corpo _ ateliê de futuridades trans

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CITAÇÃO

''Você sabia que tudo o que é imaginado existe e é e tem? Pois é.'' Estamira

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um convite um lymyte foy passado, uma lynha se atravessou, um fym se conjurou, uma morte se anucyou, um corpo se desfez, um terrytóry(corp)o brotou esta publicação é um conjuro, feytyçarya, chegada y partida, um desacato em ato do que chamam de corpo, y outras mil cousas y tempos. no infinito, essas páginas acolhem especulações y anúncios conjurados em tempos que ainda nem ao menos imaginamos. esse encontro infinitista se fez em um agora sob o anúncio do terrytóry(corp)o autodeclarado Elton Panamby, que ao abrir os caminhos rasgou o tempo, anunciou o sonho y comeu as casas feitas de sofrimento. as profundidades visitadas pelo submarino ateliê de futuridades trans, são tão inimaginadas quanto os resultados dessa feytyçarya na farsa, na coragem de se anunciar ser brincante, tanto quanto chamam de gente. 4


foram horas que se desfizeram em dias, que voaram anos, que criaram campos vastos de criação y anúncio de desfeitura de chão sem fim. curar também devasta, esvazia, y no vazio faz casa, ynunda y fertiliza. essa publicação é vazio fertilizado. em seus vastos campos, nesse vazio sem limite, Omo Afefe, Armr’Ore Erormray, Sofia Sereno_azii_, Mogli Saura y Carole, bem como abigail Campos Leal, Preto Téo, uarê erremays y ynymagyney carú povoam o inimaginado desse terrytóryo conjurado, dando-lhe tanto quanto é possível não mensurar, de formatos, pernas, patas, braços, galhos, penas, nadadeiras, folhas, antenas, paredes, sabores, presas, chifres, dedos, pulmões, escamas y eventualmente nomes. 5


ao navegarem juntes, descobriram novos ympossyveys, com suas entranhas fertilizaram o campo do possível, ynundando suas mais antigas raízes, y sob as previsões y condições conjuradas por Estamira, pariram um agorismo brutal y radical, no qual a efemeridade pode resgatar a magia da qual, o filho branco da morte pela morte, ensinou a não mais manipular. que a desfeitura se manifeste em um agorismo efêmero y fértil, y que essa quentura aquática nine sonhos de vida digna, sobretudo para nós, paridos do mistério indígena, preto, dissidente, trans(mutado). y, diga-se de passagem, nesse vazio vasto cabe mil outros conjuros, aos leitores, convidamos a um visite, um cheiro, um conjuro, um date. ynundem

Slam Marginália & Móri Zines

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Slam Marginália é abigail Campos Leal, carú de paula, Preto Téo, uarê erremays y todes que colam junto. Móri Zines é um selo de publicação independente que desde 2016 publica pessoas LGBT+, racializadas, gordas y periféricas. Ateliê de Futuridades Trans foi contemplado pelo Programa VAI da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em 2020, realizado inteiramente de forma virtual durante a quarentena de COVID-19. Por existirmos para além da binariedade gramatical da língua portuguesa, essa publicação utiliza sempre que necessário concordância nominal terminada em -e ou -u, com intuito de evidenciar o gênero neutro ou indeterminado do sujeito. realização

apoio

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Ateliê de Futuridades Trans é uma pequena fábrica de sonhos impossíveis, de prosperidades imprevisíveis, que tomou a forma provisória de uma residência virtual para pessoas trans, planejada y conjurada pela união de Móri Zines y Slam Marginalia. De junho a setembro de 2021 foram realizadas quatro residências literárias, cada uma com um tema disparador: imaginação, ancestralidade, corpo y riso/gozo. Durante uma semana, propomos a cinco encontros com integrantes do Marginália + ume artiste convidade + cerca de quatro residentes. Para esse processo, foram selecionades 16 jovens poetas periféricos y, em maioria, racializados.

O eixo corpo foi realizado entre os dias 23 e 27 de agosto, lua cheia, aberto por Elton Panamby, artista, desensinadore, mãe/mamão, trans, pretu e uma multidão silenciosa. Desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens ao longo de 12 anos dedicados à pesquisa e criação a partir de limites psicofísicos atrelados a práticas de modificação corporal em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Bacharel em Artes do Corpo (PUC-SP), mestre e doutore em Artes (UERJ), segue suturando na vida após a pós. Passou a gerar sonoridades como prática poética no/do escuro, principalmente nos últimos 5 anos. É atravessadu por questões raciais e de gênero que transbordam no movimento vivo no mundo, de criar e fazer-se resistência.

