos arteiros gatos

CERCANDO POR TODOS OS LADOS A radialista Ana Bintacos adotou o Azeitona em dezembro de 2012. Na época, ela morava no bairro da Mooca, em São Paulo (SP), e seu apartamento não tinha redes de proteção. “Minha maior preocupação era que ele se jogasse do andar em que eu morava, o quarto. No começo, quando saía, deixava a sacada e as janelas apenas com uma frestinha para ele poder ficar olhando o movimento, coisa que o danado adora.” O arranjo era incômodo, mas deu certo até Ana mu-

dar para um apartamento novo. Por lá, a primeira coisa que fez foi colocar tela na sacada e na janela. “A sacada é o segundo lugar preferido dele, depois da minha cama.” Outra medida da radialista é tirar qualquer objeto de vidro de cima da mesa e do balcão quando sai de casa. “Dou sumiço nas coisas com que ele possa querer brincar e se machucar, peças pontudas e cortantes... Costumo também espalhar seus brinquedos pelo ambiente para ele poder se distrair”, conta. 43


cuidados e higiene

Não é de comer! Armazene em local bem seguro (dentro de gavetas ou armários fechados) todos os objetos que possam ser ingeridos (itens menores que a boca do gato), artigos quebráveis ou que possam machucar o animal. Felinos são como bebês e crianças. Portanto, nunca deixe disponível ou ofereça a eles nada que seria um risco para um bebê.

PERIGO: PLANTAS E FLORES Embora os gatos amem fuçar nos verdinhos sempre que podem, nem todos são inofensivos. Solução: O ideal é que o animal não tenha acesso a plantas com espinhos, que soltem seiva leitosa ou às conhecidamente venenosas para os pets, como azaleia, sempre-viva, lírio, visco, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge e jacinto. A verdade é que a grande maioria das plantas e flores comuns é pouco ou muito tóxica para os gatos, que adoram brincar e comer esses vegetais. Por

isso, o indicado é não tê-las em casa, ou cultivá-las em local a que os bichanos não tenham acesso. Outra alternativa é usar repelentes próprios ou inserir fita dupla-face ao redor do vaso. Porém, para não deixar seu gato sem nenhum tipo de gramínea por perto, invista em gramas comestíveis, como capim-cidreira, milho de pipoca ou trigo em grão. PERIGO: VENENOS Uma casa pode abrigar variadas substâncias tóxicas para os próprios tutores, como remédios, pesticidas e produtos de limpeza, mas o perigo aumenta bastante para os animais. Solução: Os remédios humanos, por exemplo, como analgésicos com paracetamol, comumente usados contra dor de cabeça, costumam atrair os animais por causa de seu aroma. Porém, podem ser fatais para mascotes pequenos como os gatos, pois eles não possuem as enzimas hepáticas para seu processamento. Por isso, todos os medicamentos devem ser guardados em local seguro (de preferência trancado) e sem acesso aos gatos – lembrando que, diferentemente dos cachorros, os felinos alcançam lugares altos. O mesmo princípio se aplica aos produtos de limpeza. “Além do devido armazenamento, é fundamental também evitar o contato dos pets com áreas recém-limpadas, pois eles podem lamber as superfícies”, completa Ana Gabriela. Já em caso de dedetização, é preciso tomar providências para que o animal não esteja em casa (leia mais no Pet Socorro desta edição). Também tire o gato do ambiente ao usar tintas, vernizes e venenos de cupim ou barata.

Para manter o ambiente alegre, existem algumas gramíneas e flores nãotóxicas para os gatos. Consulte o veterinário 44

PERIGO: DECORAÇÃO Vasos, objetos de vidro, quadros, plásticos e pontas da cortina parecem inofensivos, mas têm potencial de machucar feio os queridos bigodudos.


Solução: “Eu digo sempre para o tutor imaginar um gato correndo e pulando pela casa, aí fica fácil visualizar onde pode ou não haver objetos que se quebrem”, ensina Ana Gabriela. Ser dono de gato pressupõe aceitar que mesas e prateleiras não podem conter itens frágeis, pois o felino pode se machucar. Por isso, nos cômodos a que o animal tiver acesso, invista em artigos decorativos de materiais resistentes e pesados. Outra ideia é colar objetos, deixando -os fixos. Os quadros devem ser bem presos e dispostos longe de “escadas” para os gatos, como estantes. Já na cortina, para evitar quedas ou asfixia, amarre os cordões.

A decoração do lar precisa ser muito bem pensada de forma que os objetos não ofereçam riscos aos bichanos

PERIGO: COISAS PONTIAGUDAS Facas, quinas de móveis de vidro, brincos. Sentiu o drama? Gatos são destemidos, o que pode fazer com que fucem até em cima da pia! Solução: Para impedir acidentes, guarde todo objeto pontudo. Na pia, coloque outros utensílios maiores sobre os talheres. Se necessário, não deixe o gato entrar no ambiente até a louça ser lavada. Outra dica é manter a bancada livre de restos de alimentos, para diminuir as tentações. Além disso, na hora de escolher os brinquedos, prefira os duros e maiores, para dificultar que o animal os engula, aconselha o médico veterinário de pequenos animais João Passarelli, de Guaratinguetá (SP). .

Fotos: Shutterstock/ Divulgação

Você sabia? Como os gatos são animais territorialistas, gostam e se sentem mais confiantes quando têm um ambiente onde pensem que são os donos. De acordo com Passarelli, o indicado é destinar um espaço na casa para o bigodudo, assim você poderá usar esse local para mantê-lo seguro enquanto estiver fora. Para isso, associe o lugar a experiências positivas, com petiscos e carinho.

