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A cada passo, uma vitória
from OSSOS DO OFÍCIO
by COEP Brasil
A cada passo, uma vitória
AUniversidade Federal de Juiz de Fora tem desenvolvido diversos programas de atendimento à comunidade local e à região"polarizada por Juiz de Fora. São ações extensionistas que, além de possibilitar o desenvolvimento acadêmico da UFJF, buscam a melhoria da qualidade de vida da população. Atendendo, portanto, aos objetivos de intervenção social da Universidade, algumas dessas ações pretendem ser espaço de fortalecimento das populações exdu idas do mercado de trabalho, prindpa mente de moradores dos bairros periféricos que circundam o Campus. . Nesssa linha de atuação, cabe destacar o Projeto Geração de Renda - em desenvolvimento no decorrer do ano de 1997, sob a coordenação conjunta das Faculdades de Engenharia e de Serviço Social CRITT/PROPESQ - , a participação da UFJF em eventos nacionais e internacionais que tratam do tema e contatos com outrasInstituições que desenvolvem experiências em projetos de geração de postos de trabalho e renda nas camadas mais desfavorecidas da população. De fundamental importância no processo foi o contato com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFRJ, o que possibilitou a vinda de seu coordenador, à UFJF para exposição daquela experiência, e ainda viabilizou a realização de visitas técnicas da equipe da nossa Universidade à UFR4. Assim, após esse processo de reflexão e encaminhamentos ocorridos na UFJF, e capitalizando os esforços já feios tanto na área de incubação de empresas pelo CRITT, como de articulação com a sociedade através da extensão, tomou-se viável a instalação da Incubadora de Cooperativas Populares em março deste ano. A Incubadora propõe, destacadamente, identificar grupos interessados em vivendar experiências cooperativas e motivar a formação de cooperativas, além de oferecer suporte mercadológico, jurídico e administrativo às cooperativas formadas de modo a garantira estas, com mais eficácia a prática da autogestão. Coma equipe de trabalho em fase de organização, o maior desafio, nesse momento, é estabelecer parcerias para o financiamento da incubadora. É imprescindível a participação de órgãos fina ndadores para a viabilização desta proposta que interessa enormemente aos processos acadêmicos de ensino e pesquisa, tendo em vista a contemporaneidade e o caráter estratégico da discussão destas questões.
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Sonia Maria Rocha Heckert Pró-Reitora de Assuntos Comunitários e Extensão da Universidade Federal de Ju'z de Fora
existem dois lixões, em São Gonçalo e Niterói. A proposta, neste caso, é promover a reinserção social dessas comunidades de catadores de lixo na medida em que a implantação da usina será a perda da atividade econômica deles. Essa inserção se dará ou via própria usina, a partir da contratação de parte desta população, ou em outra atividade econômica. Nesse convênio, três universidades apresentaram propostas e a nossa foi selecionada. Primeiro, pelo trabalho já realizado. Segundo, pela consistência da proposta. Já com a Secretaria Especial do Trabalho do Município do Rio de Janeiro, foi assinado convênio de geração de trabalho e renda no âmbito do Programa Favela-Bairro, visando a criação de uma cooperativa em cada favela das 16 contempladas pelo programa, além da execução de cursos e treinamento.
Durante todo o ano de 1996 tivemos uma grande visibilidade na imprensa, que aumentava a demanda e uma forte cobrança, inclusive dos convertiados, que muitas vezes não entendiam o longo tempo para a criação de cooperativas. Na verdade, nós estávamos formando uma cooperativa e alguns tinham a idéia da legalização. Solicitavam respostas numéricas. Quantas? Quantos? Não éramos um balcão de legalização. Investíamos num processo de construção. Mas as cobranças vão paulatinamente diminuindo à medida em que o processo de construção dessas cooperativas e o tempo daqueles que necessitam, e daqueles que governam entram em sintonia. Torna-se difícil explicar e fazer entender o que ocorre quando se trabalha com grupos socialmente excluídos. As dificuldades e as discussões se repetem. Não é a mesma coisa que formar uma cooperativa de classe média, onde tanto o instrumental quanto o processo de legalização são relativamente fáceis. O grupo com o qual trabalhamos tem que ser formado em uma nova cultura do trabalho. Não é um proceSso rápido, mas às vezes a quantidade de pessoas que já está em postos de trabalho torna-se mais importante
Pescadores Rio das Ostras/RJ Área de telecomunicações Rio das Ostras e Macaé/RJ Área de telecomunicações Cabo Frio/RJ Área de telecomunicações Campos/RJ Dentistas Macaé/RJ Pequenos prod. rurais Búzios/RJ Lixão Rio das Ostras/RJ Transportadores de água Rio das Ostras/RJ Trabalhadoras de confecção Rio das Ostras/RJ 40 pessoas Pesca 40 pessoas Telecomunicações 20 pessoas Telecomunicações 80 pessoas Telecomunicações 23 pessoas Odontologia 23 pessoas Agricultores 20 pessoas Catadores de lixo 20 pessoas "Pipeiros" 25 pessoas Costura
do que a qualidade do trabalho de formação e a forma e a consciência de como ele está se inserindo no mercado.
Sobre a busca e a disputa do mercado formal, sentimos que é um processo novo. Trabalhamos com ex-presidiários, com os chamados jovens em área de risco social, e pessoas que nunca tiveram essa cultura do trabalho. E é preciso toda uma formação cultural para que vivam o coletivo, os compromissos que isso acarreta e até mesmo o preparo para o trabalho. Isso requer tempo. São pessoas que "correram atrás" a vida inteira, fizeram faxinas, "bicos". Trazer
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esse grupo para uma perspectiva mais longa não é simples.
Essas pessoas hoje voltam a estudar e nunca entenderam qual o motivo que as levou antes a estudar, porque o estudo, na prática, nada significou, nada mudou. Mas agora já começam a vislumbrar outras perspectivas. E se não analisarmos a Incubadora nessa perspectiva do público-alvo, não entenderemos os seus tempos. Se trabalhássemos com aquele que perdeu o emprego, mas já estava inserido em algum espaço, seria diferente. Mas a maioria de nossos grupos nunca viveu uma experiência semelhante.