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A arte de aprender a caminhar
from OSSOS DO OFÍCIO
by COEP Brasil
A arte de aprender a caminhar
Fumas tem 39 comitês no interior de Minas, São Paulo e Goiás, incluindo o escritório central do Rio, com os recursos para todas as nossas ações doados pelos empregados da empresa. No Rio, começamos as atividades em 1993, quando foi lançada a Campanha daAção da Cidadania em Fumas. Mobilizamos os empregados e demos inicio a um trabalho voluntário de distribuição de ticket refeição e cestas básicas. À avaliação de que estas ações estavam sendo extremamente assistenciafistas somou-se o lançamento da segunda fase da campanha, aAção pelo Emprego e o Desenvolvimento.
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Sem abrir mão dos programas anteriores, de atendimento a asilos e orfanatos, estudávamos as altemativas possíveis de atuação num projeto de geração de trabalho, quando em uma das reuniões do Coep, foi apresentada a proposta da Incubadora de Cooperativas Populares. A possibilidade de apoiarmos uma cooperativa específica foi recebida com certa resistência por alguns, em função de seu caráter inovador, e com interesse por outros, até amadurecera proposta de investir no novo.
O primeiro passo foi o apoio à legalização de uma cooperativa de limpeza e manutenção, com acompanhamento de todo o processo. Em seguida apoiamos a produção do material de divulgação e de escritório. Era a primeira cooperativa incubada. Tudo estava começando. Não tinham telefone, tentamos com a Telerj, não conseguimos e optamos por comprar um mobi , assim, foram gradativamáte se organizando e conhecendo o mercado até conseguirem o primeiro contrato. Depois de muitas dificuldades têm hoje uma estrutura com 100 pessoas trabalhando.
Mesmo sem arrecadarmos muito, conseguimos em alguns meses contri uir para a organização de um grupo de pessoas em busca de trabalho. Não custa quase nada e é de uma importância vital para eles. Queremos replicar essa experiência e permitir que outras pessoas possam ter essa chance. Em todas as reuniões nossas eles diziam: "temos a força do nosso trabalho, podemos traba har, ninguém está pedindo nada de graça."
Sempre soubemos disso e até hoje falamos com muito orgulho da Incubadora.
Gleyse Peiter Coordenadora do Comitê da Ação da Cidadania em Furnas
Fórum de cooperativas populares
Objetivos: organizar as cooperativas num sistema intercooperativo visando melhorar sua inserção no mercado, discutir pontos pertinentes às cooperativas (legislação, crédito etc.) e articular as cooperativas populares de maneira a criar um sistema de trabalho autogestionário.
Cronologia 2° semestre de 1996 Plenária de criação do Fórum com 11 cooperativas presentes, inculive algumas não incubadas ou assessoradas.
no final de 1997, que hoje funciona a pleno vapor. E outras universidades começam a nos procurar: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Santo André, Juiz de Fora, a Bahia apresenta outro projeto, a USP faz contatos, além de governos e grupos diversificados. Nesse momento, a Finep, na comemoração dos seus trinta anos, lança o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas - Proninc, no âmbito do Coep, em parceria com a FBB, BB e Coppe/ UFRJ estabelecendo que cinco seriam criadas. Para que todas as
Não tenho nada a reclamar, muito ao contrário. O serviço é bom, o preço é dos melhores e o trato com o pessoal é muito à vontade, muito gostoso. Eu compro uma malha de qualidade, corto, trago pra eles e eles fecham com aquela qualidade que é a característica deles.
Eduardo Marinho Cliente
1° semestre de 1997 Duas reuniões incluindo a de março comemorativa do dia internacional da Mulher—constituição da primeira coordenação provisória ?semestre de 1997 Debate sobre legislação e crédito Debate sobre a criação de uma estrutura intercooperativa 1° semestre de 1998 Reuniões regulares com coordenação e representação das cooperativas Abril: definição da organização
universidades e instituições tenham as informações ao Mesmo tempo e das mesmas fontes, com a possibilidade de acompanhar o debate das experiências já realizadas, a forma mais democrátfca encontrada foi a realização de um Seminário Nacional que acont'rce agJpra, em maio, com esse objetivo. O Seminário lançará o programa à todas as universidades brasileiras. Na verdade, é um programa ique consolida o projeto da Incubadora Tecnológica de CooperatiVas Populares como uma diretriz nacional para as universidades. 'I Outra parceria importante é a rede articulada pela Unitrabalho, fundação que reúne 72 universidades em todo o país, ligádos a estudos ou a políticas na área do trabalho, com articulações internacionais. A força da Unitrabalho possibilita, nacionalmente, a reunião dr esforços para a implementação do Programa Nacional, seja através da implantação de incubadoras, seja pela avaliação dessa 4ava forma de relação de trabalho ou ainda pela análise criticai das facões já desenvolvidas. Hoje a Incubadora Tecnológica de Coo erativas Populares já integra a rede da Unitrabalho. Internacionalmente, o grande passo foi no CongreSso a Aliança Internacional Cooperativista, no México, em novembro de 1 97, onde um dos grupos de trabalho tinha por tema a UniVersidade e o Cooperativismo, oriundo de uma reunião na Costa Rica, onde a Aliança Internacional Cooperativista via a necessidade de um maiõr trabalho das universidades no que se refere à reflexão e formação dê qukdros. Foi marcada outra reunião e a Universidade das Américas, que trabalha com redes temáticas, abre espaço para a rede de Cooperativismo e Uniiversidade. Dessa rede, já na reunião do México, dez universidades das três Américas estavam presentes. Foi formado um grupo de trabalho para definir suas linhas gerais de ação. Apresentamos nosso projeto, que foi considerado importante forma de atuar, levando-nos a integrar a coordenação inicial dessa rede para dar início ao processo de apresentação de propostas. No Seminário, a rede será apresentada a outras
universidades e a UFRJ e a Universidade Federal Rural de Pernambuco são as responsáveis por sua divulgação no Brasil.
No inicio de 1996 e final de 1997 recebemos as visitas de representantes da Escola Técnica de Cooperativismo do Porto, Portugal, histórica naquele pais, que vieram conhecer a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares.
Da última vez que nós nos separamos fui internada no Salgado Filho. Ainda tenho marcas. Quando recebi meu primeiro pagamento ele falou pra mim 'Você disse que não dependeria mais de mim para nada". Eu disse que sim e ele pegou o dinheiro na minha bolsa e botou fogo no meu primeiro salário e disse: "pelo menos nesse mês, você vai depender." (Hoje na cooperativa da qual faz parte o estatuto prevê a expulsão de homem que bate em mulher).
cooperativada
Foi uma bênção para a gente. Nós mesmos somos nossos patrões. Temos que batalhar para garantir o nosso trabalho. Temos que caminhar também com nossos próprios pés. Tem pessoas que são desunidas, mas tem que ter muita garra para poder conseguir Depois que a gente realiza, todos acreditam. Antes ninguém acreditava. Agora, graças a Deus, estamos realizadas e as pessoas acreditam no nosso esforço.
Maria Bemadete Lira da Conceição cooperativada