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Histórias reais

Melhores

amigos SUPERAR O MEDO OU RECEIO DOS MASCOTES É GANHAR UMA AMIZADE MUITO SINCERA E ETERNA

Texto: Fátima Chuecco

E

m 20 de julho comemorase o Dia do Amigo e em 30 do mesmo mês é o Dia Internacional da Amizade. Por isso, fazemos a pergunta: quem é o seu melhor amigo? Tem gente que responde rápido e sem piscar: “Meu cachorro!” Mas alguns dirão que é o gato, o hamster ou outro bichinho da casa que já faz parte da família ou que, muitas vezes, é sua única família. Se tem uma verdade incontestável sobre os bichos é que eles oferecem uma amizade sincera e sem interesses, muito embora um osso, um biscoitinho ou petiscossejam bem-vindos. Afinal, amigo também adora ganhar presente! Portanto, relatos de amizade entre pessoas e bichos existem em todas as partes do mundo, nas condições mais improváveis. Porém, são menos frequentes histórias de gente que morria de medo de cão ou gato, mas acabou mudando de ideia durante a convivência com esses bichos. Tatiana Bucher Salles é uma dessas pessoas: “Eu tinha pânico de qualquer cachorro que cruzasse meu caminho, pois fui mordida por um Akita. Tinha uns 16 anos e estava sentada na calçada com 46


Fotos: shutterstock/ Arquivo pessoal

Os gatos foram os principais amigos dos habitantes do Antigo Egito. Faziam parte da família, eram idolatrados, mumificados e enterrados junto de humanos. Toda essa adoração surgiu porque os felinos ajudavam a combater os ratos que infestavam a região, destruíam as colheitas de grãos e cereais e espalhavam doenças.

amigos. Entretida com a conversa, não percebi que o Akita de uma das casas saiu quando o dono entrava na garagem com o carro. Ele veio cheirar nossas cabeças e mordeu a minha, talvez porque exalei odor de medo. Levei alguns pontos no local e desde então comecei a fugir de cães de todos os tamanhos”, conta a publicitária de São Paulo (SP). Traumatizada com esse episódio, Tatiana passou a adotar somente gatos. Atualmente, inclusive, ela possui quatro: Vesg, Idoso, Irmãzinha e Uvinha, todos resgatados das ruas. Ela nem imaginava que um cãozinho mudaria tudo na sua vida: “Com o passar do tempo superei o medo com cães de pequeno e médio porte, mas não a ponto de manter um deles em casa. Foi quando conheci meu namorado, que tem um Beagle. Para me aproximar do Snoopy foi tranquilo, porque eu já havia lido sobre a índole calma da raça, mas confesso que no início tinha um pouco de receio e jamais imaginei que passaria a dormir com ele, como faço hoje. Sou apaixonada pelo Snoopy, mas de cães de grande porte de pessoas desconhecidas ainda tenho muito medo”, lamenta Tatiana. 47


Histórias reais NOSSO MELHOR AMIGO A frase mundialmente famosa “O cão é o melhor amigo do homem” é do advogado americano George Graham Vest e foi dita durante um julgamento em 1870 em favor de um fazendeiro que teve seu melhor cão de caça morto a tiros. Um vizinho, desconfiado de que o animal andava matando suas ovelhas, deu ordem para atirarem no cachorro, chamado Old Drum. Seu dono resolveu processar o culpado e, com um belíssimo discurso, ganhou a causa. O conceito sobre o cão ser o melhor amigo do homem também se deve ao fato de ele ter sido um dos primeiros animais selvagens a conviver pacificamente com os humanos, há mais de 100 mil anos. Lobos que eram caçados e serviam de alimento para o homem das cavernas às vezes deixavam para trás filhotes, que então eram cuidados por humanos e, quando adultos, acabavam protegendo o grupo de outros bichos ferozes.

Homens e cães convivem há mais de 100 mil anos

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Não foi só Tatiana que se apaixonou por Snoopy: o peludo também se apegou a ela

A psicóloga Lilian Bertolo, das ONGs Humanimais e TAC - Terapias Assistidas por Cães, explica que, em casos como o de Tatiana, muitas vezes, é preciso ir se aproximando aos poucos de cães dóceis que sejam de pessoas conhecidas. “Porém, se o medo é intenso, a psicoterapia poderá auxiliar a pessoa a entender as causas e conhecer possíveis formas de superação. Começar se aproximando de filhotes pode ajudar nessa situação, mas para adotá-los é importante que a pessoa se sinta totalmente confiante e segura. Caso contrário, pode acabar abandonando o animal porque ainda não estava preparada para cuidar de um”, explica. TORCIDA REFORÇADA O corretor de seguros Alexandre Nogueira de Abreu, namorado de Tatiana, acompanhou a evolução dela no sentido de perder medo de cães: “O Snoopy ama a Tatiana e isso é fruto do comportamento dela, que também foi melhorando com o convívio. O fato de ele ser extremamente dócil e brincalhão colaborou nesse processo. Hoje ele fica mais grudado nela do que em mim quando

estamos juntos em casa. Até para dormir ele costuma encostar nela. Percebo que a Tatiana se sente muito mais à vontade na presença de outros cães graças a essa relação com o Snoopy.” CASAL UNIDO CONTRA O MEDO Enquanto Tatiana fazia uma profunda amizade com o Beagle, Alexandre conhecia melhor o mundo dos gatos – universo que não lhe parecia nada atraente até então. Ele diz que sentia “nojo, medo e indiferença”. Mas, ao conviver com os felinos da namorada, que inclusive oferece lar temporário para gatinhos resgatados, o coração de Alexandre foi nocauteado: “Mudei completamente. Consigo ver que um gato, embora independente, é também carente de carinho e atenção. Os gatos não são arredios e bravos como eu imaginava. Atualmente sou um apaixonado e defensor dos gatos! Minhas preferidas são a Irmãzinha e a Uvinha, mas minha paixão é a Julinha, que está para adoção.” Tatiana diz que o namorado mudou tanto que agora tem dificuldade de doar os gatos: “Ele quer ficar com todos! Mas não podemos nos apegar. Nosso trabalho deve


