10 minute read
MV Agusta Superveloce 800
MV AGUSTA SUPERVELOCE 800 INSPIRAÇÃO NOSTÁLGICA
SUPERVELOCE BY MV AGUSTA
Advertisement
QUANDO VISITEI EM 2018 O STAND DA MV AGUSTA NA FEIRA DE MILÃO FUI SURPREENDIDO PELA PRESENÇA DA SUPERVELOCE 800, MODELO QUE ESTAVA EM DESTAQUE NO ESPAÇO DA MARCA ITALIANA E QUE CONCENTRAVA A ATENÇÃO DE TODOS OS QUE PASSAVAM PELO CENÁRIO MONTADO EM REDOR DA MESMA, CUJA ILUMINAÇÃO FAZIA DESTACAR AS LINHAS SUAVES E ELEGANTES DA SUA ESTÉTICA RETRO, SENSUALMENTE ACARICIADAS PELAS BELAS MODELOS ITALIANAS QUE A RODEAVAM.
TEXTO: PEDRO ROCHA DOS SANTOS / MODELO: MARINA OLIVEIRA / FOTOS: PEDRO MESSIAS
Inspirados pela experiência sensorial que retivemos dessa manhã vivida em Milão, decidimos desafiar a MV Agusta para nos ceder uma Superveloce e podermos recriar esse momento numa apresentação do modelo que iríamos realizar para o nosso programa de televisão transmitido todos os sábados na Sport TV onde damos sempre destaque especial a um determinado modelo que oportunamente decidimos ensaiar. A MV Agusta aceitou de imediato o desafio tornando-se nossa cúmplice e enviou desde Itália uma Superveloce para que pudessemos realizar o que nos propunhamos. Na apresentação e teste da moto procuraríamos refletir a sua essência e os principios que serviram de inspiração na sua concepção. A Superveloce não esconde a sua personalidade “Racer” sobretudo se percebermos que por debaixo da sua imagem neo-clássica está uma ciclística de topo e o conhecido e vibrante motor tricilíndrico que montam as superdesportivas 800 da marca. Para podermos honrar a dupla personalidade da Superveloce, por um lado vestida como se de uma verdadeira dama do passado se tratasse, quase uma peça de art-déco, e por outro lado uma animal tecnológico pronto para atacar ferozmente qualquer circuito de velocidade, decidimos criar duas abordagens, uma glamorosa que se iria desenvolver indoor e especialmente concebida para o programa de televisão e outra mais dinâmica a explorar todo o potencial desportivo escondido por detrás de uma capa de nostalgia. É esta segunda vertente que procuramos retratar no ensaio que levámos a cabo. Primeiro é preciso dizer-vos que não é todos os dias que recebemos via transporte especial uma moto deste calibre enviada por uma marca de enorme prestígio para realizarmos um teste da mesma. Assim foi com entusiasmo e orgulhosos pelo reconhecimento da MV que na Motorcycle Sports demos as boas vindas a Signorina Superveloce. Tirá-la do camião de transporte com todo o cuidado foi um privilégio, apenas nos esquecemos de estender a passadeira vermelha. Teste de imediato, check de eventuais danos colaterais, zero, logo seguido de arranque da mesma, uma vez confirmado o combustível, pegou à primeira ( em transportes
internacionais muitas vezes há que retirar todo o combustível das motos ). “Day one” da produção foi dedicado a filmagens e a começar a sentir o comportamento da italiana… a posição de condução é marcadamente desportiva, chegada à frente, com as mãos numa posição baixa consequência da colocação dos avanços, talvez ligeiramente menos exigente que nas Super-desportivas F3. Assento duro mas espaçoso, pés colocados numa posição alta mas não demasiado recuados. Na frente pouca proteção aerodinâmica devido à pouca dimensão da bolha, talvez aqui fizesse sentido a colocação de uma écran de bolha dupla como os utilizados nas motos de competição do passado já que estaria totalmente em sintonia com o estilo retro da Superveloce. A sensação de exclusividade é total e ninguém fica indiferente à presença da Superveloce. A fluidez das suas linhas e a simbiose perfeita de uma estética retro com tecnologia de ponta é perfeita. Destaque especial para o farol redondo dianteiro perfeitamente integrado na aerodinâmica vintage da carenagem frontal da Superveloce. Outro pormenor de equilíbrio nas suas linhas e de inspiração e mestria dos designers italianos é a forma e desenho da baquet traseira, que termina no farol traseiro também redondo…simplesmente bela. A estética retro da metade superior da Superveloce contrasta de imediato com a imagem de tecnologia de ponta que emana dos restantes componentes. O quadro de trelissa suporta um motor tricilíndrico de alto desempenho e potência tendo em conta a cilindrada do mesmo. As três ponteiras refletem uma imagem icónica dos motores tricilíndricos da MV e o ruído que as mesmas emanam em alta rotação revelam a sua origem na alta competição, motor que integra uma cambota de rotação inversa para compensar a resistência do efeito giroscópico, contribuindo assim para uma maior agilidade do conjunto.