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In Cor Poro A Lem Bro O corpo se desesquece quando baia, quando recebe, coabita, serpenteia no tempo. É de sonhar tantas vezes... aquele toque da cobra Toque de palma sobre couro Toque de encante sobre ori Toque de língua sobre palavra Desatar

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Como nascer reparado, reparido, partida ao meio a lambida Para falar em idiomas ofídicos Restituir o anfíbio, o réptil, à falida categoria humana Isso não nos pertence Isso não nos detém A humanidade é muito pouco O corpo pede existires deslizantes Escapa num rompante e se chega meu velho Vem e baia no giro daomeano As línguas estão amoladas E como pexeras desembainhadas, rasgam o sentido desses destempos mortificados e nutrem a terra ardida. Troca de pele e cria escamas. Oferenda-se Oferendo-me Corpo d’água Soro e veneno Beba essas palavras.

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Trans es

crever é sobre vivência

Elton Panamby

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Conjuração de Fogo Tudo que a gente imagina é e existe Eu abro mão desse gênero humano Sou um réptil escamoso uma uma cobra Quero trocar de pele Eu não sou humano Preciso Me desfazer pra criar raízes de novo Coloco binder e tiro binder como quem queria peitos com velcro Eu bifurquei meus laços os internos Me desfiz um pouco Agora aqui passa um ar Que vira ventania Que vira tornado Que sobe espiralado Que gira aqui dentro Tirando tudo do lugar me organizo Há um espacinho novo aqui ……………………... Que eu fiz só pra mim As vezes entro e olho o escuro Chega uma voz inaudível falando palavrinhas com todo sentido E às vezes nenhum 18


Nesse balanço sinto que você sempre esteve me guardando Me ninando até quando eu pudesse acordar E o despertar não me desfez É que eu Sou viciado em mudar Sou viciado na mudança E A dor transforma A dor move faz transbordar Jorrar me fazia me sentir vivo O problema não era sangrar Era o porquê Hoje nas/ceu umas escamas em mim E eu pedi Me dê, mãe, paciência pra viver calma pra caminhar Me dê, mãe O que eu preciso pra seguir que só eu e você sabe que eu ainda vou descobrir

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Então Dancei só No mar Mar de água preta No fundo vi meus pés Pezinhos virando cauda Cauda de sereie Serei Ser sendo dói criei sentidos por todo corpo comer com o pé é tão gostoso criei uma corpa moldável Você pensa ela faz Criei uma neca dildo Não digo onde botei porque não pensei O sentido da vida é não saber Eu sei que mamãe vai mandar toda paz que eu preciso e os meios eu não ligo será do jeito que tem que ser já estou onde quero chegar e isso todo dia muda esse calorzinho é bom né? Sempre gostei de sentir um fogo 20


senti hoje do lado esquerdo tres meses atrás foi no direito mas ele espalha por todo corpo me queima como eu quero queimar brasa leve corre nas veias Talvez seja um pouco o velho vício em deslocar não importa como transmutar hoje me tornei um pouco o que eu fui quando botava bonezinho quando chamavam de sapatão quando tomei a primeira dose quando na/morei você Tudo que eu guardo, guardo, guardo sai pra fora Tudo que eu guardo, guardo, guardo cai pra fora Tudo que eu quero, quero, quero sai pra dentro Tudo que eu quero, quero, quero cai pra dentro

Armr'Ore Erormray 21


Ao padronizado estado de lucidez Agosto de 2021

I N U N DE MIM A Ç Ã O

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AN IN PIN PUN PA NA I KA IA ER RO TO CU I CLI U CHO Q U AR MI SU I NO IR JO RIUM Isso me lembra de sempre respirar, sonhar e ser mar Mostrar que aquele o incompreendido, descoloniza e dita o caminho. Que eu possa sonhar, imaginar y rugir no imaginarium ...