O Beagle Snoopy conseguiu fazer Tatiana perder o medo

ser o de resgatar, tratar e doar.” E o “nojo” de antigamente desapareceu, claro: “O Alexandre pega os gatos que resgato no colo, dá carinho, alimenta e até limpa a sujeirinha deles”, revela Tatiana. Os dois, cachorreiro e gateira assumidos, pretendem se casar e unir mãos e “patas”: “Talvez a gente consulte um profissional que entenda de apresentações difíceis para que todos possamos conviver em paz.” PAVOR QUE VIROU AMOR A jornalista Juliana Damasceno, também de São Paulo (SP), nunca imaginou que seria salva por um gato e que os felinos, a partir de

Alexandre posa, sem nojo nenhum, com a gata Irmãzinha

então, se tornariam seus melhores amigos. Ela cresceu em uma família que não gostava de bichanos: “Minha avó viajou e deixou o gato em casa. Quando ela retornou, o bicho estava uma fera e pulou no rosto dela. Foi sacrificado e o pavor de gatos foi herdado pela minha mãe, que, por sua vez, passou isso aos filhos. Cresci ouvindo que esse animal é traiçoeiro e sempre tive medo de qualquer aproximação”, explica. Mas, por uma grande ironia do destino, Juliana precisou se recuperar de uma cirurgia que fez justamente na casa de uma amiga que tinha três belíssimos gatos.

Ale, não só se aproximou dos gatos de Tati, como também a ajuda a cuidar de bichanos resgatados, como esse da foto, o Gatupeto

COMEMORAÇÕES

Bessie Smith foi a primeira gata de Juliana, depois de perder o receio

O Dia do Amigo, comemorado em 20 de julho em muitos países, foi criado pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. A data é a mesma em que o homem chegou à Lua, em alusão, segundo Enrique, à ideia de que, se os homens se unirem, não haverá objetivos impossíveis. Ele enviou cerca de quatro mil

cartas para diversos países e em vários idiomas pedindo adesão ao Dia do Amigo. O decreto foi primeiro promulgado em Buenos Aires e, com o passar do tempo, outros países absorveram a comemoração. Já o Dia Internacional da Amizade, criado pelas Nações Unidas em 2011, é comemorado em 30 de julho. 49


Histórias reais a Minie foi uma ótim do companheira quan de va Juliana se recupera gia ur cir uma

“Apenas a gatinha Minie fez amizade comigo. Ela me fazia companhia o dia todo, dormia comigo e lambia meu rosto para eu acordar pela manhã. Afofava minhas pernas, ficava comigo no sofá e me ajudava a esquecer a dor. Acredito que a Minie teve uma missão curativa”, relembra. Tempos depois, Juliana ganhou uma gata resgatada das ruas da mesma amiga. Batizada de Bessie Smith, a mascote teria um papel fundamental na sua mudança de comportamento, concluindo o sentimento que Minie já havia despertado. “Bessie ficou doente e quatro dias internada numa clínica. Quando fui buscá-la, ela pulou do colo da veterinária para os meus braços e me abraçou com tanta intensidade que eu percebi que aquilo era amor e amizade verdadeira. Aquele momento foi um dos mais significativos da minha vida.” MUDANÇA DE VIDA Após essa experiência emocionante, Billie Holiday (filha de Bessie) e o gato Miles Davis também passaram a fazer parte da família de Juliana, que, aliás, casou-se com um gateiro. “Miles foi violentado, não andava e sua adoção estava difícil. Então resolvi ficar com ele. Imediatamente Billie e ele se apaixonaram. Hoje Miles anda, corre, sobe e desce do sofá. Sei que foi a Billie que o curou. Eles são meus amigos... E também dos meus três filhos”, diz. 50

AMIGO RATO Humphrey é um simpático hamster de apenas 8 meses que foi capaz de mudar por completo o pensamento do servidor público Wellington Matias Salomoni Mansano, o Tato, de Mato Grosso (MT). “Eu tinha nojo de ratos antes de ter o Humphrey, mas nunca aconteceu nenhum episódio que tenha me traumatizado, eu era fresco mesmo”, confessa. Humphrey foi um presente de Tato ao seu companheiro, Orlando Beraldo, apaixonado por bichos. Mas o que Tato nem desconfiava é que ele mesmo se apaixonaria pelo ratinho. “Humphrey mora no nosso quarto e é só apagar a luz e ligar o abajur para correr na roda. Como é um animal noturno, aproveito todas as chances de estar com ele quando fico acordado até tarde. Aos fins de semana, enquanto vejo filmes, coloco a gaiola dele do meu lado e observo suas brincadeiras. O pequeno sabe quando estamos falando com ele pelo tom de voz”, garante. Segundo Tato, o hamster também demonstra alegria: “Quando limpamos sua casinha, ele anda por toda parte, sobe nas grades, fica pendurado de ponta-cabeça, faz uma bagunça!” Segundo a psicóloga Lilian, “os

David Blouin, da Universidade de Indiana (EUA), identificou três tipos de comportamento de donos de mascotes: os Humanistas, que têm intenso apego emocional istas, inion Dom lado, o SRD ao pet; os Ao os m ama Ducky em frente bém tam que casa não de uma dem acha animais,amas suas devam ser oscuidadoras que os bich tratados como fi lhos; e os Protecionistas, que têm forte apego ao seu animal e também a outros, pois os consideram parte da natureza.

animais nos fazem entrar em contato com um lado mais primitivo de nossas emoções”. Isso pode trazer à tona alegria e prazer ou despertar medos, até em nível inconsciente. “É importante que as pessoas respeitem seus medos e limites, independentemente da causa. Porém, se a pessoa tem vontade de superar o medo, pode ir aos poucos se aproximando do animal.”A especialista destaca que, nesse processo, é fundamental buscar aproximação com animais mais dóceis, inofensivos e carinhosos.

