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Crónica

O ‘sim’ e o ‘não’ de Andrea Dovizioso ser solução para a Honda em 2021

Oano de 2020 foi bastante atípico em diversos sentidos para o MotoGP. Além do calendário encurtado e da Suzuki/Joan Mir se terem coroado campeões, a temporada passada foi intensa meses a fio muito por causa do mercado de pilotos e do afastamento de Marc Márquez ao longo de quase todo o ano. O piloto espanhol teve uma queda no arranque do campeonato e daí em diante não conseguiu voltar a competir. Tentou um regresso no segundo fim de semana de corrida, mas sem sucesso… Agora, três operações depois ainda não é certa a participação de Márquez no arranque da próxima temporada. A intenção do espanhol é estar em plenas funções para a ronda do Qatar, mas a situação física do #93 deixa-o numa posição vulnerável; isto é, Marc Márquez não tem controlo total da situação, já que a sua presença nas condições desejadas dependerá muito de como o treino de recuperação for feito, assim como está também dependente da resposta do seu corpo e de uma eventual quarta operação. Ao longo de 2020, a Honda estancou o proble-

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COPYRIGHT © 2017 DUCATI MOTOR HOLDING SPA ma com Stefan Bradl com o piloto de testes a ocupar o lugar de Márquez ronda após ronda. No final do ano, o alemão terminou em 19.º lugar com apenas 27 pontos conquistados. Compreende-se esta posição da Honda em promover o seu piloto de testes a tempo inteiro, mas será que se justifica repetir a receita em 2021? Um dos pilotos mais experientes no campeonato encontra-se, de momento, desempregado. Andrea Dovizioso não renovou o seu contrato com a Ducati por questões financeiras e a possibilidade para ingressar na KTM também não teve sucesso. O regresso ao pináculo do motociclismo está de pé para 2022, mas não para a próxima temporada. Na eventualidade de Marc Márquez estar incapaz para competir ao mais alto nível, a Honda tem em Andrea Dovizioso uma solução temporária (assim como em Stefan Bradl que terminou a 108 pontos do italiano). Contudo, e como não há bela sem senão, contratar Dovizioso para a Honda não é uma situação perfeita em todos os seus sentidos… Começando pelas vantagens, a Honda tem em Dovizioso uma fonte preciosíssima de informação sobre a Ducati. O piloto é uma das pessoas que melhor conhece as ‘entranhas’ e manias da Desmosedici e assinar contrato com o#04 é comprar conhecimento. Esse conhecimento pode traduzir-se em diversas vertentes relativas à moto e ao funcionamento da própria Ducati. De salientar que o italiano também já esteve aos comandos de uma M1 quando, em 2012, defendeu as cores da Tech3. O campeonato evolui e as motos de 2012 já não são as

mesmas de hoje. Mesmo que se ignore este último ponto, Doviozioso esteve na Ducati sete temporadas e isso tem o devido valor. Outro ponto que se pode considerar positivo é a idade do ‘DesmoDovi’. A idade por si só não acrescenta valor, mas a experiência que resultou em tantos anos de MotoGP é uma mais-valia para a Honda já que os seus contributos para o desenvolvimento da RC213V podem ser diferentes dos demais. E porquê? Porque Dovizioso está habituado a um protótipo diferente e pode sugerir alterações que venham beneficiar o crescimento da máquina nipónica. Se esse contributo tornar a moto mais fácil de domar, então a Honda deixa de estar tão dependente de apenas um profissional na luta pelo campeonato de pilotos, de construtores e de equipas, até porque, mais cedo ou mais tarde, Marc Márquez irá sair da Honda. Se não foi pelo fator idade/cansaço, será por querer um desafio diferente na sua carreira… A Honda terá novamente um problema em mãos caso Marc Márquez não retorne minimamente competitivo ao campeonato. Nesse caso, o mais provável de acontecer é Stefan Bradl continuar a tempo inteiro até o espanhol retornar na plenitude das suas capacidades. Contudo, colocando Dovizioso na moto do #93 permitiria à Honda possuir um conjunto de dois pilotos habituados à RC213V (Takaaki Nakagami e Álex Márquez) e outros dois pilotos de fabricantes diferentes, já que Pol Espargaró deixou a KTM no final do campeonato passado. Finalizado o leque de vantagens, existem aspetos que jogam contra o três vezes vice-campeão mundial de MotoGP. Primeiro que tudo, ‘casar’ com Dovizioso não sairia barato à Honda. Mesmo sem nenhum título na categoria rainha (Dovizioso é apenas campeão de 125cc), o piloto natural de Forlimpopoli é um profissional de peso quando se fala em ordenados no MotoGP. Segundo dados de 2019, o seu vencimento anual andou à volta dos 6.2 milhões de euros por ano, ficando apenas atrás de Marc Márquez e Valentino Rossi. Foi esta mesma ‘particularidade’ que ceifou a possibilidade de Dovizioso permanecer na Ducati e é esse mesmo detalhe que o prejudicaria eventuais negociações caso não houvesse algum tipo de cedência por parte do #04. O processo de adaptação é outra incógnita e aspeto negativo no seio desta equação. Partindo do pressuposto que Márquez regressaria em condições perfeitas apenas em 2022 – algo que seria ideal para a condição física do atleta – Andrea Dovizioso precisaria sempre de se adaptar a uma das mais difíceis motos de se pilotar, de acordo com Cal Crutchlow. Assim, e com base nos poucos testes que estão marcados, o italiano nunca conseguiria chegar à primeira prova no máximo das suas potencialidades, o que levanta dúvidas face à justificação económica para a respetiva contratação. Outro ponto que não deve ser esquecido é a forma como esta suposta contratação afetaria

