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A construção da ponte entre o trabalho e a academia

A construção da ponte entre o trabalho e a academia

Com uma rede nacional, envolvendo 72 universidades— apenas noAmapá e Roraima não temos representação —o objetivo principal da Fundação Unitrabalho é fazer, sob a ótica dos trabalhadores, a ponte entre o mundo do trabalho e o mundo acadêmico. Atuamos no sentido de resgatara dívida social das universidades brasileiras, que se propõem plurais na destinação do conhecimento com os trabalhadores e suas organizações.

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Neste campo de ação, a experiência de incubação de cooperativas populares na UFRJ é digna dos maiores elogios. Com os vínculos estabelecidos pela Unitrabalho nas maiores e principais universidades brasileiras vamos, por meio de convênio com a incubadora da UFRJ ,estimular os grupos que compõem nossa rede para que eles possam, se assim desejarem, servir de canal para a disseminação dessa experiência que hoje já se desenvolve em três universidades.

Por intermédio do convênio pretendemos catalizar o processo de implantação de incubadoras semelhantes nas mais diversas universidades do pais. A cooperação da Unitrabalho com a experiência exitosa da UFRJ se dá no contexto de um dos nossos projetos centrais— Economia Solidária e Autogestionária — coordenado pelo professor Paul Singer, da USP.

A proposta avança também para a promoção de articulações intemacionais. Vislumbramos, sobretudo na Europa, um grande interesse de apoio e estímulo à implantação de programas de cooperativas na verdadeira acepção da palavra.

Newton L'sna Neto Diretor -Executivo da Fundação Unitrabalho. Professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Sk Carlos. Ex-Reitor da tiFFSCAR

Cooperativa dos trabalhadores do Morro do Juramento Bairro de Vicente de Carvalho/RJ

Fase: Pré-diagnóstico Situação: Pré-diagnóstico Histórico: Início das atividades 02/98. Primeiros contatos com interlocutores locais

É outra lógica de organização. Além disso, o custo da forrnalizacão da sua atividade através da cooperativa significava para eles diminuição da remuneração. E, finalmente, a própria relação com o cliente/trabalho era muito confusa. Não assimilavam muito bem a proposta da geração de um fundo. Se ganhavam R$ 25,00 por dia, R$ 5,00 iam para a passagem e restavam R$ 20,00. Segunda-feira iam ao mercado, terça-feira comiam e quarta-feira uma nova faxina garantiria a sobrevivência dos próximos dias.

Se multiplicarmos R$ 20,00 por 20 dias de trabalho, seriam R$ 400,00, mais que três salários, o beneficio dos fundos e seguridade social. Só que nada disso era válido, porque a lógica do cotidiano dessas pessoas não permitia raciocinar para o período de um mês. Isso era muito difícil. Não tinham documentação, não tinham o dinheiro do transporte. A falta de resposta financeira imediata exigia inclusive um investimento pessoal, não financeiro, mas de apostar e esperar o trabalho. A maioria se desestruturava. Algumas lideranças ficaram. Foram feitas várias tentativas, na construção civil, na parte de faxina e de limpeza. Caxias foi o período de aprendizagem. O grupo tinha características bem diferentes daquelas identificadas em Manguinhos, onde a população

Estrada das Canoas Bairro de São Conrado

Fase:Pré-diagnóstico Histórico: Início das atividades: abril/97; Pré-diagnóstico realizado com a comunidade

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