A paixão de Orlando (à esquerda) por animais fez seu companheiro Tato (à direita) passar a amar o ratinho Humphrey


Meu cão foi intoxicado por inseticida UM SIMPLES VENENO CONTRA PERNILONGO PODE SER UM PERIGO IMINENTE PARA O SEU PELUDO

Pet Socorro Este espaço é para você, participe! Mande suas dúvidas para:

meupet@escala.com.br

Texto: Mário Marcondes Você sabia que mesmo os inseticidas comuns podem intoxicar e até matar os pets? É bastante comum observar esse tipo de emergência nos hospitais veterinários. Isso porque os animais ficam perto do chão e mantêm mais contato com as superfícies dedetizadas, seja lambendo o piso ou ingerindo pesticidas sólidos.

Como identificar

Os principais sintomas de intoxicação são vômito, salivação, letargia, convulsões e até coma. Além disso, a pupila pode ficar dilatada. Por isso, se seu mascote apresentar esses sinais, ou se ele entrou em contato com inseticidas, interrompa o contato do animal com o produto, lavando as regiões atingidas. Logo depois, separe a toxina e leve junto com o mascote ao pronto-socorro. Então, o veterinário vai avaliar o rótulo do pesticida para verificar se existe antídoto a ser aplicado e, em seguida, utilizar medicações de suporte para o tratamento. O paciente peludo deverá ficar internado para a chamada fluidoterapia, que auxiliará na metabolização do agente intoxicante. Ainda, exames laboratoriais serão realizados para checagem do funcionamento dos órgãos.

Fotos: Shutterstock/ Divulgação

Proteja seu companheiro

Impedir o contato com tais produtos é certamente a maneira mais eficiente de prevenção. Trata-se de uma situação de risco para o animal de estimação e todo cuidado deve ser tomado ao manusear e realizar a dedetização dos ambientes da casa.

Os principais sintomas de intoxicação são vômito, salivação, letargia, convulsões e pupilas dilatadas Para prevenir esse tipo de acidente grave, é importante escolher uma empresa que faça dedetização em casas com animais. Isso porque existem produtos específicos que oferecem menor risco para as crianças e os pets, e só alguns serviços oferecem essa opção. E, mesmo assim, planeje uma viagem com seu pet ou deixe-o num local protegido no dia da dedetização. Após o procedimento, abra janelas e portas do espaço e mantenha-o arejado para receber de volta seu amigo com segurança. Mário Marcondes é médico veterinário e diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira. m w.senamadureira.co

Veneno para ratos ... e cães Minha casa tem ratos e preciso colocar veneno. Existe alguma alternativa que não ofereça risco para os cães?

Arminda Albuquerque, de Limeira - SP

Infelizmente, todos os venenos utilizados para matar ratos podem representar um grande risco à saúde dos cães. Portanto, o melhor a fazer é retirar o mascote do local durante todo o período de desratização do ambiente. Se puder, mantenha o animal fora da casa por um tempo mesmo depois de terminado o processo. Fernanda Fragata é médica veterinária do Hospital Veterinário Sena Madureira

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quem faz a diferença

Colônias públicas

de animais COM ABRIGOS LOTADOS, RESTA CUIDAR DOS PETS EM LOCAIS PÚBLICOS COMO PRAÇAS E CAMPUS UNIVERSITÁRIOS

Texto: Fátima Chuecco Ficar na rua não é nem de longe o ideal para um animal doméstico, mas também não é nada bom passar o resto da vida num cercado, como se estivesse em uma prisão – e sem ter cometido crime algum. É um fato: os abrigos criados pelas prefeituras e também os das ONGs ou protetores independentes estão com capacidade esgotada, o que os obriga a deixarem os pets engaiolados. Dessa forma, uma solução que tem dado certo em lugares como Estados Unidos, Itália e Espanha é manter os animais livres nos locais públicos ou espaços cedidos por entidades, onde se formam colônias. Mas, claro, com os cuidados básicos para não adoecerem nem procriarem. Várias prefeituras, inclusive no Brasil, apoiam ações desse gênero visando a saúde do mascote e dos humanos. O processo compreende a captura do animal, castração, vacinação e devolução ao local de origem.

Universidade doa imóvel para acomodar melhor os animais que vivem no local O Grupo de Controle de Animais Abandonados (GCAA) do campus da USP de Piracicaba (SP), formado por estudantes, funcionários e docentes, além de outros voluntários, 52

Eduarda Faria dedica grande parte de seu tempo ao canil do GCAA, da USP de Piracicaba (SP)


Fotos: Luiz Gustavo Gonçalves/ Arquivo pessoal/ Divulgação

O Grupo de Controle de Animais Abandonados conta com estudantes, docentes e outros voluntários, que se revezam na casa cedida pela Universidade

abraça a ideia de dar assistência alimentícia e veterinária aos animais da faculdade desde 2008. O grupo, que tem 20 pessoas, conta com um canil (atualmente com 13 cães) e um gatil (com 22 felinos) que funcionam em um imóvel cedido pela universidade para abrigar os animais mais fáceis de serem adotados. Os cães ficam do lado de fora da casa, separados em grupos por afinidade, em um espaço com terra, grama e árvores. Os gatos ficam dentro da morada, que possui um solário. Depois de doados, os animais ainda são visitados para se saber se estão sendo bem tratados.