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Cria

Cria, criatura Caricatura Corre corre Homem cisgenero não pari Homem de peito é vulcão em erupção

Erupção Explosão Edificade, edificado Desordem e organização Preto problema, quero ser livrão Papeis Retratos, colagens Se eu moro nessa jornada Sou a lava do vulcão Por dentro quente e FORA BOLSONARO!!

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V I VELAS E ENCRUZAS RE AJUSTES N D O

Omo Afefe 25


São Paulo_inverno_21

I. espelho em profundas m/águas Eu te libero da fundura dos meus mares de esquecimento Você me cuida e me libera partilhando segredos Carrego dores que são minhas y suas. Por vezes escuto a voz dela. Tantas fria y seca que feito navalha corta o peito rasga feridas longevas de um Tempo que nem sei quando Eu me queimo as mãos y me rasgo por inteiro nesse desmanche de corpoalma procuro em mim chaves do mistério em que me faço suas palavras de corte afiado acenam pro eu de dentro chamamento de dureza concreta a guilhotinar delírios do apego dos filmes que eu mesmo criei a fim de ancorar o desejo de afeto cálido pintado a ouro fino com as pontas de dedos doces 26


que acariciaram afilados lábios No pomar dos devaneios y volteios labirinticos fecho os olhos disposto a encontrar caminhos que se revelam ao tato Escuto uma voz de criança que reconheço antes de ver pelo reflexo do desague dos meus olhos d’água em que me afogo sem medo o que é de fechar, fecha o que é de respirar, respira o que é de doer, dói y o que é de gozo aprende seu valor A voz doce me diz que todes carregam um corte que se recusa a fechar e que é parte da vida do desafio do encarne aprender a tratar y soltar me lê a mente pelas linhas do rosto aponta o segredo que faz conforto feitura permanente acalanto de corpoalma diante da dor que atravessa o Tempo

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se oculta nas águas perenes que brotam de dentro do peito y se fazem espelho lá n’onde moram as duas faces do perdão.

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II. No tempo da ruína de minha torre O corpo suspenso numa nebulosa de pó de vida esfarelada y encontros desfeitos meus pés perdem contato com o pisador que se desfaz feito uma torre de areia fina feita por uma criança com seu balde a beira mar quando a onda bate e lambe a torre do castelo a lágrima salga o rosto e um segredo se revela diante do Tempo rei a efemeridade é a chave do mistério O corpo pede pelo palpitar do peito que ori-cabeça encontre em mim o que há de eixo que dê sustento à transformação da presença Das ruínas do antigo mundo eu me refaço y agradeço pelo revelar do engano 29


que com fina agulha me arrombou o peito morro tantas vezes para seguir vivente reconstruo eu-mundo artesania paciente com força doce da voz de milton em toda sua sapiência desperto o corpo novo dia nada será como antes amanhã um novo capítulo se inaugura diante de meus olhos que reaprendem a ler os sinais não verbais do bordado fino do destino escrevo a tinta sem me preocupar com o erro.

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III. despertar abrupto Um estrondo estalado de corrente que inunda todo o mundo inteiro de um salto agudo estala uzói. da onda duzói se estanca o movimento da dança das pelotas celestes. tudo se parou-se la no alto! y cá embaixo também. No despertar tremido de Sereno tudo se inverteu as ordi. os movimento parô, os parado movimentô. as gota d’água ficaro flutuano nos aires y le deuse - de corpo feito mei fumaça mei água - se quedou preso cá na Terra chão. O amanhecer parou no Tempo. Na hora do primeiro fiapo de luz do lumiador pelota de fogo. Pros zói enxergá assim tem é que se colocar o tempo do acostume com tudo que é sombra. O amanhecer interminável que sem seu movimento deixou de ser amanhecer y virou outra coisa que eles num dero nome ainda.

