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O risco do assistencialismo
from OSSOS DO OFÍCIO
by COEP Brasil
É a esperança do sonho de poder trabalhar Muitos acabaram tolindo suas atividades porque não lhe dão oportunidades. Alguns por causa da idade, outros porque não têm o grau de estudo elevado. 0 cooperativismo veio dar muitas oportunidades porque visa simplesmente o que as pessoas são capazes de fazer
Josué Bispo
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cooperativado
1° semestre 1998 . 18 de março — Seminário Nacional Programa de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares Financiadora de Estudos e Projetos — FINEP . Banco do Brasil . Fundação Banco do Brasil — FBB . Gerência de Cooperativismo do Banco do Brasil — GCOOP . Ministério da Agricultura e do Abastecimento . Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia — COPPE/UFRJ . Convênio: Fundação Unitrabalho
aconteceu nos Um programa de Geração de Trabalho e Renda corredores da baseado no cooperativismo poderia ser objeto de várias instituições públicas e privadas, e não academia obrigatoriamente de uma universidade pública. Algumas características desse projeto, porém, vão definir o perfil que ele adquire na trajetória percorrida na UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Não tínhamos certeza dos caminhos que seriam percorridos na universidade, mas alguns pontos foram decisivos para defini-los: o papel que a universidade tem a desempenhar; a necessária continuidade do projeto e, dentro do possível, a imparcialidade e a neutralidade. Um projeto como esse, no âmbito de um governo, municipal ou estadual, vai sofrer as conseqüências dos tempos do governo, que não são os mesmos para o amadurecimento do próprio projeto, o que colocaria em risco a sua continuidade e o deixaria à mercê de mudanças e ações pontuais. A universidade reúne importantes condições de evitar a perda de continuidade. Mas, além da continuidade, a universidade garante
O risco do assistencialismo
Era um dia anômalo. O vestibular da UFRJ transferiu nossa primeira reunião para a Praia Vermelha. Eu vinha do Fórum de Ciência e Cultura, totalmente envolvido com a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Trazia, além de uma forte relação com o Betinho —e da luta comum pelo impeachment—, a determinação de investir na criação de projetos que gerassem empregos e postos de trabalho.
Era como aquele ator em busca de uma personagem. Tudo começou ali. Estávamos todos lá: Roberto Bartholo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Coppe, André Spitz, coordenador do Coep-Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida, o Lécio Lima do Banco do Brasil, Gonçalo Guimarães, e se o Betinho não estava é como se estivesse. Na discussão, tivemos o insight de criar uma incubadora. A proposta era incubar— a exemplo do que já fazíamos na Coppe com empresas—, projetos que servissem de instrumentos para gerar renda e que absorvessem a tecnologia e o know-howdisponivel na UFRJ. Foi com grande entusiasmo que viajamos nessa idéia e começamos a definir linhas de ação. Naquele momento a proposta de incubar cooperativas não era clara. Isso surgiu em seguida ao grande impacto que foi, na Fiocruz, a implantação da Cooperativa dos Trabalhadores de Manguinhos.
Sabíamos das dificuldades intemas.ACoppe é uma escola de engenharia e, como tal, com um perfil acadêmico. Vencidos os obstáculos, a Incubadora de Cooperativas só aconteceu porque a Coppe tem uma estrutura muito mais ágil e assumiu uma postura política reconhecendo a importância daquele momento, . quando a mobilização resultante da Ação da Cidadania criava e estimulava movimentos que traziam à tona novos valores. Novos códigos culturais foram sendo incorporados nas empresas públicas, nas universidades e na sociedade como um todo.
Considero que esse projeto foi uma das coisas mais bonitas que eu fiz na diretoria da Coppe, graças ao trabalho que vem desenvolvendo sua coordenação. E o que mais lamento é que ele é mais conhecido fora do que na própria universidade. No campus da UFRJ a desinformação é grande.
Espero que a Coppe saiba conduzi-lo de forma que ele esteja sempre à altura de sua dimensão política. Essas incubadoras não são um projeto de cunho assistenciahsta. Reunir todo esse potencial construido em cada incubadora através de uma conexão nacional, de uma rede de cooperativas populares, que lutem para transformar esse país injusto é fundamental. Não basta criar incubadoras. Claro que elas são importantes. Sem dúvida, gerar trabalho é vital para o Brasil. Mas é necessário também perceber o quanto todo esse manancial pode ser utilizado para contribuir com mudanças sociais mais profundas.
Luiz Pinguelli Rosa Vice-Diretor da Coppe
maior imparcialidade. É um lugar onde os conflitos internos impedem determinadas hegemonias, com um dado essencial: tem gente nova a cada ano. A massa da universidade é constituída de estudantes, grupos que mantêm a dinâmica e a coragem do novo.
A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, por exemplo, tem 70% de suas equipes formadas por estudantes, únicos com garra e inconformidade suficientes para se jogar numa "aventura" dessas. Dizemos isso com a consciência dos que vivem um rompimento constante, tanto social quanto institucional, na sua proposta de trabalho. Nosso público-alvo se constitui de pessoas
Estrutura da Incubadora
Coordenação geral 1 Apoio administrativo Coordenação operacional Assessorias
Capacitação Formação Projeto Administração Coordenação e cursos Campo Pesquisa Legalização Região dos Lagos