Bem-estar dos mascotes da colônia é certificado por veterinários voluntários Todos os bichos cuidados pelo GCAA são devidamente castrados e vacinados. Também são tratados quando estão doentes por médicos veterinários parceiros do projeto

ou graças ao rateio da equipe para arcar com a maioria dos custos de clínicas. Outra perculiaridade é que todos os mascotes possuem nome e ficha de identificação com foto, características físicas e psicológicas. A vida deles é tão boa que uma das gatinhas, depois de doada, fugiu da nova casa e logo depois voltou para o gatil espontaneamente. Mas os gatos não são o maior problema do momento.“Nossa preocupação maior é conseguir doar os cães. Estamos numa zona rural que tem carrapatos, que afetam mais os cachorros. Já os gatos são bem ariscos e a maior parte deles vive solta no campus”, conta Eduarda Faria, estudante de Gestão Ambiental, coordenadora do canil. Ela ainda tem em casa seis cães adotados e atua como protetora independente na região há cinco anos. “No grupo, fazemos tudo com muito amor aos animais e nosso intuito maior, naturalmente, é encontrar um ótimo lar para eles”, comenta.

A ideia das colônias é manter os pets livres nos locais públicos ou espaços cedidos por entidades, garantindo a eles os devidos cuidados

ou rigues ajud Mariane Rod l do GCAA ti ga o a fundar ais uma das m cal e até hoje é lo do s ia ár nt lu assíduas vo

Mulheres se juntam para cuidar de grupo de gatos na capital paulista Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ligada ao Hospital São Paulo, também formou-se uma colônia de gatos. Mas engana-se quem pensa que são desamparados. Graças a oito mulheres dedicadas (e voluntários esporádicos), surgiu o grupo Gatos da Vila Clementina, que já tem dez anos de estrada. 53


quem faz a diferença

Você sabia?

GATOS LIVRES E BEM CUIDADOS

As colônias não precisam necessariamente contar com o apoio de uma entidade. Se perto da sua casa há alguma praça com animais abandonados, reúna voluntários e entre em con tato com o Centro de Zoonos es da cidade, que orientará qual é a melhor forma de proced er para ajudar os bichos.

Na Unifesp (SP), os felinos ficam soltos no local. Antes disso, porém, eles são cuidados e identificados pelo grupo Gatos da Vila Clementina, junto com o pessoal do Centro de Zoonoses de São Paulo (CCZ).

Por lá, os animais são castrados, vacinados e até microchipados pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Atualmente 80 gatos estão sendo monitorados e a luta do grupo é conseguir um espaço, como ocorreu na USP de Piracicaba. “Como eles vivem ao relento, à noite buscam abrigo em locais impróprios, às vezes até em tubulações. Com uma área própria, deixariam de se esconder e teríamos mais chance de doá-los”, pondera a assistente administrativa Cícera da Silva. Ela mesma já adotou dois gatos da Unifesp. Cícera também faz um trabalho de conscientização com os funcionários das duas instituições, a fim de evitar o abandono de gatos.

GENEROSIDADE EM TODO LUGAR A voluntária Samantha desde criança levava animais abandonados para casa. Hoje ela ajuda o grupo Stray Cats, da Vila Madalena (SP), e anteriormente, colaborava na Unifesp. Na foto, ela posa com a Vicky, adotada do local.

ENTRE DAMAS E GATOS

Cícera é uma das mulheres que se dedica à colônia Gatos da Vila Clementina. Ela e as outras sete cuidadoras fazem campanhas de conscientização e clamam por um abrigo fechado para os animais.

Gatinha da colônia acaba sendo adotada por uma das protetoras do bairro Samantha Federici, administradora de empresas e membro do Greenpeace, faz parte do grupo. “Sempre gostei de animais. Fui uma criança que sonhava passar a vida na África”, conta. Ela morava perto da Unifesp e passou a alimentar os gatos durante a noite. Foi assim que conheceu a gata Victória, que acabou levando para casa. Samantha mudou da Vila Clementino, mas encontrou a mesma situação na Vila Madalena, onde o Stray Cats atua. “Só em 2013, ofereci lar temporário para 30 gatos e capturei outros 40 para castrar e devolver ou encaminhar para adoção.” 54

IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS LIVRES O CCZ de São Paulo (SP) utiliza o protocolo internacional para identificar os bichos que foram capturados, castrados, microchipados e novamente libertados. Para isso, é feito um corte na ponta da orelha direita, o que facilita as novas capturas, de modo que apenas animais que ainda não estiveram

no local sejam recolhidos para castração, vacinação e microchipagem. Todos os 140 gatos assistidos pelo projeto Bicho no Parque, de São Paulo (SP), por exemplo, passaram por esse processo. Ao longo de 12 anos, vários gatos mansos ou filhotes puderam também ser doados por meio do projeto.


Texto: Camila Rodrigues/ Fotos: Divulgação/ Reprodução/ Fonte “Melhor idade”: PEDIGREE® Adotar é tudo de bom

Adotar faz bem SÓ ALEGRIA!