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IV. gastrite ou_desejos de contrafluxo em chamas Desce a lenha! Taca fogo! O fogo sobe e queima os pé dele, do pedro, do borba, da princesa, do bozo. acho que ele num dorme. só com pastilha de dormí. gente ruim o desassossego atormenta uzói y faz a noite virar dia dentro do peito que num vê o valor duzoto. as minhas costas doem, eu não acho pose que ajeitá. Queria tomar umas martelada dessas nervosa pra chegar a dor pra lá. pra lá pra longe do aqui y do agora. longe fora de mim. cada semana é um lugar que dói. quero que a internet do mundo caia. pode ser por 3 dias só. já vai ser bom sentar em um lugar que num é cadeira, oiá luz que num é de tela. esse povo de são paulo sabe nem óia pro céu. num tem tempo. num tem sombra. as vez parece que nem céu tem. Y se a luz cair também? será que a gente ainda sabe caminhar na noite? eu queria que um hacke zerasse todo os dinheiro virtual do mundo. y as troca acontecesse sem dígito nem mueda. será se o papel ia continuá valeno? e se isso acontecesse tudo ao mesmo tempo? Acho que geral vai pirá… A dor nas costas é só de sentá ou é de carregar peso maior que as perna guenta? o juei isquerdo também dói. sempre. inda mais quando isfria. quem tem medo de fogo? eu gosto, mas também tenho medo. cê já viu fogo alastrá sem rumo? 33


V. Estamira revelou tudo que é imaginário existe eé e tem.

Sofia Sereno_azii_ 34


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Mogli Saura 39


corpo despacho

não sei onde chegarei com isso tudo se não a minha própria morada. não quero tentar Ter que buscar nada além do que me é de direito, uma vez que fui roubade esquartejade humilhade enforcade

buscou qualquer possibilidade quando sangrou aos nove afogade em meio a concretude. mas aterrado sob minhas patas. o bode sapateia sobre as nuvens de areia.

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e sim, essa história é baseada em baseados fatais pontas… que já nem sei mais...

gênero cobra gênero ignorado sem gênero

um, dois deixei pra depois três quartos dores dos diabos

cinco, seis parei aqui.

pois o disco é rígido e ele tá lotado. Carole 41


oração ao meu corpo

rastejando no cal e poeira das paredes da minha cozinha camada de caos sob a gordura colada no piso sacudi a minha carne gorda e dobras e ocos espaços dentre os ossos que certamente são largos soube que tenho ossos de pássaro (por isso cordillera me vê voando) contudo me achava um santo pica-pau acho que mi discobri memo quando vi urubutsin vestindo suas penas y coroa pra transmutar y - também rastejando - dali se sair como cobra lembrei do descarrego na beira da fogueira ////fogueira na beira-mar//// que me veio pelo cu mesmo da onde sai ao fio/estrela qui mi liga no centro do mundo-terra lembrei na areia, dançando escutando meu amigo vocalizar e agitar algo da festa que fizemos antes tão antes de sermos essa matéria aqui 42


lembrei vendo meu irmão cair primeiro na água, depois na areia molhada e como da força da queda suas pernas avuam y me contou de quem consegue usar desse avôo pra cair de novo i tudo essas memória me atravessa na boca, língua orelhas, suvacos, lábios buceta trompas y óvulos sai, no sangue e paredes que descarto ainda as vezes súa da minha pele a memória de tudo que já sei no entanto ainda descubro y aprendo mesmo que não me lembre muito bem da terra onde os meus pisaram assim que me escapo da morte eu não morro, não morrerei jamais eu, me transformo em vida, naquilo que me convir pra prosseguir a fuga y a minha grafia no mundo em orun, quando a minha carne enfim precisar, uma última vez aqui, se transmutar assim, qual é então o pássaro que eu sou? 43


Arroboboi! Axé, serpente! Arroboboi!

aproximo arrudiando quando vê já estou cá troca a carne, fecha o ciclo dá pra chuva desmanchar ni qui canto essa cantiga o trabalho já foi feito já quebrei muita mandinga pra assobiar, enche o peito de mansin desenrolando quando vê já fui pra lá troca a carne, fecha o ciclo dá que o sol já vai levar

Preto Téo 44


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Armr’Ore Erormray de 23 anos é estudante de artes cênicas, atroz, poeta, ilustradore, bodypiercer, TS e dançarine. Sua pesquisa de corpo perpassa algumas danças sociais e é filhe da House of Mamba Negra capítulo São Paulo. Capa

Marcos Vinícius Belarmino (M.V.)

Resistência Colagem digital, 2021

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Carole Souza, vulgo Carole Crespa enquanto codinome artístico, 27 anos e há 8 trabalha com varias manifestações artisicas. Transita pela performance, vídeo performance, direção de arte, escrita criativa para roteiros, tatuagem handpoke. Cursou Licenciatura em Teatro na Universidade Federal de Pelotas – RS. Em 2017 entro para o curso de Cinema na Universidade Federal de Florianópolis – SC. Nesses anos, compôs coletivos e projetos colaborativos. Atualmente trabalha com corte e costura, customização e desenvolvimento de acessórios. Criou a marca Tecno_Bad.

