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Por caminhos próprios formamos trabalhadores
from OSSOS DO OFÍCIO
by COEP Brasil
linha uma Cooperativa de limpeza se formando. Comecei a trabalhar no dia seguinte, através de um sorteio com bastante gente. Apesar de estar difícil, consegui trabalho dentro de casa. Tenho o estatuto e leio de vez em quando para esclarecer as dúvidas. Tudo é decidido pelos cooperativados. Sempre pela maioria. Se tiver algo errado chamam a gente para fazer reunião. Adriana dos Santos cooperativada
Cooperativa de Trabalho Artes de Novo Palmares — NOVO PALMARES
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Favela Novo Palmares, Vargem Pequena, Município do Rio de Janeiro.
Fase: Em Formação. Formação: Curso Básico de Cooperativismo: 09/96 - 192 horas, Assessoria antes do mercado —120 horas, formação — 300 horas Cursos: Conservação de Alimentos. Setores: Alimentação e Limpeza Geral.
O que há por trás É bem emocionante perceber quando os estudantes universitários descobrem alguma coisa CIOS muros a ser feita com a inquietude que trazem na alma e que nem eles conseguem definir. Costumamos brincar que quem chega até a Incubadora como estagiário já deve ser olhado com carinho. As instalações são precárias, o espaço físico não comporta o número de técnicos, cooperativados constantemente realizam reuniões simultâneas e o nosso público-alvo é formado pela população pobre da cidade. E se mesmo assim, depois de um mês, com todas as dificuldades inerentes ao próprio trabalho, mais as do projeto como um todo, ele decide ficar, deve ser tratado com muito carinho. E temos uma visão comum de que esse é mais um fator que mantém a Incubadora até hoje. Descobrimos que o simples fato da permanência das pessoas já indica uma grande afinidade, que deve ser lapidada, aprimorada e que sempre nos leva a algum lugar.
Histórico: Inicio das atividades outubro 96. Formada por pessoas de baixíssimo poder aquisitivo, todas as dificuldades se apresentam: dificfi acesso, falta de comunicação, falta de saneamento básico e falta de espaço para se reunirem. A resistência da liderança local dificulta ainda mais o crescimento da cooperativa.
Associados: 20 Postos de Trabalho: —
dos prazos atropelarem a possibilidade de uma discussão mais profunda e de um registro mais consistente. A dimensão do projeto exige o debate. A Incubadora hoje tem um rosto, uma voz e se insere numa discussão estrutural e riacional. É a universidade pública "botando o dedo na ferida", são os sendo acusados por boa parte do movimento sindical de técnicos estarem precarizando o trabalho e ajudando a combater os direitos adquiridos e as conquistas dos trabalhadores, tirando dessas pessoas o direito da carteira assinada. Enquanto isso, nas favelas, a grande maioria que integra o projeto há muitos anos não sabe o que é uma carteira assinada. Estamos tirando alguma coisa que eles não têm le nunca tiveram. Essa discussão deve ser nacional. E a incubadora tem hoje uma história que permite uma intervenção direta nessa questão estrutural.
Setecentas pessoas trabalhando pode não significar nada, apenas mais um dado estatístico. E nós não temos a intenção de viver de estatísticas. Queremos saber se essas pessoas podem entrar no mercado em melhores condições e também queremos saber quem sai para que elas entrem. Ninguém se propõe a fazer o rodízio da miséria. E não adianta abrir essa discussão só entre nós. Indiscutivelmente, as cooperativas populares contribuem para o aumento da renda e, conseqüentemente, do consumo e ainda criam as bases para que, em um segundo momento, essa parcela da população tenha condições de entrar nas áreas de produção, com a perspectiva da abertura de novos mercados e novos postos de trabalho. Todos esses fatores, mais os efeitos indiretos, indicam que, neste caso, o cooperi ativismo aponta para mudanças significativas. Mas mesmo sabendo que desmontamos estruturas viciadas, que estamos criando oportunidades para a inserção de um grande contingente de pessoas no mercado formal e que os que entram vão ter condições de se capacitar e se formar para autogerir suas próprias
Cooperativa das Costureiras de Fernão Cardim — FERRÃO CARDIM Favela de Femão Cardim - Bairro de Pilares,Municipio do Rio de Janeiro.
Fase: Formação e acompanhamento no mercado Formação: Curso Básico de Cooperativismo -64 horas, e formação —64 horas Cursos: Rotinas Administrativas I, Metodologia para Confecção de Atas I Setores: Costura
empresas, o que efetivamente é um grande salto de qualidade, não diminui a angustia de todos nós que nos propomos a modificar estruturalmente o quadro de miséria nacional, quando percebemos que, na prática, isso não ocorre. O cooperativismo não vai, efetivamente, gerar postos de trabalho se as políticas econômicas não forem repensadas e suas diretrizes modificadas, porque a iniciativa da população pode encontrar alternativas, mas nem sempre é possível inventar os caminhos. Com a mesma intensidade que defendemos em nossos fóruns a necessidade de aprofundar discussões, fazemos a defesa intransigente da abertura de novos fóruns para ampliar esse debate.
Histórico: Inicio do trabalho em outubro 97. Grupo inicial de 10 pessoas inconstante, sem conseguir ampliar o número de pessoas. Curso interrompido em dezembro 97 e retomado em abril 98. Grupo mais firme e internahado. Possui mercado de costura de facção, necessitando melhorar sua inserção no mercado. Fez os uniformes para as outras cooperativas. O trabalho vem sendo acompanhado por profissinal da área de costura.
Associados: 23 Postos de Trabalho: 23