MELHOR IDADE

Você já pensou em adotar um pet adulto? Os filhotes dominam o ranking de adoções de todas as ONGs, mas os mascotes mais velhos, além de ótimas companhias, apresentam várias vantagens: São mais independentes Aprendem com mais facilidade Já possuem porte e comportamento definido São mais atentos a barulhos e pessoas estranhas Não possuem os hábitos inconvenientes dos filhotes

Sem distinção de cores

Depois de conversar com voluntários de ONGs e pessoas envolvidas na área, o fotógrafo Fred Levy, de Massachusetts (EUA), descobriu um fato lamentável: cães de pelagem escura não são adotados por serem considerados agressivos. Para acabar com essa bobagem, Levy criou o Black Dogs Project, uma série com pets de cor marrom e preta, mostrando que eles podem ser grandes companheiros. Não tem como resistir! caninenoir.tumblr.com

NAS BANCAS!

A fotógrafa Jessica Trinh, da Califórnia (EUA), decidiu desmistificar a ideia de que todo cão abandonado é apático. Para isso, a americana fez um ensaio fotográfico cheio de cor e alegria para incentivar a adoção desses animais. Let It Rain Love (Deixe chover amor, em tradução livre) registra os peludos se divertindo no meio de uma chuva de papel picado. www.jessicatrinh.com

55 www.escala.com.br




saúde

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2 Pa ra a pr ot eto ra Cr ist ina Soto Espinosa, as pesso as ain da nã o se co ns cie nt iza ram da im po rtâ nc ia de vacinar os cães antes de a do en ça ati ng i-lo s. “A recuperação é muito sofri da tanto para o animal co mo para quem está cuidand o.”

A temida

Cinomose

A E COMO ENTENDER A DOENÇ SEU PELUDO SALVAR IDENTIFICÁ-LA PODE ALVES TEXTO: BRUNA GONÇ

A

s vira-latas Meg e Mel foram encontradas há alguns meses no portão da casa da representante comercial Cristina Soto Espinosa, 30 anos, de Mauá (SP). Como está habituada a resgatar cães e colocá-los para adoção, ela levou as cachorras imediatamente ao veterinário para castrar, vacinar e fazer um check-up. E foi o melhor que fez. As mascotes logo foram diagnosticadas com cinomose, doença grave causada por um vírus e contagiosa entre cães. “O tratamento com medicamentos levou três meses. Além disso, ofereci alimentação balanceada e ambiente arejado. Como eram filhotes, cheguei a pensar que não sobreviveriam.” O vírus pode atingir cachorros de todas as idades e raças, mas principalmente filhotes. Nesse caso, “a doença costuma ser mais agressiva, pois o animal não está totalmente apto para combater todos os efeitos pro-

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duzidos pelo vírus, embora o seu sistema imunológico esteja desenvolvido”, explica Eduardo Flores, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de Santa Maria (RS). A doença é sistêmica e atinge vários órgãos, inclusive o cérebro. Como é pouco conhecida e chega de mansinho, seus sintomas são confundidos, e o diagnóstico tardio reduz as chances de cura. Contudo, há um indício que deve alertar os tutores e veterinários: a maioria dos casos acontece no inverno. Isso porque o frio é o período preferido do chamado VCC (Vírus da Cinomose Canina).

TRANSMISSÃO CANINA

A cinomose ocorre por meio da inalação de partículas virais presentes no ar ou nas secreções (oculares, nasais, orais ou fezes) de animais infectados, sendo que a principal

3 fonte de transmissão são os espirros.“As secreções ainda podem contaminar água, alimentos e variados objetos”, acrescenta Antonio Carlos Paes, chefe do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da Unesp, de Botucatu (SP).


33- FASE TEGUMENTAR

A enfermidade pode atingir a pele, pelagem, unhas e glândulas. Entre os efeitos estão a hiperqueratose do nariz (excesso de queratina que causa endurecimento), patas ressecadas e manchas no abdome.

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44- FASE DIGESTIVA

É a segunda área do organismo mais atingida. O microrganismo também se multiplica no intestino, ocasionando inflamação, que se manifesta por diarreia, além de vômitos e perda de apetite.

11- FASE OFTÁLMICA

Assim que entra no organismo, e antes mesmo de alcançar o sistema respiratório, o vírus atinge os olhos do cachorro, provocando sintomas como conjuntivite, congestão ocular, lesões perioculares e secreção.

22- FASE RESPIRATÓRIA

O trato respiratório é a principal via de entrada do vírus. Como ele se multiplica no aparelho respiratório, é comum logo surgir um quadro grave de tosse, dificuldade de respiração, pneumonia, além de secreção nasal.

5- FASE NEUROLÓGICA 5

Depois de afetar os sistemas respiratório e digestivo, o vírus se dirige ao sistema nervoso central, causando encefalite. Isso pode acarretar convulsões, cegueira, paralisia, perda de consciência e tiques nervosos. 59


saúde PARA DESCOBRIR CEDO Os primeiros relatos sob re a cinomose canina datam de 1746 na América do Sul. Anos mais tarde, em meados de 1760, a doença foi descrita na Espanha, seguida de Inglat erra, Itália e Rússia. A prime ira vacina com o vírus inativad o foi criada em 1929. Nós também podemos carregar o vírus nas roupas, mas a doença só afeta animais como os cães e furões.

PRIMEIROS SINAIS

O período de incubação – tempo entre o contato com o vírus e o aparecimento dos sintomas – costuma ser de até dez dias. A cinomose é caracterizada por fases. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com uma gripe ou mal -estar: entre eles secreções ocular e nasal, febre, vômito, diarreia, dificuldade respiratória e perda de apetites. Uma vez subestimado, o quadro evolui rapidamente para febre alta, pústulas e pneumonia.