Mogli Saura (1987). Instrutora de yoga, artista codependente, permacultora e pãe de matilha. Nas artes, desenvolve processos em performance (desde 2007), música (desde 2018) e escrita (desde 2020).

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Sofia Sereno_azii_ (1990). Híbrido de pesquisador, cuidador y arteiro. Alquimista, integro contradições em mi cuerpoalma y pelo mundo a fuera. Construo tecnologias de autocuidado coletivo com GuapesTrans. Investigo y manejo energia (qi) através da medicina tradicional chinesa. Estudo envelhecimento transmasculine, perspectivas de cuidado y atenção à saúde trans.

Omo Afefe heterônimo ALL ICE, músico, Multi-Artista ele vive em São Paulo. Faz pesquisa de comunicação decolonial e tem trabalhado no seu novo Ep Universo Nu.

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Preto Téo transborda as margens da poesia movimentando saberes ancestrais através da palavra cantada, escrita, da performance y de ferramentas que descobre todos os dias.

abigail Campos Leal, pedaço de fumaça gorda, transita entre Arte y Filosofia como forma de criar pensamento y poéticas que contribuam materialmente para a destruição do Mundo colonial, assim como para imaginar y criar formas radicalmente outras de habitar a Terra. faz doutorado em Filosofia pela PUC-SP. é professora do curso de especialização em "Ciências Humanas y Pensamento Decolonial" pela PUC-SP. é uma das organizadoras do Slam Marginália. publicou "escuiresendo: ontografias poéticas" pela editora O Sexo da Palavra, em 2020, y "ex/orbitâncias: os caminhos da deserção de gênero", em 2021, pela Glac Edições.

Mesclando tecnologias do teatro, música e literatura, atua enquanto poeta desde 2016, publicado em títulos como a Antologia Trans (Invisíveis Produções) e traduzido para o francês no livro Textos Para Ler Em Voz Alta (Brook Editions). Em 2018 publicou seu primeiro livro, de título EP (Padê Editorial), e no ano seguinte a zine Meia Noite (Morizines). Okó di ekê, articula e fomenta projetos independentes da comunidade Trans brasileira, visando a redistribuição de recursos adquiridos, em sua atuação como produtor cultural desde 2016.

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ynymagyney carú é uma ação potente, una ynundação, que atravessa ditas identidades transmasculinas, transviado, poeta, arteiro, racializado, psicólogo, uma corpa dessa terra e não outra se não nessa na qual pisa. uma corpa afoita por afetos, e ações de vida éticas e sobretudo anticoliniais. o sétimo filho. Atualmente é mestrando em psicologia clínica pela PUC São Paulo, compõe a organização do Slam Marginália (batalha de poesia feita por e para pessoas trans e gênero dissidentes), e coordena o projeto Acolhe LGBT+ na organização internacional LGBT AllOut.

uarê erremays é bicho curioso. A matéria de trabalho é o corpo, osso, músculo, gordura e fluido, movimento: através da pesquisa em dança contemporânea, (pós)pornografia e performance investiga os contornos da existência, da autonomeação, da passagem pelo mundo. A materialização dos trabalhos se configuram como diários de registro de travessia do tempo, deslocamentos geográficos e hormonais em texto e desenho. Pela urgência da autopublicação, desde 2016 toca o selo Móri Zines, cavando espaço na cena da publicação independente, se construindo como editor/ diagramador de produções literárias e imagéticas de pessoas LBTQ+, gordas e negras.

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sumário

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Um convite……….………………………………..……..….p.06 Slam Marginália & Móri Zines Encarnadu..………………….……………………..………..p.10 Elton Panamby Conjuração de fogo…………….……………………..…..…p.18 Armr’Ore Erormray Ao padronizado estado de lucidez…………………….....…..p.22 Omo Afefe I a V……………………………………………...…………p.26 Sofia Sereno_azii_ Transformação corporal………………………….....……….p.35 Mogli Saura Corpo despacho……...………………………………..….…p.40 Carole Oração ao meu corpo…...……………………..…………….p.42 Preto Téo

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