MOTOR
O tricilíndrico da Superveloce é o mesmo da F3 800, com uma potência máxima de 148 CV às 13.000 rpm e um binário de 88 Nm às 10.600 rpm, valores que indicam de imediato onde este motor gosta de rodar, lá em cima. E é precisamente nos altos regimes que o ruído emitido pelas 3 ponteiras é mais impressionante, quase que uma moto de alta competição. Quem pense em rodar em regime de passeio esqueça pois este motor abaixo das 3.000 rpm parece adormecido e emite ruídos estranhos como que a avisar-nos para rodar o punho. Definitivamente uma moto bipolar, uma estética de “museu” com uma alma de “circuito”. A caixa com Quickshift funciona na perfeição, ajudada pelo sistema de auto “blipper” que faz subir as rotações nas reduções para o regime ideal para fazer entrar a mudança abaixo. Os 4 modos de condução possíveis alteram o comportamento e resposta do motor sendo o modo Race aquele que menos entrega tem nos baixos regimes, pelo que rodámos quase sempre em modo Sport, sendo o mais suave o modo Rain.
CICLÍSTICA
As suspensões dianteiras invertidas de 43mm da Marzocchi são totalmente ajustáveis embora numa moto deste preço e exclusividade talvez fizesse sentido incluir suspensões semi-activas. Dado o seu temperamento desportivo as suspensões têm um setup como seria de esperar algo firme, ideal para rodar rápido em estradas de bom piso sendo que damos por nós a fazer slalom entre irregularidades no asfalto para evitar impactos mais violentos no nosso “chassis”. O quadro apresenta um nível de rigidez de acordo com o regime de utilização previsto para a Superveloce ou seja, quanto mais “veloce” melhor o seu comportamento, atacando as curvas com o desenho de trajectórias perfeitas e beneficiando da enorme elasticidade do seu motor à saída das mesmas, onde a nossa posição mais sobre a frente da moto nos transmite uma maior sensibilidade sobre o comportamento da mesma.
TRAVÕES
As pinças radiais Brembo são as mesmas que a sua irmã F3 monta e o seu desempenho é excelente e de bom tacto não tendo porém ABS em curva, razão pela qual a travagem é regulada directamente pela nossa pressão na manete e sensibilidade, ou seja, nada de novo e igual a sempre. Depois de mais de meia década a pilotar motos não será a falta de uma “eletróniquice” que irá condicionar o desempenho ou avaliação do comportamento da moto. Os pneus Pirelli Rosso Corsa 2 proporcionam excelente aderência em condução extrema inclusivamente terão um comportamento aceitável num qualquer Trackday que queiramos participar com a Superveloce.
ELECTRÓNICA
Os acabamentos são excelentes, como seria de esperar numa versão tão exclusiva e especial como a Superveloce. A combinação de cores tem obviamente inspiração nas motos de competição da MV com que Giacomo Agostini conquistou inúmeros títulos Mundiais. As jantes maquinadas em alumínio com acabamento dourado escuro são belíssimas e dão um toque de distinção ao modelo. O painel TFT a cores é um elemento de tecnologia contemporânea que contrasta com a imagem retro da Superveloce. Porém a sua leitura é algo complicada quando o sol incide
directamente no mesmo. Os espelhos colocados na ponta dos avanços são discutíveis, particularmente não gosto pois retiram mobilidade no meio do transito, se bem que a Superveloce não é uma moto com que queiramos realizar trajectos urbanos mas a sua colocação retira-nos demasiada visão da estrada. Os intermitentes “hightech” embora estilizados também não combinam demasiado com a estética neo-clássica da moto. A bolha de écran dianteiro é algo minimalista sobretudo para condutores de estatura mais elevada e expõe-nos demasiado ao vento, penalizando a excelente aerodinâmica da moto.