Apesar de ser uma doença grave, pouco conhecida e temida por quem já ouviu falar, não é impossível combater a cinomose. Ou seja, nem todos os animais infectados estão necessariamente condenados à morte. Porém, para que o mal seja tratado de forma satisfatória, é fundamental o diagnóstico precoce, daí a importância de visitas regulares ao veterinário e atenção redobrada aos sintomas. Quando a virose demora a ser percebida, o tratamento é bem mais complexo e lento, já que os sintomas podem evoluir para o sistema nervoso, deixando sequelas neurológicas como tiques nervosos, tremores e paralisia. “Quando comparada a outras viroses que acometem cães, a cinomose é a que apresenta maior morbidade, 25% a 75%”, ressalta Andrei Nascimento, veterinário e gerente técnico da MSD Saúde Animal. Por isso, quanto antes for diagnosticada, maiores as chances de cura do seu companheiro peludo.

Para que o mal seja tratado de forma satisfatória, é fundamental o diagnóstico precoce, daí a importância de visitas ao veterinário

Tratamento aos sintomas Por ser uma virose, não há um medicamento específico para o tratamento da cinomose. De acordo com os sintomas e o grau da doença, o médico veterinário pode definir o melhor tratamento. “Geralmente o cão recebe antibióticos, complexo vitamínico, antivirais, fluidoterapia (quando o animal é internado por algumas horas para tomar soro e glicose) e antiepilépticos, além de

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prescrever nutrição balanceada”, explica Carneiro. É preciso ainda deixar o pet em ambiente limpo e isolado de outros animais. A recuperação também depende do caso. “Se houver sequelas neurológicas, a acupuntura pode ajudar”, diz Carneiro. E uma vez curado, o pet pode contrair a doença novamente se entrar em contato com o vírus. Por isso, vacinação já!

Melhor prevenção Para que os peludos não sejam infectados, o melhor remédio é a vacinação. Como a doença atinge qualquer faixa etária, é preciso que a vacinação seja feita desde filhote. O recomendável é que a primeira dose seja aplicada a partir de 45 dias e as outras duas, com intervalos de 21 a 30 dias. Para isso, o animal não pode estar doente. Após esse ciclo, a recomendação é repetir o procedimento anualmente. “Durante a fase de imunização, deve-se manter o mascote afastado do contato com outros animais que possam oferecer risco à saúde dele”, afirma Andrei Nascimento. Mesmo sendo a forma mais eficaz de prevenção, Rubens Carneiro, professor de Clínica de Pequenos Animais da Universidade Federal de Minas Gerais, enfatiza que ainda falta divulgação sobre a vacinação. “Sem contar que, como a vacina não é de graça, nem toda a população tem condições de custeá-la“, completa.


sinal de alerta

Meu peludo

passa mal de calor Cuidado com o aumento da temperatura, a hipertermia

Outormosas sintociados ass

Língua azulada Vômito Salivação Ofegação Fraqueza Mucosas avermelhadas Sede excessiva

CAUSAS

Texto: Camila Rodrigues / Fonte: Marcelo Quinzani, médico veterinário do Pet Care/ Fotos: Shutterstock e arquivo pessoal

A hipertermia, que é a elevação da temperatura corpórea, pode ser provocada pela dificuldade de os mascotes resfriarem o corpo em ambientes quentes. A temperatura normal de um pet é entre 37,5 e 39,5° C. Portanto, quando ela fica acima dos 40° C, é preocupante. “Se esse aumento for muito alto, o animal pode ter convulsões, parada cardíaca e até morrer devido à falência múltipla dos órgãos”, alerta Marcelo Quinzani, do Hospital Veterinário Pet Care (SP).

TRATAMENTO

Quando o bicho apresentar esses sintomas, o ideal é dar um banho com água morna ou fria, oferecer água fresca – uma vez que a desidratação é consequência do quadro – e mantê-lo em local refrigerado para que a temperatura volte ao normal. Outra dica é enrolá-lo em uma toalha molhada com água gelada. Se nada ajudar, o veterinário deve ser consultado. “Às vezes é necessário fazer uma fluidoterapia, que implica aplicar soro em temperatura ambiente na veia do animal”, comenta Quinzani.

O QUE DIZ O ESPECIALISTA “A hipertermia ambiental ocorre normalmente durante o verão e nos horários mais quentes do dia. Assim, o animal deve ficar na sombra sempre com água disponível e evitar passeios no meio do dia, banhos com água quente nos pet shops e uso de secador com jato pelando. Além disso, é preciso evitar estresses ou mesmo viagens em carro por períodos longos, principalmente se não houver ar-condicionado”, enfatiza Marcelo Quinzani.

Dicas Atenção: hipertermia não é febre. Enquanto a primeira é causada por fatores externos, como a temperatura ambiente, a segunda é o organismo indicando que algo está errado com o peludo. As raças que possuem maior predisposição a hipertermia são o Pug, Lhasa Apso, Shih-

-Tzu, Pequinês e Buldogue Francês – todos com focinho curto. Evite passear ou praticar exercícios físicos com o seu companheiro de quatro patas quando o sol estiver intenso. Além de hipertermia, ele pode ter insolação durante a atividade.

