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Ultrapassando as fronteiras do cotidiano
from OSSOS DO OFÍCIO
by COEP Brasil
ultrapassando E na UFRJ? Até onde é possível ir? Desde o início, dentro da própria concepção de Incubadora aberta que as fronteiras utilizamos já existia de certa forma essa preocupação. O primeiro limite seria com relação aos recursos, infra- do cotidiano estrutura e pessoas atendidas. Modificamos então a forma de trabalhar de maneira a potencializar o que tínhamos com o número de pessoas atendidas. Grande parte das incubadoras tradicionais trabalha trazendo para suas instalações a empresa incubada. Há a delimitação física do número de empresas. Ou seja, se cada sala é uma empresa, há um limite de espaço. Optamos então pelo conceito de incubadoras abertas. As empresas ficam onde quiserem. Concentramos na Incubadora o corpo técnico e pessoal de apoio. Foi a forma de potencializar, deslocando-se os técnicos para as comunidades. O limite não era mais físico e sim de corpo técnico - quanto maior mais aumenta a capacidade de atendimento.
Esta opção elimina um outro fator que também limitaria nossas ações: o custo de transporte. Na medida em que invertemos esse processo otimizando os recursos financeiros. A capacidade de investimento passa a ser o que conseguimos viabilizar tendo em vista que tanto os cursos quanto as atividades podem ficar próximos a suas casas.
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Uma outra discussão que envolveu limites foi a prop iosta de desincubar - cortar o cordão umbilical - depois de dois anos. Um corpo técnico limitado não permitiria a incubagem por uml tempo longo. Nesse sistema também existe outra estratégia. Não se trata de incubar ou desincubar e sim qual o grau de incubagem. O complicado na incubagem são as atividades que para nós representará custos, como a administração, enquanto a articulação e os seniços de assessoria são mais acessíveis. Na medida em que uma empresa tiver a capacidade de se auto-sustentar, o administrativo deixa de sLr nossa responsabilidade, o que não quer dizer que elas não possam participar dos cursos e treinamentos que Vão melhorar a sua qualidade.
Esse limite passa a ser muito flexível dependendo da forma como for enfrentado. Nossa análise, no entanto, é que não faz nenhum sentido que produtos que criamos, que estão fazendo sucesso fiquem do lado de fora. Mais do que para nós, são muito importantes as experiências bem sucedidas para os novos. Têm, no mínimo, a função de transmitir um certo sentimento aos que estão começando. O critério é esse: à medida que vão arcando com seus custos, o que já ocorre em vários casos, deixam de ser mais um peso financeiro. Com isso conseguimos, com o mesmo corpo técnico, ampliar espaços e a presença delas passa, ao invés de ser um "custo", a ser um 'lucro", um exemplo vivo da realização das cooperativas populares Quando falamos de crença, falamos em acreditar que é possível. O limite será dado nos patamares outros que elas se relac onarão. Não será em curso de iniciação ao cooperativismo, mas pode ser num curso de pós-graduação de administrador. Os relacionamentos, como
já ocorre hoje, serão diferenciados. Uma cooperativa aprende a ler um livro caixa, outra faz contrato e uma terceira busca outras informações. Isso não só viabiliza como traz para outro patamar os limites a serem alcançados. Elas podem, na medida do seu interesse, se reunir e, junto a nós, buscar viabilizar consultorias ou especializações. Ou seja, dependendo da competência e ousadia, não há limites para crescer.
Só não trabalha quem é preguiçoso. A cooperativa vai até a sua porta, oferece oportunidade e não pede nada em troca. Pra gente arranjar um serviço comum tem que ter uma série de documentos, ficar em filas e não se consegue nada. Aqui não precisa de nada disso. E a Incubadora é o começo de tudo. Ela nos ensina a caminhar Se não tivermos alguém para nos ajudar, como vamos caminhar?"
Maria cooperativada