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FALEPHOTO a relação da Honda para com os patrocinadores da equipa oficial. Até ao momento, o lineup da equipa de fábrica é Marc Márquez e Pol Espargaró – ambos de nacionalidade espanhola. A principal patrocinadora da equipa de fábrica é a Repsol que, por sua vez, tem a sua sede em Madrid. Ora, com uma garagem com dois pilotos espanhóis, os interesses de ambas as partes estão alinhados. Colocando Dovizioso neste ambiente, com Márquez em recuperação, a relação entre as duas partes poderia ficar algo fragilizada tendo em conta que Stefan Bradl já faz parte da casa e, num caso extremo, Álex Márquez também é piloto Honda. A possibilidade de Dovizioso passar alguns dos segredos da fabricante nipónica para outras marcas é outra razão que poderia impossibilitar este casamento. Quando um piloto muda de marca, este leva sempre consigo conhecimentos sobre uma equipa ou fabricante rival. Com Dovizioso na Honda, esta teria informações privilegiadas da Ducati, mas o mesmo poderia acontecer caso o italiano, mais tarde, fosse para outra fabricante. Com este receio em cima da mesa, contratar Dovizioso por apenas um ano não faz muito sentido na perspetiva de uma marca que investe milhões atrás de milhões no pináculo do motociclismo. Concluindo, faz mais sentido manter Stefan Bradl como piloto de reserva a tempo inteiro, apenas por questões financeiras e de lealdade. Garantidamente que Dovizioso sairia mais caro à Honda, mas será que esse investimento valeria a pena quando Marc Márquez já se apodera de boa parte do bolo financeiro? Se for para estar nas últimas posições do pelotão, financeiramente falando, justifica-se manter o estado atual das coisas até porque Dovizioso teria sempre de se adaptar à mota e esse é um processo que não acontece do dia para a noite. Todavia, a Honda ficaria a ganhar por ter o italiano sobre a sua alçada. O piloto já esteve aos comandos de uma Honda e entregou resultados competentes – nunca ficou de fora de um top seis em quatro anos consecutivos – mas os tempos são outros e nessa altura Marc Márquez estava nas categorias mais pequenas. Apesar da utilidade de Dovizioso para a Honda ser de grande valor (podia ficar mesmo como piloto de testes para 2022 e adiante sem substituir Bradl), é improvável que o italiano regresse a uma casa que já lhe deu boas memórias. No entanto, no MotoGP, assim como na vida, nada pode ser dado como garantido…

Nova KTM 1290 Super Adventure 2021 - Uma realidade a anunciar em breve ?

Ainda não é oficial que a KTM tenha renovado para 2021 as suas 1290 Super Adventure versões R e S. No entanto, já circulam imagens captadas de um novo modelo da mesma a rolar em testes. As imagens revelam algumas evoluções nomeadamente uma nova ponteira de escape com duplo catalizador e duas saídas. Estará certamente homologada de acordo com as exigências do Euro 5 e irá manter os valores de potência anteriores. Outras evoluções são esperadas para tornar a Super Adventure mais eficiente e a nível mecânico e de ajudas electrónicas existirá também uma evolução de acordo com o que temos assistido em outros modelos da marca. Certamente iremos conhecer todos os seus pormenores.

Royal Enfield Himalayan 650

A Evolução aguardada da Trail indiana

Face ao sucesso que os novos modelos que montam motores bicilíndricos de 650cc têm tido é natural que venhamos em breve a conhecer novos modelos 2021 que utilizem a mesma unidade motora nomeadamente a Trail Himalayan, cuja versão actual conta com um motor monocilíndrico de 400 cc com apenas 25 cv. O motor bicilíndrico de 47 cv poderia facilmente integrar um novo modelo, de características semelhantes à actual Himalayan, uma moto polivalente de utilização dual sport, e com praticamente o dobro da potência, aumentando assim a oferta no segmento MaxiTrail de média cilindrada e dando maior consistência à oferta da marca neste segmento. Os rumores falam para já numa Cruiser com o motor bicilíndrico mas é muito provável que também uma nova Himalayan possa vir a usufruir desta motorização.

Suzuki SV650 Raid Concept – Uma rival à altura das actuais Adventure Enduro de média cilindrada

Com a Yamaha Ténéré 700 e com a KTM 790/890 Adventure, nasceu um novo segmento de motos Adventure que se caracterizam pelo seu baixo peso, comparativamente às suas irmãs maiores, e por um desempenho OffRoad mais próximo das motos de Enduro sem penalizar a capacidade de proporcionarem longas viagens em estrada com o conforto necessário para chegarem rapidamente às pistas offroad, o seu ambiente preferido. Com o sucesso revelado por estes dois modelos outras marcas estarão certamente a pensar em desenvolver os seus próprios modelos e quebrarem com o protagonismo e liderança das duas motos que referimos de início, sendo a Ténéré uma moto mais simples na sua concepção e a KTM mais sofisticada em termos de potência e ajudas e electrónicas. Oberdan Bezzi, conhecido designer do sector, idealizou esta Suzuki SV650 Raid como a Adventure Enduro que iria desafiar a liderança no segmento. Leve, ágil, com o motor da SV650 conhecido pelo seu excelente binário nos baixos e médios regimes, com ajudas electrónicas básicas e possibilidade de desligar totalmente as mesmas, uma versão Rally Raid da marca japonesa a um preço acessível. Será que a Suzuki está atenta a esta oportunidade e se sinta inspirada por Bezzi, um Influencer extremamente conceituado no sector das duas rodas? Esperemos que sim.

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