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animais exóticos

Para quem u ho sempre son rário ter em ter um eculiar e p em casa, o íbio pode f colorido an o ideal ser o bich

a r d n a m Sala EM CORES

TEXTO: CAMILA RODRIGUES

A

salamandra-de-fogo, como é chamada a variação terrestre do anfíbio, é dotada de uma característica singular: a pele bicolor, preta com manchas amarelas que formam desenhos em todo o corpo do animal. Essa pigmentação funciona como uma impressão digital, semelhante à encontrada nos dedos de nós humanos. Além disso, essa peculiaridade capacita a salamandra a se camuflar perfeitamente na natureza. Com aparência pré-histórica e pouco conhecido no Brasil, 62

esse pequeno animal (chega a 40 cm de altura) costuma assustar à primeira vista, mas, tomando alguns cuidados, pode ser criado como um exótico mascote. Ele ainda tem uma excelente vantagem em relação aos outros pets, que é o fato de viver até 20 anos em cativeiro. “A expectativa é maior do que na vida selvagem, pois o animal não enfrenta os riscos de conviver com seus predadores”, explica Ariane Parra, médica veterinária, especializada em animais exóticos, da Clínica Pet Exótico, em Campinas (SP).

HABITAT EM CATIVEIRO Originária de locais úmidos, como as zonas centrais da Europa, essa espécie precisa ser criada em um ambiente similar. Uma boa opção são os aquaterrários. “São aquários formados por uma porção de terra firme, que pode ser cascalho ou musgo, e um pequeno lago”, ensina Ariane. Além da estrutura, o local deve ter altos índices de umidade do ar (70 e 80%) e baixa temperatura (15°a 25°C), pois as salamandras são pecilotérmicas, ou seja, adaptam sua temperatura de acordo com o ambiente.


COMIDA ADEQUADA Segundo Ariane, na natureza, a salamandra se alimenta de pequenos insetos aquáticos, crustáceos e larvas de outros anfíbios. Para os animais que vivem em cativeiro, os donos podem oferecer ração específica para a espécie e alguns outros alimentos. “Caso os tutores não encontrem essa opção no mercado, podem dar pedaços de fígado, coração de galinha e polivitamínicos em pó para ajudar a enriquecer a dieta do pet”, complementa a veterinária. Nunca ofereça alimentos deteriorados, pois isso pode causar doenças na salamandra. DE OLHO NA SAÚDE A maioria das doenças que acometem esses bichos é relacionada a problemas de pele. “O animal pode apresentar alteração na pigmentação em algumas partes do corpo e contaminação por fungos”, alerta Ariane. Esses pets também sinalizam que estão doentes por meio de dois sintomas: a prostração e inapetência (falta de apetite). Para evitar problemas, leve o anfíbio ao veterinário periodicamente. ATENÇÃO NO MANEJO Diferentemente dos animais domesticados, esses mascotes não estão acostumados à nossa manipulação, sendo o seu mane-

Existem aproximadamente 500 espécies de salamandras espalhadas pelo mundo, algumas ameaçadas de extinção, como a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica), originária do noroeste da Península Ibérica.

jo complicado e perigoso para os mais desavisados. Sem falar do seu temperamento arisco e estrutura úmida e escorregadia, que tornam um verdadeiro desafio segurar as salamandras-de-fogo. Ou seja, elas estão longe de serem mascotes que necessitam de algum tipo de carinho ou que correspondem nesse quesito. COMO MEXER NO ANIMAL Quando for preciso mexer no animal, Ariane dá uma dica: “O ideal é sempre usar luvas de borracha para que o bicho não escape e não apertar com muita força. Para não errar, prenda a cabeça do anfíbio entre os dedos indicador e anelar. Use o polegar para apoiar a região do abdômen, e a palma da mão na região dorsal”, explica a veterinária.

TODO CUIDADO É POUCO Quando se sentem acuadas, as salamandras podem liberar uma substância de textura pegajosa que é venenosa aos humanos. A toxina pode provocar convulsões musculares e elevação na pressão sanguínea. Por isso, após o manejo do mascote, faça uma higienização completa nas mãos e braços, e nunca leve a área de contato com o animal aos olhos ou à boca antes disso. Para evitar que essa liberação de veneno aconteça, fique atento à região do pescoço e superfície do dorso da salamandra, onde ficam as glândulas que liberam esse líquido perigoso. Para melhor identificação, procure a região mais colorida do animal.

As salamandras-de-fogo são pecilotérmicas, ou seja, adaptam sua temperatura de acordo com o ambiente

Fotos: Shutterstock

ONDE ENCONTRAR? Segundo o IBAMA, as salamandras podem ser adquiridas por intermédio de criadores comerciais registrados no instituto, no Brasil ou no exterior. Ainda de acordo com o órgão, na hora da compra, o local autorizado deve fornecer nota fiscal com os nomes científico e popular do animal, além de identificação individual da espécie, com características do exmeplar – que

poderão estar em uma anilha (placa de identificação) ou em um microchip. Fique atento: a criação de animais silvestres é considerada crime, caso o bicho não tenha os documentos necessários. Isso significa que, se as salamandras-de-fogo forem pegas em situação irregular ou de maus-tratos, elas podem ser apreendidas e os seus tutores, multados e detidos.

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você treinador

Patrícia Patatula, da Cão Cidadão (SP), junto com o fofo Petraki, um Pastor de Shetland, mostra como ensinar o cachorro a ficar parado

1. Inicie o treino colocando o cão na posição sentada, reforçando o comando “senta”.

2. Dê o comando “fica”, posicione uma das mãos à frente do focinho e dê um passo em frente.

Senta!

3. Se o mascote permanecer na posição por 10 segundos, recompense-o com petiscos.

Fica!

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Texto: Camila Rodrigues e Samantha Melo/ Fotos: Luiz Gustavo Gonçalves e Divulgação

Fica, totó

Para que o seu mascote entenda que só deve sair da posição quando for autorizado, repita firmemente o comando quantas vezes form necessárias, e só o agrade quando ele acertar sem hesitar


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Ano II - Edição 24 - julho/2014 Ethel Santaella DIRETORA EDITORIAL

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