CONCLUSÃO
MV AGUSTA SUPERVELOCE
MOTORIZAÇÃO
TIPO DE MOTOR 3 cil. em linha, 12 válv. DOHC CILINDRADA 798 cc POTÊNCIA 148 cv @ 13.000 rpm BINÁRIO 88 Nm @ 10.600 rpm Nº DE CILINDROS 3 cilindros paralelos DISTRIBUIÇÃO DOHC VÁLVULAS P/ CILINDRO 4 Válvulas / Cilindro REFRIGERAÇÃO líquida DIÂMETRO X CURSO 79 mm x 53.3 mm SISTEMA DE ARRANQUE Elétrico TAXA DE COMPRESSÃO 10.7 : 1 INJECÇÃO Electrónica PGM-FI TRANSMISSÃO
CAIXA DE VELOCIDADES 6 Velocidades TIPO DE CAIXA manual QUICKSHIFT bi-direcional EMBRAIAGEM Deslizante TRANSMISSÃO FINAL por corrente QUADRO
TIPO DE QUADRO Trelissa de aço SUB-QUADRO alumínio ÂNGULO DA DIREÇÃO n.d. SUSPENSÕES
SUSPENSÃO DIANTEIRA Marzochi Invertida 43mm ajustável CURSO SUSP. DIANTEIRA n.d mm SUSPENSÃO TRASEIRA Amortecedor Sachs ajusável CURSO SUSP. TRASEIRA n.d. mm SISTEMA ELETRÓNICO Ducati SkyHook system TRAVÕES
TRAVÕES DIANTEIROS Duplo Disco flutuante 320 mm PINÇAS TRAVÃO DIANT. Pinças Brembo radiais de 4 pistons TRAVÃO TRASEIRO Disco de 220 mm PINÇA TRAVÃO TRAS. Pinça de 2 piston ABS Sim JANTES E PNEUS
JANTE DIANTEIRA Jante alumínio maquinada 17" MEDIDA DO PNEU DIANT. 120-70/17 JANTE TRASEIRA Jante alumínio maquinada a17" MEDIDA DO PNEU TRAS. 180-55/17 TIPO/MARCA DE PNEUS Pirelli Rosso Corsa 2 AJUDAS ELECTRÓNICAS
MODOS DE MOTOR Rain, Road, Sport, Gravel e User ABS ABS 2 Canais CONTROLE DE TRAÇÃO sim DIMENSÕES
COMPRIMENTO n.d. mm LARGURA n.d. mm ALTURA MÁX n-d. mm DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1380 mm ALTURA DO ASSENTO 830 mm DISTÂNCIA AO SOLO n.d. mm CAPAC. DO DEPÓSITO 16,5 Litros PESO EM MARCHA 173 Kg PESO EM SECO n.d. Kg CONSUMOS / EMISSÔES
CONSUMO MÉDIO 5 L / 100 Kms * EMISSÕES CO2 Euro 4 * Informação de consumos de fábrica CORES / PVP
CORES
Red/ silver versão testada PVP BASE S/ DESPESAS DE MAT. 20.802 € EQUIPAMENTO GOSTÁMOS - Estética - Motor em alta - Desempenho desportivo A MELHORAR - Colocação dos espelhos - Dureza da suspensão - Proteção aerodinâmica
design nostálgico e neo-clássico, genialmente conseguida e que esconde por detrás de si uma ciclística de grande prémio adaptada para o comum dos mortais e para uma utilização mais civilizada. A Superveloce é para todos os efeito uma superdesportiva, com uma ciclística de topo e um motor que exibe tecnologia directamente vinda da alta competição. A sua “roupagem” clássica confere-lhe caracteríticas únicas que definem o seu próprio segmento. Os quase 3.000 euros de dierença para a versão F3 serão justificáveis ? Caberá a cada um realizar essa análise e chegar a uma conclusão, na certeza porém que a Superveloce não é apenas mais uma desportiva da MV, é uma referência única a todo um passado desportivo da marca agora celebrado de forma magistral numa combinação perfeita de uma estética retro com tecnologia de vanguarda.
PREÇOS, CORES E OPÇÕES
Actualmente a MV Agusta Superveloce 800 está disponível em duas versões , a Versão normal, aquela que ensaiámos, nas cores Agostini, vermelho e cinza, com um PVP 20.802 euros e a Versão S da Superveloce na cor branca, que inclui jantes raiadas, com o PVP de 23.702 euros. Existe ainda uma Edição Limitada “Alpine Edition” com as cores da Alpine Racing com o PVP de 36.562 euros.
AS CONCORRENTES
Honda CB 1000 R 998 cc / 143 CV / 213 Kg / 13.350 €
MV Agusta F3 800 798 cc / 148 CV / 173,3 Kg / 18.074 €
Suzuki Katana 999 cc / 147,5 CV / n.d Kg / 13.999 €